08.05.2013 Views

processos da cadeia de abastecimento - Fasul

processos da cadeia de abastecimento - Fasul

processos da cadeia de abastecimento - Fasul

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Prof. Marcelo Rogério Zitta Ambientes <strong>de</strong> Negócios e a Empresa<br />

ELEMENTOS DA CADEIA DE ABASTECIMENTO INTEGRADA<br />

E<br />

PROCESSOS DA CADEIA DE ABASTECIMENTO<br />

Processo <strong>de</strong><br />

distribuição<br />

Processo <strong>de</strong><br />

planejamento<br />

Processos <strong>da</strong><br />

Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

Abastecimento<br />

Processo <strong>de</strong><br />

administração <strong>de</strong><br />

pedidos<br />

Processo <strong>de</strong><br />

suprimentos<br />

Fonte: BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento <strong>da</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> <strong>abastecimento</strong>, São Paulo: Saraiva, 2003.<br />

Planejamento<br />

Processo <strong>de</strong><br />

produção<br />

Muitas empresas ain<strong>da</strong> administram os seus negócios <strong>de</strong> maneira não integra<strong>da</strong>.<br />

O sucesso do planejamento não esta voltado somente para produção, compras ou<br />

distribuição.<br />

As empresas precisam ter um processo <strong>de</strong> planejamento que possa cobrir to<strong>da</strong> a<br />

<strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> <strong>abastecimento</strong>, avaliando perspectivas estratégicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> e<br />

<strong>abastecimento</strong>.<br />

Essa visão <strong>de</strong>termina <strong>de</strong> que forma as <strong>de</strong>cisões toma<strong>da</strong>s isola<strong>da</strong>mente po<strong>de</strong>m<br />

afetar os diferentes <strong>processos</strong> ou seus componentes.<br />

As organizações <strong>de</strong>vem ter um processo <strong>de</strong> planejamento integrado e com a<br />

visão do todo.<br />

O planejamento <strong>de</strong>ve ir alem <strong>da</strong>s fronteiras <strong>da</strong> organização, esten<strong>de</strong>ndo-se aos<br />

clientes e fornecedores.<br />

Essa visão <strong>de</strong> planejamento extrapola os limites <strong>da</strong> empresa, afetando<br />

fornecedores <strong>de</strong> materiais e compradores <strong>de</strong> bens ou serviços.<br />

No Brasil, a adoção <strong>de</strong>ssa técnica tem sido lenta, mas com a evolução do<br />

conceito <strong>de</strong> ECR, CPFR, e o melhor relacionamento entre clientes e fabricantes,<br />

a técnica será coloca<strong>da</strong> em pratica principalmente pelas gran<strong>de</strong>s empresas <strong>de</strong><br />

manufatura e pelos gran<strong>de</strong>s atacadistas.<br />

Suprimentos/Compras<br />

Comprar é o conceito utilizado na indústria com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> obter materiais,<br />

componentes, acessórios ou serviços. É o processo <strong>de</strong> aquisição que também inclui a<br />

seleção dos fornecedores, os contratos <strong>de</strong> negociação e as <strong>de</strong>cisões que envolvem<br />

compras locais ou centrais.


Prof. Marcelo Rogério Zitta Ambientes <strong>de</strong> Negócios e a Empresa<br />

A aquisição compreen<strong>de</strong> a elaboração e colocação <strong>de</strong> um pedido <strong>de</strong> compra com<br />

um fornecedor já selecionado e a monitoração continua <strong>de</strong>sse pedido a fim <strong>de</strong><br />

evitar atrasos no processo.<br />

A gestão <strong>de</strong> compras não se limita ao ato <strong>de</strong> comprar e monitorar. É um<br />

processo estratégico, que envolve custos, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta.<br />

É uma tarefa crucial para a organização, seja <strong>de</strong> que tipo for: manufatura,<br />

distribuição, varejo ou atacado.<br />

Os profissionais <strong>da</strong> área <strong>de</strong> compras <strong>de</strong>vem ter um entendimento global <strong>de</strong><br />

negócios e tecnologia.<br />

o O comprador, hoje, em função <strong>da</strong> tecnologia, é muito mais um analista<br />

<strong>de</strong> suprimentos e um negociador do que um operador <strong>de</strong> transações que<br />

faz pedidos e monitora-os.<br />

Compras é a aquisição dos bens e serviços necessários, a um custo ótimo, <strong>de</strong> fontes<br />

competentes e confiáveis.<br />

Compras centraliza<strong>da</strong>s x <strong>de</strong>scentraliza<strong>da</strong>s<br />

Compras centraliza<strong>da</strong>s: as empresas po<strong>de</strong>m obter melhores preços e serviços<br />

em função do maior volume praticado com os fornecedores, recebendo atenção<br />

especial. Os valores <strong>de</strong> transporte po<strong>de</strong>m ser reduzidos.<br />

Compras <strong>de</strong>scentraliza<strong>da</strong>s: po<strong>de</strong>m oferecer veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> maior <strong>de</strong> atendimento<br />

se pratica<strong>da</strong>s localmente, influenciando ain<strong>da</strong> os custos <strong>de</strong> transporte.<br />

Algumas organizações optam por utilizar os dois conceitos, comprando itens mais<br />

estratégicos e <strong>de</strong> maior volume <strong>de</strong> forma centraliza<strong>da</strong>, enquanto compram os <strong>de</strong> menor<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> localmente.<br />

Estudos <strong>de</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica <strong>de</strong>vem ser conduzidos levando-se em conta<br />

variáveis como:<br />

Preço;<br />

Disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> local e global;<br />

Disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e modo <strong>de</strong> transporte;<br />

Volume;<br />

Fequência <strong>de</strong> compras;<br />

Lote econômico.<br />

Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s típicas <strong>de</strong> compras<br />

Decisão <strong>de</strong> comprar ou fazer<br />

Fontes <strong>de</strong> bens e serviços<br />

Fornecimento internacional<br />

Avaliação do fornecedor<br />

Ética em compras<br />

Análise <strong>de</strong> valor: é um esforço para comparar a função <strong>de</strong>sempenha<strong>da</strong> por um<br />

item com seu custo, numa tentativa <strong>de</strong> encontrar alternativas <strong>de</strong> custo menor.<br />

Etc.


