Jornal Agosto Site - Escola de Educação Especial Anne Sullivan
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Correio da Fraternida<strong>de</strong><br />
ANO 23 – nº 266 Distribuição Gratuita <strong>Agosto</strong> <strong>de</strong> 2011 Grupo Espírita “Irmão Vicente”<br />
FRUTOS DO TRABALHO<br />
Reconhecida como escola para surdos, a <strong>Escola</strong> <strong>Anne</strong> <strong>Sullivan</strong><br />
se consolida a cada dia como Centro <strong>de</strong> Referência da sur<strong>de</strong>z,<br />
não porque sua mantenedora seja abastada ou porque seus<br />
comunitários tenham contatos influentes no cenário social,<br />
político ou econômico, mas <strong>de</strong>staca-se pelos frutos <strong>de</strong> seu<br />
trabalho.<br />
Tal afirmação pô<strong>de</strong> ser constatada nas visitas realizadas no dia<br />
04 <strong>de</strong> Julho p.p. pelas diretoras pedagógica e administrativa da<br />
<strong>Escola</strong> a dois estabelecimentos da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sumaré, que<br />
também aten<strong>de</strong>m aos alunos da <strong>Escola</strong> que resi<strong>de</strong>m neste<br />
município, com o objetivo <strong>de</strong> trocar informações sobre os<br />
mesmos para melhor atendê-los em suas necessida<strong>de</strong>s.<br />
O primeiro fato observado foi a recepção calorosa que a equipe<br />
da <strong>Escola</strong> recebeu dos profissionais <strong>de</strong> ambos os locais, o<br />
primeiro, CIRASE 1 , um centro especializado da prefeitura, que<br />
aten<strong>de</strong> a crianças surdas nos serviços <strong>de</strong> terapia<br />
fonoaudiológica, psicologia, reforço escolar e terapia<br />
ocupacional e o segundo NISFRAN uma ONG que oferece<br />
curso gratuito <strong>de</strong> Libras (língua brasileira <strong>de</strong> sinais) aos pais <strong>de</strong><br />
crianças surdas e noções <strong>de</strong> informática e ativida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>sportivas e recreativas para os surdos.<br />
O segundo fato, foi que logo no início da reunião, que contou<br />
com a presença <strong>de</strong> técnicos atenciosos e participativos no<br />
estudo do caso dos escolares, a coor<strong>de</strong>nadora do CIRASE fez<br />
questão <strong>de</strong> informar que está muito satisfeita com a indicação<br />
que fez a uma família para atendimento no <strong>Anne</strong> <strong>Sullivan</strong> pois<br />
percebeu, através da mudança no comportamento da aluna e <strong>de</strong><br />
seus respectivos pais, os resultados do trabalho realizado pela<br />
<strong>Escola</strong>.<br />
O caso em questão é o <strong>de</strong> uma garota <strong>de</strong> 11 anos que em<br />
meados <strong>de</strong> 2010, quando aqui chegou, não sabia ler, escrever,<br />
sinalizar ou mesmo ter alguma in<strong>de</strong>pendência. Era<br />
extremamente insegura e andava sempre <strong>de</strong> mãos dadas com os<br />
pais. Após um ano <strong>de</strong> trabalho da <strong>Escola</strong> a aluna <strong>de</strong>sabrochou,<br />
está mais comunicativa, segura, questionadora e participativa.<br />
A mudança no comportamento da família também foi digna <strong>de</strong><br />
nota, por parte da referida coor<strong>de</strong>nadora, pois agora está mais<br />
ativa no processo educativo da filha.<br />
Diante <strong>de</strong> um cenário educacional tão conturbado como o<br />
brasileiro, on<strong>de</strong> alunos são arrolados pelas séries escolares e<br />
concluem o ensino fundamental sem estarem alfabetizados,<br />
entre outras questões polêmicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scaso educacional, que<br />
são comumente divulgadas pela mídia, quando estes centros <strong>de</strong><br />
apoio recebem alunos surdos que passaram por esta <strong>Escola</strong><br />
<strong>Anne</strong> <strong>Sullivan</strong>, ficam surpresos com o <strong>de</strong>senvolvimento dos<br />
mesmos.<br />
Alunos estes que, admite-se, pela própria <strong>de</strong>ficiência que<br />
apresentam, têm mais dificulda<strong>de</strong>s para apren<strong>de</strong>r, do que os<br />
que não as têm. Pois bem, tais alunos apresentam em vários<br />
casos, um <strong>de</strong>sempenho superior ao dos ouvintes.<br />
Muito embora se o leitor, que fraternalmente que nos lê, pensa<br />
que isto acarreta uma procura <strong>de</strong>smesurada <strong>de</strong> alunos com esta<br />
<strong>de</strong>ficiência, para matricularem-se nesta instituição, está<br />
totalmente equivocado.<br />
Porque, infelizmente, dada a confusão em que se acha, por<br />
parte das autorida<strong>de</strong>s constituídas, a regulamentação do ensino<br />
escolar, não só para a educação dos <strong>de</strong>ficientes da audição mas<br />
para todos os outros <strong>de</strong>ficientes, estes alunos continuam sendo<br />
encaminhados às escolas comuns, <strong>de</strong>spreparadas <strong>de</strong> recursos<br />
pedagógicos para educá-los.<br />
PARA PENSAR... E<br />
FAZER UMA<br />
AUTOANÁLISE<br />
A renovação moral com vistas ao<br />
progresso espiritual do indivíduo é<br />
ponto central <strong>de</strong>ntro da Doutrina<br />
Espírita. Para que esta renovação se<br />
processe é preciso que o indivíduo...<br />
Ver página 3<br />
A ESCOLA “ANNE SULLIVAN” EM DESFILE<br />
Este fato intriga os profissionais, que procuram cada<br />
vez mais a equipe da <strong>Escola</strong> para saber o que o <strong>Anne</strong><br />
<strong>Sullivan</strong> faz para que os alunos tenham este<br />
<strong>de</strong>sempenho.<br />
O sucesso do trabalho repousa na vibração íntima<br />
daqueles que aqui trabalham, que procuram apren<strong>de</strong>r<br />
cada vez mais sobre o que é a encarnação <strong>de</strong> um<br />
espírito num corpo surdo e que se esforçam por atendêlos<br />
em suas necessida<strong>de</strong>s sem catequese, mas com<br />
muito respeito fraterno.<br />
Ao contrário do que muitos pensam, este conhecimento<br />
não é privilégio da Doutrina Espírita. Jesus disse há<br />
dois mil anos para Nico<strong>de</strong>mos: o homem precisa<br />
nascer <strong>de</strong> novo 2 , e o mundo ainda não quis ouvi-Lo.<br />
Longe <strong>de</strong> ser motivo <strong>de</strong> envai<strong>de</strong>cimento para quem<br />
quer que seja, a análise <strong>de</strong>stes fatos constitui-se no<br />
parâmetro para se mensurar, não só a qualida<strong>de</strong> do<br />
trabalho realizado pela equipe da <strong>Escola</strong>, que <strong>de</strong>ve<br />
melhorar a cada dia, bem como os benefícios das<br />
orientações cristãs a toda uma comunida<strong>de</strong>, que sob<br />
elas se estreitam, porquanto cada árvore se conhece<br />
pelo seu próprio fruto 3 .<br />
Cibele – Diretora Pedagógica<br />
1 Centro Integrado <strong>de</strong> Recursos e Aprendizagem <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>Escola</strong>r<br />
2 Boa Nova - Humberto <strong>de</strong> Campos, psic. Francisco C. Xavier,<br />
lição 14<br />
3 Lucas, 6:43-44<br />
(continua)<br />
COLEÇÃO ESPIRITISMO NA<br />
UNIVERSIDADE<br />
Universida<strong>de</strong>s têm criado novas ca<strong>de</strong>iras para<br />
o estudo dos fenômenos espíritas, assim<br />
como têm publicado dissertações e teses<br />
envolvendo a temática espírita.<br />
Grupo <strong>de</strong> docentes da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Franca criou projeto “Coleção Espiritismo na<br />
Universida<strong>de</strong>”.<br />
Ver página 7<br />
IMPERATIVO DA PAZ<br />
Tarefa <strong>de</strong>terminada, que te diz<br />
respeito, encontra obstáculos<br />
reiterados, qual se forças estranhas<br />
conspirassem contra os teus<br />
melhores <strong>de</strong>sejos, entretanto, não<br />
será com altercações que lhe<br />
granjearás acabamento digno.<br />
*<br />
Doenças insidiosas estarão <strong>de</strong><br />
passagem, incomodando-te o corpo e<br />
agitando-te a casa, no entanto, não<br />
será com revolta que lhes afastarás<br />
os <strong>de</strong>safios e sim com a calma<br />
precisa <strong>de</strong> permeio com a medicação<br />
a<strong>de</strong>quada.<br />
*<br />
Venham as crises e dificulda<strong>de</strong>s que<br />
vierem, resguarda-te na tolerância,<br />
asserena-te e espera.<br />
Pronto Socorro – Emmanuel – psicografia <strong>de</strong> Francisco Cândido<br />
Xavier – Ed. CEU<br />
SE SEMEIAS<br />
Relembra-nos o mentor Emmanuel que o Divino<br />
Semeador nunca se cansa <strong>de</strong> semear.<br />
Se semeias com amor, não te espante a terra<br />
eriçada <strong>de</strong> espinhos...<br />
Que seria da lavoura sem o arado firme e<br />
prestimoso, que opera a renovação? Que seria<br />
da vida, sem a persistência da boa vonta<strong>de</strong>?<br />
