DISTÚRBIOS DA VOZ - ANAMT
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PAINEL 1 : O Cuidado Integral à Saúde do Trabalhador:<br />
diagnós?co, nexo causal, tratamento e prevenção de<br />
doenças relacionadas com o trabalho<br />
<strong>DISTÚRBIOS</strong> <strong>DA</strong> <strong>VOZ</strong><br />
Sílvia Maria Ramos<br />
Fonoaudióloga Especialista em Voz – CRFa 5 -‐ 0121<br />
Mestre em Fonoaudiologia:clinica fonoaudiológica PUC/SP<br />
Professora adjunta do departamento de Fonoaudiologia-‐PUC Goiás<br />
Fonoaudióloga – ATIVA Núcleo de Fonoaudiologia<br />
Membro da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia<br />
Presidente do CREFONO5
<strong>VOZ</strong><br />
• Tem um papel importante na comunicação,<br />
sendo um dos meios de interação entre o<br />
indivíduo e o meio<br />
• SEU CARTÃO DE VISITA<br />
• TRANSMITE EMOÇÃO E PERSONALI<strong>DA</strong>DE
Psicodinâmica da voz<br />
• Influenciamos e somos influenciados pela<br />
voz do outro.<br />
Qualidade vocal<br />
– Rouca:<br />
– Monótona:<br />
– Infan?lizada:<br />
– Rápida:<br />
– Lenta:<br />
cansaço, estresse<br />
desinteresse<br />
dependência / ingenuidade<br />
ansiedade e pressa<br />
falta de organização de idéias<br />
(Behlau, 2001)
Voz como Instrumento de Trabalho<br />
• Instrumento de<br />
aproximação ou<br />
afastamento do ouvinte<br />
• Sinal de qualidade nas<br />
relações inter-‐pessoais<br />
• Influência na dinâmica<br />
do ensino-‐<br />
aprendizagem<br />
• Estratégias de<br />
persuasão
ENFOQUES ATUAIS NA PROFISSÃO<br />
• PLASTICI<strong>DA</strong>DE VOCAL<br />
• RESISTÊNCIA VOCAL<br />
• INTERATIVI<strong>DA</strong>DE SOCIAL<br />
• QUALI<strong>DA</strong>DE DE VI<strong>DA</strong>
<strong>VOZ</strong> NORMAL<br />
Não existe uma definição aceitável<br />
Por falta de padrões ou limites definidos<br />
• O conceito mais correto é o de voz adaptada, ou<br />
seja, em que a pessoa (ou trabalhador) demonstra<br />
estabilidade e resistência ao uso específico,<br />
laborativo e/ou social, que habitualmente faz da voz.
DISTÚRBIO DE <strong>VOZ</strong> DISFONIA<br />
“ Qualquer dificuldade na<br />
emissão vocal que impeça a<br />
produção natural da voz ”.<br />
Classificação : Funcionais<br />
Organo-‐funcionais<br />
Orgânicas<br />
(Behlau & Pontes, 1995)
Comportamento vocais<br />
inadequadas<br />
Condições<br />
de Saúde<br />
DISFONIA<br />
Fatores<br />
Psicoemocionais<br />
Lesões<br />
Laríngeas<br />
Distúrbios<br />
Neuromusculares
Distúrbio da voz relacionado ao trabalho<br />
• Qualquer alteração vocal diretamente relacionada ao<br />
uso da voz durante a atividade profissional que<br />
diminua, comprometa ou impeça a atuação e/ou a<br />
comunicação do trabalhador. (Costa, 2003)<br />
• Os fatores ambientais e organizacionais atuam como<br />
fatores de risco para o desenvolvimento da doença,<br />
que freqüentemente ocasiona incapacidade laboral<br />
temporária.<br />
• Pode ou não haver lesão histológica nas pregas<br />
vocais secundária ao uso vocal.
