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manifesto ambiental - Escola Secundária Dr. José Afonso

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CONCURSO “FAZ PORTUGAL MELHOR”<br />

Abril 2010<br />

<strong>Escola</strong> <strong>Secundária</strong> <strong>Dr</strong>. <strong>José</strong> <strong>Afonso</strong><br />

Estamos preocupados com o rumo que as nossas zonas húmidas têm levado!<br />

Quem autorizou? Quem fiscaliza?<br />

Estamos preocupados o facto de haver grande probabilidade das nossas águas subterrâneas que se<br />

encontram no aquífero livre estarem poluídas!<br />

E se estiverem, nos locais em que os responsáveis já não existem<br />

quem despolui?<br />

Estamos preocupados com a probabilidade de deixarmos de poder observar algumas aves.<br />

O que acontecerá à Garça-Real e ao Pato-Real, se o pequeno Sapal da<br />

Amora (em frente à Arrentela) desaparecer?<br />

Estamos preocupados com a possibilidade de existir bioacumulação de metais pesados, com origem<br />

nalgumas indústrias destas região.<br />

Como temos a garantia que a nossa saúde não corre perigo?<br />

Quando aceitamos este desafio (participar no concurso “Faz Portugal Melhor”), não tínhamos qualquer<br />

ideia concreta, sobre o modo como podíamos contribuir para a melhoria do nosso País, nem tão pouco<br />

qual a área que seria alvo da nossa intervenção.<br />

Resolvemos partir em busca de problemas pelo Concelho. Decidimos enveredar pelos problemas de<br />

origem <strong>ambiental</strong>. Conseguimos identificar vários, entre os quais: Ausência de tratamento das águas<br />

residuais, áreas húmidas a desaparecer e deposição de hidrocarbonetos em vários locais, para enumerar<br />

as principais.<br />

Resolvemos efectuar uma pesquisa para nos apercebermos das principais consequências e possíveis<br />

medidas para solução dos problemas.<br />

Com este produto final, se conseguirmos sensibilizar a nossa população e alertar as entidades responsáveis<br />

pela resolução dos problemas identificados e pela fiscalização de más práticas consideramos que<br />

