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Ano 2 ‐ Edição 2 ‐ Março 2011<br />

Bons ventos para a matriz<br />

energética brasileira Página 36<br />

AS ENCHENTES URBANAS<br />

E O PLANEJAMENTO<br />

MUNICIPAL<br />

Pág.12<br />

Leia Mais<br />

A ENGENHARIA<br />

MINEIRA E<br />

O PNLT<br />

Projeto inovador Cengefer’’ Pág. 41<br />

Pág. 32<br />

IMPRESSO ESPECIAL<br />

999 122 55 307- DR/MG<br />

SOC. MINEIRA DE ENGENHEIROS<br />

CORREIOS<br />

DEVOLUÇÃO<br />

GARANTIDA<br />

CORREIOS<br />

IMPRESSO FECHADO PODE SER ABERTO PELOS ECT<br />

ENERGIA EM MINAS<br />

Um panorama da energia<br />

em Minas<br />

Pág. 22


Editorial | Palavra do Presidente<br />

HORA DA ENGENHARIA<br />

Em inúmeras reuniões, vários encontros, contato<br />

pessoal, surge sempre como tema e preocupação principal,<br />

a importância da engenharia e seu ensino. O Brasil está acostumado,<br />

na maioria das vezes, às soluções precipitadas,<br />

cobra-se um planejamento adequado e a necessária colaboração<br />

de quem é capaz de proporcionar o alinhamento das<br />

ideias e ações prioritárias. Sente-se o dilema de como enfrentar<br />

o desenvolvimento nacional sem a indispensável<br />

qualificação dos profissionais<br />

requisitados, face ao abandono cercando sua<br />

formação.<br />

Coloca-se em foco o ensino da engenharia,<br />

vítima de um processo de deterioração<br />

por vários fatores conjugados, entre<br />

eles, o desequilíbrio de uma formação inicial<br />

das mentes infantis, no ensino primário, em<br />

que os professores no mais das vezes, mal<br />

pagos e mal preparados se debatem com a<br />

falta de normas e orientações pedagógicas a<br />

preparar uma base suficiente ao avanço no<br />

terreno do conhecimento em crescente multidão<br />

de crianças. Desta forma, vinda dos cursos<br />

secundários com as mesmas distorções, as<br />

universidades recebem uma juventude desconectada, sem os<br />

alicerces próprios à construção do saber aplicável ao processo<br />

desenvolvimentista. Arriscam aí a sua estabilidade e<br />

conceito, obrigando as empresas a se transformarem em centros<br />

de adequação e preparo dos neos-engenheiros que<br />

preencherão o plantel de colaboradores. Infelizmente, no<br />

Brasil, pela ineficiência do poder público, a educação brasileira<br />

abandonou muitas vezes a missão pelo negócio e o<br />

lucro suplantou o aluno como objetivo final.<br />

Outrossim, profissionais altamente qualificados se<br />

afastam dos seus postos de anos de luta, seja em órgãos públicos<br />

ou nas empresas privadas, onde não se proporcionam<br />

oportunidades ou atrativos de transferir sua experiência aos<br />

que estão chegando, muitas vezes inabilitados a uma sequência<br />

lógica de sucessão na linha de frente das expansões e investimentos<br />

a que o Brasil não pode se furtar. Ressalto ainda,<br />

o perigo de nos sujeitarmos às tecnologias impostas por países<br />

que seriamente cuidam de formar seus jovens e amparar<br />

decisivamente a carreira daqueles que contribuíram para sua<br />

liderança na comunidade das nações.<br />

Na busca voraz de atender às oportunidades de trabalho, caminha-se<br />

para uma formação profissional quase, diríamos, "a<br />

toque de caixa", encurtando os cursos e matérias para mais<br />

rapidamente abastecer o mercado. Desdobra-se a engenharia<br />

em novas denominações buscando a figura do tecnólogo,<br />

ignorando muitas vezes a necessidade de uma base sólida em<br />

disciplinas aparentemente deslocadas destas titulações, mas<br />

Márcio Damazio Trindade<br />

Presidente da <strong>SME</strong><br />

de importância crucial a uma visão holística que todo engenheiro<br />

deve ter da amplidão que o seu saber proporciona à<br />

mente inquiridora.<br />

De qualquer forma, o avanço exponencial da tecnologia<br />

não nos permite ficarmos presos aos padrões do passado,<br />

exige inovação e criatividade para alcançarmos<br />

métodos de aprendizado mais eficazes aos<br />

tempos de hoje. A engenharia é movimento e<br />

renovação permanente, lançados a partir de<br />

conceitos e predicados fundamentais que não<br />

se podem ignorar.<br />

Inúmeros são os desafios que se apresentam<br />

à sociedade brasileira, ou melhor, são sempre<br />

os mesmos desafios, mas com novas<br />

roupagens, e vez ou outra, açulados na execução<br />

por eventos a satisfazerem nossas vaidades<br />

de nos equipararmos aos melhores do<br />

mundo.<br />

Eis que agora, o sediar uma Copa e uma<br />

Olimpíada provoca um rebuliço financeiro e<br />

especulativo em torno de obras que já deveriam<br />

existir, e se, necessário, alguns ajustes para receber este<br />

tipo de evento. Hoje tudo gira em torno destes projetos que<br />

não se sabe se ficarão prontos, se serão objetos de acabamentos<br />

apressados, o importante é que somos o país da<br />

Copa de 2014 para orgulho nacional e fama de um futebol<br />

que anda perdendo o seu antigo fulgor.<br />

Mas seja como for, se preparamos o Brasil para o<br />

futuro ou para a Copa, uma verdade se impõe: a necessidade<br />

de engenheiros e mão de obra auxiliar especializada para resolver<br />

os inúmeros problemas das obras e de uma carência<br />

quase absoluta de infraestrutura. Somos um país que forma<br />

cerca de 30 mil engenheiros por ano, enquanto necessitaríamos<br />

de 65 mil, mesmo assim permanecendo atrás de uma<br />

Coréia com 80 mil formandos e que não tem nossa extensão<br />

territorial, para não falar da China, que ultrapassa os 300 mil.<br />

Necessitamos com urgência rever nossas escolas,<br />

desde o primário, recebendo a prioridade nesta terra tão<br />

necessitada de conhecimento aplicado, onde falar de ciência<br />

e tecnologia e de pesquisa e inovação, é como pregar<br />

no deserto, tão tímidas são nossas reações à solução desejada<br />

para ancorar o desenvolvimento industrial, a explosão<br />

de patentes, a exploração nativa de nossas riquezas e<br />

sua transformação em solo pátrio, tudo aquilo que o bem<br />

estar da sociedade pede e espera. A presença do engenheiro<br />

em todas as áreas e atividades é ponto de partida<br />

obrigatório. É hora de fortalecer e renovar o ensino da<br />

engenharia brasileira.<br />

3


4<br />

PRESIDENTE<br />

Márcio Damazio Trindade<br />

VICE - PRESIDENTES<br />

Ailton Ricaldoni Lobo<br />

Carlos Eduardo Orsini Nunes de Lima<br />

Décio Vaz de Mello Silveira<br />

Délcio Antônio Duarte<br />

José Ciro Mota<br />

DIRETORES<br />

Alexandre Rocha Resende<br />

Enil Almeida Bréscia<br />

Ildeu Olyntho de Freitas<br />

José Henrique Diniz<br />

José Nelson de Almeida Machado<br />

Márcio Moreira<br />

Nelson Fonseca Leite<br />

Reynaldo Arthur Ramos Ferreira<br />

Sérgio Menin Teixeira de Souza<br />

Wilson Pereira de Almeida<br />

CONSELHO DELIBERATIVO<br />

Felix Ricardo Gonçalves Moutinho<br />

Fernando Henrique Shüffner Neto<br />

Guy Maria Villela Pascoal<br />

Ivan Ribeiro de Oliveira<br />

João Bosco Silva<br />

João Ricardo Barusso Lafraia<br />

José Luiz Gattás Hallak<br />

Marcos Villela Sant'Anna<br />

Marcus Rocha Duarte<br />

Olavo Machado Júnior<br />

Paulo Safady Simão<br />

Ricardo Vinhas Corrêa da Silva<br />

Shelley de Souza Carneiro<br />

Tárcio Primo Belém Barbosa<br />

Teodomiro Diniz Camargos<br />

CONSELHO FISCAL<br />

Ítalo Aurélio Gaetani<br />

José Carlos Lisboa de Oliveira<br />

Marcos de Vasconcelos Bastos<br />

Werner Cançado Rohlfs<br />

Coordenadora Editorial<br />

Alessandra Sardinha<br />

altexa78@hotmail.com<br />

Projeto Gráfico<br />

Direção de Arte<br />

Blog Comunicação e Consultoria<br />

Marcelo Fernandes Távora<br />

Bento Simão 518 - Sao bento -BH/MG<br />

(31) 3309 <strong>10</strong>36 - 9133 8590<br />

tavora007@hotmail.com<br />

Jornalista Resposnável<br />

Alessandra Sardinha<br />

RJP/MG 9.268<br />

Tiragem<br />

6 mil exemplares<br />

Distribuição Gratuita<br />

Via Correios<br />

Publicação<br />

<strong>SME</strong> - Sociedade Mineira de Engenheiros<br />

Av. Álvares Cabral, 1600 3ºandar<br />

Santo Agostinho BH/MG - CEP:30170-001<br />

Tel. (31) 3292-3962


Educação e<br />

inovação<br />

para todos<br />

Minas e<br />

Energia<br />

8<br />

Enchentes e<br />

Planejamento<br />

Urbano<br />

12<br />

A inovação<br />

vai inovar<br />

no Brasil?<br />

16<br />

A Engenharia<br />

Mineira e o<br />

PNLT<br />

22<br />

32<br />

52<br />

ÍNDICE<br />

Reportagem<br />

da capa<br />

36<br />

41<br />

46<br />

50<br />

Centro de<br />

referência e excelência<br />

em Engenharia<br />

Ferroviária - Cengefer’’<br />

Chuveiro<br />

o vilão da<br />

energia<br />

Engenheiro<br />

do ano<br />

Revitalização<br />

do Instituto<br />

de Pesquisa<br />

5


6<br />

ART | A Responsabilidade Civil do Engenheiro<br />

ART-0086<br />

Por Patrícia Fernandes<br />

De acordo com a Lei Federal 6496 de<br />

07 de dezembro de 1977, todo contrato para<br />

prestação de serviços por engenheiro, agrônomo,<br />

geógrafo e meteorologista, seja ele profissional<br />

autônomo ou com vínculo<br />

empregatício, está sujeito à Anotação de Responsabilidade<br />

Técnica - ART.<br />

O documento deve ser preenchido e assinado<br />

pelo profissional e pelo seu contratante,<br />

para registro no Conselho Regional de Engenharia,<br />

Agronomia - CREA da região onde os serviços<br />

serão executados.<br />

Além de ser uma necessidade legal, o<br />

profissional, ao registrar os projetos de sua autoria<br />

no CREA ao longo da carreira, forma um<br />

acervo técnico de propriedade legal, reconhecido<br />

pelas empresas na análise de seu currículo.<br />

Parte da taxa recolhida para o registro<br />

da ART é destinada à entidade de classe escolhida<br />

por opção do profissional, para aplicação em projetos<br />

de valorização da profissão e do profissional<br />

e de outras atividades associadas às suas<br />

atividades. O formulário para preenchimento dos<br />

dados está disponível no site do CREA-MG, mas<br />

o registro pode ser feito pela internet.<br />

LEMBRE-SE!<br />

Ao preencher o campo<br />

“entidade de classe” na ART,<br />

escolha a <strong>SME</strong> através do código<br />

0086. Assim, você ajuda<br />

a <strong>SME</strong> a representar a engenharia<br />

e oferecer os melhores<br />

cursos, serviços, convênios e<br />

produtos para você.


8<br />

EDUCAÇÃO | Qualificação<br />

Educação e inovação para todos<br />

Por Ronaldo Gusmão<br />

O discurso da inovação está em todos os lugares: nos governos<br />

estaduais recém-empossados, em vários ministérios<br />

do governo federal, na Confederação Nacional das Indústrias<br />

(CNI) e nas federações estaduais. Mas por que esse<br />

discurso, ou melhor, as práticas inovadoras, não mobilizam<br />

os profissionais da educação e suas instituições?<br />

Países desenvolvidos que já deram um salto educacional, têm<br />

incentivado a criatividade e incrementado a capacidade de<br />

inovar de seus estudantes e professores. Isso acontece porque<br />

tais nações já perceberam que estamos em uma sociedade<br />

do conhecimento, na qual a informação é matéria-prima<br />

abundante que precisa ser transformada pela criatividade e<br />

pelo espírito inovador em serviços e produtos.<br />

No último Programa Internacional de Avaliação de Aluno<br />

(PISA) – que mede a capacidade de leitura e o aprendizado<br />

de estudantes de 15 anos de idade, sobre matemática e<br />

ciências de 65 países – o Brasil ocupou a vergonhosa 53º<br />

posição.<br />

Numa tentativa de melhorar a educação no país, o Governo<br />

Federal encaminhou para aprovação do Congresso o Plano<br />

Nacional de Educação para os próximos <strong>10</strong> anos. Este plano<br />

pretende fixar o investimento na área em 7% do PIB, dois<br />

pontos percentuais acima do praticado atualmente.<br />

O aumento é necessário. Sem educação não há mão de<br />

obra qualificada, sem qualificação não há melhores salários.<br />

Ou seja, sem educação e qualificação continuaremos com<br />

sérios problemas de distribuição de renda no país.<br />

O problema vai além, e é cíclico. Sem educação e qualificação<br />

estamos, ainda, fadados a inovar cada vez menos, mo-


site revista exame<br />

Escola estadual Osório de Moraes, em Minas Gerais: exemplo de qualidade de<br />

ensino para o Brasil, que ainda está longe dos melhores do mundo<br />

vimento que reduz a competitividade<br />

nacional. Como consequência, os salários<br />

diminuem e cresce a má distribuição<br />

da renda. Voltamos, portanto, ao<br />

início da questão.<br />

A pesquisa de Inovação Tecnológica<br />

(Pintec), realizada pelo IBGE (Instituto<br />

Brasileiro de Geografia e Estatística)<br />

e divulgada recentemente,<br />

mostrou que das <strong>10</strong>6,8 mil empresas<br />

pesquisadas, 41,3 mil implementaram<br />

um produto e/ou processo novo<br />

entre 2006 e 2008. O percentual de empresas que<br />

investem vem caindo ao longo das quatro edições: de<br />

1988 a 2000, <strong>10</strong>,29%; de 2001 a 2003, 5,8%; de 2003<br />

a 2005, 5,5%, e de 2005 a 2008, 4,2%.<br />

A falta de mão de obra qualificada para inovação é, certamente,<br />

um dos motivos da queda. Dos 73,265 mil profissionais<br />

que integravam o quadro das empresas que<br />

participaram da pesquisa, apenas <strong>10</strong>,292 mil eram pósgraduados<br />

e 35,051 mil graduados.<br />

As empresas de TI que vangloriam altos investimentos no<br />

desenvolvimento de tecnologia de ponta, seguem na mesma<br />

linha. Das 2,514 mil corporações que participaram da pesquisa,<br />

apenas 328 destinaram recursos a P&D, área que emprega<br />

somente 3,367 mil profissionais de um universo de<br />

201 mil pessoas. Quando o assunto é qualificação, o problema<br />

fica mais evidente: menos de <strong>10</strong>% dos empregados<br />

que implementaram inovação, possuem pós-graduação.<br />

Em contrapartida, a produção científica nacional,<br />

medida pelo número de publicações científicas e<br />

elaborada pela SCImago Jorunal & Country Rank,<br />

cresceu nos últimos anos. O Brasil já é o 14º no<br />

ranking mundial.<br />

A posição é bastante positiva quando analisada isoladamente.Porém,<br />

é insuficiente quando pensamos que atualmente<br />

somos a oitava economia do mundo.<br />

O mesmo acontece com a quantidade de patentes registradas<br />

no país. De acordo com o Instituto Nacional de<br />

Propriedade Intelectual (Inpi), o número de patentes brasileiras<br />

cresceu 75% entre 2005 e 2009, saltando de 9,643<br />

mil para 16,878 mil. Entretanto, quando confrontados com<br />

outros países, os dados perdem o brilho. No mesmo período,<br />

a China requereu 300 mil patentes, enquanto os Estados<br />

Unidos chegaram próximos de 480 mil. Embora os<br />

números sejam positivos, os asiáticos não estão satisfeitos.<br />

Até 2015, a China tem como objetivo requerer 1 milhão<br />

de patentes ao ano.<br />

Se a indústria brasileira já sofre com a ameaça dos produtos<br />

chineses, imagine como será no futuro. Imaginou?<br />

Ótimo, agora, aja. Faça hoje, o necessário para evitar os<br />

males de amanhã.<br />

É necessário investir hoje, em qualificação de mão de obra,<br />

principalmente no que diz respeito à gestão da inovação.<br />

O brasileiro é um povo criativo, possui garra. Falta, porém,<br />

conhecimento para transformar as ideias em projetos que<br />

tragam resultados concretos. Educação e inovação para<br />

todos, dos estudantes aos professores, dos empresários aos<br />

políticos.<br />

Leandro Bifano<br />

Ronaldo Gusmão é<br />

presidente do Ietec e<br />

coordenador-geral da<br />

Conferência<br />

Latino-Americana<br />

sobre Sustentabilidade<br />

(Ecolatina)<br />

9


<strong>10</strong><br />

PLANEJAMENTO URBANO | Integração<br />

Articulador da<br />

consciência coletiva<br />

Por Teodomiro Diniz Camargo - Instituto Horizontes<br />

Criado em abril de 2000, o<br />

Instituto Horizontes é uma organização<br />

da Sociedade Civil de Interesse<br />

Público (Oscip), sem fins lucrativos,<br />

formada por voluntários, entre profissionais<br />

liberais, empresários, intelectuais<br />

e pessoas de diversos segmentos<br />

da sociedade, que têm procurado oferecer<br />

sua contribuição ao desenvolvimento<br />

planejado e sustentável da<br />

metrópole.<br />

Sempre que nos perguntam<br />

o que o Instituto “faz de concreto”,<br />

costumo responder que a principal<br />

função do IH tem sido a de ‘articulador<br />

da consciência coletiva’, buscando<br />

motivar, provocar e induzir<br />

pessoas, entidades, empresas e autoridades<br />

a se movimentarem, a agirem<br />

em favor da melhoria das condições<br />

de vida em nossa cidade e nas que a<br />

cercam.<br />

Isto não significa que o Instituto<br />

tenha uma atitude passiva, de distanciamento<br />

dos problemas. Ao<br />

contrário, a história de pouco mais de<br />

dez anos da entidade mostra que ela<br />

teve – e continua tendo – iniciativas<br />

relevantes para a área metropolitana<br />

de Belo Horizonte, sempre em parcerias<br />

produtivas.<br />

Nosso trabalho começou,<br />

por exemplo, com a elaboração de um<br />

Diagnóstico da Grande BH, documento<br />

que é ainda hoje, possivelmente,<br />

o mais completo acervo de<br />

dados sobre a região e que tem servido<br />

de base a outros estudos e pro-<br />

jetos. Depois, o IH desenvolveu, por<br />

demanda do governo estadual, um<br />

alentado Plano de Ações Imediatas<br />

(PAI) para o Vetor Norte, que orientou<br />

decisões já implementadas ou em<br />

implementação, relacionadas com o<br />

crescimento daquela região, a partir<br />

da construção da Cidade Administrativa<br />

e da Linha Verde.<br />

Mais recentemente, o Instituto<br />

fez estudo similar para o Vetor Sul,<br />

o Plano de Ações Estratégicas, em parceria<br />

com o empresariado daquela região,<br />

que deu origem a uma série de<br />

iniciativas para ordenar o crescimento<br />

sustentável da área, minimizando os<br />

efeitos indesejáveis, envolvendo o próprio<br />

empresariado, o Ministério Público,<br />

autoridades estaduais e municipais.