Ergue-te cedo, cada dia, e espalha os grãos do<br />
entendimento e do serviço.<br />
Provavelmente, surgirão, cada hora, mil<br />
surpresas inquietantes.<br />
As ruínas consequentes do temporal, o bote da<br />
serpe oculta, os seixos pontiagudos da estrada,<br />
a soturna visão do pântano, a guerra sem<br />
tréguas contra os animálculos daninhos,<br />
os calos dolorosos das mãos e dos pés, a<br />
expectativa torturante, são o que vive em sua<br />
luta o semeador que se <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> a trabalhar...<br />
Recompensa? Não guar<strong>de</strong>s a remuneração da<br />
Terra.<br />
O mundo está repleto <strong>de</strong> bocas famintas que<br />
<strong>de</strong>voram o pão, sem cogitar dos sacrifícios ou<br />
das lágrimas que lhe <strong>de</strong>ram origem.<br />
Enquanto peregrinares entre os homens, o teu<br />
prêmio virá do perfume das flores, da luminosa<br />
vestidura da paisagem ou do caricioso beijo do<br />
vento.<br />
Se semeias com amor, não indagues <strong>de</strong><br />
causas.<br />
Consagra-te ao esforço do bem, para que o<br />
solo se renove e produza.<br />
Compa<strong>de</strong>ce-te da terra sem água, não<br />
<strong>de</strong>sampares o <strong>de</strong>serto.<br />
Não te irrite o charco.<br />
Ajuda sempre.<br />
A felicida<strong>de</strong> vem do amor, o progresso vem da<br />
cooperação.<br />
A lavoura do espírito é semelhante ao amanho<br />
do campo.<br />
Auxilia sem cessar...<br />
Se semeias com amor, jamais <strong>de</strong>sanimes,<br />
porque se é teu o trabalho do plantio, a<br />
semente, o crescimento e a frutificação<br />
pertencem ao Divino Semeador, que nunca se<br />
cansa <strong>de</strong> semear.<br />
Taça <strong>de</strong> Luz – Espíritos Diversos - psic. Francisco C.<br />
Xavier - lição 34 (Compilado por Cibele)<br />
VOCÊ SABIA?<br />
DR. BEZERRA FOI ZAQUEU!<br />
Adolfo Bezerra <strong>de</strong> Menezes, o conhecido Dr.<br />
Bezerra <strong>de</strong> Menezes foi, à época <strong>de</strong> Jesus, o rico<br />
comerciante Zaqueu...<br />
Ver página 2<br />
ESPIRITISMO EM CUBA, UM BOM ESPELHO<br />
PARA O BRASIL<br />
No <strong>Jornal</strong> SEI <strong>de</strong> Julho p.p. encontramos a seguinte informação: Com espanto, constatamos<br />
que Cuba é o segundo país mais espírita do mundo...<br />
Ver página 4<br />
TEMPO É DINHEIRO<br />
CHICO XAVIER – CIDADÃO<br />
CAMPINEIRO<br />
Em 27/07/1974, no Ginásio <strong>de</strong> Esportes “Alberto<br />
Jordano Ribeiro”, no Parque Taquaral, Chico<br />
Xavier recebia o título <strong>de</strong> “Cidadão Campineiro”.<br />
Ver página 4<br />
A mediunida<strong>de</strong>, dom que a Providência Divina conce<strong>de</strong> ao homem como instrumento para<br />
seu aprendizado e trabalho para o progresso moral, na mão <strong>de</strong> inescrupulosos, tem sido<br />
usada como fonte <strong>de</strong> renda...<br />
Ver página 7
Q<br />
uem foi Luís Gama?<br />
- Luís Gonzaga Pinto da Gama,<br />
<strong>de</strong>sencarnado em 1882, nasceu<br />
<strong>de</strong> mãe liberta, mas por muitos<br />
anos suportou o guante da escravidão.<br />
Libertando-se, veio a ser advogado, e<br />
lançou o grito <strong>de</strong> revolta contra o<br />
cativeiro.<br />
Orador ardoroso, jornalista e apreciado<br />
autor literário.<br />
Através da mediunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Chico<br />
Xavier contribuiu com a página<br />
intitulada “Do Além”, uma, <strong>de</strong>ntre as<br />
várias comunicações <strong>de</strong> autores famosos<br />
da literatura brasileira, que compõem a<br />
Obra Falando à Terra.<br />
Sua preocupação nesta página é alertar<br />
aqueles que na Terra, quando<br />
interessados nos assuntos espíritas,<br />
questionam-se quanto ao transe da<br />
morte e o consequente <strong>de</strong>spertar do<br />
espírito para a erraticida<strong>de</strong>.<br />
Como todas as Obras da lavra<br />
mediúnica <strong>de</strong> Chico Xavier, esta não<br />
foge à regra. Prefaciada por Emmanuel,<br />
em 18 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1951, no início da<br />
segunda meta<strong>de</strong> do século passado, seus<br />
ensinamentos são sempre atuais,<br />
conceituados quanto à Doutrina<br />
Kar<strong>de</strong>cista, e esclarecedores.<br />
A citação que encima este editorial faz<br />
lembrar a expressão <strong>de</strong> Paulo: “... ainda<br />
quando tivesse o dom da profecia, que<br />
VOCÊ SABIA?<br />
DR. BEZERRA FOI ZAQUEU!<br />
“DO ALÉM”<br />
penetrasse todos os mistérios, e tivesse<br />
perfeita ciência <strong>de</strong> todas as coisas,<br />
ainda quando tivesse toda a fé possível,<br />
até ao ponto <strong>de</strong> transportar montanhas,<br />
se não tiver carida<strong>de</strong>, nada sou...”. 2<br />
No texto em questão, o autor atrela sem<br />
ro<strong>de</strong>ios a recuperação do espírito, após o<br />
<strong>de</strong>senlace carnal, às obras em favor do<br />
próximo, que tenha praticado.<br />
Lamenta, dando-se como exemplo, <strong>de</strong><br />
que embora homem <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque nas<br />
letras, na advocacia, na oratória – na<br />
luta pela libertação dos negros –, quanto<br />
sofreu pela falta das lições que ensinava<br />
muito bem, mas que não praticou.<br />
Deixa, com exemplos contun<strong>de</strong>ntes, um<br />
alerta!<br />
Não nega que conhecer proprieda<strong>de</strong>s do<br />
corpo fluídico com que o espírito passa<br />
a se dar a conhecer no mundo espiritual,<br />
sua locomoção, com maior ou menor<br />
rapi<strong>de</strong>z etc., <strong>de</strong>ixam mais fácil a<br />
reintegração da alma no mundo dos<br />
<strong>de</strong>sencarnados.<br />
Todavia insiste que estes mecanismos<br />
regidos pelas leis sábias da Criação<br />
tornam-se mais eficientes para aqueles<br />
que não se esqueceram durante a<br />
experiência terrena <strong>de</strong> “que fora da<br />
carida<strong>de</strong> não há salvação”.<br />
Ou, ainda no dizer do autor <strong>de</strong>sta<br />
página, no encerramento <strong>de</strong>la, – “... O<br />
maior apostolado que o mundo<br />
Nas obras, Chico, Diálogos e Recordações e Uma Vida com Chico Xavier - 100 anos, sendo a primeira<br />
<strong>de</strong> Carlos Alberto Braga Costa 1 e a segunda <strong>de</strong> Eurípi<strong>de</strong>s Humberto Reis 2 , encontramos a informação <strong>de</strong><br />
que Adolfo Bezerra <strong>de</strong> Menezes, o conhecido Dr. Bezerra <strong>de</strong> Menezes, foi, à época <strong>de</strong> Jesus, o rico<br />
comerciante Zaqueu.<br />
Segundo relatam as referidas obras, Chico Xavier revelou que o famoso Médico dos Pobres viveu no<br />
tempo <strong>de</strong> Jesus. Foi ele o rico Zaqueu, o que subiu no pé <strong>de</strong> sicômoro 3 para ver a passagem do Mestre.<br />
A informação é <strong>de</strong> singular beleza, não por satisfazer a curiosida<strong>de</strong>, mas por mostrar que o progresso não<br />
se faz em saltos, que não existem santos, eleitos da Criação, mas sim espíritos em constante trabalho <strong>de</strong><br />
evolução.<br />
Assim po<strong>de</strong>mos nos expressar, pois entrevemos na mencionada passagem, narrada por Lucas, capítulo<br />
19, e na obra Boa Nova 4 por Humberto <strong>de</strong> Campos, a construção do caráter que <strong>de</strong>ixou, no Brasil no<br />
século XIX, marcas tão profundas.<br />
Não sabe do que estou falando? Leia o referido capítulo <strong>de</strong> Lucas e as obras Boa Nova e Lindos Casos<br />
<strong>de</strong> Bezerra <strong>de</strong> Menezes 5 , lendo, nesta última, o relato, entre outros casos, do dia em que o referido<br />
Médico dos Pobres doa o seu anel <strong>de</strong> formatura, seu último pertence no momento, à jovem mãe que<br />
acorreu aos seus préstimos <strong>de</strong> médico.<br />
Não foi sem propósito que Jesus se referiu a Zaqueu pronunciando as imorredouras palavras: Bemaventurado<br />
sejas tu, servo bom e fiel!<br />
Daniel Lona<br />
1 Escritor, expositor e médium espirita<br />
2 Filho adotivo <strong>de</strong> Francisco C. Xavier<br />
3 Ficus sycomorus é um tipo <strong>de</strong> figueira <strong>de</strong> raízes profundas e galhos fortes que produz figos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> inferior e cujo nome<br />
vulgar é sicómoro ou sicômoro; é também <strong>de</strong>signado <strong>de</strong> figueira-doida. Em hebraico "shikmah" e em grego "sukomorea".<br />
4 lição 23 – Servo bom e fiel – psic. Francisco C. Xavier<br />
5 Lindos Casos <strong>de</strong> Bezerra <strong>de</strong> Menezes – Ramiro Gama<br />
“Quem não faz quanto ensina nos arraiais do bem,<br />