demos o nosso contributo para esta nobre causa.<br />

Ah. Para este projecto, contamos com a colaboração de toda a nossa turma.<br />

Seixinhos


O que está a acontecer às zonas húmidas do Seixal?<br />

Durante as saídas de campo<br />

fomos surpreendidos com uma<br />

realidade que nos entristeceu.<br />

Verificamos que numa das zonas<br />

húmidas (de água doce) foi colocado<br />

grande volume de entulho,<br />

noutra a contaminação das suas<br />

águas através de águas residuais<br />

urbanas e noutra a destruição da<br />

sua principal espécie vegetal - os<br />

caniços. Dado que as zonas<br />

húmidas são zonas de elevado<br />

valor ecológico, questionamos<br />

como é que as entidades competentes<br />

fecham os olhos a esta<br />

situação e nada fazem para a<br />

resolver. Será que não detectaram<br />

estas situações ou pura e<br />

simplesmente não as querem<br />

ver?<br />

Passamos a questionar-nos se no<br />

passado a área ocupada com<br />

zonas húmidas não seria maior.<br />

Foi então que nos lembramos de<br />

efectuar uma comparação entre<br />

a carta topográfica à escala 1/25<br />

000 de publicação mais recente<br />

com uma publicada em décadas<br />

passadas. Ficamos surpreendidos<br />

com as diferenças!<br />

Página 2<br />

A importância das zonas húmidas<br />

As zonas húmidas são dos ecossistemas<br />

mais ricos e produtivos do mundo, em termos<br />

de diversidade biológica, possuindo<br />

grandes concentrações de aves aquáticas,<br />

mamíferos, répteis, anfíbios, peixes e invertebrados.<br />

Estes espaços têm associados muitos valores<br />

e funções, tais como o controlo de inundações<br />

(retendo o excesso de água), reposição<br />

de águas subterrâneas, regulação do<br />

ciclo da água, produção de biomassa,<br />

retenção dos sedimentos e nutrientes, mitigação<br />

das alterações climáticas (através da<br />

captura de dióxido de carbono da atmosfera<br />

e a libertação de oxigénio, com a fotossíntese)<br />

e valores culturais, turísticos e<br />

recreativos.<br />

Todas as espécies de anfíbios<br />

que ocorrem no nosso país<br />

necessitam de meios aquáticos<br />

para sobreviverem, dado<br />

que a sua fase larvar se encontra inteiramente<br />

dependente da água. A existência de<br />

pequenas lagoas sem muita profundidade e<br />

com vegetação aquática que assegure<br />

esconderijos é muito importante para os<br />

anfíbios dado que proporcionará a humidade<br />

que eles necessitam e os protegem de<br />

eventuais predadores. Sabemos que este<br />

grupo enfrenta um acentuado declínio.<br />

Mas sabem que conseguimos ouvir, na<br />

lagoa de Paio Pires, o coaxar das Rãs?<br />

Quando se aperceberam da nossa presença<br />

o bonito cântico nupcial deu lugar a um<br />

silêncio arrasador.<br />

Contudo, no nosso concelho verificamos<br />

que estas zonas têm sido alvo de destruição<br />

acentuada por parte do Homem, devido<br />

à pressão urbanística e industrial aqui<br />

existente. Podemos afirmar que o nosso<br />

estuário do Tejo está mais pequeno e que<br />

muitas das lagoas permanentes ou temporárias,<br />

simplesmente desaparecerem. Ah?<br />

Lembram-se do moinho da Raposa? Pois<br />

é! Desapareceu! Mas no seu lugar apareceu<br />

uma via rodoviária!<br />

Para além do estuário do Tejo, zona húmida<br />

principal, conseguimos, ainda localizar<br />

outras zonas que contêm<br />

água doce, e por isso,<br />

podem servir de apoio a<br />

outras espécies. Na figura<br />

seguinte apresentamos a<br />

localização dessas zonas e<br />

as suas principais características.<br />

Na Lagoa de Paio Pires ainda é<br />

possível ouvir o coaxar das rãs!<br />

Diversos detritos<br />

foram encontrados<br />

na Vala que passa ao<br />

lado da lagoa de<br />

Paio Pires, como<br />

garrafas de plástico,<br />

sacos do mesmo<br />

material e também<br />

imenso papel higiénico.<br />

Amostras da<br />

água da lagoa foram<br />

recolhidas e analisadas<br />

de diversas formas.<br />

O cheiro de<br />

todas as amostras<br />

era pútrido e muitas<br />

vezes insuportável.<br />

Testámos o pH de<br />

todas as amostras e<br />

conseguimos entender<br />

que todas as<br />

amostras têm um<br />

valor de pH elevado.


Será que as nossas águas subterrâneas (água que bebemos)<br />

estão naturalmente protegidas?<br />

Por termos constatado a existência<br />

de contaminantes à superfície<br />

com potencial para contaminar<br />

as águas subterrâneas, resolvemos<br />

investigar a constituição do<br />

meio subterrâneo para avaliarmos<br />

a sua vulnerabilidade .<br />

Tentamos obter informação de<br />

furos que já foram executados e<br />

elaboramos perfis baseados no<br />

princípio da correlação estratigráfica.<br />

- A camada mais profunda (4ª camada) é<br />

constituída por marga arenosa intercalada<br />

com grés calcário.<br />

Destas quatro camadas a água subterrânea<br />

encontra-se armazenada nas 1ª, 3ª e<br />

na 4ª camada, dado serem as que apresentam<br />

maiores permeabilidades.<br />

ABRIL DE 2010<br />

Onde identificamos potenciais problemas que podem pôr em perigo as águas<br />

subterrâneas?<br />

Durante as entrevistas que efectuámos, a saída de campo que realizámos e uma pesquisa<br />

bibliográfica na internet constatámos a existência de locais bastante problemáticos<br />

que nos fizeram colocar a hipótese das nossas águas subterrâneas poderem estar<br />

contaminadas nalguns locais, nomeadamente:<br />

- SPEL (Sociedade portuguesa de explosivos);<br />

- Siderurgia Nacional – Grande lagoa onde foram depositados hidrocarbonetos;<br />

- Diversas lagoas, com deposição de resíduos provenientes da indústria naval, em Vale de Milhaços.<br />

Para além das potenciais fontes referidas, verificamos que nas Valas da Zona de Paio Pires e da<br />