Prof. Marcelo Rogério Zitta Ambientes <strong>de</strong> Negócios e a Empresa<br />

Problemas-chave enfrentados pela área <strong>de</strong> suprimentos:<br />

1. Quanto, quando, e <strong>de</strong> quem os materiais tem <strong>de</strong> ser pedidos?<br />

2. Quais os critérios que <strong>de</strong>vem ser usados para avaliar fornecedores?<br />

3. Por qual mo<strong>da</strong>l <strong>de</strong> transporte e serviço <strong>de</strong> transporte em particular o material<br />

<strong>de</strong>ve ser transportado?<br />

4. On<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser armazenado o material?<br />

Fluxo característico do processo <strong>de</strong> compras<br />

O<br />

R<br />

G<br />

A<br />

N<br />

I<br />

Z<br />

A<br />

Ç<br />

Ã<br />

O<br />

Receber<br />

solicitação<br />

Selecionar<br />

fornecedor<br />

Solicitar/<br />

programar entrega<br />

Monitorar<br />

Receber e<br />

analisar<br />

Transferir material<br />

Efetuar<br />

pagamento<br />

Fonte: BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento <strong>da</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> <strong>abastecimento</strong>, São Paulo: Saraiva, 2003.<br />

Receber solicitação<br />

Normalmente, as organizações utilizam a requisição <strong>de</strong> compras como documento<br />

interno <strong>de</strong> solicitação e ela <strong>de</strong>ve incluir: <strong>de</strong>scrição e quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> do item ou material<br />

<strong>de</strong>sejado, especificações <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e características, <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> entrega e nome do<br />

requisitante.<br />

O Material Requirements Planning – MRP é instrumento fun<strong>da</strong>mental na geração dos<br />

pedidos <strong>de</strong> compras para materiais ou componentes diretamente ligados a um produto.<br />

Com base em estoques <strong>de</strong> segurança, tempo <strong>de</strong> entrega, pedidos mínimos,<br />

estruturas <strong>de</strong> produtos e <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s, o MRP calcula a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais,<br />

gerando automaticamente os pedidos e sugerindo inclusive quando os materiais<br />

<strong>de</strong>vem estar disponíveis para iniciar a produção.<br />

Equipamantos Acessorios Serviços Matérias-primas Produtos<br />

COMPRAS<br />

FORNECEDORES<br />

FORNECEDORES<br />

FORNECEDORES<br />

Fonte: BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento <strong>da</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> <strong>abastecimento</strong>, São Paulo: Saraiva, 2003.<br />

F<br />

O<br />

R<br />

N<br />

E<br />

C<br />

E<br />

D<br />

O<br />

R


Prof. Marcelo Rogério Zitta Ambientes <strong>de</strong> Negócios e a Empresa<br />

Relações com fornecedores<br />

As organizações mo<strong>de</strong>rnas estão se concientizando ca<strong>da</strong> vez mais <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

manter alianças com fornecedores em vez <strong>de</strong> manter uma relação puramente <strong>de</strong><br />

compra e ven<strong>da</strong>, com tendências <strong>de</strong> animosi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na maioria <strong>da</strong>s circunstancias.<br />

Estão reduzindo a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecedores;<br />

Mantendo uma relação <strong>de</strong> longo prazo;<br />

Com altos volumes e maior flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> (permitindo traças <strong>de</strong> informações no<br />

âmbito global <strong>de</strong> planejamento)<br />

Seleção <strong>de</strong> fornecedores<br />

O processo <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> um fornecedor não é simples. Naturalmente, a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

aumenta em função <strong>da</strong>s características do item a ser comprado.<br />

A aquisição <strong>de</strong> um maço <strong>de</strong> pregos é diferente <strong>da</strong> aquisição <strong>de</strong> um computador<br />

ou <strong>de</strong> uma matéria-prima que servirá como componente <strong>de</strong> um produto final.<br />

Principais atributos para selecionar um fornecedor<br />

Desempenho em quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, preço e serviço<br />

Flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Carteira <strong>de</strong> clientes<br />

Pró-ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e cooperação<br />

Investimentos<br />

Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> instala<strong>da</strong><br />

Localização geográfica<br />

Soli<strong>de</strong>z financiera<br />

Histórico<br />

Produção<br />

Refere-se ao elemento cujo processo fun<strong>da</strong>mental é composto por operações que<br />

convertem um conjunto <strong>de</strong> materiais em um produto acabado ou semi-acabado.<br />

Algumas empresas priorizam a sua competência muitas vezes em áreas<br />

diferentes <strong>da</strong> manufatura.<br />

Existem empresas cujos produtos são extremamente admirados, mas seu foco<br />

operacional não é a produção e sim a marca. É o caso <strong>da</strong> Nike. Seus produtos<br />

são todos produzidos por terceiros.<br />

A estratégia básica <strong>de</strong> produção e estoque adota<strong>da</strong> pela organização afeta<br />

significativamente o comportamento <strong>da</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> <strong>abastecimento</strong>.


