14.04.2013 Views

Moluscos bivalves destinados ao consumo humano como vetores ...

Moluscos bivalves destinados ao consumo humano como vetores ...

Moluscos bivalves destinados ao consumo humano como vetores ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Rev Panam Infectol 2008;10(4):48-57<br />

Tabela 1. Ocorrência de contaminação natural por protozoários<br />

patogênicos em diferentes espécies de moluscos <strong>bivalves</strong><br />

comestíveis em diversos países do mundo<br />

Espécie de molusco Nome Ano do Agente(s)<br />

País Ref.<br />

Mytilus edulis<br />

Crassostrea virginica<br />

Mytilus galloprovincialis<br />

popular relato<br />

Mexilhão 1997<br />

Ostra 1998<br />

Mexilhão 2000<br />

etiológico(s)<br />

Cryptosporidium parvum Irlanda<br />

Cryptosporidium parvum Estados Unidos<br />

Cryptosporidium parvum Espanha<br />

(64)<br />

(49)<br />

(61)<br />

Cerastoderma edule<br />

Mytilus galloprovincialis<br />

Ruditapes philippinarum<br />

Venerupis pullastra<br />

Venus verrucosa<br />

Dosinia exoleta<br />

Ostrea edulis<br />

Vôngole<br />

Mexilhão<br />

Marisco<br />

Marisco<br />

Marisco<br />

Marisco<br />

Ostra<br />

2000<br />

Cryptosporidium parvum<br />

Cryptosporidium spp.<br />

(para todos os animais)<br />

Espanha<br />

Itália<br />

Reino Unido<br />

(46)<br />

Venerupis rhomboideus<br />

Mytilus edulis<br />

Crassostrea virginica<br />

Caelatura pruneri<br />

Donax trunculus limiacus<br />

Marisco<br />

Mexilhão 2001<br />

Ostra 2002<br />

Marisco 2003<br />

Marisco<br />

Cryptosporidium parvum Irlanda do Norte (65)<br />

Cryptosporidium parvum Estados Unidos (66)<br />

Cryptosporidium hominis<br />

Cryptosporidium baileyi<br />

Cryptosporidium spp. Egito (67)<br />

Cryptosporidium spp.<br />

Mytilus galloprovincialis<br />

Ruditapes philippinarum<br />

Ostrea edulis<br />

Dosinia exoleta<br />

Mexilhão<br />

Marisco<br />

Ostra<br />

Marisco<br />

2003 Cryptosporidium spp.<br />

(para todos os animais)<br />

Espanha<br />

Itália<br />

Reino Unido<br />

Irlanda<br />

(11)<br />

Cerastoderma edule<br />

Ruditapes decussatus<br />

Venerupis pullastra<br />

Vôngole<br />

Marisco<br />

Marisco<br />

Portugal<br />

Crassostrea virginica<br />

(espécies não relatadas)<br />

Mytilus galloprovincialis<br />

Ostra<br />

Mariscos<br />

Mexilhão<br />

2003<br />

2004<br />

Cryptosporidium parvum<br />

Cryptosporidium hominis<br />

C. meleagridis<br />

Cryptosporidium parvum<br />

Estados Unidos<br />

Espanha<br />

(48)<br />

(53)<br />

Ruditapes philippinarum<br />

Ostrea edulis<br />

Dosinia exoleta<br />

Cerastoderma edule<br />

Venerupis pullastra<br />

Venerupis rhomboideus<br />

Venus verrucosa<br />

Marisco<br />

Ostra<br />

Marisco<br />

Vôngole<br />

Marisco<br />

Marisco<br />

Marisco<br />

Cryptosporidium hominis<br />

Giardia duodenalis<br />

(Assembléia B)<br />

Reino Unido<br />

Itália<br />

Irlanda<br />

Nova Zelândia<br />

Perna canaliculus<br />

Mytilus galloprovincialis<br />

Chamelea gallina<br />

Mytilus galloprovincialis<br />

Mexilhão<br />

Mexilhão 2005<br />

Marisco 2005<br />

Mexilhão 2005<br />

Giardia spp. Espanha<br />

Cryptosporidium parvum Itália<br />

Cryptosporidium parvum Estados Unidos<br />

(17)<br />

(51)<br />

(54)<br />

Mytilus californianus<br />

Mytilus edulis<br />

Mytilus galloprovincialis<br />

Mexilhão<br />

Mexilhão 2006<br />

Mexilhão 2006<br />

Cryptosporidium felis<br />

C. andersoni<br />

Cryptosporidium parvum França<br />

Cryptosporidium parvum Espanha<br />

(55)<br />

(18)<br />

Crassostrea gigas<br />

Crassostrea virginica<br />

Crassostrea rhizophorae<br />

Ostra<br />

Ostra<br />

Ostra<br />

2007<br />

2007<br />

2008<br />

Cryptosporidium spp. Holanda<br />

Giardia spp.<br />

Países baixos<br />

