14.04.2013 Views

andré borges coronado - Faculdade de Tecnologia da Zona Leste

andré borges coronado - Faculdade de Tecnologia da Zona Leste

andré borges coronado - Faculdade de Tecnologia da Zona Leste

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE<br />

ANDRÉ BORGES CORONADO<br />

Rotomol<strong>da</strong>gem <strong>de</strong> caiaques<br />

São Paulo<br />

2011


FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE<br />

ANDRÉ BORGES CORONADO<br />

Rotomol<strong>da</strong>gem <strong>de</strong> caiaques<br />

São Paulo<br />

2011<br />

Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso,<br />

apresentado à <strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Tecnologia</strong> <strong>da</strong> <strong>Zona</strong> <strong>Leste</strong> sob a<br />

orientação do Professor Dr. Francisco<br />

Rosário, como requisito parcial para<br />

obtenção do titulo <strong>de</strong> Tecnólogo em<br />

Produção <strong>de</strong> Plásticos.


CORONADO, André Borges<br />

Rotomol<strong>da</strong>gem <strong>de</strong> caiaques / André Borges Coronado- <strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Tecnologia</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>Zona</strong> <strong>Leste</strong>, São Paulo, 2011<br />

55 p.<br />

Orientador: Prof. Dr. Francisco do Rosário<br />

Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso (Graduação)- <strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Tecnologia</strong> <strong>da</strong> <strong>Zona</strong> <strong>Leste</strong><br />

1. Rotomol<strong>da</strong>gem 2. Caiaques 3. Polietileno 4. Empenamentos


Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

Em primeiro lugar agra<strong>de</strong>ço a Deus, por tudo <strong>de</strong> bom que tem feito em minha<br />

vi<strong>da</strong>.<br />

Agra<strong>de</strong>ço ao Engenheiro Naval Ennio Henrique Robba pela aju<strong>da</strong>.<br />

Ao proprietário <strong>da</strong> EHR Caiaker, Paulo Robba por autorizar os estudos e a<br />

divulgação do nome <strong>de</strong> sua empresa.<br />

Ao meu orientador nesse projeto, Professor Dr. Francisco Rosário.<br />

À minha esposa Walquíria e meu filho Murilo por compreen<strong>de</strong>rem os muitos<br />

momentos <strong>de</strong> ausência.


"Sucesso é conseguir o que você quer,<br />

e felici<strong>da</strong><strong>de</strong> é gostar do que você<br />

conseguiu".<br />

Richard Carlson


Resumo<br />

CORONADO, André Borges. Rotomol<strong>da</strong>gem <strong>de</strong> caiaques. 55 p. Trabalho <strong>de</strong><br />

Conclusão <strong>de</strong> Curso, <strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Tecnologia</strong> <strong>da</strong> <strong>Zona</strong> <strong>Leste</strong>, São Paulo,<br />

2011.<br />

Durante muitos anos a rotomol<strong>da</strong>gem que é um dos mais antigos processos <strong>de</strong><br />

fabricação <strong>de</strong> peças plásticas, esteve parado no tempo, isso porque não havia<br />

investimentos em novas tecnologias para a melhoria do processo, consi<strong>de</strong>rado<br />

arcaico e extremamente lento. Nos dias atuais este processo produtivo tem sua<br />

imagem sendo modifica<strong>da</strong>, a rotomol<strong>da</strong>gem <strong>de</strong> caiaques é um bom exemplo <strong>de</strong><br />

evolução do processo. Neste trabalho o objetivo foi estu<strong>da</strong>r o processo <strong>de</strong><br />

rotomol<strong>da</strong>gem <strong>de</strong> caiaques no qual será utiliza<strong>da</strong> uma resina especial <strong>de</strong><br />

polietileno <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> (TRM 0513-000). Na busca <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a<br />

questão: o polietileno <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> (TRM 0513-000) é um material com<br />

características a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s ao produto, quais as causas <strong>de</strong> empenamentos? As<br />

hipóteses levanta<strong>da</strong>s como causas <strong>de</strong> empenamentos são: energia <strong>de</strong><br />

contração do polímero; diferença <strong>de</strong> espessura <strong>da</strong>s pare<strong>de</strong>s <strong>da</strong> peça; excesso<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>smol<strong>da</strong>nte no mol<strong>de</strong>; <strong>de</strong>gasagem dos mol<strong>de</strong>s ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s; condições <strong>de</strong><br />

resfriamento; interferências nas formas dos mol<strong>de</strong>s. Como justificativa aos<br />

<strong>da</strong>dos e afirmações expostas no trabalho, foram utilizados nas pesquisas<br />

bibliográficas fontes como livros, artigos, revistas, entrevistas, palestras,<br />

apostilas, cursos, manuais e também a realização <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> caso a fim <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>monstrar as causas <strong>de</strong> empenamentos nos caiaques.<br />

Palavras-chave: Rotomol<strong>da</strong>gem; Caiaques; Polietileno; Empenamentos


Abstract<br />

CORONADO, André Borges. Rotomolding of kayaks. 55 p. Trabalho <strong>de</strong><br />

Conclusão <strong>de</strong> Curso, <strong>Facul<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Tecnologia</strong> <strong>da</strong> <strong>Zona</strong> <strong>Leste</strong>, São Paulo,<br />

2011.<br />

For many years the rotational molding is one of the ol<strong>de</strong>st manufacturing<br />

processes of plastic parts, was stopped in time, so because there was<br />

investment in new technologies to improve the process, consi<strong>de</strong>red archaic and<br />

extremely slow. Nowa<strong>da</strong>ys this production process has been changing its<br />

image, the rotomolding kayaks is a good example of the evolution process. The<br />

purpose of this paper is to study the rotational molding process of kayaks which<br />

will be used in a special resin for high <strong>de</strong>nsity polyethylene (TRM 0513-000). In<br />

seeking to answer the question: the high <strong>de</strong>nsity polyethylene (TRM 0513-000)<br />

is a material with appropriate characteristics to the product, which causes<br />

warping? The hypotheses put forward as causes of warping are: energy of<br />

contraction of the polymer; difference in wall thickness of the piece; excess of<br />

the mold release agent; ina<strong>de</strong>quate <strong>de</strong>gassing of the molds; cooling condition;<br />

interference in the shapes of molds. As justification for <strong>da</strong>ta and statements<br />

exposed at work, literature searches were used in sources such as books,<br />

articles, magazines, interviews, lectures, handouts, courses, manuals and also<br />

to carry out case study to <strong>de</strong>monstrate the causes of warping in kayaks.<br />

Keywords: Rotomolding; Kayaks; Polyethylene, Warping


Sumário<br />

1. Introdução...............................................................................................12<br />

2. História: Rotomol<strong>da</strong>gem e caiaques.......................................................14<br />

2.1 A rotomol<strong>da</strong>gem......................................................................................14<br />

2.2 Primeiros Caiaques.................................................................................17<br />

2.3 Mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s esportivas pratica<strong>da</strong>s com caiaques.................................19<br />

2.3.1 Slalom…………………………………………………………………………20<br />

2.3.2 Veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>..............................................................................................20<br />

2.3.3 Descenso................................................................................................20<br />

2.3.4 Caiaque pólo...........................................................................................21<br />

2.3.5 Canoagem oceânica...............................................................................21<br />

2.3.6 Canoagem em on<strong>da</strong>s..............................................................................21<br />

2.3.7 Canoagem maratona..............................................................................22<br />

3. Conceitos fun<strong>da</strong>mentais e configurações <strong>de</strong> máquinas para<br />

rotomol<strong>da</strong>gem....................................................................................................23<br />

3.1. Rotomol<strong>da</strong>dora tipo “Shuttle”.................................................................24<br />

3.2. Rotomol<strong>da</strong>dora tipo “Rock and Roll”......................................................25<br />

3.3 Etapas do processo...............................................................................27<br />

3.3.1. Carregamento do mol<strong>de</strong>........................................................................27<br />

3.3.2. Aquecimento do mol<strong>de</strong>..........................................................................28<br />

3.3.3 Cura extra forno.....................................................................................30<br />

3.3.4 Resfriamento dos mol<strong>de</strong>s......................................................................31<br />

3.3.5 Desmol<strong>da</strong>gem <strong>da</strong> peça..........................................................................32<br />

4 Polímero utilizado (PEAD TRM 0513-000)..............................................33<br />

4.1 Definição <strong>de</strong> polímero.............................................................................33<br />

4.2 Termoplásticos e Termoestáveis............................................................34<br />

4.2.1 Termoplásticos........................................................................................35<br />

4.2.2 Termoestáveis.........................................................................................35<br />

4.3 PEAD TRM 0513-000.............................................................................36<br />

5 Estudo <strong>de</strong> caso........................................................................................40


5.1 Material....................................................................................................41<br />

5.2 Pontos fortes do PEAD............................................................................43<br />

5.3 Testes práticos.........................................................................................45<br />

5.4 Empenamentos........................................................................................46<br />

Consi<strong>de</strong>rações Finais........................................................................................48<br />

Anexo A.............................................................................................................49<br />

Anexo B.............................................................................................................50<br />

Anexo C.............................................................................................................51<br />

Referências Bibliográficas.................................................................................52


Lista <strong>de</strong> figuras<br />

Figura 1- Caiaque feito em ossos <strong>de</strong> baleia e pele <strong>de</strong> foca...............................17<br />

Figura 2- Caiaque mo<strong>de</strong>lo Jacaré......................................................................18<br />

Figura 3: Rotomol<strong>da</strong>dora tipo Shuttle................................................................24<br />

Figura 4: Rotomol<strong>da</strong>dora tipo Rock and roll......................................................25<br />

Figura 5: Abastecimento do mol<strong>de</strong> com a resina microniza<strong>da</strong>..........................26<br />

Figura 6: Etapas <strong>de</strong> fusão do polímero <strong>de</strong>ntro do mol<strong>de</strong>...................................27<br />

Figura 7: Mol<strong>de</strong>s sendo aquecidos no interior do forno.....................................28<br />

Figura 8: Saí<strong>da</strong> dos mol<strong>de</strong>s para a cura extra forno..........................................29<br />

Figura 9: Etapa <strong>de</strong> resfriamento dos mol<strong>de</strong>s.....................................................30<br />

Figura 10: Abertura do mol<strong>de</strong> para a retira<strong>da</strong> <strong>da</strong> peça......................................31<br />

Figura 11: Caiaques Pingüim vermelho e Foca amarelo...................................40<br />

Figura 12: Caiaque Aquarius.............................................................................45<br />

Figura 13: Caiaque reprovado por empenamento.............................................46<br />

Figura 14: Deformação causa<strong>da</strong> pela pressurização <strong>da</strong> peça...........................46


Lista <strong>de</strong> quadros<br />

Quadro 1: Segmentação do mercado <strong>de</strong> plástico no Brasil...............................15<br />

Quadro 2: Consumo <strong>de</strong> resina para rotomol<strong>da</strong>gem por segmento no Brasil.....16<br />

Quadro 3: Formação <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia polimérica........................................................32<br />

Quadro 4: Representação esquemática do polietileno......................................35<br />

Quadro 5: Classificação dos polietilenos segundo a ASTM D- 1248................36<br />

Quadro 6: Resultados em corpo <strong>de</strong> prova injetado com TRM 0024-000...........41<br />

Quadro 7: Resultados em corpo <strong>de</strong> prova injetado com TRM 0513-000...........42<br />

Quadro 8: Tabela <strong>de</strong> pesos dos caiaques com PELMD e PEAD e redução <strong>de</strong><br />

custo..................................................................................................................4