Prof. Marcelo Rogério Zitta Ambientes <strong>de</strong> Negócios e a Empresa<br />

Produção para aten<strong>de</strong>r níveis <strong>de</strong> estoque<br />

Também chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> produção continua ou produção repetitiva, esse sistema<br />

<strong>de</strong> fabricação ocorre para aten<strong>de</strong>r as previsões <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s, acontecendo antes que um<br />

pedido seja recebido.<br />

O tempo <strong>de</strong> entrega do pedido ao cliente é minimizado.<br />

O fluxo <strong>de</strong> materiais é continuo durante o processo produtivo.<br />

Exemplos: <strong>de</strong>tergentes, cremes <strong>de</strong>ntais, enlatados, sorvetes, margarinas, bebi<strong>da</strong>s,<br />

rádios, televisores, <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> petróleo e cimento.<br />

Produção para aten<strong>de</strong>r um pedido especifico<br />

Essa é uma estratégia <strong>de</strong> manufatura em que a produção se inicia a partir do momento<br />

em que um cliente faz um pedido.<br />

Normalmente os componentes e acessórios se encontram armazenados e, uma<br />

vez recebido o pedido, ele é produzido conforme solicitação.<br />

Os planos normalmente são <strong>de</strong>finidos pelos clientes.<br />

Caso o fabricante use alguns materiais ou componentes com freqüência, ele<br />

po<strong>de</strong>rá mante-los em estoque.<br />

Do contrario o cliente terá <strong>de</strong> esperar que os materiais sejam obtidos para se<br />

iniciar a produção.<br />

Esse tipo <strong>de</strong> processo apresenta um tempo <strong>de</strong> espera superior ao do sistema <strong>de</strong><br />

produção contra estoque.<br />

Praticas <strong>de</strong> Negocio para o Planejamento <strong>de</strong> Produção<br />

Promover a integração consistente com os setores produtivos para i<strong>de</strong>ntificar<br />

disfunções e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s a fim <strong>de</strong> se obter respostas rápi<strong>da</strong>s e eficientes às<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção e avaliar alternativas que viabilizem o atendimento ao<br />

plano <strong>de</strong> produção;<br />

Verificar a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais na <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> produção, baseando-se em<br />

estoque real, planos <strong>de</strong> produção e entregas <strong>de</strong> fornecedores;<br />

Revisar os estoques obsoletos ou que estejam sem uso por algum tempo;<br />

Analisar e atualizar periodicamente os objetivos <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> estoque;<br />

Estabelecer regras claras para os pedidos urgentes e não planejados, que somente<br />

<strong>de</strong>vem ser aceitos a partir do momento que não signifiquem um impacto no<br />

atendimento aos <strong>de</strong>mais clientes existentes no processo, obe<strong>de</strong>cendo a uma<br />

classificação <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s estabeleci<strong>da</strong>s pela organização.<br />

Distribuição<br />

A distribuição física consiste basicamente em três elementos globais: recebimento,<br />

armazenagem e expedição.<br />

A distribuição é um processo que está normalmente associado ao movimento <strong>de</strong><br />

material <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> produção ou armazém até o cliente.


Prof. Marcelo Rogério Zitta Ambientes <strong>de</strong> Negócios e a Empresa<br />

As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s abrangem as funções <strong>de</strong> gestão e controle <strong>de</strong> estoque, manuseio <strong>de</strong><br />

materiais ou produtos acabados, transporte armazenagem, administração <strong>de</strong><br />

pedidos, analise <strong>de</strong> locais e re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distribuição, entre outras.<br />

A distribuição como vantagem competitiva.<br />

A infra-estrutura <strong>de</strong> distribuição no Brasil ain<strong>da</strong> é precária.<br />

O processo <strong>de</strong> distribuição tem sido foco permanente <strong>da</strong>s organizações uma vez<br />

que os custos nele existentes são elevados e as oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s são muitas.<br />

Praticas <strong>de</strong> Negócio no Planejamento <strong>da</strong> Distribuição<br />

Promover a integração consistente entre as organizações do processo para<br />

i<strong>de</strong>ntificar disfunções e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s a fim <strong>de</strong> obter respostas rápi<strong>da</strong>s e<br />

eficientes para as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> distribuição e avaliar alternativas que<br />

viabilizem o atendimento no plano <strong>de</strong> distribuição;<br />

Construir relacionamentos com clientes para estabelecer e nivelar expectativas<br />

quanto ao prazo <strong>de</strong> entrega e à disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produto;<br />

Reduzir retornos <strong>de</strong> produtos com a eliminação <strong>de</strong> condições especiais <strong>de</strong><br />

negociação promovi<strong>da</strong>s por ven<strong>da</strong>s;<br />

Elaborar previsões em conjunto com os clientes para reduzir incertezas;<br />

Estabelecer regras claras para os pedidos urgentes e não planejados, que somente<br />

<strong>de</strong>vem ser aceitos a partir do momento que não signifiquem um impacto no<br />

atendimento aos <strong>de</strong>mais clientes existentes no processo, obe<strong>de</strong>cendo a uma<br />

classificação <strong>de</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s estabeleci<strong>da</strong>s pela organização;<br />

Utilizar a tecnologia <strong>da</strong> informação para trocar <strong>da</strong>dos;<br />

Otimizar a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> e recursos visando o serviço ao cliente;<br />

Estabelecer priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> entrega basea<strong>da</strong>s no relacionamento com clientes;<br />

Alocar produtos consi<strong>de</strong>rando métodos <strong>de</strong> entrega e saí<strong>da</strong> do produto terminado<br />

do armazém, por exemplo, First In First Out – FIFO, ou PEPS – Primeiro a<br />

Entrar, Primeiro a Sair;<br />

Utilizar sistemas integrados que possam aju<strong>da</strong>r a equilibrar a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> em<br />

relação aos recursos <strong>da</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> <strong>abastecimento</strong>;<br />

Colaborar com os <strong>de</strong>partamentos e as organizações que <strong>de</strong> alguma forma afetam<br />

as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> <strong>abastecimento</strong>, tais como clientes, fornecedores,<br />

produção, ven<strong>da</strong>s, marketing, distribuição e compras;<br />

Sincronizar os sistemas <strong>de</strong> planejamento e sistemas transacionais ERP.<br />

EMPURRAR<br />

O conceito <strong>de</strong> empurrar um produto está associado quase sempre a um ponto <strong>de</strong> pedido.<br />

Em função <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong>, o estoque vai sofrendo um <strong>de</strong>créscimo e quando atinge<br />

uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> pre<strong>de</strong>fini<strong>da</strong> efetua-se o re<strong>abastecimento</strong>.<br />

O calculo do ponto <strong>de</strong> pedido consi<strong>de</strong>ra variáveis importantes, como tempo <strong>de</strong><br />

transporte, tempo <strong>de</strong> produção e estoque <strong>de</strong> segurança.