Vale lembrar, também, que<br />

partiu do Instituto, em parceria<br />

com a Fiemg, a iniciativa de elaborar<br />

o estudo de requalificação do<br />

Anel Rodoviário de Belo Horizonte,<br />

para transformá-lo em Avenida<br />

Metropolitana, projeto que<br />

está prestes a ser implantado.<br />

Neste momento, o Instituto<br />

está mergulhado na realização<br />

do Plano de Ações Estratégicas<br />

para o Vetor Noroeste, em busca<br />

de um diagnóstico atualizado e de<br />

definição de soluções consensuais<br />

para os problemas daquela região,<br />

que é, possivelmente a mais sofrida<br />

de toda a RMBH.<br />

Em todos esses projetos,<br />

o Instituto tem contado com a<br />

parceria de entidades, empresas e<br />

órgãos públicos, não apenas para o<br />

financiamento dos trabalhos, mas<br />

principalmente para garantir que<br />

seus estudos e suas conclusões<br />

não sejam resultado apenas da<br />

competência técnica de especialistas<br />

– sempre desejável – mas agregue<br />

também a sensibilidade do<br />

cidadão comum, que é, ao cabo e<br />

ao fim, o destinatário final de toda<br />

ação voltada para a melhoria das<br />

condições de vida em nossa cidade.<br />

Vale registrar que tem<br />

sido grande a participação de profissionais<br />

da Engenharia em nosso<br />

Instituto, o que torna ainda mais<br />

pertinente nossa aproximação<br />

com a Sociedade Mineira de Engenheiros,<br />

neste momento em que<br />

comemora mais um aniversário e<br />

inicia uma nova etapa de sua vida.<br />

Afinal a <strong>SME</strong> e o IH têm responsabilidades<br />

comuns nisso que tenho<br />

chamado de “articulação da consciência<br />

coletiva”, em busca de<br />

novos e melhores tempos.<br />

Teodomiro Diniz Camargo é engenheiro<br />

e presidente do Conselho Deliberativo<br />

do IH - Instituto Horizontes e da <strong>SME</strong><br />

11


12<br />

METRÓPOLES | Planejamento Urbano<br />

AS ENCHENTES URBANAS E O<br />

por José Nelson de Almeida Machado<br />

As recentes inundações e<br />

deslizamentos de encostas ocorridas<br />

na região serrana do estado do Rio de<br />

Janeiro e no sul de Minas retomam<br />

uma velha discussão acerca de negligências<br />

da administração pública no<br />

sentido de sua prevenção, principalmente<br />

no que se refere a perdas de<br />

vidas humanas.<br />

A gestão da drenagem urbana<br />

compõe com os serviços de<br />

abastecimento de água, esgotamento<br />

sanitário e lixo o conjunto definido<br />

pela Lei 11.445/07 (Lei nacional de di-<br />

retrizes do saneamento básico) designado<br />

por saneamento básico. O município<br />

é o titular e, portanto o<br />

responsável final pelo saneamento,<br />

mesmo que alguns destes serviços<br />

sejam concedidos a prestadores de<br />

serviço especializados (caso típico<br />

dos serviços de água e esgoto).<br />

Na própria evolução histórica<br />

da gestão desses serviços, o<br />

abastecimento de água em nosso país<br />

sempre foi prioridade absoluta, resultando<br />

na situação de um serviço praticamente<br />

universalizado. Pode-se<br />

questionar, em alguns casos, a qualidade<br />

do atendimento como intermitências,<br />

qualidade da água distribuída<br />

e perdas excessivas, mas o fato é que,<br />

com raras exceções o indicador de<br />

cobertura é de praticamente <strong>10</strong>0%.<br />

Já não se pode dizer o<br />

mesmo dos serviços de esgotamento<br />

sanitário, em que ocorrem razoáveis<br />

níveis de cobertura de redes<br />

coletoras, mas um constrangedor<br />

percentual de volumes tratados. Em<br />

Minas Gerais o índice de tratamento<br />

está por volta de 30%, concentrado


PLANEJAMENTO MUNICIPAL<br />

em grandes cidades, o que resulta<br />

em uma infinidade de municípios<br />

sem qualquer tratamento, gerando<br />

graves danos aos recursos hídricos.<br />

A prestação dos serviços de<br />

resíduos sólidos urbanos apresenta<br />

uma situação parecida com a de esgotos.<br />

Os índices de população atendida<br />

com a coleta atingem percentuais elevados,<br />

mas a destinação final, entendida<br />

como reciclagem ou encaminhar a um<br />

aterro sanitário são insignificantes.<br />

Estes três serviços de sa-<br />

neamento impactam diretamente o<br />

dia a dia das pessoas sendo, por isto,<br />

mais exigidos das administrações<br />

municipais. Além disto, dispõem de<br />

cobertura financeira própria, ainda<br />

que nem sempre em nível adequado<br />

de sustentabilidade. Água e esgoto<br />

são remunerados com base em medições<br />

e tarifas e o lixo é taxado<br />

junto com o pagamento do IPTU.<br />

O quarto componente, a<br />

drenagem apresenta uma maior complexidade,<br />

constituindo uma das principais<br />

fontes de vulnerabilidade urbana<br />

e tem preocupado especialistas devido<br />

à sua gestão inadequada, o que traz<br />

como consequências o comprometimento<br />

das fontes de abastecimento<br />

pela contaminação dos mananciais superficiais<br />

e subterrâneos; erosão e produção<br />

de sólidos; inundações urbanas,<br />

contaminação, danos materiais e principalmente<br />

vítimas. A drenagem urbana<br />

não dispõe de fonte específica de<br />

taxação o que inviabiliza a vários municípios<br />

constituírem equipes técnicas<br />

especializadas em sua gestão. Esta situação<br />

é agravada pelo fato de que as<br />

enchentes não ocorrem todos os<br />

13


14<br />

METRÓPOLES | Planejamento Urbano<br />

anos, o que leva ao esquecimento nos<br />

intervalos de bonança e, convencer os<br />

gestores públicos a priorizarem tais<br />

serviços, torna-se frequentemente tarefa<br />

impossível.<br />

A correta gestão das águas<br />

urbanas está intrinsecamente ligada ao<br />

uso correto do solo, que deveria se<br />

pautar pelos planos diretores (estes<br />

nem sempre estão disponíveis). Porém,<br />

o que se constata na maioria das cidades<br />

é a proliferação de assentamentos<br />

informais, desobedientes aos planos diretores;<br />

a alta densidade de ocupação<br />

no espaço; a ocupação de áreas de<br />

risco; e a urbanização sem infraestrutura<br />

sustentável, resultando em impacto<br />

sobre a própria população. Essa<br />

prática continuada leva, entre outras<br />

consequências, ao desaparecimento<br />

dos rios urbanos, pois a pressão e exploração<br />

do espaço fazem com que os<br />

rios sejam cobertos ou desapareçam<br />

(SILVÉRIO, 2008).<br />

Inundações em Belo Horizonte<br />

De forma geral, as inundações em<br />

áreas urbanas podem ser resolvidas<br />

por meio de soluções estruturais e<br />

não estruturais. Ambas alternativas se<br />

aplicam, isoladamente ou combinadas.<br />

Uma solução não estrutural que pode<br />

ser adotada para a bacia seria o controle<br />

da ocupação urbana principalmente<br />

nas áreas próximas às<br />

nascentes e planícies de inundações<br />

dos cursos de água. Esse controle<br />

pode ser feito através de mudanças<br />

nas leis de uso e ocupação do solo<br />

dos municípios integrantes da bacia,<br />

por exemplo.<br />

Devem ser providenciadas<br />

revisões nas legislações municipais<br />

(planos diretores, parcelamento do<br />

solo, etc.) com o intuito de garantir a<br />

manutenção de taxas mínimas de permeabilidade<br />

do solo e até mesmo a<br />

implantação de dispositivos de compensação,<br />

como por exemplo: microreservatórios<br />

de detenção, trincheiras<br />

de infiltração, pavimentos permeáveis,<br />

entre outras técnicas alternativas.<br />

Um outro ponto é a preparação<br />

da população para o convívio<br />

com as enchentes com o objetivo de<br />

prevenir mortes em decorrência das<br />

inundações. É baseado num sistema de<br />

detecção de chuvas, comunicação em<br />

tempo hábil e a disponibilização de<br />

núcleos capacitados para remover a<br />

população das áreas afetadas.<br />

Entre os fatores responsáveis<br />

pela crise neste componente é a<br />

pouca disponibilidade financeira das<br />

prefeituras para dar continuidade à<br />

construção de um sistema de canalizações,<br />

em geral muito caro, além dos<br />

custos inerentes à sua manutenção.<br />

Somada a esta dificuldade tem sido<br />

também a escassez de programas de<br />

financiamento de obras públicas aos


municípios por parte da União - recai<br />

sobre as administrações municipais o<br />

fardo mais pesado do ônus financeiro<br />

dos custos de implantação e manutenção<br />

dos sistemas de prevenção e controle<br />

de inundações. O que agrava<br />

ainda mais esta situação é o fato de os<br />

municípios não disporem de meios de<br />

tributação pela prestação destes serviços.<br />

Assim, as prefeituras acabam<br />

executando obras improvisadas sem<br />

seguir um planejamento consistente.<br />

Com a aprovação da Lei de<br />

nº 11.445/07 foi significativamente<br />

mudado o paradigma da participação<br />

do governo federal nas obras de saneamento.<br />

Limitação de recursos<br />

sempre existiu, mas a disponibilidade<br />

de um planejamento favorece a obtenção<br />

de recursos. Esta lei determina em<br />

seu artigo de nº 19 a obrigatoriedade<br />

da elaboração do Plano Municipal de<br />

Saneamento, sendo assegurada ampla<br />

divulgação das propostas e dos estudos<br />

que as fundamentam, inclusive<br />

com a realização de audiências ou<br />

consultas públicas. A própria condução<br />

das etapas do plano, com as adequadas<br />

audiências e consultas públicas<br />

ensejará uma participação motivada<br />

da sociedade de forma a reverter o<br />

atual quadro de desinformação e desinteresse.<br />

O quadro a seguir mostra<br />

a mudança de paradigma sobre a drenagem<br />

urbana.<br />

A Prefeitura de Belo Horizonte<br />

constitui um bom exemplo de<br />

equacionamento dos problemas de<br />

drenagem urbana. Apesar de haver o<br />

registro de várias ocorrências de inundações,<br />

existe um planejamento consistente<br />

de longo prazo e um sistema<br />

de alerta com a participação das comunidades<br />

localizadas em áreas de risco.<br />

O desenvolvimento de um<br />

plano de drenagem incluindo sistemas<br />

de monitoramento e alerta, constitui<br />

um importante fator de salubridade e<br />

de segurança das cidades. Pode, em<br />

muitos casos não conseguir impedir as<br />

perdas materiais, mas com certeza previne<br />

a perda de vidas como o ocorrido<br />

no Rio de Janeiro.<br />

José Nelson de Almeida Machado é engenheiro sanitarista<br />

e ambiental – Diretor da <strong>SME</strong> e consultor de<br />

saneamento e gestão de recursos hídricos. Associado<br />

fundador e diretor geral da Agência Executiva de<br />

apoio à Gestão de Bacias Hidrográficas Peixe Vivo –<br />

AGB Peixe Vivo. Membro do CBH Velhas. É consultor<br />

na área de desenvolvimento de eficiência operacional<br />

e sustentabilidade financeira e ambiental em sistemas<br />

de saneamento, gestão de recursos hídricos e<br />

de resíduos industriais. Ex-presidente do Conselho Municipal<br />

de Limpeza Urbana e membro do COMUSA-<br />

Conselho Municipal de Saneamento de Belo Horizonte<br />

e do CERH – Conselho Estadual de Recursos<br />

Hídricos. Convidado pela UNESCO para participar<br />

do Global City Water Futures Summit, em 2009 em<br />

Delft – Holanda pelo “reconhecimento como liderança<br />

no gerenciamento de águas urbanas em Belo<br />

Horizonte. Contato: jnam@uai.com.br<br />

15


16<br />

ARTIGO | Inovação<br />

A INOVAÇÃO VAI INOVAR NO BRASIL?<br />

Por Jorge Raggi<br />

“Conhecer é fabricar,” reafirma Piaget. (1)<br />

Engenharia é inovação. Podemos somar ao movimento<br />

atual de persuasão de inovação interagindo na construção.<br />

O processo evolutivo do saber humano e do conhecimento<br />

para a ação é construído por Konrad Lorenz (2)<br />

com a seguinte fundação: o que pensamos é quase sempre<br />

errado, porém o que aprendemos a fazer, é quase<br />

sempre certo.<br />

Primeiramente formamos uma ideia, depois a confrontamos<br />

com a experiência e com os dados que percebemos<br />

na nossa visão da realidade, de outros que possam colaborar,<br />

e concluímos se podemos avançar para as ações.<br />

Essas comparações sucessivas entre as percepções internas<br />

e as realidades do mundo exterior é um método de<br />

conhecimento denominado de pattern matching (modelagem<br />

que vai se fazendo) por Karl Popper e Donald<br />

Campbell. Essa cognição é encontrada em uma forma


em mais simples nos níveis mais inferiores dos<br />

processos vitais ao estudar a evolução da vida.<br />

No pensamento consciente são suposições seguidas<br />

de confirmações ou não. O que pensamos<br />

ser certo e se demonstra errado pode em outras<br />

provas exigir o abandono ou criar novos<br />

pensamentos – é a formação de hipóteses e verificações<br />

– o teste da realidade.<br />

A hipótese é um andaime na construção do conhecimento<br />

que poderá ser demolida no avanço<br />

das ações. Quem lança uma hipótese deve agradecer<br />

àqueles que lhe mostram a insuficiência,<br />

pois toda verificação consiste em provar que ela<br />

resiste às tentativas de refutação. Cada hipótese<br />

permite incorporar dados que podem gerar outras<br />

mais adaptáveis à realidade. A maioria de<br />

nós, no estado consciente, ama suas hipóteses.<br />

Um exercício doloroso, mas que nos mantém jovens<br />

e saudáveis, é dedicar-se todos os dias,<br />

como se fosse uma ginástica matinal, a se desfazer<br />

de uma hipótese querida, de hábitos de pensamentos.<br />

Uma hipótese obtida empiricamente de observações,<br />

de intuições, de deduções, pode se tornar<br />

uma inovação com as experimentações e modelagens<br />

que vão se adaptando à realidade. Uma das<br />

representações do processo de inovação é Capital<br />

+ Trabalho + Riscos, que se traduz em um<br />

sistema com auto-regulação e instala um círculo<br />

virtuoso.<br />

Não há aplicação de capital e trabalho sem riscos.<br />

“A coragem é mais necessária do que a<br />

sorte: aquela faz nascer esta,” disse Napoleão Bonaparte(3).<br />

Mas como inovar no Brasil com legislação<br />

trabalhista paternal e ultrapassada; um<br />

meio ambiente onde as partes da sociedade não<br />

se entendem; uma infraestrutura desanimante;<br />

tributos elevados; juros altos; baixos níveis de<br />

compreensão na escolaridade; a cultura ibérica<br />

de leis – normas – regulamentos – portarias –<br />

sem decisões para não comprometer os funcionários<br />

(que sentem desprotegidos em suas<br />

ações) e os órgãos públicos que não interagem.<br />

Como inovar no Brasil com uma “selva burocrática<br />

e jurídica formada por 183 mil normas legais”.<br />

Este número citado pelo deputado federal<br />

Cândido Vaccarezza(4) é ainda reforçado quando<br />

ele diz que “a Câmara não pode ser obstáculo às<br />

17


18<br />

ARTIGO | Inovação<br />

reformas tributárias, previdenciárias, políticas e trabalhistas”.<br />

Se ele usa a expressão “ a Câmara não pode ser obstáculo”<br />

posso traduzir que ainda é um obstáculo, ao invés<br />

de ser a solução. E se, como é de nossa cultura ibérica,<br />

as reformas que vierem piorarem aumentando a complexidade<br />

e a interação de leis, normas, portarias, e as protelações<br />

nas decisões?<br />

Uma das respostas pode estar com Eliezer Batista:<br />

“contribuir para a melhoria de nossa autoestima e mostrar<br />

que, unidos, temos condições de modernizar e tornar<br />

o Brasil melhor e mais justo”(5). Estas palavras que<br />

lembram as atribuídas a Tiradentes e outros notáveis,<br />

pode, de modo inovador se transformar em realidades.<br />

Uma proposta que possa impactar e fazer com que a<br />

base da população sinta melhorias reais, desenvolvendo<br />

a capacidade de confiar em si próprio, fazendo nascer,<br />

crescer, e produzir cada vez mais.<br />

Uma proposta aqui apresentada para alavancar a autoestima<br />

brasileira seria um conjunto de planos – projetos<br />

– PPP’s (Parcerias Públicas Privadas) visando,<br />

efetivamente, mudar as condições de transportes –<br />

urbanos, rodoviários, aeroviários e portuários. Poderia<br />

transformar nossa BelÍndia em um país com mais respeito<br />

com grande parte da população, que com seu<br />

trabalho faz o Brasil crescer. Grande parte da população<br />

urbana viaja quatro horas por dia, toma quatro lotações,<br />

trabalha mais de oito horas, vivendo em altos<br />

níveis de estresses para construir, limpar nossas cidades,<br />

constituindo uma escravidão moderna que parece<br />

não ter fim.<br />

Seria uma inovação de grande impacto na qualidade de<br />

vida e na autoestima de todos nós brasileiros tornar o<br />

transporte ágil, confortável, para criar novas condições<br />

de trabalho.<br />

Criar um espírito de corpo inovador em grande parte da<br />

população, acabando com estas senzalas distantes , mas<br />

muito mais reais que as antigas na época da escravidão.<br />

Acabando com vários brasis dentro de um Brasil, como<br />

foi a tomada do alto do Complexo do Alemão, RJ, no dia<br />

28 de novembro de 20<strong>10</strong> e fincada a bandeira brasileira<br />

como se lá não fosse território do país. Ao invés de uma<br />

luta insana de tentar tornamos todos iguais – o que não<br />

é humano – dar mais oportunidades a todos.<br />

Um processo inovador visando melhoria de autoestima de<br />

grande parte da população pode ter efeitos multiplicadores<br />

desenvolvendo pessoas mais saudáveis, mais criativas, no ambiente<br />

de trabalho de todos nós. A proposta da modernização<br />

dos transportes pode ter o sucesso que obtivemos como<br />

o que criamos para sair do círculo destrutivo da inflação, com<br />

muita vontade política, vários erros, vindo a acertar com o<br />

Plano Real. Pode balizar Planos Inovadores de Transportes.<br />

Talvez nos transportes está um fio condutor de impactos em<br />

inovações no Brasil. O atual sistema de transportes, engessado,<br />

tem muitos beneficiários. Inová-lo vai significar muitas<br />

lutas. Mas se atuarmos em uma frente que pode criar um espírito<br />

de corpo no desenvolvimento e na qualidade de vida<br />

geraria uma cultura capaz de alterar o que temos de ibérico<br />

– ao invés da ação com riscos, fazemos leis, normas e portarias,<br />

que vão depender de regulamentações, aceitações, e práticas<br />

que nunca serão transformadas em ações.


