DTG - FASUL
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Curso de Especialização em Desenvolvimento de Medicamentos<br />
Análise térmica aplicada ao desenvolvimento de<br />
formulações<br />
Aplicações da Termogravimetria (TG) e<br />
Termogravimetria derivada (<strong>DTG</strong>)<br />
Professor: Dr Dr. . Paulo Renato de Oliveira<br />
prenato.oliveira@gmail.com<br />
renato.oliveira@gmail.com<br />
Toledo / PR<br />
2011<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
TG e <strong>DTG</strong><br />
Possibilitam conhecer as alterações que o aquecimento pode<br />
provocar nos materiais.<br />
Permitem estabelecer a faixa de temperatura que adquirem<br />
composição química fixa, definida e constante.<br />
Determinar a temperatura em que os materiais começam a se<br />
decompor (estabilidade térmica).<br />
Acompanhar o andamento de reações de: desidratação,<br />
oxidação, combustão, decomposição, etc.<br />
Aplicações da Termogravimetria Avaliação da estabilidade térmica<br />
Na área de fármacos e medicamentos, a TG vem sendo amplamente<br />
utilizada, desde a década de 1980, no desenvolvimento dos mais<br />
variados tipos de estudos para avaliar fenômenos físicos e químicos,<br />
desde que estes estejam relacionados à variação de massa em função<br />
da temperatura ou tempo.<br />
Estabilidade Térmica<br />
Com base nas medidas de TG pode-se avaliar facilmente a estabilidade<br />
térmica de um fármaco.<br />
Curvas TG de amostras de ácido acetilsalicílico (AAS) e ácido<br />
salicílico (AS) (β=10 o C/min, atmosfera dinâmica de ar)<br />
Determinação de umidade ou de outro solvende (adsorvido)<br />
Determinação de água de cristalização<br />
Estudos de cinética de degradação<br />
Estudos de pré-formulação (interação fármaco/excipiente)<br />
Avaliação da equivalência composicional de medicamentos<br />
Controle da qualidade de medicamentos e insumos farmacêuticos<br />
Estabilidade à oxidação<br />
etc<br />
Cada espécie apresentou um perfil termogravimétrico característico<br />
Ambos são estáveis termicamente até aproximadamente 105 o C<br />
Enquanto o AS apresenta uma única perda de massa entre 105 e 205 o C,<br />
o AAS se decompõe em duas etapas bem definidas<br />
A primeira entre 105 e 235 o C e a segunda entre 235 e 380 o C<br />
Em ambos os casos, a perda de masa é total, sem deixar resíduo<br />
carbonáceo ou inorgânico.<br />
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Determinação do teor de umidade em uma formulação<br />
A TG é um dos métodos mais eficientes para determinação quantitativa<br />
de umidade e outros voláteis em uma formulação farmacêutica<br />
liberação de umidade ou de água superficial<br />
perda de massa gradativa que ocorre desde a<br />
temperatura ambiente até próximo a 100 o C<br />
Para comprovar (validar), analisar amostra depois de dessecada!<br />
Curvas TG/<strong>DTG</strong> de amostras de AAS puro e em<br />
formulação (β= 10 o C/min, atmosfera dinâmica de ar)<br />
A amostra de AAS puro praticamente não apresentou água de umidade (0,2%),<br />
indicada na curva <strong>DTG</strong> por uma T pico = 50,3 o C<br />
Perda de massa no primeiro evento, entre 100 e 220<br />
Formulação: 27,4%<br />
AAS puro: 36%<br />
oC: Neste exemplo, a comparação entre as curvas <strong>DTG</strong> indica que os<br />
excipientes se decompõem apenas acima de 220 o C, ou seja, após a<br />
primeira etapa de decomposição térmica do AAS, o que é indicado pelo<br />
“ombro” na curva <strong>DTG</strong> na temperatura de 300 o C.<br />
O ideal é ter uma curva TG/<strong>DTG</strong> de cada excipiente que<br />