1. Introdução<br />

Rotomol<strong>da</strong>gem <strong>de</strong> caiaques.<br />

A rotomol<strong>da</strong>gem é um processo <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> peças plásticas dos<br />

mais antigos, mas que mesmo sendo tão antigo passou por déca<strong>da</strong>s sem<br />

muitos avanços tecnológicos e sem gran<strong>de</strong>s investimentos para obtenção <strong>de</strong><br />

novos materiais rotomol<strong>da</strong>veis, o que a <strong>de</strong>ixou com a imagem <strong>de</strong> processo<br />

arcaico.<br />

A escolha do tema se dá pela experiência pessoal com o processo e a<br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em se obter respostas ou soluções a problemas ocorridos nos<br />

processos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> um produto rotomol<strong>da</strong>do.<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é estu<strong>da</strong>r o processo <strong>de</strong> rotomol<strong>da</strong>gem <strong>de</strong><br />

caiaques no qual será utiliza<strong>da</strong> uma resina especial <strong>de</strong> polietileno <strong>de</strong> alta<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> (TRM 0513-000), serão <strong>de</strong>monstra<strong>da</strong>s as características do<br />

polímero, sua processabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, os tipos <strong>de</strong> rotomol<strong>da</strong>doras utiliza<strong>da</strong>s na<br />

fabricação e o estudo <strong>de</strong> caso <strong>da</strong>s possíveis causas e soluções <strong>de</strong><br />

empenamentos ocorridos em caiaques rotomol<strong>da</strong>dos com o PEAD (TRM 0513-<br />

000).<br />

Estes estudos <strong>de</strong>verão respon<strong>de</strong>r a seguinte questão, o polietileno <strong>de</strong><br />

alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> (TRM 0513-000) é um material com características a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s<br />

ao produto, quais as causas <strong>de</strong> empenamentos?<br />

produto são:<br />

As hipóteses levanta<strong>da</strong>s como possíveis causas <strong>de</strong> empenamentos no<br />

• Energia <strong>de</strong> contração do polímero<br />

• Diferença <strong>de</strong> espessura <strong>da</strong>s pare<strong>de</strong>s <strong>da</strong> peça<br />

• Presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>smol<strong>da</strong>nte no mol<strong>de</strong><br />

• Degasagem dos mol<strong>de</strong>s ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s<br />

• Condições <strong>de</strong> resfriamento<br />

• Interferências nas formas do mol<strong>de</strong><br />

12


No intuito <strong>de</strong> agregar conhecimentos relacionados à fabricação <strong>de</strong><br />

caiaques por meio do processo <strong>de</strong> mol<strong>da</strong>gem rotacional <strong>de</strong> plásticos,<br />

consi<strong>de</strong>rou-se necessária a realização <strong>de</strong>ste trabalho como colaborador a um<br />

melhor entendimento <strong>de</strong> todo o processo <strong>de</strong> fabricação e <strong>de</strong> um dos principais<br />

<strong>de</strong>feitos ocorridos. Estes <strong>de</strong>feitos conhecidos como empenamentos, serão<br />

estu<strong>da</strong>dos e relacionados às suas diversas causas, que po<strong>de</strong>m estar<br />

relacionados a ciclo <strong>de</strong> processo, <strong>de</strong>senho do mol<strong>de</strong>, mau dimensionamento <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>gasagem ou resina ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> ao produto a qual po<strong>de</strong>rá ou não após o<br />

estudo ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como nova resina a ser utiliza<strong>da</strong> para os produtos testados.<br />

Este estudo será justificado por meio <strong>de</strong> pesquisas bibliográficas<br />

realiza<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> fontes como livros, artigos, revistas, entrevistas,<br />

palestras, apostilas, cursos, manuais e estudo <strong>de</strong> caso <strong>de</strong>monstrando as<br />

causas <strong>de</strong> empenamentos nos caiaques. O estudo <strong>de</strong> caso foi realizado na<br />

empresa EHR indústria e comercio <strong>de</strong> artefatos <strong>de</strong> plásticos Lt<strong>da</strong>.<br />

No primeiro momento <strong>de</strong>ste trabalho será <strong>de</strong>scrita a história <strong>da</strong><br />

rotomol<strong>da</strong>gem e dos caiaques, as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s esportivas disputa<strong>da</strong>s com<br />

caiaques no capítulo terceiro serão <strong>de</strong>monstrados os conceitos fun<strong>da</strong>mentais e<br />

configurações <strong>de</strong> máquinas para rotomol<strong>da</strong>gem <strong>de</strong> caiaques, assim como tipos<br />

<strong>de</strong> peças possíveis <strong>de</strong> se fabricar, principais polímeros utilizados em<br />

rotomol<strong>da</strong>gens, conceitos e configurações <strong>de</strong> máquinas rotomol<strong>da</strong>doras e as<br />

etapas do processo, no quarto capítulo será exposto o polietileno <strong>de</strong> alta<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> TRM 0513-000, suas características técnicas, e condições para<br />

processamento, no quinto e último capítulo é on<strong>de</strong> encontra se a ênfase do<br />

trabalho, isso porque é com o estudo <strong>de</strong> caso que se preten<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r as<br />

questões sobre os empenamentos ocorridos nos caiaques produzidos com a<br />

resina <strong>de</strong> PEAD TRM 0513-000.<br />

13


2. História: Rotomol<strong>da</strong>gem e caiaques<br />

2.1 A rotomol<strong>da</strong>gem<br />

A tecnologia <strong>de</strong> mol<strong>da</strong>gem rotacional, como a maioria dos métodos <strong>de</strong><br />

manufaturas evoluiu a partir <strong>de</strong> outras tecnologias, como o nome já diz, o<br />

processo consiste na produção <strong>de</strong> peças por meio <strong>de</strong> rotação dos mol<strong>de</strong>s, este<br />

processo se dá <strong>da</strong> seguinte forma, um <strong>da</strong>do polímero é introduzido no mol<strong>de</strong><br />

aberto em forma <strong>de</strong> pó ou liquido com o plastisol, após fechado o mol<strong>de</strong> segue<br />

para o aquecimento on<strong>de</strong> se inicia a rotação que po<strong>de</strong>rá ser biaxial ou balanço<br />

e giro, on<strong>de</strong> com a aplicação <strong>da</strong> energia térmica a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> sobre o mol<strong>de</strong>,<br />

chega-se ao ponto <strong>de</strong> fusão do polímero, que passa a fluir pelo mol<strong>de</strong> em<br />

rotação a<strong>de</strong>rindo-se por cama<strong>da</strong>s às suas pare<strong>de</strong>s, formando assim a peça<br />

que po<strong>de</strong>rá ser retira<strong>da</strong> com a abertura do mol<strong>de</strong> após o resfriamento.<br />

A rotomol<strong>da</strong>gem teve seu início há muitos anos, relatos indicam que<br />

esse sistema <strong>de</strong> produção fora utilizado inicialmente pelos egípcios e gregos<br />

para a fabricação <strong>de</strong> peças em cerâmica através do processo atualmente<br />

conhecido como “slip casting”. Há centenas <strong>de</strong> anos os suíços utilizaram-se<br />

pela primeira vez <strong>da</strong> Mol<strong>da</strong>gem Rotacional para confeccionar ovos <strong>de</strong><br />

chocolate ocos, no entanto, o primeiro registro <strong>de</strong> patente <strong>de</strong> máquina para<br />

mol<strong>da</strong>gem rotacional aconteceu em 1855, ou seja, antes <strong>da</strong> existência do<br />

plástico. (TRM, sd).<br />

De acordo com o artigo chamado <strong>de</strong> "A History of Rotational Moulding<br />

<strong>de</strong>1997 a idéia original <strong>de</strong> rotomol<strong>da</strong>gem estava liga<strong>da</strong> a fabricação <strong>de</strong> cabeças<br />

<strong>de</strong> bonecas durante a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1940. O mol<strong>de</strong> foi criado a partir <strong>de</strong><br />

eletroformação <strong>de</strong> cobre-níquel e o polímero utilizado foi o PVC plastisol<br />

(cloreto <strong>de</strong> polivinila). (TRM, sd). Neste processo com o plastisol os mol<strong>de</strong>s não<br />

são bi-partidos, sendo as peças saca<strong>da</strong>s a força por um orifício, normalmente<br />

com o auxilio <strong>de</strong> uma ferramenta como um alicate.<br />

Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 40, <strong>de</strong>vido aos altos tempos <strong>de</strong> ciclos do processo e a<br />

escassez <strong>de</strong> matérias-primas rotomoldáveis, já que se utilizavam basicamente<br />

plastisóis para fabricação <strong>de</strong> bonecas, brinquedos e recipientes redondos ou<br />

14


etangulares. Os plastisóis são suspensões <strong>de</strong> resinas <strong>de</strong> PVC numa fase<br />

continua liqui<strong>da</strong> forma<strong>da</strong> por um plastificante e um estabilizante térmico as<br />

proporções <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> componente na mistura <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong>s características<br />

especificas que se <strong>de</strong>seja obter do material.<br />

Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 50, ocorreram dois gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvimentos, que<br />

foram a introdução <strong>de</strong> polímeros pulverizados especialmente produzidos para<br />

mol<strong>da</strong>gem rotacional e o forno com aquecimento através <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> ar<br />

quente.<br />

Apartir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70 surgiram as primeiras evoluções consi<strong>de</strong>ráveis<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> rotomol<strong>da</strong>gem, foi quando nos EUA e Europa iniciaram-se<br />

<strong>de</strong>senvolvimentos <strong>de</strong> novos polímeros aplicáveis a rotomol<strong>da</strong>gem, o Polietileno<br />

Linear micronizado passou a ser utilizado na fabricação <strong>de</strong> novos produtos<br />

rotomol<strong>da</strong>dos com tamanhos consi<strong>de</strong>ravelmente gran<strong>de</strong>s e agora também em<br />

mol<strong>de</strong> bi-partido <strong>de</strong> alumínio fundido ou chapa <strong>de</strong> aço.<br />

Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1980 o processo <strong>de</strong> rotomol<strong>da</strong>gem ficou mais conhecido<br />

<strong>de</strong>vido ao aumento <strong>da</strong>s indústrias fornecedoras <strong>de</strong> material ao redor do mundo.<br />

E em resposta à <strong>de</strong>man<strong>da</strong> crescente, novos materiais se tornaram disponíveis<br />

incluindo policarbonatos, poliésteres, polipropileno, PEBD (polietileno <strong>de</strong> baixa<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>), nylon e ABS (acrilonitrila-butadieno-estireno) e polietileno <strong>de</strong> alta<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> (PEAD) o qual será avaliado nesse estudo.<br />

Para (MARQUES, OLIVEIRA, 1998) no Brasil há uma carência <strong>de</strong><br />

publicações e bibliografias em geral sobre técnicas especificas associa<strong>da</strong>s ao<br />

processo <strong>de</strong> rotomol<strong>da</strong>gem, o qual é tratado segundo ele com certa reserva<br />

pelas poucas empresas que <strong>de</strong>le se utilizam, sendo necessário se buscar<br />

conhecimentos específicos sobre o processo em outros países, até porque as<br />

poucas empresas que conquistam algum conhecimento sobre o processo não<br />

tem interesse em divulgar.<br />

Como se po<strong>de</strong> ver a partir dos anos 80 houve um crescimento<br />

gra<strong>da</strong>tivo <strong>da</strong> utilização do processo <strong>de</strong> rotomol<strong>da</strong>gem, crescimento esse que se<br />

15


fez notável, e já no ano <strong>de</strong> 2006 alcançava a marca <strong>de</strong> 40.000 tonela<strong>da</strong>s/ ano<br />