As bases históricas da inovação podem ensinar muito o<br />

como fazer. Maquiavel, cap. VI, escreveu em “O Príncipe” :<br />

“Deve-se ter em conta que não há nada mais difícil de<br />

ser realizado, nem de sucesso mais duvidoso, nem de<br />

maior perigo e manejo, do que o estabelecimento de<br />

grandes inovações, pois o legislador tem por inimigos a<br />

todos aqueles que viviam bem no regime anterior, e só<br />

encontra tímidos defensores entre os favorecidos com o<br />

novo. Timidez é produto, em parte, do medo dos adversários<br />

favorecidos pelas antigas leis e, pela natural incredulidade<br />

dos homens que não estão convencidos de que<br />

uma coisa nova seja boa até que a experiência o prove.<br />

Isto faz com que os adversários de inovações formem<br />

um partido para combatê-las na ocasião propícia e, os<br />

que as defendem o fazem francamente, de forma que uns<br />

e outros representam um perigo para o novo regime.”<br />

“Para se tratar a questão a fundo, é preciso ver se os<br />

inovadores o são por iniciativa própria ou se tem que<br />

os apóie, isto é, se, para realizar sua empresa precisam<br />

apelar para a persuasão ou se podem empregar a<br />

força, pois no primeiro dos casos, sempre fracassam<br />

sem conseguir nada.” A força citada por Maquiavel era<br />

militar. Hoje se traduz, além desta, por poder financeiro,<br />

político, da imprensa, da internet, e a mais importante,<br />

grande mobilização da sociedade para inovar.<br />

A inovação vai inovar no Brasil? – A resposta dependerá<br />

se substituirmos a cultura ibérica – de leis, normas, regulamentos,<br />

portarias, que significa também falta de coragem<br />

– por ações. Uma inovação desta pode gerar<br />

outras inovações de vulto.<br />

Jorge Raggi, engenheiro geólogo, diretor da Geoconomica Minas<br />

(www.geoconomica.com.br) com atuação na área mineral, industrial e<br />

ambiental. Foi professor de engenharia de produção na Escola de<br />

Minas de Ouro Preto, (UFOP), e na Universidade Federal de Minas Ge-<br />

rais,(UFMG). Representou o Brasil no seminário de Proteção Ambiental,<br />

na cidade de Yalta, Ucrânia, convidado pela ONU. Possui várias publica-<br />

ções na área de engenharia de produção e ambiental. Autor do livro<br />

“Perícias Ambientais: Solução de Controvérsias e Estudos de Casos”, da<br />

Qualitymark, RJ, e do livro “Talento & Oportunidades”, da E-Papers, RJ.<br />

REFERÊNCIAS<br />

(1) – Jean Piaget em seu livro “Sabedoria e Ilusões da Filosofia”, Ed. Abril,<br />

SP, 1975, pág. 308, citando o filósofo francês Jacques Maritan.<br />

(2) – K. Lorenz em “Oito Pecados Mortais do Homem Civilizado”, Ed.<br />

Brasiliense, SP, 1988, pág. 86-91.<br />

(3) – Maquiavel em “O Príncipe” – Anotado por Napoleão Bonaparte,<br />

Ed. Rio, 1979, pág. 35.<br />

(4) – Revista Veja, 08/12/20<strong>10</strong>, “Entrevista”, Ed. Abril, SP, pág. 24.<br />

(5) – Eliezer Batista em comunicação pessoal, 05/03/2009


20<br />

ARTIGO | Inovação<br />

Inovação<br />

Novas ideias, ação e produtividade são palavras chaves<br />

quando se trata de inovação. Em meio um cenário<br />

competitivo, inovar é questão de sobrevivência.<br />

É ter capacidade de promover avanços, competir e<br />

se manter, de forma sustentável, no mercado.<br />

Embora esse discurso pareça primário e monótono,<br />

muitos confundem inovação com ideia, com o discursivo.<br />

Apenas ter ideias não é inovar, para isto se<br />

faz necessário conhecimento (ação e produtividade).<br />

“...A verdadeira sabedoria das nações é a experiência”<br />

(Napoleão Bonaparte). Brilhante!! Experiência é ter<br />

conhecimento, agir, analisar e ter resultado e isso é ser<br />

sábio.<br />

Inovar é nada mais nada menos que novidade e renovação,<br />

ou seja, mudança. Sendo esta significando sair de<br />

um estado de conforto, traduz um fator inibidor da inovação.<br />

Apresenta custos, riscos, capacidade de absorção<br />

de novas ideias e disponibilidade de recursos humanos.<br />

É fator inibidor em um perfil de sociedade que vive


sobre normas e regras conflitantes, criadas e modificadas<br />

a uma velocidade que o medo de inovar aumenta<br />

exponencialmente.<br />

A (regra da) lei é que garante o funcionamento do sistema<br />

de inovação em países com tal característica,<br />

sendo que no Brasil há 18 mil normas legais e a cada<br />

dia útil são editadas 46 normas tributárias (IBPT) o sistema<br />

não funciona, ele é amedrontado pela vulnerabilidade<br />

da interpretação de tantas leis. E essa é a grande<br />

armadilha que protege a incompetência na ação. Logo,<br />

com esta “camisa de força” não há confiança, sem confiança<br />

não há aposta, sem aposta não há inovação.<br />

Somos ruins em inovação, ruins pois nos entregamos a<br />

neurose da mudança e da condenação. Medo brasileiro de<br />

assumir responsabilidades, responder por um ato, agir.<br />

Mantemos em nossos discursos exemplares e primorosos<br />

a ideia de inovar, mas como dito a ideia, apenas a ideia. Traduzindo,<br />

agimos não como falamos, somente falamos.<br />

E aquela grande dúvida: “Então como inovar? Como<br />

inovar sem enforcar-se em meio tantas normas, regras<br />

e tributações?”<br />

Se conseguíssemos passar por reformas tributárias, previdenciárias,<br />

trabalhistas, ambientais e lutar contras os<br />

juros elevados, conseguiríamos alterar o que temos de<br />

ibérico –“entraríamos em um modelo mais livre de tantas<br />

leis e normas e com mais ações que daria início ao<br />

processo que é inovar”. - Sendo assim, bem-vindo a era<br />

da inovação!<br />

Como exemplo, falar de inovação é falar do sistema de<br />

transporte brasileiro ou melhor, falar de ausência e ne-<br />

cessidade de inovação. Assunto que é de conhecimento,<br />

porém faz parte apenas de um discernimento ilustre sendo<br />

sua ação contraditória ou inexistente.<br />

Um sistema falho e paralisado onde trabalhadores se<br />

tornaram escravos do mesmo, permanecendo sob seu<br />

domínio durante horas do dia e onde a economia sofre<br />

perdas devidas sua infraestrutura. Alterações que apenas<br />

mascaram as lacunas daqueles que são prejudicados<br />

e esgotados pelo seu uso (direto ou indireto). Nada de<br />

inovação! Inovar é modificar e ter resultado dentro de<br />

um contexto onde os personagens do sistema sintam<br />

os impactos positivos dessa renovação.<br />

O potencial inovador está naqueles que enxergarem e<br />

alcançarem além de seus passos, assim como observar<br />

ao seu redor as coisas sem preconceitos, sem limitações<br />

e sem formulários. Como disse Steven Jobs, criativo<br />

e inovador do século 21, “É maravilhoso ter uma<br />

mente aprendiz ... Uma mente aprendiz vê as coisas<br />

como são.”<br />

Como motivação, revelo que agir não é ideia atual. “Homens<br />

de ação” já se mostraram eficientes a muitos. A<br />

história nos conta que “Napoleão aceitou o desafio de<br />

conquistar a Itália em condições desfavoráveis, embora<br />

ninguém,somente ele, acreditasse em sua estratégia. No<br />

entanto, ele conseguiu transformar homens corrompidos<br />

e abomináveis em um exército com espírito de<br />

corpo, que enfrentava qualquer revés.”<br />

Este artigo foi elaborado por Vanessa Werneck Bartoli Pires<br />

(nessaawerneck@hotmail.com), graduando em Engenharia de<br />

Agronegócios da UFF – Universidade Federal Fluminense, a<br />

partir do texto de Jorge Raggi.<br />

21


22<br />

Minas | Cenário da energia<br />

MINAS E ENERGIA<br />

Um Panorama da energia em Minas<br />

Por João Camilo Penna e Paulo Sérgio Ribeiro<br />

Alimento é indispensável à vida. Energia é indispensável<br />

ao desenvolvimento. Trabalhamos para um desenvolvimento<br />

viável, sustentável com avanço social. Energia é<br />

insumo básico e sua falta teria efeitos catastróficos.<br />

Qual a contribuição da energia em Minas Gerais?<br />

Minas tem participação entre 9,5% e <strong>10</strong>% no Produto<br />

Interno Bruto (PIB) brasileiro, utilizando entre<br />

14% e 15% da energia do país, em economia energiaintensiva.<br />

Os energéticos representam 7,5% do Pib brasileiro e 9,5%<br />

do mineiro.<br />

A Matriz mineira hoje é composta da seguinte forma:<br />

petróleo e gás, 32%; lenha, 26%, cana, 13%, biodiesel, 1%,<br />

carvão mineral, 14%; energia hidráulica, 14%, 54% são<br />

energias renováveis.<br />

A energia importada passou de 20% do total em 1985,<br />

para 51% em 2009. Minas utiliza 14% do diesel do país em<br />

sua extensa malha rodoviária, interligando diversos estados.


O governo federal<br />

age através da Aneel,<br />

agência reguladora do setor elétrico,<br />

e da EPE, empresa de planejamento<br />

do setor, e de modo direto através da Eletrobrás<br />

e de suas subsidiárias. A expansão do setor de geração<br />

e transmissão por concessionárias públicas e<br />

privadas, se dá através de leilões pela menor tarifa,<br />

e existe cuidados especiais com o meio ambiente.<br />

O 23º BEEMG 2008 (Balanço Energético do Estado<br />

de Minas Gerais), importante documento<br />

editado pela Secretaria de Desenvolvimento, informa<br />

sobre a evolução da quantidade de uso dos<br />

diversos energéticos, notando- se que eles têm<br />

uso específico, gasolina, etanol e diesel para<br />

transporte, carvão para metalurgia, eletricidade<br />

para iluminação e motores, entre outros.<br />

O setor industrial consome 62,5% da energia no Estado<br />

em siderúrgicas, cimenteiras, mineradoras, em<br />

um conjunto eletro-intensivo.<br />

Nos próximos anos, haverá diversificação da matriz.<br />

Na oferta, haverá maior utilização de bagaço<br />

de cana, carvão vegetal, resíduos sólidos urbanos,<br />

gás natural, energia eólica, do que no consumo<br />

com produção menos energia intensiva. A demanda<br />

de energia crescerá de <strong>10</strong>% a 15% mais<br />

que o PIB, caso a economia ainda permaneça com<br />

o uso de energia intensiva.<br />

A produção de energia em Minas atende a metade<br />

do consumo. A busca de energia fora e indústrias<br />

energia-intensivas têm sido viáveis. A<br />

crescente produção de álcool, carvão vegetal e<br />

biodiesel cria empregos no campo, um avanço social.<br />

Elevação de preços, onerados por transporte<br />

ou transmissão, criam oportunidades sustentáveis<br />

e competitivas para a produção local de energia<br />

e recomendam indústrias menos energia-intensivas<br />

ao fabricar produtos finais. Empresários<br />

terão mais resultados ao diversificar e verticalizar<br />

sua produção para produtos finais, estes são<br />

anunciantes e Minas terá a simpatia da mídia.<br />

Em Abril 20<strong>10</strong>, o Ciemg-Fiemg lançou o programa<br />

Minas Sustentável, ousado e moderno, que abre caminho<br />

para um trabalho nacional a ser liderado pela<br />

nova CNI (Confederação Nacional da Indústria).<br />

23


24<br />

Minas | Cenário da energia<br />

COMPETIÇÃO DERIVA DE<br />

COMPETÊNCIA<br />

Bons empresários conduzem a<br />

produção para ser competitiva e<br />

sustentável, o que resultará da produtividade<br />

da empresa, qualidade<br />

do produto e custos até o comprador,<br />

onerados pelo “Custo Brasil”,<br />

que parte dos governos.<br />

O Brasil compete com ricos e com<br />

países grandes e pobres, como a China,<br />

aqui e em terceiros mercados.<br />

O nosso governo coleta impostos<br />

altos, adota juros altos no combate à<br />

inflação, que resulta em abusos fiscais,<br />

atrai dólares, valoriza o real, empresas<br />

perdem competitividade, a China faz o<br />

contrário e ganha o jogo. É premente<br />

que o governo brasileiro adote políticas<br />

competitivas e mude a ênfase de<br />

política monetária para fiscal, reduzindo<br />

despesas e tributos. Para enfrentar as<br />

estratégias da China, o melhor é adaptar-se<br />

a elas e mudar as regras do jogo,<br />

cabendo inclusive forte esforço de<br />

barreiras não-tarifárias. No grande comércio<br />

Brasil-China, esta importa<br />

matérias- primas e exporta manufaturados,<br />

não compra estes do Brasil,como<br />

os Estados Unidos o fazem. A<br />

China investe aqui para produzir<br />

matériasprimas e ou para comprar<br />

empresas existentes. Cuidado com o<br />

contrabando, que entra por várias formas<br />

e portas e atenção ao problema<br />

de empresas estatais chinesas comprarem<br />

terras no Brasil.<br />

No governo, e em empresas mineiras,<br />

há base forte, vontade, modernidade<br />

e capacidade para competir. Há um<br />

importante parque industrial, avanço<br />

no agronegócio e em serviços e<br />

grande presença exportadora. Em<br />

Belo Horizonte estão ótimas escolas<br />

de gestão, Fundação Dom Cabral,<br />

(sexta no mundo, Financial Times,<br />

20<strong>10</strong>) e INDG Falconi, com centenas<br />

de clientes aqui e no exterior).<br />

CONSERVAÇÃO<br />

Conservar, o mesmo benefício para<br />

menor uso de energia, custa menos<br />

que a energia equivalente. Em exemplo,<br />

o Inmetro etiquetou consumos<br />

específicos e eletroeletrônicos,<br />

orientando o comprador. Vamos<br />

conservar energia?<br />

A Cemig criou a “eficiência”, para reduzir<br />

custos com energia. A revista<br />

Economia e Energia e o Instituto Nacional<br />

de Eficiência Energética realizam<br />

trabalhos correlatos e a Fiemg<br />

(Federação das Indústrias de Minas<br />

Gerais) publicou em 2009, um notável<br />

estudo sobre conservação.<br />

De avaliações da EPE, há um potencial<br />

de conservação de energia de<br />

<strong>10</strong>% e espera-se financiamentos a<br />

juros menores e incentivos tributá-<br />

rios para que se alcance esta eficiência<br />

a curto prazo.<br />

O governo mineiro em 20<strong>10</strong>, em<br />

conjunto com a Cemig, iniciou programa<br />

de doação para entidades sociais<br />

de geladeiras, chuveiros e<br />

lâmpadas de maior eficiência.<br />

ENERGÉTICOS<br />

PETRÓLEO<br />

Energia suja. Minas usa 9,5% do petróleo<br />

e gás e 13% do diesel no<br />

país. É competitiva e necessária a<br />

ampliação da Refinaria Gabriel Passos,<br />

com produção estabilizada em<br />

24 mil m3/dia, desde 1990. 0 governo<br />

mineiro trabalha para que a<br />

Petrobrás aumente seus investimentos<br />

no Estado. Estradas com<br />

melhores traçados e pisos, e cidades<br />

com melhores malhas reduzirão<br />

o consumo de combustíveis.<br />

A Petrobrás com o “Economizar”,<br />

reduziu o consumo em 14% no estado<br />

do Rio. Estuda-se o mesmo<br />

projeto entre o governo mineiro, a<br />

Confederação Nacional de Transportes<br />

e o Conpet.


GÁS - Energia clara<br />

O gás natural responde por 2,5% da<br />

energia primária do Estado e por<br />

9,6% no país. A Gasmig passa de 407<br />

km de gasodutos para <strong>10</strong>49 km, de 2<br />

milhões m3/dia para 9 milhões<br />

m3/dia, atende a Região Metropolitana<br />

de BH, (terminou em 200 o<br />

ramal Jacutinga - Poços de Caldas),<br />

ao Sul de Minas e atenderá logo ao<br />

Vale do Aço e a Governador Valadares.<br />

É previsto que em 2025 o gás deverá<br />

responder por mais de <strong>10</strong>% da<br />

oferta de eletricidade no Estado.<br />

Hoje estão atendidos 270 clientes<br />

industriais, além de fornecimento às<br />

usinas de Ibirité e Juiz de Fora. A<br />

Gasmig prepara-se para fornecer gás<br />

a consumo residencial, elaborando<br />

projeto piloto para o bairro Cidade<br />

Nova, em Belo Horizonte.<br />

O atendimento ao Triângulo será<br />

construído pela Cemig, ligando o<br />

Triângulo ao gasoduto Bolívia – Brasil.<br />

Foi iniciado em 20<strong>10</strong>, o programa de<br />

pesquisa de gás na bacia sedimentar<br />

do rio São Francisco, em Minas, nas<br />

proximidades do rio Indaiá, pelo<br />

consórcio Codemig-Orteng-Delp.<br />

A Cemig, Petrobras, Shell, e outras<br />

também conduzem pesquisas ali.<br />

BIO MASSA - Energia verde e limpa<br />

LENHA<br />

De lenha e derivados, em 2009,<br />

Minas utilizou 36% do consumo<br />

total do país, com 26% da demanda<br />

energética, em queda do consumo<br />

estadual.<br />

Em 2008, Minas plantou 137mil hectares<br />

e o Brasil, 152 mil. Com 1,160<br />

milhão de hectares de plantações em<br />

Minas, 23% do país em 2020, estará<br />

consumindo carvão destas florestas.<br />

Hoje, 38 milhões de MDC de carvão<br />

produzem gusa de valor. Uma<br />

tonelada de gusa vegetal evita emissão<br />

de três de carbono. Além da cogeração<br />

de energia elétrica usando<br />

resíduos dos setores siderúrgico,<br />

agrícola, moveleiro, celulose, entre<br />

outros, há possibilidade de construir<br />

pequenas centrais térmicas a partir<br />

das florestas plantadas, evitando o<br />

grande consumo de carvão de mata<br />

nativa que ainda representa 42% do<br />

carvão consumido no Estado. Minas<br />

busca carvão em Tocantins, Goiás e<br />

Bahia.<br />

A Acesita vai usar carvão vegetal.<br />

Usinas utiliza gases para produzir<br />

energia.<br />

ÁLCOOL ( ETANOL)<br />

Notável a inovação, o carro a álcool<br />

foi o primeiro veículo no mundo movido<br />

por combustível não derivado de<br />

petróleo. Reduz em 75% a emissão de<br />

CO2 ao substituir a gasolina.<br />

O Programa partiu da antiga competência<br />

brasileira na cana e nas usinas<br />

de açúcar, docemente descrita em<br />

Cultura e Opulência do Brasil, Antonil<br />

- (Itatiaia,BH).O presidente Figueiredo,<br />

em 1979 decidiu: “ Metas audaciosas para<br />

o Pró-Álcool!” Foram fixadas em 170 mil<br />

barris/dia de álcool, equivalente a produção<br />

de petróleo na época. Passou-se da<br />

mistura para a operação do carro a álcool<br />

hidratado, novas bombas, novo sistema<br />

de tancagem e distribuição, busca<br />

de confiança no carro a álcool. A competição<br />

com a gasolina acontece com<br />

o petróleo em torno de US$ 50/barril.<br />

Além de crescente produtividade nos<br />

canaviais e nas usinas, o MIC lançou um<br />

programa de eficiência dos combustíveis,<br />

o “Escolha Certo – Gaste Menos”.<br />

Os carros rodam à gasolina com 20-<br />

25% de álcool, e o flex com álcool ou<br />

gasolina, com menor eficiência pois foi<br />

projetado para combustíveis alternativos.<br />

O carro a álcool hidratado, com<br />

maior eficiência, voltará.<br />

25


26<br />

Minas | Cenário da energia<br />

O carro elétrico usa baterias<br />

muito caras para mais autonomia e<br />

só será competitivo para pequenas<br />

distâncias, como pátio de fábricas,<br />

por exemplo.<br />

A cana de açúcar gera 16,5% da energia<br />

no Brasil, supera a hidroelétrica ao<br />

produzir com sinergia álcool e bagaço<br />

para energia, competitiva, distribuída,<br />

produzida na seca, renovável,<br />

rápida implantação, pouco vulnerável<br />

a crises. A energia elétrica da queima<br />

do bagaço superará Itaipu e crescerá,<br />

na medida em que crescem a produção<br />

de açúcar e álcool para o mercado<br />

interno e exportação. Logo<br />

atingirá 15% desta energia no Brasil.<br />

Destacam-se a Embrapa e laboratórios,<br />

como na Copersucar. A Única<br />

reúne produtores e realiza estudos, liderada<br />

por Marcos Jank.<br />

A produção do álcool, 30 bilhões<br />

de litros em 20<strong>10</strong>, ocupa 8% da<br />

área plantada no país, em terras degradadas<br />

ou liberadas por confinamento<br />

e 2,2% do potencial para<br />

lavouras. Sua fatia no PIB nacional<br />

e sua produtividade crescerão.<br />

Minas utiliza <strong>10</strong>% da gasolina-álcool do<br />

Brasil, produz 8% do álcool, crescentes,<br />

alterna com o Paraná a segunda produção,<br />

e em 2002 com 8% da produção<br />

paulista, passou em 2009 a 14%.<br />

Quarenta e três usinas em 2009 produziram<br />

2,3 bilhões de litros. A previ-<br />

são é de mais 20 usinas em Minas até<br />

2013, o que representa mais 4 bilhões<br />

de litros, investimentos de US$ 3,5<br />

bilhões e 50 mil empregos, a maior<br />

parte no Triângulo Mineiro. Até 2015<br />

as 55 usinas de álcool em Minas poderão<br />

gerar mais de 2 mil mw.<br />

A Secretaria de Desenvolvimento estimula<br />

destilarias e identifica com a Secretaria<br />

da Agricultura, áreas próprias<br />

para cana. Na safra 2008, foram processadas<br />

no Estado 44 milhões de toneladas<br />

de cana, produzindo 2,1 bilhões<br />

de litros de etanol, para consumo mineiro<br />

de 1,1 bilhão de litros. O BDMG<br />

é importante financiador do programa,<br />

junto com o BNDES.<br />

O Álcool anidro será energético<br />

brasileiro exportável, quase sem limites<br />

para mistura antipoluição.<br />

Protocolo para “Fim da Queima” até<br />

2014 foi assinado entre o Governo<br />

e o Sindicato de açúcar e álcool de<br />

Minas, presidido Dr. Luis Custodio<br />

Martins líder nacional atuante.<br />

A exemplo do programa Minas -<br />

PCHs, Pequenas Centrais Elétricas, do<br />

governo estadual, é estratégica a criação<br />

de um programa Minas Co-geração,<br />

em acordos de acionistas entre a<br />

Cemig e ou a Petrobras com os produtores<br />

de açúcar e álcool. A Cemig<br />

mantém permanente contato com os<br />

usineiros, inclusive para solução do<br />

acesso das usinas ao sistema elétrico.<br />

BIODIESEL<br />

Com tecnologia em evolução, o biodiesel<br />

exige subsídios. Pode ser adicionado<br />

ao diesel de petróleo em<br />

qualquer proporção.<br />

O consumo brasileiro de diesel é de<br />

40 bilhões ao ano, sendo <strong>10</strong> bilhões importados.<br />

O diesel gera 17% da energia<br />

do Brasil. Minas usa 13% do diesel do<br />

país. Seu custo em 2009 varia de<br />

R$ 0,90/l no Norte a R$ 1,42/l, no Sul.<br />

Produzido de soja, amendoim, mamona,<br />

dendê, pinhão manso, e sebo<br />

- é renovável, biodegradável, neutro<br />

em emissões. Sua viabilidade crescerá<br />

com resultados de pesquisas<br />

para variedades agrícolas com maior<br />

produtividade. Sua produção partindo<br />

de óleo de fritura e de sebo<br />

animal merece atenção.<br />

Em mistura compulsória, hoje a 3%,<br />

a meta é atingir 5% até 2012, correspondendo<br />

a 0,85% da energia do<br />

país. A Petrobras produz 290 milhões/ano,<br />

inclusive em Montes Claros.<br />

A BR e a mineira ALE são<br />

distribuidores. A Malásia produz<br />

120 vezes mais que o Brasil.