compõe a formulação!!!<br />
Curva TG representativa de perda de H 2O<br />
A vantagem principal: empregar massas de amostras muito pequenas<br />
(entre 5 a 20 mg) e rapidez!<br />
Método convencional<br />
estufas ou fornos<br />
massas de amostras entre 0,5 a 2 g<br />
manipulação da amostra várias vezes<br />
Determinação do teor do fármaco em uma formulação<br />
A TG também é um método capaz de fornecer dados sobre o teor do fármaco<br />
em uma formulação farmacêutica.<br />
Também, as curvas TG/<strong>DTG</strong> da amostra da formulação permitem calcular<br />
que o teor de AAS é próximo a 76%.<br />
Avaliação de equivalencia composicional<br />
As curvas TG e <strong>DTG</strong> evidenciam a importância do emprego das curvas<br />
<strong>DTG</strong> para, qualitativamente, avaliar a equivalência composicional de<br />
amostras de um medicamento produzido por diferentes laboratórios.<br />
Curvas TG e <strong>DTG</strong> de amostras de AZT (cápsulas de 100 mg) obtidas a 2 o C/min,<br />
sob atmosfera dinâmica de ar. (Araújo et al., 2003)<br />
Observando-se as curvas TG não é possível fazer grandes distinções ou<br />
diferenciações entre o perfil termoanalítico de cada amostra comercial<br />
Porém a curva <strong>DTG</strong> evidencia as características de cada amostra<br />
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2
O comportamento térmico das amostras B, C e E é muito similar<br />
apresentam basicamente os mesmos<br />
constituintes em sua formulação<br />
O mesmo pode ser observado para os produtos A e R<br />
O produto D apresenta um perfil completamente diferente<br />
formulação diferenciada<br />
O exemplo clássico do carbono puro em suas três formas:<br />
Grafite (folhas poliaromáticas)<br />
Diamante (estrutura tetraédrica)<br />
Fulerenos (esferas poliaromáticas)<br />
Perda de massa (T pico em 148,5 o C)<br />
indica a presença de excipiente<br />
hidratado.<br />
Átomos C<br />
Caracterização de polimorfos<br />
Polimorfismo é definido como a habilidade de um material sólido<br />
cristalino (elemento ou composto) existir em, no mínimo, duas<br />
estruturas cristalinas diferentes, de mesma composição química, em<br />
função de diferenças nos arranjos espaciais/conformacionais.<br />
Cada polimorfo ou modificação cristalina é uma fase distinta, ou seja, é<br />
homogenea no que se refere à composiçào química e ao estado físico.<br />
Assim, os polimorfos possuem o mesmo estado líquido e gasoso,<br />
diferindo apenas em relação ao estado sólido.<br />
Polimorfismo é característica do ESTADO SÓLIDO!!!<br />
Muitas das propriedades físico-químicas de um sólido variam<br />
quando a sua estrutura cristalina é alterada, por exemplo:.<br />
Estab.<br />
química<br />
Estab.<br />
física<br />
Reativ.<br />
estado<br />
sólido<br />
Comport.<br />
térmico<br />
Higroscopicidade<br />
Solubilidade<br />
Polimorfo<br />
Densidade<br />
Prop.<br />
elétricas e<br />
ópticas<br />
Dureza<br />
Ponto de<br />
fusão<br />
Pressão<br />
de vapor<br />
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Como resultado, muitas das propriedades importantes para a área<br />
farmacêutica são afetadas, como, por exemplo:<br />
velocidade de dissolução<br />
forma do cristal<br />
escoamento do pó<br />
compactação<br />
estabilidade química e física<br />
Processo de decomposição térmica:<br />
biodisponibilidade<br />
polimorfo II inicia-se próximo a 190 o C (T pico 223,9 o C)<br />
polimorfo I isso só ocorre a partir de 250 o C (T pico em 263,5 o C)<br />
Polimorfo I<br />
De acordo com a literatura<br />