Fábrica do Breyner (fábrica abandonada), circulam águas residuais urbanas, que por vezes invadem<br />

os terrenos à volta.<br />

A existência destas potenciais fontes de poluição e de outras não identificadas por nós,<br />

associada à elevada vulnerabilidade à poluição da camada geológica superficial leva<br />

-nos a admitir um elevado risco de poluição do aquífero superficial livre. Dado o exposto<br />

imaginamos que muitos particulares estejam a extrair água poluída.<br />

Onde se encontram alojadas as nos- Como classificamos os nossos aquífesas<br />

águas subterrâneas?<br />

ros?<br />

O meio subterrâneo na zona do Seixal Dos cortes geológicos que nós efectuamos<br />

insere-se na bacia do Tejo-Sado e é consti- no nosso concelho aplicando o principio<br />

tuído por várias camadas de origem sedi- da co-relação estratigráfica verificámos a<br />

mentar. Do topo para a base distinguimos<br />

as seguintes:<br />

existência de várias camadas que podem<br />

armazenar água. A camada superficial<br />

- A camada mais superficial (1ª camada) (constituída por areias) corresponde a um<br />

é constituída por areias finas;<br />

aquífero livre. Por baixo da camada por<br />

- A 2ª camada é constituída por grés argi- grés argilosos existe um aquífero confinado<br />