Prof. Marcelo Rogério Zitta Ambientes <strong>de</strong> Negócios e a Empresa<br />

PUXAR<br />

Esse conceito esta associado a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> real. O estoque será abastecido, e os produtos<br />

serão produzidos com base na necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> dita<strong>da</strong> pelo consumidor.<br />

Processo <strong>de</strong> Administração <strong>de</strong> Pedidos<br />

Conceitos mais avançados <strong>de</strong> relacionamento com clientes tem provocado mu<strong>da</strong>nças<br />

significativas no fluxo e na administração <strong>de</strong> pedidos.<br />

As características dos pedidos variam <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> produto ou<br />

serviço.<br />

Os pedidos orientados para os bens <strong>de</strong> consumo apresentam variações em<br />

relação aos pedidos ou or<strong>de</strong>ns volta<strong>da</strong>s para a indústria automotiva:<br />

o O nível <strong>de</strong> especificações, tempos <strong>de</strong> negociação <strong>de</strong> entrega, valores<br />

envolvidos e contratos <strong>de</strong> implementação ou suporte são algumas <strong>da</strong>s<br />

características presentes.<br />

o Uma concessionária que emite or<strong>de</strong>ns relaciona<strong>da</strong>s à compra <strong>de</strong><br />

caminhões apresenta diferenças dos pedidos emitidos pelo Carrefour ou<br />

Extra para comprar xampus <strong>da</strong> Elina Gibbs ou Frau<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />

Procter&Gamble.<br />

o Enquanto a concessionária terá <strong>de</strong> esperar semanas para receber o<br />

veiculo, os hipermercados esperam dias ou ate mesmo horas.<br />

o Xampus e fral<strong>da</strong>s são produtos que normalmente são produzidos para<br />

aten<strong>de</strong>r a uma cobertura <strong>de</strong> estoque preestabeleci<strong>da</strong>.<br />

IMPORTANTE:<br />

1. Utilizar as boas práticas <strong>de</strong> negocio é fun<strong>da</strong>mental;<br />

2. Enten<strong>de</strong>r o consumidor é fun<strong>da</strong>mental;<br />

3. Deve-se ter cui<strong>da</strong>do com as falsas tecnologias.<br />

Fonte: BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento<br />

<strong>da</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> <strong>abastecimento</strong>. São Paulo: Saraiva, 2003.<br />

CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gerenciamento <strong>da</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong><br />

suprimentos: estratégia, planejamento e operação. São Paulo:<br />

Prentice Hall, 2003.


Prof. Marcelo Rogério Zitta Ambientes <strong>de</strong> Negócios e a Empresa<br />

AÇÕES PARA GERENCIAR A CADEIA DE SUPRIMENTOS<br />

O <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> uma <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> logística e sua analise cui<strong>da</strong>dosa nos permitem i<strong>de</strong>ntificar<br />

os pontos on<strong>de</strong> existem oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s reais <strong>de</strong> racionalização do processo e<br />

conseqüente redução <strong>de</strong> custos, ou agregação <strong>de</strong> valor ao cliente.<br />

Os sete princípios <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> logística (An<strong>de</strong>rson, David – Instituto Superior<br />

<strong>de</strong> Logística Industrial, Bor<strong>de</strong>aux):<br />

1. Segmentar os clientes em função <strong>de</strong> suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em matéria <strong>de</strong> serviços;<br />

2. a<strong>da</strong>ptar a malha logística <strong>de</strong> distribuição às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do cliente em matéria<br />

<strong>de</strong> serviço e à rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> por segmento-cliente;<br />

3. Consi<strong>de</strong>rar a repercussão dos sinais do mercado e ajustar o planejamento <strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>man<strong>da</strong>s para assegurar uma previsão confiável, assim como uma divisão<br />

ótima dos recursos;<br />

4. Diferenciar os produtos mais próximos do consumidor e acelerar a conversão no<br />

meio <strong>da</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> logística;<br />

5. Gerenciar estrategicamente as compras para reduzir o custo total <strong>de</strong> estocagem;<br />

6. Desenvolver uma estratégia tecnológica global <strong>da</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> logística para apoiar os<br />

<strong>processos</strong> <strong>de</strong> toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e para uma visão clara dos fluxos <strong>de</strong> produtos,<br />

<strong>de</strong> serviços e <strong>de</strong> informações;<br />

7. Medir o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> logística.<br />

Uma contribuição notável para a compreensão do conceito <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> suprimentos é<br />

ofereci<strong>da</strong> pela Teoria <strong>da</strong>s Restrições (Theory of Constraints), populariza<strong>da</strong> a partir do<br />

famoso livro <strong>de</strong> Goldratt, A Meta:<br />

Nessa obra fica evi<strong>de</strong>nte que o resultado esperado <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> produção está<br />

diretamente relacionado com o principal gargalo existente.<br />

O ganho ou per<strong>da</strong> em uma <strong>da</strong>s etapas <strong>da</strong> produção não são resultados isolados e<br />

sim fatores que afetarão os resultados finais.<br />

As conclusões <strong>de</strong> Goldratt po<strong>de</strong>m ser aplica<strong>da</strong>s à <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> logística, consi<strong>de</strong>randose<br />

os componentes <strong>da</strong> mesma (fornecedores, produção, distribuição, clientes)<br />

como passiveis <strong>de</strong> se tornarem gargalos.<br />

O i<strong>de</strong>al <strong>da</strong> gestão <strong>de</strong> uma <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> suprimentos seria o mesmo que se espera <strong>de</strong> uma<br />

produção alinha<strong>da</strong> com base na teoria <strong>da</strong>s restrições: um funcionamento balanceado<br />

on<strong>de</strong> a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> empresa integrante <strong>da</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> seja equilibra<strong>da</strong> com a<br />

<strong>de</strong>man<strong>da</strong> o mercado imediatamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>la.<br />