<strong>de</strong> resinas utiliza<strong>da</strong>, mas se compara<strong>da</strong> com processos como injeção, extrusão<br />

e sopro a rotomol<strong>da</strong>gem ain<strong>da</strong> é muito pouco utiliza<strong>da</strong> representando 2% do<br />

mercado do plástico, como se po<strong>de</strong> perceber no quadro abaixo. (UEKI,<br />

PISANU, 2007, sp).<br />

Quadro 1: Segmentação do mercado <strong>de</strong> plástico no Brasil.<br />

Fonte: (UEKI, PISANU, 2007, sp).<br />

Dentro dos 2% do mercado do plástico que são representados pela<br />

rotomol<strong>da</strong>gem, o segmento que <strong>de</strong>tém a maior fatia do mercado é o <strong>da</strong><br />

construção civil com 40% <strong>de</strong>ste mercado como <strong>de</strong>monstra a figura do quadro 2.<br />

O gran<strong>de</strong> consumo <strong>da</strong> rotomol<strong>da</strong>gem na construção civil se <strong>de</strong>ve a um<br />

produto em especial. Devido à gran<strong>de</strong> tendência mundial <strong>de</strong> eliminar o uso <strong>de</strong><br />

caixas d’água fabrica<strong>da</strong>s com fibrocimento que contém fibras <strong>de</strong> amianto, o<br />

qual estudos comprovam que a inalação <strong>de</strong>ssas fibras provocam doenças<br />

incuráveis como o câncer e que <strong>de</strong>vido a isso cerca <strong>de</strong> 50 países no mundo já<br />

o eliminaram <strong>de</strong> sua produção.<br />

16


Devido ao amianto estar em via <strong>de</strong> banimento é que a cerca <strong>de</strong> 15<br />

anos, a rotomol<strong>da</strong>gem <strong>de</strong> caixas d’água no Brasil se tornou um gran<strong>de</strong><br />

negócio as quais passaram a serem substitutas com vantagens às antigas<br />

caixas <strong>de</strong> fibrocimento. (PLÁSTICO SUL, 2010).<br />

Quadro 2: Consumo <strong>de</strong> resina para rotomol<strong>da</strong>gem por segmento no Brasil.<br />

Fonte: (UEKI, PISANU, 2007, sp).<br />

2.2 Primeiros Caiaques<br />

O caiaque nasceu na Groenlândia servindo <strong>de</strong> meio <strong>de</strong> pesca e<br />

trabalho aos esquimós. Caiaque significa na língua local “Barco <strong>de</strong> Caçador”, e<br />

seu uso era permitido exclusivamente aos homens, que empregavam ossos <strong>de</strong><br />

baleia, peles e tripas <strong>de</strong> focas para a construção <strong>de</strong>ssa curiosa embarcação, a<br />

figura 1 mostra este tipo <strong>de</strong> caiaque feito por esquimós.<br />

17


Figura 1: Caiaque feito em ossos <strong>de</strong> baleia e pele <strong>de</strong> foca.<br />

Fonte: (BRYANT, 2008, sp).<br />

Atualmente <strong>de</strong>fine-se caiaque como uma embarcação <strong>de</strong>sportiva<br />

movi<strong>da</strong> por tração humana através <strong>de</strong> remo, e que po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>da</strong> para o<br />

lazer ou competições.<br />

O advogado escocês John MacGregor que construiu nos EUA e em<br />

plena Guerra Civil (1861-1865), a primeira canoa <strong>de</strong> competição do tipo<br />

caiaque, passando a ser conhecido como o pai <strong>da</strong> canoagem, este caiaque que<br />

foi batizado <strong>de</strong> Rob Roy serviu a John em expedições por rios e lagos,<br />

resumi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>pois no livro “Thousand Miles in the Rob Roy Canoe”. De volta a<br />

Londres, em 1865, ele fundou o Royal Canoe Club, que, em três anos, contava<br />

com 300 canoeiros. O "barquinho" ganhou populari<strong>da</strong><strong>de</strong>, criaram-se clubes e<br />

competições. (BRYANT, 2008).<br />

Foi em 1984, que o processo <strong>de</strong> rotomol<strong>da</strong>gem se tornou uma ótima<br />

opção para a fabricação <strong>de</strong> caiaques plásticos, <strong>de</strong>vido algumas vantagens<br />

como o menor custo dos mol<strong>de</strong>s em relação a outros processos como injeção e<br />

sopro, por permitir a mol<strong>da</strong>gem <strong>de</strong> reentrâncias sem ângulo <strong>de</strong> saí<strong>da</strong>, produzir<br />

peças ocas sem emen<strong>da</strong>s, livres <strong>de</strong> tensões, totalmente fecha<strong>da</strong>s em um único<br />

ciclo, como por exemplo, um caiaque.<br />

18


No Brasil um dos pioneiros em rotomol<strong>da</strong>gem <strong>de</strong> caiaques é o<br />

Engenheiro Naval Ennio Henrique Robba, fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong> empresa Caiaker que<br />

atualmente conta com uma varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los para prática <strong>de</strong> esportes ou<br />

lazer, sendo lí<strong>de</strong>r a mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos no mercado nacional <strong>de</strong> caiaques<br />

plásticos.<br />

A figura a seguir mostra o “Jacaré”, que foi o primeiro caiaque fabricado<br />

pela Caiaker, projetado para substituir caiaques <strong>de</strong> fibras que na pratica <strong>de</strong>ssa<br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>, são freqüentemente <strong>da</strong>nificados ou <strong>de</strong>struídos em choques com<br />

pedras, o papel do Jacaré foi importante também por ser um produto acessível,<br />

ao contrário dos caiaques importados disponíveis na época.<br />

Figura 2: Caiaque mo<strong>de</strong>lo Jacaré.<br />

Fonte: (CAIAKER, 2010, sp).<br />

2.3 Mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s esportivas pratica<strong>da</strong>s com caiaques<br />

Os materiais usados no início pelos esquimós para fazerem um<br />

caiaque, que eram as peles e ossos animais nos dias <strong>de</strong> hoje foram<br />

substituídos por materiais sintéticos como fibra <strong>de</strong> vidro, fibra <strong>de</strong> carbono e<br />

plástico. (BRYANT, 2008, sp).<br />

Existem atualmente várias configurações <strong>de</strong> caiaques, ca<strong>da</strong> uma para<br />

uma <strong>da</strong><strong>da</strong> aplicação, como caiaque duplo <strong>de</strong> lazer, caiaque simples <strong>de</strong> lazer,<br />

<strong>de</strong> pesca, <strong>de</strong> corre<strong>de</strong>ira, caiaque fechado, caiaque aberto e outros <strong>de</strong> variados<br />

19


tamanhos e <strong>de</strong>senhos, <strong>de</strong>ntre essas há sete mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> esportes<br />

praticados nestes tipos <strong>de</strong> embarcações à remo, que são:<br />

2.3.1 Slalom<br />

É um esporte olímpico praticado em águas brancas (corre<strong>de</strong>iras) e o<br />

objetivo é passar por balizas ao longo do percurso no sentido indicado em<br />

menor tempo possível.<br />

Nesta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> três tipos <strong>de</strong> embarcações são utiliza<strong>da</strong>s: caiaque<br />

individual (K1), canoa individual (C1) e canoa dupla (C2). No caso dos<br />

caiaques o comprimento é <strong>de</strong> 3,5 metros e pesam cerca <strong>de</strong> 15 quilogramas,<br />

para que durante as provas não entre água nos caiaques são utiliza<strong>da</strong>s “saias”<br />

presas nas cinturas dos atletas e nas aberturas dos caiaques. (CBCA, 2011).<br />

2.3.2 Veloci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Uma <strong>da</strong>s categorias mais pratica<strong>da</strong>s e que acontece em águas calmas<br />

como rios ou lagos, a disputa se dá em nove raias <strong>de</strong>marca<strong>da</strong>s nas distâncias<br />

<strong>de</strong> 1000, 500 e 200 metros.<br />

A categoria é subdividi<strong>da</strong> entre K1, K2, K4, C1 e C2, on<strong>de</strong> o número<br />

indica a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> atletas por embarcação e a letra K quando a<br />

competição é com caiaques on<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido à menor estabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, os remos<br />

utilizados são <strong>de</strong> duas pás, já nas categorias C1 e C2 as embarcações são<br />

canoas, estas são mais estáveis e por isso utilizam-se remos com apenas uma<br />

pá. (DIDARIO, 2010).<br />

2.3.3 Descenso<br />

Esta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> é pratica<strong>da</strong> em corre<strong>de</strong>iras on<strong>de</strong> vence quem chegar<br />

ao fim do percurso em menos tempo.<br />

20


Pelas regras atuais <strong>da</strong> FIC (Fe<strong>de</strong>raçäo Internacional <strong>de</strong> Canoagem) as<br />

seis copas do mundo estão <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s em três clássicas e três <strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

as classes <strong>de</strong> embarcações são padroniza<strong>da</strong>s pelas regras <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração<br />

Internacional <strong>de</strong> Canoagem, as embarcações <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong> categoria po<strong>de</strong>m<br />

ter comprimento variando entre 5,20 a 11 metros e pesos entre 12 e 50 kg.<br />

(CBCA, 2011).<br />

2.3.4 Caiaque pólo<br />

Esta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> surgiu há cerca <strong>de</strong> 30 anos na Inglaterra quando<br />

praticantes <strong>da</strong> canoagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>sci<strong>da</strong> <strong>de</strong> rios e slalom , <strong>de</strong>vido o inverno ou os<br />

rios estarem secos começaram em certas épocas, passaram a treinar em<br />

piscinas on<strong>de</strong> para aprimorarem técnicas eram criados alguns jogos, on<strong>de</strong> em<br />

um <strong>de</strong>sses foi introduzi<strong>da</strong> uma bola que <strong>de</strong>u origem ao esporte. (CBCA, 2011).<br />

Esta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> é como um han<strong>de</strong>bol com caiaque praticado em<br />

piscina <strong>de</strong> 30m X 20m, dois times <strong>de</strong> cinco atletas se enfrentam com o objetivo<br />

<strong>de</strong> marcar o maior numero <strong>de</strong> gols possíveis para vencer.<br />

2.3.5 Canoagem oceânica<br />

O objetivo é percorrer um circuito pré-<strong>de</strong>terminado em carta náutica,<br />

em menor tempo, esta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> esporte ocorre em águas marinhas,<br />

nesta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> o caiaque tem comprimento mínimo <strong>de</strong> 4 metros.<br />

2.3.6 Canoagem em on<strong>da</strong>s<br />

Similar ao surf com prancha, os competidores são avaliados pelas<br />

manobras que executam. A canoagem em on<strong>da</strong>s esta subdividi<strong>da</strong> em duas<br />

classes waveski on<strong>de</strong> se utiliza um tipo <strong>de</strong> prancha mais espessa a qual a<br />

pessoa fica presa pela cintura e pelos pés, na outra classe, kayaksurf é<br />

utilizado um caiaque fechado com o auxilio <strong>de</strong> um saiote impermeável.<br />

21


2.3.7 Canoagem maratona<br />

A origem <strong>de</strong>ste esporte está liga<strong>da</strong> a salva-vi<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Austrália e Africa<br />

do Sul que utilizavam caiaques para se locomover no mar. Os<br />

primeiros campeonatos <strong>de</strong> kayaksurf aconteceram na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 60<br />

nos Estados Unidos. Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> caiaque <strong>de</strong> slalom foram utilizados<br />

nas provas oficiais. Hoje o Kayaksurf tem uma gran<strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>los específicos para surf. Caiaques <strong>de</strong> fibra ou até carbano com<br />

quilhas permitem uma excelente diversão no mar. (CBCA, 2011, sp).<br />

Com percursos <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> vinte quilômetros, hora em largos rios e<br />

hora em single tracks, on<strong>de</strong> passa somente um caiaque por vez, a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

esta dividi<strong>da</strong> em categorias, ca<strong>da</strong> prova tem duração aproxima<strong>da</strong> <strong>de</strong> 3 horas e<br />

as embarcações tem comprimentos <strong>de</strong> 5,20 a 11 metros e pesos <strong>de</strong> 8 a 30 kg<br />