Voz do professor<br />
• pesquisas realizadas com professores<br />
brasileiros, utilizando um mesmo instrumento<br />
CPV-P<br />
– Média de 65%<br />
– Variação de 30% a 86,5% (Ferreira et al., 2007)<br />
– Diferentes sintomas e sinais vocais
• FERREIRA et al. (2003) – São Paulo<br />
– 422 professores, da rede pública do município de São<br />
Paulo – sorteados após calculo – quase 32 mil<br />
– Os resultados demonstraram que a média de horas/<br />
aula semanal foi de 37,9 h e a média do tempo de<br />
serviço na profissão foi de 12,3 anos<br />
– Quanto aos sintomas, os mais apresentados, foram a<br />
irritação na garganta (75,3%), seguido de rouquidão<br />
(62,9%), do cansaço ao falar (62,5%), presença de<br />
pigarro (47,3%) e voz fraca (38,3%)<br />
– Fatores ambientais, organizacionais, alergia,<br />
problemas de mastigação, de ATM e auditivos<br />
entre outros – diferenciaram significativamente os<br />
que disseram ter alteração de voz no presente ou<br />
passado, dos que não fizeram tal referencia
Distúrbio da voz relacionado ao trabalho<br />
Epidemiologia<br />
• Estudo comparativo americano entre professores e<br />
não professores: prevalência de distúrbio vocal em<br />
algum momento da atividade profissional em<br />
professores é 57,7% e não professores 28,8%; no<br />
momento da entrevista, em professores é de 11%,<br />
e não professores 6,2%. (ROY e col., 2004)<br />
• Mesmo estudo reproduzido no Brasil: rouquidão em<br />
algum momento da carreira, professores 66,7% e<br />
não professores 57,6%; rouquidão no momento<br />
atual, professores 41,2% e não professores 14,8%.<br />
(BEHLAU e col., 2009)
Distúrbio da voz relacionado ao trabalho<br />
Epidemiologia<br />
• Teleoperadores apontam queixas importantes<br />
como ressecamento na garganta, cansaço ao falar,<br />
rouquidão, perda da voz, falta de ar, tosse<br />
constante, dor ao falar e ao engolir.<br />
(Algodoal, 1995)<br />
• Estudo com teleoperadores x estudantes:<br />
teleoperadores tem 2,1 vezes o risco de apresentar<br />
um ou mais sintomas vocais em relação aos<br />
estudantes. (Jones e col., 2002)
PERFIL DOS PROFISSIONAIS <strong>DA</strong> <strong>VOZ</strong><br />
• Desconhecimento dos fatores maléficos<br />
e benéficos à saúde vocal<br />
• Atividades verbais incompatíveis com a<br />
saúde vocal Uso intenso da voz<br />
• Falta de consciência da necessidade de<br />
acompanhamento de um especialista<br />
Professores – dificuldades em aderir<br />
ao tratamento quando necessário
Distúrbio da voz relacionado ao trabalho<br />
Avaliação<br />
Quadro clínico e diagnóstico<br />
– história ocupacional, clínica e epidemiológica<br />
– levantamento das condições e fatores de risco<br />
ambientais e organizacionais do trabalho<br />
– avaliação clínica, de laringe e outros exames<br />
complementares ORL<br />
– avaliação fonoaudiológica incluindo exame<br />
funcional / acústica da voz<br />
– levantamento de comportamentos e hábitos<br />
relevantes.
Distúrbio da voz relacionado ao trabalho<br />
Prevenção e proteção<br />
• Identificação precoce de alterações vocais<br />
• Identificação e redução/eliminação dos<br />
riscos ambientais e/ou organização do<br />
trabalho.<br />
• Ações educativas.<br />
• Atividades em grupo.
PROGRAMA DE SAÚDE VOCAL<br />
• Informações sobre a Produção vocal<br />
• Fatores benéficos e maléficos para a voz<br />
Educação Vocal<br />
Aquecimento e desaquecimento vocal/<br />
Aperfeiçoamento das habilidades<br />
comunicabvas
Conhecimento do aparelho fonador
PRODUÇÃO VOCAL
SAÚDE<br />
VOCAL
• VÍDEOS<br />
O homem virtual<br />
O som nosso....<br />
O que é bom para o dono é bom para a voz<br />
SINPRO/SP<br />
softwares de fonação e respiração
Recursos utilizados em palestras,<br />
oficinas, campanhas<br />
• Folhetos ou jornais educativos<br />
• Magneto, régua, lápis, caneta...<br />
• Garrafinha de água personalizada<br />
• Mensagens no holerite, site, e-mail<br />
Campanha Semana da Voz, Dia<br />
do professor, datas<br />
comemorativas...<br />
Dia mundial da voz -‐ 16 de abril
Oficina de Voz = Aspectos a serem<br />
trabalhados - incentivar<br />
• Hidratação constante, com água em pequenos<br />
goles<br />
• Se for preciso gritar – usar o apoio respiratório<br />
• Evitar ataques bruscos<br />
• Não usar tons muito graves ou muito agudos<br />
• Praticar aquecimento e desaquecimento vocal<br />
• Maior cuidado: Cantores/ atores > radialistas ><br />
professores
EXERCÍCIOS DE<br />
AQUECIMENTO/<br />
DESAQUECIMENTO<br />
VOCAL
Distúrbio da voz relacionado ao trabalho<br />
Tratamento e reabilitação<br />
• Importância do diagnóstico precoce.<br />
• Importância das ações coletivas.<br />
• Identificação do tratamento necessário:<br />
terapêutico, medicamentos ou cirúrgico.<br />
• Programa de Tratamento e Reabilitação:<br />
equipe multidisciplinar e compreensão de<br />
condições do ambiente e da organização do<br />
trabalho no adoecimento para modificação.<br />
• Verificar a necessidade de afastamento da<br />
função.
