Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus

A mente ansiosa trabalha correndo atrás do pior, angustiada por não
saber o que reserva o amanhã. Assim, quanto mais energia alguém
dedica à ansiedade, mais insaciável ela se torna, e mais fraca a
pessoa se sentirá em relação o poder do que ainda não é...
Chega o ponto em que drenada, impotente, angustiada, gelada de
medo, a pessoa passa a crer que todo o mal que ela teme a
alcançará... e, assim, imagina que todas as não-soluções lhe
acometerão...
A ansiedade é a fé no pior; título de crédito antecipado no cãos; é
filha da desconfiança; é tão certa quanto a culpa de cada um; é tão
implacável quanto o vaticínio de inimigos; é tão covarde quanto o
diabo.
Ansiedade também é gerada por cobiça e frustração de se ter
colocado em um patamar mais elevado do que a realidade permite.
A auto divinização não se conceber em um patamar menor do que
esse. Quando os embates e as agruras solapam a cobiça e o orgulho,
a ansiedade se instala, restando uma atitude mental adoecida,
configurada como pessimismo crônico.
Por essa razão, assim como a fé é a certeza das boas coisas... a
ansiedade gerada por todas essas coisas, é a expectativa
amedrontada de tudo o que é ruim. A mentalidade passa a ser
orientada por uma trilha do cãos.
Daí, não raramente, a ansiedade chamar à existência justamente as
coisas que pela ansiedade se teme... e das quais se foge... ou se luta
buscando fazer prevenção.
Na ansiedade não há fé sadia, pois, onde há fé sadia, aí não há
ansiedade!
Na melhor das hipóteses a ansiedade gera uma fé doentia, nervosa e
que existe em estado de desespero.
É por essa razão que eu disse no início que “aquietar-se” e esperar na
intervenção de Deus é uma das coisas mais difíceis que se pode
pretender realizar. Alias se houver ansiedade jamais se terá tal
descanso; posto que o estado de descanso vem da confiança e da
entrega.
O que é mais difícil nisso tudo é que o “aquietar-se” é algo que Deus
ordena, mas é o homem quem tem que decidir.