losos;<br />

– aquífero este onde se encontram as<br />

- A 3ª camada é constituída por grés calcário;<br />

águas exploradas pela câmara municipal<br />

do Seixal que são distribuídas a toda a<br />

população.<br />

Pensamos que o aquífero livre esteja<br />

poluído. E as águas do aquífero<br />

confinado? Será que continuam<br />

protegidas?<br />

In, http://snirh.pt/junior/<br />

In, http://snirh.pt/junior/<br />

Página 3


Bioacumulação—Uma realidade no nosso Estuário!<br />

A bioacumalação tem sido uma<br />

consequência da actual situação da<br />

sociedade industrial que tem afectado<br />

diversas espécies marinhas, rios,<br />

lagos, mares, assim como o próprio<br />

homem.<br />

Milhões de pessoas actualmente não<br />

têm acesso a água potável devido ás<br />

consequências da bioacumulação<br />

esta provocada por derrames, contaminação<br />

de águas, exposição de<br />

químicos a lagos, mares … A biodiversidade<br />

do mundo marinho está<br />

seriamente em risco devido aos<br />

nossos próprios erros centenas de espécies<br />

aquáticas encontram-se em vias de<br />

extinção e outras tantas já desapareceram<br />

completamente.<br />

No seixal a situação é idêntica à do mundo<br />

O que é a bioacumulação?<br />

A bioacumulação é um processo que se<br />

baseia na absorção e na retenção de substâncias<br />

químicas no organismo. A quantidade<br />

de substâncias<br />

acumuladas é maior à<br />

medida que o nível<br />

trófico sobe. A exposição<br />

dos animais aquáticos<br />

a águas contaminadas<br />

por metais pesados<br />

origina a absorção<br />

da dessas substâncias entrando assim nos<br />

seus tecidos, e posteriormente, ao servir de<br />

alimento a seres de um nível trófico mais<br />

elevado, contaminará esse outro organismo,<br />

fazendo com que o contaminante suba<br />

na cadeia alimentar em concentrações<br />

cada vez mais elevadas.<br />

Os efeitos tóxicos de concentrações elevadas<br />

de metais pesados podem ser muito<br />

minimizados se, através de condições<br />

ambientais favoráveis, a sua disponibilidade<br />

para os organismos ficar reduzida. Os metais<br />

pesados podem, por exemplo, permanecer<br />

indisponíveis nos sedimentos através da<br />

absorção com substâncias orgânicas.<br />

O conhecimento dos factores que determinam<br />

as concentrações de metais presentes<br />

nos tecidos das plantas é muito importante<br />

para avaliar a toxidade para as plantas de<br />

solos ou sedimentos contaminados e a consequente<br />

transferência para as cadeias<br />

tróficas. O impacto dos poluentes nos organismos<br />

depende da sua concentração. Uma<br />

concentração externa elevada não conduz<br />

Página 4<br />

O Homem , como pode ocupar um<br />

nível trófico elevado, caso ingira<br />

alimento com substâncias<br />

bioacumuladas, pode ficar com a<br />

sua saúde muito comprometida!<br />

devido à sua actividade industrial de grande risco,<br />

espécies já desapareceram e outras encontram-se<br />

em risco, além disso actividades como á<br />

pesca que têm um papel muito influente na economia<br />

poderá em breve ser apenas história.<br />

A nossa investigação no<br />

terreno<br />

Durante a nossa investigação no terreno, apercebemo-nos<br />

de que, após termos<br />

chegado ao local, as condições do<br />

mesmo não eram de<br />

todo favoráveis.<br />

A Lagoa da Siderurgia<br />

Nacional é uma das,<br />

senão a Lagoa mais<br />

poluída da Europa.<br />

A Lagoa da Siderurgia<br />

apresenta a maior quantidade de<br />

Hidrocarbonetos da Europa, bem<br />

como, provavelmente, um alto teor de<br />

metais pesados. Durante a nossa<br />

saída, observámos que as imediações<br />

da Siderurgia se encontram urbanizadas.<br />

Vários habitantes daquela área, poderão<br />

utilizar águas poluídas para a rega das suas produções<br />

agrícolas, e alguns podem mesmo usá-las<br />

para confeccionar comida. Se admitir-mos que os<br />

necessariamente a concentração interna elevada<br />

dado que a quantidade de metais pesados<br />

tomada pelas plantas depende da sua<br />

disponibilidade e de processos específicos de<br />

tomada.<br />

Os sapais do estuário do Tejo onde foram registados<br />

as concentrações mais elevadas de<br />

metais pesados foram os sapais de Sarilhos<br />

Pequenos, do Rosário, de Paio Pires, Talaminho<br />

e Corroios, situados nas proximidades das fontes<br />

antropogénicas.<br />

Os sedimentos dos sapais, especialmente<br />

os que se encontram junto a grandes<br />

áreas industriais ou urbanas, acumulam<br />

metais pesados. Algumas plantas que<br />

colonizam os sapais são capazes de retirar<br />

O Projecto “Realidade à nossa<br />

Volta, no âmbito do Concurso<br />

“Faz Portugal Melhor”<br />

locais onde foram depositados resíduos não se<br />

encontram impermeabilizados, os contaminantes<br />

facilmente atingirão as águas utilizadas<br />

pelos locais. Uma observação do Google earth<br />