po<strong>de</strong> ser um sonhador, benéfico para os outros, mas<br />
infinitamente perigoso para si mesmo – Luís Gama 1<br />
conheceu foi realizado no cativeiro do<br />
serviço e da renúncia, com amor e com<br />
alegria.<br />
Sirva-nos, <strong>de</strong>ste modo, a Divina<br />
Lição...”.<br />
1Falando à Terra -‐ psic. Francisco C. Xavier -‐ p. 85 -‐ 3ª ed. FEB<br />
2O Evangelho Segundo Espiritismo -‐ Allan Kar<strong>de</strong>c -‐ 1ª Epistola<br />
Paulo aos Coríntios, cap. XIII, v. 1 a 7 e 13) -‐ trad. Guillon<br />
Ribeiro<br />
-‐ 54ª ed. FEB<br />
VEJAMOS ISSO<br />
A divulgação do Cristianismo Redivivo não se faz através <strong>de</strong><br />
palavras bem articuladas, porém vazias, mas se dá isto sim, no<br />
campo dos exemplos, na vivência do Evangelho do Cristo,<br />
diuturnamente. Reflitamos nesta realida<strong>de</strong> e suas profundas<br />
consequências através dos seguintes dizeres <strong>de</strong> Paulo <strong>de</strong><br />
Tarso:<br />
“Porque o Cristo me enviou, não para batizar,<br />
mas para evangelizar; não em sabedoria <strong>de</strong><br />
palavras, para que a cruz do Cristo se não faça<br />
vã.” – PAULO. (1ª Epístola aos Coríntios, 1: 17)<br />
Geralmente, quando encarnados, sentimos<br />
vaidoso prazer em atrair o maior número <strong>de</strong><br />
pessoas para o nosso modo <strong>de</strong> crer.<br />
Somos invariavelmente bons pregadores e<br />
eminentemente sutis na criação <strong>de</strong> raciocínios<br />
que esmaguem os pontos <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> quantos<br />
nos não possam compreen<strong>de</strong>r no imediatismo<br />
da luta.<br />
No primeiro pequeno triunfo obtido, tornamonos<br />
operosos na consulta aos livros santos, não<br />
para adquirir mais vasta iluminação e, sim, com<br />
o objetivo <strong>de</strong> pesquisar as letras humanas das<br />
divinas escrituras, buscando acentuar as<br />
afirmativas vulneráveis <strong>de</strong> nossos opositores.<br />
Se católicos romanos, insistimos pela<br />
observância <strong>de</strong> nossos amigos à frequência da<br />
missa e dos sacramentos materializados; se<br />
a<strong>de</strong>ptos das igrejas reformadas, exigimos o<br />
comparecimento geral ao culto externo; e, se<br />
espiritistas, buscamos multiplicar as sessões <strong>de</strong><br />
intercâmbio com o plano invisível.<br />
Semelhante esforço não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser louvável<br />
em algumas <strong>de</strong> suas características, todavia, é<br />
imperioso recordar que o aprendiz do<br />
Evangelho, quando procura sinceramente<br />
compreen<strong>de</strong>r o Cristo, sente-se visceralmente<br />
renovado na conduta íntima.<br />
Quando Jesus penetra o coração <strong>de</strong> um homem,<br />
converte-o em testemunho vivo do bem e<br />
manda-o a evangelizar os seus irmãos com a<br />
própria vida e, quando um homem alcança<br />
Jesus, não se <strong>de</strong>tém, pura e simplesmente, na<br />
estação das palavras brilhantes, mas vive <strong>de</strong><br />
acordo com o Mestre, exemplificando o<br />
trabalho e o amor que iluminam a vida, a fim <strong>de</strong><br />
que a glória da cruz se não faça vã.<br />
Pão Nosso – Emmanuel – psic. Francisco C. Xavier – lição 138<br />
(Compilado por Susan)<br />
2 CORREIO DA FRATERNIDADE, AGOSTO, 2011
FATOS PITORESCOS DE CHICO XAVIER<br />
O TOMBO<br />
N<br />
o dia 18 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1989, recebi um recado para ir a Uberaba. Era<br />
urgente.<br />
Às vinte horas, lá estava eu.<br />
Nosso querido mestre e amigo, no dia anterior, havia levado um tombo que lhe<br />
causou graves ferimentos. Havia tropeçado e batido o rosto no chão.<br />
Hematomas por toda a face. Na queda, os óculos partiram-se, causando-lhe<br />
vários cortes. Havia levado <strong>de</strong>zoito pontos na parte interna da boca e no nariz.<br />
Vários amigos na sala. Consternação geral.<br />
Foi o próprio Chico que rompeu o silêncio dizendo com dificulda<strong>de</strong>:<br />
- Não fiquem preocupados não. Estou muito bem. Agra<strong>de</strong>ço a presença <strong>de</strong><br />
todos; mas, não muito longe <strong>de</strong> suas casas, existem muitas pessoas em piores<br />
condições e vocês nunca foram visitá-las.<br />
Entreolhamo-nos assustados. A lição era dura, mas era a pura verda<strong>de</strong>.<br />
Depois continuou:<br />
- Não pensem que fiquei gritando por Emmanuel não. Ele é muito ocupado.<br />
Não tem tempo para estar nos acariciando em nossas manhas não. Ele solicitou<br />
a André Luiz para ver o que havia acontecido. André Luiz o informou <strong>de</strong> que<br />
eu havia levado um tombo muito feio, mas que já havia sido atendido por<br />
médicos competentes, que estava tomando os remédios e que estava cercado <strong>de</strong><br />
amigos.<br />
Emmanuel, então, consi<strong>de</strong>rou:<br />
- Mas, o Chico está bem?<br />
O mensageiro respon<strong>de</strong>u:<br />
- Está muito bem. Não lhe está faltando nenhum recurso.<br />
Tornou o espírito Emmanuel:<br />
- Assistência, remédios, medicamentos especializados e providências para a<br />
necessária imunização?<br />
O mensageiro explicou:<br />
- Sim, não falta nada a ele. Todas essas providências a que o senhor se refere<br />
foram tomadas. O Chico está cercado pelo carinho e pela assistência <strong>de</strong><br />
diversos médicos amigos.<br />
- Muito bem. Isso me tranquiliza, finalizou Emmanuel.<br />
No entanto, o Chico, <strong>de</strong>screvendo a ocorrência, falou com bom humor:<br />
- Acredito que Emmanuel, ao tranquilizar-se com as informações recebidas e<br />
vendo tantos doentes e aci<strong>de</strong>ntados em torno <strong>de</strong> nós, sem qualquer medida <strong>de</strong><br />
proteção, terá pensado, segundo meu modo <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r:<br />
- Se o Chico está sob o amparo tão completo, seria o caso <strong>de</strong>le experimentar<br />
outro tombo para conformar-se e compreen<strong>de</strong>r as dores alheias.<br />
Kar<strong>de</strong>c Prossegue - A<strong>de</strong>lino da Silveira (Compilado por Sheila)<br />
CONCEITOS FILOSÓFICOS<br />
A CARNE É FRACA - I<br />
H<br />
á tendências viciosas que são,<br />
evi<strong>de</strong>ntemente, inerentes ao Espírito,<br />
porque se pren<strong>de</strong>m mais ao moral do<br />
que ao físico; outras parecem antes a<br />
consequência do organismo, e, por este<br />
motivo, a gente se julga menos responsável.<br />
Tais são as predisposições à cólera, à moleza,<br />
à sensualida<strong>de</strong>, etc.<br />
Está perfeitamente reconhecido hoje, pelos<br />
filósofos espiritualistas, que os órgãos<br />
cerebrais correspon<strong>de</strong>ntes às diversas<br />
aptidões, <strong>de</strong>vem seu <strong>de</strong>senvolvimento à<br />
ativida<strong>de</strong> do Espírito; que esse<br />
<strong>de</strong>senvolvimento é assim um efeito e não<br />
uma causa.<br />
Se a ativida<strong>de</strong> do Espírito reage sobre o<br />
cérebro, <strong>de</strong>ve reagir igualmente sobre as<br />
outras partes do organismo. O Espírito é,<br />
assim, o artífice <strong>de</strong> seu próprio corpo, por<br />
assim dizer, mo<strong>de</strong>la-o, a fim <strong>de</strong> apropriá-lo<br />
às suas necessida<strong>de</strong>s e às manifestações <strong>de</strong><br />
suas tendências. Assim sendo, a perfeição do<br />
corpo nas raças mais adiantadas seria o<br />
resultado do trabalho do Espírito que<br />
aperfeiçoa o seu utensílio à medida que<br />
aumentam as suas faculda<strong>de</strong>s. (Gênese<br />
Segundo o Espiritismo, cap. XI, Gênese<br />
Espiritual).<br />
O MOMENTO ATUAL<br />
UMA DURA E DUPLA LIÇÃO<br />
Dores, doenças, inci<strong>de</strong>ntes, aci<strong>de</strong>ntes...<br />
Quantos não são os percalços da vida humana cotidianamente?<br />
E diante <strong>de</strong> tais ocorrências quais não são as atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> perplexida<strong>de</strong>, angústia,<br />
<strong>de</strong>sespero e revolta que se verificam nos “atingidos” e naqueles que os cercam?<br />
Por acaso, estariam todos ao <strong>de</strong>samparo <strong>de</strong> Deus e vivendo à revelia das Leis da Vida?<br />
O fato vivenciado por Chico Xavier é repleto <strong>de</strong> lições, das quais duas se <strong>de</strong>stacam.<br />
Quantas não são as pessoas sofrendo pela falta <strong>de</strong> um ente que era o arrimo do lar,<br />
quantas as <strong>de</strong>sesperançadas para com a vida por haverem sido diagnosticadas com<br />
moléstias terminais, quantas outras paralisadas em leitos sem o amparo <strong>de</strong> um amigo, <strong>de</strong><br />
um familiar?<br />
