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SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO PARA CONDENSAÇÃO ... - PPGEM

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CENTRO FE<strong>DE</strong>RAL <strong>DE</strong> EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO <strong>PARA</strong>NÁ<br />

UNIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> CURITIBA<br />

<strong>DE</strong>PARTAMENTO ACADÊMICO <strong>DE</strong> MECÂNICA<br />

PROJETO FINAL <strong>DE</strong> CURSO<br />

<strong>SISTEMA</strong> <strong>DE</strong> <strong>REFRIGERAÇÃO</strong> <strong>PARA</strong><br />

CON<strong>DE</strong>NSAÇÃO <strong>DE</strong> VAPOR D`ÁGUA NA TORRE <strong>DE</strong><br />

<strong>DE</strong>STILAÇÃO A VÁCUO DA REPAR<br />

CURITIBA<br />

SETEMBRO - 2004


ANDRÉ <strong>DE</strong>ROSSO TEIXEIRA<br />

CLÁUDIA MELISSA PALLÚ<br />

<strong>SISTEMA</strong> <strong>DE</strong> <strong>REFRIGERAÇÃO</strong> <strong>PARA</strong><br />

CON<strong>DE</strong>NSAÇÃO <strong>DE</strong> VAPOR D`ÁGUA NA TORRE <strong>DE</strong><br />

<strong>DE</strong>STILAÇÃO A VÁCUO DA REPAR<br />

Projeto apresentado à disciplina de Projeto de<br />

Final de Curso, como requisito parcial à<br />

obtenção do grau de Engenheiro Mecânico, do<br />

Curso de Engenharia Industrial Mecânica, da<br />

Unidade de Curitiba, do CEFET-PR.<br />

Orientador: Prof. Cezar O. R. Negrão, Ph.D<br />

CURITIBA<br />

SETEMBRO- 2004


TERMO <strong>DE</strong> APROVAÇÃO<br />

ANDRÉ <strong>DE</strong>ROSSO TEIXEIRA<br />

CLÁUDIA MELISSA PALLÚ<br />

<strong>SISTEMA</strong> <strong>DE</strong> <strong>REFRIGERAÇÃO</strong> <strong>PARA</strong><br />

CON<strong>DE</strong>NSAÇÃO <strong>DE</strong> VAPOR D`ÁGUA NA TORRE <strong>DE</strong><br />

<strong>DE</strong>STILAÇÃO A VÁCUO DA REPAR<br />

Orientador: Prof. Cezar O. R. Negrão, Ph.D.<br />

DAMEC, CEFET-PR<br />

Banca Examinadora: Prof. Luciano F. S. Rossi, Dr.<br />

DAMEC, CEFET-PR<br />

Projeto apresentado à disciplina de Projeto de<br />

Final de Curso, como requisito parcial à<br />

obtenção do grau de Engenheiro Mecânico, do<br />

Curso de Engenharia Industrial Mecânica, da<br />

Unidade de Curitiba, do CEFET-PR.<br />

Prof. Sergei Anatolyevich Paschuk, Ph.D.<br />

DAFIS, CEFET-PR<br />

Curitiba, 27 de Setembro de 2004.


AGRA<strong>DE</strong>CIMENTOS<br />

Agradecemos a nossa família pelo apoio e conforto necessários para<br />

desenvolvermos este trabalho.<br />

Ao engenheiro Aristides Saito pelo seu apoio na execução deste trabalho e<br />

também aos demais engenheiros da REPAR. Um agradecimento especial ao Eng.<br />

Cláudio Machado, que tão atenciosamente nos recebeu.<br />

Agradecemos à Petrobrás cujo apoio permitiu a realização deste trabalho.<br />

À Agência Nacional do Petróleo – ANP – e da Financiadora de Estudos e<br />

Projetos – FINEP - por meio do Programa de Recursos Humanos da ANP para o<br />

Setor de Petróleo e Gás – PRH – ANP/MCT (PRH10-CEFET-PR); pelo apoio<br />

financeiro.<br />

E finalmente, agradecemos o empenho e os esforços despendidos pelo<br />

professor orientador, Cezar O. R. Negrão que nos auxiliou com orientações técnicas<br />

e colaborou na avaliação e análise para que pudéssemos compor este projeto.


SUMÁRIO<br />

LISTA <strong>DE</strong> ILUSTRAÇÕES ........................................................................................... ix<br />

LISTA <strong>DE</strong> TABELAS .................................................................................................... xi<br />

LISTA <strong>DE</strong> ABREVIATURAS E SIGLAS....................................................................... xii<br />

LISTA <strong>DE</strong> SÍMBOLOS.................................................................................................xiii<br />

RESUMO...................................................................................................................xviii<br />

1 INTRODUÇÃO................................................................................................1<br />

1.1 OBJETIVO DO TRABALHO ...........................................................................4<br />

2 REVISÃO DA LITERATURA ..........................................................................6<br />

2.1 HISTÓRICO DA <strong>REFRIGERAÇÃO</strong> ................................................................6<br />

2.2 A <strong>REFRIGERAÇÃO</strong> INDUSTRIAL .................................................................7<br />

2.3 COMPRESSÃO <strong>DE</strong> VAPOR ..........................................................................8<br />

2.4 ABSORÇÃO .................................................................................................10<br />

2.5 FLUIDOS REFRIGERANTES.......................................................................15<br />

2.6 EQUIPAMENTOS <strong>DE</strong> <strong>REFRIGERAÇÃO</strong> – “CHILLERS” .............................17<br />

2.7 TROCADORES <strong>DE</strong> CALOR .........................................................................20<br />

2.7.1 Recuperadores e Regeneradores.................................................................20<br />

2.7.2 Processos de Transferência de Calor...........................................................20<br />

2.7.3 Tipos de Construção.....................................................................................22<br />

2.7.3.1 Trocadores de calor tubulares ......................................................................22<br />

2.7.3.2 Trocadores de calor tipo placa .....................................................................25<br />

2.7.3.3 Trocadores de calor com superfície estendida .............................................25<br />

2.7.4 Mecanismos de Transferência de Calor .......................................................26<br />

2.7.5 Arranjo de Escoamento ................................................................................27<br />

2.8 TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS......................................................................29<br />

2.8.1 Materiais para Fabricação de Tubos ............................................................31


2.8.1.1 Tubos de aço-carbono..................................................................................32<br />

2.8.1.2 Aços-liga e aços inoxidáveis.........................................................................33<br />

2.8.1.3 Tubos de ferro fundido e de ferro forjado .....................................................34<br />

2.8.1.4 Tubos de metais não-ferrosos ......................................................................34<br />

2.8.1.5 Tubos de materiais não-metálicos................................................................36<br />

2.8.2 Seleção dos Materiais ..................................................................................36<br />

2.8.2.1 Tubulações para água doce .........................................................................37<br />

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................39<br />

3.1 <strong>SISTEMA</strong>S <strong>DE</strong> <strong>REFRIGERAÇÃO</strong> A VAPOR ...............................................39<br />

3.1.1 Sistema de Refrigeração por Compressão Mecânica de Vapor ...................40<br />

3.1.1.1 Desempenho de um ciclo padrão de compressão de vapor.........................40<br />

3.1.2 Sistema de Refrigeração por Absorção ........................................................43<br />

3.1.2.1 Coeficiente de performance de um ciclo de absorção..................................44<br />

3.1.3 Carga Térmica..............................................................................................47<br />

3.2 TROCADORES <strong>DE</strong> CALOR .........................................................................47<br />

3.2.1 Coeficiente Global de Transferência de Calor ..............................................48<br />

3.2.2 Coeficiente de Transferência de Calor por Convecção ................................51<br />

3.2.2.1 Coeficiente interno de transferência de calor por convecção em um tubo ...51<br />

3.2.2.2 Coeficiente externo de transferência de calor por convecção em um tubo ..52<br />

3.2.3 Perda de Carga Devido ao Escoamento Externo .........................................53<br />

3.3 <strong>SISTEMA</strong> <strong>DE</strong> BOMBEAMENTO <strong>DE</strong> LÍQUIDO .............................................55<br />

3.3.1 Escoamento Viscoso em Condutos ..............................................................55<br />

4 METODOLOGIA...........................................................................................59<br />

5 <strong>DE</strong>SENVOLVIMENTO DO PROJETO..........................................................61<br />

5.1 ANÁLISE DA CARGA TÉRMICA..................................................................61<br />

5.2 <strong>SISTEMA</strong> <strong>DE</strong> COMPRESSÃO A VAPOR ....................................................61


5.3 <strong>SISTEMA</strong> <strong>DE</strong> ABSORÇÃO...........................................................................64<br />

5.4 SELEÇÃO <strong>DE</strong> EQUIPAMENTOS.................................................................64<br />

5.4.1 O Custo dos Equipamentos..........................................................................65<br />

5.4.2 Características Técnicas dos Equipamentos................................................65<br />

5.4.3 Análise da Proposta Comercial ....................................................................67<br />

5.5 ANÁLISE DA VIABILIDA<strong>DE</strong> ECONÔMICA ..................................................68<br />

5.5.1 Consumo de Energia e Custo Anual.............................................................68<br />

5.5.2 Análise do Investimento................................................................................70<br />

5.6 DIMENSIONAMENTO DO TROCADOR <strong>DE</strong> CALOR ...................................74<br />

5.6.1 Coeficiente Global e a Efetividade................................................................74<br />

5.6.2 Coeficiente de Transferência de Calor Interno .............................................74<br />

5.6.3 O Coeficiente de Transferência de Calor Externo ........................................76<br />

5.6.4 Comprimento dos Tubos do Trocador de Calor............................................76<br />

5.6.5 Perda de Carga no Trocador de Calor..........................................................78<br />

5.6.5.1 Perda de carga entre feixes de tubos ...........................................................78<br />

5.6.5.2 Perda de carga no interior dos tubos............................................................78<br />

5.7 DIMENSIONAMENTO DO <strong>SISTEMA</strong> <strong>DE</strong> BOMBEAMENTO........................79<br />

5.7.1 Perda de Carga de Elevação........................................................................80<br />

5.7.2 Perda de Carga de Retorno..........................................................................80<br />

5.7.3 Perda de Carga na Sucção ..........................................................................81<br />

5.7.4 Potência da Bomba ......................................................................................81<br />

5.8 QUADRO <strong>DE</strong> RESUMO ...............................................................................82<br />

6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS E CONCLUSÕES .................................83<br />

REFERÊNCIAS...........................................................................................................86<br />

ANEXO A – PROPRIEDA<strong>DE</strong>S TERMODINÂMICAS DA ÁGUA – LÍQUIDO E VAPOR<br />

SATURADOS.........................................................................................89<br />

ANEXO B – GRÁFICO PRESSÃO X ENTALPIA DO FLUIDO R134a ........................90


ANEXO C – GRÁFICO PRESSÃO X ENTALPIA DO FLUIDO HCFC 123..................91<br />

ANEXO D – FATOR <strong>DE</strong> ATRITO E FATOR <strong>DE</strong> CORREÇÃO: CONFIGURAÇÃO<br />

ALTERNADA DO FEIXE TUBULAR ......................................................92<br />

ANEXO E – GRAU <strong>DE</strong> RUGOSIDA<strong>DE</strong> .......................................................................93<br />

ANEXO F – FATOR <strong>DE</strong> ATRITO.................................................................................94<br />

ANEXO G – COEFICIENTE <strong>DE</strong> PERDA <strong>PARA</strong> COMPONENTES .............................95<br />

ANEXO H – <strong>DE</strong>SENHO ESQUEMÁTICO - MO<strong>DE</strong>LO CVHF 1280.............................96


LISTA <strong>DE</strong> ILUSTRAÇÕES<br />

Figura 1 – Destilação a Vácuo ....................................................................................2<br />

Figura 2 – Esquema da utilização do sistema de refrigeração na torre de vácuo .......4<br />

Figura 3 - Equipamento desenvolvido por Perkins, 1834 ............................................9<br />

Figura 4 - Equipamento desenvolvido por Carré, 1860 .............................................11<br />

Figura 5 - Ciclo de Absorção .....................................................................................13<br />

Figura 6 – Variação do COP de absorção em função da temperatura de evaporação<br />

..................................................................................................................................14<br />

Figura 7 - Chiller Centrifugo ......................................................................................18<br />

Figura 8 - Chiller de Absorção...................................................................................18<br />

Figura 9 – Trocador de calor de armazenamento .....................................................22<br />

Figura 10 – Trocador de calor bitubular ....................................................................23<br />

Figura 11 – Trocador de calor casco – tubo..............................................................24<br />

Figura 12 – Trocador de calor em serpentina............................................................24<br />

Figura 13 – Trocador de calor tipo placa...................................................................25<br />

Figura 14 – Evaporação ............................................................................................26<br />

Figura 15 – Condensação .........................................................................................27<br />

Figura 16 – Trocador de calor com fluxo em paralelo ...............................................27<br />

Figura 17 – Trocador de calor em contra corrente ....................................................28<br />

Figura 18 – Trocador de calor com escoamento cruzado com tubos (a) aletados e (b)<br />

não aletados.......................................................................................................28<br />

Figura 19 – Resumo dos principais materiais de tubos.............................................31<br />

Figura 20 - Diagrama P-h de um ciclo de refrigeração..............................................39<br />

Figura 21 – Sistema de refrigeração de um ciclo padrão por compressão mecânica<br />

de vapor .............................................................................................................40<br />

Figura 22 - Volume de controle no compressor.........................................................41<br />

ix


Figura 23- Volume de controle no evaporador ..........................................................42<br />

Figura 24 - Ciclo de absorção básico ........................................................................43<br />

Figura 25- Ciclo de refrigeração operando a calor idealizado como uma combinação<br />

de um ciclo de potência e um de refrigeração....................................................45<br />

Figura 26 - Volume de controle no gerador ...............................................................46<br />

Figura 27 – Condição especial em trocadores de calor: C q >> C f ou vapor em<br />

condensação......................................................................................................48<br />

Figura 28 – Tubo com condições convectivas na superfície .....................................49<br />

Figura 29 – Configuração dos tubos em um feixe alternado. ....................................54<br />

Gráfico 1 – Comparativo com base no processo da REPAR. ...................................71<br />

Gráfico 2 – Energia gerada x Energia comprada ......................................................72<br />

Gráfico 3 – Fonte alternativa de energia x Energia comprada ..................................73<br />

Gráfico 4 – Energia gerada pela REPAR x Fonte de energia alternativa ..................73<br />

Figura 30 – Representação dos tubos do trocador de calor......................................77<br />

x


LISTA <strong>DE</strong> TABELAS<br />

TABELA 1 – ÍNDICES ODP E GWP............................................................................17<br />

TABELA 2 – DADOS TÉCNICOS DO EQUIPAMENTO WSC 126 .............................66<br />

TABELA 3 – DADOS TÉCNICOS DO EQUIPAMENTO CVHF 1280 ..........................66<br />

TABELA 4 – DIMENSÕES DO EQUIPAMENTO MO<strong>DE</strong>LO WSC 126........................67<br />

TABELA 5 – DIMENSÕES DO EQUIPAMENTO MO<strong>DE</strong>LO CVHF 1280 ....................67<br />

TABELA 6 – DIVISÃO DOS PERÍODOS E HORÁRIOS .............................................68<br />

TABELA 7 – CUSTO DA TARIFA AZUL <strong>DE</strong> ENERGIA ELÉTRICA............................69<br />

TABELA 8 – CUSTO DA ENERGIA COPEL X TEMPO <strong>DE</strong> OPERAÇÃO...................71<br />

TABELA 9 – CUSTO DA ENERGIA REPAR X TEMPO <strong>DE</strong> OPERAÇÃO...................72<br />

TABELA 10 – FONTE ALTERNATIVA <strong>DE</strong> ENERGIA X TEMPO <strong>DE</strong> OPERAÇÃO....72<br />

TABELA 11 – ESPECIFICAÇÃO DO TUBO DO TROCADOR <strong>DE</strong> CALOR ................75<br />

TABELA 12 – DIMENSÕES DO TROCADOR <strong>DE</strong> CALOR .........................................77<br />

TABELA 13 – ESPECIFICAÇÃO DO TUBO <strong>DE</strong> ALIMENTAÇÃO D’ÁGUA ................79<br />