Fonoaudiologia<br />
Reabilitação vocal<br />
• Orientação Vocal<br />
• Psicodinâmica Vocal<br />
• Treinamento vocal
Distúrbio da voz relacionado ao trabalho<br />
Notificação<br />
• A Portaria 777/04 do Ministério da Saúde<br />
não inclui o distúrbio de voz entre os<br />
agravos de notificação compulsória ao<br />
Sistema Nacional de Informações de<br />
Agravos de Notificações (SINAN), porém,<br />
os municípios e estados podem<br />
estimular a notificação a outros<br />
sistemas de informações do SUS.<br />
• RJ – desde 2008
Distúrbio da voz relacionado ao trabalho<br />
Procedimentos Administrativos e Periciais para Avaliação<br />
da Incapacidade Laborativa:<br />
• Emissão da CAT:<br />
– havendo suspeita de diagnóstico de Distúrbio de voz<br />
relacionado ao trabalho (DVRT) deve ser emitida a<br />
Comunicação de Acidente do Trabalho;<br />
– a emissão deve acontecer mesmo nos casos em que não<br />
haja incapacidade laborativa – para fins de registro – e<br />
não necessariamente para o afastamento do trabalho.<br />
• Conduta médico-pericial.
Projetos de lei e<br />
Leis aprovadas
Leis de Saúde Vocal – criadas na maioria<br />
para professores<br />
De 1998, até o ano de 2007 = 28 documentos<br />
– maioria, leis de abrangência estadual, mais numerosas<br />
na região sudeste, propostas pelo legislativo, cuja<br />
viabilização compete a uma parceria entre secretarias<br />
de saúde e educação<br />
– As ações propostas, de modo geral, preconizam a<br />
implementação de orientação vocal para o uso<br />
profissional da voz, embora em alguns casos prevejam<br />
desde a promoção até a reabilitação<br />
– Modelo - Maria Lucia Prandi - Lei no. 10.893 de<br />
28/09/2001<br />
– Quantas saíram do papel????
Documento<br />
Distúrbio da voz relacionado ao trabalho<br />
As discussões que deram origem ao protocolo de Distúrbio<br />
de Voz Relacionado ao Trabalho começaram em 1997.<br />
Referencia no assunto : Profa. Dra Léslie Piccologo Ferreira<br />
PUC/SP<br />
Desde então foram realizados vários eventos para a<br />
elaboração do documento.
Documento<br />
Distúrbio da voz relacionado ao trabalho<br />
SBFa.<br />
CRFa.<br />
Iniciativa do CEREST-SP - RENAST<br />
Reuniões no INSS - abril/2004<br />
Comissão de trabalho<br />
DSS/PMSP<br />
HSPM/PMSP<br />
PUC/Grupo de Voz<br />
Min. Previdência<br />
Min. Saúde<br />
Min. Trabalho<br />
Empresas privadas<br />
Sindicatos<br />
<strong>ANAMT</strong><br />
SBLV<br />
SBORL<br />
IAMSPE<br />
CRST
Em 2006, o protocolo foi concluído, mas as<br />
mobilizações para sua regulamentação<br />
esfriaram e só voltaram em 2011, com o CFFa<br />
e os Cerests de São Paulo e Rio de Janeiro<br />
encabeçando as conversas com o Ministério<br />
da Saúde.<br />
Como está o documento atualmente?
Distúrbio da voz relacionado ao trabalho<br />
Comitê Nacional Multidisciplinar de Voz Ocupacional<br />
• Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e<br />
Cirurgia Cérvico Facial (ABORL-CCF)<br />
• Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa)<br />
• Sociedade Brasileira de Laringe e Voz (SBLV)<br />
• Associação Nacional de Medicina do Trabalho<br />
(<strong>ANAMT</strong>)
Documento<br />
Distúrbio da voz relacionado ao trabalho<br />
• A proposta busca estabelecer a força de aspectos<br />
ambientais e de organização do trabalho como fatores<br />
associados para o desenvolvimento do distúrbio de voz<br />
relacionado ao trabalho (DVRT), bem como os impactos<br />
gerados na vida do trabalhador, a fim de conquistar<br />
novas formas de lidar com as repercussões que esses<br />
impactos causam em sua saúde.
Voz e Trabalho<br />
A abordagem deve ser multiprofissional,<br />
coordenada, integrada e hierarquizada,<br />
e todos os profissionais são importantes<br />
e o trabalhador mais ainda !
OBRIGA<strong>DA</strong>!<br />
ramossm@hotmail.com