14.04.2013 Views

forró pé-de-serra: descompasso entre letra e música - Instituto ...

forró pé-de-serra: descompasso entre letra e música - Instituto ...

forró pé-de-serra: descompasso entre letra e música - Instituto ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

“Estu<strong>de</strong>i em Fortaleza e Recife, on<strong>de</strong> moro <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1970. Comecei diversos cursos superiores,<br />

mas só terminei Administração <strong>de</strong> Empresas (ainda assim, por necessida<strong>de</strong> funcional: era<br />

Funcionário do Banco Central e para assumir o posto <strong>de</strong> Inspetor fazia-se necessária a<br />

formação superior). Hoje sou apenas Poeta, graças a Deus, pois me aposentei do serviço<br />

público em 2004. Moro em Jaboatão dos Guararapes, com minha mulher, Dulce, com quem sou<br />

casado há 27 anos e com quem tenho João Paulo e Mariana”<br />

✔ Você é admirador <strong>de</strong> Luiz Gonzaga. Como é essa relação? Você o conheceu pessoalmente? Na<br />

sua opinião, qual a importância <strong>de</strong> Luiz Gonzaga para o <strong>forró</strong>, na atual conjuntura?<br />

“Luiz Gonzaga foi e é a figura mais importante <strong>de</strong> nossa <strong>música</strong> regional. Foi um divisor <strong>de</strong><br />

águas do cancioneiro musical brasileiro e ‘inventor’ <strong>de</strong> muita coisa que hoje se faz pelo<br />

Nor<strong>de</strong>ste e pelo Brasil. Minha relação com ‘seu’ Luiz é <strong>de</strong> profundo respeito e admiração,<br />

apesar <strong>de</strong> não tê-lo conhecido pessoalmente. Ele continua tão importante quanto sempre foi.<br />

Como prova, basta que se ouça a turma jovem, formando bandas <strong>de</strong> <strong>forró</strong>, e incluindo no<br />

repertório canções por ele cantadas há 30, 40 anos atrás. Costumo dizer que estes são os<br />

atuais jardineiros a aguar a semente que um dia Gonzaga plantou lá no Exu; estes mantém<br />

acesa a chama do pavio um dia acendido pelo Rei do Baião.”<br />

✔ Bom, no início Luiz Gonzaga escolheu o baião como gênero musical representante do Nor<strong>de</strong>ste e<br />

o divulgou para os quatro cantos do país e internacionalmente também. Do baião até o <strong>forró</strong> foi um<br />

processo. Hoje se fala mais na dualida<strong>de</strong>: <strong>forró</strong> <strong>pé</strong> <strong>de</strong> <strong>serra</strong> e <strong>forró</strong> eletrônico, esse divulgado<br />

pelas bandas <strong>de</strong> <strong>forró</strong>. Como você vê essa convivência. Qual sua opinião sobre as duas<br />

realida<strong>de</strong>s?<br />

“Eu não rotulo o <strong>forró</strong>. O Forró é o que Luiz Gonzaga fez, o que Maciel Melo, Petrúcio Amorim,<br />

Anchieta Dali fazem. O mais não é <strong>forró</strong>, é qualquer coisa, menos <strong>forró</strong>. A utilização <strong>de</strong>sse<br />

termo por essas Bandas que estão por aí à custa da mídia paga e da inexistência <strong>de</strong> senso<br />

crítico por parte da maioria da população é, na minha opinião, é crime <strong>de</strong> apropriação indébita.<br />

O baião, ‘inventado’ há 60 anos, permanece vivo até hoje. Por quanto tempo viverá essas<br />

bandas? Tenho esperança que o povo, gran<strong>de</strong> juiz <strong>de</strong> tudo no mundo, saiba ao final discernir<br />

56

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!