TABELA 14 – ESPECIFICAÇÃO DA BOMBA.............................................................81<br />

TABELA 15 – RESULTADOS OBTIDOS ....................................................................82<br />

xi


LISTA <strong>DE</strong> ABREVIATURAS E SIGLAS<br />

ANSI - American National Standards Institute<br />

API - American Petroleum Institute<br />

ARI - Air–Conditioning and Refrigeration Institute<br />

ASTM - American Society for Testing and Materials<br />

CO2 - Dióxido de Carbono<br />

COP - Coeficiente de Performance<br />

COPEL - Companhia Paranaense de Energia Elétrica<br />

CVHF - CenTraVac Water-Cooled Centrifugal Liquid Chillers<br />

FCC - Craqueamento Catalítico Fluido<br />

Fe - Ferro<br />

Fe-C - Ferro Carbono<br />

GLP - Gás Liquefeito de Petróleo<br />

GOP - Gasóleo Pesado<br />

GOR - Gasóleo Residual<br />

GWP - Global Warming Potential<br />

HCFC 123 - Fluido Refrigerante 123<br />

HCF 134a - Fluido Refrigerante 134a<br />

H2O - Água<br />

IPLV - Integrated Part Load Value<br />

LiBr - Brometo de Lítio<br />

Mg - Manganês<br />

ODP - Ozone Depleting Potential<br />

PVC - Policloreto de Vinila<br />

R11 - Fluido Refrigerante R11<br />

R12 - Fluido Refrigerante R12<br />

REPAR - Refinaria Presidente Getúlio Vargas<br />

Si - Silício<br />

WSC - Water Single Compressor<br />

xii


LISTA <strong>DE</strong> SÍMBOLOS<br />

% - Por cento<br />

°C - Grau Celsius<br />

kg - Quilograma<br />

TR - Tonelada de refrigeração<br />

kW - QuiloWatts<br />

kPa - QuiloPascal<br />

kg/h - Quilograma por hora<br />

COP - Coeficiente de Performance<br />

U$ - Dólar (unidade monetária americana)<br />

m 2 /m 3<br />

- Metro quadrado por metro cúbico<br />

cm 2<br />

- Centímetro quadrado<br />

“ - Polegada<br />

mm - Milímetro<br />

m& - Vazão mássica do fluido refrigerante<br />

h1<br />

- Entalpia do vapor saturado<br />

W& - Potência de refrigeração<br />

h2<br />

- Entalpia do vapor superaquecido<br />

W - Trabalho específico<br />

h3<br />

- Entalpia do líquido saturado<br />

h4<br />

- Entalpia da mistura líquido – vapor<br />

Qe & - Capacidade de refrigeração<br />

Q e<br />

- Efeito de refrigeração<br />

COP Carnot - Coeficiente de performance do ciclo de Carnot<br />

Te<br />

- Temperatura no evaporador<br />

Tc<br />

- Temperatura no condensador<br />

η R<br />

- Eficiência de refrigeração<br />

CT - Carga térmica<br />

m& v<br />

- Vazão mássica de vapor<br />

h - Entalpia de vaporização<br />

fg<br />

m& a<br />

- Vazão mássica de água<br />

cp - Calor específico da água<br />

xiii


∆ T<br />

- Diferença de temperatura<br />

COP abs - Coeficiente de performance do ciclo de absorção<br />

q g<br />

- Calor recebido no gerador<br />

Tg - Temperatura no gerador<br />

q a<br />

- Calor rejeitado no absorvedor<br />

Ta - Temperatura do ambiente<br />

q e<br />

- Calor recebido no evaporador<br />

Te - Temperatura no evaporador<br />

q c<br />

- Calor rejeitado pelo condensador<br />

(COP abs ) Carnot - Coeficiente de performance do ciclo de absorção de Carnot<br />

- Entalpia do vapor saturado<br />

h5<br />

m& 1<br />

- Vazão da solução e do fluido refrigerante<br />

Qg & - Taxa de adição de calor no gerador<br />

m& 2<br />

- Vazão da solução<br />

η - Eficiência de refrigeração do ciclo de absorção<br />

Ra<br />

Cq<br />

- Capacidade calorífica do fluido quente<br />

Cf<br />

- Capacidade calorífica do fluido frio<br />

ln - Logarítimo neperiano<br />

Tcond - Temperatura de condensação<br />

UA - Coeficiente global vezes a área<br />

ε - Rugosidade da parede do tubo<br />

e - Exponencial<br />

Rtot<br />

- Soma das resistências<br />

Rinc<br />

- Fator de incrustação<br />

- Resistência condutiva na parede<br />

Rp<br />

η o<br />

- Eficiência global da superfície aletada<br />

(A)i,e - Área superficial interna/externa aos tubos<br />

Aa<br />

- Área superficial total da aleta<br />

(h)i,e - Coeficiente de convecção interno/externo<br />

η a<br />

- Eficiência da aleta<br />

tanh - Tangente hiperbólica<br />

xiv


Lc<br />

- Comprimento corrigido da aleta<br />

Ap<br />

- Área corrigida do perfil da aleta<br />

t - Espessura da aleta<br />

π - Número pi<br />

d - Diâmetro do tubo do trocador de calor<br />

l - Comprimento do tubo do trocador de calor<br />

Re - Número de Reynolds<br />

Q - Vazão de água gelada<br />

di<br />

- Diâmetro interno do tubo do trocador de calor<br />

µ l<br />

- Viscosidade do fluido na fase líquida<br />

Nt<br />

- Número de tubos do trocador de calor<br />

V - Velocidade da água gelada<br />

Nu - Número de Nusselt<br />

Pr - Número de Prandtl<br />

Tsup<br />

- Temperatura superficial dos tubos do trocador de calor<br />

Tm<br />

- Temperatura média do fluido na entrada/saída do trocador de calor<br />

g - Aceleração gravitacional<br />

ρ l<br />

- Massa específica do fluido na fase líquida<br />

ρ v<br />

- Massa específica do fluido na fase vapor<br />

k l<br />

- Condutividade térmica<br />

'<br />

h fg<br />

- Entalpia de vaporização modificada<br />

Ja - Número de Jakob<br />

cp l<br />

- Calor específico na fase líquida<br />

Tsat<br />

- Temperatura de vapor saturado<br />

∆ p<br />

- Variação da pressão<br />

χ - Fator de correção<br />

Vmáx - Velocidade máxima entre os feixes de tubos<br />

ρ - Massa específica do fluido<br />

f - Fator de atrito<br />

- Diâmetro externo do tubo do trocador de calor<br />

- Distância entre eixos transversal ao escoamento<br />

- Distância entre eixos longitudinal ao escoamento<br />

de<br />

ST<br />

SL<br />

xv


Vv<br />

- Velocidade do vapor<br />

µ - Viscosidade do fluido<br />

D - Diâmetro do tubo<br />

p - Pressão<br />

γ - Peso específico<br />

V - Velocidade média do escoamento no tubo<br />

z - Altura<br />

h L<br />

- Perda de energia associada ao escoamento<br />

ε /D - Grau de rugosidade<br />

K L<br />

- Coeficiente de descarga<br />

WB & - Potência da bomba<br />

kg/s - Quilograma por segundo<br />

mmHg - Milímetros de mercúrio<br />

kJ/kg - QuiloJoule por quilograma<br />

kW - QuiloWatt<br />

°F - Graus Fahrenheit<br />

U$ - Dólar (unidade monetária americana)<br />

R$ - Real (unidade monetária brasileira)<br />

Tec - Temperatura na entrada do condensador<br />

Tsc - Temperatura na saída do condensador<br />

Tee - Temperatura na entrada do evaporador<br />

Tse - Temperatura na saída do evaporador<br />

m - Metro<br />

m 2<br />

- Metro quadrado<br />

MWh - MegaWatts hora<br />

kV - QuiloVolt<br />

® - Marca registrada<br />

ton - Toneladas<br />

i - Taxa de juros<br />

n - Anos de operação do equipamento<br />

DR - Depreciação real<br />

VRE - Valor residual estimado<br />

xvi


VU - Vida útil do equipamento<br />

VR n<br />

- Valor real<br />

l/s - Litros por segundo<br />

Pa - Pascal<br />

HP - Horsepower<br />

xvii


RESUMO<br />

O presente trabalho busca atender uma necessidade da refinaria de petróleo<br />

Presidente Getúlio Vargas – REPAR, localizada na cidade de Araucária – PR. No<br />

processo de refino do petróleo em torres de destilação a vácuo, é preciso promover<br />

a remoção do vapor resultante do processo, para evitar a formação de produtos não<br />

desejados ao final da destilação. A princípio foram estudados dois sistemas de<br />

refrigeração para a condensação do vapor. O primeiro, o sistema de compressão de<br />

vapor e o segundo, o sistema de refrigeração por absorção. Devido à<br />

impossibilidade de utilização do equipamento de absorção, que não atende as<br />

temperaturas necessárias para a condensação do vapor, somente o sistema de<br />

compressão a vapor será explorado.<br />

Os objetivos traçados para o estudo dos sistemas de refrigeração são o cálculo da<br />

carga térmica, análise de viabilidade econômica, especificação dos componentes de<br />

um sistema de refrigeração, dimensionamento de um trocador de calor e o estudo do<br />

sistema de bombeamento de líquidos.<br />

Após a realização dos cálculos necessários à obtenção dos resultados, foi possível<br />

especificar o equipamento que promoverá a condensação do vapor. Utilizou-se<br />

como base um equipamento comercial, ou seja, existente no mercado, pois esta<br />

escolha foi mais viável diante da possibilidade de projetar um novo equipamento.<br />

Outro ponto estudado foi toda a parte de instalação, dimensionando-se as<br />

tubulações, o motor, a bomba e o trocador de calor.<br />

Tendo em vista que o custo para a aquisição e instalação do sistema de refrigeração<br />

na planta da refinaria está dentro do previsto pela REPAR e que o retorno do<br />

investimento do equipamento selecionado ainda permite uma economia relacionada<br />

ao custo anual da energia elétrica quando comparado aos outros equipamentos,<br />

espera-se com a implantação deste projeto obter ganhos econômicos e ganhos de<br />

rendimento na produção e menor desperdício de matéria-prima.<br />

Para o desenvolvimento completo de todo o projeto especificou-se o equipamento<br />

de refrigeração, fez-se o estudo da viabilidade econômica de consumo de energia do<br />

mesmo e realizou-se o dimensionamento do trocador de calor e do sistema de<br />

bombeamento a partir do estudo da planta para instalação destes.<br />

Palavras-chave<br />

Condensação, compressão de vapor, refino do petróleo.<br />

xviii


1 INTRODUÇÃO<br />

O refino do petróleo é, basicamente, um conjunto de processos físicos e<br />

químicos que objetivam a transformação dessa matéria-prima em derivados. O<br />

primeiro processo que o petróleo sofre em uma refinaria é a destilação atmosférica,<br />

que consiste no fracionamento do cru, realizado em colunas de fracionamento de<br />

dimensões variadas. O processo possui vários estágios de separação, um para cada<br />

fração desejada.<br />

O petróleo, proveniente dos tanques de armazenamento, é pré-aquecido e<br />

introduzido na torre de destilação atmosférica. Os derivados deste fracionamento<br />

são, principalmente, gás, GLP, nafta, gasolina, querosene, óleo diesel e resíduo<br />

atmosférico (ANP, 2003). Tais frações, deverão ser tratadas, para se transformarem<br />

em produtos finais, ou ser enviadas como matéria-prima para outros processos do<br />

refino.<br />

O resíduo atmosférico, fração mais pesada obtida no fundo da torre de<br />

destilação atmosférica, após novo aquecimento, é submetido a um segundo<br />

fracionamento, agora sob vácuo. A operação desta torre baseia-se no fato de que,<br />

sob vácuo, os hidrocarbonetos (constituintes do petróleo) destilam a uma<br />

temperatura inferior àquela da torre de destilação atmosférica, ou seja, as frações<br />

não destiladas nessa última, agora deverão destilar.<br />

Neste segundo fracionamento, são gerados gasóleo e resíduo de vácuo. As<br />

frações da destilação a vácuo são utilizadas como cargas de outros processos de<br />

refino que visam, principalmente, a obtenção de produtos de menor peso molecular<br />

e maior valor agregado. Exemplos clássicos desses processos são: o craqueamento<br />

catalítico (FCC) que emprega gasóleos de vácuos e apresenta como principais<br />

produtos o GLP e a gasolina, e o coqueamento de resíduo de vácuo que gera GLP,<br />

nafta e óleo diesel.<br />

Pela parte superior da coluna de destilação a vácuo (figura 1), sob a forma<br />

de vapor, saem as frações mais leves. Um condensador proporciona a liquefação<br />

dessas frações, bem como do vapor d’água que é injetado na base da coluna. Essa<br />

mistura de frações condensadas e de vapores segue, então, para um tanque de<br />

refluxo. Da camada superior o gasóleo é bombeado, como refluxo, de volta à<br />

1


andeja mais elevada da coluna de fracionamento, e o restante é recolhido como<br />

produto final. O gás não condensado é retirado por meio de ejetores pela parte<br />

superior da torre, criando assim o vácuo.<br />

Lateralmente à coluna são retirados líquidos, em diferentes pratos. Cada um<br />

passa por um retificador, no qual as frações mais leves são retiradas por vapor<br />

d`água e devolvidas novamente à coluna, fica então a fração que vem a fornecer<br />

gasóleo pesado (GOP) e gasóleo residual (GOR).<br />

Figura 1 – Destilação a Vácuo.<br />

Para aumentar a produção de gasóleo pesado, é necessário aumentar a<br />

temperatura do resíduo atmosférico que entra na torre de vácuo e também injetar<br />

vapor no forno para não haver a formação de coque.<br />

O coque formado se deposita no interior do distribuidor de GOR e nos<br />

elementos do recheio. Isto acontece mesmo com a torre de vácuo operando a<br />

2


pressões reduzidas. O coque que permanece no interior dos acessórios da torre<br />

causa problema de entupimento principalmente nos bicos aspersores do distribuidor<br />

de GOR, de elevação de pressão nas descargas das bombas e de diminuição de<br />

troca térmica entre o distribuidor de GOR e os vapores ascendentes.<br />

Aumentando-se poucos graus a temperatura, se tem um aumento da<br />

quantidade produzida de gasóleo pesado (GOP), o qual é disponível ao<br />

craqueamento catalítico. O aumento na produção de GOP gera um importante<br />

retorno financeiro à refinaria, pois com a mesma quantidade de alimentação se tem<br />

maior quantidade de produtos.<br />

O aumento desta temperatura provoca uma elevação da pressão na coluna,<br />

visto que a pressão e a temperatura estão diretamente relacionadas. Para que não<br />

ocorra este aumento indesejado da pressão, é necessário condensar o vapor d`água<br />

na exaustão da torre.<br />

Para condensar o vapor, pode-se utilizar um trocador de calor com água<br />

gelada no topo da torre de vácuo. A água gelada pode ser produzida, por exemplo,<br />

por um sistema de refrigeração (figura 2).<br />

O objetivo deste sistema de condensação de vapor no topo da torre de<br />

destilação a vácuo é evitar a substituição do sistema de ejetores já existente, os<br />

quais foram projetados para uma mistura de vazões de gases condensados e de<br />

vapor d`água muito menores do que para uma situação futura, onde deseja-se<br />

aumentar esta vazão.<br />

3


Vapor<br />

Trocador de<br />

Calor<br />

Figura 2 – Esquema da utilização do sistema de refrigeração na torre de vácuo.<br />

1.1 OBJETIVO DO TRABALHO<br />

Equipamento de<br />

Refrigeração<br />

Torre de<br />

Arrefecimento<br />

Este trabalho tem por objetivo projetar um sistema de refrigeração capaz de<br />

condensar o vapor d`água na exaustão da torre de destilação a vácuo da refinaria<br />

REPAR e assim proporcionar um aumento na produção do gasóleo pesado.<br />

Fez-se então uma busca de fabricantes que forneciam equipamentos<br />

capazes de atender a demanda de vapor a ser condensado e também que<br />

produzissem água gelada à temperatura necessária para esta condensação.<br />

4


Em seguida, uma análise de viabilidade técnica e econômica foi realizada<br />

para o sistema de refrigeração por compressão de vapor especificado.<br />

Para promover a condensação do vapor d’água foi necessário o<br />

dimensionamento de um trocador de calor.<br />

A condensação é realizada pela água gelada, proveniente do equipamento<br />

de refrigeração especificado, que será bombeada através de uma tubulação<br />

projetada para este fim.<br />

Como os equipamentos de refrigeração disponíveis no mercado poderão ser<br />

empregados como solução, o principal foco do trabalho será o projeto de<br />

dimensionamento do trocador de calor e do sistema de bombeamento.<br />

5


2 REVISÃO DA LITERATURA<br />

2.1 HISTÓRICO DA <strong>REFRIGERAÇÃO</strong><br />

Segundo a publicação da Revista do Frio (Andrade, 2003), a prática da<br />

refrigeração e do condicionamento de ar provavelmente existe desde os dias do<br />

homem das cavernas. Um poeta chinês do século XI – AC descreveu a coleta e a<br />

armazenagem de gelo natural. O resfriamento por meio de gelo e neve é<br />

freqüentemente mencionado no decorrer da história. Antigos soberanos, com ajuda<br />

de trabalho escravo em grande escala, mandavam trazer enormes pilhas de<br />

neves das montanhas próximas para produzir brisas refrescantes na primavera e<br />

para esfriar os refrescos. Foram descritos muitos dispositivos engenhosos nos quais<br />

se usava a evaporação da água para esfriar o ar e tornar a vida mais amena.<br />