ENERGIA SOLAR / TÉRMICA<br />

Energia limpa<br />

Cerca de 2,5 mil edifícios em BH possuem<br />

aquecedores solares para água,<br />

reduzindo a ponta de carga dos chuveiros<br />

elétricos, vilões da história. BH<br />

é a capital brasileira neste campo.<br />

Impõe-se um amplo programa para os<br />

projetos públicos de casas populares.<br />

ENERGIA HIDROELÉTRICA<br />

Energia azul<br />

A capacidade hidroelétrica do país<br />

supera 80 mil mw. As térmicas chegam<br />

a 26 mil mw, inclusive a bagaço<br />

perto de 7 mil mw, e eólicas 700 mw.<br />

Por dificuldades ambientais, térmicas e<br />

eólicas têm deslocado hidroelétricas<br />

de menor custo.<br />

A hidrelétrica gera energia firme e secundária,<br />

as térmicas entram na seca.<br />

O artigo 23 da Constituição fixa com-<br />

petências comuns entre os federados,<br />

entre elas o meio ambiente, e ordena<br />

Lei para cooperação entre as partes.<br />

Em 21 anos sem esta Lei houve retardo<br />

de aprovações para hidrelétricas<br />

levando às térmicas. Em 2009, a<br />

Câmara aprovou projeto a respeito,<br />

aguarda-se o Senado.<br />

CARVÃO MINERAL<br />

Energia suja<br />

Minas participa com 35% do carvão<br />

metalúrgico no Brasil e <strong>10</strong>%<br />

do energético, totalizando 13,2%<br />

da energia em Minas. Gases dos<br />

alto-fornos têm potencial para<br />

gerar 8% da demanda total de<br />

energia no Estado, o setor consome<br />

70% dele, 30% perdidos.<br />

Impõe-se realizar acordos entre<br />

os atores envolvidos para anular<br />

este desperdício.<br />

A competitividade das siderúrgicas<br />

no Vale do Aço e na faixa Belo Horizonte<br />

– Rio, desmente que só<br />

usinas litorâneas seriam competitivas.<br />

É de 470 mw o potencial de<br />

instalação de usinas geradoras no<br />

topo dos fornos.<br />

MINAS GERAIS<br />

A capacidade total no Estado e em<br />

suas fronteiras, enviando energia<br />

para fora, é de 18.960 mw, dos quais<br />

cerca de 200mw térmicos, autoprodutores<br />

e Pchs. A capacidade da<br />

Cemig é próxima a 7 mil mw, acrescida<br />

por energia comprada. constroem-se<br />

PCHs, até 30mw,- que em<br />

Minas totalizam 1 mil mw,- e após<br />

leilões, projetos hidroelétricos,<br />

térmicas e eólicas.<br />

A EPE realizou leilão em junho do<br />

ano passado de 13 usinas para 4,7<br />

mil mw, no Norte e uma em Santa<br />

Catarina, o Sudeste quase todo<br />

utilizado.<br />

A Secretaria de Desenvolvimento<br />

avaliou o potencial de 4 mil mw em<br />

usinas médias e 3,7 mil mw em<br />

PCHs, que será reduzido por razões<br />

econômicas e ambientais.<br />

PCHs subsidiadas e financiáveis<br />

pelo BNDES, geram energia mais<br />

cara do que centrais médias, mas<br />

competem com térmicas e eólicas.<br />

O governo lançou o programa<br />

Minas PCHs, com potencial acumulado<br />

em mil mw, para trabalho<br />

conjunto com a Cemig, com R$ 2<br />

bilhões em investimentos privados.<br />

Está em operação a usina Cachoeirão,<br />

no rio Manhuaçu, com<br />

27 mw e Pipoca com 20 mw em<br />

conclusão.<br />

27


28<br />

Minas | Cenário da energia<br />

Minas tem grande participação na indústria<br />

eletroeletrônica do país. A<br />

Abinee-MG, presidida por Ailton<br />

Ricaldoni Lobo, reúne empresas de<br />

eletroeletrônicos da Grande BH,<br />

de Santa Rita do Sapucaí-Itajubá e<br />

de outras regiões. Nansen Araújo,<br />

Stefan Salej, Robson Andrade e<br />

Olavo Machado, sucessivos presidentes<br />

da Fiemg, são do setor.<br />

EÓLICA<br />

Energia limpa das ventanias<br />

A Cemig-D operou a primeira<br />

usina eólica no país, em Morro<br />

do Camelinho, Diamantina, em<br />

1994. Nos últimos <strong>10</strong> anos, a<br />

energia eólica usada no mundo<br />

cresceu a cerca de 30% ao ano. A<br />

Cemig publicou em 20<strong>10</strong> o<br />

“Mapa Eólico de Minas Gerais,<br />

Schubert,” - um potencial de 90<br />

mil gwh/ano, a mil metros de altura<br />

das hélices, de mais produção<br />

na seca. O programa será<br />

objeto também de empresários<br />

privados. A unidade eólica terá 3<br />

mw, na atual tecnologia.<br />

A Secretaria de Desenvolvimento<br />

coordena a fabricação destes conjuntos<br />

no Estado. Esta energia<br />

ainda relativamente cara, recebe<br />

subsídios do Proinfa, Programa de<br />

Incentivo às Fontes Alternativas de<br />

Energia Elétrica<br />

CONCESSIONÁRIAS<br />

EM MINAS<br />

A Companhia Energética de<br />

Minas Gerais, controlada pelo Estado<br />

de Minas, têm ações nas Bolsas<br />

de São Paulo, Nova York e<br />

Madri, 23% das ações são do<br />

setor público, 35% do privado interno<br />

e 42% do externo. Conquistou<br />

o índice “Dow Jones<br />

sustentability.” A diretoria profissional<br />

exerce gestão corporativa<br />

e coordena equipe de alta qualidade<br />

e os interesses das partes.<br />

A Cemig atende a 774 municípios,<br />

com <strong>10</strong>,8 milhões de consumidores.<br />

A capacidade é de 6,560<br />

mw, valor equivalente a R$18<br />

bilhões. Seu Plano Diretor visa<br />

reduzir o problema de débito<br />

do Estado de Minas, resultante<br />

de conta de resultados a compensar.<br />

Busca aumento do lucro<br />

com participações e compras<br />

de empresas do ramo, retendo<br />

65% dos dividendos devidos ao<br />

Estado.<br />

Visa ser uma das duas maiores empresas<br />

de energia do Brasil. Com<br />

12% na geração do país em 1980,<br />

hoje 7%, e comprando 16% da<br />

energia de Itaipu, a Cemig disputa<br />

leilões e constrói usinas. Busca<br />

mais produtividade e menores tarifas,<br />

hoje agravadas por alta tributação,<br />

dispersão, consumidores<br />

pequenos e tarifas sociais. O número<br />

de empregados está há anos<br />

em torno de <strong>10</strong>,5 mil.<br />

É a maior comerciante de energia<br />

bruta do país, com 25% do mercado.<br />

A Força e Luz Cataguazes-<br />

Leopoldina atende 66 municípios<br />

em Minas, e atua no Nordeste. Em<br />

linha com Cataguases, a empresa<br />

tem atividade cultural. Em linha<br />

com a tradição técnica, desenvolveu<br />

capacidade em PCHs. Seus <strong>10</strong>5<br />

anos são exemplo da concessionária<br />

privada que exerce bem os serviços<br />

públicos.<br />

O Departamento de energia de<br />

Poços de Caldas é concessionário<br />

municipal. A Bragantina atende a<br />

<strong>10</strong> municípios e a Luz e Força de<br />

Mococa atende a três.<br />

Na área privada, empresários<br />

constroem PCHs e o Programa de<br />

aquecimento de água por calor<br />

solar é o mais avançado no Brasil.


PREÇOS DA ENERGIA<br />

Os custos do mw/h para hidrelétricas,<br />

são da ordem de R$70 para<br />

grandes centrais, R$ 130 para PCH<br />

(Pequena Central Hidrelétrica);<br />

R$140 corresponde ao bagaço;<br />

R$150 são as eólicas; R$160 térmicas<br />

a gás; R$ 450 a óleo, R$700 a<br />

diesel, R$200 e a nuclear, R$180.<br />

Resultam de investimentos, câmbio,<br />

juros e impostos, e acrescente-se custos<br />

de longa transmissão, distribuição<br />

em áreas de baixa densidade e encargos.<br />

O governo, com o Proinfa, incentiva<br />

PCHs e eólicas. As empresas da<br />

União trabalham com remuneração<br />

baixa, o BNDES não financia o setor<br />

publico. Leilões atraem empresários<br />

e concessionárias. O BNDES financia<br />

80% a 30% ao ano, juros baixos. E<br />

surge uma nova Eletrobrás na coordenação<br />

e busca de sinergia entre<br />

subsidiarias.<br />

Regulamentado o Art. 23 da Constituição,<br />

- projeto de lei aprovado na<br />

Câmara em 2009, aguarda o Senado,<br />

João Camilo Penna, do<br />

- que trará ordem e racionalidade ao<br />

licenciamento ambiental ao definir<br />

quem faz o que - com política econômica<br />

sadia e juros menores, as hidrelétricas<br />

serão mais presentes e fortes.<br />

Fontes de menor custo unitário estão<br />

sendo esgotadas. Há grande potencial<br />

de usinas na Amazônia, longínquas, que<br />

geram muito na chuva, pouco na seca.<br />

Serão reguladas por térmicas ou eólicas.<br />

As térmicas, de menor investimento,<br />

têm custos operacionais altos.<br />

A produção de energia elétrica competitiva<br />

pela queima do bagaço,<br />

cresce à medida que crescem o consumo<br />

interno de açúcar, a produção<br />

de álcool pelo aumento da frota e<br />

o mercado externo para álcool anidro<br />

e açúcar. Logo atingirá 15% da<br />

energia elétrica no pais, crescente,<br />

prevendo-se produção de <strong>10</strong> mil<br />

mw sazonais, antes de 2020.<br />

Para “importar” menos energia, o<br />

governo de Minas estimulará no<br />

Estado a conservação, construção de<br />

usinas medias e Pchs, produção de<br />

Conselho de Administração<br />

da Cemig e do Conselho<br />

Consultivo da Eletrobrás.<br />

álcool, carvão vegetal, biodiesel,<br />

eólica e aquecimento solar.<br />

A tributação de energia atinge 36%<br />

do total de ICMS em Minas. De fácil<br />

operação, e blindada contra sonegação,<br />

esta carga afasta investidores,<br />

onera consumidores. Na residência<br />

o tributo sobre energia elétrica pesa<br />

40%, há subsídios para 2,4 milhões<br />

de pequenos consumidores em 6,6<br />

milhões. Em 20<strong>10</strong>, o governo mineiro<br />

reduziu, a partir de 1 de janeiro<br />

deste ano, o ICMS sobre<br />

álcool, de 25 para 22%, e aumentou<br />

o da gasolina para 27%.<br />

O governo de Minas com o choque<br />

de gestão obteve mais eficácia e eficiência<br />

na máquina pública, aplicando<br />

medidas eficazes como a<br />

redução do ICMS para o álcool.<br />

Estudaremos para conhecer melhor<br />

este fascinante mundo em que nascemos<br />

e trabalharemos para tornar<br />

melhor este estranho mundo em<br />

que vivemos. Com alegria e energia,<br />

vamos em frente!<br />

Paulo Sérgio Ribeiro, Secretário<br />

Adjunto de desenvolvimento de<br />

Minas Gerais e do Conselho de<br />

Administração da Cemig.<br />

29


LITERATURA Dica Técnica<br />

História da Evolução da Engenharia Curso para a mulher<br />

O livro “História da Evolução da<br />

Engenharia” do mineiro Geraldo Dirceu<br />

Oliveira, conta a história da construção<br />

das grandes pirâmides egípcias ao legado<br />

dos sumerianos, passando pelas<br />

civilizações grega a romana, até chegar<br />

à Idade Média e à Contemporânea.<br />

Em relação à engenharia brasileira, o<br />

escritor destaca a construção da Estrada Real e das cidades<br />

do Ciclo do Ouro, especialmente em Minas Gerais. O autor também<br />

fala do importante papel desempenhado pela Escola de<br />

Minas de Ouro Preto. Dirceu Oliveira é engenheiro civil, integrante<br />

do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e<br />

coordenador da Comissão Técnica de Transportes da <strong>SME</strong>.<br />

<strong>SME</strong> Seja um associado<br />

Compromisso com Você!<br />

A Sociedade Mineira de Engenheiros,<br />

por meio da sua equipe, tem desenvolvido<br />

uma série de trabalhos<br />

para atender cada vez mais e melhor<br />

a cada um dos associados.<br />

Em seus 80 anos de existência,<br />

a <strong>SME</strong> trabalha para integrar,<br />

desenvolver e valorizar a Engenharia,<br />

a Arquitetura, a Agronomia e seus<br />

profissionais, contribuindo para o<br />

aprimoramento tecnológico, científico,<br />

sócio-cultural e econômico.<br />

Produtos e Serviços<br />

Em nosso site há uma série de produtos<br />

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fotográficos, hotéis, beleza e estética,<br />

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de Engenheiros (<strong>SME</strong>), o curso de<br />

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você e sua família.<br />

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newsletters, revistas, eventos e<br />

participação nas redes sociais, a<br />

<strong>SME</strong> tem se tornado, cada vez<br />

mais, um canal aberto para ouvir<br />

suas sugestões e para representar<br />

seu interesse. Aproveitamos para<br />

nos colocar à disposição para outras<br />

informações e demandas.<br />

Acesse: www. sme.org.br.


