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Sumário - Biblioteca - IBGE

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Primeira demanda por estatísticas: a conformação da<br />

representação parlamentar (qual o montante da<br />

população?)<br />

Proclamada a Independência, impunha-se consolidá-la, e não se mediram esforços.<br />

No plano interno, houve as lutas de fi xação da unidade territorial, sujeitando as províncias ao<br />

poder imperial centralizado; no plano externo, houve os esforços de obtenção do reconhecimento<br />

diplomático do novo País.<br />

Não havia uma unidade brasileira; a tradição colonial portuguesa não constituíra<br />

um território brasileiro centralizado. Grandes regiões relacionavam-se diretamente com Lisboa;<br />

cidades e vilas (municípios) benefi ciavam-se de autonomias e liberdades, ao arrepio das<br />

vontades dos governadores portugueses; governadores, em geral, não deviam obediência aos<br />

vice-reis, título quase sempre de caráter pessoal.<br />

E não havia na tradição portuguesa uma cultura de monarquia constitucional; ao<br />

contrário, a tradição monárquica portuguesa era autoritária e absolutista. Conformar uma monarquia<br />

constitucional, conforme se pretendia implantar, não era nada simples; faltava prática,<br />

experiência acumulada; nem as experiências estrangeiras, que poderiam ser tomadas como<br />

modelos, não eram de imediata adaptação.<br />

Tudo estava por ser instituído e constituído, crescendo em difi culdade e complexidade,<br />

por estar-se tratando de uma monarquia, onde os símbolos e os protocolos têm muita<br />

importância; formas de tratamento, sistemas de precedência, titulações e comendas, tudo importa<br />

muitíssimo numa monarquia, compondo normas e regras e sendo parte das leis. E mais,<br />

para o bem e para o mal, havia D. Pedro I (1778-1834), de forte e variável personalidade, discursando<br />

o liberalismo, pretendendo o parlamentarismo constitucional, mas, não raro, dando<br />

mostras de autoritarismo.<br />

Assembléia Constituinte do Reino do Brasil<br />

Em dezembro de 1815, D. João (1767-1826), no País desde janeiro de 1808, ainda<br />

príncipe regente, torna o Brasil um Reino Unido a Portugal e Algarve. Em agosto de 1820, no<br />

rastro da Revolução Liberal do Porto, as Cortes se reuniram para deliberar uma constituição<br />

para Portugal. Do total de 181 cadeiras, o Reino do Brasil teria 72, mas, ao terem início as<br />

reuniões, apenas 46 desse total haviam chegado a Portugal (muitos francamente favoráveis à<br />

metrópole). A representação brasileira fi cou defi nida no censo feito na Corte pelo Ouvidor<br />

Joaquim José Queiroz (1774-1850), avô de Eça de Queiroz, naquele mesmo ano (112.695 habitantes:<br />

57 605 livres e 55 090 escravos; em 13 580 fogos, nas 14 freguesias da cidade).

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