01 a 29 de Fev - 2012 - Edição 110 - Correio do Vale

Fotos: Souza Lima e Divulgação
Vereadora
Ana Paula,
em segundo
mandato,
pouco
fez pela
mulher
Maria Angélica:
desculpas
esfarrapadas
por não instalar
o mamógrafo
A vice-prefeita Darcy Breves faz o
papel da rainha da Inglaterra
Vereadora
NNeide
Palmeira:
apoio irrestrito
à inoperância
Quatro ônibus escolares próprios
deterioram em garagem
da prefeitura enquanto
alunos são transportados
em ônibus terceirizados.
Página 3
Fátima Lopes:
secretária de
cidadania. E
como fi cam os
pobres?
Ano II III - Nº º 110
10 - VVale ale l do Paraíba, Paraíba í 1 a 29 de fevereiro f fevereiro de 2012 20 2012 12 - R$ $ 1,00 1 00
Mulheres no poder não representam, em Caçapava,
avanços na qualidade de vida da população feminina

2 - O P I N I Õ E S
Chamem as maridas de aluguel!
(E depressa, pessoal!)
Tem gente esfregando as mãos de contentamento depois
do anúncio de que a Justiça Eleitoral de São Paulo
irá aplicar a lei da fi cha-limpa ainda este ano. Muitos
já elaboram uma listinha particular de futuros “cassados”,
apostando a dedo os possíveis condenados: fulano...
aquele... o outro... ah, este se ferrou! e por aí vão.
Como toda lei, esta irá de imediato resolver os casos
extremos que não deixam a menor dúvida. Dará o recado
geral que, a partir de agora, as regras do jogo mudaram.
Veja bem, “a partir de agora”. Sim, porque ao longo
do tempo vai depender do interesse dos cidadãos participantes
para que tenha efeitos mais abrangentes. Daí, é
cedo para qualquer euforia. Menos, gente; menos!
A vice-procuradora-geral Eleitoral, Sandra Cureau,
disse à imprensa, dias atrás, o que para ela soa como o
mais importante: “a partir de agora, os partidos vão levar
a Justiça Eleitoral mais a sério”. Quanto a nós viveremos
um teste de fogo que pode ser didático: São Paulo
pretende barrar os fi chas-sujas ainda este ano.
Tão logo fi cam mais por dentro do texto da lei, os entusiasmados
vão diminuindo o grau de euforia, porque
é preciso cautela na aplicação de qualquer punição para
diminuir eventuais erros de julgamento apressado. O
melhor remédio é o que cura lentamente.
Por exemplo, o prazo para pedido de impugnação de
candidaturas, que termina em 5 de julho, chega em alguns
casos a ter cinco dias para denúncia, análise, apresentação
de provas e julgamento, posto que a defi nição
das candidaturas pode acontecer até o dia 30 de junho.
Outra condição, é a de que a possibilidade de condenar
um político pela lei da fi cha-limpa é de oito anos após a
prática do delito. Muitos já estão “livres” de fi car fora da
eleição, para surpresa de muita gente.
Mas, isto é assunto para a editoria de política. O nosso
é cidadania, que tem outro enfoque. O que a série
de decepções que alguns teremos no decorrer do processo
eleitoral deste ano mostra, é a existência de outro
caminho muito mais rápido e, na maioria das vezes,
mais acertado para aplicação de justiça. Trata-se do uso
do nosso legítimo direito de cidadãos-eleitores. Trata-se,
ainda, da necessidade urgente de sairmos da condição
de meros observadores dos desmandos governamentais
e colocarmo-nos na condição de agentes importantes no
governo da cidade, que é nosso direito.
Às vezes achamos que isto nos dá trabalho e deixamos
sua prática de lado. Engano fatal. Muito mais trabalho
e prejuízo nos dá driblar as consequências penosas
das mazelas praticadas por governantes irresponsáveis.
Tais consequências são as que matam nosso direito
a uma digna assistência à saúde, ao acesso a uma educação
efi ciente, à garantia de um emprego certo e a uma
qualidade de vida ideal para habitarmos cidades para a
qual contribuímos direta ou indiretamente com impostos
a nós impostos de todas as maneiras.
Se não fi zermos isso por nós, quem o fará? Como podemos
criticar uma Câmara Municipal que diz amém a
tudo o que faz a prefeitura, se daqui a oito meses reconduzirmos
a ela os mesmos descumpridores das promessas
que sempre fazem? Ruim é fazermos isto algumas
vezes por desconhecimento do caráter do nosso eleito.
Pior é que o engano é cometido, não raro, por um inexplicável
comodismo em sabermos como estão se conduzindo
os detentores do poder que lhes demos com o voto.
Uma pergunta que não cala: como explicar um comodismo
em fi scalizar nosso representante no Legislativo
sabendo que vamos enfrentar uma “nada cômoda” luta
pela sobrevivência por causa da desonestidade de atos
que aquele representante cometer? Parece que o esforço
físico, mental e moral será muito maior.
O que é mais duro? Ajuntar um grupo de amigos, amigas,
vizinhos, colegas ou seja lá do que for, para acompanhar
à votação da “Lei do Chumbo” na Câmara, ou
enfrentar fi la no posto de Saúde para tentar atendimento
a uma vítima da poluição? Se o problema é comodismo,
a sessão de Câmara pode até ser divertida se estivermos
juntos a companheiros esclarecidos e exigentes de seus
direitos. Questão de experimentar.
Será que está faltando um “Pereirão”, um grupo de
“maridas de aluguel” para consertar o “esgoto” do Legislativo,
quando as coisas chegam a esse ponto? Quando
“cheiro exalado” sugerir providências?
Expediente
Sonia Regina de Souza Lima Publicidades
ME - CNPJ 08.645.754/0001-00
Inscrição Municipal 20567
Editor: Eduardo Paiva de Souza Lima - Mtb 63147
Jornalista Responsável: Adilércio José Honório - Mtb 15943
Colaboradores: B.Veloso - Mtb 8274 e Rafael Citro - Mtb 57244
Jurídico: Sheila Tatiana de Souza Lima
Administração e Redação: R. Sete de Setembro, 105
Caçapava – São Paulo CEP: 12.281-620
Telefone: (12) 3655-2323 - e-mail:
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Site: www.correiodovale.com
Tiragem: 3 mil exemplares impressos + 8000 eletrônicos
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Apenas jornalismo
Vale do Paraíba, 1 a 29 de fevereiro de 2012
CAÇAPAVA C CONTINUA CAPITAL DOS BURACOS
ISTO SIM
É CIDADE BOA
PRA MORAR! É!
DÁ ATÉ
PRA ESCOLHER
A MELHOR
“CASA”
Sentou-se bêbado à mesa e escreveu um fundo
Do Times, claro, inclassifi cável, lido
Supondo (coitado) que ia ter infl uência no mundo...
Santo Deus!...E talvez a tenha tido!”
