Obra Completa

sao os primeiros a saudar uma cobardia, a justificar
uma capitulação ou a thuriferar um
traidor.
Assim, os da imprensa monarchica, arraçoados
pelo Paço, subsidiados pela policia, que
por decoro proprio deveriam sonegar os telegrammas
da Havas narrando a histórica valentia
dos gregos a defenderem Creta, em contraste
frizante com a reles poltronaria nacional
a entregar Keonga, são os primeiros a louvarem
a altiva energia do rei Jorge jogando o
o throno e a vida contra os couraçados da
França, da Áustria, da Italia, da Allemanha,
da Inglaterra e da Rússia, identificando-se com
o seu povo e levando-o ao combate, exactamente
ao invéz do rei Carlos, levando-nos á
deshonra, capitulando no ultimatum, no 20 de
agosto, em Keonga, em Lourenço Marques, em
toda a parte, transido de medo, deante da insolência
do primeiro pimpão que desce até nós
para nos esbofetear, ou que sóbe até á nossa
honra para nos prostituir.
E como são elles os que nos dão o exemplo
de achar bello o procedimento do rei dos
gregos repontando d'armas na mão, dentro da
lógica e da justiça, são elles que nos conferem
o direito de julgar a conducta do rei dos portuguezes,
transigindo de joelhos e de mãos erguidas.
Chegamos a isto: para combater a realeza
em Portugal, não ha mister que o epyleptico
João Franco faça dictadura, ou que o
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