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Revista Logos - Uerj

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Ano 11, nº 21, 2º semestre de 2004<br />

As encenações do “televangelismo” como forma de entretenimento<br />

Afinal, é óbvio que existem, de maneira firmemente<br />

institucionalizada, os horários de ligar a TV para assistir<br />

a determinados programas. Mas, contudo, existem,<br />

igualmente, os determinados horários, em que milhões<br />

de pessoas estão preparadas para assistir a televisão,<br />

independente de uma oferta específica da programação.<br />

É nesses dois aspectos que entra, com exatidão, a lógica<br />

vigente do entretenimento. Pois, ao se percorrer as idas<br />

e vindas dos pólos da cadeia “comunicacional” percebese<br />

que o conteúdo televisivo está sujeito a múltiplas<br />

variáveis, então, a intenção almejada pelo produto<br />

transmitido pode não vir a ser a mesma captada e<br />

recolhida pelo telespectador através de percursos<br />

extremamente pessoais de impressão de significados.<br />

Portanto, a atuação televisual do espectador também<br />

funciona como um ato de criação com uma espécie de<br />

intuito transformador que atende a valores estéticos e<br />

padrões éticos distintos. Sobretudo porque nos processos<br />

característicos da comunicação, a criatividade é uma forma<br />

fundamental de recepção, mesmo na produção industrializada<br />

de bens culturais e no seu consumo por largas<br />

faixas da população. Por isso, nem todo telespectador<br />

que se dispõe a assistir um programa “televangélico” está<br />

precisamente direcionado por alguma motivação religiosa<br />

ou disponível a atender a um chamado religioso, podendo<br />

também estar interessado em encontrar, simplesmente,<br />

algum tipo de entretenimento presente em qualquer<br />

modelo de produção televisiva.<br />

Por meio dessas instâncias diversas e desses<br />

patamares diversificados, é indispensável compreender<br />

como a existência da mídia depende, propriamente, da<br />

figura do telespectador receptor que é:<br />

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