(“The Times”, Fernando Pessoa/Álvaro de Campos)
Ex-editor da Folha Ilustrada,
Matinas Suzuki Jr. discutiu
o positivismo jornalístico
dominante: a crença de
que a narrativa sobre o acontecimento
é o próprio acontecimento.
Ou seja: o que não
foi noticiado pela mídia não
aconteceu. Tal convicção é
levada ao extremo pela imprensa
ofi cialesca caçapavense,
conhecida como chapa-branca.
Os editores das publicações
tidas como independentes
(que só se mantêm graças
às prebendas do governo Vilela)
fecham os olhos àquele
que pode ser considerado um
dos maiores escândalos dos
últimos anos na cidade: o superfaturamento
de veículos e
maquinários locados da Itacolomy
pela prefeitura.
Além do prejuízo causado
aos cofres públicos, numa
primeira análise de mais de
R$ 12 milhões, existem indícios
de que a própria empresa
tenha participado da elaboração
do edital de licitação.
O caso é tão rumoroso que,
depois de publicado com exclusividade
pelo Correio do
Vale, ganhou repercussão
nacional e mobilizou movimentos
populares a se manifestarem
contra a corrupção
em Caçapava. Tudo ignorado
pela imprensa “chapa-branca”,
cujo principal objetivo é
agradar a turma de Vilela e
receber verbas públicas por
postura tão subserviente ao
governo municipal.
Na ânsia de servir a quem
lhe paga, a mídia atrelada
engana seus leitores, ouvin-
As assessorias jurídica e de
comunicação (isso mesmo, a
que tem o dever de fazer o elo
entre o legislativo e os meios
de comunicação) da Câmara
de Caçapava decidiram orientar
os vereadores da CEI (Comissão
Especial de Inquérito)
da Itacolomy, que investiga o
superfaturamento dos valores
cobrados pelas locações de veículos
da Prefeitura de Caçapava,
a não autorizarem o registro
de imagens dos agentes
políticos convocados para
depor a respeito do mais novo
escândalo produzido no seio
do governo do prefeito Carlos
Antônio Vilela (PSD).
Tal orientação desrespeita o
princípio básico da liberdade
de informação. Agentes públicos
são responsáveis por ações
que infl uenciam a vida da comunidade.
Este é um dos motivos
que o direito à privacidade
tende a oferecer, segundo
Edilsom Pereira Farias (in
Colisão de Direitos - A Hon-
tes, telespectadores e internautas.
O entendimento é de
que, com o passar do tempo,
as pessoas se esquecem das
atitudes tomadas antes. Assim,
caso no futuro mude o
governante, o falso jornalismo
poderá tirar proveito da
nova situação. Ou, quem sabe,
ser fi nanciado por quem
perdeu as eleições que só tinha
por objetivo atazanar os
que governavam, como aconteceu
durante as administrações
dos prefeitos Paulo Roitberg
(PT) e Francisco Adilson
Natali (PMDB).
Os ferrenhos opositores
do petista e do peemedebista
cumpriram à risca o combinado
com o atual governante
(durante anos ele fez oposição
apenas para ser eleito
chefe do executivo). Como
pagamento, estão enchendo
as burras com o dinheiro pago
pelo contribuinte. Uma situação
insólita, o cidadão
paga para ser enganado com
notícias que somente exaltam
as ações do grupo de Vilela e
desqualifi cam as dos ex-prefeitos
citados.
Neste cenário surgiu o
Correio do Vale, que nunca
se arvorou na missão moral
de orientar o público e, sim,
com a clara intenção de permitir
ao leitor contrapor para
fazer uma análise objetiva
dos fatos. Comparar as situações
e depois fazer o juízo
de valores.
É importante lembrar o que
a escritora Marguerite Duras
entendia sobre jornalistas
e jornais. Assim, os leitores
vão poder perceber a impor-
ra, A Intimidade, A Vida Privada
e a Imagem versus A Liberdade
de Expressão e Informação.
2ª ed. Porto Alegre:
Sérgio Antonio Fabris Editor,
2000), “maior proteção aos cidadãos
comuns do que aos homens
públicos ou célebres”.
Isso quer dizer que os mencionados,
respeitando os limites
constitucionais do estado de
direito, sofrem uma limitação
de sua intimidade. Principalmente
quando suas decisões
podem causar prejuízos irreparáveis
aos cofres públicos,
como é o caso da Itacolomy.
Os depoentes participam de
um governo que fez uma opção:
torrar dinheiro público
numa transação mais do que
suspeita a direcionar os recursos
à saúde, educação, moradia
e tantas outras áreas de
importância vital, principalmente,
aos mais pobres. Repita-se:
é uma escolha governamental.
Diante das denúncias,
cabe ao conjunto do governo
Em dois anos, o Correio do Vale vem mostrando
a Caçapava real e alertando os cidadãos sobre os
desmandos do governo Vilela
tância de saber ler e entender
o que é o verdadeiro jornalismo.
Para ela, “Não há jornalismo
sem moral. Todo jornalista
é um moralista. Um jornalista
é alguém que observa
o mundo e o seu funcionamento,
que diariamente o
vigia de muito perto, que faz
ver e rever o mundo, o acontecimento.
E não consegue
fazer este trabalho sem julgar
o que vê. É impossível.
Em outras palavras, a informação
objetiva é um logro
total. Uma impostura”.
Em Caçapava, o “jornalismo
de conveniência” está
chegando ao auge: um dos
ex-atrelados agora diz fazer
reportagens investigativas
(sem saber defi nir o que
é reportagem e nem o que é
jornalismo de investigação,
já que nunca passou sequer
em frente de uma faculdade
de jornalismo e mesmo assim
afi rma ser jornalista). A
mudança aconteceu no momento
em que ele teve as torneiras
dos cofres públicos fechadas.
Só que os “ouvintes”
perceberam a estratégia.
Muito ajuda quem não atrapalha
dar suas explicações e, senão
convencer, sofrer as punições
por eventuais desvios de condutas.
Não cabe às assessorias
(ocupadas por pessoas indicadas
por parlamentares da
base aliada e, consequentemente,
ligadas ao governo) a
tomada de decisões que possam
colocar em cheque a legitimidade
do mandato dos
vereadores integrantes da
CEI. Eles, os parlamentares,
possuem representação, detêm
autoridade outorgada pelos
cidadãos.
Por isso, devem prestar esclarecimentos
de suas ações,
principalmente a fi scalizadora,
com transparência, sem
sofrerem impedimentos políticos
disfarçados de assessorias
técnicas.
Se os agentes políticos não
querem ser expostos à população,
devem trocar a administração
pública por funções
em empresas privadas,
O Correio do Vale nunca
negou o motivo de sua existência:
mostrar aos cidadãos
como o despreparo político,
aliado à corrupção, pode
prejudicar a todos em favor
de um pequeno grupo. Nestas
páginas foram e são publicados
os chamados textos
de autores, com a visão e o
entendimento de quem os escreve
(por isso aberto às polêmicas).
Este periódico não
tenta ludibriar seus leitores.