A forma I é a forma estável e a forma II é metaestável.<br />
Estudos Cinéticos<br />
Forma mais estável termicamente<br />
A aplicação de métodos cinéticos baseados em termogravimetria vem<br />
sendo relatada na literatura com o intuito de elucidar mecanismos de<br />
reação no estado sólido, como:<br />
Decomposição térmica<br />
Oxidação<br />
Redução<br />
Cristalização<br />
Desidratação<br />
Predizer a estabilidade!!!!<br />
Dependendo do caso, a TG pode contribuir eficientemente para diferenciar<br />
as formas polimórficas de uma dada espécie.<br />
Rifampicina, (antibiótico semissintético empregado para o tratamento da<br />
tuberculose), existe em duas formas cristalinas principais, forma I e II, e na<br />
forma amorfa.<br />
Curvas TG/<strong>DTG</strong> dos polimorfos I e II da rifampicina<br />
(β = 10 o C/min, atmosfera dinâmica de ar)<br />
Nem sempre a diferenciação entre polimorfos é possível a partir<br />
das curvas TG/<strong>DTG</strong>.<br />
IR<br />
MEV<br />
TG/<strong>DTG</strong><br />
Polimorfo<br />
Dois métodos podem ser utilizados:<br />
Estudo cinético dinâmico<br />
Estudo isotérmico<br />
DRXP<br />
DSC<br />
a razão de aquecimento é utilizada como<br />
uma variável para obtenção de cada uma<br />
das curvas termogravimétricas<br />
a razão de aquecimento é sempre a mesma,<br />
sendo variadas as temperaturas das<br />
isotermas e avaliando o tempo de<br />
decomposição para uma faixa definida de<br />
perda de massa.<br />
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Uma desvantagem apresentada pelo método isotérmico, em relação ao<br />
dinâmico, é que, geralmente, dependendo do tipo de material e seu<br />
processo de decomposição térmica, são necessários tempos<br />
relativamente longos para aquisição dos dados.<br />
Outra desvantagem do método isotérmico é que a amostra requer algum<br />
tempo para alcançar a temperatura programada, fato que se não for<br />
controlado conduz à perda de informações<br />
No método dinâmico, o tratamento matemático é mais complexo.<br />
A, Fator de frequência ou pré-exponencial<br />
Fornece uma medida da frequência de ocorrência de uma<br />
situação de reação<br />
Ea, energia de ativação<br />
Energia necessária para converter reagentes em produtos<br />
Ordem de reação:<br />
Variação da velocidade da reação com a concentração<br />
dos reagentes.<br />
Ordem zero: a perda ou decomposição do fármaco independe da<br />
concentração de reagente e é constante em relação ao tempo.<br />
Primeira ordem: a degradação do fármaco é diretamente<br />
proporcional à concentração remanescente, em relação ao tempo<br />
Segunda ordem: a velocidade de reação é proporcional ao<br />
quadrado da concentração atual do produto.<br />
Experimentalmente:<br />
5 razões de aquecimento:<br />
Atmosfera:<br />
O2, N2 2,5; 5; 10; 15; 20 o C/min<br />
Faixa de decomposição para análise:<br />
5 ou 10 %<br />
Estudo não-isotérmico<br />
Baseado no método de Ozawa:<br />
Obtidos experimentalmente<br />
Ordem de reação<br />
Norfloxacino, em N 2, 50 mL/min<br />
Fator de frequência<br />
Perda de 10%, entre 94 e 84%<br />
Energia de ativação<br />
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Plot de Ozawa: Logarítmo da razão de aquecimento vs inverso da<br />
temperatura (K)<br />
Boa correlação entre os percentuais de perda de massa e a energia<br />
cinética (Ea) envolvida na decomposição térmica, com as razões de<br />
aquecimento<br />
Norfloxacino, em N 2, 50 mL/min<br />
Perda entre 96 e 36%<br />
Mecanismo de reação<br />
Ea = 207,59 kJ/mol<br />
Order = 0.0<br />
Fator de frequência = 5,688 10 14 min -1<br />