E quantos já não passaram por situações aflitivas, dores físicas, preocupações para com<br />
os seus, e hoje, superados tais percalços, sequer lembram-se <strong>de</strong>stas situações? Parecem,<br />
<strong>de</strong> tais experiências, não ter tirado nenhuma lição ou aprendizado. Sequer um olhar mais<br />
brando para com a dor do próximo, sequer maior consciência sobre o objetivo da vida.<br />
Assim, as dores, as dificulda<strong>de</strong>s, os problemas, não escolhem cor, raça ou classe social.<br />
Eles simplesmente ocorrem na vida dos espíritos encarnados na Terra. São o<br />
chamamento <strong>de</strong> que necessitam para buscar ver e viver a vida, com o olhar <strong>de</strong> espíritos<br />
eternos que são, buscando a evolução <strong>de</strong> si mesmos, através <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios e provas as<br />
mais variadas a testar-lhes a convicção em Deus e nas Leis da Vida, a fazer-lhes<br />
reconhecer a pequenez <strong>de</strong> cada um diante das engrenagens da Vida.<br />
E esse é o momento atual.<br />
Dores atrozes, dos mais diversos matizes, dores físicas e espirituais, atingem os homens<br />
encarnados na Terra do século XXI, assim como já atingiram a humanida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os<br />
tempos. Mas agora, tais percalços da jornada cobram do homem a consciência do<br />
porquê da vida, cuja aquisição ele vem postergando durante estes mesmos vinte e um<br />
séculos. Pois, somente através <strong>de</strong> tal compreensão po<strong>de</strong>rá, <strong>de</strong> fato, enfrentar tais<br />
<strong>de</strong>safios.<br />
Àqueles que se dispuserem a apren<strong>de</strong>r as lições do Mestre, o alerta e o convite são<br />
claros.<br />
As provas e dificulda<strong>de</strong>s que cada um enfrenta são a medida exata da necessida<strong>de</strong> que<br />
se tem para o aprendizado do Evangelho <strong>de</strong> Jesus e a renovação dos sentimentos.<br />
Através <strong>de</strong>las, <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>-se não só a pequenez do homem diante da Vida, como<br />
também se observa que toda a humanida<strong>de</strong> trilha um caminho on<strong>de</strong> aquele que vai mais<br />
à frente, por vezes <strong>de</strong>ve parar para amparar e ajudar o que se encontra mais atrás, aquele<br />
que está à margem do caminho. Todos necessitam <strong>de</strong> uma palavra amiga, <strong>de</strong> um ombro<br />
fraterno, <strong>de</strong> um sorriso <strong>de</strong> esperança, a lhes iluminar o caminho e estimular-lhes a<br />
caminhada.<br />
E enquanto o homem não se dispuser a abrir mão do egoísmo e olhar para o próximo e<br />
para os problemas da vida com um pouco mais <strong>de</strong> consciência cristã, compreen<strong>de</strong>ndo o<br />
porquê do ser, do <strong>de</strong>stino e da dor, dificilmente po<strong>de</strong>rá marchar <strong>de</strong> forma segura para a<br />
construção do seu progresso espiritual. Daí, inevitavelmente, as dores e sofrimentos<br />
continuarão a bater-lhe às portas, como duras provas e ferramenta severa <strong>de</strong><br />
burilamento, a convidá-lo à conquista da humilda<strong>de</strong>, fraternida<strong>de</strong> e compreensão.<br />
Por uma consequência natural <strong>de</strong>ste princípio, as disposições morais do Espírito <strong>de</strong>vem modificar<br />
as qualida<strong>de</strong>s do sangue, dar-lhe mais ou menos ativida<strong>de</strong>, provocar uma secreção mais ou menos<br />
abundante <strong>de</strong> bile ou outros fluidos. É assim, por exemplo, que o<br />
glutão sente vir a saliva, à vista <strong>de</strong> um prato apetitoso. Não é o<br />
alimento que po<strong>de</strong> superexcitar o órgão do paladar, pois não há<br />
contato; é, pois, o Espírito cuja sensibilida<strong>de</strong> é <strong>de</strong>spertada, que<br />
age pelo pensamento sobre esse órgão, ao passo que, sobre um<br />
outro Espírito, a vista daquele prato nada produz. Dá-se o mesmo<br />
com todas as cobiças, todos os <strong>de</strong>sejos provocados pela visão. A<br />
diversida<strong>de</strong> das emoções não po<strong>de</strong> se explicar, numa multidão <strong>de</strong><br />
casos, senão pela diversida<strong>de</strong> das qualida<strong>de</strong>s do Espírito.<br />
Seguindo esta or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, compreen<strong>de</strong>-se que o Espírito<br />
irascível <strong>de</strong>ve levar ao temperamento bilioso; <strong>de</strong> on<strong>de</strong> se segue<br />
que um homem não é colérico porque é bilioso, mas que ele é<br />
bilioso, porque é colérico. Assim ocorre com todas as outras<br />
disposições instintivas. Um Espírito mole e indolente <strong>de</strong>ixará o<br />
seu organismo num estado <strong>de</strong> atonia em relação com o seu<br />
caráter, ao passo que se for ativo e enérgico, dará ao seu sangue,<br />
aos seus nervos, qualida<strong>de</strong>s muito diferentes. A ação do Espírito<br />
sobre o físico é <strong>de</strong> tal modo evi<strong>de</strong>nte, que se veem,<br />
frequentemente, graves <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns orgânicas se produzirem pelo<br />
efeito <strong>de</strong> violentas comoções morais. A expressão vulgar: A<br />
emoção lhe fez subir o sangue não é assim <strong>de</strong>stituída <strong>de</strong> sentido<br />
quanto se po<strong>de</strong>ria crê-lo. Ora, o que po<strong>de</strong> alterar o sangue, senão<br />
as disposições morais do Espírito?<br />
(Continua no próximo número)<br />
Revista Espírita Mar/1869<br />
(Compilado por Pedro Abreu)<br />
3 CORREIO DA FRATERNIDADE, AGOSTO, 2011<br />
Sheila<br />
PARA PENSAR... E<br />
FAZER<br />
UMA AUTOANÁLISE<br />
A renovação moral com vistas<br />
ao progresso espiritual do<br />
indivíduo é ponto central <strong>de</strong>ntro<br />
da Doutrina Espírita. Para que<br />
esta renovação se processe,<br />
preciso é que o indivíduo<br />
conheça suas próprias<br />
imperfeições e as combata<br />
incessantemente. Neste ponto,<br />
<strong>de</strong>ixamos ao amigo leitor a<br />
seguinte autoanálise feita por<br />
Chico Xavier: Um ser humano<br />
extremamente falível e que tanto<br />
mais reconhece as próprias<br />
fraquezas e <strong>de</strong>ficiências quanto<br />
mais se estuda.<br />
Consi<strong>de</strong>rando esta profunda e<br />
lógica afirmação <strong>de</strong>ste cristão<br />
dos nossos dias, eis um convite<br />
para que façamos nossas<br />
autoanálises, mensuremos o que<br />
conhecemos <strong>de</strong> nós mesmos e<br />
percebamos o longo caminho da<br />
renovação...<br />
Susan
ELUCIDAÇÕES DOUTRINÁRIAS<br />
QUE FAREI?<br />
Com a ferramenta do Evangelho em mãos não nos cabe cruzar os braços, nem sentar à margem do caminho. Tal ferramenta requer<br />
que o trabalhador esteja consciente <strong>de</strong> que, como qualquer ferramenta <strong>de</strong> trabalho, ela <strong>de</strong>ve se tornar útil para não se estragar pela<br />
falta <strong>de</strong> uso. Da mesma forma é o homem perante o Evangelho, tal qual elucida Emmanuel em passagem <strong>de</strong> Paulo:<br />
"Que farei?" – Paulo. (ATOS, 22:10)<br />
Milhares <strong>de</strong> companheiros aproximam-se do Evangelho para o culto inveterado ao comodismo.<br />
Como dominarei? – interrogam alguns.<br />
Como <strong>de</strong>scansarei? – indagam outros.<br />
E os rogos se multiplicam, estranhos, reprováveis, incompreensíveis...<br />
Há quem peça reconforto barato na carne, quem reclame afeições indébitas, quem suspire por negócios<br />
inconfessáveis e quem exija recursos para dificultar o serviço da paz e do bem.<br />
A pergunta do apóstolo Paulo, no justo momento em que se vê agraciado pela Presença Divina, é padrão para<br />
todos os aprendizes e seguidores da Boa Nova.<br />
O gran<strong>de</strong> trabalhador da Revelação não pe<strong>de</strong> transferência da Terra para o Céu e nem <strong>de</strong>scamba para<br />
sugestões <strong>de</strong> favoritismo ao seu círculo pessoal.<br />
Não roga isenção <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, nem foge ao <strong>de</strong>ver da luta.<br />
- Que farei? – disse a Jesus, compreen<strong>de</strong>ndo o impositivo do esforço que lhe cabia.<br />
E o Mestre <strong>de</strong>termina que o companheiro se levante para a sementeira <strong>de</strong> luz e <strong>de</strong> amor, através do próprio<br />
sacrifício.<br />
Se foste chamado à fé, não recorras ao Divino Orientador suplicando privilégios e benefícios que justifiquem tua<br />
permanência na estagnação espiritual.<br />
Procuremos com o Senhor o serviço que a sua Infinita Bonda<strong>de</strong> nos reserva e caminharemos, vitoriosos, para a<br />