O produto fi nal levado às
bancas e à internet provoca a
refl exão de quem o consome.
Revela o que estava ofi cialmente
escondido. Mostra, no
dizer do jornalista Eduardo
Paiva de Souza Lima, a Caçapava
real, não àquela ofi -
cial, vendida a preço de ouro
para a alegria de alguns privilegiados
pelo poder.
É, enfi m, um instrumento
a favor da cidadania e do
sagrado e democrático direito
em opinar. Por mais que
tentem impedir que os fatos
venham à tona, com o intuito
de não deixar despertar a
consciência de cada cidadão.
caso demonstrem a competência
e habilidade necessárias
para o cumprimento das
tarefas em instituições
OS BENS DA
SECRETÁRIA
Maria Angélica desistiu daquela
“casinha” da Vila Paraíso,
para a qual tinha dado a
entrada de R$ 10 mil, e comprou
no “Residencial Santa
Helena” uma mansão que custa
em torno de R$ 1 milhão,
valor duas vezes superior a tudo
que ganhou bruto como secretária,
ou seja, R$ 420,9 mil.
Ela ainda possui carros entre
eles um veículo Toyota Corolla
ano 2011 que tem valor
no mercado de R$ 60 mil.ia
mantém dois fi lhos nos cursos
universitários mais caros do
país: medicina e odontologia.
Ela mesma chegou a reclamar
com os comissionados e
vereadores da base aliada que
os gastos são altos, cerca de
R$ 6 mil mensais.

Vale do Paraíba, 1 a 29 de fevereiro de 2012
www.correiodovale.net
SAÚDE
Fusam volta ser acusada de negligência médica
Dois dias antes de morrer, a jovem Bruna Aparecida Ramos tinha sido atendida no pronto-socorro; médico disse à família que existem suspeitas de dengue
A morte de Bruna Aparecida
Ramos, 17 anos, no dia 17 de fevereiro
no hospital Nossa Senhora
D’Ajuda causou revolta em seus fa-
miliares. Eles suspeitam que houve
negligência médica. Dois dias
antes do falecimento, ela tinha sido
atendida pelo médico Luiz H.
SECRETÁRIO “COURT JESTER”
Por e-mail, um leitor revoltado contou que no facebook um secretário
“puxa-saco ” do Vilela escreveu que: “viu o vereador Rinco
saindo do bueiro do escritório do Souza Lima”. O tal secretário,
“bobo da corte”, que posa de bom moço, se esqueceu que “bueiros”
são locais habitados por “ratos” e no escritório do Souza Lima não
tem ratos. Eles existem em grande quantidade no Paço Municipal e
entre os apadrinhados amigos do secretário “bobão”. Donde se conclui
que os maiores “bueiros” são as repartições públicas municipais,
onde o “bobão” fi nge trabalhar e apoia as falcatruas do Vilela
e sua turma.
FALSO PROPRIETÁRIO DA “RÁDIA”
A secretária do “homi da rádia”, a que chamam de “Preta”, um dia
desse usou os microfones para elogiar o chefe, tentando fazer demagogia
política. Ela falou que ele era muito bonzinho porque deixava
as pessoas e as entidades usarem os microfones da “rádia”, mesmo
quando elas são de facções políticas contrárias ao Nascimento
(a quem ela chamou de proprietário da rádio). Ledo engano: primeiro,
a Rádio Capital, como todas as emissoras de rádio e TV, é de
propriedade do Ministério das Comunicações, que outorga concessões
de uso para particulares sob várias condições, entre elas, a de
que serão usadas no interesse público; segundo, a emissora não pode
ser usada para fi ns políticos partidários, e tanto os cidadãos quanto
as entidades têm direito ao uso dos microfones. Assim, Nascimento
não faz nenhum favor, e sim usufrui de uma concessão pública ilegalmente,
em proveito próprio fazendo campanhas eleitorais.
FINGINDO DE DESENTENDIDO
Por ocasião do protesto realizado pelo grupo “Por uma Caçapava
melhor”, um dos participantes, ao usar o microfone do carro de som,
disse que “a população de Caçapava não aguenta mais a turma do
Vilela e que muitas pessoas que sempre estiveram apoiando o prefeito
agora estão posando de bonzinhos, se colocando contra a turma
do Vilela para ganhar votos, mas o povo está de olho”. O Nascimento
e o Guedinho fi ngiram de desentendidos, mas a carapuça foi
dirigida para eles e a turma da “rádia”.
AGRESSÃO DENTRO DA CÂMARA
Um munícipe de nome André contou que foi ameaçado e quase
agredido nos corredores dos gabinetes dos vereadores de Caçapava.
Segundo a vítima, o agressor foi o vereador Paulo Eugênio (PRP),
que aproveitou o local e o momento em que estava com maioria de
pessoas (ao lado de assessores) para intimidar André, que é de partido
contrário ao do vereador que já foi apelidado na cidade de “vereador
do chumbo”, por ser o autor e defensor da lei que autorizava
a instalação de indústrias poluidoras na cidade. André já tomou as
providências legais contra o vereador.
OUTRO PAPAGAIO
O “homi da rádia” falou que seu programa “café com bobagens”
é tão ouvido que existe um papagaio na rua do Porto que o imita.
Um leitor do Correio do Vale foi verifi car e constatou que o papagaio
realmente faz imitações, ele fala: “rádia, funçonáro, farmaça,
bonifaço, város, dábru, leito, bifu, cunzinha, apreparar, empresáro,
arrecardar, profeitura, runião dos vereadô” e outras pérolas. O papagaio
falou que não quer mais imitar o Nascimento, quer ser igual
a ele. Por isso está procurando um partido e uma rádio para vender
ao Vilela.
EXEMPLO DE REPORTAGEM
O “homi da rádia” disse que colocou uma viatura nas ruas para
fazer reportagens. Um comissionado que trabalha no Paço Municipal
contou que Vilela deu risadas quando ouviu os “funçonáros da
rádia” falando da tal viatura. Segundo o prefeito, eles entendem de
reportagem igual o Tiririca de cibernética. Eles entrevistam um ao
outro, sem contar que usam o “nascimentês”, língua ofi cial da “rádia”,
fazendo com que ninguém entenda o que falam. Tudo está justifi
cado: eles tiveram escola, trabalham há muito tempo na nossa
“rádia”, onde têm muitos “jornalistas” e até um “advogado”. A OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil) precisa tomar providências.
CARRASPANA NO “VÉIO”
Várias pessoas, por e-mail, escreveram que o “Véio do Sitio”,
aquele que gagueja mais que espingarda velha, estava criticando o
PT (Partido dos Trabalhadores), quando o petista Firmino, imediatamente,
telefonou para a “rádia” e deu uma lição de política e cidadania
no “gaguinho”. Na hora, o “Véio” não debateu. Mas depois
que Firmino desligou o telefone, ele começou a falar, sozinho, mais
um “punhado de bobagens”, sem que ninguém conseguisse entender
se criticava o PT ou o PSDB.
