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Resposta + 2010 - BVS Ministério da Saúde

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“To<strong>da</strong> a equipe me fez entender<br />

que a vi<strong>da</strong> continua”<br />

Ana Almei<strong>da</strong>*, soropositiva, sobre a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> atenção<br />

em Curitiba <strong>da</strong><strong>da</strong> por vários profissionais, incluindo médicos,<br />

enfermeiras, dentistas e agentes comunitários de saúde<br />

Marilene Caetano, 41 anos, é atendi<strong>da</strong><br />

pelo programa <strong>Saúde</strong> <strong>da</strong> Família de<br />

Curitiba (PR) há 12 anos, muito antes de<br />

o HIV entrar em sua vi<strong>da</strong>. Dos seus quatro<br />

filhos, duas meninas são acompanha<strong>da</strong>s<br />

na Uni<strong>da</strong>de de <strong>Saúde</strong> Vila Verde desde<br />

o nascimento. Foi lá que ela descobriu,<br />

em 2002, que estava infecta<strong>da</strong> e é lá que<br />

permanece até hoje, mesmo depois que<br />

passou a tomar medicamentos antirretrovirais,<br />

em 2003. Periodicamente, Marilene<br />

também frequenta o serviço especializado<br />

para pacientes com aids, mas não quer<br />

se desligar <strong>da</strong> atenção primária. o vínculo<br />

com os profissionais de saúde <strong>da</strong> sua comuni<strong>da</strong>de<br />

é tão forte que ela considera o<br />

serviço uma extensão de sua casa.<br />

Casos bem sucedidos como o de<br />

Marilene poderiam ser raros, mas na<br />

capital paranaense se tornam ca<strong>da</strong> vez<br />

mais comuns. Isso só foi possível graças<br />

a uma ação inédita no Brasil, que<br />

expandiu o atendimento aos soropositivos<br />

para todos os serviços de atenção<br />

primária <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Atualmente, as 108<br />

uni<strong>da</strong>des básicas de saúde existentes<br />

estão prepara<strong>da</strong>s para diagnosticar,<br />

acolher e acompanhar as pessoas que<br />

vivem com o HIV. Só no momento <strong>da</strong><br />

introdução dos medicamentos antirre-<br />

50<br />

trovirais é que os pacientes são encaminhados<br />

a um dos sete serviços específicos<br />

de Curitiba para tratar a doença.<br />

Além <strong>da</strong> proximi<strong>da</strong>de geográfica (muitos<br />

vão a pé para as consultas), a integrali<strong>da</strong>de<br />

do atendimento é outra grande vantagem<br />

<strong>da</strong> estratégia. “Esses pacientes têm<br />

diversas necessi<strong>da</strong>des de cui<strong>da</strong>do que<br />

não estão necessariamente liga<strong>da</strong>s ao<br />

HIV, como dor de dente, resfriado, depressão”,<br />

explica Raquel Cubas, coordenadora<br />

do Centro de Informação em <strong>Saúde</strong> <strong>da</strong><br />

Secretaria Municipal de <strong>Saúde</strong>. Carolina<br />

Santos*, diagnostica<strong>da</strong> com HIV há 10<br />

anos, confirma o êxito <strong>da</strong> iniciativa. Ela<br />

morava em Cuiabá (MT), onde era trata<strong>da</strong><br />

no serviço especializado. Mudou-se para<br />

É defendi<strong>da</strong> pela Organização<br />

Mundial de <strong>Saúde</strong> como a chave<br />

para uma promoção de saúde de<br />

caráter universal. “É o primeiro nível de<br />

contato dos indivíduos, <strong>da</strong> família e <strong>da</strong><br />

comuni<strong>da</strong>de com o sistema nacional<br />

de saúde, levando a atenção à saúde<br />

o mais próximo possível do local<br />

onde as pessoas vivem e trabalham,<br />

constituindo o primeiro elemento de<br />

um processo de atenção continua<strong>da</strong> à<br />

saúde”. Declaração de Alma-Ata, 1978.<br />

Para Marilene Caetano, que vive com<br />

HIV, o serviço de saúde <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de<br />

é uma extensão de sua própria casa<br />

Curitiba em 2009 e no começo estranhou<br />

a ideia de ser acompanha<strong>da</strong> na atenção<br />

básica, mas hoje reconhece que assim é<br />

bem melhor. “Tenho dor de barriga, como<br />

todo mundo, e aqui é muito mais fácil me<br />

tratar, pois estou perto de casa e cuido de<br />

tudo ao mesmo tempo”, diz.<br />

A abor<strong>da</strong>gem também aju<strong>da</strong> os pacientes<br />

a li<strong>da</strong>r com o estigma e a discriminação<br />

que ain<strong>da</strong> cercam a doença.<br />

Na sala de espera, eles dividem o<br />

mesmo espaço com pessoas que têm<br />

conjuntivite, asma ou dengue, por exemplo.<br />

“Não há rótulos. Isso aumenta a<br />

percepção de que a aids é uma doença<br />

que pode atingir a todos”, esclarece<br />

César Titton, médico <strong>da</strong> família. Para ele,<br />

o maior desafio é vencer o preconceito.<br />

“A dificul<strong>da</strong>de do atendimento [por parte<br />

dos profissionais que não são especialistas]<br />

já foi supera<strong>da</strong>”, garante.<br />

Joel Rocha/SMCS

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