Um grande avanço nas técnicas de refrigeração foi dado por volta do ano de 1600,<br />

quando se descobriu que uma mistura de gelo e sal produzia temperaturas mais<br />

baixas que o gelo, isoladamente. De certo modo, este foi o primeiro melhoramento<br />

no setor da refrigeração. No fim do século XVI, a inventividade do homem já<br />

produzia refrigeração no tempo e no lugar desejados. A escassez do gelo natural<br />

nas épocas de maior calor fez nascer a idéia de sua fabricação por meios<br />

mecânicos. Isso ocorreu na Inglaterra, no ano de 1775, onde se experimentou a<br />

primeira fábrica de gelo acionada por grandes máquinas à base de amoníaco.<br />

Passou também a ser adotado o uso de geladeiras que eram meros armários<br />

dotados de isolante térmico, alimentados por grandes blocos de gelo, fornecidos<br />

diariamente por uma central frigorífica (fábrica de gelo). Origina-se daí o nome<br />

geladeira. Em 1834 surgiu nos Estados Unidos o primeiro sistema mecânico de<br />

refrigeração artificial. Era uma pequena geladeira, feita com base no sistema de<br />

compressão mecânica.<br />

Com a invenção do microscópio no século XVIII , verificou-se a existência de<br />

micro-organismos (micróbios-bactérias, enzimas). Mais tarde, cientistas<br />

demonstraram que alguns desses micróbios são responsáveis pela decomposição<br />

dos alimentos. Outros estudos provaram que a propagação dos micróbios pode ser<br />

impedida com o resfriamento dos alimentos, que enquanto mantidos no frio,<br />

6


permanecem conservados. A partir daí desenvolveram-se diversos sistemas de<br />

produção do frio artificial. Depois de muita luta em sistemas falidos, a engenharia da<br />

refrigeração recebeu uma contribuição decisiva, com a descoberta da eletricidade<br />

por Thomas Edison. Já em 1918 surgiu o primeiro refrigerador automático movido a<br />

eletricidade e com um pequeno motor. Quem fabricou o primeiro refrigerador em<br />

pequena escala foi a Kelvinator Company , dos Estados Unidos.<br />

Alguns pontos históricos podem ser destacados na evolução da refrigeração:<br />

- Em 1805, na Filadélfia, EUA, Oliver Evans teorizou sobre uma máquina utilizando o<br />

ar, para produzir frio.<br />

- Em 1844, na Flórida, John Gorie, utilizou esta teoria e fez uma máquina que<br />

resfriava o ar de um hospital; era o primeiro equipamento frigorífico e do tipo<br />

condicionador de ar.<br />

- Em 1857, na França, Charles Tellier, equipou um navio com um sistema frigorífico.<br />

- Em 1915, Alfred Mellows, um americano, tinha uma pequenina fábrica de<br />

geladeiras chamada de GUARDIAN REFRIGERATOR, que produzia geladeiras a<br />

uma taxa de 20 unidades por ano.<br />

- Em 1918, a General Eletric comprou esta fábrica e a batizou de Frigidaire.<br />

Utilizando os métodos de produção de HENRY FORD, começou a produzir<br />

geladeiras em larga escala.<br />

- Em 1943, 85% das casas dos EUA já possuíam geladeira.<br />

- Em 1965, a Frigidaire comemora 50 milhões de geladeiras vendidas.<br />

- Em 1930, chegam ao Brasil as primeiras geladeiras, da Frigidaire, importadas, e<br />

quem as possuía deixava na sala em vez de na cozinha.<br />

- Em 1950, o Brasil começa a produzir geladeiras em larga escala.<br />

2.2 A <strong>REFRIGERAÇÃO</strong> INDUSTRIAL<br />

As aplicações de refrigeração (PUC-RS,2004) podem ser classificadas<br />

dentro das seguintes categorias:<br />

a) refrigeração doméstica;<br />

b) refrigeração comercial;<br />

c) refrigeração industrial;<br />

d) refrigeração marítima e de transporte.<br />

7


O projeto em questão está voltado para a refrigeração industrial e esta é<br />

caracterizada pela faixa de temperatura de operação (STOECKER, 2002). No limite<br />

inferior, as temperaturas podem atingir valores entre –60 a –70°C e 15°C, no limite<br />

superior. Outra forma de caracterizar é através das aplicações, sendo o processo<br />

utilizado nas indústrias químicas, de alimentos e de processos. A necessidade de<br />

condensar vapor d’água a baixa pressão dentro da indústria petroquímica,<br />

caracteriza o projeto como uma aplicação da refrigeração industrial.<br />

De acordo com a definição (STOECKER, 2002), a refrigeração industrial tem<br />

como objetivo a refrigeração de alguma substância ou meio. Isto coincide com o<br />

objetivo do presente projeto que visa a condensação do vapor d’água de uma torre<br />

de destilação à vácuo.<br />

Os principais métodos de refrigeração (GOSNEY, 1982) conhecidos são:<br />

a) compressão de vapor;<br />

b) vapor de absorção;<br />

c) ciclo de ar;<br />

d) injeção de vapor;<br />

e) termoelétrica.<br />

A maioria das plantas, desde refrigeradores domésticos a grandes sistemas<br />

industriais, usam o princípio de compressão de vapor. Outros sistemas são utilizados<br />

em condições especiais. Por exemplo, o princípio de absorção é utilizado em plantas<br />

químicas, condicionamento de ar e em alguns refrigeradores domésticos. Esta<br />

aplicação é encontrada quando calor está disponível como fonte de energia ou<br />

quando a potência mecânica não é suficiente.<br />

2.3 COMPRESSÃO <strong>DE</strong> VAPOR<br />

Os estudos do princípio de compressão de vapor (GOSNEY, 1982) iniciaram<br />

com o arranjo que Perkins propôs em 1834 (figura 3) e foi registrado com a Patente<br />

Britânica nº 6662. O sistema é constituído de 4 principais componentes. O fluido<br />

refrigerante, no evaporador, está em contato térmico com a substância que desejase<br />

resfriar e retira calor desta. O vapor que circula do evaporador para o compressor<br />

é submetido a uma elevada pressão e descarregado para o condensador, no qual<br />

rejeita calor para água de condensação e se liquefaz. O líquido então retorna para o<br />

8


evaporador e reinicia o ciclo. Para promover a diferença de pressão entre o<br />

condensador e o evaporador uma restrição conhecida por válvula de expansão é<br />

colocada entre os componentes.<br />

Figura 3 - Equipamento desenvolvido por Perkins, 1834. (GOSNEY, 1982)<br />

O principal responsável por fazer o princípio de compressão operar em uma<br />

máquina foi James Harrison, nascido na Escócia no início do século dezenove. Não<br />

há comprovação de que Harrison conhecia o trabalho de Perkins. Em meados de<br />

1850, ele inventou uma máquina manual de produzir gelo que utilizava éter, como<br />

fluido refrigerante.<br />

Outro pioneiro do sistema de compressão de vapor utilizando éter foi<br />

Alexander Catling Twining (1801), que tinha uma máquina operando em Cleveland,<br />

Ohio em 1856, capaz de produzir aproximadamente 900 kg de gelo em 20 horas.<br />

O uso do éter com ponto de ebulição 34,5°C, implica em uma pressão no<br />

evaporador abaixo da pressão atmosférica, como conseqüência havia perigo de ar<br />

entrar no sistema proporcionando uma mistura explosiva. Do outro lado, a pressão<br />

no condensador não era alta e não havia necessidade de uma construção robusta.<br />

Charles Tellier introduziu o dimetil-éter, com maior pressão de vapor e ponto de<br />

ebulição de –23,6°C, em Paris 1864, e Raoul Pictet, em Genebra, usou dióxido de<br />

enxofre, com ponto de ebulição de –10°C, em 1874. O dimetil-éter não veio a ser<br />

utilizado em grande escala, mas o dióxido de enxofre foi um importante refrigerante<br />

durante, aproximadamente, 60 anos.<br />

O maior avanço foi feito por Carl von Linden em Munique por volta de 1870<br />

com a introdução da amônia. Esta substância tem uma pressão de vapor muito<br />

9


maior e uma baixa temperatura de ebulição, -33,3°C. Uma pressão de 10 atmosferas<br />

ou mais é necessária no condensador. Com a habilidade de Linden em resolver os<br />

problemas mecânicos, desde então a amônia tem sido o mais importante<br />

refrigerante em grandes plantas que necessitam temperaturas consideravelmente<br />

baixas.<br />

Os refrigerantes fluoretados derivados dos hidrocarbonetos metano e etano<br />

vieram a ser introduzidos em resposta à necessidade de refrigerantes seguros para<br />

uso em pequenas plantas como shoppings, hotéis e residências.<br />

Os primeiros refrigeradores tinham um tipo de controle mais ou menos<br />

contínuo. Para torná-los desejáveis pelas pessoas tinham que ser automáticos.<br />

Desenvolvimentos nesta direção iniciaram por volta de 1900 e refrigeradores<br />

domésticos entraram no mercado americano em 1917. Estas máquinas automáticas<br />

apresentavam duas características: uma era a regulagem de abertura da válvula de<br />

expansão que controla a vazão de refrigerante solicitada pelo compressor, e a outra<br />

era o termostato para desligar o motor do compressor quando o espaço a refrigerar<br />

atingia as temperaturas desejadas.<br />

As operações automáticas foram primeiro introduzidas em sistema<br />

pequenos, mais tarde foram estendida para sistemas maiores e atualmente é<br />

comum que grandes plantas utilizem o controle automático.<br />

No início dos anos 30, a então chamada construção hermética foi<br />

introduzida. O motor e o compressor são diretamente acoplados no mesmo eixo e<br />

montados juntos dentro do circuito de refrigeração. Este é o princípio atual dos<br />

refrigeradores residenciais e também utilizados em equipamentos de grande porte.<br />

2.4 ABSORÇÃO<br />

O método alternativo de remover vapor da superfície de um líquido em<br />

ebulição é absorver este por alguma substância com a qual o vapor reage<br />

quimicamente (GOSNEY, 1982). Por exemplo, o vapor d’água é rapidamente<br />

absorvido pelo ácido sulfúrico, e esta foi a base do método de Sir John Leslie que<br />

fez gelo artificialmente em 1810. Ele utilizou vasos, um contendo água e o outro<br />

contendo bastante ácido sulfúrico, que depositado na parte inferior do vaso de metal<br />

10


era então evacuado por uma bomba. Com o tempo uma camada de gelo se formou<br />

na superfície da água.<br />

No experimento de Leslie o vapor d’água formado foi absorvido pelo ácido<br />

sulfúrico tanto que a atmosfera dentro do vaso de metal ficou seca. Está claro que se<br />

o gelo se formou a partir do ácido, este pode manter uma baixa pressão parcial de<br />

vapor d’água dentro do vaso, o qual é menor que a pressão de vapor saturado da<br />

água a 0°C.<br />

O método de Leslie se tornou a base de máquinas comerciais para fazer<br />

pequena quantidade de gelo para resfriar vinho, alguns dos quais estão em uso<br />

atualmente. Em 1878, Windhausen projetou uma máquina e obteve sucesso, mas<br />

esta não tornou-se popular. Esta foi utilizada para a fabricação de gelo por<br />

evaporação e também para produção de água gelada. Neste sistema, a água atua<br />

como refrigerante e o ácido sulfúrico é chamado de absorvente.<br />

A mais importante versão do sistema de absorção apareceu em 1859: o<br />

sistema contínuo água-amônia inventado por Ferdinand Carré em 1860 (figura 4),<br />

com amônia como refrigerante e água como absorvente.<br />

Figura 4 - Equipamento desenvolvido por Carré, 1860. (GOSNEY, 1982)<br />

É conhecido que a água é um poderoso absorvente para vapor de amônia, e<br />

se um evaporador é colocado em comunicação com um vaso através do qual água<br />

está fluindo, amônia é absorvida e a pressão de vapor é reduzida. A solução de<br />

11


amônia formada no absorvedor é bombeada para uma maior pressão e evapora, no<br />

qual o ponto de vapor da amônia é atingido e pode ser condensado.<br />

Os primeiros sistemas de absorção comparados aos sistemas de<br />

compressão de vapor tinham em comum o condensador, a válvula de expansão e o<br />

evaporador. O compressor, contudo, foi substituído pela combinação do absorvedor,<br />

bomba de solução, trocador de calor, gerador e a válvula de líquido. Este grupo de<br />

componentes succiona vapor do evaporador e entrega o vapor a alta pressão no<br />

condensador, exatamente como o compressor faz.<br />

Outra forma do sistema de absorção, usando água como refrigerante e uma<br />

solução de brometo de lítio e água como absorvente, é uma descendente direta do<br />

método de Windhausen, e trabalha exatamente da mesma forma. O ácido sulfúrico<br />

começou a ser substituído por esta poderosa solução de brometo de lítio. O sistema<br />

é muito usado para produzir água gelada para sistemas de condicionamento de ar.<br />

Na sua concepção mais simples a máquina de absorção consiste num<br />

evaporador, um condensador, um absorvedor, um gerador e uma bomba de solução<br />

(TRIGEMED, 2004).<br />

Em um chiller do ciclo de absorção (figura 5), a compressão do vapor do<br />

refrigerante é efetuada pelo absorvedor, pela bomba de solução e pelo gerador em<br />

combinação, em vez do compressor mecânico de vapor. O vapor gerado no<br />

evaporador é absorvido por um líquido absorvente no absorvedor. O absorvente que<br />

retirou o refrigerante, mais diluído por essa ação, é bombeado para o gerador onde<br />

o refrigerante é libertado como vapor, o qual será condensado no condensador. O<br />

absorvente regenerado ou mais concentrado é então devolvido ao absorvedor para<br />

captar de novo vapor de refrigerante. Calor é fornecido ao gerador a uma<br />

temperatura relativamente elevada, ao passo que o calor de absorção da seção do<br />

absorvedor é dissipado, a um nível de temperatura relativamente baixo, por<br />

circulação de água.<br />

12


Figura 5 - Ciclo de Absorção. (TRIGEMED)<br />

O desempenho destes equipamentos é definida pela razão entre a<br />

capacidade de refrigeração útil e a energia térmica fornecida à máquina - o chamado<br />

Coeficiente de Performance (COP). Os chillers de único estágio têm COPs por volta<br />

de 0,7; os chillers de duplo estágio têm COPs por volta de 1,1. Isto significa que a<br />

torre de arrefecimento necessária para um chiller de duplo estágio é menor (cerca de<br />

40%) do que a necessária para um chiller de único estágio. A complexidade dos<br />

chillers de duplo estágio aumenta o seu custo quando comparado ao de único<br />

estágio. Os chillers de absorção de duplo estágio apresentam capacidades na faixa<br />

de 400 a 1.000 TR. Todas as máquinas de ciclo de absorção comercialmente<br />

disponíveis dissipam calor para um circuito de uma torre de arrefecimento. Na<br />

maioria dos casos as temperaturas do circuito da torre de arrefecimento variam entre<br />

32°C e 37 ºC.<br />

A maior parte dos equipamentos baseado no par água-brometo de lítio é<br />

concebido para aplicações de arrefecimento de ar. Uma tonelada de refrigeração<br />

(TR) corresponde à 3517 W de produção de frio. A maioria dos fabricantes coloca no<br />

mercado máquinas de 100 TR a 1500 TR, isto é, entre 352 kW e 5276 kW. Estas<br />

podem ser acionadas por vapor a uma pressão variável entre 135 e 205 kPa, o que<br />

corresponde a vapor a uma temperatura entre 110 e 120 ºC. Alternativamente,<br />

podem ser acionadas com água quente entre 115 e 150 ºC a uma pressão máxima<br />

de 9 bar. O Coeficiente de Performance situa-se na faixa de 0,6-0,7. O consumo de<br />

13


vapor num chiller de único estágio é aproximadamente 2,3 kg/h por kW. O calor<br />

necessário de água quente encontra-se na faixa de 30 a 72 kg/h por kW,<br />

dependendo da queda de temperatura admissível.<br />

As máquinas de duplo estágio apresentam aproximadamente a mesma faixa<br />

de capacidades das máquinas de único estágio. O vapor aparece como o meio<br />

preferencial de acionamento das máquinas. O vapor deve estar entre 1100 a 1200<br />

kPa, o que corresponde a temperaturas na faixa dos 175 a 185 ºC. Segundo<br />

informação recolhida, é também possível acionar uma máquina de duplo estágio<br />

com água quente, devendo a temperatura situar-se entre 155 e 205 ºC. O<br />

Coeficiente de Performance em qualquer dos casos pode variar entre 0,9 e 1,2. O<br />

consumo de vapor de uma máquina de duplo estágio é de cerca de 1,4 kg/h por kW.<br />

Os chillers que operam com amônia-água são concebidos principalmente<br />

para aplicações industriais de refrigeração, como por exemplo congelamento de<br />

alimentos ou refrigeração de processo, com temperaturas de evaporação tão baixas<br />

quanto -60ºC. Este tipo de máquina é preferível ser utilizado quando se trabalha com<br />

temperaturas próximas ou abaixo de 0ºC, uma vez que as unidades de águabrometo<br />

de lítio não podem operar nesta faixa de temperaturas. A temperatura de<br />

alimentação do vapor para acionar a unidade depende da temperatura de<br />

refrigeração a ser obtida.<br />

Figura 6 – Variação do COP de absorção em função da temperatura de evaporação.<br />

(TRIGEMED)<br />

14


A figura 6 ilustra a variação do coeficiente de performance (COP) de um<br />

chiller de absorção amônia-água de único estágio, em função da temperatura de<br />

evaporação e da temperatura da água de arrefecimento. As faixas coloridas<br />

referem-se às faixas de temperatura da água de arrefecimento.<br />

Os custos das máquinas amômia-água estão por volta de U$1500 a U$2200 por<br />

tonelada de refrigeração de capacidade. Se as relações do diagrama foram<br />

extrapoladas, pode-se concluir que é esperado um COP superior a 0,6.<br />

Quando comparados os ciclos de amônia-água e o de água-brometo de lítio de<br />

único estágio, pode-se esperar, um desempenho, um consumo de energia térmica e<br />

os requisitos de temperatura como sendo praticamente os mesmos.<br />

2.5 FLUIDOS REFRIGERANTES<br />

O fluido de trabalho em um sistema de refrigeração é denominado<br />

refrigerante. Há uma grande variedade de compostos que podem ser utilizados<br />

como refrigerantes. Os refrigerantes mais comuns são os hidrocarbonetos<br />

fluoretados, porém outras substâncias em grande número também funcionam como<br />

refrigerantes, incluindo muitos compostos inorgânicos e hidrocarbonetos (PUC-RS,<br />