TUMULTUANDO AS FÉRIAS
No início deste mês, a secretaria de cultura instalou um grande
aparato para brincadeiras de crianças dentro de um programa chamado
“Agitando as Férias”, na Praça da Bandeira. Um locutor falava
sozinho porque crianças mesmo não existiam em razão do início
das aulas. O pessoal e material usados no evento eram terceirizados.
Talvez seja por isso que o programa continuava mesmo depois
do inicio das aulas. Um comissionado do governo Vilela disse
que alguém estava ganhando em nome das crianças.
dos Santos no pronto-socorro da
Fusam (Fundação de Saúde e Assistência
do Município) de Caçapava.
O hospital também é de responsabilidade
da Fundação.
Apesar de ter morrido no hospital,
o médico Silvio Fernando Birello
Fernandes atestou que a causa
da morte é desconhecida, conforme
consta na certidão de óbito.
O primo de Bruna, Aparecido L.
Santos, disse que o médico levantou
suspeitas de que a morte aconteceu
devido à dengue. “O médico
afi rmou que desconfi ava que Bruna
estivesse com dengue. Ela tinha
sido atendida dois dias antes
no pronto-socorro. A saúde pública
de Caçapava está uma vergonha
e fez mais uma vítima”, disse.
Consulta - Por sentir fortes dores,
Bruna procurou o pronto-socorro
da Fusam no dia 15. O médico
Luz H. dos Santos receitou à
jovem comprimidos de nofl oxacina
(antibacteriano usado no tratamento
de infecção na urina) e de
Buscopan (indicado para o alívio
de cólicas, dores e desconforto abdominal),
além de ingestão diária
de dois a três litros de líquido.
“O que causa revolta é que ela
tinha passado pelo pronto-socorro
da Fusam e liberada depois da
consulta”, disse Santos.
O corpo de Bruna foi enterrado
no cemitério Parque das Hortências,
em Caçapava. Ela morava
na estrada municipal Pedro Rodrigues
Camargo, na Piedade, zona
rural da cidade.
Outro lado – Seguindo determinações
do prefeito Carlos Antônio
Vilela (PSD), a superintendente
da Fusam, Danielle Aparecida
Trinkel Cherion, se recusa a prestar
esclarecimentos à população.
VIROU CASO DE POLÍCIA
Seccional vai investigar denúncia
de superfaturamento em Caçapava
A Delegacia Seccional de Política
de São José dos Campos vai
analisar as denúncias de superfaturamento
dos preços na locação
dos veículos no contrato entre o
governo do prefeito Carlos Antônio
Vilela (PSD) e a Itacolomy. Os
primeiros cálculos apontam prejuízos
de cerca de R$ 12 milhões aos
cofres públicos na transação.
O delegado Fábio Cesnik solicitou
ao presidente da CEI (Comissão
Especial de Inquérito) que investiga
o contrato, vereador Sebastião
Lopes (PT), o envio do ato
que criou a Comissão. Cesnik afi rmou
que “as informações prestadas
por essa Casa de Leis servirão
de fundamento para eventual instauração
de Inquérito Policial para
apuração do ilícito penal praticado
contra a administração pública”.
A Delegacia foi acionada por
meio do “Disque Denúncia”.
Gastos - Segundo o Movimento
Lute por Caçapava, o gasto total
de R$ 14 milhões com a locação
de 43 veículos, entre automóveis
e máquinas, com pagamento
de 48 parcelas mensais e promessa
de “doação” dos bens ao município,
equivale a cerca de R$ 1 mil
para cada família de Caçapava.
Divulgação
O delegado Fábio Cesnik vai analisar caso
C I D A D E S
Lopes recebeu ofício ao lado Ofi cio da Delegacia Seccional solicitando informações à CEI
- 3
Fusam: mais um caso que retrata a saúde pública na cidade
No atestado de óbito a causa da morte é “desconhecida”
Fotos Correio do Vale
Reprodução/Rede Vanguarda

Correio do Vale, Souza Lima e Divulgação
4 - JORNALISMO DE VERDADE
Vereadora
Ana Paula,
em segundo
mandato,
nada
fez pela
mulher
www.correiodovale.net
Vale do Paraíba, 1 a 29 de fevereiro de 2012
TODA LENDA É UM ALERTA
OU LIÇÃO MORAL. TAMBÉM É
UM AVISO AO LEITOR:
NUNCA ESTAMOS SOZINHOS
As lendas urbanas são contos ou fatos que não se sabe de onde surgem e
crescem como boatos, geralmente falsos, ganhando ou perdendo detalhes ao
longo do tempo e dos lugares. Em Caçapava, alguns políticos do sexo feminino
estão acreditando e tentando ludibriar o povo no sentido de que as mulheres
são melhores para ocupar cargos públicos. Algumas estão até se arriscando
na tentativa de candidatar-se ao cargo de prefeito. Outras, mais modestas,
pretendem continuar ou alcançar o mandato de vereadora.
EM CAÇAPAVA, MULHERES QUE OCUPAM O PODER SÃO INOPERANTES
E AINDA DEIXAM OUTRAS MORREREM DE CÂNCER DE MAMA
Correio CorreiodoValevem do Vale vem denun
ciando a falta de providências
há dois anos
Na administração de Caçapava
muitas são as mulheres que ocupam
cargos importantes: Darcy
Breves (PSD) é vice-prefeita há
sete anos (até já substituiu Vilela).
Neide Palmeira (PSD) ocupa
a presidência da Câmara. Rei-
Maria Angélica:
desculpas
esfarrapadas
por não instalar
o mamógrafo
A vice-prefeita Darcy Breves faz o
papel da rainha da Inglaterra
nalma Montalvão (PSD) foi presidente
da Câmara por duas vezes e
exerce seu quarto mandato de vereadora.
Ana Paula (PT) é vereadora
por dois mandatos. Maria
Angélica Giovanelli (PSD) ocupa
a secretaria de saúde há sete anos.
Danielle Trinkel exerce a superintendência
da Fusam (Fundação de
Saúde e Assistência do Município)
desde 2005. Irene Borsoi (cunhada
de Vilela), Alba Valéria (sobrinha
de Vilela) e Maria de Fátima
são, respectivamente, secretárias
de educação, fi nanças e cidadania
durante todo o governo do prefeito
Carlos Antônio Vilela (PSDB).
Mesmo com todas essas mulheres
ocupando cargos importantes
no governo Vilela, o mamógrafo
doado pelo governo estadual está
encaixotado no Postão por negligência
da administração, sendo
o fato objeto de Ação Popular em
andamento no fórum local.
Segundo o aposentado Pedro
Siqueira, autor da Ação Popular,
Maria Angélica, secretária de saúde,
ao ser ouvida perante o juiz
Vereadora
Neide Palmeira:
apoio irrestrito
à inoperância
disse que “ainda não instalou o
mamógrafo porque falta dinheiro
para adaptar a instalação elétrica
do Postão”.
