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PREPARANDO A VINDA DO SENHOR

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<strong>PREPARAN<strong>DO</strong></strong> A <strong>VINDA</strong> <strong>DO</strong> <strong>SENHOR</strong><br />

CARDEAL GERAL<strong>DO</strong> MAGELLA AGNELO<br />

<strong>DO</strong> TÍTULO PRESBITERAL DE SÃO GREGÓRIO MAGNO<br />

NA VIA MAGLIANA NOVA<br />

PRIMAZ <strong>DO</strong> BRASIL<br />

ARCEBISPO METROPOLITANO DE SÃO SALVA<strong>DO</strong>R DA BAHIA - BA<br />

Novo Ano Litúrgico começa. Um mês, chamado Advento, com ajuda de leituras bíblicas e<br />

orações recorda o Antigo Testamento ao exprimir em preces o desejo ardente para que logo<br />

venha o prometido, o Salvador.<br />

Advento significa vinda. Tempo do Advento é, portanto, tempo de espera de alguém que<br />

deve chegar. A espera pode também se tornar incômoda. Ocorre estar vigilantes, muitas<br />

vezes inquietos. Na verdade, o cristão, enquanto for inquieto para se preparar, poderá estar<br />

tranqüilo. É o sentido da espera cristã e do Advento.<br />

Seis séculos antes de Cristo, o profeta Isaias, 63,16 e seguintes, faz uma oração, que<br />

exprime tristeza, para pedir a intervenção de Deus a favor do seu povo em angústia. Israel<br />

fora conduzido em escravidão à Babilônia, mas no ano 539 a.C., o imperador persa Ciro lhe<br />

restituiu a liberdade. Pouco a pouco os exilados foram retornando. Encontravam suas terras<br />

ocupadas por outros, estavam muito pobres. Mas eram ricos de sonhos, queriam construir<br />

um novo templo ao Senhor, ainda que faltassem os meios. Enfrentavam perigos de toda<br />

parte. Sinal que a liberdade tanto suspirada, sozinha, não bastava. Não podiam estar<br />

tranqüilos.<br />

Com sua oração em nome do povo, o profeta exprimia expectativas ansiosas de Israel, suas<br />

inquietudes, seus temores. Suplicava a Deus para vir ao encontro do povo. “Ah! Se<br />

rompesses os céus e descesses! As montanhas se desmanchariam diante de ti”.<br />

O apóstolo Paulo, na 1Coríntios 1,3-9, descreve uma situação oposta. Jesus o Salvador<br />

veio. Paulo pregou o evangelho, incansavelmente. Muitas pessoas em Corinto acolheram a<br />

sua palavra e agora vivem na fé. Paulo está cheio de alegria. Aqueles cristãos vivem de<br />

modo irrepreensível, esperando a vinda final de Jesus Cristo. Esta expectativa os mantem<br />

em tensão, tensão moral que os faz solícitos no bem. A sua certeza, como a de todo cristão,<br />

se apóia, portanto, em Jesus. Ele tinha preanunciado a sua vinda no fim dos tempos, e tinha<br />

indicado a modalidade da espera.<br />

O evangelho de hoje, Marcos 13,33-37, o explica. Jesus se encontrava em Jerusalém. Logo<br />

o prenderiam e o condenariam à morte. Ia quase todos os dias ao Templo. Esse era belo.<br />

Imponente. Revestido de mármore. Os hebreus disso tinha grande orgulho. Naquele dia o<br />

fizeram notar ao Senhor. Jesus porem lhes respondeu: “Vedes estas grandes construções?


Não ficará aqui pedra sobre pedra, tudo será destruído!” Os discípulos queriam saber<br />

quando isso sucederia. Mas Jesus passou a falar de acontecimentos ainda mais longínquos,<br />

do fim dos tempos. E contou-lhes uma parábola.<br />

É a história de um patrão que construiu uma grande casa, contratou muitos servos para aí<br />

trabalharem, cada uma com precisa incumbência. Deu poder aos servos. Esta é também a<br />

história da humanidade.<br />

Aos homens foi dado o poder sobre o mundo, uma incumbência a cumprir. Mas os homens<br />

sabem também que o patrão ao retorno quererá ver que coisa fizeram, qual uso feito do seu<br />

poder, das coisas colocadas em suas mãos. O propósito de Jesus é claro: “Vigiai”. O<br />

motivo: “Porque não sabeis quando o patrão de casa voltará”.<br />

Quando voltará? Jesus indica quatro momentos possíveis, conforme o modo antigo de<br />

dividir o tempo: “Ao entardecer, à meia noite, de madrugada ou ao amanhecer.” E Jesus<br />

acrescenta: “Vigiai, portanto, para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre<br />

dormindo. O que vos digo, digo a todos: Vigiai!”<br />

Podemos assumir atitude contrária, dormir. Muitos o fazem. Muitos estão assoberbados<br />

pela fadiga de buscar os bens materiais. Em relação aos valores do espírito dormem<br />

profundamente. Não refletem sobre o sentido da vida, não se empenham em lhe dar um<br />

conteúdo digno do homem. São consumistas e consumidos.<br />

Muitos se comportam dentro de egoísmo cego, que não conhece Deus, que endurece o<br />

coração e leva ao ódio. Não possuem, mas querem ter a todo o custo, enraivecem-se,<br />

rebelam-se. Dão pouca atenção aos valores do espírito.<br />

Muitos vivem dia após dia, como vem. Não fazem perguntas e não procuram respostas.<br />

Como se procurassem um despertador que lhes dissesse a que hora devem levantar-se. Mas<br />

existe um despertador que se chama Evangelho.<br />

O Senhor quer nos encontrar não atormentados, mas cristãos conscientes e atentos.

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