2004).<br />

A classificação dos refrigerantes (STOECKER, 2002), de forma geral,<br />

apresenta-se nas seguintes categorias:<br />

a) Hidrocarbonetos halogenados;<br />

b) Misturas não azeotrópicas;<br />

c) Misturas azeotrópicas;<br />

d) Compostos orgânicos;<br />

e) Compostos inorgânicos.<br />

Os hidrocarbonetos halogenados são substâncias que contém um ou mais<br />

átomos halógenos: cloro, flúor e bromo. Sua designação por números (ASHRAE,<br />

1992), sendo o primeiro algarismo da direita, o número de átomo de flúor na<br />

molécula, o segundo algarismo, o número de átomo de hidrogênio somado 1, o<br />

terceiro algarismo o número de átomos de carbono diminuído 1. De maneira<br />

opcional, o quarto algarismo a partir da direita é utilizado para designar compostos<br />

derivados de hidrocarbonetos não saturados.<br />

15


A série 400 é reservada para as misturas não azeotrópicas que são<br />

definidas de acordo com o seu comportamento durante a mudança de fase. Estas<br />

substâncias são caracterizadas pela mudança de temperatura durante a mudança<br />

de fase a pressão constante. Além disso, as composições das fases líquido e vapor,<br />

são distintas. A série 500 designa as misturas azeotrópicas que comporta-se como<br />

uma substância pura, isto é, durante a mudança de fase a pressão constante, a<br />

temperatura permanece constante. A série 600 designa os compostos orgânicos e a<br />

série 700 os compostos inorgânicos, nos quais encontram-se a amônia e a água.<br />

Um bom fluido refrigerante (PUC-RS, 2004) deve apresentar como<br />

propriedades termodinâmicas: pressões de operação baixas o suficiente para utilizar<br />

tubulações finas; pressões acima da pressão atmosférica para evitar a entrada de ar<br />

nos sistema quando ocorrer vazamentos; e baixa temperatura de evaporação. Além<br />

disso, suas propriedades devem proporcionar elevada eficiência de refrigeração e<br />

baixa potência por tonelada de refrigeração.<br />

Em relação às propriedades físicas e químicas, o fluido refrigerante não<br />

deve ser tóxico, não ser explosivo, não ser corrosivo, não produzir danos aos<br />

produtos armazenados em caso de vazamento, deve possuir baixa viscosidade, alta<br />

condutividade térmica, boa estabilidade química para não se decompor em altas<br />

temperaturas e baixo custo.<br />

Em relação ao meio ambiente, estudos revelaram que o cloro de<br />

hidrocarbonetos halogenados liberados para o meio ambiente destroem a camada<br />

de ozônio da estratosfera. A redução desta camada permite que mais radiação<br />

ultravioleta atinja a terra, podendo causar câncer de pele. Para caracterizar o nível<br />

da ação dos fluidos refrigerantes sobre o meio ambiente foram introduzidos dois<br />

índices: OPD – Ozone Depleting Potential e GWP – Global Warming Potential. O<br />

ODP quantifica o potencial de destruição da camada de ozônio que um composto<br />

apresenta em relação ao R11, ao qual se atribui valor 1. O GWP indica o potencial<br />

do refrigerante promover o efeito estufa. Este índice é o resultado de dois efeitos: um<br />

direto, causado pela presença física do composto na atmosfera, e outro indireto,<br />

resultante da emissão de CO2 pela queima de um combustível fóssil para produzir a<br />

energia elétrica utilizada no acionamento da instalação que opera com o<br />

refrigerante.<br />

16


Na indústria fabricante de equipamentos de refrigeração, os refrigerantes, na<br />

grande maioria, utilizados são os HFC 134a e HCFC 123 (tabela 1). Os refrigerantes<br />

HFC apresentam índice ODP zero e por isto, não são nocivos à camada de ozônio,<br />

enquanto os refrigerantes HCFC, a partir de 2020 ( HITACHI ® , 2001), estão<br />

proibidos de serem fabricados e utilizados em novos equipamentos, por<br />

apresentarem efeitos nocivos a camada de ozônio.<br />

TABELA 1 – ÍNDICES ODP E GWP<br />

Família: Hidrocarbonetos halogenados<br />

Nº Nome Composição Química ODP GWP<br />

11 Tricloromonofluormetano CCl3F (CFC) 1 1<br />

12 Biclorobifluormetano CCl2F2 (CFC) 1 3,20<br />

13 Monoclorotrifluormetano CClF3 (CFC)<br />

22 Hidrobicloromonofluormetano CHCl2F (HCFC) 0,05 0,34<br />

23 Hidrotrifluormetano CHF3 (HFC) 0 N/d<br />

32 Bihidrobifluormetano CH2F2 (HFC) 0 0,12<br />

123 Hidrobiclorobifluoretano C2HCl2F3 (HCFC) 0,02 0,02<br />

125 Hidropentafluoretano C2HF5 (HFC) 0 0,84<br />

134a Bihidrotetrafluoretano C2H2F4 (HFC) 0 0,28<br />

152a Tetrahidrobifluoretano C2H4F2 (HFC) 0 0,03<br />

Fonte: STOECKER, 2002<br />

2.6 EQUIPAMENTOS <strong>DE</strong> <strong>REFRIGERAÇÃO</strong> – “CHILLERS”<br />

Numa central de água gelada, tipicamente pode-se encontrar: unidades<br />

resfriadoras, bombas de água gelada no sistema primário, bombas no sistema<br />

secundário, bombas de água de condensação e torres de resfriamento ou<br />

arrefecimento (CABANO, 2004).<br />

Estes equipamentos, mais conhecidos como resfriadores de líquidos,<br />

quando usados para fins de condicionamento do ar utilizam a água como fluido<br />

17


intermediário. Esta água, devidamente resfriada (±7ºC) é levada para as Unidades<br />

Condicionadoras (Fan Coils).<br />

Os resfriadores de líquido são produzidos numa larga faixa de capacidades:<br />

a) desde 20 até 220 TR quando utilizam compressores alternativos;<br />

b) desde 80 até 2.500 TR quando utilizam compressores centrífugos;<br />

c) desde 100 até 1500 TR quando utilizam o princípio de absorção.<br />

Figura 7 - Chiller Centrifugo – cortesia Mcquay ® .<br />

Figura 8 - Chiller de Absorção – cortesia Mcquay ® .<br />

18


Estes sistemas podem utilizar tanto condensação a ar quanto a água. Estes<br />

sistemas, são sem dúvida, os que impõem uma maior complexidade de fabricação<br />

ao conjunto.<br />

Pelas suas características, o sistema inclui diversas vantagens, entre as<br />

quais pode-se citar:<br />

a) economia de custos de operação;<br />

b) menor potência instalada;<br />

c) controle preciso dos ambientes climatizado;<br />

d) alta eficiência em cargas parciais;<br />

e) menor área ocupada pela centralização do equipamento em um<br />

único local;<br />

f) facilidade de manutenção;<br />

g) alto desempenho.<br />

Apresentam como desvantagens:<br />

a) custo elevado de implantação;<br />

b) utilização de equipamentos adicionais, tais como caldeira ou<br />

resistências elétricas, no caso de necessitar de aquecimento;<br />

c) maior complexidade do sistema em relação a fabricação e<br />

operação.<br />

A seleção e o projeto de um sistema de água gelada está<br />

predominantemente vinculada à atuação das empresas de projetos de sistemas de<br />

ar condicionado central. Da mesma forma, a sua instalação é sempre feita por<br />

instaladores qualificados e muitas vezes especializados neste tipo de obra. A<br />

otimização do processo de seleção está associada ao uso de programas de<br />

computador.<br />

Os resfriadores ou "Chillers" são instalados em casas de máquinas<br />

especialmente concebidas para esta finalidade, incluindo os sistemas de distribuição<br />

de água gelada, bombas de recalque, painéis elétricos de segurança e controle e<br />

sistema de água de condensação para equipamentos com condensação a água.<br />

Estes equipamentos atendem uma parcela das obras de médio porte e a<br />

quase totalidade das obras de grande porte.<br />

A complexidade e o custo inicial são amplamente justificado pelas diversas<br />

vantagens mencionadas anteriormente.<br />

19


2.7 TROCADORES <strong>DE</strong> CALOR<br />

Trocadores de calor são equipamentos utilizados para transferir energia<br />

térmica entre duas correntes de fluidos. Os trocadores de calor são encontrados<br />

usualmente em instalações de condicionamento de ar, nas indústrias químicas, de<br />

alimentos, de petróleo, entre muitas outras.<br />

Pode-se classificar os trocadores de calor de acordo com o seguinte critério<br />

(KAKAÇ, 1997):<br />

a) recuperadores e regeneradores;<br />

b) processo de transferência de calor;<br />

c) tipos de construção;<br />

d) mecanismos de transferência de calor;<br />

e) arranjo do escoamento.<br />

2.7.1 Recuperadores e Regeneradores<br />

Os trocadores de calor convencionais são denominados recuperadores<br />

quando há um fluxo contínuo de calor do fluido quente para o fluido frio através de<br />

uma parede que os separa. Trocadores tipo bitubular e casco - tubo são exemplos<br />

de recuperadores.<br />

Nos regeneradores, a transferência de calor é devido à passagem alternada<br />

dos fluxos pela mesma matriz de armazenamento. O fluido quente ao passar pela<br />

matriz armazena energia térmica que será extraída da mesma pela passagem do<br />

fluido frio. Assim, a energia térmica não é transferida através de uma parede como<br />

no caso dos recuperadores.<br />

2.7.2 Processos de Transferência de Calor<br />

De acordo com o processo de transferência, os trocadores de calor podem<br />

ser classificados como de contato direto ou indireto.<br />

Em trocadores de calor de contato direto, a transferência de calor entre os<br />

fluidos quente e frio se dá pelo contato direto entre estes fluidos. Entre as correntes<br />

fria e quente não há uma parede de separação e a transferência ocorre através da<br />

20


interface entre as duas correntes. Neste tipo de transferência de calor as correntes<br />

podem ser dois líquidos, um líquido e um gás, ou uma combinação de partículas<br />

sólidas e um fluido. Um exemplo para este tipo de trocador é a torre de resfriamento,<br />

na qual uma corrente de ar ascendente resfria a água previamente borrifada pelo<br />

topo da torre. É muito comum, nestes tipos de trocadores, que ocorra, além da<br />

transferência de calor, transferência de massa.<br />

Em trocadores de calor de contato indireto, os fluidos permanecem<br />

separados e a transferência de calor ocorre de forma contínua através de uma<br />

parede. Estes trocadores podem ainda ser subdivididos em trocadores de<br />

transferência direta e de armazenamento. Nos trocadores de transferência direta,<br />

não há mistura entre os fluidos quente e frio, pois cada corrente permanece em<br />

passagens separadas. Exemplos deste tipo de trocador são os bitubular e casco -<br />

tubo. Nos trocadores de armazenamento, ambos os fluidos, quente e frio, percorrem<br />

alternadamente as mesmas passagens de troca de calor. A superfície para esta<br />

transferência de calor, geralmente, é uma estrutura chamada matriz. Em caso de<br />

aquecimento, o fluido quente percorre a superfície de transferência de calor e a<br />

energia térmica fica então armazenada na matriz. Quando o fluido frio percorrer o<br />

mesmo caminho, ele é aquecido pela energia térmica que ficou armazenada na<br />

matriz. Este trocador é chamado de regenerador, ilustrado na figura 9.<br />

21


2.7.3 Tipos de Construção<br />

Figura 9 – Trocador de calor de armazenamento.<br />

Os grupos principais dentro desta classificação são os trocadores tipo<br />

tubular, de placas e de superfícies estendidas.<br />

2.7.3.1 Trocadores de calor tubulares<br />

São construídos geralmente com tubos circulares, onde um dos fluidos<br />

passa por dentro do tubo e o outro, por fora deste. Podem ser classificados em<br />

bitubular, casco - tubo, e espiral.<br />

O trocador de calor bitubular (figura 10) consiste em dois tubos concêntricos,<br />

onde um dos fluidos escoa pelo tubo interno e o outro pela parte anular entre os<br />

tubos. Este trocador é geralmente usado em aplicações de pequenas capacidades.<br />

Esta configuração também é adequada quando um ou ambos fluidos estão a alta<br />

pressão. A maior desvantagem é que estes trocadores são volumosos e possuem<br />

um custo elevado por unidade de área de transferência de calor.<br />

22


Figura 10 – Trocador de calor bitubular.<br />

Os trocadores de calor tipo casco tubo (figura 11) são muito versáteis, por<br />

serem fabricados com uma variedade de tamanho e material. Além disso, são muito<br />

utilizados em processos industriais. Neste tipo de trocadores de calor, um certo<br />

número de tubos está envolto por uma carcaça. Os tubos, geralmente, são<br />

circulares, montados dentro de uma casca cilíndrica, e alinhados com o eixo da<br />

carcaça. Estes trocadores são muito utilizados como resfriadores de óleo,<br />

condensadores, evaporadores e geradores de vapor em usinas nucleares. Nestes<br />

trocadores, um dos fluidos passa pelo interior dos tubos e o outro pelo espaço entre<br />

a carcaça e os tubos. Uma variedade grande destes trocadores estão disponíveis<br />

para atender critérios como, transferência de calor desejada, queda de pressão e<br />

mínima tensão térmica. Uma subclassificação dos trocadores de casco - tubo está<br />

relacionada ao número de vezes que o fluido passa através do trocador. Desta<br />

maneira, há um aumento da taxa de transferência de calor e, conseqüentemente,<br />

redução do tamanho do equipamento. Trocadores de casco - tubo são os mais<br />

utilizados para quaisquer capacidades e condições operacionais, tais como pressões<br />

e temperaturas elevadas, atmosferas corrosivas, fluidos muito viscosos, entre outras.<br />

23


Figura 11 – Trocador de calor casco – tubo.<br />

O trocador de calor em serpentina consiste em tubos circulares ordenados<br />

em uma carcaça. Um dos fluidos passa pela carcaça e o outro pela serpentina,<br />

conforme ilustra a figura 12. A transferência de calor neste caso é mais elevada do<br />

que quando comparada a um trocador bitubular. Em se tratando de serpentinas,<br />

uma grande superfície pode ser acomodada em um determinado espaço.<br />

Figura 12 – Trocador de calor em serpentina.<br />

24


2.7.3.2 Trocadores de calor tipo placa<br />

Como mostra a figura 13, estes tipos de trocadores, normalmente, são<br />

construídos com placas planas, lisas ou com alguma forma de ondulações.<br />

Geralmente, estes trocadores não podem suportar pressões muito altas, quando<br />

comparados aos trocadores tubulares equivalentes.<br />

Figura 13 – Trocador de calor tipo placa. (KAKAÇ, 1997)<br />

2.7.3.3 Trocadores de calor com superfície estendida<br />

Trocadores de calor com superfícies estendidas possuem uma grande área<br />

de troca térmica. Sua utilização é válida quando pelo menos um dos fluidos é um<br />

gás, pois o coeficiente de transferência de calor do lado do gás é muito menor que<br />

aquele do lado do líquido. Então, superfícies aletadas são usadas no lado do gás<br />

para aumentar a área de transferência de calor. Aletas são largamente utilizadas em<br />

trocadores gás-gás e gás-líquido, pois há necessidade de se ter um trocador de<br />

calor compacto. Os tipos mais comuns de trocadores de calor com superfície<br />

estendida são os de placas aletadas e de tubos aletados.<br />

25


Trocadores de calor com placas aletadas são principalmente utilizados para<br />

aplicações gás-gás. Nestes trocadores, as correntes são separadas por planos<br />

achatados preenchidos com aletas onduladas. Estas unidades são muito compactas<br />

e têm uma área de transferência de calor por unidade de volume por volta de 2000<br />

m 2 /m 3 . Estes tipos de trocadores de calor são usados em turbinas a gás,<br />

refrigeração, aquecimento, ventilação, condicionamento de ar e em indústrias<br />

químicas.<br />

Trocadores de calor com tubos aletados são usados para trocadores de<br />

calor gás-líquido. O coeficiente de transferência de calor para o gás é geralmente<br />

muito menor do que para o líquido e, portanto, aletas são colocadas do lado do gás.<br />

Este trocador de calor consiste de um feixe de tubos envolvidos por aletas.<br />

Trocadores de calor com tubos aletados são comumente utilizados em aquecimento,<br />

ventilação, refrigeração e sistemas de condicionamento de ar.<br />

Outra configuração de aletas é colocá-las no interior de tubos, cuja aplicação<br />

é útil para os condensadores e evaporadores dos sistemas de refrigeração.<br />

2.7.4 Mecanismos de Transferência de Calor<br />

Outra classificação para os trocadores, baseia-se no mecanismo de<br />

transferência de calor:<br />

a) convecção de única fase em ambos os lados;<br />

b) convecção de única fase em um lado, e de duas fases no outro lado;<br />

c) convecção de duas fases em ambos os lados.<br />

Observa-se na figura 14 que o fluido A está evaporando, devido ao calor<br />

recebido do fluido B. Por outro lado, na figura 15, o fluido A está condensando pela<br />

liberação de calor transferida para o fluido B.<br />

Figura 14 – Evaporação. (KAKAÇ, 1997)<br />

26


2.7.5 Arranjo de Escoamento<br />

Figura 15 – Condensação. (KAKAÇ, 1997)<br />

O arranjo de escoamento é a maneira como os fluidos passam pelo trocador<br />

de calor. Há três configurações básicas que classificam estes trocadores:<br />

a) fluxo com escoamento em paralelo;<br />

b) fluxo com escoamento em contra corrente;<br />

c) fluxo com escoamento cruzado.<br />

Trocadores de calor com fluxo paralelo são ilustrados na figura 16. As<br />

correntes entram no mesmo sentido, seguem a mesma direção e deixam o trocador.<br />