“A desculpa esfarrapada apresentada
pela secretária de saúde
serve para justifi car a contratação
de empresas terceirizadas para realização
das mamografi as”, disse
Pedro Prudente.
A saúde pública de Caçapava
gastou em 2010 com a Fusam R$
21,7 milhões e com a secretaria de
saúde R$ 17,8 milhões (total de R$
39,5 milhões). Em 2011 o município
investiu R$ 26,3 milhões na
Fusam e R$ 23,2 na secretaria (total
de R$ 49,5 milhões), mais R$
10 milhões em relação a 2010.
Em 2012 a previsão orçamentária
é de R$ 26,5 milhões na Fusam
e de R$ 49,9 na secretaria de saúde
(total de R$76,4 milhões): 54,4%
a mais que no ano anterior. Com
todo esse dinheiro, a secretária de
saúde tem coragem de dizer que
não tem recursos para fazer uma
simples alteração elétrica no Postão
para instalar o mamógrafo.
Fátima Lopes:
secretária de
cidadania. E
como fi cam os
pobres?
Irene Borsoi: secretária
de educação e cunhada de Vilela

Créditos: Souza Lima
5 - JORNALISMO DE VERDADE
www.correiodovale.net
5 - Souza Lima ma - 5
SECRETÁRIA DE SAÚDE E VEREADORAS DE
CAÇAPAVA TRATAM O CASO DE ROSANA COM MENOSPREZO
Rosana: humilhações
Familiares procuraram a secretária
de saúde, Maria Angélica
Giovanelli, e as vereadoras
Neide Palmeira e Reinalma
Montalvão durante um seminário
sobre a saúde da mulher em
Caçapava para pedir ajuda e relatar
os fatos com a intenção de
que outras mulheres não sofressem
o mesmo descaso.
Maria Angélica, ao ver as fotografi
as de Rosana, disse para
o cunhado André que “do jeito
que ela está na foto já deveria
ter morrido”. Para André,
“Maria Angélica tratou o caso
de Rosana com tanta frieza que
nem parecia uma mulher e secretária
de saúde”.
Pessoas ouvidas pelo Correio
do Vale disseram que a lenda
urbana de que mulheres são melhores
quando ocupam cargos
públicos é totalmente falsa em
Caçapava.
“A única esperança de nós,
mulheres caçapavenses, é contar
com a autoridade da juíza
doutora Simone Cristina de Oliveira,
para aplicar a lei contra a
administração municipal, que
trata a saúde da mulher com total
descaso”, disse uma auxiliar
de enfermagem concursada,
que preferiu não se identifi -
car para não sofrer represálias.
MORTES E DESCASOS CONSTANTES NA FUSAM
O LADO RICO
DA MOEDA
O governo Vilela teve início
em janeiro de 2005, quando
foi nomeado como secretário
de saúde o médico ortopedista
Max do Nascimento Cavichini.
O secretário começou a
organizar a saúde pública, mas
esbarrou em interesses particulares
de muitos comissionados
e incompatibilizando com o esquema
Vilela.
A então chefe de gabinete do
prefeito, Maria Verônica Riserio
Matos, que tinha como seguidora
a comissionada Neide
Aparecida da Costa Palmeira
(atual presidente da Câmara),
começaram a conspirar nos
bastidores contra o trabalho desempenhado
pelo secretário.
A trama visava a indicação de
Maria Angélica Giovanelli como
secretária de saúde, o que
aconteceu em 2005.
Angélica, ao assumir a secretaria
de saúde, apresentou declaração
de bens informando
possuir um veículo Vectra 1998
no valor R$ 17 mil, um Palio
1996 ao preço de R$ 7 mil, saldo
bancário no Banco do Brasil
de R$ 10 mil, que usaria como
entrada na aquisição de um
imóvel na Avenida Marechal
Castelo Branco nº 201, Vila Paraíso).
Declarou também, que
devia um saldo de um empréstimo
junto a Caixa Econômica
Familiares de Thuany Muller protestam contra a negligência
médica em Caçapava
Federal no valor de R$ 5,6 mil
e outro de um fi nanciamento
de veículo no importe de R$3,5
mil. Assim seu patrimônio era
R $17 mil (Vectra) + R$ 7 mil
(Palio) + R$ 10 mil (saldo bancário)
= R$ 34 mil, abatendo a
dívida R$ 5,6 mil + R$ 3,5 mil
= R$ 9.1 mil, restaria um patrimônio
de R$ 24,9 mil.
A secretária teve rendimentos
de R$ 144 mil durante os três
primeiros anos de sua gestão
(36 meses x R$ 4 mil de salário
de fi nal de 2005 até o fi m de
2008). Nos outros três anos, R$
252 mil (36 meses de R$ 7 mil
de 2009 a 2011). Um total de R$
396 mil em quase sete anos.
Considerando que o cargo de
secretária exige dedicação exclusiva,
não permitindo outra
atividade, o patrimônio da secretária
hoje deveria ser R$ 396
mil (o quanto ganhou bruto)
mais R$ 24,9 mil (patrimônio
que possuía antes de ser secretária),
totalizando R$ 420,9 mil.
Nesta linha de raciocínio,
imaginando que a secretária
não comeu, não bebeu, não se
vestiu, não teve despesas com
os fi lhos, não pagou IPVA, IP-
TU, IR, combustível, enfi m que
tivesse vivido durante estes sete
anos como um vegetal, seus
bens não poderiam ultrapassar
a R$ 420,9 mil.
OS BENS DA SECRETÁRIA
Maria Angélica desistiu daquela “casinha” da Vila Paraíso, para a qual tinha
dado a entrada de R$ 10 mil, e comprou no “Residencial Santa Helena” uma
mansão que custa em torno de R$ 1 milhão, valor duas vezes superior a tudo que
ganhou bruto como secretária, ou seja, R$ 420,9 mil. Ela ainda possui carros
entre eles um veículo Toyota Corolla ano 2011 que tem valor no mercado de
R$ 60 mil.
A secretária mantém dois fi lhos nos cursos universitários mais caros do país:
medicina e odontologia. Ela mesma chegou a reclamar com os comissionados
e vereadores da base aliada que os gastos são altos, cerca de R$ 6 mil mensais.
OUTRO LADO: O executivo municipal já publicou nos jornais “chapas-brancas”
e informou via e-mails que se recusa a prestar esclarecimentos aos leitores
do Correio do Vale.
O Correio do Vale tem divulgado
constantes denúncias de
negligência médica e menosprezo
no atendimento aos usuários
do SUS (Sistema Único de
Saúde), especialmente na Fusam,
onde o aposentado Lourival
Ribeiro Novaes morreu por
suposta negligência do hospital
(reportagem da edição 65
de 12 de novembro de 2010, sob
o título Tragédia Anunciada).
Luiz Roberto dos Santos foi
internado e abandonado na enfermaria
por mais de 12 horas
sem atendimento (fato noticiado
na edição nº 107 de 06 de
Declaração de bens assinada por Angélica ao assumir a secretária
Comprovante de propriedade do Toyota Corola de Angélica
Tratamento feito em Taubaté
dezembro de 2011, com o título
Saúde dos Pobres e dos Ricos).
