Folia na Rede - O Carnaval na Internet - Academia do Samba

Com a prisão, em maio de 1993, de toda a cúpula do jogo do
bicho, seguida de um julgamento em que os acusados foram condenados a
vários anos de prisão, a grande questão debatida pelos cariocas era o destino
do carnaval de 1994, com a ausência da ajuda dos bicheiros às escolas.
Porém, através da estrutura montada pela Liga Independente das Escolas de
Samba, os patronos não seriam mais fundamentais para a economia das
agremiações. A Imperatriz, do bicheiro Luiz Pacheco Drummond e da
carnavalesca Rosa Magalhães, conquistaria um bicampeonato (1994/1995) e
um tricampeonato (1999/2000/2001) sempre na base de desfiles frios e
técnicos, sem empolgar e cativar o público.
Como apreciador de Carnaval e samba-enredo, as razões que
particularmente considero para o atual desinteresse da população por este
ritmo são a perda de qualidade das obras apresentadas nos últimos anos e o
interesse da geração mais recente por outros gêneros musicais. A
cronometragem de 80 minutos para a realização do desfile aliada ao grande
aumento do número de componentes por escola, motivado pelo interesse cada
vez maior dos turistas, resultaram, a partir da metade da década de 90, na
aceleração do andamento do samba na avenida, o que limita sua melodia,
além da poesia praticamente desaparecer nos versos, dando lugar a uma
sucessão de clichês.
Com a mercantilização existente, a escola de samba hoje em dia
busca a solução mais proveitosa financeiramente, podendo assim desprezar
um desfile ou um samba-enredo de mais qualidade. Portanto, proliferam
atualmente os enredos patrocinados, com as instituições “homenageadas”
injetando dinheiro para a escola desenvolver seu Carnaval. Além disso, nas
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