Figura 16 – Trocador de calor com fluxo em paralelo.<br />

Nos trocadores de calor com escoamento em contra corrente, as correntes<br />

entram por lados opostos e percorrem o trocador em sentidos contrários (figura 17).<br />

Assim, a diferença de temperatura entre os fluidos é mais uniforme, ao longo do<br />

trocador, do que o é para qualquer outro padrão de escoamento. Por esta razão, o<br />

trocador de calor operando em contra corrente é termodinamicamente mais eficiente<br />

do que um trocador, operando em corrente paralela.<br />

27


Figura 17 – Trocador de calor em contra corrente.<br />

Trocadores com escoamento cruzado, onde um fluido escoa<br />

perpendicularmente ao outro, podem ser com e sem aletas. Essas configurações<br />

diferem pelo fato de o fluido que escoa pelo lado externo dos tubos se encontrar<br />

misturado, ou não. No caso do fluido encontrar-se não misturado, os trocadores de<br />

calor são aletados. Assim, as aletas impedem o movimento na direção transversal à<br />

direção do escoamento principal. Já para o caso sem aletas, a movimentação do<br />

fluido na direção transversal é possível. Como o escoamento no interior dos tubos é<br />

não misturado, em trocadores aletados, os dois fluidos são não misturados,<br />

enquanto que em trocadores não aletados, um fluido é misturado e o outro não<br />

(figura 18).<br />

(a) (b)<br />

Figura 18 – Trocador de calor com escoamento cruzado com tubos (a) aletados e (b) não<br />

aletados. (INCROPERA, 1998)<br />

28


2.8 TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS<br />

Tubos são condutos fechados, destinados principalmente ao transporte de<br />

fluidos. Exceto em alguns casos raros, todos os tubos são de seção circular,<br />

apresentando-se como “cilindros ocos”. A grande maioria dos tubos funciona como<br />

condutos forçados, isto é, sem superfície livre, com o fluido tomando toda área da<br />

seção transversal. Fazem exceção apenas as tubulações de esgoto e, às vezes, as<br />

de águas, que trabalham com superfície livre, como canais.<br />

Chama-se tubulação um conjunto de tubos e seus diversos acessórios. A<br />

necessidade da existência dos tubos decorre, principalmente, do fato do ponto de<br />

geração ou de armazenagem dos fluidos estar distante do seu ponto de utilização.<br />

Usam-se tubos para o transporte de todos os tipos de fluidos conhecidos:<br />

líquidos, gasosos, materiais pastosos e fluidos com sólidos em suspensão, em toda<br />

a faixa de variação de pressões e temperaturas usuais na indústria; desde o vácuo<br />

absoluto até cerca de 6.000 kg/cm 2 e desde próximo do zero absoluto até as<br />

temperaturas dos metais em fusão.<br />

O emprego de tubulações pelo homem antecede provavelmente a história<br />

escrita. Foram descobertos vestígios ou redes completas de tubulações nas ruínas<br />

da Babilônia, da China antiga, de Pompéia e em muitas outras cidades da Idade<br />

Antiga. Os primeiros tubos metálicos foram feitos de chumbo, séculos antes da Era<br />

Cristã. No século XVII, começaram a aparecer os tubos de ferro fundido para água,<br />

havendo tubulações desse tempo ainda em funcionamento como, por exemplo, as<br />

instalações para as fontes do jardim do Palácio de Versalhes, na França. Os tubos<br />

de aço, que hoje dominam largamente quase todos os campos de aplicação<br />

industrial, são de desenvolvimento relativamente recente, datando de 1825 o<br />

primeiro tubo de aço, fabricado na Inglaterra. Só em 1886, com a primeira patente<br />

dos irmão Mannesmann, do “laminador oblíquo”, foi possível produzir<br />

economicamente tubos de aço sem costura. Nesta época, os tubos de aço eram<br />

necessários, principalmente, para resistir às pressões cada vez mais altas das<br />

tubulações de vapor.<br />

A importância dos tubos na indústria é enorme, sendo um dos componentes<br />

industriais de uso mais generalizado. O valor da tubulação representa, em média, 50<br />

29


a 70% do valor de todos os equipamentos de uma indústria de processamento e 15<br />

a 20% do custo total da instalação (TELLES, 1981).<br />

Na prática, chamam-se geralmente de tubos apenas os condutos rígidos. Os<br />

condutos flexíveis, às vezes, chamados de “tubos flexíveis”, são mais conhecidos<br />

por mangueiras ou mangotes.<br />

Na nomenclatura americana, os tubos são chamados de “pipe” ou de “tube”.<br />

Entre estes dois termos não há uma distinção muito rígida. De um modo geral, o<br />

termo “pipe” é usado para os tubos cuja a função é propriamente de conduzir fluidos,<br />

enquanto que o termo “tube” emprega-se para os tubos destinados primordialmente<br />

a outras funções, tais como trocar calor (tubos de caldeiras, de trocadores de calor,<br />

etc.), conduzir sinais (tubos de instrumentação), funcionar como vigas ou como<br />

elementos estruturais.<br />

Segundo TELLES (1981, p.2), A “Comisión Pan-Americana de Normas<br />

Tecnicas – COPANT” recomendou que se chame de “tubos de condução” os tubos<br />

destinados ao transporte de fluidos, e que se chame simplesmente de “tubos” os que<br />

se destinam primordialmente a qualquer outra finalidade.<br />

Outra nomenclatura é apresentada por MUNSON (1997, p.413). Este autor<br />

diferencia as designações tubos e dutos. A expressão tubo é utilizada quando a<br />

seção transversal é circular, como já mencionado anteriormente, enquanto a<br />

expressão duto é utilizada quando a seção transversal não for circular.<br />

A grande maioria das tubulações utilizadas para transportar fluidos<br />

apresentam seção transversal circular. Normalmente, as tubulações de água e<br />

mangueiras hidráulicas apresentam seção transversal circular e são projetados para<br />

suportar uma diferença de pressão considerável (diferença entre a pressão no fluido<br />

e aquela no ambiente onde está localizada a tubulação) sem se deformar. De outro<br />

lado, os dutos utilizados nos sistemas para o condicionamento de ambientes<br />

(aquecimento ou resfriamento) normalmente apresentam seções transversais<br />

retangulares. Isto é possível porque a pressão relativa do fluido que escoa nestes<br />

dutos é relativamente pequena.<br />

30


2.8.1 Materiais para Fabricação de Tubos<br />

Os materiais empregados na fabricação de tubos são apresentados por<br />

TELLES (1981) e segundo este autor, “só a A.S.T.M (American Society for Testing<br />

and Materials) especifica mais de 500 tipos diferentes de materiais”. A figura 19<br />

apresenta um resumo dos principais materiais.<br />

Tubos metálicos<br />

Tubos não metálicos<br />

Ferrosos<br />

Não Ferrosos<br />

Materiais plásticos<br />

Aços-carbono<br />

Aços-liga<br />

Aços inoxidáveis<br />

Ferro fundido<br />

Ferro forjado<br />

Ferros ligados<br />

Ferro nodular<br />

Cobre<br />

Latões<br />

Cupro-níquel<br />

Alumínio<br />

Níquel e ligas<br />

Metal monel<br />

Chumbo<br />

Titânio, Zircônio<br />

Cimento-amianto (transite)<br />

Concreto armado<br />

Barro vidrado<br />

Borrachas<br />

Vidro<br />

Cerâmica, porcelana<br />

Cloreto de poli-vinil (PVC)<br />

Polietileno<br />

Acrílicos<br />

Acetato de celulose<br />

Epoxi<br />

Poliésteres<br />

Fenólicos<br />

Figura 19 – Resumo dos principais materiais de tubos.<br />

31


A escolha do material adequado para uma determinada aplicação é sempre<br />

um problema complexo, cuja solução depende principalmente da pressão,<br />

temperatura de trabalho, do fluido conduzido (aspectos de corrosão e<br />

contaminação), do custo, do grau de segurança necessário, das sobrecargas<br />

externas, e também, em certos casos, da resistência ao escoamento (perda de<br />

carga).<br />

2.8.1.1 Tubos de aço-carbono<br />

O aço-carbono é denominado “material de uso geral” em tubulações<br />

industriais, segundo TELLES (1981, p.11), devido ao seu baixo custo, excelentes<br />

qualidades mecânicas e facilidade de solda e de conformação. Em indústrias de<br />

processamento, mais de 80% dos tubos são de aço-carbono, que é usado para água<br />

doce, vapor de baixa pressão, condensado, ar comprimido, óleos, gases e muitos<br />

outros fluidos pouco corrosivos, em temperaturas a partir de -40°C.<br />

Tubos de aço-carbono podem ser galvanizados, ou seja, revestidos<br />

internamente e externamente com zinco depositado à quente, com a finalidade de<br />

dar maior resistência à corrosão.<br />

Não é recomendado o uso de aço-carbono para tubos trabalhando<br />

permanentemente a mais de 450°C, pois a exposição prolongada a temperaturas<br />

superiores a esta pode causar a precipitação de carbono (grafitização), que torna o<br />

material quebradiço. Também ocorre a redução da resistência mecânica devido,<br />

principalmente, ao fenômeno de deformações permanentes por fluência, que<br />

começa a ser observado a partir de 370°C.<br />

O aço-carbono pode ser utilizado em tubulações que operam a temperaturas<br />

de até 550°C, desde que sejam expostos a esta por um período de curta duração e<br />

não coincidam com grandes esforços mecânicos.<br />

Em temperaturas muito baixas, o aço-carbono apresenta um comportamento<br />

quebradiço, estando sujeito a fraturas repentinas. Esse efeito é melhorado quando o<br />

aço é de baixo carbono e normalizado para obtenção de uma granulação fina. Por<br />

esse motivo, os aços para trabalho em temperaturas inferiores a 0°C devem ser<br />

acalmados, com o máximo de 0,3% de carbono, e normalizados para uma<br />

32


granulação fina. Em todos os tubos operando nessa faixa de temperatura deve-se<br />

exigir o ensaio de impacto “Charpy” para verificação da sua ductilidade. A<br />

temperatura mínima limite para uso desses aços-carbono pela norma ANSI B.31 é<br />

de -50°C, embora raramente sejam empregados em temperaturas abaixo de -40°C.<br />

2.8.1.2 Aços-liga e aços inoxidáveis<br />

Os aços que possuem qualquer quantidade de outros elementos, que não<br />

seja Fe-C, são chamados de aços-liga. A quantidade total de elementos de liga<br />

distinguem os aços de baixa liga, com até 5% de elementos de liga, os aços de liga<br />

intermediária, contendo entre 5% e 10%, e os aços de alta liga, com mais de 10% de<br />

elementos de liga.<br />

Quanto aos aços inoxidáveis, para receber esta denominação é necessário<br />

que o aço contenha 12% de cromo. Este elemento aumenta a proteção contra a<br />

corrosão, mesmo em exposição prolongada a uma atmosfera normal.<br />

Todos os tubos de aço-liga são mais caros do que os de aço-carbono, sendo<br />

de um modo geral o custo proporcional à quantidade de elementos de liga. Além<br />

disso, a montagem e soldagem desses tubos é também mais difícil e mais cara.<br />

Os principais casos em que se justifica o emprego dos aços especiais,<br />

segundo TELLES (1981, p.16), são os seguintes:<br />

a) altas temperaturas – temperaturas acima dos limites de uso dos açoscarbono,<br />

ou mesmo abaixo desse limites, quando for exigida grande<br />

resistência mecânica, resistência à fluência ou resistência à corrosão;<br />

b) baixas temperaturas – temperaturas inferiores a -40°C;<br />

c) alta corrosão – aços-liga e aços inoxidáveis, na maioria das aplicações<br />

são mais resistentes à corrosão e à erosão. Entretanto, existem<br />

exceções como é o caso da água salgada, que destrói os aços especiais<br />

tão rapidamente quanto os aços-carbono;<br />

d) necessidade de não contaminação – serviços para os quais não se<br />

possa admitir contaminação do fluido circulante (produtos alimentares e<br />

farmacêuticos). Os resíduos da corrosão são carregados pela corrente<br />

do fluido e podem contaminá-lo;<br />

33


e) segurança – fluidos perigosos (muito quentes, inflamáveis, tóxicos,<br />

explosivos e outros), exigem máxima segurança contra vazamentos e<br />

acidentes.<br />

2.8.1.3 Tubos de ferro fundido e de ferro forjado<br />

Tubos de ferro fundido são usados para água, gás, água salgada e esgoto,<br />

em serviços de baixa pressão, temperatura ambiente, e onde não ocorram grandes<br />

esforços mecânicos. Esses tubos tem boa resistência à corrosão, principalmente à<br />

corrosão do solo. Os tubos fabricados no Brasil são testados para pressões de até<br />

2940 kPa.<br />

Os tubos de ferro forjado são conhecidos no comércio como “tubos de ferro<br />

galvanizado”. Estes tubos são empregados em tubulações industriais secundárias,<br />

de baixa pressão e temperatura, para água, ar comprimido, condensado, etc. O ferro<br />

forjado tem baixa resistência mecânica e boa resistência à corrosão, equivalente à<br />

do ferro fundido e bem melhor do que a do aço-carbono.<br />

A norma ANSI B.31, apenas permite o uso de tubos de ferro fundido e de<br />

ferro forjado para vapor ou para hidrocarbonetos e outros fluidos inflamáveis para<br />

serviços até 150°C e 2647 kPa fora das unidades de processamento, e até 980 kPa<br />

quando dentro das unidades. A mesma proíbe o uso destes tubos para fluidos<br />

tóxicos em qualquer condição, bem como para serviços em temperaturas inferiores a<br />

0°C.<br />

2.8.1.4 Tubos de metais não-ferrosos<br />

Comparando-se os metais não-ferrosos com o aço-carbono, os primeiros<br />

possuem melhor resistência à corrosão e preço mais elevado. A maioria desses<br />

metais tem menor resistência mecânica e menor resistência às altas temperaturas,<br />

apresentando, entretanto, melhor comportamento em baixas temperaturas. Devido<br />

ao alto custo, os tubos fabricados com metais não-ferrosos são pouco usados.<br />

34


2.8.1.4.1 Cobre e suas ligas<br />

Possui excelente resistência à oxidação e ao ataque da atmosfera, da água<br />

(inclusive água salgada), dos álcalis, dos ácidos diluídos, de muitos compostos<br />

orgânicos, e de numerosos outros fluidos corrosivos. As ligas de cobre estão sujeitas<br />

a severo efeito de corrosão sob-tensão quando em contato com amônia, aminas e<br />

outros compostos nitrados. Todos esses materiais podem ser empregados em<br />

serviço contínuo desde -180°C até 200°C.<br />

A alta condutividade térmica do cobre e do latão faz com que estes materiais<br />

sejam empregados em serpentinas, feixes tubulares de trocadores de calor,<br />

condensadores e como tubos de aquecimento e de refrigeração. Em diâmetros<br />

pequenos, de até 0,05 m (2 polegadas), podem ser empregados para água, ar<br />

comprimido, óleos, vapor de baixa pressão e para transmissão de sinais de<br />

instrumentação.<br />

2.8.1.4.2 Alumínio e sua ligas<br />

Os tubos destes metais são muito leves, aproximadamente 1/3 do peso do<br />

aço, tem alta condutividade térmica, e boa resistência ao contato com a atmosfera, a<br />

água, e muitos compostos orgânicos, inclusive ácidos orgânicos. Os resíduos<br />

resultantes da corrosão não são tóxicos.<br />

A resistência mecânica do alumínio é baixa; pode, entretanto, ser melhorada<br />

pela adição de pequenas quantidades de Fe, Si, Mg e outros metais. Tanto o<br />

alumínio como as suas ligas podem trabalhar em serviço contínuo desde -270°C até<br />

200°C. O comportamento em temperaturas extremamente baixas é excelente, sendo<br />

o alumínio o material de menor custo que pode ser utilizado em temperaturas<br />

criogênicas.<br />

Os tubos de alumínio são empregados para sistemas de aquecimento e de<br />

refrigeração, serviços criogênicos e serviços de não-contaminação.<br />

35


2.8.1.5 Tubos de materiais não-metálicos<br />

Quando trata-se de tubos de materiais não-metálicos utilizados em<br />

tubulações industriais, os principais são os materiais plásticos sintéticos. O emprego<br />

desses materiais tem crescido muito nos últimos anos, principalmente como<br />

substituto para os aços inoxidáveis e metais não-ferrosos. O aumento constante dos<br />

preços desses metais e o aperfeiçoamento contínuo dos plásticos tendem a tornar<br />

maior ainda a expansão de seu emprego.<br />

“O conjunto de vantagens e desvantagens dos materiais plásticos permite<br />

que sejam utilizados principalmente para serviços de temperatura ambiente ou<br />

moderada, e baixos esforços mecânicos, simultâneos com a necessidade de grande<br />

resistência à corrosão” (TELLES, 1981, p. 30). O risco de avaria ou destruição que<br />

possam ser causados por incêndios próximos, impedem a utilização destes<br />

materiais, mesmo que estas tubulações trabalhem com fluido a baixa temperatura.<br />