O caso que ganhou mais destaque
na mídia foi a morte da
jovem Thauany Chagas Muller,
de 20 anos de idade, causada
por negligência na Fusam,
conforme reportagem da edição
103 de 10 de dezembro de
2011, intitulada A Próxima Vítima.
A família de Thuany lançou
uma campanha com o nome de
“Negligência Médica é Crime”
para conscientizar os caçapavenses
sobre a vergonhosa saúde
pública local.
Maria Angélica, depois que virou secretária, foi a morar em condomínio de luxo

Fotos: C/J
6 - POLÍTICA
SUPERFATURAMENTO
www.correiodovale.net
LEITURA DA ATA Lacedo Mazzão
REVITALIZAÇÃO
Aproveitei o reinado de Momo para saber das “news”
do reinado de Vilela. Foram cinco dias de descanso, digo,
cansaço. Não é fácil correr atrás das revitalizações que o
prefeito imprimiu em Simpaticap. Senão, vejamos.
REVITALIZAÇÃO I
O competente secretário de obras se desincumbiu com
perfeição da tarefa de revitalizar os buracos da cidade.
Depois que ele chegou em Caçapava, não teve pra
ninguém, a cidade tornou-se campeã absoluta na questão
dos buracos. Recentemente, algum funcionário desavisado
tentou acabar com os ditos buraquinhos, mas o sempre
atento secretário não fez por menos. Além de não deixar
que os simpáticos buraquinhos se acabassem, mostrou
toda sua autoridade e criou gigantescas crateras. Boa,
secretário! Isso é que é mostrar autoridade.
REVITALIZAÇÃO II
Vilela é um visionário mesmo. Quando percebeu
que nossas fábricas iriam se mandar para outras bandas,
assumiu a presidência do Consórcio de Desenvolvimento e
Integração do Vale do Paraíba e conseguiu industrializar a
vizinha Jambeiro, que já ultrapassou Caçapava, assim, nós
temos um lugar pertinho pra trabalharmos. Boa, prefeito!
REVITALIZAÇÃO III
Percebendo o imobilismo do secretário de cultura,
que trouxe de fora, Vilela não titubeou. Mandou fazer
um belo carnaval em Jambeiro e centenas de genuínos
foliões caçapavenses foram curtir a festa no pé da
serra. Valeu, Vilela!
REVITALIZAÇÃO IV
A sensibilidade do prefeito emociona a população. Ele
sentiu que Jambeiro não iria conseguir abrigar a todos
os foliões caçapavenses. Não teve dúvidas: mandou o
restante para São Luiz do Paraitinga. Não deu outra,
era caçapavense feliz pra todos os lados. Na “Oswaldo
Cruz” só dava taiada indo pra cidade do Elpídio dos
Santos. Grande Vilela!
REVITALIZAÇÃO V
O prefeito alugou, pelo oitavo ano consecutivo, as
arquibancadas para que a população pudesse assistir
ao desfi le carnavalesco. Que bobagem! Primeiro, a
prefeitura libera uma esmola para cada agremiação e
tem o desplante de chamar de verba. Com essa mixaria
não dá mesmo para se fazer nada, e dá no que dá. Só
conseguiu revitalizar a imaginação dos carnavalescos.
Só com imaginação revitalizada se consegue fazer
alguma coisa aqui. Esse prefeito é demais!
REVITALIZAÇÃO VI
Acho que o prefeito, engenheiro Vilela, deveria
revitalizar seus conhecimentos matemáticos e somar
quanto gastou com o aluguel anual das arquibancadas
e procurar saber o preço de uma para que o município
não precise gastar essa grana indefi nidamente. Só pra
refrescar a memória do prefeito, ele prometeu, em
campanha, fazer uma arquibancada em cima do rio que
passa na avenida Brasil. Fez? Em um muro, ao lado do
escritório do Dr. Brasilino, na Carlos de Moura, havia
um desenho do que seria a tal arquibancada. Fez?
DO MEU ENVELOPE PARDO
“Você já tem uma certa idade e ainda curte
muito o carnaval, parabéns!” Uma garotinha
disse isso ao conhecido Carbé, e arrematou:
“Você é daqueles que ainda usam cueca samba
canção?” Que nada, menina. Uso cueca
conforme a ocasião, hoje estou de “sambaenredo”,
respondeu.
Vale Va do Paraíba, 1 a 29 de fevereiro de 2012
Ex-assessor de Vilela confi rma que houve
favorecimento à Itacolomy em licitação
Em depoimento à CEI, André Luis Frederico afi rma que edital foi elaborado pela empresa vencedora
“O edital de licitação, na modalidade
pregão, para a locação de veículos
pela Prefeitura de Caçapava
foi elaborado pela Itacolomy, vencedora
do processo licitatório”. A
revelação foi feita por André Luis
Frederico -- ex-diretor do transporte
do governo Carlos Antônio Vilela
(PSD) e um dos principais assessores
no primeiro mandato do prefeito
-- em depoimento à CEI (Comissão
Especial de Inquérito) que
investiga o superfaturamento de
preços no contrato entre a prefeitura
e a Itacolomy. O depoimento de
André Frederico aconteceu na sexta-feira,
17.
Edital (ou convite) é o documento
em que a compradora (no caso
a Prefeitura de Caçapava) estabelece
todas as condições da licitação
a ser realizada, descrevendo as características
do bem ou serviço a
ser adquirido.
Segundo André Frederico, o representante
da Itacolomy Administração
de Bens Ltda., o engenheiro
Dagoberto Coelho de Almeida
Santos, tinha livre acesso
ao gabinete de Vilela e às secretárias
antes de acontecer a licitação.
“Muito tempo antes da licitação,
Dagoberto tinha acesso livre
na prefeitura. Ele me confi denciar
que havia estudado com o prefei-
to na faculdade e eram amigos de
anos”.
O ex-diretor disse que, além dos
preços superfaturados, o município
é o responsável pela manutenção
e documentação dos veículos,
obrigações da Itacolomy. Segundo
ele, em setembro de 2008, um mês
depois de formada a guarda municipal,
os gols já estavam com mais
de dez mil quilômetros rodados e
precisavam passar por revisão.
“A prefeitura não tinha crédito e
a concessionária exigiu um fi ador.
A garantia do pagamento foi dada
pelo empresário Adilson Franciscati”.
André Frederico afi rmou que
várias vezes teve que dar deixar
cheques como caução para conseguir
fazer a manutenção dos carros.
“Comecei a desconfi ar que algo estava
errado. A prefeitura locou os
veículos sem capacidade operacional:
existiam 100 motoristas e a
frota passou a ter 200 veículos”. A
falta de capital humano para o uso
dos carros é, segundo ele, outro indício
de que a licitação foi dirigida.