Cryptosporidium parvum Estados Unidos<br />

Cryptosporidium spp. Brasil<br />

(19)<br />

(45)<br />

(57)<br />

Tivela mactroides Vôngole Cryptosporidium spp.<br />

diversas doenças <strong>ao</strong> ingeri-los crus ou parcialmente<br />

cozidos: muitas das espécies de <strong>bivalves</strong><br />

alimentam-se mediante o processo de filtração,<br />

realizado pelas brânquias, onde grandes volumes<br />

de água passam através dessas estruturas por ação<br />

ciliar. (13) Quando microrganismos patogênicos <strong>como</strong><br />

bactérias, vírus e protozoários estão presentes nos<br />

locais de coleta e produção destes animais, são<br />

filtrados pelas brânquias e aí ficam retidos, podendo<br />

posteriormente também ser encontrados nas<br />

glândulas digestivas, em altas concentrações. (13,14)<br />

patógenos é a presença de fezes de animais<br />

domésticos e de produção que são descartadas<br />

ou carreadas pela drenagem hídrica de<br />

sedimentos para áreas costeiras e estuários.<br />

Outro fator que contribui significativamente<br />

para a contaminação do ambiente marinho por<br />

(9)<br />

Embora pesquisas sobre a presença de<br />

oocistos e cistos de espécies de Cryptosporidium<br />

e Giardia na água marinha não sejam tão<br />

freqüentes, mesmo em nível mundial, ambos<br />

os protozoários já foram detectados em praias<br />

e regiões estuarinas de alguns países. Oocistos<br />

de Cryptosporidium e cistos de Giardia<br />

foram encontrados em uma região costeira<br />

do Havaí, (15) perto de um ponto de despejo de<br />

esgoto; foram identificados em um estuário na<br />

Austrália, (16) em regiões estuarinas da costa<br />

da Galícia, na Espanha, (17,18) e nos Países Baixos,<br />

(19) em diferentes concentrações. Em Hong<br />

Kong, cistos de Giardia foram encontrados<br />

em praias liberadas para uso recreacional<br />

consideradas próprias para banho. (20)<br />

Assim, o local no qual ocorrem a produção<br />

e o extrativismo de diferentes espécies de<br />

moluscos <strong>bivalves</strong>, <strong>destinados</strong> <strong>ao</strong> <strong>consumo</strong><br />

<strong>humano</strong>, emerge <strong>como</strong> um fator fundamental<br />

para que estes possam ser comercializados<br />

com total segurança e isentos de quaisquer microrganismos<br />

patogênicos para o consumidor.<br />

No Brasil, 90% da produção de moluscos<br />

<strong>bivalves</strong> está concentrada na Região Sul, no<br />

Estado de Santa Catarina. (6) Recentemente,<br />

a comercialização e <strong>consumo</strong> de moluscos<br />

<strong>bivalves</strong>, mais precisamente de mexilhões, foi<br />

suspensa nesse Estado, devido à contaminação<br />

dos locais em que estes se encontravam<br />

por algas nocivas, após a ocorrência de um<br />

surto de diarréia que acometeu dezenas de<br />

pessoas. (21)<br />

Mediante experimentos de contaminação<br />

artificial, pesquisadores de Santa Catarina<br />

provaram que ostras (Crassostrea gigas) foram<br />

capazes de acumular o vírus da hepatite A<br />

em seus tecidos. (22) Sincero et al. (23) desenvolveram<br />

uma técnica para detectar este mesmo vírus<br />

em ostras quando presentes em baixos níveis de<br />

contaminação.<br />

Surtos de doenças associadas <strong>ao</strong> <strong>consumo</strong> de<br />

moluscos <strong>bivalves</strong> foram reportados no mundo<br />

todo, especialmente na América do Norte, Ásia,<br />

Europa e no continente australiano, sendo que nas<br />

últimas três décadas houve um constante aumento<br />

dos relatos de surtos ocasionados principalmente<br />

pela ingestão de ostras, seguida de mariscos e<br />

mexilhões. (13) O maior surto já noticiado ocorreu<br />

em Xangai, na China, no ano de 1988, onde 290<br />

50

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!