Agroboy e Bicho Grilo - Setor de Ciências Humanas UFPR
Agroboy e Bicho Grilo - Setor de Ciências Humanas UFPR
Agroboy e Bicho Grilo - Setor de Ciências Humanas UFPR
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
coletivas para enfrentar a lógica do mo<strong>de</strong>lo produtivo baseado na agroindústria. Os estudantes <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> alternativa se apóiam nesses preceitos que alvitram um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> agricultura.<br />
É nesse cenário <strong>de</strong> dicotomia que os esforços <strong>de</strong> nossa pesquisa estarão situados, buscando<br />
compreen<strong>de</strong>r quais são os elementos que i<strong>de</strong>ntificam o estudante <strong>de</strong> agronomia; qual a sua<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> profissional, como se reconhece um estudante <strong>de</strong> agronomia e seu perfil <strong>de</strong> formação<br />
para o mercado <strong>de</strong> trabalho. Sem elementos para respon<strong>de</strong>r esses questionamentos, é preciso <strong>de</strong>ixar<br />
claro que a proposta <strong>de</strong>sse artigo se resume em um primeiro mapeamento sobre estudos atinentes a<br />
temática: i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Portanto não discorreremos a respeito do trabalho <strong>de</strong> mestrado em si, <strong>de</strong>vido<br />
ao fato <strong>de</strong> até a atual data não termos trabalhado com a pesquisa <strong>de</strong> campo, momento que só<br />
ocorrerá em 2010. Nessa proposta, estamos comprometidos a compor o pano <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> nossa<br />
análise, que seria a situação do indivíduo na contemporaneida<strong>de</strong>, pano <strong>de</strong> fundo esse fundamental,<br />
no nosso enten<strong>de</strong>r, para qualquer estudo sobre i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s.<br />
Para compor essa proposta, <strong>de</strong>vemos compreen<strong>de</strong>r a contemporaneida<strong>de</strong> como uma<br />
conjuntura na qual se percebe uma tendência homogeneizante em contraposição à diversificação<br />
social, lugar on<strong>de</strong> indivíduos se encontram <strong>de</strong>sprendidos <strong>de</strong> suas raízes, sejam elas territoriais,<br />
sejam <strong>de</strong> valores, e que, por outra via, repõem seus referenciais em preceitos efêmeros ou até mais<br />
radicais. Po<strong>de</strong>mos conceber essa época, então, como um paradoxo. A contradição inerente se<br />
verifica pelo caráter ―racional‖ e técnico espraiados por quase todos os âmbitos da socieda<strong>de</strong>, e,<br />
como contraponto, pelas formas subjetivas <strong>de</strong> resistência a própria mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> que são postas por<br />
diversas novas <strong>de</strong>mandas sociais (formação <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s como reforço <strong>de</strong> valores tradicionais<br />
compõe-se como exemplo <strong>de</strong>ssas novas <strong>de</strong>mandas). É sob esse múltiplo cenário que se quer<br />
enten<strong>de</strong>r as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s dos estudantes universitários.<br />
2. Caracterização da alta mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e feições <strong>de</strong> nosso objeto<br />
2.1 O indivíduo na alta mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong><br />
Antes <strong>de</strong> tratarmos propriamente <strong>de</strong> estudantes universitários como nosso objeto <strong>de</strong> estudo,<br />
<strong>de</strong>vemos concebê-los como indivíduos. E o indivíduo da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> é marcado por diversos<br />
traços em sua composição. Adjetivos que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os preceitos trazidos pela mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> até as<br />
conseqüências <strong>de</strong>la como marca da alta mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, seguindo o conceito <strong>de</strong> Gid<strong>de</strong>ns (1991). O<br />
racionalismo como i<strong>de</strong>al Iluminista e suas interpretações ou aplicações primeiras na socieda<strong>de</strong>, a<br />
burocratização, o esvaziamento <strong>de</strong> sentido, a ―jaula <strong>de</strong> ferro‖ para citar a expressão <strong>de</strong> Weber<br />
(1967) são aspectos da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, e esse projeto crescente é sentido na contemporaneida<strong>de</strong>; mas<br />
o que se faz sentir preeminentemente são suas conseqüências, seus <strong>de</strong>saguares. A tendência<br />
homogeneizante, massificadora da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> não completa seu ciclo. Assistimos a um novo