Quando resolveu questionar Vilela
sobre os problemas que poderiam
existir no contrato, André
Frederico disse ter ouvido do prefeito
o seguinte recado: “Não é da
sua conta. Faça o que eu mando ou
perde o emprego”.
André Frederico, ex-homem de confi ança
de Vilela durante depoimento à CEI
Vereadores Arnaldo Neto, Sebastião Lopes e Henrico Rinco investigam o superfaturamento
Servidor diz que
conduziu processo a
pedido do governo
O chefe da sessão do expediente geral e membro
da comissão de licitação, Erdiley Silvestre, disse
que conduziu procedimentos no lugar do pregoeiro
Fernando de Araújo Lemos no processo de licitação
(vencido pela Itacolomy) por ordem do governo municipal.
Ele não conseguiu se lembrar de qual secretária
partiu a determinação. Citou que poderia ser a
de administração ou a de fi nanças.
Silvestre assinou ofício (datado de 16 de julho de
2008) em cima do nome de Fernando de Araújo Lemos.
A assinatura é precedida por p/ (signifi cando
que ele assinou pelo pregoeiro). O documento encaminhava
a minuta do processo à secretaria de justiça
e direitos humanos para verifi cação e apreciação
do edital e seus anexos.
“Pela necessidade de agilizar o processo e na ausência
do pregoeiro, eu assinei no lugar dele para
colaborar com o município”, disse.
Silvestre, servidor de carreira, está afastado da
prefeitura por razões médicas. “Mesmo assim atendi
ao convite da CEI para dar meu testemunho e
cumprir meu dever constitucional de cidadão”, disse
durante o seu depoimento na quinta, 17.
Cunha e Reinalma
fogem da CEI
Os vereadores José Ferreira da Cunha e Reinalma
Montalvão, ambos do PSD, se recusaram a testemunhar
na CEI (Comissão Especial de Inquérito) que investiga o
superfaturamento dos preços da locação dos veículos da
Itacolomy. Eles seriam ouvidos na sexta, 17.
Os dois foram intimados pelo presidente da Comissão,
Sebastião Lopes (PT), por terem aprovado, em 2007, o
projeto de lei que autorizou Vilela a celebrar contratos
de locação de veículos, máquinas e equipamentos rodoviários
com prazo de 60 meses. Logo depois da aprovação,
Vilela nomeou a equipe de apoio e o pregoeiro para
“o exercício das atividades da modalidade de licitação
pregão”, que seria vencido pela Itacolomy em 2008.
Em ofício encaminhado à Comissão, Cunha alegou
discordar da decisão do plenário -- que manteve Henrique
Rinco na CEI em seu lugar – e que não teria “qualquer
conhecimento sobre os fatos objetos da apuração”.
Na parte a manhã, a presidente da Câmara, vereadora
Neide Palmeira (PSD), comunicou aos membros da Comissão
que Reinalma estava internada na Policlin por
motivos de saúde. Não foi apresentado atestado médico
para justifi car o não comparecimento.
Obras - O secretário de obras e serviços municipais,
Clovis Cunha, comunicou à CEI que já tinha compromisso
anteriormente agendado no mesmo dia agendado
para o depoimento.
Conha e Reinalma: Justifi cativas para não ir
Prejuízos de milhões
A CEI investiga os preços superfaturados na locação
de 43 veículos, com promessa de doação ao município
depois do pagamento de 48 parcelas mensais. Cálculos
aproximados revelam que o contrato causou prejuízo de
quase R$ 12 milhões aos cofres públicos.
A Comissão é formada pelos vereadores Sebastião Lopes
(PT), presidente, Henrique Rico (PSDB), relator, e
Arnaldo Neto, membro. Os trabalhos de investigação
deverão ser concluídos até 7 de março.
Outro lado - O governo Vilela e seus aliados se recusam
a dar transparências em seus atos.

Vale do Paraíba, 1 a 29 de fevereiro de 2012
SUPERFATURAMENTO
Crescem os indícios da participação
indevida da Itacolomy nos
assuntos de responsabilidade exclusiva
do governo do prefeito de
Caçapava, Carlos Antônio Vilela
(PSD).
Em depoimento à CEI (Comissão
Especial de Inquérito) que
apura o superfaturamento da locação
de veículos entre a prefeitura e
a empresa para locação de veículos
e maquinários, o chefe da divisão
de transportes, Oswaldo Pessoa,
não soube explicar as suas assinaturas
nos termos de vistorias
dos bens em papéis com o timbre
da Itacolomy e o motivo pelo qual
nas partes superiores das folhas
do atestado de aptidão e capacidade
técnica foram colocados os avisos:
Papel timbrado da prefeitura.
Os vereadores da Comissão suspeitam
que as minutas dos documentos
partiram da empresa e deveriam
ser reescritos em papéis
timbrados da prefeitura.
Os termos estão datados de 2 de
outubro de 2008, enquanto o atestado
é de do dia 3 de outubro do
mesmo ano. Nos primeiros, o nome
de Pessoa aparece logo abaixo
da cidade onde foram assinados:
São Paulo. Já o local da assinatura
do atestado é Caçapava.
Sobre os termos, Pessoa afi rmou
que os papéis tinham o timbre
da Itacolomy porque “os veículos
e maquinários pertenciam à
empresa”.
A respeito do atestado, o chefe
da divisão disse que não “sabia o
que tinha acontecido e não tinha
como responder” porque a advertência
consta na documentação.
“Tudo leva a crer que os documentos
foram redigidos por um
representante da Itacolomy, só que
se esqueceram de fazer a transcrição
em papel timbrado da Prefeitura
de Caçapava”, disse o relator
da Comissão, vereador Henrique
Rinco (PSDB).
Confusão - Atestado de capacidade
técnica consiste na apresenta-
www.correiodovale.net
Foto C/J
P O L Í T I C A
Aumentam suspeitas de ingerência da empresa
Itacolomy no governo do prefeito Vilela
Documentos assinados pelo chefe de divisão de transportes teriam sido elaborados pela empresa que venceu a licitação
CRISE NO EMPREGO
Graúna demite 50% dos funcionários
A Graúna Aerospace demitiu
125 do total de 240 funcionários
em Caçapava. As demissões,
que atingiram cerca de
50% de mão de obra da fábrica,
aconteceram durante o feriado
de Carnaval. Segundo os demitidos,
eles foram comunicados
dos cortes por telegrama.
Na quinta, 23, os trabalhadores
decidiram que só vão deixar
a unidade depois que a empresa
suspender os cortes e iniciar negociações
com representantes
da categoria.
Representantes da Graúna
alegam que foi paralisado o processo
de venda da empresa para
o grupo italiano Magnaghi e
que não existem recursos para
pagar as rescisões trabalhistas
dos demitidos, um total de cerca
de R$ 2 milhões. Os cipeiros
e integrantes de comissão de fábrica,
que têm estabilidade garantida,
foram colocados em licença
remunerada.
A Graúna tem dívidas acumuladas
em cerca CE R$ 35
milhões. Deste total, R$ 18 milhões
são de impostos federais.
