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zona estratégica mais importante <strong>para</strong> os Estados Unidos”. 19 Porém, dentro da América<br />

Latina, configurada pelos países situados abaixo do Rio Grande ou Rio Bravo do Norte, a<br />

América do Sul é a região que apresenta maior significação geopolítica, na estratégia dos<br />

Estados Unidos, devido ao seu enorme potencial econômico e político. São doze países dentro<br />

de um espaço contíguo, da ord<strong>em</strong> de 17 milhões de quilômetros quadrados, o dobro do<br />

território dos Estados Unidos (9.631.418 km 2 ). Sua população, <strong>em</strong> 2007, era de<br />

aproximadamente 400 milhões de habitantes, também maior que a dos Estados Unidos (303,8<br />

milhões), representando cerca de 67% de toda a chamada América Latina e 6% da população<br />

mundial, com integração lingüística, porquanto a imensa maioria fala português ou espanhol,<br />

línguas que se comunicam. Ad<strong>em</strong>ais, a América do Sul possui grandes reservas de água doce<br />

e biodiversidade da terra, enormes riquezas <strong>em</strong> recursos minerais e energéticos – petróleo e<br />

gás – pesca, agricultura e pecuária. E a integração do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e<br />

Paraguai) com os países da Comunidade Andina (CAN), Chile e Venezuela, permite a<br />

formação de uma massa econômica que se pode calcular <strong>em</strong> mais de US$ 3 trilhões, maior do<br />

que a da Al<strong>em</strong>anha, da ord<strong>em</strong> de US$ 2,8 trilhões, <strong>em</strong> 2007, calculada com base na paridade<br />

do poder de compra.<br />

A importância geopolítica da América do Sul na estratégia dos Estados Unidos, <strong>para</strong> manter a<br />

heg<strong>em</strong>onia global, está <strong>em</strong> larga medida e intrinsecamente vinculada à sua dimensão<br />

econômica e comercial. Daí porque o presidente George W. H. Bush anunciou <strong>em</strong> 27 de<br />

junho de 1990 The Enterprise of the Americas Initiative (EAI), com a intenção de instituir<br />

uma zona de livre-comércio, desde Anchorage, no Alaska, até a Terra do Fogo. O presidente<br />

William J. Clinton (1993-2001), que o sucedeu, reanimou a idéia e apresentou a proposta,<br />

unilateralmente, aos d<strong>em</strong>ais chefes de governo, na Cúpula das Américas, realizada <strong>em</strong> Miami,<br />

entre 9 e 11 de dez<strong>em</strong>bro de 1994, sob o nome de Área de Livre Comércio das Américas<br />

(ALCA). Esta proposta de integração econômica regional encapava, porém, objetivos<br />

geopolíticos, com respeito à segurança continental, mediante o fortalecimento das instituições<br />

d<strong>em</strong>ocráticas e combate ao narcotráfico e ao terrorismo, ameaças que substituíram a<br />

sub<strong>versão</strong> e o comunismo, na agenda militarista dos Estados Unidos, após a decomposição do<br />

Bloco Socialista e da União Soviética. O coronel (R) Joseph R. Núñez, do Exército dos<br />

Estados Unidos, ressaltou <strong>em</strong> estudo publicado pelo Strategic Studies Institute, do U.S. Army<br />

War College, que<br />

with current concerns about the Free Trade Area of the Americas and the strength of<br />

d<strong>em</strong>ocratic regimes, along with the growing need for homeland—even h<strong>em</strong>ispheric—security,<br />

it is most important that we seriously consider new ways to respond to our strategic<br />

situation. 20<br />

O que os Estados Unidos pretendiam, com a formação da ALCA, b<strong>em</strong> como da APEC (Asia-<br />

Pacif Economic Cooperation) e a celebração de mais de 200 acordos comerciais, entre os<br />

quais os da Rodada Uruguai, era construir uma rede de compromissos internacionais, de<br />

modo a modelar o sist<strong>em</strong>a econômico mundial e fazê-lo funcionar <strong>em</strong> benefício da América,<br />

i. e., dos Estados Unidos, como centro mais dinâmico da economia global, no século XXI. A<br />

própria Secretária de Estado, Madeleine K. Albright, na época, proclamou que “(...) We must<br />

continue shaping a global economic syst<strong>em</strong> that works for America”. 21 E a <strong>em</strong>baixadora<br />

19<br />

PINHEIRO GUIMARÃES, Samuel. Quinhentos anos de periferia. Porto Alegre-Rio de Janeiro: Editora da<br />

Universidade/UFRGS – Editora Contraponto, 1999, p. 99.<br />

20<br />

Coronel Joseph R. Núñez. A 21st Century Security Architecture For The Americas: Multilateral Cooperation,<br />

Liberal Peace, And Soft Power. August 2002<br />

http://www.strategicstudiesinstitute.army.mil/pubs/display.cfm?pubID=15<br />

21<br />

Secretary of State-Designate Madeleine K. Albright. Prepared stat<strong>em</strong>ent before the Senate Foreign Relations<br />

Committee, as released by the Office of the Spokesman, Department of State, Washington, D.D., January 8,<br />

1997. http://www.secretary.state.gov/stat<strong>em</strong>ents/970108a.html<br />

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