sublime renovação.<br />
Fonte Viva – Emmanuel - psic. Francisco C. Xavier - lição 112 (Compilado por Sheila)<br />
MENSAGENS SEMPRE PRESENTES DO EVANGELHO<br />
antém-te em paz.<br />
É provável que os<br />
outros te guerreiem<br />
gratuitamente, hostilizandote<br />
a maneira <strong>de</strong> viver;<br />
entretanto, po<strong>de</strong>s avançar em<br />
teu roteiro, sem guerrear a<br />
ninguém.<br />
Para isso, contudo - para que<br />
a tranquilida<strong>de</strong> te banhe o<br />
pensamento -, é necessário<br />
que a compaixão e a bonda<strong>de</strong><br />
te sigam todos os passos.<br />
Assume contigo mesmo o<br />
compromisso <strong>de</strong> evitar a<br />
exasperação.<br />
Junto da serenida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>rás<br />
analisar cada acontecimento e<br />
cada pessoa no lugar, e na<br />
CHICO XAVIER – CIDADÃO CAMPINEIRO<br />
VIVER EM PAZ<br />
“...Vivei em paz..." - PAULO. (II Coríntios, 13:11)<br />
posição que lhes dizem respeito.<br />
Repara, carinhosamente, os que te procuram no caminho...<br />
Todos os que surgem, aflitos ou <strong>de</strong>sesperados, coléricos ou<br />
<strong>de</strong>sabridos, trazem chagas ou ilusões. Prisioneiros da vaida<strong>de</strong> ou<br />
da ignorância, não souberam tolerar a luz da verda<strong>de</strong> e clamam<br />
irritadiços... Unge-te <strong>de</strong> pieda<strong>de</strong> e penetra-lhes os recessos do<br />
ser, e i<strong>de</strong>ntificarás em todos eles crianças espirituais que se<br />
sentem ultrajadas ou contundidas.<br />
Uns acusam, outros choram.<br />
Ajuda-os, enquanto po<strong>de</strong>s.<br />
Pacificando-lhes a alma, harmonizarás, ainda mais, a tua vida.<br />
Aprendamos a compreen<strong>de</strong>r cada mente em seu problema.<br />
Recorda-te <strong>de</strong> que a Natureza, sempre divina em seus<br />
fundamentos, respeita a lei do equilíbrio e conserva-a sem<br />
cessar.<br />
Ainda mesmo quando os homens se mostram <strong>de</strong>svairados, nos<br />
conflitos abertos, a Terra é sempre firme e o Sol fulgura sempre.<br />
Viver <strong>de</strong> qualquer modo é <strong>de</strong> todos, mas viver em paz consigo<br />
mesmo é serviço <strong>de</strong> poucos.<br />
Segue-me – Emmanuel – psicografia <strong>de</strong> Francisco C. Xavier (Compilado por Delcio)<br />
ESPIRITISMO EM CUBA, UM<br />
BOM ESPELHO PARA O BRASIL<br />
Em reportagem publicada no <strong>Jornal</strong> SEI <strong>de</strong><br />
Julho p.p. encontramos a seguinte informação:<br />
“Com espanto, constatamos que Cuba é o<br />
segundo país mais espírita do mundo. E as<br />
contas não são difíceis <strong>de</strong> serem feitas. Se dos<br />
600 centros espíritas, somente cem ou 70<br />
forem realmente ‘kar<strong>de</strong>cistas’, já aí teremos<br />
um número muito gran<strong>de</strong> em relação aos<br />
<strong>de</strong>mais países” – informa a presi<strong>de</strong>nte da<br />
Associação Médico-Espírita (AME)<br />
Internacional, Marlene Nobre.<br />
Diante <strong>de</strong>ste fato, inevitável não perguntar-se:<br />
como vão as Casas Espíritas em solo<br />
brasileiro? Deveríamos usar a mesma<br />
estatística <strong>de</strong> que 10–15% dos Centros<br />
Espíritas são “kar<strong>de</strong>cistas”?!<br />
Isto é, como estará o conhecimento dos<br />
espíritas brasileiros a respeito das Obras<br />
Básicas da Codificação?<br />
Sem nos esquecermos da realida<strong>de</strong> brasileira,<br />
que carrega em seus ombros a<br />
responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter sido escolhida para<br />
abrigar e divulgar a Doutrina Espírita, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
morte do Professor <strong>de</strong> Lyon!<br />
Em 27 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1974, no Ginásio <strong>de</strong> Esportes “Alberto Jordano Ribeiro”, no Parque Taquaral, Francisco Cândido Xavier recebia o título <strong>de</strong> “Cidadão Campineiro”. Nesse<br />
mesmo mês, a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinas comemorava os seus 200 anos <strong>de</strong> emancipação.<br />
Na ocasião, Chico Xavier proferiu discurso <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimento em que relatou:<br />
“Nestas lágrimas, porém, traduzo não somente o meu agra<strong>de</strong>cimento a vós outros, mas, também, as saudações efusivas, as felicitações calorosas do meu coração <strong>de</strong><br />
servidor e dos corações <strong>de</strong> todos aqueles que vos visitam em nossa companhia, pela passagem do luminoso bicentenário do progresso <strong>de</strong> Campinas, <strong>de</strong>ntro do Brasil.<br />
Nestas palavras <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimento, uma força compulsiva, estranha a qualquer propósito <strong>de</strong> espetacularida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong>magogia, me obriga a dizer-vos que este é um anfiteatro<br />
transformado num santuário <strong>de</strong> luz e, aqui, diante <strong>de</strong> nós, personalida<strong>de</strong>s e quadros <strong>de</strong> Campinas do passado <strong>de</strong>sfilam através <strong>de</strong> processos que a minha ignorância não<br />
sabe enten<strong>de</strong>r e nem <strong>de</strong>finir, abençoando-vos e rogando a Deus por vossa paz, segurança, progresso e felicida<strong>de</strong>.” 1<br />
Naquele momento reuniam-se baluartes da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinas, remontando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os tempos <strong>de</strong> sua emancipação, como Francisco Barreto Leme e Francisco Glicério,<br />
passando por Carlos Gomes, a Baronesa <strong>de</strong> Campinas e o Barão <strong>de</strong> Ataliba Nogueira, entre outras personalida<strong>de</strong>s.<br />
Sheila<br />
1 Chico Xavier, Mediunida<strong>de</strong> e Ação – Carlos A. Baccelli, cap. Chico Xavier no Bicentenário <strong>de</strong> Campinas<br />
M<br />
4 CORREIO DA FRATERNIDADE, AGOSTO, 2011<br />
Sheila
ASSIM SE EXPRESSOU O LEITOR<br />
A BUSCA PELA CURA DO<br />
ENVELHECIMENTO<br />
jornal eletrônico do site Yahoo, veiculou no<br />
dia 04 <strong>de</strong> julho p.p., uma matéria “curiosa”<br />
intitulada “Cientista ‘prevê’ a cura do<br />
envelhecimento” 1 .<br />
Biomédico gerontologista 2 e cientista-chefe <strong>de</strong> uma<br />
fundação <strong>de</strong>dicada a pesquisas da longevida<strong>de</strong>, De<br />
Grey calcula que, ainda durante a sua vida, os<br />
médicos po<strong>de</strong>rão ter à mão todas as ferramentas<br />
necessárias para “curar” o envelhecimento, extirpando<br />
as doenças <strong>de</strong>correntes da ida<strong>de</strong> e prolongando a vida<br />
in<strong>de</strong>finidamente.<br />
“Eu diria que temos uma chance <strong>de</strong> 50% <strong>de</strong> colocar o<br />
envelhecimento sob aquilo que eu chamaria <strong>de</strong> nível<br />
<strong>de</strong>cisivo <strong>de</strong> controle médico <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mais ou menos<br />
25 anos” 1 , disse De Grey em uma entrevista.<br />
A reportagem acima citada <strong>de</strong>ixa claro, o quão<br />
distantes alguns insistem em se manter com relação à<br />
realida<strong>de</strong> do ser humano. A condição <strong>de</strong> Espíritos<br />
eternos, criados simples e ignorantes com o objetivo<br />
<strong>de</strong> progresso, não é aceita e com isso ignora-se a<br />
finalida<strong>de</strong> da encarnação.<br />
Privilegiando o materialismo, buscam inúmeros meios<br />
<strong>de</strong> perpetuar a vida material por não compreen<strong>de</strong>rem<br />
que o corpo é somente ferramenta ao Espírito, e, um<br />
dia, inevitavelmente, será abandonado por este.<br />
E ainda, a respeito <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> adotada por<br />
alguns estudiosos da ciência da Natureza, já nos havia<br />
esclarecido Allan Kar<strong>de</strong>c no Livro dos Espíritos,<br />
capítulo II. Quando questionado do porquê tais<br />
estudos ao invés <strong>de</strong> mostrar ao homem a<br />
superiorida<strong>de</strong> da Inteligência que governa o mundo,<br />
os levam com tanta frequência ao materialismo,<br />
respon<strong>de</strong>u que “O homem é que <strong>de</strong>les tira uma<br />
consequência falsa...” 3 , pois, por orgulho, “... julgam<br />
saber tudo e não admitem haja coisa alguma que lhes<br />
esteja acima do entendimento” 3 O<br />
.<br />
É uma pena, os estudos e as pesquisas acabam<br />
limitados pela vaida<strong>de</strong> e orgulho, e, com isso, as<br />
buscas infundadas continuam...<br />
Natália<br />
1<br />
http://br.noticias.yahoo.com/entrevista-cientistas-preveem-curaenvelhecimento-150214160.html<br />
2<br />