<strong>SME</strong> VISITA ESCOLA DE ENGENHARIA<br />

Acompanhado de seus vicepresidentes,<br />

Ailton Ricaldoni Lobo e<br />

Délcio Antônio Duarte, o Presidente<br />

da <strong>SME</strong> (Sociedade Mineira de Engenheiros),<br />

Márcio Damazio Trindade, visitou<br />

as novas instalações da Escola de<br />

Engenharia da UFMG, e foram recebidos<br />

pelo diretor Benjamim R. de Menezes<br />

e o vice-diretor, professor e<br />

doutor Alessandro F. Moreira.<br />

Que tipo de profissional que<br />

o mercado busca? A resposta vem do<br />

diretor da Escola de Engenharia, Benjamim<br />

R. de Menezes. “Temos que suprir<br />

este mercado com profissionais<br />

bem formados, preparados e com um<br />

viés empreendedorista”.<br />

Um dos temas abordados na<br />

reunião foi a mudança do ensino da<br />

engenharia, já dentro das novas orientações<br />

do MEC, sugerindo uma base<br />

igual para todos os cursos, seguindo-<br />

Frases<br />

O mundo é um lugar perigoso<br />

de se viver, não por<br />

causa daqueles que fazem o<br />

mal, mas sim por causa daqueles<br />

que observam e deixam<br />

o mal acontecer.<br />

Albert Einstein<br />

"Inventar é imaginar o<br />

que ninguém pensou; é<br />

acreditar no que ninguém<br />

jurou; é arriscar o que<br />

ninguém ousou; é realizar<br />

o que ninguém tentou. Inventar<br />

é transcender. "<br />

Santos Dumont<br />

se o aprendizado mais específico nas<br />

áreas escolhidas pelos alunos. Este<br />

tema informou o Presidente, é objeto<br />

das considerações possíveis dentro da<br />

Comissão de Ensino da <strong>SME</strong>, com a<br />

colaboração dos professores, interessados<br />

e especialistas no assunto.<br />

Trindade informou ainda, ter<br />

lançado um programa de aproximação<br />

mais intensa com a comunidade acadêmica<br />

e estudantil, visando levar às<br />

universidades a palavra experiente de<br />

engenheiros de sucesso, além de palestras<br />

técnicas que introduzam o avanço<br />

tecnológico.<br />

Outra questão abordada foi a<br />

educação básica da população brasileira.<br />

“Recebemos uma juventude despreparada,<br />

sem os alicerces<br />

necessários à construção de um saber<br />

aplicável ao processo de desenvolvimento<br />

acadêmico. Deparamo-nos com<br />

Por Alessandra Sardinha<br />

alunos que saem do ensino médio com<br />

uma formação muito precária e,<br />

quando alcançam a Universidade, têm<br />

séries dificuldades prejudicando o seu<br />

rendimento acadêmico. E muitas das<br />

vezes somos obrigados a nos transformar<br />

em centros de adequação e preparo<br />

dos neos-engenheiros”, explica o<br />

diretor Menezes.<br />

Ainda segundo o diretor da<br />

Escola de Engenharia, a solução para<br />

este problema é nivelar a educação no<br />

ensino fundamental e médio.<br />

Ao término da visita, formalizou-se,<br />

dentre as comemorações dos<br />

<strong>10</strong>0 anos que completa a Escola de Engenharia,<br />

a <strong>SME</strong> agregará às mesmas<br />

seu 20º Prêmio Ciência, Tecnologia e<br />

Inovação, ao qual podem concorrer<br />

universitários de todas as áreas de Engenharia<br />

e Arquitetura de Universidades<br />

Mineiras.<br />

31


32<br />

A Engenharia Mineira e<br />

Por José Antônio Silva Coutinho<br />

A Sociedade Mineira de Engenheiros<br />

(<strong>SME</strong>), como programação prioritária de<br />

trabalhos da sua comissão técnica de transportes,<br />

vem desenvolvendo e atualizando<br />

estudos sobre logística e transportes desde<br />

setembro de 2007, quando elaborou e entregou<br />

ao Ministério dos Transportes, o<br />

documento "A Engenharia Mineira e o<br />

Plano Nacional de Logística e Transportes<br />

(PNLT)." O documento é uma contribuição<br />

da <strong>SME</strong> à implementação do<br />

PNLT, um plano federativo e de estado,<br />

associado ao processo de desenvolvimento<br />

socioeconômico do país, que traz<br />

abordagem multimodal, constituindo-se,<br />

portanto em processo de planejamento<br />

permanente, participativo, integrado e<br />

institucional, ferramenta eficiente e eficaz<br />

para a programação e implementação<br />

das obras do Programa de Aceleração<br />

do Crescimento (PAC1 e PAC2).<br />

Mais recentemente, em abril e julho<br />

de 20<strong>10</strong>, a Sociedade Mineira de Engenheiros<br />

- <strong>SME</strong>, por convocação da<br />

Secretaria de Política Nacional de<br />

Transportes/SPNT do Ministério dos<br />

Transportes, e por delegação e credenciamento<br />

das instituições participantes,<br />

representando o setor<br />

público (Secretaria de Estado de<br />

Transportes e Obras Públicas –<br />

Setop) e setor privado (Federação<br />

das Industrias do Estado de Minas<br />

Gerais – Fiemg, representada pelo<br />

sindicato da indústria da construção<br />

pesada do Estado de Minas Gerais –<br />

Sicepot – MG) recebeu a incumbência<br />

de elaborar “proposta integrada<br />

do Estado de Minas Gerais, contendo<br />

as demandas prioritárias de logística<br />

e transportes para o período de 20<strong>10</strong><br />

a 2014, por modo de transporte”.<br />

Estas demandas são consideradas como<br />

de relevância para o aprimoramento de<br />

nossa infraestrutura em logística e transporte<br />

de forma a atender o crescente desenvolvimento<br />

sócio-econômico do<br />

Estado de Minas Gerais, e na proposta<br />

estão identificadas em 9 blocos de projetos,<br />

sendo 30 referentes ao modo rodoviário,<br />

14 ao modo ferroviário, 24 ao<br />

modo hidroviário, lacustre e portuário, 02<br />

ao modo aeroportuário e 01 referente<br />

ao desenvolvimento da intermodalidade,<br />

todos considerados como contribuição<br />

para o êxito de um processo de planejamento<br />

permanente, participativo, integrado<br />

e interinstitucional, cuja perenidade<br />

demandará uma forte reorganização e<br />

uma gestão eficiente e eficaz, que seja<br />

capaz de envolver todas as esferas de governo,<br />

bem como as várias instituições,<br />

órgãos públicos e privados afins e corre-


o PNLT<br />

latos ao setor dos transportes.<br />

Estas demandas prioritárias de projetos<br />

para os diferentes modos de<br />

transportes e igualmente, ações institucionais<br />

em políticas públicas, que<br />

tem pertinência com os objetivos e<br />

natureza do PNLT e nele devem ser<br />

incluídos, pois, como o PNLT “buscam<br />

assegurar a plena trafegabilidade e capacidade<br />

do sistema de transportes,<br />

propondo estabelecer melhores condições<br />

para as rodovias e para os acessos<br />

terrestres e marítimos aos portos<br />

nacionais, agregando a priorizando os<br />

sistemas hidroviários e ferroviários<br />

nos principais eixos de desenvolvimento<br />

e terminais de integração do<br />

país, para dotá-lo de uma cadeia logística<br />

de transporte eficiente. Neste<br />

contexto se inserem ações institucio-<br />

nais relevantes, de caráter regulamentar<br />

e normativo, que irão garantir uma<br />

melhor adequação e produtividade da<br />

infraestrutura dos sistemas.” (Marcelo<br />

Perrupato – Secretário de Política Nacional<br />

de Transportes/MT – Revista<br />

Ferroviária/PNLT/out 2006).<br />

Considerações e destaques<br />

O interesse comum no processo de<br />

desenvolvimento estratégico sustentado,<br />

contribuindo para a melhoria e<br />

o desenvolvimento constante das condições<br />

sócio-econômicas do Estado<br />

de Minas Gerais, justifica a apresentação<br />

de proposta única, integrando as<br />

prioridades definidas nas demandas<br />

apresentadas pelo setor público e pelo<br />

setor privado, para os diferentes<br />

modos de transporte.<br />

A unicidade destes propósitos e princípios,<br />

leva em consideração a atualização<br />

de pressupostos e paradigmas<br />

apresentados nos documentos “Plano<br />

Estratégico de Logística e Transportes<br />

– PELT/MG” (Governo/Setop/Seplag)<br />

e a “A Engenharia Mineira e o PNLT”<br />

(Setor Privado – <strong>SME</strong>), resultando na<br />

proposta de destaques de estudos,<br />

projetos, obras e ações estratégicas e<br />

institucionais para os superiores interesses<br />

do Estado de Minas Gerais.<br />

A proposta ressalta a importância do<br />

conceito de logística integrada preconizado<br />

no Plano Nacional de Logística<br />

e Transportes – PNLT, assim como a<br />

ênfase do plano às conexões multimodais<br />

e ao uso dos modos de transportes<br />

de melhor desempenho<br />

energético, caso especial do incentivo<br />

às ferrovias e hidrovias.<br />

A proposta igualmente sustenta a<br />

importância fundamental das ações<br />

de caráter institucional, nos casos<br />

da perenização do processo de planejamento<br />

estratégico, do estabelecimento<br />

criterioso dos marcos<br />

regulatórios e, ainda, da consolidação<br />

da plena atuação das agências<br />

reguladoras.<br />

A proposta leva em consideração, também,<br />

que o Plano Nacional de Logística<br />

e Transportes – PNLT, ao considerar os<br />

corredores de transportes como parte<br />

das cadeias logísticas que, por sua vez,<br />

refletem as cadeias produtivas – poderá<br />

33


34<br />

dar o necessário suporte à indução da<br />

localização, em território mineiro, de elementos<br />

chaves associados à esta concepção:<br />

centros, instalações de ensilagem, de<br />

transbordo, de comercialização e, sobretudo,<br />

de beneficiamento de grãos.<br />

A perspectiva das cadeias logísticas<br />

transcenderá, portanto, a própria perspectiva<br />

da multimodalidade. Dos 70<br />

projetos, destacaríamos como mais importantes<br />

para serem priorizados em<br />

sua execução no PAC:<br />

AEROPORTUÁRIOS<br />

O aumento da capacidade do Aeroporto<br />

Internacional Tancredo Neves, na<br />

região metropolitana de Belo Horizonte<br />

(Confins) e a conclusão do aeroporto<br />

regional da zona da mata (Goianá).<br />

RODOVIÁRIOS<br />

• Projeto e construção do arco viário<br />

de contorno norte (rodoanel) da<br />

região metropolitana de Belo Horizonte<br />

(ligação da BR 381 Sul / Fernão<br />

Dias, e a BR 381 Norte para Governador<br />

Valadares);<br />

• Conclusão da construção do portal<br />

sul de Belo Horizonte (BR<br />

356/BR040/Nova Lima/ MG30);<br />

• Projeto e construção do arco viário<br />

sul (via das indústrias) da região<br />

metropolitana de Belo Horizonte;<br />

• Conclusão da obra de duplicação<br />

da BR 050 entre as divisas GO/MG/SP;<br />

• Conclusão da obra de melhoria da<br />

capacidade de tráfego e duplicação da<br />

BR 040 do trevo para Ouro Preto/BR<br />

356 até Juiz de Fora/MG 452;<br />

• Projeto e construção da obra de<br />

adequação e duplicação da BR 381 –<br />

norte de Belo Horizonte a Governador<br />

Valadares;<br />

•<br />

Conclusão da obra de adequação<br />

e duplicação da BR 040 entre Belo<br />

Horizonte/Sete Lagoas/Curvelo.<br />

HIDROVIÁRIOS / LACUSTRES<br />

e PORTUÁRIOS:<br />

• Construção de eclusas nas barragens<br />

de Água Vermelha, Marimbondo e<br />

Porto Colombia, no Rio Grande para<br />

aumento de sua navegabilidade;<br />

• Implantação de transporte lacustre<br />

na Bacia da Barragem de Furnas;<br />

• Construção de 03 (três) portos e<br />

reformas de 06 (seis) portos no Rio<br />

São Francisco para ampliar seu potencial<br />

de transporte hidroviário;<br />

• Melhorias no transporte hidroviário<br />

do Rio São Francisco entre Pirapora,<br />

Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).<br />

FERROVIÁRIOS<br />

• Implementação do Prosefer – programa<br />

de segurança ferroviária, com a<br />

eliminação de passagens de nível e de<br />

invasões nas faixas de domínio da malha<br />

ferroviária do Estado de Minas Gerais;<br />

• Construção da obra de retificação<br />

e duplicação do trecho ferroviário<br />

entre a estação do Horto Florestal e<br />

de General Carneiro, antigo projeto da<br />

travessia ferroviária da região metropolitana<br />

de Belo Horizonte;<br />

• Construção da ligação ferroviá ria<br />

entre Governador Valadares / Teófilo<br />

Otoni / Itaobim / Turmalina / Grão<br />

Mogol/Salinas/Rio Pardo de Minas/Pai<br />

Pedro, pólos de celulose e mineração,<br />

para o desenvolvimento das regiões<br />

norte e nordeste de Minas Gerais;<br />

• Construção da ligação ferroviária<br />

entre Pirapora/Unai/Planalto Central,<br />

promovendo a integração da malha<br />

ferroviária de Minas Gerais com a<br />

ferrovia norte/sul e importantes<br />

regiões produtoras do centro-oeste<br />

e norte/nordeste do Brasil;<br />

• Conclusão da ferrovia do aço na<br />

região metropolitana de Belo Horizonte<br />

do km 0, em BH/Caetano Furquim,<br />

até o pátio de andaime no km<br />

29, no município de Itabirito, trecho<br />

ferroviário, em que toda a infraestrutura<br />

está pronta;<br />

• Conclusão de viaduto ferroviário<br />

eliminando a passagem de nível<br />

no cruzamento com a MG 040 na cidade<br />

de Sarzedo;