A teoria <strong>da</strong>s restrições estabelece alguns passos simples mostrando como agir para a<br />

obtenção do máximo retorno. Esses passos são:<br />

1. I<strong>de</strong>ntifique o gargalo (restrição) no seu processo;<br />

2. Deci<strong>da</strong> como utilizar melhor o gargalo;<br />

3. Subordine todos os recursos no sentido <strong>de</strong> melhorar o gargalo;<br />

4. Eleve a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> do gargalo;<br />

5. Reinicie o processo procurando i<strong>de</strong>ntificar novo gargalo.


Prof. Marcelo Rogério Zitta Ambientes <strong>de</strong> Negócios e a Empresa<br />

Os passos mostrados po<strong>de</strong>m ser a<strong>da</strong>ptados a uma <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> suprimentos <strong>de</strong> modo que a<br />

meta seja tornar o produto final, à disposição do consumidor, o mais competitivo<br />

possível, não nos esquecendo que estamos atuando em uma economia global.<br />

Um dos recursos que tem sido empregado para transformar em pratica, os conceitos <strong>de</strong><br />

<strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> logística, é o ECR (Efficient Consumer Response) ou Resposta Eficiente ao<br />

Consumidor.<br />

Bibliografia <strong>de</strong> Apoio:<br />

Logística e Gerenciamento <strong>da</strong> Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos –<br />

Coleção Coppead <strong>de</strong> Administracao – editora Atlas: 2003.<br />

Atuali<strong>da</strong><strong>de</strong>s na Logística – Log &Mamm – IMAM<br />

Logística e Gerenciamento <strong>da</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> Abastecimento<br />

Paulo Roberto Bertaglia, Editora Saraiva: 2003.


Prof. Marcelo Rogério Zitta Ambientes <strong>de</strong> Negócios e a Empresa<br />

Exercício proposto: Estudo <strong>de</strong> Caso em Logística<br />

Tradução <strong>da</strong> matéria do periódico "Capital 4/2006", páginas 46 até 49.<br />

Pobres concorrentes<br />

Toyota irresistível. O motivo para este triunfo: Justiça em relação aos concorrentes. Um<br />

estudo mostra que os japoneses fazem certo e VW ou Ford errado.<br />

Controle final na Toyota.<br />

Nos rankings mundiais <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> os japoneses sempre estão no primeiro grupo.<br />

Qual montadora automobilística vale 152 bilhões <strong>de</strong> Euros na bolsa <strong>de</strong> valores, mais do que<br />

DaimlerChrysler, BMW, Renault, VW, General Motors (GM) e Ford juntas? Quem entra<br />

no ano <strong>de</strong> 2006 sendo o maior fabricante mundial com mais <strong>de</strong> nove milhões <strong>de</strong> veículos<br />

vendidos, ultrapassando a GM que, durante muitos anos sempre foi a número um? Quem<br />

<strong>de</strong>termina critérios <strong>de</strong> uma produção eficiente e está na frente em quase todos os rankings<br />

<strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>? Muitas perguntas e sempre a mesma resposta: Toyota, Toyota, Toyota.<br />

O melhor <strong>de</strong> sua classe. Firmes, o diretor presi<strong>de</strong>nte Katsuaki Watanabe e sua equipe<br />

alcançam um sucesso atrás do outro. No ano fiscal <strong>de</strong> 2005/06, o qual fin<strong>da</strong> em março, a<br />

gigante automobilística prevê um lucro em torno <strong>de</strong> 10,7 bilhões <strong>de</strong> dólares, o quarto<br />

recor<strong>de</strong> consecutivo. Com inveja, a diretoria <strong>da</strong> VW observa a distância. Um comparativo<br />

com concorrentes mostra que a Toyota aparece com folga como mo<strong>de</strong>lo para as <strong>de</strong>mais:<br />

"Melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produto, custos baixos, maior satisfação <strong>de</strong> clientes e uma cultura <strong>de</strong><br />

conseqüência e focalização"; é o que resume a análise interna.<br />

Um dos principais motivos dos japoneses li<strong>de</strong>rarem em muitas áreas é o trabalho conjunto<br />

com seus fornecedores, segundo o estudo <strong>da</strong> Boston Consulting Group (BCG). "O tipo e<br />

modo que a Toyota trabalha com seus parceiros comerciais são únicos", é o que afirma<br />

Franz Dietz, <strong>da</strong> BCG. No verão <strong>de</strong> 2005 os consultores entrevistaram mais <strong>de</strong> 50<br />

fornecedores na Alemanha, Europa e Ásia, e <strong>de</strong>scobriram a receita do sucesso.<br />

Um ranking <strong>de</strong> simpatia do "Automotive News" teria <strong>de</strong>spertado sua curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>. O


Prof. Marcelo Rogério Zitta Ambientes <strong>de</strong> Negócios e a Empresa<br />

periódico especializado queria saber dos fornecedores com qual montadora automobilística<br />

eles mais gostariam <strong>de</strong> fechar negócio. Toyota foi a que mais se <strong>de</strong>stacou com 1,2 pontos,<br />

segui<strong>da</strong> <strong>da</strong> BMW e Merce<strong>de</strong>s-Benz. A escala <strong>de</strong> notas começa <strong>de</strong> menos 2 (nenhum<br />

negócio), passando por menos 1 (poucos negócios), zero (mesmo volume <strong>de</strong> negócios),<br />

mais 1 (mais negócios) e, por último, mais 2 (muito mais negócios).<br />

Ranking <strong>de</strong> simpatia, escala <strong>de</strong> -2 até +2.<br />

Parecer dos fornecedores<br />

Na questão para saber dos fornecedores com qual montadora automobilística eles mais<br />

gostariam <strong>de</strong> fechar negócios, a Toyota ficou em primeiro lugar, Ford, Fiat e Saab ficaram<br />

nas últimas posições.<br />

O grupo VW com suas subsidiárias Audi, Seat e Ško<strong>da</strong> estão bastante atrás. Na lanterna<br />

estão a GM européia, representa<strong>da</strong> pelas marcas Opel e Saab, a Fiat e a Ford européia (veja<br />

o gráfico acima: "Parecer dos fornecedores").<br />

Justiça. A forma como os fabricantes tratam em <strong>de</strong>talhes com seus fornecedores mostra um<br />

panorama sobre os aspectos que mais <strong>de</strong>terminam em um trabalho conjunto: Quem cumpre<br />

os preços acor<strong>da</strong>dos possibilita um rendimento aceitável, recompensa idéias para redução<br />