Gerontologista: especialista no estudo dos fenômenos associados ao<br />
envelhecimento humano.<br />
3<br />
O Livro dos Espíritos – Allan Kar<strong>de</strong>c – Cap.II, pag. 109<br />
A BIBLIOTECA ESPÍRITA EM DESFILE<br />
FALANDO À TERRA<br />
S<br />
MAIS DO QUE PALAVRAS<br />
“Espera-se mais <strong>de</strong> vocês. Mostrem para eles que, no íntimo <strong>de</strong><br />
vocês, há uma fonte <strong>de</strong> esperança em forma <strong>de</strong> atos, <strong>de</strong> gestos, <strong>de</strong><br />
sentimentos, que, quando não se exteriorizam por palavras,<br />
vocês os envolvem [...] com as vibrações dos seus pensamentos,<br />
que fala muito mais do que qualquer palavra”. 1<br />
rimeiro dia <strong>de</strong> aula, 28/07/11, uma quinta-feira igual a todas as<br />
outras... Será? 7h30 da manhã, cedo para alguns, tar<strong>de</strong> para<br />
outros... uma escola, um aluno.<br />
Desci as escadas – como os senhores o fazem todas as quintasfeiras<br />
à noite, em busca <strong>de</strong> um lenitivo para suas almas –, sem<br />
saber que encontraria o remédio para a minha alma.<br />
Um abraço e uma confissão:<br />
- “Pro, senti muita sauda<strong>de</strong> <strong>de</strong> você!<br />
- É mesmo fulaninho, que bom!<br />
- É... eu até sentei na cama pra chorar!”<br />
Resolvi dividir com os senhores a felicida<strong>de</strong> que senti.<br />
Obviamente este aluno não sentiu sauda<strong>de</strong>s da professora, nem<br />
da escola, materialmente falando, sentiu sauda<strong>de</strong>s da vibração<br />
com que os senhores inundam as salas <strong>de</strong> aula durante as preces<br />
às quintas-feiras à noite – os comunitários que <strong>de</strong>ixam suas casas,<br />
família, por algumas horas <strong>de</strong> doação a estes alunos.<br />
Sentou na cama para chorar mesmo sabendo que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> alguns<br />
dias retornaria, já que eram apenas alguns dias <strong>de</strong> férias. Sentará<br />
na cama para chorar no final do ano, quando se formará e<br />
perceberá que aqui não voltará mais como aluno matriculado.<br />
Po<strong>de</strong>rá retornar para nos visitar, mas não estará mais todos os<br />
dias aqui.<br />
Sauda<strong>de</strong>s ele terá dos que o olharam como um irmão em<br />
aprendizado, não como mais um número na chamada.<br />
Sauda<strong>de</strong>s ele terá dos que limparam os machucados do seu corpo<br />
físico, colocando o remédio para fazê-los cicatrizar, mas, mais<br />
sauda<strong>de</strong>s ainda terá da falta da vibração dos senhores, da ternura<br />
com que ele era envolvido durante as preces, do carinho com que<br />
era cercado nas suas dificulda<strong>de</strong>s e do respeito com que ele era<br />
tratado.<br />
Que as lágrimas que ele <strong>de</strong>rramou e <strong>de</strong>rramará seja um incentivo<br />
para que possamos perceber que o nosso trabalho vale a pena!<br />
Não <strong>de</strong>volvemos para socieda<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s gênios ou doutores, mas<br />
um coração aliviado, em paz, um cidadão!<br />
Só para encerrar, usando as palavras dos Mentores <strong>de</strong>sta Casa,<br />
palavras que não pu<strong>de</strong> dividir com ele porque não as enten<strong>de</strong>ria:<br />
“sauda<strong>de</strong>s é a falta da vibração <strong>de</strong> alguém”.<br />
Eliane<br />
1 Ata Reunião <strong>de</strong> Reciclagem dos Trabalhadores da <strong>Escola</strong> 16/08/08<br />
ão 40 autores espirituais. Ilustres nas letras, na política, na ciência, na filosofia, na religião, no<br />
Espiritismo, apresentando orientação e informação sobre o comportamento humano. São alguns <strong>de</strong>les:<br />
Deodoro da Fonseca, Fabiano <strong>de</strong> Cristo, Inácio Bittencourt, Ruy<br />
Barbosa e Teresa D´Ávila.<br />
Se prezas pelo esforço na promoção do próprio adiantamento<br />
moral, esta obra é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor. Nela po<strong>de</strong>rás constatar que o<br />
aprendizado é lento, mas bem fundamentado. Não se segue em<br />
frente, na caminhada evolutiva, sem a consolidação dos valores<br />
amealhados.<br />
Muito po<strong>de</strong>ríamos dizer sobre cada uma das 40 lições do livro<br />
Falando à Terra, pela psicografia <strong>de</strong> Francisco Cândido Xavier,<br />
mas que po<strong>de</strong>ríamos dizer daqueles que tecem admiráveis<br />
consi<strong>de</strong>rações sobre a vida, antes e após a morte, que não nos<br />
tornássemos excessivos?<br />
Boa leitura!<br />
Daniel Lona<br />
POESIA<br />
VOZES<br />
Desd’os remotos tempos d’antiguida<strong>de</strong>,<br />
As espirituais manifestações,<br />
Pelo recurso da mediunida<strong>de</strong>,<br />
Sempre <strong>de</strong>spertaram as atenções.<br />
Fosse com a pitonisa <strong>de</strong> En-Dor,<br />
Egípcios, maias e ameríndios,<br />
Ou mesmo nos estudos com Leonore¹,<br />
D’Esperance¹ e Eusápia Paladino¹,<br />
O intercâmbio com o mais Além,<br />
Evi<strong>de</strong>ncia o homem inda aquém<br />
À preocupação essencial<br />
Com sua realida<strong>de</strong> espiritual.<br />
Pois que, mergulhado na distração<br />
D’existência com objetivo material,<br />
Se coloca na trivial posição<br />
De um intelectualizado animal.<br />
Opondo-se, por vezes, à veracida<strong>de</strong><br />
Das patentes manifestações,<br />
Ou, com exímia levianda<strong>de</strong>,<br />
As explorando no calor das paixões.<br />
Negligenciando fato essencial:<br />
Somos almas quais os <strong>de</strong>sencarnados,<br />
Mas, no momento, à carne ligados<br />
Pelo laço semimaterial.<br />
Assim, nos intercambiamos<br />
Pelo concurso do pensamento,<br />
Fiéis àquilo que prezamos,<br />
Pela vonta<strong>de</strong>, pelo sentimento.<br />
E, por entre o espiritual turbilhão<br />
A se nos afinarem ao pensar,<br />
Há uma consciente multidão<br />
D’almas solícitas a trabalhar.<br />
São sublimes vozes a anunciar<br />
As gran<strong>de</strong>s Verda<strong>de</strong>s da Vida<br />
Para que ninguém venha a alegar<br />
Serem uma realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconhecida.<br />
Sob a égi<strong>de</strong> do Mestre Jesus,<br />
Eis os Espíritos <strong>de</strong> Luz<br />
Em uníssonas vozes d’Amor<br />
A ecoar as palavras do Senhor.<br />
Quais estrelas ca<strong>de</strong>ntes<br />
A iluminar-nos a noite escura<br />
De nossos íntimos carentes<br />
Da espiritual brandura.<br />
A convidar, pois, a humanida<strong>de</strong><br />
Ao seu amadurecimento,<br />
Ao <strong>de</strong>spertar, à realida<strong>de</strong>,<br />
Ao acordar do entorpecimento.<br />
Tomar a lira imorredoura<br />
Do conhecimento moral<br />
Para a glória porvindoura<br />
Do engran<strong>de</strong>cimento espiritual.<br />
A abandonar os passados atrozes<br />
Para o firme propósito d’amar,<br />
Tomando o brado nossas vozes<br />
Do Amor que nelas possa ecoar.<br />
Unindo-nos à harmonia da Vida<br />
Deste universo em constante lida,<br />
Caminhando em franca progressão,<br />
Estando pois, ao Pai, em direção.<br />
5 CORREIO DA FRATERNIDADE, AGOSTO, 2011<br />
Susan<br />
1Pitonisa <strong>de</strong> En-Dor - médium consultada por Saul para<br />
comunicar-se com o espírito <strong>de</strong> Samuel / Leonore (Sra.<br />
Piper) - médium americana / D'Esperance (Elizabeth<br />
Hope) - médium inglesa / Eusápia Paladino - médium<br />
italiana
EFEMÉRIDES ESPÍRITAS<br />
FATOS INCONTESTÁVEIS<br />
1859<br />
: Enquanto na França já<br />
reluziam as verda<strong>de</strong>s<br />
espirituais emanadas<br />
pela publicação <strong>de</strong> O Livro dos Espíritos,<br />
outros países ainda faziam seus primeiros<br />
ensaios nos estudos da mediunida<strong>de</strong>. Em<br />
agosto do referido ano nasceu, em Boston,<br />
EUA, uma das médiuns mais estudadas <strong>de</strong> sua<br />
época, cujos fenômenos protagonizados eram<br />
simplesmente incontestáveis. Passou pelas<br />
mãos dos mais eminentes cientistas <strong>de</strong> seu<br />
tempo, provenientes <strong>de</strong> instituições renomadas<br />
como a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Harvard, a<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Columbia e as Socieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
Pesquisas Psíquicas americana e inglesa. Tais<br />
instituições contavam com importantes<br />
pesquisadores como William James, Richard<br />
Hodgson, James Hyslop, bem como Charles<br />
Richet, Oliver Lodge e Fre<strong>de</strong>rich Myers, os<br />
quais publicaram inúmeros livros e artigos<br />
científicos em renomadas revistas <strong>de</strong> pesquisa.<br />
Seu nome é Leonore Piper, cuja infância foi<br />
marcada por dois fatos interessantes. Num<br />
