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o poeta árabe como calígrafo do mundo. - voltar

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158<br />

REVISTA LUMEN ET VIRTUS<br />

ISSN 2177-2789<br />

VOL. I Nº 2 MAIO/2010<br />

Terminada a guerra, desocupa<strong>do</strong>s os territórios, enterra<strong>do</strong>s os mortos, vítimas aos<br />

milhares deixadas para trás, qual o espaço para o poema? Onde situá-lo neste emaranha<strong>do</strong> sinistro<br />

e vergonhoso de estratégias políticas e <strong>do</strong> embate <strong>do</strong> maior contra o menor em que o<br />

descompasso tecnológico entre agressor e o agredi<strong>do</strong> lembram antigas guerras e repetem erros<br />

ancestrais?<br />

Talvez a poesia estivesse desde sempre refugiada na <strong>do</strong>r milenar que paira sobre o oriente<br />

médio, perímetro de infernais violações que não cessaram desde a invasão, saque e destruição de<br />

Bagdá em 1258 pelos mongóis, à ocupação palestina, passan<strong>do</strong> pelo atual esta<strong>do</strong> de um país<br />

envolto no incontrolável emaranha<strong>do</strong> fundamentalista.<br />

Figura 4<br />

Desenho de Azzawi, La remontée des cendres, 1991<br />

Seja <strong>como</strong> for, a destruição que a televisão mostrou ao mun<strong>do</strong>, imagens de corpos sem<br />

pátria nem rostos, os destroços morais e materiais que os bombardeios provocaram, refletem o<br />

real que não precisa da poesia para ser atroz, contu<strong>do</strong> gerou La remontée des cendres.<br />

Cláudia Falluh Balduino Ferreira

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