<strong>de</strong> acordo com as categorias.<br />

As provas <strong>de</strong> maratona po<strong>de</strong>m incluir as seguintes categorias:<br />

Homens: K-1, K-2, K-4, C-1 e C-2.<br />

Mulheres: K-1 e K-2.<br />

Misto: K-2 e C-2<br />

22


3. Conceitos fun<strong>da</strong>mentais e configurações <strong>de</strong> máquinas<br />

para rotomol<strong>da</strong>gem<br />

Mol<strong>da</strong>gem rotacional ou rotomol<strong>da</strong>gem é um processo <strong>de</strong>senvolvido<br />

para produção <strong>de</strong> peças ocas, sem costura <strong>de</strong> todos os tamanhos e formas.<br />

Tradicionalmente tem maior aplicação na transformação <strong>de</strong> materiais<br />

termoplásticos e ultimamente tem sido aplicado na mol<strong>da</strong>gem <strong>de</strong> polietilenos<br />

reticulados e alguns termofíxos.<br />

Mais <strong>de</strong> 80% dos materiais utilizados atualmente em rotomol<strong>da</strong>gem<br />

ain<strong>da</strong> são os polietilenos. Outros materiais rotomoldáveis são os plastisóis,<br />

nylons, polipropilenos, poliacetais, policarbonatos, ABS entre outros (TRM,<br />

2007).<br />

Nos dias atuais muitos são os materiais plásticos que se po<strong>de</strong><br />

rotomol<strong>da</strong>r e mais numeroso ain<strong>da</strong> é a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos fabricados por<br />

esse processo que permite <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a produção <strong>de</strong> pequenos objetos como uma<br />

bolinha <strong>de</strong> ping-pong, até um gran<strong>de</strong> reservatório com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s superior a<br />

30 mil litros, muitas também são as aplicações <strong>de</strong>sses produtos que po<strong>de</strong>m ser<br />

utilizados na área <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>, no campo <strong>da</strong> ciência como instrumentos<br />

domésticos, malas <strong>de</strong> mão, ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntistas e outros tipos <strong>de</strong> móveis, no<br />

campo <strong>da</strong> recreação: barcos, carregadores <strong>de</strong> malas, protetores <strong>de</strong> motos,<br />

filtros <strong>de</strong> piscinas domésticas, pranchas <strong>de</strong> surf e bolas <strong>de</strong> todos os tipos,<br />

brinquedos <strong>de</strong> movimento como cavalinhos ou corpo <strong>de</strong> carrinhos, brinquedos<br />

para serem escalados, serem atravessados e escorregadores também tem sido<br />

feitos por rotomol<strong>da</strong>gem. No campo <strong>da</strong> indústria são encontra<strong>da</strong>s peças <strong>de</strong><br />

rotomol<strong>da</strong>gem como tanques <strong>de</strong> combustíveis para vários tipos <strong>de</strong> veículos,<br />

produtos para casa como: vaso <strong>de</strong> plantas, ban<strong>de</strong>jas, lixeiras e mesas <strong>de</strong> picnic<br />

são fabricados. No Brasil a sua aplicação tem se concentrado na área<br />

agrícola, industrial como tanques para pulverização agrícola e armazenagem<br />

<strong>de</strong> produtos químicos, palets para transporte armazenagem <strong>de</strong> carga e<br />

especialmente na construção civil. (MARQUES, OLIVEIRA, 1998).<br />

Para uma gama tão gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos existem atualmente várias<br />

configurações <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> rotomol<strong>da</strong>gem ofereci<strong>da</strong>s no mercado e estes<br />

23


equipamentos são configurados <strong>de</strong> acordo com as características do produto a<br />

ser fabricado.<br />

Os principais fatores que <strong>de</strong>terminam qual o equipamento mais<br />

recomen<strong>da</strong>do são a forma e as dimensões do artigo mol<strong>da</strong>do, o tipo <strong>de</strong><br />

material empregado e a produção <strong>de</strong>seja<strong>da</strong>. Estes fatores <strong>de</strong>terminam o tipo <strong>de</strong><br />

aquecimento, resfriamento e dimensionamento <strong>da</strong>s instalações para se obter<br />

melhores resultados, com custos industriais aceitáveis.<br />

Um parâmetro muito importante para a mol<strong>da</strong>gem rotacional é a<br />

veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>da</strong> resina fundi<strong>da</strong> nas pare<strong>de</strong>s do mol<strong>de</strong>. Para o<br />

PEAD, cujo índice <strong>de</strong> flui<strong>de</strong>z fica <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> faixa <strong>de</strong> 8 a 30 g/min, a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>posição a ser usa<strong>da</strong> como referência fica no intervalo <strong>de</strong> 0,8 a 6,0 m/min.<br />

3.1. Rotomol<strong>da</strong>dora tipo “Shuttle”.<br />

24<br />

As máquinas utiliza<strong>da</strong>s no processo <strong>de</strong> mol<strong>da</strong>gem rotacional po<strong>de</strong>m<br />

ser fabrica<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong> dois conceitos técnicos básicos, quais<br />

sejam: o conceito “biaxial” no qual o mol<strong>de</strong> gira simultaneamente<br />

em dois eixos perpendiculares entre si e o conceito <strong>de</strong> “balanço e<br />

giro” também <strong>de</strong>nominado “Rock and Roll” no qual o mol<strong>de</strong> gira em<br />

torno <strong>de</strong> seu eixo menor, enquanto balança longitudinalmente<br />

(movimento tipo gangorra) num ângulo programável que varia <strong>de</strong><br />

+60° até -60°. (TRM, 2007, p. 03)<br />

Este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> máquina possui apenas duas estações: o forno e o<br />

resfriamento; é na posição <strong>de</strong> resfriamento on<strong>de</strong> acontece também o<br />

carregamento dos mol<strong>de</strong>s, os quais são montados sobre os suportes do braço<br />

<strong>da</strong> máquina ou “spi<strong>de</strong>r”.<br />

As máquinas Shuttle po<strong>de</strong>m ter fornos com dimensões varia<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 2,5<br />

m até 5 m, estas máquinas são diferencia<strong>da</strong>s por terem os fornos em formato<br />

cilíndrico, tanto interna como externamente, concepção que impe<strong>de</strong> o<br />

surgimento <strong>de</strong> cantos "mortos", geradores <strong>de</strong> per<strong>da</strong>s <strong>de</strong> calor. (PLÁSTICO<br />

MODERNO, 2009).


A figura 3 mostra uma rotomol<strong>da</strong>dora do tipo “Shuttle”, este tipo <strong>de</strong><br />

maquina é muito versátil po<strong>de</strong>ndo ser usa<strong>da</strong> para fabricação <strong>de</strong> diferentes tipos<br />

<strong>de</strong> peças, como por exemplo, um caiaque.<br />

Figura 3: Rotomol<strong>da</strong>dora tipo Shuttle.<br />

Fonte: (AUTOR, 2011).<br />

25<br />

Essas máquinas, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> concepções mais mo<strong>de</strong>rnas, são provi<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> dois carros in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, equipados com motorredutores e<br />

sensores indutivos <strong>de</strong> posição, possuindo forno central em formato<br />

cilíndrico, e sistema <strong>de</strong> aquecimento a gás natural ou GLP, além <strong>de</strong><br />

controle <strong>de</strong> temperatura feito por CLP, sendo fabrica<strong>da</strong>s em várias<br />

dimensões para aten<strong>de</strong>r a diferentes projetos. (PLÁSTICO<br />

MODERNO, 2009, sp)<br />

3.2 Rotomol<strong>da</strong>dora tipo “Rock and Roll”<br />

Este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> máquina teve origem no Reino Unido, quando o<br />

engenheiro Earl Duffin fundou a Flextank em South Wales e utilizando-se <strong>de</strong><br />

experiência adquiri<strong>da</strong> em estudos anteriores, utilizou-se do sistema Engel que<br />

era originalmente para fabricação <strong>de</strong> peças em fibra, para criar a


otomol<strong>da</strong>dora conheci<strong>da</strong> como “Rock and Roll” e se tornar um dos maiores<br />

rotomol<strong>da</strong>dores <strong>da</strong> Inglaterra.<br />

Nestas máquinas, o mol<strong>de</strong> gira 360º no eixo secundário e no eixo<br />

principal intercala<strong>da</strong>mente 45º para um lado e para outro como se po<strong>de</strong> ver na<br />

figura 4. Ou seja, o ângulo <strong>de</strong> movimentação do eixo principal é vai e vem e<br />

varia <strong>de</strong> acordo com o produto a ser elaborado. O sistema <strong>de</strong> aquecimento<br />

geralmente é a gás com chama direta. Estas máquinas são utiliza<strong>da</strong>s<br />

principalmente para a produção <strong>de</strong> peças <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões. (UEKI,<br />

PISANU, 2007)<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> máquina conheci<strong>da</strong> por “Rock and Roll” ou “Rocking<br />

oven” é o mo<strong>de</strong>lo mais indicado para peças longas como caiaques, tanques e<br />

cílos. Nesta máquina, o mol<strong>de</strong> gira em torno do eixo longitudinal enquanto<br />

balança como uma gangorra permitindo que o material se espalhe no interior<br />

do mol<strong>de</strong>. (CRAWFORD, 2002).<br />

Figura 4: Rotomol<strong>da</strong>dora tipo Rock and roll.<br />

Fonte: (ROTOLINE, sd, sp).<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte ao tipo <strong>de</strong> produto a ser rotomol<strong>da</strong>do ou a configuração<br />

<strong>da</strong> máquina utiliza<strong>da</strong>, o processo <strong>de</strong> rotomol<strong>da</strong>gem <strong>de</strong>verá seguir cinco etapas,<br />

na seguinte or<strong>de</strong>m:<br />

26


3.3 Etapas do processo<br />

3.3.1. Carregamento do mol<strong>de</strong><br />

O carregamento consiste na introdução do polímero micronizado ou<br />

liquido (plastisol) no mol<strong>de</strong>, o qual po<strong>de</strong> ser feito abrindo-se o mol<strong>de</strong> ou em<br />

outros casos inserindo-o através <strong>de</strong> um orifício a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente instalado no<br />

mol<strong>de</strong>, em segui<strong>da</strong> fecha-se o mol<strong>de</strong> com auxilio <strong>de</strong> grampos ou parafusos.<br />

Atualmente existem sistemas automáticos para a realização <strong>de</strong> carga <strong>de</strong><br />

materiais nos mol<strong>de</strong>s o que além <strong>de</strong> otimizar o processo, evita problemas como<br />

contaminação <strong>da</strong> resina no manuseio.<br />

Na figura abaixo o mol<strong>de</strong> do caiaque “Fishing” sendo abastecido com o<br />

polímero micronizado <strong>de</strong> cor azul.<br />

Figura 5: Abastecimento do mol<strong>de</strong> com a resina microniza<strong>da</strong>.<br />