Relação da massa residual da amostra pelo tempo reduzido.<br />
Mecanismo de reação<br />
Ea = 125,93 kJ/mol<br />
Order = 0.0<br />
Fator de frequência = 4,039 10 9 min -1<br />
Relação da massa residual da amostra pelo tempo reduzido.<br />
Plot de Ozawa: Logarítmo da razão de aquecimento vs inverso da<br />
temperatura (K)<br />
Sem correlação entre os percentuais de perda de massa e a energia<br />
cinética (Ea) envolvida na decomposição térmica, com as razões de<br />
aquecimento<br />
Cinética não-isotérmica de Amoxicilina Triidratada<br />
DSC<br />
<strong>DTG</strong><br />
TG<br />
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Exemplo: decomposição térmica do Norfloxacino<br />
Ea: 87 kJ/mol<br />
A (fator pré-exponencial): 1,967 x 10 11 min -1<br />
n (ordem de reação): zero<br />
Ea: 161 kJ/mol<br />
A: 3,084 x 10 16 min -1<br />
n: zero<br />
Na curva <strong>DTG</strong>, observa-se que a temperatura 275 o C corresponde ao<br />
início do precesso de perda de massa.<br />
A partir dessa temperatura selecionou-se, para a obtenção das curvas TG<br />
isotérmicas, as isotermas nas temperaturas de 270, 260, 250, 240 e 230<br />
o C.<br />
Curvas TG isotérmicas obtidas sob atmosfera dinâmica de N 2, β =<br />
10 o C/min.<br />
Curvas TG isotérmicas obtidas sob atmosfera dinâmica de N 2, β =<br />
10 o C/min, mantidas em T iso para que ∆m seja pelo menos 5%.<br />
5 %<br />
Cinética de decomposição térmica por TG isotérmica<br />
O método termogravimétrico isotérmico é comumente utilizado para<br />
acompanhar a cinética de uma reação de decomposição no estado<br />
sólido.<br />
Para este estudo são traçados vários gráficos de fração decomposta (α)<br />
versus tempo (t) mantendo constantes as temperaturas (T) na região<br />
de interesse.<br />
O método cinético isotérmico apresenta, como principal diferença em<br />
relação ao método dinâmico ou não isotérmico, a possibilidade de<br />
realizar as medidas de α em função do tempo (t).<br />
Curvas TG isotérmicas obtidas sob atmosfera dinâmica de N 2, β =<br />
10 o C/min, mantidas em T iso para que ∆m seja pelo menos 5%.<br />
Dados obtidos das curvas TG isotérmicas<br />
da amostra de Norfloxacino.<br />
5 %<br />
O cálculo da energia de ativação é baseado na Equação de<br />
Arrhenius.<br />
Ea<br />
RT<br />
k( T) A. e −<br />
k(T): constante de velocidade<br />
A: fator de frequência<br />
=<br />
Ea: energia de ativação<br />
R: constante gases( 8,314J/mol .K)<br />
T: temperatura absoluta<br />
T iso o C Tiso K 1/T iso K<br />
(x1000)<br />
t (min)<br />
∆m=5%<br />
lnt<br />
270 543 1,841 27 3,2958<br />
260 533 1,876 45 3,8066<br />
250 523 1,912 77 4,3438<br />
240 513 1,949 153 5,0304<br />
230 503 1,988 279 5,6312<br />
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Obter o gráfico de Arrhenius:<br />
lnt (min)<br />
ln t (min) vs 1/T<br />
Com o método de regressão linear pode-se obter a equação da reta:<br />
1/T(K) x1000<br />
Ea = a x constante geral dos gases<br />
16,11 x 8,314 = 134 kJ/mol<br />
= 1,029 x 10 12<br />
÷ 60 = 1,716 x 10 10<br />
Tempo em minutos!<br />
Tempo em horas!<br />
÷ 24 = 714863095 Tempo em dias!<br />
÷ 30 = 23828769 Tempo em meses!<br />
÷ 12 = 1985730 Tempo em anos!<br />
Y = ax + b<br />
lnt (min)<br />
1/T(K) x1000<br />
Com a equação da reta pode-se estimar:<br />
Quando T ambiente 25 o C, qual o tempo para ∆m = 5%<br />
273 + 25 = 298 K<br />
1/T(K) x 1000 1/298 x 1000 = 3,3557<br />
Substituindo na equação da reta:<br />
Para “retirar”o ln, usa-se e x<br />
Y = 16,11 (3,3557) – 26,40 = 27,66<br />
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