Redações e artigos científicos premiados - CNPq
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3˚ Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero<br />
Categoria Graduado<br />
e de gênero, o que me leva a insistir que políticas de<br />
ações afirmativas se fazem necessárias mais no sentido<br />
de minimizar discriminações por conta de identidades<br />
político-culturais, como o ser mulher, ser negra, ser jovem<br />
ou ser mais velha – não ao azar grupos mais vulneráveis,<br />
ou que vêm se destacando entre os que se encontram em<br />
relações mais precárias de trabalho, no setor informal, no<br />
serviço doméstico, em formas de terceirização, trabalhos<br />
a tempo parcial e domiciliar. (CASTRO, 1999, p. 90).<br />
Mas alguns avanços já começam a mudar a cara desse contexto: o programa “Mulher<br />
Cidadã”, implantado pelo município de Camaçari-BA em 2007, está contribuindo para<br />
progressos da garantia de autonomia financeira das mulheres participantes, através da<br />
superação do quadro de vulnerabilidade social apresentado ao ingresso no programa.<br />
Ressaltamos que o projeto teve a preocupação metodológica de estudar o mercado<br />
econômico local, visando determinar as oficinas de profissionalização.<br />
O projeto traz objetivos de capacitar, valorizar e inserir as mulheres no mercado de<br />
trabalho. Ao total são 194 beneficiárias, que recebem o auxílio mensal de R$ 120,00,<br />
que participam dos cursos durante cinco meses, de segunda a sexta-feira, das 15:00<br />
às 19:00. A programação dos cursos tem como base, assuntos do dia-a-dia: saúde<br />
da mulher, auto-estima, cidadania, culinária, meio ambiente e o Brasil Alfabetizado<br />
(alfabetização de jovens e adultos). Para participar, as candidatas devem ser maiores<br />
de 16 anos e serem beneficiárias do Bolsa Família.<br />
• Considerações Finais<br />
De fato, não podemos contestar, diante de estatísticas apresentadas, que políticas<br />
públicas tipologicamente planejadas pela transferência de renda direta são<br />
instrumentos eficazes na ação de reduzir desigualdades sociais. Entretanto, como<br />
pondera a socióloga Maria Alice Setubal (diretora-presidente do Centro de Estudos<br />
e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária e fundadora e presidente<br />
da Fundação Tide Setubal), precisamos “ir mais além” na formulação de críticas e<br />
análises. Se, de certa forma, os números que indicam que a dupla citada acima foi<br />
responsável pela diminuição em um quarto das posições desiguais na sociedade entre<br />
os beneficiários, precisamos não apenas olhar, mas enxergar os desafios do programa<br />
que aumentam à proporção de sua extensão.<br />
Se, por um lado, a transferência de renda diretamente às<br />
famílias pobres tem se mostrado muito mais eficaz do<br />
que o emprego de mecanismos indiretos de subsídios de<br />
preços, por outro, adotada como medida isolada, quase<br />
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