Os depósitos de FGTS (Fundo
de Garantia por Tempo de Serviço)
estão atrasados há cinco
anos. O pagamento de salários
Pessoa depondo na CEI não
soube explicar sua assinatura
nos termos de vistoria
ção de documento que comprove
e ateste o fornecimento de materiais
ou os serviços prestados pela
empresa interessada, emitido por
pessoa jurídica, em papel timbrado,
assinado por seu representante
legal, discriminando o teor da
contratação e os dados da empresa
contratada. No caso, o papel usado
deveria ter o timbre ofi cial do mu-
nicípio de Caçapava.
Outra confusão é o conteúdo do
documento assinado por Pessoa:
é uma emissão de termo de recebimento
de 26 veículos e maquinários.
“O Pessoa atestou a qualidade
dos gols fabricados pela
Volkswagen. Ele deve ter capacidade
técnica para isso, já que trabalhou
na empresa”, ironizou um
dos que assistiam ao depoimento.
O TCU (Tribunal de Contas da
União) é claro sobre o recebimento
de compras ou de locação de equipamentos
(em Caçapava o recebimento
é provisório, uma vez que a
“doação” só vai acontecer depois
de pagas as 48 parcelas da locação)
acima de R$ 80 mil dever ser
feito por uma comissão de no mínimo
três membros.
Segundo entendimento do TCU,
“o ato de atestar se concretiza com
a declaração e assinatura do responsável
no verso da nota fi scal/
fatura ou documento equivalente.
A atestação caberá ao servidor do
órgão ou entidade contratante, ou
ao fi scal da obra ou serviços ou a
outra pessoa designada pela administração
para esse fi m”.
As obrigações legais não foram
observadas pelo governo Vilela.
Documentos com timbre da Itacolomy e sem timbre da Prefeietura de Caçapava (em cima) assinados por Pessoa
Trabalhadores há muito se movimentam pela manutenção dos empregos na Graúna
e direitos dos funcionários sempre
sofrem atrasos.
Negociações - “Os trabalhadores
exigem que a empresa abra
negociações. O BNDES, como
acionista da Graúna, terá de tomar
providências imediatas para
acabar com as demissões.
Vamos lutar para garantir todos
os direitos desses trabalhadores”,
disse o diretor do Sindicato
dos Metalúrgicos de São José
dos Campos e Região, Edmir
da Silva.
No telegrama comunicando
as dispensas, a Graúna apenas
informou que os trabalhadores
estavam desligados e que deveriam
aguardar por um contato
até o dia 28. A empresa fornece
peças para a Embraer.
Outro lado - Representantes da
empresa não quiseram comentar
as demissões.
Correio do Vale
- 7
Vilela
prometeu 20
mil empregos
O prefeito Carlos Antônio
Vilela (PSD) fez da geração
de empregos uma das principais
bandeiras na campanha
de sua reeleição.
O então candidato prometeu
criar o distrito industrial
e instalar na cidade o polo
aeroespacial, com a criação
de 20 mil empregos em Caçapava.
A realidade é outra: nos
últimos dois anos, a cidade
perdeu várias empresas e
centenas de postos de trabalhos
foram fechados.
Entre as indústrias que
deixaram a cidade estão a
CVL, Refrex e Tecnoprado.
A coreana Blue Tech já informou
que vai reduzir o número
de trabalhadores.
Outro lado - O governo
Vilela não possui políticas
para geração de emprego
e renda, por isso se recusa
a prestar esclarecimentos
à população.

E S P O R T E S
Rafael Citro
O faixa-preta em jiu-jítsu, Carlos Eduardo Santos,
professor e fundador da academia Lotus Club
Nova York (Estados Unidos) e Lotus Club Cancun
(México), esteve em Caçapava no fi nal do mês de
janeiro participando de um seminário com atletas
da cidade.
www.correiodovale.net
EM BUSCA DO SONHO
Vale do Paraíba, 1 a 29 de fevereiro fever er e ei eiro ro d dde
de e 22012
012
Felipe: Destaque de Caçapava na Copa são Paulo
A Copa São Paulo de Futebol
Junior é considerada uma das
principais competições do futebol
brasileiro. Todos os jovens
atletas, que buscam um lugar na
carreira de jogador profi ssional,
sonham um dia em disputar a
Copinha.
Em 2012, os times da região
se destacaram, principalmente
Taubaté e Primeira Camisa.
Entre os jogadores que defenderam
o time de São José dos
Campos, estava um caçapavense:
Felipe Monteiro de Camargo,
de 16 anos. Ele foi titular do
Primeira Camisa, que chegou
até a fase oitavas-de-fi nal, sendo
eliminado pelo Corinthians,
que foi o grande campeão.
“É uma experiência incrível.
Não tem como falar. Eu sou novo,
nasci em 1995, e disputar
uma competição com jogadores
de 1993/94 é muito bom”.
Felipe começou a jogar futebol
no Clube Recreativo Grêmio
da Nestlé, na categoria
sub9, até chegar ao sub15, quando
foi atuar pelo Primeira Camisa.
“A partir do sub15 eu vim
para o Primeira Camisa e desde
2009 eu estou aqui”, disse Felipe,
que joga como lateral direito.
No entanto, o início da carreira
foi em outra posição, no meio
de campo. “Comecei como volante.
Quase todo mundo que é
lateral foi volante. Cheguei no
Primeira Camisa como volante
e na falta de lateral eu fui jogar
• JIU-JITSU
Após seminário, lutadores da Lotus Club Caçapava conquistaram medalhas na primeira competição do ano.
Faixa preta internacional ministra seminário em Caçapava
“O seminário contou com mais de 60 alunos das
duas unidades, Academia Metal Física e Academia
Bulls, dando início a um ano cheio de novidades
e seminários da Lotus Club Caçapava e para seus
integrantes. E já tem outro marcado para o mês de
março com mais uma fera do jiu-jítsu brasileiro.
nesta posição”. Uma das principais
características apresentadas
por Felipe durante a Copa
São Paulo foi a bola parada, em
cobranças de falta e escanteio.
“Eu estou acostumado a cobrar
falta. Em outros times eu
também batia falta. È mais tranquilo,
já estou acostumado”.
Outra virtude apresentada foi
o apoio ao ataque. “Apoiar eu
aprendi como lateral. Eu marcava
mais, não saia muito para
o ataque.
Agora pela lateral eu posso
sair mais. É mais fácil jogar
pela lateral do que pelo meio”,
completou Felipe.
O caçapavense ainda tem idade
para disputar as duas próximas
edições da Copa São Paulo
Aguardem”, disse o prefessor Allan Pellizzer,
responsável pela duas academias das Lotus Club
em Caçapava.
Já nos mês de fevereiro, os lutadores participaram
do Festival de Verão, em Caraguatatuba, e mais
uma vez conquistaram medalhas para a cidade.
Aos 16 anos, Felipe ainda tem idade para mais duas copas
Divulgação
Rafael Citro