permitiu-nos encontrar a imagem seguinte.<br />

Parece-nos evidente que os poluentes estão a<br />

entra no estuário. De facto<br />

o local circundante da<br />

lagoa, apresenta imensos<br />

vestígios do seu efeito<br />

nefasto. Se houver metais<br />

pesados e condições de<br />

solubilidade, estes facilmente<br />

atingirão o estuário,<br />

que por sua vez contaminam<br />

as plantas circundantes,<br />

estas contaminando os<br />

peixes e os outros organismos<br />

vivos que delas se<br />

alimentam.<br />

No Concelho existem outros locais, onde a<br />

bioacumulação pode ser uma realidade. Nomeadamente<br />

nas imediações das antigas fábricas de<br />

explosivos, na zona de Vale de Milhaços.<br />

Que medidas devem ser tomadas para que este problema seja evitado?<br />

A nossa turma tem vindo, ao<br />

longo do ano, a desenvolver o projecto<br />

“A Realidade à nossa volta”,<br />

no âmbito do concurso “Faz Portugal<br />

Melhor”, com vista a melhorar a<br />

situação ecológica e <strong>ambiental</strong> do<br />

nosso Concelho, e consequentemente,<br />

do nosso País. Desenvolvemos<br />

variadas e numerosas actividades<br />

que têm como objectivo a sensibilização<br />

das pessoas para a realidade<br />

à nossa volta. Este artigo foi<br />

baseado nos dados por nós recolhidos.<br />

os metais pesados do ambiente sedimentar<br />

contaminado, acumulando-os nos tecidos das<br />

suas raízes, caules e folhas, impedindo dessa<br />

forma que os seres vivos que se encontram nos<br />

solas absorvam os metais pesados.<br />

Após os metais pesados terem sido retirados<br />

pelas plantas, o seu destino no interior da planta<br />

depende da mobilidade do metal e da sua<br />

afinidade para os diferentes componentes celulares<br />

e da capacidade de compartimentação<br />

da planta.<br />

Uma maneira fácil de resolver o problema da<br />

bioacumulação é preservar as plantas que se<br />

encontram nos sapais.<br />

TÍTULO DO BOLETIM


Eutrofização no Seixal?<br />

A entrada de nutrientes orgânicos<br />

nalgumas zonas húmidas, onde os<br />

ciclos de marés não efectuam a<br />

renovação das mesmas do Concelho<br />

poderá ter como consequência<br />

uma eutrofização das águas.<br />

O que é a eutrofização?<br />

Eutrofização é um processo pelo<br />

qual as águas de um rio ou lago<br />

ficam enriquecidas em nutrientes<br />

(minerais e orgânicos) originando<br />

um excesso de vida vegetal que<br />

dificulta e elimina a vida animal por<br />

falta de oxigénio, também reduz o<br />

valor estético e recreativo dos<br />

lagos e albufeiras. Mais detalhadamente,<br />

a eutrofização divide-se em<br />

várias fases: Num primeiro<br />

momento, forma-se um “tapete de<br />

seres vegetais” que bloqueiam a<br />

passagem da luz, impossibilitando<br />

Na nossa investigação constatámos que<br />

nos rios Coina e Judeu se verifica um fenómeno<br />

semelhante à eutrofização, pois<br />

existe o mesmo excesso de nutrientes e de<br />

algas, sendo a única diferença o facto de<br />

haver renovação de águas devido ao ciclo<br />

de marés, em que a água tem hipótese de<br />

ser renovada.<br />

A partir das nossas entrevistas constatámos<br />

que a partir duma determinada altura,<br />

coincidente com o aumento da pressão<br />

urbanística, começou a aparecer um manto<br />

de algas verdes, bem visível na zona entre<br />

marés, nos rios Coina e Judeu. ,<br />

VOLUME 1, EDIÇÃO 1<br />

a formação de oxigénio. A morte dos<br />

seres fotossintéticos vai obrigar a um<br />

gasto de oxigénio enorme por parte<br />

dos decompositores, ficando as águas<br />

pobres deste gás essencial. Todos os<br />

Ou seja, passou a ocorrer um fenómeno<br />

semelhante à eutrofização nestes dois rios,<br />

contudo há espécies que tiraram partido<br />

desta realidade, outras que devem ter<br />

desaparecido.<br />

Ficamos surpreendidos quando nos deparamos<br />

com a libertação de grande volume<br />

de águas residuais no estuário próximo da<br />

fábrica do Breyner. Ficamos, também<br />

surpreendidos por encontramos vestígios<br />

de águas residuais nos terrenos<br />

circundantes da conduto que<br />

passa em Paio Pires, provocando<br />

restantes seres vivos que necessitam<br />

deste gás vital, acabarão por perecer.<br />

Distinguem-se dois tipos de eutrofização:<br />

a eutrofização natural que<br />

ocorre ao longo de grandes períodos<br />

de tempo, como parte do processo de<br />

sucessão ecológica que se<br />

verifica durante a evolução dos<br />

ecossistemas e a eutrofização<br />

Cultural – resulta de actividades<br />

humanas (origem antrópica)<br />

e verifica-se junto a zonas<br />

urbanas ou agrícolas. Os<br />

nutrientes que atingem as<br />

zonas húmidas são principalmente<br />

nitratos e fosfatos com<br />

origem na agricultura e na<br />

pecuária e na erosão do solo e<br />

nas águas residuais que se<br />

encontram enriquecidas com<br />

