Obra Completa

Mais alem anda outro a combater com as
aguas doidas.
— Tem cuidado, camarada, não te deixes
afundar!
Mais lá, ao longe, ainda, outro, já sem
barco, lucta a braço com as ondas.
—Camarada faz tanto mar! Tem coragem
não te deixes succumbir.
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Assim eu teço, com recordações saudosas,
um mundo de sonho, que cabe no meu cérebro,
mas por onde a minha alma se dilata como num
praiamar capitoso. Nesse mundo fremente e
rumurante, eu vivo a vida doutrora, que a
rememoração chama da sua desgarrada longínqua
para a hora actual, que é quasi de chimeras
fundidas. Por esse mundo sonâmbulo, vagueiam
phantasmas, a que a minha imaginação dá corpo
e reverbero.
Com elles fallo e communico.
São velhos amigos, camaradas antigos,
antigos conhecimentos. Cada um a luctar pela
própria vida, alguns talvez a sossobrar, (faz
tanto mar, camaradas I), mas todos na juventude
da audacia para o combate tremendo pela vida
commum.
E nesse momento, do meu sonho, passo
sem transição para a realidade. Realmente o
exercito de velhos gladiadores existe. Disperso,