35<br />

• Construção de viadutos, trincheiras<br />

e passarelas em ramal ferroviário<br />

no centro da cidade de juiz de fora<br />

para eliminar-se conflitos de mobilidade<br />

urbana;<br />

• Construção do contorno ferroviário<br />

de Santos Dumont;<br />

• Conclusão das obras do metrô de<br />

Belo Horizonte com a modernização<br />

da linha 01 existente e ampliação da<br />

frota atual; conclusão linha Barreiro-<br />

Calafate e dos projetos e construções<br />

das linhas 02 (Calafate/Hospitais) e 03<br />

(Pampulha/Savassi);<br />

• Implantação do transporte ferroviário<br />

de passageiros com o emprego<br />

de veículos leves sobre trilhos – VLTS,<br />

como alternativa viável técnica e economicamente,<br />

para os projetos de mobilidade<br />

em transporte de massa, na<br />

região metropolitana “expandida’’ de<br />

Belo Horizonte, aproveitando-se 835<br />

km de malha ferroviária existente, com<br />

o adequado compartilhamento dos<br />

trens de carga, influenciando social e<br />

economicamente 129 municípios, 81 a<br />

mais do que os 48 da RMBH e seu<br />

colar;<br />

• Implantação em Minas Gerais de<br />

um “Centro de Referência e Excelência<br />

em Engenharia Ferroviária – Cengefer”<br />

constituindo-se em rede inovadora de<br />

instituições, especializado em projetos<br />

de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico<br />

para a indústria ferroviária em<br />

sua cadeia produtiva e na formação de<br />

novas gerações de técnicos e engenheiros<br />

para o setor;<br />

Por questões de política orçamentária<br />

e de prioridades estratégicas, o governo<br />

federal redefiniu a programação<br />

de obras de infraestrutura de transportes<br />

em PAC_1 e PAC_2 implementando<br />

e concluindo aquelas que se<br />

iniciaram com recursos do PAC_1,<br />

como, por exemplo, dentre outras, a<br />

conclusão da duplicação da BR 262<br />

entre Betim e Nova Serrana, da BR 040<br />

entre Belo Horizonte e Sete Lagoas, e<br />

o novo viaduto sobre a BR 040, em<br />

Congonhas, antigo Viaduto Vila Rica.<br />

As demais obras consideradas como<br />

demandas prioritárias para o Estado de<br />

Minas Gerais, conforme proposta integrada<br />

enviada pela <strong>SME</strong> ao MT/PNLT,<br />

deverão ser objeto de ações estratégicas<br />

para a conquista de sua completa<br />

inclusão no PAC_2, sem o que dificilmente<br />

serão executadas, com exceção<br />

da “Travessia Ferroviária de Belo Horizonte”,<br />

que será executada por conta<br />

da ferrovia centro atlântica - FCA/Vale<br />

conforme acertos viabilizados com o<br />

Governo Federal e Rede Ferroviária<br />

Federal S.A., devendo ser iniciada nos<br />

próximos dias.<br />

José Antônio Silva<br />

Coutinho é engenheiro<br />

Coordenador<br />

Adjunto da<br />

Comissão<br />

Técnica de<br />

Transportes<br />

da <strong>SME</strong><br />

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36<br />

EÓLICA | Energia limpa<br />

Bons ventos para a matriz<br />

Por Ailton Ricaldoni Lobo<br />

Com a crise econômica<br />

que assola a Europa e também<br />

os Estados Unidos desde<br />

2008, assistimos a consolidação de<br />

uma reviravolta na estrutura mundial<br />

com a escalada do poderio<br />

econômico do Brasil e da China.<br />

A economia do Brasil está se internacionalizando,<br />

fato decorrente<br />

de o País ocupar o primeiro<br />

lugar na produção de vários insumos<br />

agrícolas. O Brasil se consolidará<br />

como celeiro do mundo<br />

expandindo 40% a sua produção<br />

agrícola nos próximos dez anos.<br />

Com o objetivo de tornar realidade<br />

essas perspectivas econômicas,<br />

o Brasil como todas as outras<br />

nações com alto índice de desenvolvimento,<br />

vai precisar de muita<br />

energia.<br />

Quando comecei os meus trabalhos<br />

na Gerência de Desenvolvimento<br />

Tecnológicos da Cemig,<br />

utilizando outras fontes renováveis,<br />

a saber: eólica, solar, biomassa, e<br />

outras, para compor a matriz elé-<br />

trica brasileira, esse esforço era<br />

visto como pesquisa científica. No<br />

Brasil não se permitia falar em<br />

outra fonte renovável, como solução<br />

energética para o País, que não<br />

fossem as grandes usinas hidrelétricas,<br />

que transformaram o Brasil<br />

entre os países industrializados, em<br />

um dos mais dependentes da hidroeletricidade,<br />

com 96,8% da<br />

energia produzida por cerca de<br />

600 barragens. O Brasil se colocou<br />

como o maior produtor de hidroeletricidade<br />

da América Latina, seguido<br />

pela Argentina com <strong>10</strong>1


energética brasileira<br />

barragens, Venezuela com 72 e<br />

Chile com 87. Brasil e Paraguai juntos<br />

tem a maior usina hidroelétrica<br />

do mundo, com uma capacidade<br />

total de 12.600 megawatts. O consumo<br />

de energia per capta no Brasil<br />

quadruplicou desde 1970, de<br />

491 kilowatt para 2.242 kwa atualmente.<br />

O grande desenvolvimento da hidroeletricidade<br />

no Brasil foi entre<br />

1975, quando a capacidade instalada<br />

era apenas de 18.500 megawatts,<br />

e 1985, quando passou para<br />

54.000 megawatts. A partir de<br />

então a construção de barragens<br />

tornou-se mais difícil devido à crise<br />

econômica e ao endividamento,<br />

assim como ao crescimento das<br />

críticas às barragens devido aos impactos<br />

sociais e ambientais.<br />

Hoje, estamos assistindo o resultado<br />

do esforço concentrado de<br />

algumas pessoas que acreditaram<br />

que os ventos iriam ocupar o seu<br />

lugar na matriz elétrica mundial.<br />

A energia do vento (eólica) pode<br />

garantir <strong>10</strong>% das necessidades<br />

mundiais de eletricidade até o<br />

ano 2020, criar 1,7 milhão de<br />

novos empregos e reduzir a emissão<br />

global de dióxido de carbono<br />

na atmosfera em mais de <strong>10</strong> bilhões<br />

de toneladas. Estes são os<br />

principais dados de um novo relatório<br />

internacional elaborado<br />

pelo Greenpeace, pela Associação<br />

Européia de Energia Eólica<br />

(EWEA) e pelo Fórum pela Energia<br />

e Desenvolvimento e lançado<br />

em Bruxelas (Bélgica) durante um<br />

seminário sobre fontes de energias<br />

renováveis.<br />

37


38<br />

EÓLICA | Energia limpa<br />

O relatório "Wind Force <strong>10</strong>: A<br />

Blueprint to Achieve <strong>10</strong>% of the<br />

World’s Electricity from Wind<br />

Power by 2020" mostra que um<br />

total de 1,2 milhão de megawatts<br />

(mw) de energia eólica pode ser<br />

instalado ao redor do mundo até<br />

2020, produzindo, mas que o total<br />

de energia necessária para alimentar<br />

toda a Europa hoje.<br />

Nos últimos dez anos, a força do<br />

vento foi a fonte de energia de<br />

maior crescimento no mundo, com<br />

uma média de 30% de crescimento<br />

ao ano. Apesar de suprir cerca de<br />

<strong>10</strong>% das necessidades de eletricidade<br />

da Dinamarca, por exemplo, a<br />

contribuição da energia eólica em<br />

todo o mundo permanece abaixo<br />

de seu potencial, com uma média<br />

de 0,15%.<br />

Com custo cada vez menor, e<br />

bem mais barato que a hidráulica,<br />

desempenho cada vez maior,<br />

comparável a hidráulica, prazos<br />

de instalação menores, modularidade<br />

e menos impacto ambiental,<br />

esse tipo de energia se tornou a<br />

bola da vez.<br />

Temos que considerar esta opção<br />

com muita ênfase, haja vista, que<br />

o Brasil hoje possui conhecimento<br />

tecnológico para produzir<br />

todos os componentes dos geradores,<br />

possui também um parque<br />

industrial capaz de produzir tais<br />

componentes e uma demanda interna<br />

enorme, pois, o mapeamento<br />

dos potenciais de vento<br />

indica que em Minas Gerais, por<br />

exemplo, só existem 40 giwatts<br />

de potencial instalável.<br />

A contribuição para a autonomia<br />

energética e para o balanço comercial<br />

internacional é significante. Ao<br />

invés de o governo pensar em enterrar<br />

bilhões de dólares na finalização<br />

da usina nuclear de Angra II<br />

e na construção de Angra III, deveria<br />

tomar uma atitude mais estratégica,<br />

e investir até dez vezes<br />

menos em fontes de energias renováveis<br />

e de baixo impacto sobre<br />

o meio ambiente, como a eólica,<br />

obtendo melhores resultados para<br />

a matriz energética brasileira.<br />

Num mundo em que estamos assistindo<br />

o crescimento vertiginoso<br />

das fontes renováveis, em especial<br />

a eólica, o Brasil terá de se livrar<br />

de seus principais nós e aproveitar<br />

que os ventos estão favoráveis.<br />

Disso dependem da nossa política<br />

energética, a formação de mão de<br />

obra qualificada, investimentos em<br />

pesquisa e desenvolvimento com<br />

forte participação da indústria, financiamentos<br />

de longo prazo e a<br />

manutenção do crescimento econômico.<br />

Ailton Ricaldoni Lobo , Presidente eleito da <strong>SME</strong><br />

para o mandato Abril / 2011 - 2014


Djalma Bastos de Morais,<br />

A sólida formação em engenharia<br />

de telecomunicações e matemática<br />

de Djalma Bastos de Morais<br />

obtida em instituições do Sul e Sudeste<br />

naturalmente encaminharam o<br />

jovem militar, natural de Maceió (AL),<br />

para a chefia do serviço de rádio do<br />

Exército na Zona da Mata mineira. Daí<br />

para cargos de superintendência na<br />

Telemig, uma das maiores empresas<br />

estaduais de telefonia do País na década<br />

de 80, e para a Telebrás, então<br />

controlada pelo governo federal,<br />

foram superadas etapas em um processo<br />

constante até o Ministério das<br />

Telecomunicações em 1994.<br />

Em 1995, no entanto, sua carreira<br />

viria a sofrer uma guinada radical<br />

com a nomeação para vice-presidente<br />

da Petrobrás Distribuidora. Desde<br />

então, passou a desempenhar um papel<br />

de protagonista no setor energético<br />

brasileiro, função que mantém há 11<br />

anos como diretor-presidente da<br />

Companhia Energética de Minas Gerais.<br />

Com isso, o engenheiro Djalma<br />

Bastos de Morais não é apenas o presidente<br />

da maior companhia integrada<br />

de energia elétrica do País como também<br />

é a personalidade a ocupar por<br />

mais tempo, o cargo mais alto da diretoria<br />

da Cemig desde sua fundação, há<br />

quase seis décadas, em 1952.<br />

Com Djalma Morais na presidência da<br />

Empresa, a Cemig tem conhecido um<br />

crescimento como nunca havia acontecido<br />

antes. Nos seus primeiros quatro<br />

anos de gestão (1998/2001), a<br />

Cemig empreendeu o seu maior volume<br />

de obras para implantação de hidrelétricas<br />

no País. Em quatro anos<br />

foram iniciadas ou concluídas as obras<br />

das hidrelétricas de Porto Estrela, Funil,<br />

Aimorés, Irapé, Queimado, Pai Joaquim,<br />

Capim Branco I e II e a térmica do Barreiro.<br />

A Companhia iniciou ainda um<br />

processo que lhe permitiu, em pouco<br />

tempo, entrar para o exclusivo grupo<br />

das empresas que são líderes mundiais<br />

em sustentabilidade econômica, ambiental<br />

e social.<br />

A partir de 2002, a Cemig<br />

avançou ainda mais e, em quatro anos,<br />

o seu valor de mercado praticamente<br />

triplicou. Estrategicamente, com muita<br />

segurança e habilidade a Cemig partiu<br />

para o desafio de ser uma empresa global,<br />

passando a ter negócios em 19 estados<br />

brasileiros e no Distrito Federal,<br />

mas sem nunca deixar as raízes de<br />

Minas. Dessa forma, a Cemig expandiu<br />

os seus negócios com participação na<br />

Light, do Rio de Janeiro, aquisição do<br />

controle da Terna e de parte da TBE,<br />

que atuam na operação de linhas transmissão<br />

no Norte, Nordeste, Sul e Sudeste<br />

do Brasil, de parques de geração<br />

eólica no Ceará e da implantação e<br />

operação de uma linha de transmissão<br />

no Chile. Ao mesmo tempo, a Companhia<br />

atingiu o índice de <strong>10</strong>0% de consumidores<br />

urbanos ligados e está<br />

terminando as obras para a universalização<br />

da eletrificação rural. Tudo isso<br />

só foi possível graças à habilidade e<br />

visão do presidente Djalma Bastos de<br />

Morais à frente da Cemig.<br />

39


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FERROVIA | Cengefer<br />

Projeto inovador<br />

‘’Centro de Referência e Excelência em Engenharia Ferroviária – Cengefer’’<br />

Projeto inédito e pioneiro no Brasil,<br />

de criação de um Centro de Referência<br />

e Excelência em Engenharia Ferroviária<br />

(Cengefer), centrado em<br />

pesquisas e no resgate dos avanços<br />

tecnológicos voltados para o sistema<br />

de transportes ferroviários de cargas<br />

e passageiros, agregado ao polo industrial<br />

ferroviário em sua cadeia<br />

produtiva, incluindo-se a inserção das<br />

escolas técnicas e de engenharia na<br />

formação de novas gerações de técnicos<br />

e engenheiros ferroviários, faz<br />

parte das políticas públicas de<br />

transporte e logística. Essas políticas<br />

públicas contribuem para reordenar<br />

a matriz de transporte do país,<br />

ainda predominantemente apoiada<br />

no modo rodoviário e consta como<br />

destaque na “proposta integrada de<br />

Minas Gerais”, elaborada pela comissão<br />

técnica de transportes da Sociedade<br />

Mineira de Engenheiros (<strong>SME</strong>),<br />

para o Plano Nacional de Logística e<br />

Transportes (PNLT).<br />

O Centro de Referência e Excelência<br />

em Engenharia Ferroviária (Cengefer)<br />

é fator fundamental para o sucesso<br />

do plano de revitalização das ferrovias<br />

e sua criação e implantação em<br />

Minas Gerais se justifica pelas seguintes<br />

premissas: O Governo Federal<br />

implementa o plano de revitalização<br />

das ferrovias, desenvolvendo projetos<br />

que objetivam a integração e adequa-<br />

ção operacional das ferrovias e a ampliação<br />

de sua capacidade nos corredores<br />

de transporte. O Estado de<br />

Minas Gerais tem localização estratégica<br />

em relação a outros grandes<br />

centros de produção e de consumo,<br />

e por dispor dos maiores segmentos<br />

da malha ferroviária do país em operação,<br />

ocupa posição privilegiada nas<br />

cadeias logísticas visando à integração<br />

modal e operacional nos corredores<br />

de transporte destinados aos<br />

mercados internos e às exportações.<br />

Também as ferrovias em Minas Gerais<br />

têm especial significado no novo<br />

paradigma da logística em infraestrutura<br />

de transportes, constituindo-se<br />

41


42<br />

FERROVIA | Cengefer<br />

na alternativa viável e necessária para<br />

a eficácia do processo de desenvolvimento<br />

econômico e social sustentado,<br />

com competitividade e consequente<br />

redução do chamado “custo Brasil.’’.<br />

O Estado de Minas vem atuando como<br />

indutor e articulador de ações de implementação,<br />

visando reordenar e dar<br />

nova dinâmica ao “desenvolvimento<br />

do transporte ferroviário no Estado’’,<br />

tendo criado para isto, o programa<br />

Trens de Minas.”<br />

É importante lembrar que o êxito na<br />

realização dos projetos de revitalização<br />

do transporte ferroviário, estará<br />

assegurado na medida que seja desenvolvida<br />

a cadeia produtiva ferroviária,<br />

fundada em pesquisa, conhecimento<br />

tecnológico e formação adequada de<br />

técnicos para o setor ferroviário.<br />

Há que se considerar também que a<br />

grande maioria dos países do mundo<br />

que possuem uma razoável infraestrutura<br />

de transportes tem como suporte<br />

de seu desenvolvimento um<br />

instituto ou centro de pesquisas ferroviárias,<br />

pois o desenvolvimento do<br />

transporte ferroviário compreende o<br />

conhecimento da engenharia ferroviária,<br />

bem como o domínio e atualização<br />

permanente da tecnologia do setor<br />

que depende, dentre outros fatores,<br />

da realização de pesquisas específicas<br />

e da sua interação prática com a revitalização<br />

organizada do parque indus-<br />

trial ferroviário.<br />

O incompatível estágio de desenvolvimento<br />

do setor ferroviário brasileiro,<br />

que vem afetando a sua já menor participação<br />

na matriz de transportes, decorre<br />

da inexistência no Brasil, de um<br />

Centro desta natureza.<br />

Cengefer = inovação<br />

“ Brasil carece de uma<br />

cultura que privilegie a<br />

inovação como fator<br />

determinante da competitividade<br />

de sua<br />

economia e de suas<br />

empresas – carta de<br />

minas pela inovação –<br />

hora de inovar.”<br />

Olavo Machado<br />

Presidente da FIEMG<br />

A modelagem para a estruturação<br />

deste Centro de Referência e Excelência<br />

em Engenharia Ferroviária<br />

será o resultado de proposta de parcerias<br />

alternativas de financiamento<br />

e modelo de gestão autosustentável.<br />

Silogismos estruturantes<br />

A busca da riqueza nacional e da justiça<br />

social se alicerça em várias<br />

ações. Impõe-se que todas elas privilegiem<br />

a componente evolução do<br />

conhecimento e da tecnologia.<br />

Uma maneira eficaz para mudar o<br />

quadro de subdesenvolvimento consiste<br />

no investimento contínuo, ordenado<br />

e crescente de recursos e de<br />

esforços em Ciência e tecnologia,<br />

sempre buscando a integração, a formação<br />

de redes e ampla mobilização<br />

para gerar conhecimentos e tecnologias<br />

nacionais de vanguarda. Nesse<br />

contexto é que se insere o projeto<br />

Cegenfer.<br />

A ideia de implantar este projeto<br />

vem ao encontro do anseio de se<br />

criar um novo paradigma, contextualizando<br />

suas ações dentro de um enfoque<br />

de ciência e tecnologia<br />

aplicada aos produtos, processos e<br />

serviços. Os institutos de pesquisa<br />

do país elaboram seus trabalhos técnicos<br />

que nem sempre chegam ao<br />

conhecimento geral, pela falta da<br />

praticidade de suas teorias e, na<br />

maioria dos casos, tem maior ênfase<br />

o ‘Paper’ elaborado sobre o assunto<br />

do que a aplicação prática em benefício<br />

da sociedade como um todo.<br />

Os fabricantes de novos equipamentos<br />

não têm, na maioria das vezes,<br />

campos de provas reais para o teste<br />

de seus novos produtos, senão apenas<br />

esporádicos espaços abertos em<br />

algumas empresas que usufruem os<br />

eventuais benefícios para a melhoria<br />

apenas de sua instituição, não se<br />

preocupando com o restante do sistema<br />

nacional.


Pela falta de sinergia entre estas entidades,<br />

deixa-se de obter respostas<br />

mais elaboradas que possam agregar<br />

renovadas inteligências na solução de<br />

problemas na área do conhecimento<br />

da engenharia nacional. Isto se deve a<br />

forma de trabalho quase totalmente<br />

estanque dessas instituições, que normalmente<br />

cumprem com suas missões<br />

e atribuições através de uma sistemática<br />

de trabalho que não potencializa<br />

nem integra seus diversos componentes,<br />

gerando assim, um resultado eficiente,<br />

porém, não eficaz.<br />

A busca da referência pela excelência<br />

em Engenharia Ferroviária<br />

A busca da excelência ou da vanguarda<br />

em algum campo de atuação,<br />

seja na administração pública, seja no<br />

mundo empresarial ou em qualquer<br />

outro setor da atividade humana, depende<br />

de muito esforço e de muita<br />

determinação, sobretudo, de desafios<br />

inteligentes ou de situações por si só<br />

instigantes, do desejo de estruturação<br />

de parcerias estratégicas, da formatação<br />

de rede onde cada<br />

componente procure alcançar a excelência<br />

na sua restrita área de ação.<br />

Manter-se na vanguarda é desafio tão<br />

empolgante quanto o de atingí-la.<br />

Sabe-se que o desenvolvimento da<br />

ciência e da tecnologia, para o qual a<br />

criatividade e a inovação têm de<br />

estar necessariamente presentes, se<br />

apóia em três premissas básicas. A<br />

primeira delas deve-se à existência<br />

do cérebro humano e ao incentivo a<br />

sua utilização, perseguindo os limites<br />

de sua potencialidade. A segunda é localizada<br />

na mobilização das pessoas e<br />

instituições em torno de bandeiras,<br />

de metas geradoras de algum benefício<br />

estratégico ou social; e a terceira<br />

refere-se ao esforço nacional, canalizando<br />

recursos adequados para a<br />

área científica e tecnológica.<br />

O projeto de um Centro de Referência<br />

e Excelência em Engenharia<br />

Ferroviária se preocupa com os<br />

procedimentos para introduzir a inteligência<br />

nacional no processo produtivo.<br />

Isso representa agregar um<br />

insumo que reverterá em divisas<br />

para o país e em sustentação para a<br />

entidade.<br />

Mobilização nacional, incentivos ou<br />

grandes empenhos de lideranças<br />

são essenciais para o alcance de resultados<br />

de alto significado, tais<br />

como: assumir a liderança nacional<br />

na área de engenharia ferroviária.<br />

Pensar em desenvolvimento tecnológico<br />

não implica somente as grandes<br />

realizações dos países já desenvolvidos.<br />

O Brasil pode pensar tanto em projetos<br />

estruturais, de grande alcance,<br />

como em inúmeros temas do dia a<br />

dia que precisam, constantemente<br />

de evolução tecnológica. Nesse ca-<br />

minho, o país encontrará fácil maneira<br />

de agregar a inteligência nacional<br />

aos seus produtos, processos<br />

e serviços.<br />

Deve-se sempre considerar que as<br />

tecnologias do presente caminham<br />

para a obsolescência e que muitas<br />

daquelas que serão as preferidas<br />

nos próximos 20 anos não se encontram<br />

no mercado, por isso sobram<br />

chances para quem se lança na<br />

luta da conquista tecnológica.<br />

O Brasil tem condições objetivas<br />

de alcançar um patamar mais alto<br />

de desenvolvimento se estimular os<br />

seus especialistas, técnicos, cientistas<br />

e empresários, enfim, mobilizar<br />

suas inteligências para promover a<br />

superação dos modernos desafios<br />

da tecnologia e o uso criativo de<br />

conhecimentos.<br />

O uso do nome Centro de Excelência<br />

constitui uma decisão de<br />

marketing, visando conferir status<br />

a uma ampla rede estruturada<br />

a partir de competências, de empresas,<br />

de órgãos e de universidades<br />

que se complementam na<br />

realização de objetivos comuns.<br />

Essa concepção de rede de excelência<br />

funciona em harmonia e sinergicamente<br />

e, por isso, produz riqueza e<br />

oportunidades como se fora uma<br />

43


44<br />

FERROVIA | Cengefer<br />

única estrutura – daí o conceito de<br />

Centro.<br />

Este é sempre virtual, pois se assenta<br />

numa rede de competências<br />

e recursos. A rede tem suas regras<br />

e seus objetivos como um todo,<br />

mas também tem os objetivos de<br />

seus componentes. As interligações<br />

do sistema são sólidas, sustentadas<br />

e imprescindíveis.<br />

O Centro de Referência<br />

e Excelência em Engenharia<br />

Ferroviária resulta de<br />

uma bem articulada rede<br />

de parcerias estratégicas.<br />

São ligações permanentes<br />

e sustentadas.<br />

Busca-se, como condição<br />

para o sucesso, a otimização<br />

dos recursos existentes.<br />

A utilização de técnicas<br />

inovadoras e métodos<br />

científicos avançados, por profissionais<br />

de elevada capacitação,<br />

gera resultados situados no limiar<br />

ou além da fronteira do conhecimento<br />

em determinada área industrial<br />

ou tecnológica.<br />

Por meio de trabalho interativo de<br />

recursos humanos e tecnológicos,<br />

com o envolvimento de entidades<br />

governamentais, de instituições de<br />

pesquisa, de empresas e de universidades<br />

nacionais e internacionais,<br />

busca-se a valorização, o desenvolvimento<br />

e a disseminação de competências,<br />

ingredientes<br />

imprescindíveis para a superação<br />

do subdesenvolvimento.<br />

Há para os projetos do Centro, a<br />

definição de uma ou de várias uni-<br />

versidades-âncoras. Essas instituições<br />

completam ou suprem as<br />

pesquisas necessárias, promovem<br />

cursos de graduação e pós-graduação<br />

de interesse da rede ou geradores<br />

de renda para o conjunto,<br />

estabelecem a disseminação dos<br />

conhecimentos gerados (que não<br />

sejam objeto de acordo de sigilo)<br />

e coordenam outras instituições<br />

acadêmicas que possam se integrar<br />

ao projeto. Vale considerar que a<br />

ampliação das atividades tecnológicas<br />

de um núcleo requer a agregação<br />

de recursos humanos e<br />

físicos, possível campo de atuação<br />

das universidades-âncora, as quais<br />

podem propiciar que a desejada<br />

expansão de recursos se processe<br />

nos seus domínios.<br />

Com a participação de<br />

empresas privadas ou<br />

estatais há ligação<br />

para o desenvolvimento<br />

de produtos,<br />

processos, equipamentos<br />

e softwares.<br />

Qualquer entidade ou<br />

empresa nacional<br />

compõe um perfeito<br />

laboratório capaz de<br />

viabilizar a utilização<br />

de tecnologias aplicáveis<br />

ao seu negócio,<br />

valorizando rapidamente<br />

seus produtos,<br />

processos e serviços,<br />

validando-os para o trânsito internacional.<br />

Por vezes, muitas são as entidades,<br />

organizações e empresas cuidando<br />

de um assunto importante.<br />

Mas, poucas vezes, ocorre a sinergia<br />

nas ações, a otimização dos recursos<br />

e a inovação na gestão. Por<br />

isso, poucos são os grandes resultados.


Estruturação de um projeto de<br />

busca da referência pela excelência<br />

em Engenharia Ferroviária<br />

De maneira geral, os projetos de formatação<br />

de centros de excelência seguem<br />

o roteiro da realização de um<br />

diagnóstico do objeto de estudo, da definição<br />

de uma visão de trabalho a ser<br />

adotada e dos projetos para atingir os<br />

objetivos propostos. Cada projeto tem<br />

estruturação própria, em função das diferentes<br />

configurações possíveis, a partir<br />

de realidades distintas.<br />

Por outro lado, é fundamental que haja<br />

um grupo líder para conduzir o projeto,<br />

com acesso à alta administração<br />

da entidade ou do órgão da administração<br />

pública responsável. O projeto<br />

busca elevar parte da entidade ou organização<br />

ao nível da excelência, colocando<br />

sua tecnologia específica na<br />

vanguarda mundial, ou elevá-las, como<br />

um todo, à excelência.<br />

É importante buscar a aplicação dos<br />

conceitos de gestão pela qualidade<br />

total ao segmento em questão, e que<br />

se procure trabalhar segundo critérios<br />

da administração estratégica. A criação<br />

de um centro de excelência resulta de<br />

um esforço de estabelecimento paulatino<br />

de parcerias, as quais, pouco a<br />

pouco, enriquecem o projeto:<br />

Conceito - Conjunto de recursos físicos,<br />

humanos, tecnológicos, integra-<br />

dos numa rede por área temática, que<br />

objetiva a manutenção da supremacia<br />

no campo escolhido, a valorização contínua<br />

e sustentada do desenvolvimento<br />

dos elos da rede e a transformação da<br />

tecnologia e do conhecimento em produtos,<br />

processos ou serviços.<br />

Forma - Sólida união através de uma<br />

rede de alto desempenho, percebida<br />

como um conjunto uno, caracterizando<br />

assim, para efeito de marketing, um<br />

centro de excelência. Assenta-se sobre<br />

parcerias estratégicas entre indústrias,<br />

instituições, universidades, governos Federal,<br />

Estadual e Municipal.<br />

Missão - Busca de resultados situados<br />

no limiar ou além da fronteira do conhecimento<br />

existente em determinada<br />

área industrial, tecnológica, de gestão<br />

ou do conhecimento, pela utilização de<br />

técnicas inovadoras e métodos científicos<br />

avançados, reunindo para tanto<br />

profissionais de elevada qualificação.<br />

Visão - Ser reconhecido como um<br />

conjunto unificado de recursos com<br />

desempenho no patamar da excelência,<br />

situando-se sempre na vanguarda<br />

tecnológica ou do conhecimento.<br />

Não se constrói um centro de excelência<br />

de um dia para o outro. Durante<br />

anos constrói-se degrau a degrau, a escala<br />

do sucesso. A entidade (ou o conjunto<br />

delas) é o laboratório principal<br />

de teste das inovações.<br />

Em resumo, a busca da referência pela<br />

excelência em Engenharia Ferroviária<br />

se sustenta na ideia:<br />

• Empresas, organismos e associações<br />

constituem laboratórios que possam<br />

viabilizar o desenvolvimento de<br />

conhecimentos, tecnologias e inovações<br />

aplicáveis ao seu campo de atuação,<br />

valorizando seus produtos,<br />

processos e serviços. Cada entidade<br />

pode se unir a universidades, de forma<br />

a compartilhar tecnologias e processos<br />

inovadores.<br />

• É preciso criar, no país, núcleos de<br />

desenvolvimento de tecnologias e de<br />

conhecimentos avançados, formandose<br />

massa crítica, trabalhando em várias<br />

frentes, fazendo surgir outras inovações<br />

e novos produtos, processos e<br />

serviços.<br />

• Tecnologias, conhecimentos e modelos<br />

de gestão evoluem a cada instante.<br />

• A aplicação constante em inovação<br />

e tecnologia, tanto nas entidades<br />

quanto nas universidades, gera um excepcional<br />

mercado de trabalho.<br />

José Antônio Silva<br />

Coutinho é<br />

engenheiro e<br />

Coordenador<br />

Adjunto da<br />

Comissão<br />

Técnica de<br />

Transportes<br />

da <strong>SME</strong><br />

45


46<br />

CIÊNCIA E TECNOLOGIA | Prêmio<br />

Chuveiro o vilão da energia<br />

Por Alessandra Sardinha<br />

O estudante do curso de Engenharia Mecânica<br />

da UFMG, João Bosco Barbosa Filho, vencedor do 19º<br />

prêmio <strong>SME</strong> de Ciência e Tecnologia, apresentou o projeto<br />

“Chuveiro otimizado: Uma nova concepção de banho<br />

acerca do uso racional da energia elétrica”. A solenidade<br />

foi realizada no Usiminas em dezembro de 20<strong>10</strong>.<br />

O Brasil tem experimentado nos últimos anos<br />

um considerável crescimento que o tem qualificado como<br />

um País emergente. A consequência disso é o elevado<br />

consumo de energia e, por conseguinte, o aumento do<br />

risco do “apagão” que tem se tornado um grande desafio<br />

para as autoridades brasileiras. Nas palavras do estudante,<br />

“o apagão ocorre porque existe um horário de maior<br />

consumo de energia, no qual vários aparelhos são ligados<br />

ao mesmo tempo”. Estima-se que o uso do chuveiro, o<br />

vilão da energia, corresponda a 26% desse consumo de<br />

energia elétrica. De acordo o vencedor do prêmio, João<br />

Bosco Barbosa Filho, nos últimos anos, poucas medidas<br />

têm sido feitas em relação ao problema, sendo a mais conhecida<br />

o horário de verão, com uma economia de 5%.<br />

“Este aumento no consumo de energia elétrica faz com<br />

que aumente a necessidade de termoelétricas, hidrelétricas<br />

e usinas nucleares, e isto muitas vezes significa poluir<br />

e desmatar de forma irracional”, explica Filho. Diante<br />

disso, ele pensou em criar uma solução para amenizar o<br />

consumo de energia elétrica e apresentou um sistema<br />

que, instalado no chuveiro, acarreta um menor consumo<br />

de energia elétrica (supondo que se mantenha o mesmo<br />

tempo de banho). O uso da vazão intermitente, quase que<br />

imperceptível ao usuário permitiu aumentar a temperatura<br />

da água na saída do chuveiro com uma menor potência.<br />

“Esse é o chuveiro ideal para o nosso País”, afirma<br />

o estudante do curso de Engenharia.