<strong>de</strong> custos, tem respeito perante Know-How externo, protege a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> intelectual ou<br />

então aju<strong>da</strong> a resolver problemas? Conclusão: Em todo lugar Toyota está na frente.<br />

As conseqüências <strong>de</strong> um mau relacionamento entre montadoras automobilística e<br />

fornecedores é precária: Mais <strong>da</strong> meta<strong>de</strong> <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> recall são causa<strong>da</strong>s por peças<br />

<strong>de</strong>feituosas <strong>de</strong> fornecedores. Isto custa dinheiro e prejudica a imagem <strong>da</strong> marca <strong>de</strong> veículos<br />

em questão.<br />

"Justiça é o que exemplifica os princípios aplicados pela Toyota", diz Dietz. "A filosofia<br />

administrativa está apoia<strong>da</strong> sobre dois indicadores básicos: Melhorias contínuas e o respeito<br />

com as pessoas, reforçados pelo trabalho em equipe, confiança e comunicação correta com<br />

ca<strong>da</strong> um que trabalha para a Toyota."


Prof. Marcelo Rogério Zitta Ambientes <strong>de</strong> Negócios e a Empresa<br />

O que é um contraste para muitos fabricantes, que sem consi<strong>de</strong>ração repassam seus erros<br />

administrativos sobre os fornecedores e lutam contra problemas <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e sobrecargas.<br />

Todos ficam na promessa: Também na Alemanha, os "Fun<strong>da</strong>mentos <strong>de</strong> parcerias"<br />

elaborado pela associação <strong>da</strong> indústria automobilística (VDA) em 2001, possuem, em sua<br />

maior parte, apenas palavras. Siegfried Roth, especialista em montadoras e fornecedores,<br />

membro <strong>da</strong> diretoria do sindicado "IG-Mettal", registrou novamente neste período um<br />

"achatamento <strong>de</strong> preços" assim como uma "pressão sobre os fornecedores para a<br />

produzirem no leste europeu a preços mais baixos, ou então em países asiáticos, mesmo isto<br />

estando vinculado a gran<strong>de</strong>s riscos".<br />

Quem paga são os funcionários <strong>de</strong> fornecedores e montadoras automobilísticas. O chefe <strong>da</strong><br />

GM, Rick Waggoner, que nos meses anteriores <strong>de</strong>mitiu mais <strong>de</strong> 12.000 empregos na<br />

Europa, preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>mitir mais 30.000 funcionários nos Estados Unidos até 2008, e fechar<br />

cinco uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s fabris. A Fiat <strong>de</strong>mite 7500 postos <strong>de</strong> trabalho. O chefe <strong>da</strong> Ford, Bill Ford,<br />

em 23 <strong>de</strong> janeiro faz cortes drásticos: São 30.000 funcionários nos Estados Unidos e 14<br />

fábricas estão para serem fecha<strong>da</strong>s.<br />

BMW série 3 com componentes dos fornecedores.<br />

A montadora <strong>de</strong> Munique pe<strong>de</strong> em primeiro lugar inovação, <strong>de</strong>pois preços atrativos.<br />

No mais tar<strong>da</strong>r em maio, em sua assembléia geral, a VW também <strong>de</strong>verá avaliar os fatos. A<br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> suas seis uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s alemãs <strong>de</strong> montagem e componentes, inclusive a <strong>de</strong><br />

Bruxelas, estão muito aquém <strong>da</strong> concorrência. O chefe <strong>de</strong> marcas, Wolfgang Bernhard,<br />

"prevê <strong>de</strong>svantagens", 30.000 postos <strong>de</strong> trabalho estão em questão. O número somente cai<br />

significativamente quando o custo administrativo baixar e os envolvidos estiverem <strong>de</strong><br />

acordo em trabalhar recebendo até 20% menos.<br />

Para melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, Bernhard quer que seja implementa<strong>da</strong> uma<br />

radical "pesquisa <strong>de</strong> reclamações" nas autopeças <strong>da</strong> VW, mu<strong>da</strong>r o relacionamento com os<br />

fornecedores: "Nós precisamos <strong>de</strong> parceiros fortes que nos falem suas opiniões e aju<strong>de</strong>m a<br />

superar os <strong>de</strong>safios".


Prof. Marcelo Rogério Zitta Ambientes <strong>de</strong> Negócios e a Empresa<br />

O que ele ou Birgit Behrendt, chefe <strong>de</strong> compras <strong>da</strong> Ford européia, po<strong>de</strong>riam apren<strong>de</strong>r com a<br />

Toyota? A regra mais importante é simples, mas difícil <strong>de</strong> ser aplica<strong>da</strong> na prática: Tratar os<br />

fornecedores <strong>de</strong> modo digno e com justiça. Ela está apoia<strong>da</strong> em três princípios que são<br />

mantidos com conseqüência radical: longo trabalho conjunto e controle <strong>de</strong> todos <strong>de</strong>talhes e<br />

procedimentos, assim como a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> dos fornecedores, estes<br />

que <strong>de</strong>vem melhorar continuamente.<br />

In<strong>de</strong>pendência. Um ponto chave supera os <strong>de</strong>mais: A Toyota não cria nenhuma situação <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>pendência com ninguém, e ela é a única montadora automobilística que opera uma<br />

fábrica <strong>de</strong> semicondutores, on<strong>de</strong> são produzidos transistores complexos feitos <strong>de</strong> discos <strong>de</strong><br />

silício em uma linha <strong>de</strong> produção com 250 passos <strong>de</strong> trabalho em salas totalmente isentas<br />