<strong>de</strong>les a menina, com 8 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, ouviu e<br />
sentiu uma entida<strong>de</strong> espiritual afirmar-lhe que<br />
a tia ainda estava viva. Dias <strong>de</strong>pois a família<br />
recebeu uma carta noticiando a morte da<br />
familiar, no dia e hora do fato ocorrido com<br />
Leonore. No outro caso ela e as irmãs<br />
presenciaram intensa luz, em que, inúmeros<br />
rostos, foram plasmados.<br />
Passados estes dois fatos os fenômenos<br />
cessaram, voltando somente a acontecer após<br />
grave aci<strong>de</strong>nte que Leonore sofreu <strong>de</strong> trenó,<br />
quando havia pouco tempo dado à luz a uma<br />
<strong>de</strong> suas duas filhas. Não se recuperando do<br />
aci<strong>de</strong>nte foi convencida pelo esposo a<br />
consultar um clarivi<strong>de</strong>nte cego que realizava<br />
curas e orientava médiuns iniciantes. Na<br />
segunda visita a ele, a Sra. Piper ficou<br />
inconsciente, levantou-se da ca<strong>de</strong>ira, tomou <strong>de</strong><br />
lápis e papel, psicografou uma mensagem e a<br />
entregou a um senhor, a ela <strong>de</strong>sconhecido. Tal<br />
mensagem era <strong>de</strong> seu filho <strong>de</strong>sencarnado,<br />
causando gran<strong>de</strong> comoção àquele homem.<br />
Depois <strong>de</strong>sse acontecimento, várias pessoas<br />
passaram a procurá-la. No entanto, Sra. Piper<br />
limitava-se a aten<strong>de</strong>r familiares e amigos<br />
íntimos. Dentre eles, estava a sogra do ilustre<br />
Prof. <strong>de</strong> Fisiologia, Psicologia e<br />
posteriormente <strong>de</strong> Filosofia da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Harvard, Willian James, que a par dos<br />
impressionantes fenômenos contatou Fredrich<br />
Myers, da Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pesquisas Psíquicas.<br />
Foi assim... que tudo começou!<br />
James fez muitos estudos acerca das<br />
proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> clarividência, psicografia,<br />
psicofonia e xenoglossia da médium,<br />
promovidos pelo espírito Phinuit – que se dizia<br />
um médico francês, mas que, apesar <strong>de</strong> não<br />
<strong>de</strong>monstrar alto grau <strong>de</strong> elevação moral,<br />
possibilitou ao médico americano diversos<br />
estudos sobre a mediunida<strong>de</strong> em si. Logo em<br />
seguida, tal espírito foi literalmente substituído<br />
por um grupo <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cunho moral<br />
mais elevado. Após as experimentações com<br />
William James, a Sra. Piper foi estudada pelo<br />
Dr. Hodgson, da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Columbia;<br />
um homem extremamente cético, mas que se<br />
curvou à realida<strong>de</strong> espiritual após inúmeras<br />
comprovações. Hodgson havia combinado<br />
com um amigo que, o primeiro que<br />
<strong>de</strong>sencarnasse, se comunicaria dizendo<br />
algumas palavras-chave. Foi exatamente o<br />
que aconteceu, seu amigo <strong>de</strong>sencarnou e se<br />
manifestou através da Sra. Piper. O mais<br />
interessante é que pouco tempo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
conhecê-la, Hodgson também <strong>de</strong>sencarnou e<br />
se juntou aos espíritos que a acompanhavam.<br />
Na Faculda<strong>de</strong>, Hodgson foi substituído por<br />
Hyslop, que, assim como William, também<br />
publicou seus estudos.<br />
Sra. Piper foi à Inglaterra duas vezes, e foi lá<br />
que estudos mais profundos, sob a tutela da<br />
Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pesquisas Psíquicas, foram<br />
feitos. Nestas reuniões, a médium era capaz<br />
<strong>de</strong> receber comunicações <strong>de</strong> três espíritos<br />
distintos simultaneamente: enquanto em<br />
cada uma das mãos eram psicografadas<br />
mensagens distintas, através da psicofonia,<br />
outro espírito se manifestava. Uma <strong>de</strong>stas<br />
mensagens psicofônicas, inclusive foi<br />
pronunciada parcialmente em italiano.<br />
Também pela proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> xenoglossia a<br />
Sra. Piper recebeu comunicações em outras<br />
línguas como havaiano e grego.<br />
Outro fato curioso analisado foi o fenômeno<br />
<strong>de</strong> “correspondências cruzadas” em que três<br />
médiuns, <strong>de</strong>ntre eles a Sra. Piper, foram<br />
colocados em cida<strong>de</strong>s distintas e receberam,<br />
ao mesmo tempo, diferentes partes <strong>de</strong> uma<br />
poesia proveniente <strong>de</strong> um único espírito. O<br />
efeito <strong>de</strong> psicometria também foi estudado;<br />
em que Piper tocava objetos pessoais <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sconhecidos e dava informações precisas<br />
sobre seus donos. Além disso, sua<br />
sensibilida<strong>de</strong> à dor, durante o processo<br />
mediúnico, também foi testada: teve o <strong>de</strong>do<br />
furado por agulha e o punho cortado por<br />
pequena incisão, sem que <strong>de</strong>rramasse uma<br />
gota <strong>de</strong> sangue sequer. Terminada a sessão, a<br />
dor e o sangue se faziam presentes. A<br />
incisão no punho, inclusive, lhe ren<strong>de</strong>u uma<br />
cicatriz.<br />
Apesar dos profícuos experimentos <strong>de</strong>ntro<br />
da Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pesquisas Psíquicas, Sra.<br />
Piper começou a ser experimentada por<br />
outros pesquisadores que não faziam parte<br />
<strong>de</strong>la, e que não a tiveram em muito apreço.<br />
Inclusive, chegou a ter o braço gravemente<br />
queimado e a língua muito ferida em uma<br />
sessão mediúnica. A resposta da<br />
espiritualida<strong>de</strong> foi imediata – as sessões<br />
estariam canceladas e a mediunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Piper suspensa até nova or<strong>de</strong>m. A médium<br />
somente voltou à psicografia anos mais<br />
tar<strong>de</strong>, através <strong>de</strong> uma mensagem en<strong>de</strong>reçada<br />
a Sir Oliver Lodge, antevendo o <strong>de</strong>sencarne<br />
<strong>de</strong> seu filho.<br />
A médium americana nunca tomou<br />
conhecimento do Espiritismo e teve uma<br />
vida difícil, uma vez que seu marido<br />
<strong>de</strong>sencarnou precocemente. Intuitivamente<br />
sabia que precisava <strong>de</strong> muita vigilância <strong>de</strong><br />
sentimentos porque os ambientes que a<br />
aguardavam eram muito adversos,<br />
CONTRISTAÇÃO<br />
Ainda que esclarecidos pela Doutrina Espírita sobre os objetivos<br />
da encarnação, afligimo-nos diante das dificulda<strong>de</strong>s que se nos<br />
<strong>de</strong>param, como se não tivéssemos a velar sobre a nossa marcha<br />
<strong>de</strong> progresso espiritual, a Divina Sabedoria. Sobre esse assunto<br />
discorre Emmanuel, baseando-se em passagem <strong>de</strong> Paulo.<br />
Agora folgo, não porque fostes contristados,<br />
mas porque fostes contristados para o<br />
arrependimento; pois fostes contristados<br />
segundo Deus. – PAULO. (II Coríntios, 7:9)<br />
Quanta vez se agitam famílias, agrupamentos ou<br />
coletivida<strong>de</strong>s para que a tormenta lhes não alcance<br />
o ambiente comum? Quantas vezes a criatura<br />
contempla o céu, em súplica, para que a dor lhe<br />
não visite a senda ou para que a adversida<strong>de</strong> fuja,<br />
ao encalço <strong>de</strong> outros rumos? Entretanto, a<br />
realida<strong>de</strong> chega sempre, inevitável e inflexível.<br />
No turbilhão <strong>de</strong> sombras da contristação, o<br />
homem, não raro, se sente vencido e abandonado.<br />
Todavia, o que parece infortúnio ou <strong>de</strong>rrota po<strong>de</strong><br />
representar providências salvadoras do Todo-<br />
Compassivo.<br />
Em muitas ocasiões, quando as criaturas terrestres<br />
choram, seus amigos da Esfera Superior se<br />
alegram, à maneira dos pomicultores que<br />
<strong>de</strong>scansam, tranquilos, <strong>de</strong>pois do campo bem<br />
podado.<br />
Lágrimas, nos lares da carne, frequentemente<br />
expressam júbilos <strong>de</strong> lares celestiais. Os<br />
orientadores divinos, porém, não folgam porque<br />
os seus tutelados sejam <strong>de</strong>tentores <strong>de</strong><br />
pa<strong>de</strong>cimentos, mas justamente porque semelhante<br />
situação indica possibilida<strong>de</strong>s renovadoras no<br />
trabalho <strong>de</strong> aperfeiçoamento.<br />
Todo campo <strong>de</strong>ve conhecer o tempo <strong>de</strong> ceifa ou <strong>de</strong><br />
limpeza necessárias.<br />
Quando estiver<strong>de</strong>s contristados, à face <strong>de</strong> faltas<br />
que cometestes impensadamente, é razoável<br />
