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Rejeições históricas a intolerância de Calvino

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Seu livro “Sobre os hereges", De herectis an sint persequendi”, foi traduzido<br />

secretamente para o castelhano pelo Espanhol Casiodoro <strong>de</strong> Reina (1520-1594).<br />

.<br />

A tradução da obra <strong>de</strong> Sebastian Castellion, foi mais uma prova que a <strong>intolerância</strong> do<br />

<strong>de</strong>spotismo <strong>de</strong> João <strong>Calvino</strong>, já cheirava mal em sua própria época – sendo tratada<br />

como algo extranho a razão e ao espírito cristão.<br />

.<br />

O que motivou Casiodoro <strong>de</strong> Reina traduzir a obra <strong>de</strong> Castellion, foi o mal estar gerado<br />

pelo o que ele viu em Genebra. Para ele, um disci<strong>de</strong>nte católico convertido, a<strong>de</strong>pto ao<br />

protestantimo, a ação <strong>de</strong> <strong>Calvino</strong>, eliminando Servetuse expulsando os anabatistas,<br />

relembrava a inquisição católica.<br />

.<br />

Reina nutria a mesma inquietação e sentimento <strong>de</strong> repulssa ao calvinismo intolerante<br />

expresso no livro <strong>de</strong> Castelion, e foi por isso que ele o traduziu para a sua lingua nativa.<br />

.<br />

Sentimento como este <strong>de</strong>clarado por Castelion em sua reação contra o assassínio<br />

<strong>de</strong> Servetus: “Matar um homem não é <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r uma doutrina, é matar um homem."<br />

Quando os genebrinos executaram Servetus, não <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram uma doutrina, mataram um<br />

ser humano; não prova a sua fé queimando um homem, como fazendo-se queimar para<br />

ela” - era o mesmo que nutria a mente <strong>de</strong> Reina.<br />

.<br />

O sentimento anti-intolerante, fez com que Casiodoro <strong>de</strong> Reina, além <strong>de</strong> traduzir a obra<br />

<strong>de</strong> Castellion, escrevesse um livro contra a inquisição católica-espanhola. Em seu<br />

livro, “Algumas artes da Santa Inquisição espanhola” adotou o pseudônimo<br />

<strong>de</strong> Reginaldus Gonsalvius Montanus.<br />

.<br />

Tanto Sebastian Castellion, como Casidoro <strong>de</strong> Reina tinham a<strong>de</strong>rido as idéias do<br />

protestantismo.<br />

.<br />

É importan<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar claro, que Casidoro <strong>de</strong> Reina não <strong>de</strong>fendia as idéias <strong>de</strong> Servetus,<br />

pois ele era um trinitariano convicto ao passo que Servetus era unitarista.<br />

.<br />

A a<strong>de</strong>são por parte dos dois contestadores <strong>de</strong> <strong>Calvino</strong> ao protestantismo, é mais uma<br />

prova <strong>de</strong> que a rejeição as práticas impostas pelos calvinistas, era <strong>de</strong> cunho realmente<br />

moral, não política. Realmente tinham como insurportável e entendiam ser anti-cristã, a<br />

prática <strong>de</strong> matar em nome do dogma.<br />

.<br />

É <strong>de</strong> Sebastian Castellion a assertiva que aqueles que matam em nome do dogma,<br />

enganam-se a si mesmos. Os tais são piores do que aqueles na qual <strong>de</strong>sejam converter.<br />

.<br />

A ação <strong>de</strong> Sebastian Castellion, <strong>de</strong> lutar em favor da tolerância repercute até a<br />

contemporâneida<strong>de</strong>. Ele foi relembrado pelo ju<strong>de</strong>u/autríaco Stefan Zweig (1881-<br />

1942). Zweig faleceu no Brasil, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Petrópolis.<br />

Em seu livro “Castellion contra-<strong>Calvino</strong>" – uma consciência contra a violência”,<br />

presta homenagem a Castellion, consi<strong>de</strong>rando-o como um verda<strong>de</strong>iro herói, por lutar<br />

contra a força <strong>de</strong>spótica e dominante, a favor da liberda<strong>de</strong> da consciência - a favor da<br />

liberda<strong>de</strong> pessoal <strong>de</strong> fazer escolhas. Olhando por outro prisma, é uma rejeição a

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