<strong>de</strong> poeira, o que lhe proporciona a autonomia <strong>de</strong> assumir o comando <strong>de</strong> propulsores<br />

híbridos <strong>de</strong> motores a gasolina e motores elétricos.<br />

"A empresa é bastante conservadora", diz Dietz, conselheiro <strong>da</strong> BCG. "Antes que ela se<br />

<strong>de</strong>ci<strong>da</strong> sobre um fornecedor, transcorre um longo período: <strong>de</strong> três a cinco anos para<br />

produtos complexos, e até dois anos para componentes simples." Para os concorrentes <strong>da</strong><br />

Europa e dos EUA é suficiente um período <strong>de</strong> um a dois anos, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do que se trata.<br />

Um cliente em potencial sempre <strong>de</strong>verá explicar e apresentar as vantagens <strong>de</strong> uma<br />

tecnologia, isto po<strong>de</strong> ser em um encontro com engenheiros <strong>da</strong> Toyota, em feiras<br />

especializa<strong>da</strong>s em tecnologia, em visitas feitas à central, em Toyota City, localiza<strong>da</strong> aprox.<br />

350 Km a sudoeste <strong>de</strong> Tókio, ou então em salões internacionais.<br />

Se um fornecedor provar que seus componentes e produtos po<strong>de</strong>m aten<strong>de</strong>r a tecnologia <strong>de</strong><br />

ponta, indiferente <strong>de</strong> como estes possam aparecer, suas chances crescerão. Vantagem para<br />

ele se já trabalha em conjunto com a BMW ou Merce<strong>de</strong>s-Benz (criadores <strong>de</strong> inovações),<br />

Hon<strong>da</strong> (quali<strong>da</strong><strong>de</strong> excepcional) e Nissan (baixos custos).<br />

As notas em <strong>de</strong>talhes: Como montadoras automobilísticas se relacionam com os<br />

fornecedores<br />

A montadora ...<br />

... permite uma rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> aceitável.<br />

... cumpre os preços acor<strong>da</strong>dos.<br />

... recompensa idéias <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> custos.<br />

... não faz pressão para baixar os preços.<br />

... aju<strong>da</strong> a evitar problemas.<br />

... tem gran<strong>de</strong> respeito com o Know-How.<br />

... conduz negociações <strong>de</strong>mora<strong>da</strong>s (não apressa<strong>da</strong>s).<br />

... respeita e protege a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> intelectual.<br />

Seleção: 9 <strong>de</strong> 15 fornecedores. Postos no ranking, baseados em notas individuais. 1)<br />

Grupo VW. 2) Opel, Saab. Fontes: Automotive News Europe/OEM-Supplier Relationship


Prof. Marcelo Rogério Zitta Ambientes <strong>de</strong> Negócios e a Empresa<br />

Survey 2005.<br />

A Toyota realiza um rigoroso Benchmarking. Compradores e engenheiros <strong>de</strong>vem estar<br />

absolutamente seguros <strong>de</strong> que são os únicos responsáveis para o sucesso ou o fracasso.<br />

Uma vez listado um fornecedor, é garantido um volume <strong>de</strong> negócios mínimo suficiente. O<br />

período <strong>de</strong> contrato não está em função <strong>de</strong> um veículo, o qual é renovado após seis anos,<br />

mas em função do tempo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> útil do respectivo componente. Inclusive com as<br />

contínuas melhorias o período po<strong>de</strong> ser prolongado em até 15 anos. Resultado: Tempo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento mais curto, custos reduzidos para a implementação <strong>de</strong> novos ferramentais,<br />

alta quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Nós precisamos <strong>de</strong> fornecedores com bom fôlego financeiro, que nos falem suas opiniões<br />

e aju<strong>de</strong>m a superar os <strong>de</strong>safios." – Wolfgang Bernhard, chefe <strong>de</strong> marcas VW<br />

No principal índice <strong>de</strong> satisfação <strong>de</strong> cliente no mercado norte-americano, o JD Power, que<br />

inclui muitos compradores, há muito tempo a Toyota é a marca <strong>de</strong> massas mais bem<br />

sucedi<strong>da</strong> entre 37 montadoras, o Lexus, sua marca <strong>de</strong> luxo, está em primeiro lugar (veja<br />

abaixo: "Melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong>").<br />

Melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Nos EUA a Toyota e Lexus comemoram resultados espetaculares. No teste estão 37<br />

montadoras.<br />

Ranking <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, posições


Prof. Marcelo Rogério Zitta Ambientes <strong>de</strong> Negócios e a Empresa<br />

Marca <strong>de</strong> luxo <strong>da</strong> Toyota, base: Número <strong>de</strong> falhas em três anos <strong>de</strong> uso dos veículos. Fonte:<br />

JD Power.<br />

Mesmo assim os japoneses <strong>de</strong>vem tomar cui<strong>da</strong>do para não cair. O gran<strong>de</strong> crescimento, o<br />

qual alavancou em termos mundiais o número <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> seis para oito milhões <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

ano 2000, tem o seu custo. "Há um aumento <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> recall que no ano 2005 incluiu<br />

mundialmente quase três milhões <strong>de</strong> veículos", conforme uma análise do Center of<br />

Automotive Research para a facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Gelsenkirchen.<br />

"Somente na Alemanha foram sete ações <strong>de</strong> recall."<br />

Recuo. A diretoria <strong>da</strong> Toyota já <strong>de</strong>tectou e indicou o risco <strong>de</strong> sobrecarregar mais ain<strong>da</strong> os<br />

fornecedores. "A parceria é como um casamento", diz o chefe <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um<br />

fornecedor alemão. "Com gran<strong>de</strong> movimentação e boa vonta<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos estar felizes, mas<br />

do contrário, existe a separação."<br />

A Toyota acompanha com o extremo cui<strong>da</strong>do <strong>de</strong> como um componente é construído – o<br />

método GD3 (método dos 3 GDs) é legendário: "Good Dicussion, Good Design, Good<br />