Vencedores do prêmio<br />

matura ou perda da capacidade de produção de veneno.<br />

Diante disso Amaral cria um sistema capaz con-<br />

O grupo de estudantes Lucas Machado Viana, Igor José trolar de forma adequada os níveis de tensão,<br />

Moreira Marques e Augusto Matheus dos Santos corrente, frequência e duração da aplicação do estí-<br />

Alonso do curso de Engenharia de Controle e Automulo elétrico, prolongando-se a vida útil dos animais<br />

mação da Universidade Federal de Ouro Preto em cativeiro. E ainda, este estímulo elétrico poderá<br />

(UFOP), autores do projeto “Desenvolvimento de sen- ser ajustado de acordo com cada espécie, evitando sua<br />

sor orgânico para monitoramento e análise de dose fadiga ou morte prematura e intensificando a disponi-<br />

de radiação em soluções de MEH-PPV/Alq3, para fubilidade de veneno para a produção de soros anti-peturas<br />

aplicações médico-hospitalar” ficou com o 2º<br />

lugar. Foi desenvolvido um<br />

çonhentos na FUNED.<br />

dispositivo que provou ser<br />

O projeto<br />

uma alternativa viável para<br />

“Monitoramento do<br />

aumentar a segurança dos<br />

desgaste dos refra-<br />

tratamentos envolvendo ratários<br />

dos cadinhos<br />

diação, além do baixo custo<br />

dos altos-fornos”,<br />

de produção e manutenção.<br />

4º lugar, elaborado<br />

A leitura dos dados forne-<br />

por Leandro Dijon<br />

cidos pelo protótipo é rápida<br />

e intuitiva devido à<br />

escala de cor no display.<br />

Evidenciando assim um mé-<br />

Vencedores do Prêmio 1º ao 5º lugar<br />

todo inovador e revolucionário<br />

para ser utilizado em ambientes médicos<br />

de Oliveira Campos,<br />

estudante do<br />

curso de Engenharia<br />

Metalúrgica da<br />

Universidade Fede-<br />

hospitalares.<br />

ral de Minas Gerais (UFMG), cita as empresas siderúrgicas<br />

que trabalham com Altos-Fornos,<br />

já o 3º colocado, Fernando Venâncio Amaral, estudante termopares instalados ao longo do corpo desses rea-<br />

do curso de Engenharia Elétrica do CEFET-MG, apretores com a finalidade de se medirem as temperatusentou<br />

o projeto “Estimulador elétrico digital para exras em regiões diferentes, para se avaliar a<br />

tração de veneno em aranhas e escorpiões na distribuição interna da carga, o fluxo gasoso, o des-<br />

Fundação Ezequiel Dias (FUNED)”. O soro anti-peçogaste da parede refratária que reveste o interior desnhento<br />

é produzido a partir do próprio veneno do tes equipamentos, dentre outras utilidades. O<br />

animal. A extração do veneno é realizada através da problema identificado foi a utilização inadequada dos<br />

aplicação de estímulo elétrico aplicado na glândula dados coletados pelos termopares na região do ca-<br />

produtora de veneno do animal. Esse procedimento é dinho, e a solução encontrada foi a criação de um<br />

empregado na FUNED, mas sem a capacidade de se software capaz de ler as temperaturas medidas pelos<br />

controlar os níveis e tempos de exposição do animal<br />

termopares e traduzi-las em espessura da parede e<br />

ao choque. Isso provoca, muitas vezes, a morte pre-<br />

desgaste do refratário.<br />

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48<br />

CIÊNCIA E TECNOLOGIA | Prêmio<br />

Em 5º lugar, Bruna Monteiro Ferreira, aluna do<br />

curso de Engenharia Civil da UFOP, com o projeto “Estudo<br />

de caracterização da escória de ferro silício manganês para<br />

a aplicação em lastro ferroviário”. De acordo com a estudante<br />

o Brasil é o um dos maiores produtores de ferroligas<br />

de manganês do mundo. A escória de ferro silício manganês<br />

é um resíduo da produção industrial siderúrgica. Em síntese<br />

o material, escória de ferro silício manganês em estudo se<br />

enquadrou nos seguintes requisitos de: análise granulométrica,<br />

abrasão Los Angeles, índice de tenacidade TRETON,<br />

massa específica aparente, absorção de água, porosidade<br />

Abertura do<br />

evento com<br />

o presidente<br />

da <strong>SME</strong>,<br />

Márcio Trindade<br />

APOIADORES DO EVENTO<br />

aparente, teor de materiais macios e friáveis, forma do material<br />

e teor de material pulverulento, teor de argila em<br />

torrões, resistência a intempéries, carga pontual e compressão<br />

axial. Todos estes índices têm como referência os<br />

padrões estabelecidos pela ABNT e AREMA. No que diz<br />

respeito aos estudos de classificação ambiental, mineralógico<br />

e elétrico, o material, escória de ferro, silício, manganês<br />

também se enquadrou em todos os requisitos estabelecidos<br />

por norma. Dessa forma, pode-se afirmar que o material<br />

está apto, ou seja, pode ser usado como lastro<br />

ferroviário, dando uma alternativa técnica.<br />

O estudante do curso de Engenharia Mecânica/UFMG, João Bosco Barbosa Filho, vencedor do 19º prêmio <strong>SME</strong> de Ciência e<br />

Tecnologia, apresentou o projeto “Chuveiro Otimizado: Uma nova concepção de banho acerca do uso racional da energia elétrica”<br />

A Sociedade Mineira de Engenheiros (<strong>SME</strong>) criou<br />

há 19 anos o Prêmio de Ciência e Tecnologia para incentivar<br />

e valorizar a produção de trabalhos técnico-científicos<br />

desenvolvidos por estudantes de graduação nas áreas<br />

de engenharia, arquitetura e agronomia de Minas Gerais.<br />

De acordo com o presidente da <strong>SME</strong>, Márcio Damazio<br />

Trindade, os trabalhos inscritos são analisados por<br />

um comitê de profissionais especializados e os autores<br />

dos cinco melhores trabalhos recebem uma premiação<br />

em dinheiro, no total de R$20 mil. Além disso, os trabalhos<br />

bem classificados recebem menções honrosas e a instituição<br />

de ensino com maior número de proposições,<br />

uma premiação especial.<br />

Anualmente, os universitários de Minas Gerais<br />

têm a oportunidade de se inscreverem no Prêmio de<br />

Ciência e Tecnologia, além de concorrer, o universitário<br />

poderá ter o seu trabalho conhecido dentro da área acadêmica<br />

e de grandes empresas.


O desequilíbrio das Metrópoles<br />

Por Hudson Navarro - Diretor geral do Instituto Horizontes<br />

O desequilíbrio tem sido a marca comum do crescimento<br />

das metrópoles brasileiras nas últimas décadas,<br />

sendo o principal responsável pelos grandes problemas<br />

por elas enfrentados hoje, como os bolsões de pobreza,<br />

a baixa mobilidade e ainda, a crescente violência, resultado<br />

muitas vezes dos desníveis regionais internos.<br />

Esses problemas gerados pelo modo de crescimento criaram<br />

verdadeiras armadilhas, que estão aí a desafiar a criatividade<br />

dos gestores e a enfrentar a geralmente crônica<br />

escassez de recursos dos cofres municipais, submetidos à<br />

vontade e aos caprichos do poder federal, que arrecada a<br />

maior (bem maior) fatia do bolo tributário.<br />

Rio de Janeiro e São Paulo são os dois principais exemplos,<br />

mas a capital mineira também não foge à regra, em<br />

muitos casos, as situações não tenham ainda atingido a<br />

magnitude e a gravidade que ostentam nas duas maiores<br />

metrópoles brasileiras. Episódios recentes como a violência<br />

no Aglomerado da Serra ou o caos provocado<br />

por uma simples ameaça de greve dos rodoviários, por<br />

exemplo, não podem ser vistos isoladamente, mas analisados<br />

nesse contexto mais amplo, pois podem ser enquadrados<br />

na cesta que acumula as conseqüências<br />

indesejáveis do crescimento desordenado.<br />

Se, em muitos casos, os gestores públicos se sentem de<br />

mãos atadas diante da escassez de recursos, a conclusão<br />

que se deve chegar é de que não há nada a ser<br />

feito? Naturalmente que não. Se a responsabilidade do<br />

gestor público é, indubitavelmente, maior do que a de<br />

outros atores, os segmentos organizados da sociedade<br />

devem participar ativamente desse processo, sob pena<br />

de serem punidos pela passividade.<br />

É essa a linha de raciocínio que tem levado o Instituto Horizontes<br />

a tomar a iniciativa de debater e oferecer sugestões<br />

para alguns dos principais entraves ao bem estar da<br />

nossa metrópole, quase todos fruto do desequilíbrio do<br />

crescimento. Foi assim com o Vetor Norte, objeto de um<br />

Plano de Ações Imediatas que gerou e tem gerado subsídios<br />

a diversas decisões para ordenamento do desenvolvimento<br />

daquela região, possivelmente, no momento<br />

atual, a mais dinâmica da RMBH(Região Metropolitana de<br />

Belo Horizonte); e foi assim com o Vetor Sul, para o qual<br />

o instituto produziu um Plano de Ações Estratégicas que<br />

tem balizado entendimentos e deliberações envolvendo<br />

o empresariado, a comunidade, o Ministério Público e autoridades<br />

estaduais e municipais.<br />

É este o princípio que move também o Instituto Horizontes<br />

(IH) a promover os estudos para elaboração do<br />

Plano de Ações Estratégicas para o Vetor Noroeste,<br />

tendo como foco principalmente os municípios de Ribeirão<br />

das Neves, Esmeraldas, Pedro Leopoldo e, parcialmente,<br />

Contagem. Essa região é um bom exemplo de<br />

desequilíbrio, pois é cercada por dois corredores de economia<br />

altamente dinâmica – o eixo da BR 040, em direção<br />

a Sete Lagoas, e o do Vetor Norte – mas não tem se<br />

beneficiado dessa dinâmica e continua a ostentar os piores<br />

índices sociais e econômicos da RMBH.<br />

O estudo coordenado pelo IH irá articular a visão técnica<br />

dos especialistas - nas áreas ambiental, socioeconômica, de<br />

mobilidade e de ocupação e uso do solo – com o sentimento<br />

do próprio cidadão, seja por meio de suas organizações, seja<br />

por sua própria iniciativa. Dessa conjunção, nossa expectativa<br />

é de que surjam diretrizes consensuais, capazes de serem<br />

assimiladas pelos gestores e transformadas em soluções.<br />

49


50<br />

ENGENHEIRO DO ANO | Homenagem<br />

Rubens Menin recebe título de<br />

Engenheiro do Ano<br />

A Sociedade Mineira de Engenheiros (<strong>SME</strong>) homenageia<br />

o sócio fundador e presidente da MRV Engenharia,<br />

Rubens Menin, com o título “Engenheiro do Ano<br />

20<strong>10</strong>.” Menin dedicou toda sua vida profissional à<br />

construção civil, mais especificamente à MRV, conseguiu<br />

fazer da empresa, líder no segmento econômico<br />

no Brasil. “Receber este prêmio da mais importante<br />

entidade do setor no Estado é muito gratificante,<br />

pois representa o reconhecimento dos meus colegas<br />

de profissão ao meu trabalho e ao meu amor pela<br />

engenharia”, diz.<br />

A homenagem é concedida pela <strong>SME</strong> desde 1985, para<br />

aqueles que se destacam em sua área de atuação e que contribuem<br />

para a sociedade com suas ideias e atividades, apontando<br />

novos rumos para o desenvolvimento do país.<br />

A paixão pela engenharia sempre esteve presente na vida<br />

de Menin, seu avô e pais foram engenheiros, assim como os<br />

irmãos. Ele foi criado respirando engenharia e sempre<br />

soube qual caminho trilharia. “Desde muito jovem sempre<br />

soube que queria ser engenheiro”, diz. Já na faculdade de<br />

engenharia da UFMG, Rubens começou a fazer estágio na


Vega Engenharia e foi ali que se encantou<br />

pela construção popular e<br />

passou a cultivar a ideia da criação de<br />

uma empresa que construísse para o<br />

público de baixa renda.<br />

Em 1977, junto com os primos Mário<br />

e Homero, construiu a primeira casa,<br />

na Rua dos Maçaricos, na Vila Clóris, e<br />

o negócio deu tão certo que não pararam<br />

mais. Com a venda desta casa<br />

construíram mais três e depois outras<br />

dez, foi aí em outubro de 1979, que<br />

nasceu a MRV Engenharia.<br />

Logo depois da criação da empresa, veio<br />

a crise de 1982 e o primeiro grande desafio.<br />

Quinze das dezesseis empresas<br />

que construíam para a baixa renda na<br />

capital mineira desistiram de construir<br />

para este público. Contrariando a tendência,<br />

a MRV tomou uma decisão corajosa<br />

e que se mostrou acertada.<br />

Presidente da <strong>SME</strong>, Márcio Trindade e<br />

Rubens Rubens Menin “Engenheiro do Ano”<br />

Segundo Menin, a crise<br />

foi determinante para o<br />

desencadeamento de<br />

dois dos fatores que<br />

hoje são o DNA da<br />

empresa, o controle de<br />

custos e o planejamento<br />

financeiro.<br />

No início da estabilização econômica<br />

em 1994, a empresa decidiu que era<br />

chegada a hora de começar a sua expansão<br />

geográfica. Foi quando iniciaram<br />

os negócios da MRV no Triângulo<br />

Mineiro e, logo depois, em Ribeirão<br />

Preto, Americana e Campinas, no interior<br />

de São Paulo. Daí para frente, a<br />

MRV não parou mais e hoje está presente<br />

em 90 cidades, de 15 Estados e<br />

também no Distrito Federal.<br />

Um dos passos determinantes para o<br />

forte crescimento da MRV foi a decisão<br />

de seu presidente de abrir o capital<br />

da empresa. Em julho de 2007, a<br />

companhia passou a fazer parte do<br />

Novo Mercado - mais elevado nível<br />

de Governança Corporativa da Bovespa<br />

- ofertando 45,9 milhões de<br />

ações ordinárias ao mercado, equivalentes<br />

a R$ 1,2 bilhão, passando a ser<br />

APOIADORES DO EVENTO<br />

uma empresa com ações cotadas em<br />

bolsa.<br />

Em 2009, Rubens foi convidado<br />

pessoalmente pela então Ministra<br />

Dilma Rousseff para participar da<br />

elaboração do programa habitacional<br />

do governo “Minha Casa, Minha<br />

Vida.”Os impactos provocados pelo<br />

“Minha Casa, Minha Vida” foram determinantes<br />

para os bons resultados<br />

financeiros da MRV, já que a<br />

empresa era a mais preparada para<br />

atender a forte demanda por produtos<br />

que se enquadram ao perfil<br />

eleito pelo governo.<br />

Em 20<strong>10</strong>, Rubens Menin conduziu<br />

a MRV para mais um ano de recordes.<br />

As vendas contratadas<br />

totalizaram R$ 3,75 bilhões com<br />

crescimento de 33% ante o resultado<br />

de 2009. Os lançamentos chegaram<br />

a R$ 4,6 bilhões, número<br />

histórico de 46.975 unidades residenciais.<br />

Em 2011, Rubens espera<br />

conduzir a MRV para voos ainda<br />

mais altos. A empresa já apresentou<br />

seu guidance de vendas contratadas<br />

que deverá fechar o ano entre<br />

R$ 4,3 e R$ 4,7 bilhões.<br />

51


52<br />

GESTÃO EMPRESARIAL | IP<br />

REVITALIZAÇÃO<br />

DO INSTITUTO<br />

DE PESQUISA<br />

Por Márcio Damázio Trindade<br />

Objetivo<br />

A proposição apresentada neste<br />

documento visa criar meios para<br />

que a interação entre os sistemas<br />

geradores, difusores e absorvedores<br />

de tecnologia e serviços técnico-científicos<br />

se torne mais<br />

efetiva e produtiva.<br />

Justificativa<br />

As dificuldades de interação entre<br />

os sistemas geradores e absorvedores<br />

de tecnologia e de serviços<br />

técnicos são históricas e muito<br />

pouco tem sido feito, de forma<br />

efetiva, par sanar os problemas<br />

existentes.<br />

Os modelos de financiamento à<br />

pesquisa no Brasil, apesar de esforços<br />

louváveis, nem sempre<br />

têm sido traduzidos em termos<br />

de melhoria do sistema produtivo<br />

do País. Os principais pontos de<br />

entrave decorrem do fato de que<br />

as necessidades e oportunidades<br />

de inovação estão no mercado,<br />

enquanto as potencialidades de<br />

invenções estão mais concentradas<br />

nas instituições de ensino e<br />

pesquisa. A falta de conexão<br />

entre os centros geradores de<br />

tecnologia e o mercado decorre,<br />

sobretudo, porque as pessoas envolvidas<br />

nos dois ambientes não<br />

têm oportunidades de atuarem<br />

conjuntamente.<br />

Enfoques da sugestão<br />

Organização :<br />

Em diversos países da Europa,<br />

foram criados os chamados Centros<br />

de Tecnologia. Na França, por<br />

exemplo, os Centres Techniques<br />

Industriels apóiam 19 setores industriais.<br />

Na Bélgica, os Centres<br />

dÉxpertises em Wallonie e na Alemanha<br />

(Federação de Associações<br />

de Pesquisa Industrial) atuam de<br />

forma semelhante. As principais<br />

características são: entidades de<br />

utilidade pública, envolvidas contratualmente<br />

com o conjunto de<br />

empresas de setores pré-selecionados.


Contrariamente às entidades de<br />

pesquisa que selecionam seus<br />

clientes e suas tecnologias, têm,<br />

para com os empresários, uma<br />

responsabilidade permanente.<br />

Na França, há uma cotização obrigatória<br />

das empresas, definida<br />

por decreto ou regulamento, que<br />

garante um compromisso mútuo<br />

entre a instituição de pesquisa e<br />

a empresa. O Estatuto do Centro<br />

o obriga a trabalhar em<br />

temas que respondam às necessidades<br />

comuns das empresas e<br />

de seus ramos profissionais. As<br />

modalidades globais de financiamento<br />

variam conforme os Centros;<br />

todos, entretanto, dispõem<br />

de um financiamento mutuali-<br />

zado, proveniente do(s)<br />

setor(es) do(s) qual(ais) depemde(m).<br />

Os recursos provêm, em<br />

proporções variadas, de :<br />

• Cotizações obrigatórias, pagas<br />

anualmente;<br />

• Recursos próprios, provenientes<br />

de trabalhos realizados;<br />

• Subvenções e contribuições<br />

provenientes de órgãos públicos<br />

regionais, nacionais e CEE.<br />

Para sugerir um modelo organizacional<br />

para o Instituto de Pes-<br />

quisa, foram consideradas as experiências<br />

internacionais de sucesso,<br />

buscando-se aliar as<br />

vantagens da participação do Estado,<br />

como definidor de políticas<br />

públicas e agente de fomento,<br />

com as da participação privada,<br />

como comprador de serviços/desenvolvedor<br />

de produtos e investidor.<br />

Foi agregado também um<br />

novo vetor - a universidade. É um<br />

importante parceiro por ser formadora<br />

de profissionais de nível<br />

superior e de pesquisadores,<br />

além de executoras de pesquisa.<br />

• Modelo: fundamenta-se, basicamente,<br />

em três modalidades de<br />

interação.<br />

53


54<br />

GESTÃO EMPRESARIAL | IP<br />

a) Instituto de Pesquisa / Empresa :<br />

a interação entre o IP e a Empresa<br />

tem por objetivo melhorar as potencialidades<br />

de criação de inventos<br />

e de novos serviços<br />

técnico-científicos que estejam intimamente<br />

relacionados com a necessidade<br />

da indústria ou do<br />

empresário empreendedor. As obrigações<br />

das partes serão fixadas<br />

em contratos. As equipes, montadas<br />

por projeto, poderão contar<br />

com profissionais das próprias empresas<br />

interessadas nos resultados.<br />

b) Instituto de Pesquisa / Universidade:<br />

o pesquisador universitário<br />

passará a integrar temporariamente<br />

a equipe de um dado projeto<br />

de pesquisa, na modalidade de<br />

Pesquisador Associado.<br />

c) Instituto de Pesquisa / Empresa<br />

Agência de Fomento: projetos<br />

conjuntos poderão ser apresentados<br />

às agências de fomento para<br />

buscar o financiamento das ações<br />

previstas. Nesses casos, o IP<br />

apresentará contrapartidas não-financeiras<br />

(equipe técnica, equipamentos,<br />

laboratórios, etc.) e a<br />

empresa apresentará contrapartida<br />

financeira, podendo também incluir<br />

profissionais de seu próprio quadro<br />

de funcionários.<br />

• Regime jurídico: Nos países já<br />

citados, são utilizadas formas jurídicas<br />

variadas. No entanto, todos<br />

são dirigidos por um Conselho de<br />

Administração, que delega poder a<br />

uma Diretoria.<br />

O Conselho de Administração garante<br />

aos empresários e profissionais<br />

o controle da gestão e das<br />

atividades de seu centro.<br />

Considerando que o Instituto de<br />

Pesquisa como instituição pública,<br />

regime atual, não possui autonomia<br />

de gestão, eficiência administrativa<br />

e condições para manutenção ou<br />

recomposição do quadro de pessoal<br />

e para contratação de terceiros,<br />

devem ser criadas condições<br />

para resolver essas questões e<br />

também para que o setor produtivo,<br />

seu principal cliente, participe<br />

diretamente na definição de suas linhas<br />

prioritárias de atuação. É também<br />

preciso que haja um<br />

verdadeiro comprometimento do<br />

IP na excussão dos programas de<br />

desenvolvimento tecnológico definidos.<br />

Sob esses aspectos, o modelo<br />

europeu é adequado, podendo<br />

servir como base.<br />

Considerando ainda que o Instituto<br />

de Pesquisa possua uma grande infraestrutura,<br />

composta por bens<br />

públicos, que deverá continuar integrando<br />

os ativos da instituição, a<br />

forma jurídica adequada para conciliar<br />

os dois aspectos seria a<br />

OSCIP – Organização da Sociedade<br />

Civil de Interesse Público.<br />

• Seleção das áreas de atuação:<br />

adotado o modelo proposta, a<br />

seleção as áreas de atuação prioritárias<br />

será feita pela Instituição,<br />

considerando os interesses dos<br />

parceiros privados, mas com base<br />

nos programas de políticas públicas<br />

adotados no Estado e que<br />

são refletidos no PMDI. Com periodicidade<br />

a ser definida, as linhas<br />

de ação serão revistas e<br />

alteradas, se necessário, segundo<br />

critérios a serem acordados<br />

entre as partes. A partir dessa<br />

definição, poderá ser elaborado o<br />

Plano Diretor e composta a carteira<br />

de projetos e serviços.


