Resposta + 2010 - BVS Ministério da Saúde
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Índios Ticuna de Belém do Solimões, onde é realiza<strong>da</strong> a testagem de HIV e sífilis<br />
Cooperação<br />
o projeto de testagem conjunta<br />
HIV/sífilis é pioneiro no Brasil. Ele é<br />
uma iniciativa <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Alfredo<br />
<strong>da</strong> Matta (FUAM), de Manaus, apoia<strong>da</strong><br />
pelo Departamento de DST, Aids e<br />
Hepatites Virais do <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong>.<br />
A implementação bem-sucedi<strong>da</strong>,<br />
apesar dos desafios geográficos e<br />
culturais, deve-se a um minucioso<br />
trabalho de articulação de parcerias<br />
estratégicas envolvi<strong>da</strong>s na ação.<br />
As testagens para HIV em populações<br />
indígenas no país começaram<br />
a ser realiza<strong>da</strong>s em 2006<br />
pelo <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong>. No ano<br />
seguinte, a FUAM recebeu financiamento<br />
de US$ 500 mil <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção<br />
Bill & Melin<strong>da</strong> Gates para aplicação<br />
de testes rápidos de sífilis e, em segui<strong>da</strong>,<br />
começou a estruturar o modelo<br />
de implementação do projeto,<br />
que foi posto em prática a partir de<br />
2009. Antes disso, a fun<strong>da</strong>ção já<br />
havia sido escolhi<strong>da</strong> pela organização<br />
Mundial de <strong>Saúde</strong> (oMS) para<br />
ser um dos sítios de implementação<br />
do projeto de vali<strong>da</strong>ção dos testes.<br />
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“Estudos anteriores já mostravam<br />
alta prevalência de doenças sexualmente<br />
transmissíveis e do HIV no Alto<br />
Solimões, o que fazia <strong>da</strong> região um alvo<br />
prioritário”, explica a diretora-presidente<br />
<strong>da</strong> FUAM, Adele Schwartz Benzaken.<br />
os índices chamaram a atenção do Programa<br />
Conjunto <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s sobre<br />
HIV/Aids (UNAIDS), que também ingressou<br />
em ações conjuntas na região.<br />
A parceria com o governo federal para<br />
a testagem conjunta HIV-sífilis foi sela<strong>da</strong><br />
em 2008. o <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong> é responsável<br />
por destinar os testes rápidos de HIV<br />
ao projeto, via coordenações estaduais de<br />
DST e Aids do Amazonas e de Roraima.<br />
“Decidimos focar as ações do projeto nas<br />
aldeias, pois as populações indígenas ain<strong>da</strong><br />
enfrentam dificul<strong>da</strong>des de acesso aos<br />
serviços de saúde, em particular na região<br />
amazônica, por causa <strong>da</strong>s barreiras geográficas.<br />
Além disso, a intensificação do<br />
contato sexual dessa população com os<br />
não índios amplia as situações de vulnerabili<strong>da</strong>de”,<br />
afirma a diretora do Departamento<br />
de DST, Aids e Hepatites Virais do<br />
<strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong>, Mariângela Simão.<br />
Estruturação<br />
o primeiro passo foi treinar agentes<br />
indígenas de saúde do DSEI Alto Solimões<br />
para o trabalho de prevenção de DST/aids,<br />
enfermeiros e bioquímicos para realizarem<br />
o aconselhamento e a testagem conjunta<br />
de HIV/sífilis. Mais de 400 pessoas foram<br />
treina<strong>da</strong>s. São esses profissionais que<br />
garantem que o trabalho se multiplique.<br />
“Temos muitas dificul<strong>da</strong>des de acesso às<br />
aldeias, caminhamos sob sol forte o dia todo,<br />
muitas vezes em domingos e feriados. Mas<br />
me sinto extremamente realiza<strong>da</strong> com este<br />
trabalho”, afirma a coordenadora técnica do<br />
DSEI Alto Solimões, Alana Macedo Bispo.<br />
Além do DSEI Alto Solimões, o trabalho de<br />
testagem conjunta de HIV e sífilis está sendo<br />
realizado por mais seis DSEI do Amazonas e<br />
dois de Roraima. Já foram realizados 14.980<br />
testes rápidos para sífilis e HIV. o objetivo<br />
é oferecer acesso ao diagnóstico para a<br />
população sexualmente ativa desses nove<br />
distritos - um total de 77.361 índios. o projeto<br />
é considerado um primeiro passo para o<br />
desenvolvimento de ações monitora<strong>da</strong>s,<br />
continua<strong>da</strong>s e sustentáveis na região. “Nosso<br />
principal desafio neste projeto é combinar<br />
ações para diagnóstico e intervenções,<br />
levando em conta as características culturais<br />
de ca<strong>da</strong> povo”, afirma o sociólogo e<br />
responsável pela Uni<strong>da</strong>de de Prevenção do<br />
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais<br />
do <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> <strong>Saúde</strong>, Ivo Brito.