Fonte: (AUTOR, 2011).<br />

27


3.3.2. Aquecimento do mol<strong>de</strong><br />

Após o carregamento, o mol<strong>de</strong> é submetido ao aquecimento <strong>de</strong>ntro do<br />

forno com temperatura entre 200°C a 400°C <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do polímero a ser<br />

mol<strong>da</strong>do.<br />

É durante o tempo <strong>de</strong> permanência no forno que ocorre a formação <strong>de</strong><br />

espessura <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> <strong>da</strong> peça que se compõe <strong>de</strong> duas fases distintas, sendo<br />

uma fase térmica e a outra mecânica, na fase térmica as partículas do polímero<br />

recebem energia térmica transmiti<strong>da</strong> através <strong>da</strong>s pare<strong>de</strong>s do mol<strong>de</strong> que segue<br />

sendo aquecido em movimento, ao atingir a temperatura <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição inicial o<br />

polímero começa a se fundir e formar naturalmente com a força <strong>da</strong> gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> a<br />

primeira micro cama<strong>da</strong>, as <strong>de</strong>mais cama<strong>da</strong> são <strong>de</strong>posita<strong>da</strong>s mecanicamente,<br />

ou seja, fixa<strong>da</strong>s pela a<strong>de</strong>sivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> primeira cama<strong>da</strong> quando fundi<strong>da</strong>.<br />

Durante o “TPF” (tempo <strong>de</strong> permanência no forno) o mol<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá<br />

permanecer girando biaxialmente com as veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> platô e braço pré-<br />

<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s para uma distribuição equilibra<strong>da</strong> <strong>da</strong> resina nas pare<strong>de</strong>s do<br />

mol<strong>de</strong> e conseqüentemente uma uniformi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> espessura entre as pare<strong>de</strong>s<br />

<strong>da</strong> peça ou produto final.<br />

Quando o processo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> cama<strong>da</strong>s se encontra na fase “c”<br />

(figura 6), a massa forma<strong>da</strong> não mais se transporta, com o mol<strong>de</strong> em giro, para<br />

outros pontos do mol<strong>de</strong>, ela apenas nivela picos e vales superficiais on<strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>riu e o processo <strong>de</strong> fusão se completa com a fusão completa que expulsa o<br />

ar eliminando as bolhas <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> interna do polímero.<br />

28


Figura 6: Etapas <strong>de</strong> fusão do polímero <strong>de</strong>ntro do mol<strong>de</strong>.<br />

Fonte: (UEKI, PISANU, 2007, sp).<br />

Na figura 7 observamos uma rotomol<strong>da</strong>dora “Shuttle” na fase <strong>de</strong><br />

aquecimento dos mol<strong>de</strong>s, que ocorre após o avanço do carro que introduz os<br />

mol<strong>de</strong>s na estufa, em segui<strong>da</strong> as portas são fecha<strong>da</strong>s e inicia-se o processo <strong>de</strong><br />

aquecimento dos mol<strong>de</strong>s para a fusão do polímero, este aquecimento é feito,<br />

neste tipo <strong>de</strong> máquina, através <strong>da</strong> circulação <strong>de</strong> ar quente.<br />

29


Figura 7: Mol<strong>de</strong>s sendo aquecidos no interior do forno.<br />

Fonte: (AUTOR, 2011).<br />

3.3.3 Cura extra forno<br />

Após a <strong>de</strong>posição completa <strong>da</strong> resina no mol<strong>de</strong>, tem inicio a fase <strong>de</strong><br />

cura extra forno, on<strong>de</strong> o mol<strong>de</strong> permanecerá em movimentos biaxiais trocando<br />

energia térmica com o ar atmosférico, essa etapa é essencial na consoli<strong>da</strong>ção<br />

<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> técnica <strong>da</strong> peça mol<strong>da</strong><strong>da</strong> a na efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização <strong>da</strong> energia<br />

térmica através <strong>da</strong> complementação <strong>da</strong> cura <strong>da</strong> resina utilizando o calor<br />

armazenado no mol<strong>de</strong> e na resina durante o “TPF”.<br />

Figura 8: Saí<strong>da</strong> dos mol<strong>de</strong>s para a cura extra forno.<br />

Fonte: (AUTOR, 2011).<br />

30


3.3.4 Resfriamento dos mol<strong>de</strong>s<br />

Nessa fase o mol<strong>de</strong> ain<strong>da</strong> em movimento biaxial é <strong>de</strong>slocado para a<br />

estação <strong>de</strong> resfriamento, no interior do mol<strong>de</strong> a resina ain<strong>da</strong> se encontra em<br />

temperatura <strong>de</strong> cristalização e por isso o resfriamento possui uma gran<strong>de</strong><br />

influência sobre as proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s mecânicas <strong>da</strong> peça mol<strong>da</strong><strong>da</strong>.<br />

Através <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong> recursos como ventilação força<strong>da</strong>, nebulização<br />

<strong>de</strong> água e em alguns casos po<strong>de</strong> se utilizar <strong>de</strong> resfriamento interno <strong>da</strong> peça<br />

com aplicação <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> ar nos mol<strong>de</strong>s, os quais <strong>de</strong>vem ser dotados <strong>de</strong><br />

respiros especiais providos <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> e saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> ar, no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>sse estágio<br />

do processo a peça já se encontra em estado sólido sendo necessária apenas<br />

a redução <strong>de</strong> temperatura para que se possa <strong>de</strong>smol<strong>da</strong>r a peça, o que <strong>de</strong>ve<br />

acontecer com temperatura entre 40 e 60° C.<br />

Os dois ventiladores à esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> figura 9 são os responsáveis pelo<br />

resfriamento dos mol<strong>de</strong>s, através do “CLP” (controlador lógico programável) <strong>da</strong><br />

máquina é possível se programar seus ciclos com ventilação e/ou nebulização<br />

<strong>de</strong> água.<br />

Figura 9: Etapa <strong>de</strong> resfriamento dos mol<strong>de</strong>s.<br />

Fonte: (AUTOR, 2011).<br />

31


3.3.5 Desmol<strong>da</strong>gem <strong>da</strong> peça<br />

Ao fim <strong>da</strong>s quatro etapas anteriores, são interrompidos os movimentos<br />

<strong>de</strong> rotação do mol<strong>de</strong> para que se possa abri-lo, na figura 10 o momento em que<br />

o mol<strong>de</strong> é aberto para que se extraia manualmente a peça, o que <strong>de</strong>verá ser<br />

feito com a utilização <strong>de</strong> luvas para evitar queimaduras e <strong>da</strong>nos à peça.<br />

Figura 10: Abertura do mol<strong>de</strong> para a retira<strong>da</strong> <strong>da</strong> peça.<br />

Fonte: (AUTOR, 2011).<br />

Nesta etapa o caiaque <strong>de</strong>verá estar com temperatura próxima a 50º C,<br />

<strong>de</strong>vendo ser mantido em uma mesa especifica para que possa resfriar-se<br />

estabilizando sua estrutura e suas dimensões.<br />

32


4 Polímero utilizado (PEAD TRM 0513-000)<br />

4.1 Definição <strong>de</strong> polímero<br />

Conforme <strong>de</strong>finido por (MANRICH, 2005) a palavra polímero vem do<br />

grego, “poli” significa “muito” e “mero” que significa “uni<strong>da</strong><strong>de</strong>” ou “parte” que se<br />

repete, sendo assim para formarem um polímero os meros são ligados entre si<br />

por ligações primarias e estáveis.<br />

Para (MANRICH, 2005) polímero é qualquer material orgânico ou<br />

inorgânico, sintético ou natural, que possua um alto peso molecular e<br />

varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s estruturais repetitivas normalmente <strong>de</strong> baixa massa molecular.<br />

Quadro 3: Formação <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia polimérica.<br />

Fonte: (UNIVERSIDAD DE ANTIOQUIA, sd, sp).<br />

33<br />

Polímeros ("polymers") são macromoléculas caracteriza<strong>da</strong>s por seu<br />

tamanho, estrutura química e interações intra- e intermoleculares.<br />

Possuem uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s químicas liga<strong>da</strong>s por covalências, repeti<strong>da</strong>s<br />

regularmente ao longo <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia, <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s meros (“mers"). O<br />

número <strong>de</strong> meros <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia polimérica é <strong>de</strong>nominado grau <strong>de</strong><br />

polimerização, sendo geralmente simbolizado por n ou DP ("<strong>de</strong>gree of<br />

polymerization"). (MANO; MENDES, 2004, p. 3).


Todos os polímeros são macromoléculas, porém nem to<strong>da</strong>s as<br />

macromoléculas são polímeros. Na gran<strong>de</strong> maioria dos polímeros<br />

industrializados, o peso molecular se encontra entre 104 e 106;<br />

34<br />

muitos <strong>de</strong>les são consi<strong>de</strong>rados materiais <strong>de</strong> engenharia. Em alguns<br />

produtos <strong>de</strong> origem natural, o peso molecular po<strong>de</strong> atingir valores<br />

muito altos, <strong>de</strong> 10' ou mais. (MANO, MENDES, 2004, p. 3).<br />

Os polímeros on<strong>de</strong> aparece apenas um tipo mero são conhecidos<br />

como homopolímeros, e os que possuem dois ou mais tipos diferentes <strong>de</strong><br />

meros na molécula são classificados como copolímeros. (BLASS, 1988).<br />

4.2 Termoplásticos e Termoestáveis<br />

Os polímeros po<strong>de</strong>m ser classificados quanto a sua aplicação<br />

tecnológica que indica como o material será processado industrialmente,<br />

po<strong>de</strong>rá ser um termoplástico ou termorrígido. (MARINHO, 2005)<br />

Segundo <strong>de</strong>finiu (BLASS, 1988) os materiais plásticos po<strong>de</strong>m ser<br />

classificados em duas gran<strong>de</strong>s categorias <strong>de</strong>vido ao seu comportamento à<br />

mol<strong>da</strong>gem, po<strong>de</strong>ndo ser chamados <strong>de</strong> termoplásticos ou termoestáveis.<br />

Materiais plásticos são materiais artificiais, geralmente <strong>de</strong> origem<br />

orgânica sintética, que, em algum estágio <strong>de</strong> sua fabricação<br />

adquiriram condição plástica, durante a qual foram mol<strong>da</strong>dos,<br />

geralmente com a aju<strong>da</strong> <strong>de</strong> calor e pressão e, muitas vezes, com o<br />

emprego <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s. (BLASS, 1988, p. 03).<br />

Os plásticos industriais são muitas vezes baseados em copolímeros,<br />

contendo pequena quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> comonômero, cuja função é<br />

modificar no grau <strong>de</strong>sejado algumas <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s do<br />

homopolímero. Nesses casos, a <strong>de</strong>nominação do produto indica<br />

apenas o monômero predominante, como se fosse um<br />

homopolímero. Outras vezes, o produto industrial contém mais <strong>de</strong> um<br />

polímero, compondo uma mistura polimérica ("polymer blend").<br />

(MANO, MENDES, 2004, p. 90).