Dissection".<br />

Isto significa: Após uma boa discussão surge um módulo <strong>de</strong> projeto i<strong>de</strong>al que po<strong>de</strong> ser<br />

montado <strong>de</strong> forma rápi<strong>da</strong> e simples na linha <strong>de</strong> produção.<br />

Quanto que po<strong>de</strong> ser o custo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> um veículo? Esta pergunta também intriga o<br />

chefe <strong>de</strong> marcas Bernhard. Ele olha a Toyota com respeito e vê uma "gran<strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> negociações" em Wolfsburg: "Nossos clientes não querem mais bancar o custo que nós<br />

geramos."<br />

"Os técnicos <strong>da</strong> Toyota são totalmente <strong>de</strong>talhistas", explica o diretor <strong>de</strong> um fornecedor<br />

europeu. "Apenas um <strong>de</strong>les faz com três ou quatro <strong>de</strong> nossos engenheiros suem bastante."<br />

Típicos são os "Five why's": Quem trabalha para a Toyota não pergunta apenas uma vez,<br />

mas cinco vezes sobre uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> dúvi<strong>da</strong>. Mesmo assim os funcionários não<br />

aparecem como especialistas, do contrário: Os fornecedores são tidos como especialistas, a<br />

opinião <strong>de</strong>les é que vale. Os japoneses esperam uma transparência total, sugestões próprias<br />

e respostas rápi<strong>da</strong>s quando ocorrerem problemas, mesmo nos finais <strong>de</strong> semana, diz Dietz.<br />

Prazos curtos são normais, são obrigatórios os checklists com exemplos para construções<br />

boas e ruins, assim como são obrigatórios os testes completos que mostram realmente se a


Prof. Marcelo Rogério Zitta Ambientes <strong>de</strong> Negócios e a Empresa<br />

peça é durável ou não.<br />

Ca<strong>da</strong> mês a Toyota fornece dois relatórios que compreen<strong>de</strong>m tanto a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> como a<br />

confiança <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> todos componentes. Se aparecem problemas, os engenheiros<br />

vão procurar na fábrica a solução juntamente com os funcionários, falando com os mesmos.<br />

Os lí<strong>de</strong>res mesmo <strong>de</strong>verão tomar parte <strong>de</strong>ste caso. A Toyota espera por uma solução com<br />

um prazo <strong>de</strong> 14 dias. Quem se esforça é premiado com novos pedidos: em 1988 a Toyota<br />

elege nos EUA o fabricante <strong>de</strong> assentos Johnson Controls (JC) e em 1994 lhe propôs um<br />

Joint Venture com o maior fabricante <strong>de</strong> assentos do Japão, a Araco. Hoje a JC fornece<br />

56% <strong>de</strong> todos assentos <strong>de</strong> veículos Toyota produzidos nos EUA, o Joint Venture alcança<br />

32%.<br />

Po<strong>de</strong>mos estar seguros que a Toyota ain<strong>da</strong> continua a <strong>de</strong>sbancar a concorrência. Uma<br />

análise <strong>de</strong> especialistas <strong>da</strong> BCG dá o prognóstico <strong>de</strong> que o gigante automobilístico chegue a<br />

fornecer aproxima<strong>da</strong>mente 15 milhões <strong>de</strong> veículos em 2015.<br />

Walter Hillebrand<br />

PERGUNTAS:<br />

1. Qual o papel do planejamento no sucesso <strong>da</strong> Toyota? Descreva ain<strong>da</strong> a relação<br />

entre a Deman<strong>da</strong> e o Planejamento nesta montadora.<br />

2. Sabe-se que Henry Ford i<strong>de</strong>alizou e projetou um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> automóvel e em<br />

1903 fundou a Ford Motor Co., com a idéia <strong>de</strong> fabricar carros a preço e<br />

condições populares. Entre 1905 e 1910 promoveu a gran<strong>de</strong> inovação do século<br />

XX: a produção em massa, que basea<strong>da</strong> na simplici<strong>da</strong><strong>de</strong>, tem três aspectos<br />

básicos: Em 1926 tinha 88 fábricas, empregando 150.000 pessoas e produzindo<br />

2 milhões <strong>de</strong> uni/ano. Utilizou um sistema <strong>de</strong> concentração vertical, ou seja,<br />

produzindo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a matéria-prima inicial ao produto final acabado, além <strong>da</strong><br />

concentração horizontal, através <strong>de</strong> uma <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> distribuição comercial com<br />

lojas próprias. Entretanto, ao longo do século XX o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão <strong>da</strong>s<br />

montadoras <strong>de</strong> veículos passou por serias mu<strong>da</strong>nças. Dentro <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong><br />

logística que benefícios as montadoras <strong>de</strong> veículos e as indústrias, <strong>de</strong> maneira<br />

geral, po<strong>de</strong>m aproveitar? Ain<strong>da</strong>, por que <strong>de</strong>vemos tratar a <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> produtiva como<br />

um Sistema Aberto? O que caracteriza este tipo <strong>de</strong> sistema?<br />

3. Em que fase <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong> Logística po<strong>de</strong> ser enquadra<strong>da</strong> a Toyota?<br />

Descrevam, ain<strong>da</strong>, três fatores relacionados a gestão <strong>da</strong> <strong>ca<strong>de</strong>ia</strong> <strong>de</strong> suprimentos -<br />

SCM, que contribuem para o sucesso <strong>da</strong> Toyota. Detalha<strong>da</strong>mente.<br />

4. Consi<strong>de</strong>rem que vocês foram contratados como consultores pela Ford, que<br />

conforme gráfico acima, está na última posição no Ranking <strong>de</strong> Simpatia,<br />

avaliado pelos fornecedores. Ain<strong>da</strong>, foi solicitado, pelo gestor <strong>da</strong> área <strong>de</strong> Supply<br />

Chain uma pesquisa <strong>da</strong>s melhores praticas <strong>de</strong> mercado. Que sugestões vocês<br />

<strong>da</strong>riam para este gestor baseados no estudo <strong>da</strong> Toyota? Estruturem uma proposta<br />

a ser apresenta<strong>da</strong> em segui<strong>da</strong>.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!