2.8.2 Seleção dos Materiais<br />

Selecionar e especificar os materiais adequados para cada serviço é,<br />

freqüentemente, uma das questões mais difíceis para o projetista de tubulações<br />

industriais. Os principais fatores que influenciam a seleção de um material são<br />

apresentados por TELLES (1981, p. 139):<br />

a) condições de serviço (pressão e temperatura);<br />

b) fluido conduzido;<br />

c) nível de tensões no material;<br />

d) natureza dos esforços mecânicos;<br />

e) diâmetro do tubo;<br />

f) sistema de ligações;<br />

g) custo do material;<br />

h) segurança;<br />

i) experiência prévia;<br />

j) facilidades de fabricação e montagem;<br />

k) velocidade do fluido;<br />

l) perdas de carga;<br />

36


m) facilidade de obtenção do material;<br />

n) tempo de vida previsto.<br />

Em alguns casos, pode haver conflitos entre estes fatores. Por exemplo, o<br />

material de melhor resistência à corrosão poderá ser muito caro e de difícil obtenção.<br />

Por este motivo, a relação acima não está em ordem de prioridade ou de<br />

importância.<br />

2.8.2.1 Tubulações para água doce<br />

A água doce limpa, com reação neutra (pH entre 5 e 9), é um fluido de baixa<br />

corrosão, para o qual os seguintes materiais podem ser indicados:<br />

a) tubulações de baixa pressão e temperatura moderada (até 980 kPa e até<br />

60°C), não enterradas:<br />

- tubos com até 0,10 m de diâmetro: aço-carbono galvanizado (ASTM<br />

A-120), ou ferro maleável galvanizado, com ligações rosqueadas;<br />

tubos de PVC rosqueados para ramais e redes de distribuição de<br />

pequeno diâmetro;<br />

- válvulas com até 0,10 m de diâmetro: bronze, com mecanismo interno<br />

também de bronze, rosqueadas;<br />

- tubos com até 0,05 m ou maior: aço-carbono (ASTM A-120 ou ASTM<br />

A-134), com sobre-espessura para corrosão de 1,2 mm, ligações de<br />

solda de topo. Para diâmetros de 0,076 m, ou maior, são também<br />

muito usados os tubos de ferro fundido;<br />

- válvulas com diâmetros de 0,076 m ou maior: ferro fundido, com<br />

mecanismo interno de bronze, extremidades com flanges de face<br />

plana;<br />

- flanges: aço-carbono forjado (ou fabricado de chapa), tipo sobreposto,<br />

face plana;<br />

- juntas: borracha natural.<br />

b) tubulações para pressões e temperaturas mais elevadas, não<br />

enterradas, dentro de instalações industriais, inclusive para alimentação<br />

de caldeiras:<br />

37


- tubos com até 0,038 m de diâmetro: aço-carbono (ASTM A-53 ou API-<br />

5L), com sobre-espessura para corrosão de 1,2mm, ligações de solda<br />

de encaixe;<br />

- tubos com diâmetros de 0,05 m ou maiores: aço-carbono (ASTM A-53<br />

ou API-5L), com sobre-espessura para corrosão de 1,2 mm, ligações<br />

de solda de topo;<br />

- válvulas com até 0,038 m de diâmetro: aço-carbono forjado (ASTM A-<br />

105), com mecanismo interno de aço inoxidável 410, extremidade<br />

para solda de encaixe;<br />

- válvulas com diâmetros de 0,05 m ou maior: aço-carbono fundido<br />

(ASTM A-216), com mecanismo interno de aço inoxidável 410,<br />

extremidades com flange de face com ressalto;<br />

- flanges: aço-carbono forjado, tipo “de pescoço”, face com ressalto;<br />

- juntas: amianto grafitado.<br />

Nos casos em que ocorra a condensação de vapor, recomenda-se também<br />

adotar maior sobre-espessura para o aço-carbono (2 a 3mm), pois o condensado<br />

pode conter certa quantidade de CO2 que originará o ácido carbônico, muito<br />

corrosivo.<br />

38


3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA<br />

3.1 <strong>SISTEMA</strong>S <strong>DE</strong> <strong>REFRIGERAÇÃO</strong> A VAPOR<br />

A maioria dos equipamentos de refrigeração usados atualmente é baseado<br />

nos ciclos de refrigeração a vapor, que são divididos em dois grupos principais: o<br />

ciclo de refrigeração por compressão mecânica e o ciclo de refrigeração por<br />

absorção.<br />

Os sistemas de refrigeração a vapor de um modo geral, possuem o seguinte<br />

funcionamento: um líquido a alta pressão (ponto 3 da figura 20) passa por um<br />

dispositivo de expansão, expandindo isentalpicamente até atingir o ponto 4. A partir<br />

desse ponto, o fluido, a baixa pressão e temperatura, evapora-se em um trocador de<br />

calor, atingindo o ponto 1. Na evaporação, ocorre um aumento da entalpia do fluido<br />

às custas da adição de calor retirado do meio que está sendo resfriado (ABREU,<br />

1999, p.18).<br />

P<br />

Expansão<br />

4<br />

3<br />

Condensação<br />

Evaporação<br />

Figura 20 - Diagrama P-h de um ciclo de refrigeração.<br />

Para que haja o reaproveitamento do fluido refrigerante, com o seu retorno<br />

ao estado correspondente ao ponto 3 da figura 20, é necessário a elevação da<br />

pressão do vapor e sua liquefação. A liquefação, correspondente ao trecho 2-3 da<br />

figura 20, é feita por condensação e conseqüente rejeição de calor ao exterior em<br />

um trocador de calor denominado condensador.<br />

A diferença entre os sistemas de refrigeração por compressão e absorção<br />

está na forma de elevar a pressão (trecho 1-2 da figura 20).<br />

1<br />

2<br />

h<br />

39


3.1.1 Sistema de Refrigeração por Compressão Mecânica de Vapor<br />

Neste tipo de sistema, a elevação da pressão do vapor é proporcionada por<br />

compressão mecânica. Como a massa específica do gás é baixa, a quantidade de<br />

trabalho para comprimí-lo é significativamente maior que a necessária para<br />

comprimir um líquido. A figura 21 ilustra os componentes de um sistema de<br />

refrigeração por compressão mecânica.<br />

3<br />

4<br />

Válvula de<br />

expansão<br />

Condensador<br />

Evaporador<br />

Figura 21 – Sistema de refrigeração de um ciclo padrão por compressão mecânica de vapor.<br />

3.1.1.1 Desempenho de um ciclo padrão de compressão de vapor<br />

Alguns parâmetros importantes de um ciclo padrão de compressão<br />

mecânica de vapor são: o trabalho de compressão, a taxa de rejeição de calor, o<br />

efeito de refrigeração, o coeficiente de performance, a vazão em volume de<br />

refrigerante por unidade de capacidade de refrigeração e a potência por unidade de<br />

capacidade de refrigeração.<br />

Fazendo um balanço de energia em regime permanente no compressor<br />

(figura 22), desprezando as variações de energia cinética e potencial e considerando<br />

compressão adiabática,<br />

m & ⋅<br />

A potência de compressão será então:<br />

Calor fornecido<br />

2<br />

1<br />

Calor recebido<br />

Compressor<br />

Trabalho de<br />

compressão<br />

& ⋅ h1<br />

+ W = m&<br />

h<br />

(1)<br />

2<br />

40


( h h )<br />

& = m&<br />

⋅<br />

(2)<br />

2 1<br />

W −<br />

onde m& corresponde à vazão mássica de refrigerante e h, à entalpia. Os índices 1 e<br />

2 são, respectivamente, entrada e saída do compressor.<br />

O trabalho específico de compressão é definido como a variação de entalpia<br />

no processo 1-2 da figura 22 e é dado por:<br />

= ( h2<br />

h1)<br />

(3)<br />

W −<br />

O conhecimento da potência de compressão é importante, uma vez que esta<br />

pode representar o maior custo operacional do sistema.<br />

A capacidade de refrigeração é a taxa de calor trocado no processo 4-1 da<br />

figura 21. Seu conhecimento é importante, uma vez que esse processo representa o<br />

objetivo principal do sistema. Fazendo um balanço de energia em regime<br />

permanente no evaporador (figura 23) e desprezando as variações de energia<br />

cinética e potencial,<br />

mh &⋅ + Q& = mh & ⋅<br />

(4)<br />

4 e 1<br />

A capacidade de refrigeração será então:<br />

e<br />

( )<br />

Q&= m& ⋅ h −h<br />

(5)<br />

1 4<br />

O efeito de refrigeração é definido por:<br />

1<br />

2<br />

Figura 22 - Volume de controle no compressor.<br />

Q = ( h )<br />

e<br />

Compressor<br />

W &<br />

h1 − 4<br />

(6)<br />

41


Figura 23- Volume de controle no evaporador.<br />

O desempenho de um ciclo de refrigeração pode ser quantificado através do<br />

coeficiente de performance, definido como:<br />

Capacidadede<br />

Refrigeração<br />

COP =<br />

Potênciade<br />

Compressão<br />

(7)<br />

Portanto:<br />

Qe<br />

COP =<br />

W<br />

&<br />

(8)<br />

&<br />

Para que o coeficiente de performance seja adimensional, os termos na<br />

definição do coeficiente devem ter a mesma unidade.<br />

Como pode ser observado, uma pequena potência de compressão equivale<br />

a um COP elevado, o que torna o sistema de refrigeração eficiente. Entretanto, é<br />

necessário comparar o coeficiente de performance do ciclo real com o coeficiente de<br />

performance do ciclo de Carnot, já que este é usado como referência para<br />

determinar a eficiência de refrigeração. O ciclo de Carnot possui o maior COP para<br />

as mesmas condições de trabalho.<br />

O coeficiente de performance do ciclo de Carnot (COPCarnot) é dado por<br />

(STOECKER e JONES, 1985):<br />

COP<br />

Te<br />

=<br />

T − T<br />

Carnot (9)<br />

onde e T é a temperatura de evaporação e T c , a temperatura de condensação.<br />

c<br />

Como se vê, para obter um coeficiente de performance elevado deve-se<br />

operar com a temperatura T e mais elevada possível e a temperatura T c mais baixa<br />

possível.<br />

4<br />

Evaporador<br />

e<br />

Qe &<br />

1<br />

42


A eficiência de refrigeração do ciclo de compressão de vapor, ηR, é<br />

calculada tendo como referência o COP Carnot , sendo dada por:<br />

próxima de 1,0.<br />

COP<br />

η R =<br />

COPCarnot<br />

Note que η R


No evaporador há vapor de refrigerante a baixa pressão. O vapor de<br />

refrigerante que sai do evaporador é absorvido por uma solução no absorvedor.<br />

Caso a temperatura desta solução se eleve, a absorção de vapor pode cessar. Para<br />

evitar isto, o absorvedor é resfriado por água ou ar. A solução no absorvedor é dita<br />

concentrada, pois contém grande quantidade de refrigerante. Uma bomba eleva a<br />

pressão da solução concentrada e faz com que esta entre no gerador. No gerador, o<br />

refrigerante volta ao estado de vapor devido à adição de calor. Este vapor está a<br />

uma temperatura e pressão elevadas. O aumento de pressão ocorre com baixo<br />

custo de energia por causa do alto volume específico dos líquidos. A solução líquida,<br />

com baixa concentração de refrigerante, retorna ao absorvedor através da válvula<br />

redutora de pressão, que tem o objetivo de manter a diferença de pressão entre o<br />

absorvedor e o gerador. No condensador, o vapor é condensado por meio de água<br />

fria. O refrigerante vai para o evaporador através de uma válvula de expansão. No<br />

evaporador, o fluido refrigerante absorve calor e se evapora.<br />

3.1.2.1 Coeficiente de performance de um ciclo de absorção<br />

O coeficiente de performance do ciclo de absorção COP abs é definido como:<br />

capacidadede<br />

refrigeração<br />

taxa de adiçãode<br />

calor no gerador<br />

COPabs = (11)<br />

O COP abs para os sistemas de absorção é comparativamente baixo em<br />

relação ao do ciclo de compressão, mas isto não necessariamente é um demérito<br />

para os ciclos de absorção, uma vez que os coeficientes dos dois ciclos são<br />

definidos de forma diferente. O COP do ciclo de compressão de vapor é a relação da<br />

capacidade de refrigeração pela potência na forma de trabalho fornecida para operar<br />

o ciclo. Energia na forma de trabalho é normalmente muito mais valiosa e cara do<br />

que energia na forma de calor.<br />

Uma outra maneira de explicar a diferença entre os coeficientes de<br />

performance dos ciclos de absorção e compressão está representada na figura 25.<br />

Os processos nos blocos da esquerda consistem de um ciclo de potência que<br />

produz trabalho necessário para realizar a compressão do vapor do evaporador para<br />

o condensador no ciclo de refrigeração. O ciclo de potência recebe energia na forma<br />

44


de calor, q g , a uma temperatura absoluta T g . A energia gerada, W, é entregue ao<br />

ciclo de refrigeração. A energia não convertida em trabalho, q a , é rejeitada na forma<br />

de calor à temperatura T a . O ciclo de refrigeração recebe o trabalho W e com ele<br />

transfere calor q e , da temperatura de refrigeração T e , para a temperatura T a . A<br />

quantidade de calor, q c , é então rejeitada.<br />

Para o ciclo de potência do lado esquerdo da figura 25, o coeficiente de<br />

desempenho de Carnot é dado por:<br />

qg<br />

Tg<br />

=<br />

W T − T<br />

(12)<br />

g<br />

e para o ciclo de refrigeração do lado direito da figura 25, o coeficiente de<br />

desempenho de Carnot pode ser calculado como:<br />

T g<br />

a<br />

a<br />

qe<br />

Te<br />

=<br />

W T − T<br />

Figura 25- Ciclo de refrigeração operando a calor idealizado como uma combinação de um<br />

ciclo de potência e um de refrigeração. (STOECKER e JONES,1985,p363.)<br />

Substituindo as equações (12) e (13) na equação (11), tem-se a seguinte<br />

expressão para o COP de absorção de Carnot:<br />

( COP<br />

)<br />

abs Carnot<br />

( COP<br />

)<br />

abs<br />

q<br />

=<br />

q<br />

Carnot<br />

e<br />

g<br />

a<br />

e<br />

W ⋅ T T e g − Ta<br />

= ⋅<br />

T − T W ⋅ T<br />

Te<br />

⋅<br />

=<br />

T ⋅<br />

g<br />

e<br />

( Tg<br />

−Ta<br />

)<br />

T −T<br />

)<br />

( a e<br />

Ta<br />

a T a<br />

T e<br />

Ciclo de potência<br />

qg<br />

q<br />

W<br />

Ciclo de refrigeração<br />

g<br />

q c<br />

q<br />

e<br />

(13)<br />

(14)<br />

(15)<br />

45


Observando a equação (15), pode-se notar que:<br />

a) quando e<br />

b) quando g<br />

c) quando a<br />

COP<br />

T aumenta, o ( abs ) Carnot<br />

COP<br />

T aumenta, o ( abs ) Carnot<br />

COP<br />

T aumenta, o ( abs ) Carnot<br />

aumenta;<br />

aumenta;<br />

diminui.<br />

A capacidade de refrigeração é a taxa de calor trocado no processo 4-5 da<br />

figura 24. Fazendo um balanço de energia no evaporador, obtem-se a capacidade<br />

de refrigeração:<br />

sendo o efeito de refrigeração dado por:<br />

mh &⋅ + Q& = mh & ⋅<br />

(16)<br />

e<br />

4 e 5<br />

Q&= m& ⋅ h −h<br />

(17)<br />

e<br />

( )<br />

5 4<br />

Q = ( )<br />

h5 − h4<br />

(18)<br />

A taxa de adição de calor no gerador é calculada fazendo um balanço de<br />

energia do gerador (figura 26):<br />

Portanto,<br />

m &<br />

g ⋅<br />

& 1⋅<br />

h1<br />

+ Q = m&<br />

2⋅<br />

h2<br />

+ m&<br />

h3<br />

(19)<br />

Q& g = m&<br />

2⋅<br />

h2<br />

+ m&<br />

⋅ h3<br />

− m&<br />

1 ⋅ h1<br />

(20)<br />

Solução<br />

1<br />

2<br />

Gerador<br />

Figura 26 - Volume de controle no gerador<br />

Assim, o desempenho para o ciclo de absorção pode ser quantificado<br />

através do coeficiente de performance, definido como:<br />

Q&<br />

e<br />

COP abs =<br />

(21)<br />

Q&<br />

g<br />

3<br />

g Q&<br />

46


A eficiência de refrigeração do ciclo de absorção, η R , é calculada tendo<br />

a<br />

como referência o ( OPabs<br />

) Carnot<br />

3.1.3 Carga Térmica<br />

C , sendo dada por:<br />

COP<br />

η R =<br />

a COP<br />

abs<br />

Carnot<br />

A carga térmica para condensação de uma massa de vapor d`água é<br />

calculada a partir da vazão mássica de vapor e da entalpia de vaporização:<br />

CT = m& ⋅h<br />

v fg<br />

Analisando a figura 2, percebe-se que para o projeto em questão, esta carga<br />

térmica será igual a capacidade de refrigeração do equipamento. Então, tem-se:<br />