4.2.1 Termoplásticos<br />

35<br />

O nome “plástico” não se refere a um único material. Assim como a<br />

palavra “meta”l não <strong>de</strong>fine apenas ferro ou alumínio, a palavra<br />

“plástico” caracteriza diversos materiais com estrutura, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

composição diferentes. As quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos plásticos são tão varia<strong>da</strong>s,<br />

que freqüentemente substituem materiais tradicionais como a<br />

ma<strong>de</strong>ira ou o metal. (MICHAELI, GREIF, KAUFMANN,<br />

VOSSEBURGER, 1995, pág 6).<br />

Termoplástico é um plástico (polímero) que ao ser aquecido a uma<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong> temperatura po<strong>de</strong> ser mol<strong>da</strong>do ou conformado.<br />

Oficialmente a SPE – Society of Plastics Engineers (Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos<br />

Engenheiros do Plástico), nos EUA <strong>de</strong>finiu “materiais plásticos” como sendo um<br />

gran<strong>de</strong> e variado grupo <strong>de</strong> materiais, que consistem ou contém como<br />

ingrediente essencial uma substância <strong>de</strong> alto peso molecular, que é sólido no<br />

estado final e que em algum estagio <strong>de</strong> sua manufatura é suficientemente<br />

maleável a ponto <strong>de</strong> ser mol<strong>da</strong>do, muitas vezes com a utilização <strong>de</strong> calor e ou<br />

pressão. (HARADA, 2004).<br />

Os termoplásticos têm como característica atingir o estágio <strong>de</strong><br />

amolecimento ao serem aquecidos, po<strong>de</strong>ndo então ser mol<strong>da</strong>dos.<br />

Esta troca <strong>de</strong> estado não altera sua estrutura química, o que permite<br />

que, uma vez resfriado, ele possa ser novamente aquecido e<br />

reaproveitado. (HARADA, 2004, p. 20).<br />

Um exemplo <strong>de</strong> material termoplástico é o polietileno <strong>de</strong> alta<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, utilizado para este estudo.<br />

4.2.2 Termoestáveis<br />

Assim como os termoplásticos os termoestáveis ou termofíxos, também<br />

possuem entre suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s a <strong>de</strong> amolecerem ao serem aquecidos,<br />

po<strong>de</strong>ndo assim ser mol<strong>da</strong>dos. No entanto, no caso dos termoestáveis esse<br />

processo leva a uma transformação química em sua estrutura, o que não


permite sua reversão ao estado original, impedindo, portanto, a sua<br />

reutilização. (HARADA, 2004).<br />

A polimerização completa dos termoestáveis po<strong>de</strong> ser através <strong>da</strong><br />

mol<strong>da</strong>gem por ação do calor, reagente <strong>de</strong> cura específico e ou catalisadores,<br />

acontecendo assim a reação <strong>da</strong>s moléculas entre si ou com o agente <strong>de</strong> cura,<br />

formando ligações transversais que produzem moléculas tridimensionais muito<br />

estáveis, após esta cura o material torna-se duro e não po<strong>de</strong> mais ser<br />

remo<strong>de</strong>lado, em geral os termoestáveis apresentam melhor resistência à<br />

temperatura, resistência química, estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dimensional e proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

elétricas superiores a dos termoplásticos. (BLASS, 1988).<br />

Termofixo (ou termorrígido ou termoendurecido) - plástico que<br />

amolece uma vez com o aquecimento, sofre o processo <strong>de</strong> cura no<br />

qual se tem uma transformação química irreversível, com a formação<br />

<strong>de</strong> ligações cruza<strong>da</strong>s, tornando-se rígido. Posteriores aquecimentos<br />

não mais alteram seu estado físico, ou seja, não amolece mais,<br />

tornando- se infusível e insolúvel. Exemplos: baquelite, resina epóxi.<br />

(CANEVAROLO JR, 2002, p. 24).<br />

O baquelite é um dos mais antigos termofíxos conhecidos e também<br />

um dos mais utilizados.<br />

4.3 PEAD TRM 0513-000<br />

36<br />

Os primeiros plásticos sintéticos comercializados sob a forma <strong>de</strong><br />

artefatos foram PR, conheci<strong>da</strong> como Bakelite, em 1910, e mais tar<strong>de</strong>,<br />

na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 30, PVC, PMMA e PS. Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 40 surgiram<br />

LDPE, PU e ER. Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 50, apareceram POM, HDPE, PP e<br />

PC. Nessas déca<strong>da</strong>s ocorreu o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Química<br />

<strong>de</strong> Polímeros. A partir <strong>de</strong> então, somente tiveram <strong>de</strong>staque como<br />

novos plásticos algumas estruturas poliméricas, para aplicação como<br />

polímeros <strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> ("specialties"). (MANO, MENDES, 2004,<br />

p. 90).<br />

O polietileno é obtido através do monômero etileno (C2H4), que após reagir<br />

com varias outras moléculas iguais, sob condições controla<strong>da</strong>s <strong>de</strong> temperatura e<br />

pressão dão origem aos polietilenos. Sob altas pressões (1 a 2 kilobar) e altas<br />

temperaturas (100 a 300 0<br />

C) é obtido o polietileno <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> (<strong>de</strong>ns.<br />

0,91 a 0,925g/cm³), caracterizado por moléculas bastante ramifica<strong>da</strong>s. Com


aixas pressões (menos <strong>de</strong> 30 bar), temperaturas (40 a 150 0<br />

37<br />

C) e com um<br />

catalisador extremamente ativo obtém-se o polietileno <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> (<strong>de</strong>ns.<br />

0,945 a 0,96g/cm³), caracterizado por longas moléculas lineares. Sob<br />

condições intermediárias é obtido o polietileno <strong>de</strong> média <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> (<strong>de</strong>ns.<br />

0,925 a 0,945g/cm³). Em qualquer caso são obtidos graus <strong>de</strong> polimerização <strong>da</strong><br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 500 a 1000. Como se po<strong>de</strong> verificar, o polietileno é um<br />

hidrocarboneto e, portanto, material combustível. (BLASS, 1988).<br />

Quadro 4: Representação esquemática do polietileno.<br />

Fonte: (UNIVERSIDAD DE ANTIOQUIA, sd, sp).<br />

Segundo (TRM RESINAS TERMOPLASTICAS) o produto utilizado no<br />

estudo (PEAD TRM 0513 – 000) é um polietileno <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, copolímero<br />

monomo<strong>da</strong>l tecnicamente aditivado para proporcionar alta performance na<br />

rotomol<strong>da</strong>gem. Possui excelente processabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, alta resistência ao impacto<br />

e a tração, aditivação extra com antioxi<strong>da</strong>nte e anti-UV para níveis <strong>de</strong> proteção<br />

classe UV-4 e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,957 g/cm³, que como se po<strong>de</strong> observar no<br />

quadro 5, encontra se <strong>de</strong>ntre os intervalos <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> que o classificam<br />

como PEAD.<br />

TIPO DENSIDADE (g/cm³)<br />

LDPE e LLDPE ou (PEBD e PELBD) 0,910 – 0,925<br />

MDPE e LMDPE ou (PEMD e PELMD) 0,926 – 0,940<br />

HDPE ou (PEAD) 0,941 – 0,965<br />

Quadro 5: Classificação dos polietilenos segundo a ASTM D- 1248.<br />

Fonte: (CANEVAROLO JR, 2002, p.44).


Para o processamento por mol<strong>da</strong>gem rotacional é indispensável que o<br />

material a ser utilizado possua boas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> escoamento já que na<br />

rotomol<strong>da</strong>gem não há introdução <strong>de</strong> pressão para a mol<strong>da</strong>gem do mesmo, por<br />

isso também é que neste processo os materiais são utilizados em forma <strong>de</strong> pó<br />

(microniza<strong>da</strong>s ou micropeletiza<strong>da</strong>s), <strong>de</strong> acordo com as características do<br />

polímero utilizado <strong>de</strong>fine-se qual o tamanho i<strong>de</strong>al <strong>da</strong>s partículas para<br />

processamento, para que assim possam se fundir com maior facili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

(CRAWFORD, 1996).<br />

A maioria dos materiais poliméricos são micronizados em moinhos com<br />

discos rotativos on<strong>de</strong> o atrito do material com as placas metálicas <strong>de</strong>nta<strong>da</strong>s<br />

resulta na remoção <strong>de</strong> partículas <strong>da</strong> superfície dos grânulos. Este atrito resulta<br />

em um aumento <strong>da</strong> temperatura no cabeçote <strong>de</strong> moagem, o que po<strong>de</strong><br />

influenciar na forma <strong>da</strong>s partículas e conseqüentemente nas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos<br />

pós. Se a temperatura no cabeçote <strong>de</strong> moagem aumentar, as imperfeições nas<br />

partículas (filamentos e rabichos) são reduzi<strong>da</strong>s. Porém a tendência à<br />

aglomeração e a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção térmica aumentam, resultando em per<strong>da</strong>s nas<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s partículas.<br />

O formato <strong>da</strong>s partículas afeta diretamente a flui<strong>de</strong>z a seco do pó e sua<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> aparente. Quanto mais regular a partícula, melhor a flui<strong>de</strong>z e maior<br />

a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> aparente do pó. As seleções a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s <strong>da</strong> matéria-prima junto<br />

com as condições <strong>de</strong> moagem afetam estas características. Na moagem,<br />

quanto maior a temperatura tanto melhor é o formato <strong>da</strong>s partículas, maior é a<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> aparente e melhor a flui<strong>de</strong>z a seco do material.<br />

Estes materiais po<strong>de</strong>m ser pigmentados através <strong>de</strong> dois processos<br />

distintos: um é o processo a seco através <strong>de</strong> misturadores conhecidos como<br />

Turbo Blen<strong>de</strong>r que misturam o polímero ao pigmento à frio, este é mais<br />

econômico, porém possui a <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong> o pigmento não incorporar<br />

completamente no polímero, ficando ancorado na superfície externa do<br />

micronizado; já no outro processo são misturados com o auxílio <strong>de</strong> uma<br />

extrusora, o polimero misturado ao pigmento é processado na extrusora on<strong>de</strong> é<br />

aquecido até o ponto <strong>de</strong> fusão resultando assim numa mistura molha<strong>da</strong> on<strong>de</strong><br />

pigmento e polímero se incorporam, possibilitando assim uma coloração mais<br />

38


homogenia, melhorando o brilho e a resistência <strong>da</strong> peça. A <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong>ste<br />

processo é <strong>de</strong> expor o polímero a trabalho mecânico na extrusora e<br />

proporcionar um histórico térmico que favorece o consumo <strong>de</strong> aditivos do<br />

polímero, como os antioxi<strong>da</strong>ntes.<br />

O polietileno em estudo é pigmentado por extrusão e conforme <strong>de</strong>finiu<br />

(Nicolette, 2011), o PEAD TRM 0513-000, possui algumas particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s em<br />

comparação com as resinas convencionais, ou seja, polietilenos lineares <strong>de</strong><br />

baixas e médias <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Segundo (NICOLETTE, 2011) as características técnicas que<br />

diferenciam as resinas <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s resinas convencionais são:<br />

• Energia <strong>de</strong> contração: A energia <strong>de</strong> contração <strong>da</strong>s resinas <strong>de</strong><br />

polietileno <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> tem valor entre 2,0 e 2,5 vezes o valor <strong>da</strong> energia<br />

<strong>de</strong> contração <strong>da</strong>s resinas convencionais.<br />

• Dureza e módulo <strong>de</strong> flexão: A dureza nominal <strong>de</strong> uma peça<br />

rotomol<strong>da</strong><strong>da</strong> com resina <strong>de</strong> PEAD <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> 0, 957 g/cm³ varia <strong>de</strong> 65 a 72<br />

Shore D, enquanto que a dureza nominal <strong>da</strong> mesma peça quando mol<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

com resina <strong>de</strong> PEMDL com <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 0, 935 g/cm³ varia <strong>de</strong> 55 a 62 Shore<br />

A. O módulo <strong>de</strong> flexão <strong>da</strong> resina <strong>de</strong> PEAD (0, 950 g/cm³) é <strong>de</strong> 1.300 MPa<br />

enquanto que o módulo <strong>de</strong> flexão <strong>de</strong> uma resina <strong>de</strong> PEMDL (0, 935 g/cm³ -<br />

copolímero <strong>de</strong> Butadieno) é <strong>de</strong> apenas 550 MPa.<br />

A presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>smol<strong>da</strong>nte no mol<strong>de</strong> reduz a energia <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são <strong>da</strong><br />

resina fundi<strong>da</strong> na cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> promovendo a <strong>de</strong>smol<strong>da</strong>gem em temperaturas<br />

muito altas, quando a peça ain<strong>da</strong> não adquiriu estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dimensional,<br />

po<strong>de</strong>ndo assim ocorrer <strong>de</strong>formações e empenamentos, em alguns casos po<strong>de</strong>se<br />

contornar algumas anormali<strong>da</strong><strong>de</strong>s como estas aplicando-se pressão interna<br />

na peça durante o resfriamento para evitar o empenamento, a pressão máxima<br />

a ser aplica<strong>da</strong> é <strong>de</strong> 3 psi e po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> ar comprimido ou CO2.<br />

39


5 Estudo <strong>de</strong> caso<br />

A EHR (Caiaker) nasceu há aproxima<strong>da</strong>mente 10 anos <strong>da</strong> iniciativa <strong>de</strong><br />

Ennio Henrique Robba, engenheiro naval formado pela USP, praticante e<br />

gran<strong>de</strong> incentivador <strong>da</strong> canoagem no Brasil, com o objetivo que era introduzir<br />

no país os caiaques fabricados em polietileno rotomol<strong>da</strong>do que eram<br />

largamente difundidos no exterior, em especial EUA e Europa mas por aqui<br />

existiam apenas os caiaques fabricados em fibra <strong>de</strong> vidro, extremamente mais<br />

frágeis e menos duráveis do que aqueles fabricados em polietileno<br />

termoplástico. Os poucos caiaques em polietileno que chegavam ao Brasil por<br />

meio <strong>da</strong> importação eram extremamente caros, inacessíveis ao público em<br />

geral.<br />

A Caiaker é a maior fabricante <strong>de</strong> caiaques rotomol<strong>da</strong>dos do Brasil,<br />

parte <strong>de</strong>ste sucesso se dá ao fato <strong>de</strong> muitos <strong>de</strong> seus caiaques serem fáceis <strong>de</strong><br />

remar, <strong>da</strong>dos esses comprovados por dois produtos que são <strong>de</strong>stinados a<br />

iniciantes e que são lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> no território nacional, são eles o caiaque<br />

“Pingüim”, segundo mo<strong>de</strong>lo a ser lançado pela empresa há nove anos,<br />

responsável pela popularização <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> caiaques em nosso país é<br />

também o mais vendido entre todos os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> caiaques, outro sucesso é o<br />

“Foca”, mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> caiaque duplo, ou seja, para duas pessoas, mas com um<br />

diferencial dos <strong>de</strong>mais que é um assento central para criança, este mo<strong>de</strong>lo é<br />

também o caiaque duplo mais vendido no Brasil.<br />

Estes dois mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> caiaques “Pingüim” e “Foca” são do tipo “sit on<br />

top”, ou seja, nestes caiaques o usuário senta-se sobre ele como se po<strong>de</strong> ver<br />

na figura 11, permanecendo todo o tempo com o corpo livre e acima do nível<br />

<strong>da</strong> água, o que passa mais segurança a pessoas com pouca ou nenhuma<br />

experiência na prática <strong>de</strong> remar.<br />

40


Figura 11: Caiaques Pingüim vermelho e Foca amarelo.<br />

Fonte: (AUTOR, 2011).<br />

A Caiaker conta atualmente com uma fábrica totalmente a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> e<br />

volta<strong>da</strong> a fabricação <strong>de</strong> seus caiaques, o que possibilita estar em um alto<br />

patamar <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e que tornam possíveis estudos como os realizados para<br />

a dissertação <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

5.1 Material<br />

Ao longo <strong>de</strong>stes mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos a Caiaker no intuito <strong>de</strong> estar sempre<br />

melhorando, buscou utilizar sempre os melhores produtos para a fabricação<br />

dos caiaques e <strong>de</strong>ntre estes o <strong>de</strong> maior importância é o tipo <strong>de</strong> resina<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para rotomol<strong>da</strong>r os caiaques.<br />

41


Ensaios<br />

Nos últimos anos o polímero utilizado na mol<strong>da</strong>gem dos produtos<br />

Caiaker vem sendo o Polietileno Linear <strong>de</strong> Média Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> TRM 0024-000,<br />

que é um copolímero <strong>de</strong> buteno aditivado com antioxi<strong>da</strong>ntes e anti-UV para<br />

níveis <strong>de</strong> proteção classe UV-8. Esta resina esta especifica<strong>da</strong> pelo fornecedor<br />

(TRM resinas termoplásticas), como sendo uma resina <strong>de</strong> excelente<br />

processabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, alta resistência à quebra sob tensão ambiental, com boa<br />

resistência ao impacto que po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>da</strong> para aplicações em peças com<br />

geometrias complexas, com perfis <strong>de</strong> rosca ou com insertos tais como<br />

brinquedos, tanques, reservatórios para produtos químicos, caixas d’água,<br />

paletes, caixas para usos gerais, artigos para laticínios, manequins e peças em<br />

geral.<br />

No quadro 6 estão expostos resultados <strong>de</strong> ensaio em corpo <strong>de</strong> prova<br />

injetado com o polímero TRM 0024-000 polietileno linear <strong>de</strong> media <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

para rotomol<strong>da</strong>gem, estes ensaios são realizados pelo fornecedor <strong>da</strong> resina e<br />

são disponibilizados aos clientes juntamente com outras informações do<br />

produto (Anexo “A”).<br />

Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Material Injetado<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

Método<br />

Índice <strong>de</strong> Flui<strong>de</strong>z (190ºC / 2,16 Kg) g/10 min ASTM D 1238 4,2<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> g/cm³ ASTM D 792 0,935<br />

Resistência ao Impacto J/m ASTM D 256 150<br />

Resist. à Tração no Escoamento MPa ASTM D 638* 17<br />

Alongamento na Ruptura % ASTM D 638* 1.000<br />

Temperatura Inicial <strong>de</strong> Deposição °C TE-011 - ISQ 125<br />

Temperatura Final <strong>de</strong> Deposição °C TE-011 - ISQ 140<br />

Ponto <strong>de</strong> Amolecimento Vicat °C ASTM D 1525 115<br />

Rigi<strong>de</strong>z por Flexão MPa ASTM D 747 450<br />

Res à quebra sob tensão ambiental-ESCR h/F50 ASTM D 1693 400<br />

* veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> teste: 50 mm/min<br />

Quadro 6: Resultados em corpo <strong>de</strong> prova injetado com TRM 0024-000.<br />

Fonte: (TRM RESINAS TERMOPLASTICAS, 2011, sp).<br />

Valores Típicos<br />

42


Ensaios<br />

O TRM 0513-000, polietileno <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> para rotomol<strong>da</strong>gem tem<br />

seus resultados <strong>de</strong> ensaios expostos no quadro 7, ensaios estes que foram<br />

realizados em corpo <strong>de</strong> prova injetado com o polimero. No anexo “B” são<br />

expostos pelo fornecedor maiores <strong>de</strong>talhes do produto especificado.<br />

Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Material Injetado<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

Método<br />

Índice <strong>de</strong> Flui<strong>de</strong>z (190ºC / 2,16 Kg) g/10 min ASTM D 1238 5,5<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> g/cm³ ASTM D 792 0,957<br />

Resistência ao Impacto J/m ASTM D 256 300<br />

Resist. à Tração no Escoamento MPa ASTM D 638* 28<br />

Alongamento na Ruptura % ASTM D 638* 1.000<br />

Temperatura Inicial <strong>de</strong> Deposição °C TE-011 - ISQ 135<br />

Temperatura Final <strong>de</strong> Deposição °C TE-011 - ISQ 155<br />

Ponto <strong>de</strong> Amolecimento Vicat °C ASTM D 1525 125<br />

Rigi<strong>de</strong>z por Flexão MPa ASTM D 747 1355<br />

Dureza Shore D ASTM D 2240 65<br />

* veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> teste: 50 mm/min<br />

Quadro 7: Resultados em corpo <strong>de</strong> prova injetado com TRM 0513-000.<br />

Fonte: (TRM RESINAS TERMOPLASTICAS, 2011, sp).<br />

5.2 Pontos fortes do PEAD<br />

Valores típicos<br />

Comparando-se as fichas técnicas e os ensaios dos produtos fica<br />

visível que o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> um caiaque rotomol<strong>da</strong>do com o polietileno <strong>de</strong> alta<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>verá ser superior, um exemplo é a resistência a impacto, que<br />

chega a ser o dobro <strong>da</strong> outra resina, a rigi<strong>de</strong>z a flexão que também é muito<br />

maior no PEAD e é requisito importante para um polímero ser utilizado na<br />

mol<strong>da</strong>gem <strong>de</strong> caiaque.<br />

Levou-se em consi<strong>de</strong>ração por parte dos responsáveis pela produção<br />

<strong>da</strong> empresa Caiaker, a possível troca <strong>de</strong> resina, o que po<strong>de</strong>ria trazer outros<br />

benefícios a empresa como, por exemplo, a redução <strong>de</strong> até 10% no peso dos<br />

43


caiaques, isso porque <strong>de</strong>vido às melhores características do novo produto,<br />

como maior dureza e maior resistência à tração, ficou claro que seria possível<br />

reduzir a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> material usado na rotomol<strong>da</strong>gem <strong>da</strong>s peças, o que<br />

traria benefícios ao usuário e ao fabricante dos caiaques, tendo em vista que<br />

os custos dos dois polietilenos são <strong>de</strong> valores semelhantes para a empresa a<br />

redução <strong>de</strong> peso seria diretamente redução <strong>de</strong> custo e aumento <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Aos usuários dos caiaques o beneficio se dá do fato <strong>de</strong> que com menor<br />

peso os caiaques tem maior flutuação, conseqüentemente mais leves para<br />

remar e também transportar manualmente. Tirando-se como exemplo o<br />

caiaque mo<strong>de</strong>lo “Foca”, que tem 3,60 metros <strong>de</strong> comprimento e 0,78 metros <strong>de</strong><br />

largura, fabricado com o polietileno linear <strong>de</strong> media <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> com 35 kg, já<br />

com a nova resina <strong>de</strong> polietileno <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> passou a 32 kg.<br />

O quadro 8 <strong>de</strong>monstra alguns mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> caiaques on<strong>de</strong> a utilização<br />

do PEAD TRM proporcionou uma redução <strong>de</strong> custo com a redução <strong>da</strong><br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> resina em ca<strong>da</strong> peça.<br />

Caiaque mo<strong>de</strong>lo Peso c/ PELMD Peso c/ PEAD Red. custo direto.<br />

Resina R$8,00/kg<br />

Foca 35 kg 32 kg 3 x 8,00= R$ 24,00<br />

Pingüim 22 kg 20 kg 2 x 8,00= R$ 16,00<br />

Wave 15 kg 14 kg 1x 8,00= R$ 8,00<br />

Jacaré 25 kg 23 kg 2 x 8,00= R$ 16,00<br />

Lambari 17 kg 15 kg 2 x 8,00= R$ 16,00<br />

Tubarão 27 kg 25 kg 1 X 8,00= R$ 8,00<br />

Aquarius 32 kg 32 kg 0<br />

Quadro 8: Tabela <strong>de</strong> pesos dos caiaques com PELMD e PEAD e redução <strong>de</strong> custo.<br />

Fonte: (AUTOR, 2011).<br />

44


5.3 Testes práticos<br />

Como é possível perceber no quadro 8, em seis mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> caiaques<br />

foi possível uma redução significativa <strong>de</strong> material, mas em um caso, que foi o<br />

caiaque “Aquarius” não, isso porque neste caso os testes iniciais não foram<br />

satisfatórios como nos <strong>de</strong>mais mo<strong>de</strong>los.<br />

To<strong>da</strong>s as peças que foram rotomol<strong>da</strong><strong>da</strong>s durante os testes seguiram as<br />

recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> processo do fabricante <strong>da</strong> resina (TRM Resinas<br />