matéria orgânica.<br />

O que constatámos com a nossa investigação no terreno?<br />

Medidas que podem ser tomadas para que o<br />

problema da eutrofização possa ser evitado?<br />

Zona entre marés do esteiro do Rio Judeu, enriquecida com algas<br />

• Identificação das principais fontes de eutrofização, com destaque para<br />

as do dia-a-dia;<br />

• Implementação dos processos de tratamento<br />

das águas residuais, que permitam recolher a maioria<br />

dos nutrientes, evitando a eutrofização a jusante do<br />

ponto de descarga;<br />

• Introdução de oxigénio, através de uma rede de<br />

tubos plásticos numa massa de água que se<br />

pretende tratar. Tal permite obter uma decomposição<br />

mais rápida dos detritos acumulados, melhorando a<br />

qualidade da água e fomentando o regresso das<br />

plantas aquáticas e das algas. Contudo é um sistema<br />

dispendioso e de difícil funcionamento.<br />

• Remoção das plantas arrancadas devido ao<br />

rolamento dos sedimentos ao longo do leito do rio, e que ficaram à<br />

superfície. É necessário retirá-las, com o auxílio de redes, para não<br />

obstruírem a passagem da luz solar. No que respeita ao plâncton não é<br />

possível recorrer a tal método, uma vez que rapidamente obstrui as redes e<br />

os filtros, impedindo a passagem de água.<br />

a contaminação duma lagoa de elevada<br />

importância ecológica.<br />

É necessário tomar medidas rigorosas e urgentes<br />

para combater estes fenómenos negativos no nosso<br />

Concelho. Por exemplo:<br />

Quando entrará em funcionamento a ETAR do Seixal,<br />

para que as águas residuais possam ser tratadas?<br />

Será que está bem dimensionada?<br />

Será que o diâmetro das condutas é adequado que<br />

transportam as águas residuais é o adequado? Não<br />

nos parece, pois se fosse esse o caso não teríamos<br />

encontrado vestígios de papel higiénico nas zonas<br />

circundantes!, na nossa saída de<br />

campo.<br />

Conduta mal dimensionada, na zona de Paio Pires e saída de esgotos directamente<br />

para o estuário, na zona da fábrica do Breyner<br />

Página 5


Aves em perigo?<br />

Apesar de já termos ouvido falar na riqueza ornitológica das proximidades da nossa <strong>Escola</strong>, ainda mão<br />

tínhamos despertado para a tomada de consciência de tão elevada diversidade. Fomos presenteados<br />

com a visão de aves como: Alfaiate, Garça-real, Perna-vermelha, Gaivota-de-asa-escura, Perna-longa e<br />

Corvos.<br />

Das aves que observamos algumas constam do livro vermelho que se encontra on-line no Site do ICNB.<br />

Ficamos preocupados e é nossa intenção alertar que ainda podemos observar com facilidade essas aves e<br />

que temos de preservar as condições que elas necessitam para não ficarem ameaçadas.<br />

Dos locais que percorremos os que mais nos surpreenderam foram , a vala junto à fábrica do Breyner, o<br />

Sapal da Azinheira junto ao Centro de Estágio do Benfica e o esteiro do Rio Judeu. O primeiro local devido<br />

à belíssima colónia de garças-brancas que lá encontramos. Mas até quando? E se urbanizarem essa zona?<br />

No segundo e terceiro locais devido à elevado diversidade de aves que lá observamos. Contudo ouvimos<br />

uns boatos: ouvimos dizer que pretendem destruir o pequeno sapal, na zona da Amora (frente à Arrentela).<br />

Se isso acontecer, o que acontecerá às garças-reais e patos-reais, entre outros, que necessitam desse<br />

biótipo? Será que o objectivo é espantar esta<br />

impressionante riqueza que temos aqui, mesmo ao lado?<br />

Grande concentração de Gaivotas-de-asa-escura<br />

Gaivota-de-asa-escura no esteiro do Rio Judeu.<br />

Reflexões finais!<br />

Colónia de garça-branca, próximo da fábrica do Breyner<br />

Corvo-Marinho em cima do Moínho de Maré.<br />

O mundo não é nosso, se as gerações anteriores não criassem problemas, as<br />

gerações actuais, todas as crianças e jovens, não necessitariam de carregar o<br />

fardo deixado pelos seus antepassados que não têm em consideração os<br />

problemas e os esforços que a nossa geração tem de enfrentar, estragando e<br />

esbanjando o progresso que se tenta fazer. Todos os seres vivos devem ser<br />

tomados em consideração.<br />

Esta frase reflecte os esforços aplicados neste projecto, que devem de ser tomados<br />

em conta. A Poluição já chegou a níveis críticos, trazendo consequências que as<br />

futuras gerações terão de solucionar.<br />

Desaparecimento das zonas húmidas, contaminação das águas subterrâneas,<br />

problemas de eutrofização e bioacumulação, destruição de habitats, entre outros,<br />

são uma realidade no nosso concelho. Mas … O que está sendo feito a nível da<br />

monitorização, fiscalização, reabilitação?<br />

Ficha Técnica:<br />

Elaboração: Equipa Seixinhos, com<br />

colaboração dos restantes alunos da turma<br />

C do 8º ano.<br />

Projecto: A realidade à nossa Volta.<br />

Coordenação: Prof. Elsa Teixeira

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