sofrais a passagem das nuvens pesadas e negras<br />
que amontoastes sobre o coração; contudo, quando<br />
a prova e a luta vos surpreen<strong>de</strong>rem a casa ou o<br />
espírito, em circunstâncias que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />
vossa vonta<strong>de</strong>, então é chegada a hora da<br />
contristação segundo Deus, a qual vos eleva<br />
espiritualmente e que, por isso mesmo, provoca a<br />
alegria dos anjos que velam por vós.<br />
Vinha <strong>de</strong> Luz – Emmanuel – psic. Francisco C. Xavier – lição 153<br />
(Compilado por Débora)<br />
necessitando, pois, <strong>de</strong> amparo espiritual.<br />
Deste modo, não <strong>de</strong>scurava da oração e do<br />
estudo do Evangelho <strong>de</strong> Jesus.<br />
Apesar das perseguições que sofreu, inclusive<br />
sendo alvo permanente <strong>de</strong> críticas nos jornais,<br />
continuou no trabalho perseverante,<br />
contribuindo significativamente no estudo da<br />
mediunida<strong>de</strong> e das manifestações espirituais,<br />
conforme o pesquisador Oliver Lodge assim a<br />
agra<strong>de</strong>ce em <strong>de</strong>dicatória: “À Sra. Piper, como<br />
uma manifestação <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimento do<br />
mundo à sua longa vida <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> ajuda<br />
ao início <strong>de</strong> uma difícil Ciência”.<br />
Débora/Susan<br />
Leia mais em:<br />
- Os Sábios e a Senhora. Piper – Provas da Comunicabilida<strong>de</strong><br />
dos Espíritos – Antônio Cesar Perri <strong>de</strong> Carvalho<br />
- História do Espiritismo – Arthur Conan Doyle<br />
6 CORREIO DA FRATERNIDADE, AGOSTO, 2011
LIVRO ESPÍRITA – AMIGO SUBLIME<br />
LEITURA PARA ADULTOS<br />
A edição anterior <strong>de</strong>ste Correio da Fraternida<strong>de</strong>, em sua coluna Biblioteca Espírita em Desfile fez<br />
<strong>de</strong>staque da obra Não Será em 2012, <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> Marlene Nobre e Geraldo Lemos Neto.<br />
Aproveita-se o ensejo para sugerir a leitura <strong>de</strong> uma obra prefaciada em 1938, cujo amplo e profundo<br />
conteúdo não conseguimos resumir nestas linhas singelas. No entanto, o amigo leitor haverá <strong>de</strong> observar<br />
que tal livro tem profundas conexões com a obra supracitada, antevendo-lhe, inclusive, os acontecimentos<br />
nela gravados. O livro a que nos referimos chama-se A Caminho da Luz, <strong>de</strong> autoria espiritual <strong>de</strong><br />
Emmanuel, psicografia <strong>de</strong> Chico Xavier; cujo conteúdo narra, nada mais, nada menos, do que as etapas<br />
galgadas pelo Mestre Jesus na condução dos <strong>de</strong>stinos da Terra, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua gênese planetária!<br />
PALAVRAS FINAIS<br />
COLEÇÃO ESPIRITISMO<br />
NA UNIVERSIDADE<br />
LIVRO INFANTIL<br />
Já é <strong>de</strong> comum conhecimento que as<br />
Universida<strong>de</strong>s têm criado novas ca<strong>de</strong>iras<br />
para o estudo dos fenômenos espíritas,<br />
assim como têm publicado dissertações e<br />
teses envolvendo a temática espírita.<br />
Um grupo <strong>de</strong> docentes da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Franca, porém, encontrando dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
acesso a tais publicações, por falta <strong>de</strong><br />
divulgação e em função <strong>de</strong> existir, com<br />
frequência, entre seus mestrandos e<br />
doutorandos, alunos interessados na<br />
pesquisa <strong>de</strong> temas relacionados à Doutrina<br />
Espírita, <strong>de</strong>cidiu criar o projeto “Coleção<br />
Espiritismo na Universida<strong>de</strong>”, cujo objetivo<br />
é coletar as pesquisas acadêmicas que têm<br />
sido publicadas nas universida<strong>de</strong>s<br />
brasileiras e divulgá-las.<br />
Esse trabalho tem sido realizado em<br />
parceria com o Centro <strong>de</strong> Cultura,<br />
Documentação e Pesquisa do Espiritismo –<br />
Eduardo Carvalho Monteiro, que realizou<br />
em sua se<strong>de</strong> em São Paulo, nos dias 20 e 21<br />
<strong>de</strong> agosto, o 7º Encontro Nacional da Liga<br />
<strong>de</strong> Pesquisadores do Espiritismo, com o<br />
tema “Espiritismo e Ciência: Objetos,<br />
Fronteiras e Métodos <strong>de</strong> Investigação” e a<br />
apresentação <strong>de</strong> trabalhos acadêmicos.<br />
Os artigos e <strong>de</strong>mais publicações que já<br />
constam da coleção estão disponíveis para<br />
leitura no site<br />
www.espiritualida<strong>de</strong>s.com.br/in<strong>de</strong>x.htm.<br />
7 CORREIO DA FRATERNIDADE, AGOSTO, 2011<br />
Susan<br />
Sem gran<strong>de</strong>s preocupações, vivia gorda lagarta, bem servida pelas folhagens <strong>de</strong> bonito jardim. Mas tanta<br />
comilança e acomodação começaram a causar perturbação. Mal conseguia se mexer. Seu assunto com os<br />
vizinhos, os pulgões e os cupins, já estava ficando cansativo: só se falava em comer!<br />
Começou a pensar, então, qual seria seu <strong>de</strong>stino. Será que ela não podia servir para mais nada além <strong>de</strong><br />
comer?<br />
De fato, passou pela sua cabecinha que po<strong>de</strong>ria virar a comida <strong>de</strong> algum passarinho. Mas, como você <strong>de</strong>ve<br />
imaginar, a i<strong>de</strong>ia não agradou e nem convenceu.<br />
Quer saber o que aconteceu?<br />
Leia a obra A Lagarta Come-Come e a Borboleta Azul, <strong>de</strong> Wilma Stein, à sua disposição na biblioteca.<br />
Boa leitura!<br />
Débora<br />
Débora<br />
FIM DA TAREFA<br />
Prezado leitor, para nós, concluir estas páginas é como encerrar um dia <strong>de</strong> trabalho no<br />
campo, quando o Sol poente lança no horizonte seus raios <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida.<br />
Finalizam-se as tarefas, mas o trabalhador tem no campo lavrado o resultado do esforço<br />
<strong>de</strong>spendido que, sob o amparo do Senhor, lhe dará boa colheita.<br />
Pois é, caro amigo, assim é também com as páginas <strong>de</strong>ste Correio da Fraternida<strong>de</strong> que lhe<br />
entregamos.<br />
Elas são, nos campos da Seara Cristã, o resultado do esforço <strong>de</strong>spendido por esta equipe, para<br />
que, esculpidas com base nos conceitos da Doutrina Espírita, reflitam nos horizontes <strong>de</strong><br />
compreensão <strong>de</strong> nossas almas, as clarida<strong>de</strong>s do esclarecimento e da esperança que o<br />
Evangelho <strong>de</strong> Jesus nos traz.<br />
TEMPO É DINHEIRO<br />
A Equipe <strong>de</strong> Redação<br />
Não é <strong>de</strong> agora, e nem só no nosso país, que o mediunismo abriga médiuns mercenários.<br />
A mediunida<strong>de</strong>, dom que a Providência Divina conce<strong>de</strong> ao homem como instrumento para seu aprendizado e<br />
trabalho para o progresso moral 1 , na mão <strong>de</strong> inescrupulosos, tem sido usada como fonte <strong>de</strong> renda o que tem<br />
valido, para mercenários, processos e até ca<strong>de</strong>ia, além da própria ironização do médium e da mediunida<strong>de</strong>.<br />
Nos primórdios da Codificação, Allan Kar<strong>de</strong>c já os encontrava em vários lugares.<br />
Na Revista Espírita 2 <strong>de</strong> Julho e <strong>Agosto</strong> <strong>de</strong> 1861, relata o Codificador, que, nos Estados Unidos, é visto como<br />
normal que os médiuns cobrem por sessões ou atendimentos que fazem, visto que gastam tempo nesta<br />
ativida<strong>de</strong>. Nos jornais, encontravam-se anúncios como este: “Senhorita S. E. Royers, sonâmbula, médiummédico,<br />
cura psicologicamente por simpatia. (...) Atendimento das 10 ao meio dia; das 2 às 5; das 7 às 10 da<br />
noite, exceto às sextas, sábados e domingos, a não ser por ajuste prévio. Preço: 1 dolar por hora. (...)” E<br />
afirma Kar<strong>de</strong>c: “Isto se compreen<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acordo com os hábitos <strong>de</strong> um país on<strong>de</strong> time is money ” – tempo é<br />
dinheiro.<br />
O Espiritismo não contesta as faculda<strong>de</strong>s mediúnicas <strong>de</strong> médiuns mercenários, mas esclarece que o interesse<br />
do ganho, na falta do fenômeno leva geralmente à frau<strong>de</strong>, ao embuste.<br />
Contudo, mesmo que não houvesse frau<strong>de</strong>, a censura <strong>de</strong>ve existir para aquele que especula com algo tão<br />
sagrado como a mediunida<strong>de</strong>. 1<br />
Para mais informações, ver as obras em referência na biblioteca do Grupo<br />
1 O Livro dos Médiuns - Cap. XX, item 226<br />
2 Revista Espírita, Jul/1861 – Exploração do Espiritismo; Ago/1861 – Manifestações Americanas<br />
Pedro Abreu