Termoplásticas), como a eliminação <strong>de</strong> <strong>de</strong>smol<strong>da</strong>nte na cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos mol<strong>de</strong>s<br />

para que a peça permaneça presa na pare<strong>de</strong> do mol<strong>de</strong> durante o resfriamento,<br />

pois a alta energia <strong>de</strong> contração armazena<strong>da</strong> em peças mol<strong>da</strong><strong>da</strong>s com este<br />

polietileno se não for conti<strong>da</strong> durante a fase <strong>de</strong> resfriamento até<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 70º C (temperatura interna e externa <strong>da</strong> peça), ocorrerá<br />

empenamento. Foram verificados ain<strong>da</strong> os respiros dos mol<strong>de</strong>s e a melhor<br />

condição <strong>de</strong> resfriamento.<br />

Além <strong>da</strong>s recomen<strong>da</strong>ções do fabricante para um processamento i<strong>de</strong>al<br />

do polímero, a primeira peça <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> mol<strong>de</strong> foi rotomol<strong>da</strong><strong>da</strong> com o auxílio <strong>de</strong><br />

um equipamento chamado “Rotolog” que é uma ferramenta <strong>de</strong> diagnóstico para<br />

analisar os ciclos <strong>de</strong> peças rotomol<strong>da</strong><strong>da</strong>s. Esta ferramenta eletrônica permite o<br />

monitoramento e controle <strong>da</strong> peça mol<strong>da</strong><strong>da</strong>, com a leitura <strong>da</strong>s temperaturas<br />

internas e externas do forno e do mol<strong>de</strong> em tempo real, o equipamento segue<br />

gerando um gráfico (Anexo “C”), que permite saber o tempo e temperatura<br />

i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> processo para ca<strong>da</strong> peça e polímero.<br />

Nos sete mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> caiaques <strong>de</strong>monstrados no quadro 8, foram<br />

realizados testes iniciais com a produção <strong>de</strong> lotes pilotos dos quais os seis<br />

primeiros mo<strong>de</strong>los, foram aprovados inicialmente no setor <strong>de</strong> rotomol<strong>da</strong>gem,<br />

on<strong>de</strong> verifica-se apenas os pré-requisitos <strong>da</strong> peça, como cura i<strong>de</strong>al <strong>da</strong> resina,<br />

uniformi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre as espessuras <strong>da</strong>s pare<strong>de</strong>s <strong>da</strong> peça que é medi<strong>da</strong>s por<br />

ultra-som, verifica-se a ocorrência <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações, empenamentos, chupados<br />

ou outros <strong>de</strong>feitos ligados ao processamento <strong>da</strong> resina.<br />

Após a aprovação do rotomol<strong>da</strong>do os seis mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> caiaque<br />

rotomol<strong>da</strong>dos com o PEAD foram montados e submetidos a testes práticos<br />

45


adicais por um prazo necessário antes <strong>de</strong> serem <strong>de</strong>finitivamente consi<strong>de</strong>rados<br />

aprovados e comercializados.<br />

5.4 Empenamentos<br />

O caiaque “Aquarius” é um mo<strong>de</strong>lo exclusivo que conta com uma<br />

particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>, em seu casco há duas janelas <strong>de</strong> polimetil-metacrilato<br />

(acrílico), essas janelas são transparentes a fim <strong>de</strong> permitir que em águas<br />

limpas possa-se ter uma visão subaquática.<br />

Estas janelas no fundo do “Aquarius” são fixa<strong>da</strong>s por meio <strong>de</strong> uma cola<br />

e parafusos que se pren<strong>de</strong>m a peça através <strong>de</strong> insertos existentes no casco do<br />

caiaque, no total são 32 insertos, meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>les por baixo e a outra meta<strong>de</strong> por<br />

cima do caiaque.<br />

Figura 12: Caiaque Aquarius.<br />

Fonte: (AUTOR, 2011).<br />

O mo<strong>de</strong>lo “Aquarius” ao contrario dos <strong>de</strong>mais mo<strong>de</strong>los, já no inicio dos<br />

testes teve to<strong>da</strong>s as peças reprova<strong>da</strong>s pelas mesmas <strong>de</strong>formações,<br />

<strong>de</strong>formações essas que ocorreram já no processo <strong>de</strong> mol<strong>da</strong>gem, como se po<strong>de</strong><br />

ver na figura a seguir.<br />

46


Figura 13: Caiaque reprovado por empenamento.<br />

Fonte: (AUTOR, 2011).<br />

Foram feitas alguns testes adicionais na tentativa <strong>de</strong> se rotomol<strong>da</strong>r o<br />

caiaque “Aquarius” com o polietileno <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> TRM 0513-000, para se<br />

eliminar os empenamentos foram feitas algumas tentativas como a<br />

pressurização <strong>da</strong>s peças durante o resfriamento, porém sem sucesso, pois não<br />

há como manter a pressão só no ponto <strong>de</strong>feituoso, ocorrendo assim uma<br />

<strong>de</strong>formação <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro para fora em outros pontos e não a correção on<strong>de</strong> se faz<br />

necessário como se vê na figura 14.<br />

Figura 14: Deformação causa<strong>da</strong> pela pressurização <strong>da</strong> peça.<br />

Fonte: (AUTOR, 2011).<br />

47


Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />

O objetivo proposto neste trabalho foi tentar através <strong>de</strong> pesquisas<br />

bibliográficas e testes práticos, respon<strong>de</strong>r sobre as causas <strong>de</strong> empenamentos<br />

ocorridos em caiaques rotomol<strong>da</strong>dos com o polietileno <strong>da</strong> alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> TRM<br />

0513-000.<br />

A pesquisa foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> satisfatória, porém em um dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

caiaque, após algumas tentativas sem muito sucesso <strong>de</strong> substituir o polietileno<br />

linear <strong>de</strong> média <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> pelo polietileno <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> na produção do<br />

caiaque “Aquarius”, consi<strong>de</strong>rou-se que tal manobra seria inviável neste<br />

momento.<br />

Desta forma outros estudos po<strong>de</strong>rão ser realizados para melhor<br />

entendimento sobre o tema, tendo em vista que há muito mais a ser abor<strong>da</strong>do<br />

ou aprofun<strong>da</strong>do sobre o assunto.<br />

48


Referências Bibliográficas<br />

BLASS, Arno. Processamento <strong>de</strong> polímeros. 2ª ed. – Florianópolis: Ed UFSC,<br />

1988.<br />

BRYANT, C. W. History of kayaking, 2008. Disponível em<br />

http://adventure.howstuffworks.com/outdoor-activities/water-<br />

sports/kayaking4.htm, sp. Acesso em: 15/10/2011 às 19h20min.<br />

CAIAKER. Empresa <strong>de</strong> caiaques e acessórios, 2010. Disponível em:<br />

http://www.caiaker.com.br/caiaques.htm. Acesso em: 16/09/2011 às 19h35min.<br />

CANEVAROLO JR, Sebastião V. Ciência dos polímeros: um texto básico para<br />

tecnólogos e engenheiros. – São Paulo: Artliber Editora, 2002.<br />

CBCA. Confe<strong>de</strong>ração brasileira <strong>de</strong> canoagem, 2011. Disponível em:<br />

http://www.cbca.org.br/newcbca/pagina/in<strong>de</strong>x/nome/mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s/id/2. Acesso<br />

em: 13/11/2011 às 21h10min.<br />

CRAWFORD, R. J. Rotation moulding of plastics – 2º ed, England: Manukau,<br />

1996.<br />

CRAWFORD, R. J., THRONE, J. L. Rotation moulding technology, New York:<br />

Plastics Design Library, 2002.<br />

DIDARIO, Bruna. Conheça as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> canoagem, 2010. Disponível<br />

em: http://www.webventure.com.br/rafting/n/conheca-as-mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s-<strong>da</strong>canoagem/29239,<br />

sp. Acesso em: 30/10/2011 às 22h01min.<br />

52


HARADA, Julio. Mol<strong>de</strong>s para injeção <strong>de</strong> termoplásticos: projetos e princípios<br />

básicos – São Paulo: Artliber Editora, 2004.<br />

MICHAELI, W., et al. <strong>Tecnologia</strong> dos plásticos, São Paulo: Editora Edgard<br />

Blücher Lt<strong>da</strong>, 1995.<br />

MANO, E. B., MENDES, L.C. Introdução a polímeros – 2º ed. rev. e ampl. –<br />

São Paulo: Editora Edgard Blücher Lt<strong>da</strong>, 2004.<br />

MARQUES, J. L. R., OLIVEIRA, J. H. R. Princípios <strong>da</strong> tecnologia <strong>da</strong> mol<strong>da</strong>gem<br />

rotacional <strong>de</strong> plásticos, 1998, p.11. (Dissertação Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

Santa Maria, Santa Maria, RS). Disponível em:<br />

http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1998_ART196.pdf, sp. Acesso em<br />

20/09/2011 às 21h28min.<br />

MANRICH, Silvio. Processamento <strong>de</strong> termoplásticos: rosca única, extrusão e<br />

matrizes, injeção e mol<strong>de</strong>s.- São Paulo: Artliber Editora, 2005.<br />

MARINHO, J. R. D. Macromoléculas e polímeros - Barueri, SP: Editora Manole,<br />

2005.<br />

NICOLETTE, N. Manual <strong>de</strong> instrução: Procedimento <strong>de</strong> rotomol<strong>da</strong>gem <strong>de</strong><br />

resina <strong>de</strong> polietileno <strong>de</strong> alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> – trm 0513-000, sp. São Paulo, 2011.<br />

53


PLÁSTICO MODERNO. Rotomol<strong>da</strong>gem, 2009. Disponível em:<br />

http://plasticos.com.br/revista/pm362/rotomol<strong>da</strong>gem1.htm, sp. Acesso em:<br />

12/06/2011 às 14h22min.<br />

PLÁSTICO SUL. Estudo inédito <strong>da</strong> Unicamp recomen<strong>da</strong> o banimento do<br />

amianto no Brasil, 2010. Disponível em:<br />

http://www.plasticosul.com.br/visualiza_noticias.asp?id=635, sp. Acesso em:<br />

10/06/2011 às 19h32min.<br />

ROTOLINE. Máquinas para rotomol<strong>da</strong>gem, 2010. Disponível em:<br />

http://www.rotoline.com.br/br/in<strong>de</strong>x.php. Acesso em: 15/ 09/2011 às 14h09min.<br />

TRM RESINAS TERMOPLÁSTICAS. Manual: Treinamento em mol<strong>da</strong>gem<br />

rotacional, São Paulo, sd.<br />

TRM RESINAS TERMOPLASTICAS. Manual: Rotomol<strong>da</strong>gem prática, São<br />

Paulo, 2007.<br />

TRM RESINAS TERMOPLASTICAS. Fichas técnicas, 2011. Disponivel em:<br />

http://www.trmplasticos.com/fichas-tecnicas.html. Acesso em: 01/11/2011 às<br />

19h22min.<br />

UEKI, M. M., PISANU, L. Revista: Ferramental ano 3 nº 13. Fun<strong>da</strong>mentos do<br />

processo <strong>de</strong> rotomol<strong>da</strong>gem, 2007. Disponível em: http://www.styles<strong>de</strong>signers.com/boletim20.htm.<br />

Acesso em: 22/09/2011 às 16h14min.<br />

54


UNIVERSIDAD DE ANTIOQUIA. Estrutura molecular. - Colômbia, sd.<br />

Disponível: http://docencia.u<strong>de</strong>a.edu.co/ingenieria/mol<strong>de</strong>s_inyeccion/mapa.html<br />

Acesso em: 20/09/2011 às 19h23min.<br />

55

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!