(22)<br />

(23)<br />

&<br />

e = m&<br />

a ⋅c<br />

p ⋅∆T<br />

= mv<br />

h fg<br />

(24)<br />

CT = Q<br />

& ⋅<br />

onde a m& é a vazão mássica da água, c p é o calor específico da água, ∆ T é a<br />

diferença de temperatura entre a entrada e a saída do trocador de calor.<br />

O equipamento de refrigeração, especificado a partir da carga térmica<br />

calculada pela equação (24), fornece água a temperatura necessária para a<br />

condensação do vapor. Água esta que, através de um sistema de tubulação, é<br />

elevada até o trocador de calor por uma bomba. Este fluido percorre os tubos do<br />

trocador de calor condensando a massa de vapor d`água que sai da torre e,<br />

conseqüentemente, aquecendo-se. Deixando o trocador de calor a água retorna ao<br />

evaporador do equipamento de refrigeração reiniciando o ciclo.<br />

3.2 TROCADORES <strong>DE</strong> CALOR<br />

Os problemas mais comuns no projeto de um trocador de calor são a<br />

classificação e o dimensionamento.<br />

Para a classificação do trocador de calor é necessário conhecer o fluido a<br />

ser utilizado, bem como as suas temperaturas de entrada e saída e se ocorre a<br />

mudança de fase em um ou em ambos os fluidos.<br />

47


Em função do espaço disponível para a instalação do trocador de calor é<br />

possível determinar as suas dimensões. Conhecendo-se a vazão do fluido frio na<br />

entrada do trocador de calor, o diâmetro do tubo é então determinado. Calculandose<br />

os coeficientes de transferência de calor e a área de troca térmica é possível<br />

encontrar o comprimento do tubo. O número de passes é determinado em função<br />

das dimensões do trocador de calor.<br />

3.2.1 Coeficiente Global de Transferência de Calor<br />

Em operações especiais, onde o fluido quente possui uma taxa de<br />

capacidade térmica ( q C ) muito maior do que a capacidade ( C f ) do fluido frio, a<br />

temperatura do fluido quente permanece aproximadamente constante ao longo de<br />

todo o trocador de calor, enquanto a temperatura do fluido frio aumenta. Esta é a<br />

mesma condição que ocorre quando o fluido quente é um vapor em condensação,<br />

conforme a figura 27.<br />

T<br />

T1<br />

Figura 27 – Condição especial em trocadores de calor: q C >> C f ou vapor em condensação.<br />

De acordo com STOECKER (1989, p. 87), o coeficiente global de<br />

transferência de calor multiplicado pela área de troca (UA) de um condensador pode<br />

ser dado pela expressão:<br />

⎛Tcond −T ⎞ 2 −UA<br />

ln ⎜ ⎟=<br />

⎝Tcond −T1⎠<br />

mc & p<br />

onde Tcond é a temperatura de condensação do fluido quente; T1 e T2 são as<br />

temperaturas de entrada e saída do fluido frio; m& e cp são, respectivamente, a vazão<br />

e o calor específico do fluido frio.<br />

A efetividade do trocador de calor, para este caso especial, é dada por:<br />

T∞<br />

T2<br />

A<br />

(25)<br />

48


1 e −<br />

ε= −<br />

UA/ mc & p<br />

Segundo INCROPERA (1998, p. 320), “a etapa essencial, e freqüentemente<br />

a mais imprecisa, de qualquer análise de trocadores de calor é a determinação do<br />

coeficiente global de transferência de calor”.<br />

Esse coeficiente é definido em função da resistência térmica total à<br />

transferência de calor entre os fluidos:<br />

1<br />

Rtot<br />

= (27)<br />

UA<br />

A resistência total, no caso de um cilindro oco com superfície limpa e sem<br />

aletas, pode ser representada pela figura 28.<br />

T ∞,<br />

1<br />

Tsup,<br />

1<br />

Tsup,<br />

2<br />

T∞,<br />

2<br />

r 2<br />

r 1<br />

T ∞,<br />

1 Tsup, 1 Tsup, 2 T∞,<br />

2<br />

1<br />

h12ð ⋅ r1<br />

⋅ L<br />

ln( r2<br />

/ r1<br />

)<br />

2ð⋅<br />

k ⋅ L<br />

1<br />

h22ð ⋅ r2<br />

⋅ L<br />

Figura 28 – Tubo com condições convectivas na superfície. (INCROPERA,1998)<br />

Ao longo da operação normal de trocadores de calor, com freqüência as<br />

superfícies estão sujeitas à deposição de impurezas dos fluidos, à formação de<br />

ferrugem, ou a outras reações entre o fluido e o material que compõe a parede. A<br />

formação destas impurezas, conhecidas por incrustações, aumenta<br />

significativamente a resistência à transferência de calor entre os fluidos. Portanto, é<br />

preciso introduzir um coeficiente conhecido por fator de incrustação, R inc , que<br />

depende da temperatura de operação, da velocidade do fluido e do tempo de serviço<br />

do trocador de calor. Além disso, sabemos que freqüentemente são adicionadas<br />

aletas às superfícies expostas a um ou ambos os fluidos e que, pelo aumento da<br />

área superficial, elas reduzem a resistência térmica à transferência de calor por<br />

convecção. A parede do tubo representa ainda uma resistência térmica de<br />

condução de calor, R p . Incluindo a incrustação em ambos os lados do tubo, as<br />

aletas e a condução na parede, o coeficiente global pode ser representado por:<br />

(26)<br />

49


R<br />

R<br />

1 1<br />

inc,<br />

i<br />

inc,<br />

e 1<br />

= + + R p + +<br />

( ηohA)<br />

i ( ηo<br />

A)<br />

i ( ηo<br />

A)<br />

e ( η<br />

(28)<br />

ohA<br />

e<br />

UA )<br />

onde o índice “i” e “e” representam, respectivamente, os lados interno e externo do<br />

tubo.<br />

A grandeza η o é conhecida como eficiência global da superfície aletada e<br />

pode ser calculada pela expressão:<br />

Aa<br />

ηo = 1 − ⋅ ( 1 −η<br />

a )<br />

(29)<br />

A<br />

A eficiência da aleta, designada por η a , é a razão entre a taxa de<br />

transferência de calor pela aleta e a taxa de transferência máxima caso toda a aleta<br />

estivesse na temperatura de sua base. Devido a forma complicada da expressão<br />

para a transferência de calor em uma aleta plana retangular com transferência de<br />

calor na extremidade, estimativas aproximadas, porém precisas, podem ser obtidas<br />

da expressão para uma aleta com extremidade adiabática, desde que se utilize um<br />

comprimento corrigido para a aleta (INCROPERA, 1998).<br />

tanh mLc<br />

η a =<br />

(30)<br />

Lc<br />

onde Lc é o comprimento corrigido da aleta.<br />

O termo mL c é calculado pela equação:<br />

1/<br />

2<br />

⎛ 2h<br />

⎞<br />

e<br />

3/<br />

2<br />

mLc = ⎜ ⎟<br />

⎜<br />

⋅ Lc<br />

k A ⎟<br />

(31)<br />

⎝ ⋅ p ⎠<br />

onde he é o coeficiente de transferência de calor externo, k é o coeficiente de<br />

condutividade do material da aleta e Ap é a área corrigida do perfil da aleta.<br />

Sendo que para aletas retangulares com espessura t :<br />

L c<br />

= L + t / 2<br />

(32)<br />

Ap c<br />

= L ⋅ t<br />

(33)<br />

Para situações nas quais não se faz necessária a utilização de superfícies<br />

aletadas, a equação (28) se reduz a:<br />

R<br />

R<br />

1 1 inc,<br />

i<br />

inc,<br />

e 1<br />

= + + Rp<br />

+ +<br />

( hA)<br />

i ( A)<br />

i ( A)<br />

e ( hA<br />

(34)<br />

e<br />

UA )<br />

50


sendo A ( i,<br />

e)<br />

calculado por:<br />

A e<br />

( i,<br />

e)<br />

= π ⋅ d(<br />

i,<br />

) ⋅ l<br />

(35)<br />

onde de e di são, respectivamente, o diâmetro externo e interno do tubo; l é o<br />

comprimento do tubo.<br />

3.2.2 Coeficiente de Transferência de Calor por Convecção<br />

O coeficiente de transferência de calor por convecção é uma constante de<br />

proporcionalidade da lei de Newton do resfriamento, que define o fluxo de calor por<br />

convecção como sendo proporcional à diferença entre as temperaturas de uma<br />

superfície e do fluido. De acordo com INCROPERA (1998, p.5), este coeficiente<br />

“depende das condições na camada limite, as quais, por sua vez, são influenciadas<br />

pela geometria da superfície, pela natureza do escoamento do fluido e por uma série<br />

de propriedades termodinâmicas e de transporte do fluido”.<br />

3.2.2.1 Coeficiente interno de transferência de calor por convecção em um tubo<br />

Para a determinação do coeficiente interno de transferência de calor, é<br />

necessário primeiramente conhecer as condições do escoamento, ou seja, se o<br />

mesmo é laminar ou turbulento. Esta determinação é possível de ser realizada<br />

através do cálculo do número de Reynolds ( Re ) que é apresentado pela equação:<br />

4 ⋅Q<br />

Re =<br />

π⋅d ⋅µ<br />

onde Q é a vazão do fluido e µ l é a viscosidade do fluido na fase líquida.<br />

i l<br />

O diâmetro interno ( d i ) é calculado pela equação:<br />

(36)<br />

2<br />

π⋅di<br />

Q = V⋅<br />

(37)<br />

4<br />

Caso o valor encontrado na equação 36 seja igual ou inferior a 2.300,<br />

pode-se afirmar que o escoamento é laminar. Se o valor for superior a 2.300 o<br />

escoamento está em transição. Esta condição é fundamental para determinar o<br />

coeficiente interno de transferência de calor em um tubo.<br />

51


O número de Nusselt ( Nu ) permite calcular o coeficiente interno de<br />

transferência de calor através da equação:<br />

Nu<br />

= i i<br />

h ⋅ d<br />

k<br />

De acordo com o tipo do escoamento, determina-se o número de Nusselt.<br />

Para um fluxo de calor constante, com escoamento laminar e completamente<br />

desenvolvido, o número de Nusselt é uma constante e igual a 4,36.<br />

Para escoamentos turbulentos, a análise das condições é bem mais<br />

complicada e o número de Nusselt não é uma constante. A equação (39) de Dittus-<br />

Boelter permite calcular o número de Nusselt para situações de escoamento<br />

turbulento em tubos circulares nas seguintes condições: Re > 10.<br />

000 ; 0 , 7 < Pr < 160 ;<br />

l/ d > 10,<br />

(38)<br />

4/<br />

5 n<br />

= 0,<br />

023⋅<br />

Re ⋅<br />

(39)<br />

Nu Pr<br />

onde Pr é o número de Prandtl. Sendo que n =0,4 para aquecimento ( m T T > ) e<br />

n =0,3 para resfriamento ( m T T <<br />

sup<br />

). Tsup é a temperatura superficial do tubo e T m é a<br />

temperatura média do fluido na entrada/saída do trocador de calor.<br />

3.2.2.2 Coeficiente externo de transferência de calor por convecção em um tubo<br />

A análise do número de Nusselt pode ser estendida para a condensação em<br />

película laminar sobre a superfície externa de tubos horizontais. Para uma fileira<br />

vertical composta por N tubos horizontais, o coeficiente externo de transferência de<br />

calor por convecção é calculado por:<br />

1/ 4<br />

3<br />

⎡g ⋅ρl⋅( ρl −ρv) ⋅kl ⋅h'<br />

⎤ fg<br />

⎢ t ⋅µ l ⋅ sat − sup ⋅ e ⎥<br />

he = 0,729 ⋅⎢ ⎥<br />

⎣N (T T ) d ⎦<br />

onde g é a aceleração da gravidade; ρ l e ρ v são, respectivamente, a mássica<br />

específica na fase líquida e na fase vapor; k l é a condutividade térmica na fase<br />

líquida; h' fg é a entalpia de vaporização modificada; Nt é o número de tubos do<br />

trocador de calor e Tsat é a temperatura de saturação do vapor.<br />

sup<br />

(40)<br />

52


Esta configuração é utilizada com freqüência no projeto de condensadores.<br />

Nota-se que quanto maior for o número de tubos ( N t ), menor será o valor do<br />

coeficiente externo de transferência de calor por convecção. Isto deve-se a um<br />

aumento na espessura média da película para cada tubo sucessivo, ou seja, o<br />

próximo tubo estará acumulando o condensado do tubo anterior.<br />

Segundo INCROPERA (1998, p.304), Nusselt e Rohsenow mostraram que<br />

com a inclusão dos efeitos da advecção térmica, um termo é adicionado à entalpia<br />

de vaporização. Rohsenow recomendou o uso de uma entalpia modificada na forma:<br />

h fg<br />

' fg = h + 0,<br />

68⋅<br />

Ja<br />

(41)<br />

na qual aparece o número adimensional conhecido por Jakob e calculado por:<br />

Ja<br />

cp<br />

⋅<br />

T<br />

− T<br />

3.2.3 Perda de Carga devido ao Escoamento Externo<br />

l ( sat sup )<br />

=<br />

h<br />

(42)<br />

fg<br />

O escoamento através de feixes de tubos provoca uma queda de pressão,<br />

ou seja, uma perda de carga que deve ser levada em consideração no cálculo da<br />

perda de carga total do sistema.<br />

Segundo INCROPERA (1998, p.206) a perda de carga pode ser calculada<br />

pela seguinte equação:<br />

∆p<br />

= N<br />

L<br />

2 ⎛ ρ ⋅V<br />

⎞ máx<br />

⋅ χ ⎜ ⎟<br />

⎜ ⎟<br />

⋅ f<br />

(43)<br />

⎝ 2 ⎠<br />

onde NL é o número de fileiras de tubos, χ é o fator de correção, f é o fator de atrito<br />

e Vmáx é a velocidade máxima do fluido no interior do feixe tubular.<br />

Para a configuração alternada, a velocidade máxima ( V máx ) pode ocorrer<br />

tanto no plano transversal 1 A quanto no plano diagonal A 2 da figura 29.<br />

53


Figura 29 – Configuração dos tubos em um feixe alternado. (INCROPERA,1998)<br />

V máx irá ocorrer em 2<br />

A se as fileiras estiverem espaçadas de modo que:<br />

2( SD − d e ) < ( ST<br />

− d e )<br />

(44)<br />

O fator 2 resulta da bifurcação experimentada pelo fluido ao escoar do plano<br />

A 1 para o plano 2 A . Assim, Vmáx ocorre em A 2 se:<br />

e é fornecida por:<br />

S<br />

D<br />

1/<br />

2<br />

2<br />

⎡<br />

2 ⎛ ST<br />

⎞ ⎤ ST<br />

+ d e<br />

= ⎢S<br />

L + ⎜ ⎟ ⎥ <<br />

(45)<br />

⎢⎣<br />

⎝ 2 ⎠ ⎥⎦<br />

2<br />

S<br />

T<br />

Vmáx = ⋅<br />

2(<br />

SD<br />

− d e )<br />

Se Vmáx ocorrer no plano A 1 para a configuração alternada, o seu valor pode<br />

ser calculado pela seguinte equação:<br />

ST<br />

Vmáx = ⋅V<br />

S − d<br />

T<br />

e<br />

O fator de atrito ( f ) e o fator de correção ( χ ) são retirados do Anexo D.<br />

Estes valores aplicam-se para uma configuração de tubos alternada, na forma de um<br />

v<br />

V<br />

v<br />

(46)<br />

(47)<br />

54


triângulo equilátero, e o fator de correção permite a extensão dos resultados para<br />

outras configurações alternadas.<br />

3.3 <strong>SISTEMA</strong> <strong>DE</strong> BOMBEAMENTO <strong>DE</strong> LÍQUIDO<br />

Para a instalação do equipamento será realizado o estudo do<br />

dimensionamento da tubulação de água, do motor e da bomba para a alimentação<br />

do sistema de refrigeração.<br />

3.3.1 Escoamento Viscoso em Condutos<br />

Os componentes básicos de uma tubulação típica são: os tubos (que podem<br />

ter diâmetros variados), as várias conexões utilizadas para conectar os tubos, os<br />

dispositivos de controle de vazão (válvulas) e as bombas ou turbinas (que adicionam<br />

ou retiram energia do fluido).<br />

O escoamento de um fluido num conduto pode ser laminar, de transição ou<br />

turbulento. O parâmetro que identifica a natureza do escoamento em condutos é o<br />

número de Reynolds (Re):<br />

= ρ ⋅<br />

µ<br />

VD<br />

Re<br />

onde D é o diâmetro da tubulação.<br />

A transição de escoamento laminar para o turbulento pode ocorrer em vários<br />

números de Reynolds, pois a transição depende de quanto o escoamento está<br />

perturbado por vibrações nos condutos, da rugosidade da região de entrada, entre<br />

outros fatores. Nos projetos de engenharia, o escoamento num tubo é considerado<br />

laminar se o número de Reynolds for menor que aproximadamente 2100 e<br />

turbulento, se maior que 4000. Para números de Reynolds entre estes dois valores,<br />

o escoamento é denominado de transição, onde podem ocorrer características<br />

laminares e turbulentas alternadamente.<br />

O escoamento num tubo comprido, liso, com diâmetro constante e em<br />

regime permanente torna-se plenamente desenvolvido. Com isso, o perfil de<br />

velocidade é o mesmo em qualquer seção do tubo. Este escoamento plenamente<br />

desenvolvido pode ser governado pela força da gravidade e/ou por forças de<br />

(48)<br />

55


pressão. A diferença de pressão nas seções transversais de um tubo horizontal força<br />

o fluido a escoar no tubo. A força de pressão é necessária para vencer as forças<br />

viscosas geradas no escoamento. Se o tubo não é horizontal, o gradiente de<br />

pressão ao longo do conduto é devido, em parte, ao componente do peso naquela<br />

direção.<br />

Os detalhes do perfil de velocidade, entre outras características, dependem<br />

do tipo de escoamento, se é laminar ou turbulento.<br />

No presente projeto, o escoamento será considerado turbulento,<br />

incompressível e em regime permanente. Assim, para o cálculo do sistema de<br />

bombeamento será utilizada a equação de Bernoulli modificada:<br />

2 2<br />

V1 V2<br />

p1+ ρ + z1γ<br />

= p2 + ρ + z2γ + hLγ<br />

2 2<br />

onde p é a pressão, V é a velocidade de escoamento do fluido, z é a altura, γ é o<br />

peso específico e hL é o coeficiente de perda de carga.<br />

Durante o escoamento da água, ocorre perda de carga ao longo da<br />

tubulação denominada perda de carga distribuída e perdas de carga em conexões e<br />

uniões chamadas de perdas de carga localizada.<br />

A perda distribuída é calculada por:<br />

h L<br />

2<br />

L V<br />

= f ⋅<br />

D 2g<br />

sendo f o fator de atrito retirado do diagrama de Moody (Anexo F) em função de<br />