• Constituição da(s) equipe(s) /<br />

formação e treinamento de pessoal;<br />

plano de carreira: por possuir<br />

um conjunto de pesquisadores e<br />

técnicos que são servidores públicos<br />

e portanto sujeitos à legislação<br />

própria, a flexibilização<br />

necessária para permitir ascensão<br />

profissional, tanto técnica como<br />

financeira, poderá ser obtida através<br />

do patrocínio das empresas<br />

parceiras aos membros das equipes<br />

dos projetos de desenvolvimento.<br />

Como dito anteriormente,<br />

essas equipes poderão ser complementadas<br />

com pessoal procedente<br />

das universidades ou das<br />

próprias empresas.<br />

• Inserção no mercado / interação<br />

com clientes públicos e privados:<br />

o elevado grau de<br />

interação pretendido com o<br />

setor privado será assegurado<br />

pela participação do setor privado<br />

na manutenção da instituição<br />

e na definição as linhas de<br />

trabalho.<br />

55


56<br />

PROFISSÃO | Mercado<br />

Afinal, o que é<br />

um currículo de Engenharia?<br />

Por Adriana Maria Tonini<br />

Na verdade, um currículo de engenharia nada<br />

mais é do que aquilo que denominávamos de “grade<br />

curricular”, na qual são estruturadas as disciplinas que<br />

o aluno de engenharia deve estudar durante seus<br />

cinco anos de graduação. É fundamental<br />

entender que o currículo<br />

deve apresentar conotação<br />

diferente, daquela<br />

de ser somente uma<br />

série de disciplinas<br />

com pré-requisitos.<br />

É preciso que<br />

o conceito de currículo<br />

vá muito além<br />

desse, que praticamente<br />

todo profissional<br />

tem em mente. Assim mais do<br />

que o espaço nas instituições de ensino,<br />

é ele que traz à tona as questões para a formação<br />

do aluno, para a integração com o mercado de<br />

trabalho, como também da própria escola com o mercado<br />

de trabalho. Desse modo, defendo que um currículo<br />

estruturado sem a participação e colaboração<br />

dos agentes externos aos muros escolares, como as<br />

empresas, portanto gerido somente na escola, não vai<br />

de maneira alguma atender aos anseios da sociedade<br />

atual, que grita por engenheiros que, além das técnicas,<br />

apresentem competências generalistas,<br />

humanistas e gerenciais. É isso que o<br />

mundo pede e principalmente o<br />

Brasil, no século XXI.<br />

Considero pertinente o<br />

entendimento de Pinheiro<br />

(1998, p.81) , ao<br />

afirmar que a elaboração<br />

do currículo define aspectos<br />

voltados diretamente<br />

para a prática pedagógica, marcando<br />

o espaço e o papel exercido<br />

pelos diferentes elementos envolvidos no<br />

processo educativo, levando em conta o aproveitamento<br />

do tempo escolar, a articulação entre as diversas<br />

áreas do conhecimento, os conteúdos e<br />

programas, a definição de normas e padrões de comportamento,<br />

a escolha de técnicas, de procedimentos


didáticos e de avaliação, assim como as intenções relativas<br />

aos aspectos valorativos e morais projetados<br />

pela escola. É exatamente este o currículo para o<br />

qual as escolas de engenharia devem se voltar, para<br />

(re) elaborar, (re) pensar e (re) estruturar seus<br />

objetivos.<br />

Neste contexto, para mudar as metodologias de ensino<br />

e formas de implementação de currículos, é preciso<br />

que, na formação do engenheiro, se considere que seus<br />

formadores são sujeitos capazes de transpor a condição<br />

que permeia a grande maioria dos mestres – principalmente<br />

aqueles das áreas tecnológicas –, que é a de<br />

“formador daltônico”, ou seja, aquele que considera,<br />

“idênticos” seus alunos, com saberes e necessidades<br />

semelhantes. Assim, para esse “formador daltônico”, diferenciar<br />

o currículo e a relação pedagógica que se estabelece<br />

em sala de aula é quase impossível, na medida<br />

em que ele está enraizado no currículo formal, na preocupação<br />

com cumprimento dos tempos e conteúdos<br />

pré-estabelecidos no compartilhamento e na seleção<br />

das disciplinas. É função do professor, entender que seu<br />

papel como educador, se caracteriza na construção do<br />

currículo em sala de aula e não somente na reprodução<br />

de modelos prontos.<br />

Entendendo, pois, que o currículo fornece a direção a<br />

seguir para o pleno exercício profissional no âmbito da<br />

engenharia, unindo, num contexto único, a ciência e a<br />

tecnologia.<br />

Para atender à tão falada modernização da Engenharia<br />

e ao mercado de trabalho, que a cada dia solicita mais<br />

e mais engenheiros, acredito que o currículo seja a<br />

peça-chave. A sociedade atual requer que os cursos de<br />

Engenharia considerem, na formação profissional, o<br />

acesso permanente ao saber científico-tecnológico.<br />

Para dar conta do alto grau de complexidade que envolve<br />

todo o processo formativo, é necessário que o<br />

currículo incorpore, de forma crítica e consequente, as<br />

propostas de flexibilização apontadas pelas novas Diretrizes<br />

Curriculares Nacionais (CNE/CES/MEC<br />

11/2002). Pela flexibilização, o currículo formal deixa<br />

de ter preponderância sobre um currículo estruturado<br />

por meio de um projeto pedagógico do curso (PPC)<br />

bem delineado e constantemente reavaliado, cujo objetivo<br />

principal é orientar a vida acadêmica do futuro<br />

engenheiro, levando em conta a diversidade do público<br />

a que se destina, seja na academia, seja no mundo do<br />

trabalho.<br />

Adriana Maria Tonini é engenheira civil pela UFMG; mestre em Tecno-<br />

logia Modelos Matemáticos e Computacionais pelo CEFET/MG e dou-<br />

tora em Educação – Ensino de Engenharia pela UFMG. Professora da<br />

UFOP. E-mail: atonini@cead.ufop.br<br />

57


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Tarifa especial<br />

Tel.: (31) 3247-6999<br />

Linha Gratuita: 0800 704 00 22<br />

Rua: Alagoas, 701<br />

Savassi – BH/MG<br />

www.royalsavassi.com.br<br />

Praça da Liberdade Hotel<br />

Tarifa especial<br />

Tel.: (31) 3261-1711<br />

(31) 3261-4696<br />

Av.: Brasil, 1.912<br />

Funcionários – BH/MG<br />

www.pracadaliberdade.com.br<br />

Cheverny Apart Hotel<br />

Desconto de 30%<br />

Tel.: (31) 3218-2800<br />

Fax: (31) 3222-5601<br />

Rua: Timbiras, 1.492<br />

Lourdes – BH/MG<br />

www.cheverny.com.br<br />

Ouro Minas Palace Hotel<br />

Tarifa especial<br />

Tel.: (31) 3429-4001<br />

Central de Reservas:<br />

0800 031 4000 ou (31) 3429-4000<br />

Av.: Cristiano Machado, 4.001<br />

Ipiranga – BH/MG<br />

www.ourominas.com.br<br />

IMOBILIÁRIAS<br />

Utilbrás Empreendimentos<br />

Imobiliários<br />

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Tel.: (31) 3482.8870<br />

(31) 8427.4601 (31) 8427.4934<br />

Rua: Conselheiro Lafaiete, 694<br />

Sagrada Família – BH/MG<br />

www.utilbras.com.br<br />

INFORMÁTICA<br />

By Tech / Intermedium<br />

Sistemas Ltda<br />

Parcela em até 3x s/ juros<br />

Tel.: (31) 3262-0773<br />

Rua: Sergipe, 779<br />

Funcionários - BH/MG<br />

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Desconto de 5 a <strong>10</strong>%<br />

Tel.: (31) 3273-0555<br />

Rua: Dos Otoni, 909 – Sl. 1.9<strong>10</strong><br />

Santa Efigênia - BH/MG<br />

www.portabile.com.br<br />

Alexandre Batista da Silva<br />

Desconto especial para associados e<br />

dependentes<br />

Tel.: (31) 9787-6391<br />

alexprosys@hotmail.com<br />

INSTITUIÇÕES DE ENSINO<br />

IETEC<br />

Instituto de Educação Tecnológica<br />

Desconto de 15%<br />

Tel.: (31) 3116-<strong>10</strong>00<br />

Av.: Tomé de Souza, 1.065<br />

Savassi - BH/MG<br />

www.ietec.com.br


I O S S M E<br />

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Fead - Sistema Integrado de ensino de<br />

Minas Gerais (SIEMG)<br />

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Tel.: (31) 4009-0900<br />

Rua: Cláudio Manoel, 1.162<br />

Funcionários - BH/MG<br />

www.fead.br<br />

INAP - Centro de Arte e Projeto<br />

Desconto especial para associados e<br />

dependentes<br />

Tel.: (31) 3271-1355<br />

Av.: Afonso Pena, 748 conj. 1.311<br />

Centro - BH/MG<br />

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Una Centro Universitário<br />

Desconto de 25%<br />

Tel.: (31) 3290-8900<br />

Rua: Aimorés 1.451 A<br />

Lourdes - BH/MG<br />

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Faculdade Arnaldo<br />

Desconto de <strong>10</strong>%<br />

Tel.: 0800 606 3535 / (31) 3524-5001<br />

Praça João Pessoa, 200<br />

Funcionários - BH/MG<br />

www.faculdadearnaldo.edu.br<br />

GS Educacional Ltda<br />

Desconto de 3%<br />

Tel.: (31) 3225-9504 / (31) 3327-7779<br />

Av.: Contorno 6.594 - 17º Andar<br />

Lourdes (Savassi) – BH/MG<br />

www.gseducacionalbh.com.br<br />

Infochoice<br />

Desconto de <strong>10</strong>%<br />

Tel.: (31) 9305-4525<br />

Rua: Mato Grosso, 219 – Sl.<strong>10</strong>2<br />

Barro Preto - BH/MG<br />

www.infochoice.com.br<br />

Saletto Engenharia de Serviços<br />

Desconto de 15%<br />

Belo Horizonte – Escritório Operacional<br />

Tel.: (31) 9405-1<strong>10</strong>4<br />

Bom Despacho<br />

Tel.: (37) 9958-6521<br />

contato@saletto.com.br<br />

Luiz Fernando Mendonça Schvartzman<br />

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dependentes<br />

Tel.: (31) 8848-3004 (31) 3287-3150<br />

Rua: Antônio de Albuquerque,<br />

1.288/700<br />

Lourdes – BH/MG<br />

empreendimentoslf@gmail.com<br />

CCAA<br />

Desconto de <strong>10</strong>%<br />

Tel.: (31) 2555-0855<br />

Av.: Amazonas, 2464<br />

Santo Agostinho - BH/MG<br />

www.ccaabh.com.br<br />

Tallen't Idiomas e Traduções<br />

Desconto de 25%<br />

Tel.: (31) 3889-6313<br />

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Sl. 302<br />

Sion – BH/MG<br />

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LIVRARIA, <strong>REVISTA</strong>RIA<br />

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Via Ápia<br />

Desconto de 5 a <strong>10</strong>%<br />

Unidade Extra – Minas Shopping<br />

Tel.: (31)3426.1221<br />

Unidade Shopping Del Rey<br />

Tel.: (31)3415.6174<br />

www.viaapiarevistas.com.br<br />

Dia de Ler – Livraria e Revistaria<br />

Desconto de <strong>10</strong>%<br />

Unidade Prudente de Morais<br />

Tel.: (31) 3296-7900<br />

Unidade Savassi<br />

Tel.: (31) 2514-2520<br />

www.diadeler.com.br<br />

Copiadora Celta<br />

Desconto de <strong>10</strong>%<br />

Tel.: (31) 3224-3488<br />

Rua: dos Goitacazes, 165<br />

Centro – BH/MG<br />

Gráfica Mundial<br />

Desconto de <strong>10</strong>%<br />

Tel.: (31) 3424-6999<br />

Rua: Manoel Passos, 324<br />

Santa Cruz – BH/MG<br />

www.grafmundial.com.br<br />

MATERIAL DE CONSTRUÇÃO<br />

L&C - Casa Lar & Construção<br />

Desconto de 15%<br />

Anel Rodoviário - Tel.: (31) 3115-9001<br />

Minas Shopping - Tel.: (31) 3014-4963<br />

Shopping Norte - Tel.: (31) 3116-2600<br />

Makro Contagem - Tel.: (31) 3396-<br />

8384<br />

Ipatinga - Tel.: (31) 3826-2483<br />

Montes Claros - Tel.: (38) 3216-1214<br />

www.lareconstrucao.com.br<br />

Serralheria Vinhal<br />

Desconto de 5%<br />

Tel.: (31) 3424.3<strong>10</strong>8/ (31) 9901-6862<br />

Rua: Aroeira, 925 B<br />

Santa Cruz – BH/MG<br />

serralheiravinhal@gmail.com<br />

Polisol<br />

Desconto de 7%<br />

Tel.: (31) 3311-4000<br />

Rua: Av. Portugal, 3.899<br />

Itapoã – BH/MG<br />

www.polisol.com.br<br />

Tijolos Quinta das Palmeiras<br />

Desconto de 5%<br />

Tel.: (31) 3664.<strong>10</strong>71 (31) 9773-9301<br />

Via Local G, 77<br />

Quinta das Palmeiras - Pedro Leopoldo/MG<br />

elcinhovidotti@gmail.com<br />

MATERIAL ESPORTIVO<br />

E LOCAÇÃO<br />

Trilhas de Minas<br />

Desconto de <strong>10</strong>%<br />

Tel.: (31) 3225-0384<br />

Av.: Contorno, 6.236<br />

Savassi – BH/MG<br />

www.trilhasdeminas.esp.br<br />

Paraíso Diversões<br />

Desconto de 5%<br />

Tel.: (31) 3355-1570<br />

Rua: Buganvile, 1.774<br />

Eldorado - Contagem/MG<br />

www.paraisodiversoes.com.br<br />

MODA<br />

Sampa - Brazil Outlet Confecções<br />

Desconto de <strong>10</strong>%<br />

Tel.: (31) 2535-6312 / (31) 2535-6886<br />

Rua: Ubá, 694<br />

Floresta – BH/MG<br />

www.sampabrazil.com<br />

Horrara<br />

Desconto de 15%<br />

Tel.: (31) 3377-9071<br />

Rua: Rubi, 515<br />

Prado – BH/MG<br />

www.zwzbrasil.com.br www.georgesxavier.com.br<br />

MOTEIS<br />

Snob Motel<br />

Desconto de 15 a 30%<br />

Tel.: (31) 3388-0300<br />

Rod. BR 040, Km 2,5, s/n - sentido Brasília<br />

Jardim Filadélfia – BH/MG<br />

www.snobmotel.com.br<br />

ÓTICAS<br />

Ótica Rochester Ltda<br />

Desconto de 5 a 50%<br />

Tel.: (31) 3273-2428 / (31) 3272-0899<br />

Av.: Afonso Pena, 942<br />

Centro - BH/MG<br />

www.oticasrochester.com.br<br />

Optica Occhio Bello<br />

Desconto de 5 a <strong>10</strong>%<br />

Tel.: (31) 3377-1870<br />

Av.: Professor Mário Werneck, 1.762<br />

Buritis - BH/MG<br />

Optical Express<br />

Desconto de <strong>10</strong> a 15%<br />

Contato Geral: (31) 3286-1533<br />

BH Shopping<br />

3º Piso – Loja OP81<br />

Tel.: (31) 3286-6194<br />

(31) 3286-1533<br />

Diamond Mall - 1º Piso – Loja BG53<br />

Tel.: (31) 3291-3092<br />

(31) 3292-9203<br />

Shopping Del Rey – 3º Piso<br />

Tel.: (31) 3415-8643<br />

(31) 3415-8847<br />

Shopping Paragem Buritis<br />

Ljs 129/130<br />

Tel.: (31) 3378 3427<br />

(31) 3378-3475<br />

Shopping Cidade – Loja T14 P. Tupis<br />

Tel.: (31) 3274 8339<br />

(31) 3274-8341<br />

www.opticalexpress.com.br<br />

Óptica Lust - HQZ Comércio de Material<br />

Óptico ltda<br />

Desconto de <strong>10</strong> a 15%<br />

Tel.: (31) 3261-8713<br />

Rua: Tomé de Souza, 890<br />

Funcionários - BH/MG<br />

PLANEJAMENTO<br />

FINANCEIRO<br />

Advisors<br />

Desconto especial para associados e<br />

dependentes<br />

Tel.: (31) 2511-1115<br />

Av.: Do Contorno, 9.636 – Sl. 1.201<br />

Barro Preto – BH/MG<br />

www.advisorspd.com.br<br />

Aporte BH<br />

Desconto de <strong>10</strong>%<br />

Tel.: (31) 3269-8<strong>10</strong>0<br />

Av.: Getúlio Vargas, 1.300/ 1.801<br />

Funcionários – BH/MG<br />

www.aportebhdtvm.com.br<br />

RESTAURANTES, BARES,<br />

BUFFETS E BOATES<br />

Bem Natural<br />

Desconto de <strong>10</strong>%<br />

Tel.: (31) 3224-1385<br />

Bem Natural Barro Preto (Bem Natural<br />

Gourmet)<br />

Tel.: (31) 3295-5995<br />

Bem Natural Mangabeiras<br />

Tel.: (31) 3284-6680<br />

Bem Natural Savassi<br />

Tel.: (31) 3261-5676<br />

www.bemnatural.net<br />

Subway<br />

O dobro de recheio para o sanduíche<br />

comprado<br />

Unidade Savassi<br />

Tel.: (31) 2127-4049<br />

Unidade Funcionários<br />

Tel.: (31) 3317-4049<br />

subwaybrasil.vilabol.uol.com.br<br />

Momo Confeitaria<br />

Desconto de 5%<br />

Tel.: (31) 3421-5020<br />

Unidade Floresta<br />

Unidade Savassi<br />

Unidade Prudente<br />

Unidade de Buritis (Shopping Paragem)<br />

www.momoconfeitaria.com.br<br />

Artesanato do Japa<br />

Desconto de 5%<br />

Tel.: (31) 3286-2825<br />

Rod. MG - Km 2, 16<br />

Vila da Serra - Nova Lima/MG<br />

www.artesanatodojapa.com.br<br />

Restaurante e Choperia Almanaque<br />

Desconto de <strong>10</strong> a 20%<br />

Tel.: (31) 3425-7233<br />

Minas Shpping - Ljs. 421, 422, 423 –<br />

BH/MG<br />

contato@choperiaalmanaque.com.br<br />

www.choperiaalmanaque.com.br<br />

Alambique Butiquim Mineiro<br />

Desconto de 20%<br />

Tel.: (31) 3227-0801<br />

Rua: Pium-í, 726<br />

Anchieta – BH/MG<br />

www.butiquimmineiro.com.br<br />

Cachaçaria Alambique<br />

Desconto de 20%<br />

Tel.: (31) 3296.7188<br />

Av.: Raja Gabaglia, 3.200<br />

Estoril - BH/MG<br />

alambique@alambique.com.br<br />

www.alambique.com.br<br />

Fogo de Chão Churrascaria<br />

Desconto de <strong>10</strong>%<br />

Tel.: (31) 3227.2730<br />

Rua: Sergipe, 1.208<br />

Savassi – BH/MG<br />

www.fogodechao.com.br<br />

Pizzaria Mangabeiras<br />

Cartão prata 6% de desconto<br />

Contato Geral: (31) 3211-1777<br />

Mangabeiras -Serra -Contagem/Eldorado<br />

- Belvedere - Buritis - Cachoeirinha<br />

Floresta - Gutierrez<br />

Nova Lima -Padre Eustáquio<br />

Angola/Betim Telefone: 0800-311777<br />

Site: www.mangabeiras.com.br<br />

Mundo Di Chocolate<br />

Desconto de <strong>10</strong>%<br />

Tel.: (31) 3426-2613<br />

Av.: Cristiano Machado, 4.000 – Lj.AD<br />

Cidade Nova - BH/MG<br />

www.mundodichocolate.com.br<br />

Café da Praça Confeitaria e Restaurante<br />

Desconto de 5%<br />

Tel.: (31) 2526-0524<br />

Rua: Nelson Soares de Faria, 455<br />

Cidade Nova - BH/MG<br />

SERVIÇOS FOTOGRÁFICOS<br />

Colori Com<br />

Desconto DE <strong>10</strong>%<br />

Tel.: (31) 3277-0772<br />

Rua: Fernandes Tourinho, 45, loja 02<br />

Savassi – BH/MG<br />

SUPERMERCADOS<br />

Sam’s Club<br />

Desconto de 20%<br />

Tel.: (31) 2<strong>10</strong>3-6219<br />

Av.: General David Sarnoff, 5.<strong>10</strong>0<br />

Cidade Industrial - Contagem/MG<br />

www.samsclub.com.br<br />

TRANSPORTE E LOCAÇÃO<br />

Localiza Rent a Car<br />

Desconto de <strong>10</strong>%<br />

Agência Aeroporto Pampulha<br />

Telefone: (31) 3491-5145<br />

Agência Centro de Belo Horizonte<br />

Telefone: (31) 3247-7956<br />

Agência Centro Cristiano Machado<br />

Tel.: (31) 3426-1880<br />

Agência Centro Pampulha<br />

Tel.: (31) 3492-8307<br />

Agência Centro Raja Gabaglia<br />

Tel.: (31) 3291 1<strong>10</strong>0<br />

www.localiza.com<br />

Megatour Transporte e Locação<br />

Desconto de 15%<br />

Tel.: (31) 3426-2626/ (31) 2515-2400<br />

Av.: Arthur Guimarães, 390<br />

Santa Cruz – BH/MG<br />

www.megatour.com.br<br />

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