Re e ε / D obtido no Anexo E.<br />

A perda localizada é definida por:<br />

h L<br />

= K<br />

2<br />

V<br />

⋅<br />

2g<br />

sendo K o coeficiente de perda que depende da geometria dos componentes<br />

(válvulas, cotovelos e outros) e também das propriedades dos fluidos.<br />

A variação da pressão ∆p, para o escoamento permanente, incompressível e<br />

turbulento num tubo horizontal com diâmetro D pode ser escrita como:<br />

∆p<br />

= ∆p(<br />

V , D,<br />

L,<br />

ε , µ , ρ<br />

)<br />

(49)<br />

(50)<br />

(51)<br />

(52)<br />

56


Obtidas a variação de pressão e a vazão do sistema, a potência da bomba<br />

poderá ser calculada por:<br />

W&<br />

onde η B é a eficiência da bomba.<br />

B<br />

Q⋅∆p =<br />

η<br />

B<br />

Segundo FOX (1992, p. 285), a equação (52) relaciona quatro variáveis.<br />

Qualquer uma delas pode ser a quantidade desconhecida numa situação prática.<br />

Dessa forma, quatro casos gerais são possíves:<br />

a) L , Q e D conhecidos, ∆ p desconhecido;<br />

b) ∆ p , Q e D conhecidos, L desconhecido;<br />

c) ∆ p , L e D conhecidos, Q desconhecido;<br />

d) ∆ p , L e Q conhecidos, D desconhecido.<br />

Para o primeiro caso, deve-se obter o fator de atrito. A perda de carga total é<br />

calculada pelas equações (50) e (51). A equação (49) é então empregada para<br />

avaliar a queda de pressão ( ∆ p ).<br />

No segundo caso apresentado, é necessário calcular a perda de carga total<br />

através da equação (49) e após obter o fator de atrito, o comprimento pode ser<br />

determinado através da equação (50).<br />

A terceira situação exige que se utilize um processo de iteração para<br />

encontrar a vazão Q . A equação (49) é combinada com as equações de definição<br />

para a perda de carga; o resultado é uma expressão para Q em termos do fator de<br />

atrito. A maioria dos escoamentos em tubos de interesse em engenharia tem<br />

números de Reynolds relativamente elevados. Assim, mesmo que o número de<br />

Reynolds (e, portanto, o fator de atrito) não possam ser calculados porque Q não é<br />

conhecido, uma boa estimativa inicial para o fator de atrito é obtida da região de<br />

escoamento rugoso, ilustrada no diagrama de Moody (Anexo F), da seguinte<br />

maneira:<br />

a) usando o fator de atrito admitido, calcula-se a primeira aproximação para<br />

a vazão;<br />

b) o número de Reynolds é calculado para este valor da vazão;<br />

c) um novo fator de atrito e uma nova aproximação para a vazão são<br />

obtidos;<br />

(53)<br />

57


d) verifica-se se a equação da energia foi satisfeita, se não, retornar ao<br />

passo (a).<br />

Da mesma forma que o caso anterior, no quarto caso pode-se estimar o<br />

diâmetro da tubulação fazendo uma série de iterações até que a condição para a<br />

variação da pressão seja satisfeita. Este processo iterativo é realizado aplicando a<br />

equação da energia (equação 49) e seguindo as etapas a seguir:<br />

a) estimar um valor para o diâmetro;<br />

b) calcular a relação da rugosidade pelo diâmetro (ε/D): obtida através de<br />

gráficos;<br />

c) calcular o valor do número de Reynolds equação (48);<br />

d) determinar o fator de atrito, f, (obtido através do diagrama de Moody)<br />

baseado nos valores calculados para Re e ε/D;<br />

e) verificar se a equação da energia foi satisfeita, se não, estimar outro<br />

valor para o diâmetro e retornar ao passo (a).<br />

Assim, é possível determinar o diâmetro de uma tubulação.<br />

É importante modelar adequadamente os problemas de engenharia e aplicar<br />

corretamente as equações relevantes ao problema em questão. Nos escoamentos<br />

em condutos, a idéia principal é aplicar a equação da energia (equação 49) entre<br />

regiões apropriadas do escoamento, com as perdas de carga escritas em função dos<br />

coeficientes de atrito distribuídos e localizados.<br />

58


4 METODOLOGIA<br />

O primeiro passo será optar pela utilização de equipamentos de refrigeração<br />

que produzem água gelada para alimentar o trocador de calor.<br />

Para especificar o equipamento de refrigeração, é necessário calcular a<br />

carga térmica para condensar o vapor que sai da torre de destilação a vácuo.<br />

Através de dados fornecidos pelos representantes da refinaria REPAR, será possível<br />

determinar a capacidade de refrigeração do equipamento.<br />

Considera-se que a capacidade de refrigeração coincide com a carga<br />

térmica do sistema, conforme a equação (12).<br />

O estudo deste projeto terá como base dois sistemas de refrigeração: o de<br />

compressão de vapor e o de absorção.<br />

Definida a capacidade de refrigeração do equipamento tem-se condições de<br />

buscar os sistemas disponíveis no mercado e efetuar o levantamento dos<br />

orçamentos para então através de um estudo técnico-econômico definir qual o<br />

sistema de refrigeração que fornece uma melhor relação custo-benefício.<br />

A análise das propostas, em termos de prazo de entrega, garantia e<br />

condições de pagamento, será um dos fatores relevantes para a aquisição do<br />

equipamento. O outro fator será o estudo da viabilidade econômica levando em<br />

consideração que o equipamento opera a 100% da capacidade total ao longo da<br />

vida útil média especificada pelo fornecedor. A escolha do equipamento será aquele<br />

que melhor combinar estes fatores.<br />

Após definir o equipamento de refrigeração é necessário dimensionar o<br />

trocador de calor que será responsável pela condensação do vapor.<br />

O projeto do trocador de calor será em função do espaço disponível para a<br />

sua instalação no interior da torre e da vazão de água gelada fornecida pelo<br />

equipamento de refrigeração. A quantidade de tubos será determinada de maneira<br />

que obtenha-se o melhor arranjo físico.<br />

O comprimento de cada tubo será determinado em função do diâmetro<br />

destes tubos e dos coeficientes de transferência de calor interno e externo. Sendo<br />

que o diâmetro interno é calculado conhecendo-se a vazão e a velocidade da água<br />

do equipamento de refrigeração e o número de tubos do trocador de calor.<br />

59


Para o sistema de bombeamento são definidos o material da tubulação<br />

levando em consideração o ambiente e as propriedades do fluido, as formas de<br />

união da tubulação e os componentes que irão fazer parte do sistema. A localização<br />

do equipamento de refrigeração e do trocador de calor permite determinar a<br />

configuração e o comprimento da tubulação.<br />

Outro ponto a ser determinado é a perda de carga proveniente do<br />

escoamento externo e interno aos feixes de tubos do trocador de calor e do sistema<br />

de bombeamento.<br />

Por fim, especifica-se a bomba em função da altura de elevação e da vazão<br />

de água do sistema.<br />

60


5 <strong>DE</strong>SENVOLVIMENTO DO PROJETO<br />

5.1 ANÁLISE DA CARGA TÉRMICA<br />

Para iniciar o desenvolvimento do projeto foram necessários alguns dados<br />

fornecidos pela REPAR.<br />

A partir destes dados foi possível estimar a carga térmica necessária para<br />

promover a condensação do vapor d`água na saída da torre de destilação a vácuo.<br />

A carga térmica foi calculada tendo como base a vazão mássica de vapor de<br />

4000kg/h ou, 1,11 kg/s e a pressão no interior da torre de vácuo de 8 mmHg, que<br />

corresponde a 1,0666kPa. Com esta pressão, a entalpia de mudança de fase foi<br />

encontrada através da tabela de propriedades termodinâmicas da água (Anexo A),<br />

hfg = 2482,79 kJ/kg.<br />

Utilizando a equação (12) o valor da carga térmica calculado foi de 2758 kW,<br />

o que corresponde a 785 TR. De maneira a garantir uma folga será especificado um<br />

equipamento com 1000 TR (3516 kW) de capacidade de refrigeração, o qual<br />

passará a ser utilizado para os demais cálculos.<br />

Fez-se então uma busca de fabricantes que forneciam equipamentos para<br />

atender a esta carga térmica, e em seguida, passou-se para a especificação dos<br />

componentes do equipamento de refrigeração.<br />

5.2 <strong>SISTEMA</strong> <strong>DE</strong> COMPRESSÃO A VAPOR<br />

Em condicionamentos de ar, os equipamentos que produzem água gelada<br />

são conhecidos comercialmente como chillers.<br />

Através de McQuay ® Air Conditioning (2000), foram levantados dados como,<br />

as temperaturas de evaporação (5 °C) e de condensação (38 °C) e o fluido<br />

refrigerante utilizado (R134a). Através das propriedades termodinâmicas do fluido<br />

refrigerante em questão (Anexo B), foi possível efetuar os cálculos dos componentes<br />

do sistema de compressão de vapor.<br />

Com base nestas informações e na carga térmica calculada, obteve-se os<br />

seguintes resultados para o sistema de refrigeração por compressão de vapor:<br />

61


a) Efeito de refrigeração:<br />

Utilizando a equação (6), tem-se Qe é igual a 149,68 kJ/kg.<br />

b) Vazão do fluido refrigerante:<br />

Pela equação (5), o valor de m& encontrado foi de 23,49 kg/s.<br />

c) Potência do compressor:<br />

Aplicando-se a equação (2), W & requerida pelo compressor foi de 547,32 kW.<br />

d) Trabalho específico de compressão:<br />

O cálculo de W, a partir da equação (3), resulta em 23,3 kJ/kg.<br />

e) Coeficiente de performance:<br />

Pela equação (8), obtém-se o COP de 6,42.<br />

f) Coeficiente de performance do ciclo de Carnot:<br />

O COP Carnot é obtido pela equação (9), sendo de 8,48.<br />

g) Eficiência de refrigeração:<br />

A partir da equação (10), η R obtida foi de 0,76.<br />

h) Temperatura de descarga do compressor:<br />

Esta temperatura é determinada diretamente do gráfico do Anexo B, sendo<br />

igual a 41 °C.<br />

Entre estes cálculos está a potência requerida pelo compressor, que é um<br />

dos fatores mais importantes, pois através dele pode-se estimar o custo de<br />

eletricidade necessária para a operação do equipamento.<br />

Outros fabricantes utilizam o fluido refrigerante HCFC 123 e através das<br />

propriedades termodinâmicas deste fluido (Anexo C), obteve-se os seguintes<br />

resultados:<br />

a) Efeito de refrigeração:<br />

Utilizando a equação (6), Q e é igual a 145 kJ/kg.<br />

b) Vazão do fluido refrigerante:<br />

Pela equação (5), o valor de m& encontrado foi de 24,25 kg/s.<br />

c) Potência do compressor:<br />

Aplicando-se a equação (2), W & requerida pelo compressor foi de 630,5 kW.<br />

d) Trabalho específico de compressão:<br />

O cálculo de W, a partir da equação (3), resulta em 26 kJ/kg.<br />

e) Coeficiente de performance:<br />

62


Pela equação (8), obtém-se o COP de 5,58.<br />

f) Coeficiente de performance do ciclo de Carnot:<br />

O COP Carnot é obtido pela equação (9), sendo de 8,43.<br />

g) Eficiência de refrigeração:<br />

A partir da equação (10), η R obtida foi de 0,66.<br />

h) Temperatura de descarga do compressor:<br />

Esta temperatura é determinada diretamente do gráfico do Anexo C, sendo<br />

igual a 41 °C.<br />

Os equipamentos disponíveis no mercado trabalham com temperaturas de<br />

entrada e saída de água gelada no evaporador de 12°C e 7°C, respectivamente.<br />

Como a pressão na torre de destilação a vácuo é da ordem de 8 mmHg, a<br />

temperatura de condensação do vapor na torre é por volta de 8°C. Para tanto, tornase<br />

necessário uma temperatura de água gelada abaixo desse valor para promover a<br />

condensação. Nesse caso, reduziu-se as temperaturas de entrada e saída do<br />

evaporador para 6°C e 1°C, respectivamente. De forma a garantir que não haverá<br />

congelamento da água gelada será empregada uma solução de água - etileno glicol<br />

como fluido intermediário.<br />

De posse dos cálculos e das informações fornecidas pela REPAR, iniciou-se<br />

a seleção do equipamento através de contato com representantes de quatro<br />

fabricantes de chillers: Hitachi, Mcquay, Trane e York. A seleção do equipamento<br />

será discutida no item 5.4.<br />

Comparando-se os cálculos efetuados na situação ideal que leva em<br />

consideração que os pontos 1 e 3 (figura 20, ver pág. 39) estão sobre a linha de<br />

saturação e os fabricantes efetuam estes cálculos com base na situação real onde<br />

temos que o ponto 1 apresenta superaquecimento e o ponto 3 apresenta subresfriamento,<br />

obtém-se o valor de 0,74 como sendo a razão entre a potência da<br />

situação ideal pela real para o equipamento WSC 126 fabricado pela empresa<br />

McQuay ® e 0,89 para o equipamento CVHF 1280 fabricado pela empresa TRANE ® .<br />

63


5.3 <strong>SISTEMA</strong> <strong>DE</strong> ABSORÇÃO<br />

Os equipamentos comerciais disponíveis operam com uma diferença de<br />

temperatura na ordem de 5°C entre a entrada e a saída do evaporador sendo que<br />

não permitem a obtenção de temperaturas abaixo de 12°C na entrada do<br />

evaporador e 7°C na saída do mesmo pelo fato de utilizarem uma solução de<br />

Brometo de Lítio-Água (LiBr). A necessidade de temperaturas de 6°C na entrada e<br />

1°C na saída, impossibilita o uso de equipamentos que operam com base no ciclo de<br />

absorção utilizando a solução de LiBr-H2O. Uma vez que a água é o fluido<br />

refrigerante, corre-se o risco de solidificá-lo em temperaturas próximas de 0 °C.<br />

Uma alternativa seria a utilização de equipamentos que operam com solução<br />

de Água-Amônia, cujo fluido refrigerante é a amônia. Esta solução permite a<br />

operação com temperaturas abaixo de zero no evaporador. Para aplicações de<br />

condicionamento de ar não foram encontrados equipamentos que utilizam a solução<br />

água-amônia. Dessa maneira, o equipamento que opera segundo o sistema de<br />

absorção foi desconsiderado e na seqüência do projeto será admitido apenas os<br />

equipamentos que trabalham segundo o princípio de compressão mecânica de<br />

vapor.<br />

5.4 SELEÇÃO <strong>DE</strong> EQUIPAMENTOS<br />

De acordo com TOLEDO JR. (1986, p. 128), na aquisição de um novo<br />

equipamento, é necessário a escolha de no mínimo três fornecedores. Quatro<br />

fabricantes com potencial de atender a necessidade do projeto foram contatados.<br />

Segundo TOLEDO JR. (186, p. 128), a comparação entre as propostas de<br />

fornecimento, devem levar em consideração, por ordem de importância:<br />

- a técnica;<br />

- o custo e;<br />

- o prazo.<br />

Três propostas com especificações técnicas e orçamento foram recebidas.<br />

Apesar dos três atenderem à necessidade técnica do projeto, somente duas<br />

propostas contêm as condições de pagamento, prazos de entrega e condições de<br />

64


garantia. Portanto, somente duas propostas são passíveis de uma avaliação<br />

completa, para a outra proposta caberá apenas a análise da viabilidade econômica.<br />

5.4.1 O Custo dos Equipamentos<br />

As propostas comercias recebidas apresentam o preço de U$256.135,18<br />

que convertida para reais apresenta o valor de R$ 738.438,00 (EconoFinance, 2004)<br />

para o equipamento WSC 126, fabricado pela empresa Mcquay ® Air Conditioning, e<br />

o preço de U$265.621,00 correspondente a R$ 765.785,00 (EconoFinance, 2004)<br />

do modelo CVHF 1280, fabricado pela empresa TRANE ® Ar Condicionado. A<br />

variação de preço de um fornecedor para outro é da ordem de 3,6%.<br />

Uma especificação foi enviada como alternativa de fonte de energia pela<br />

empresa YORK International Ltda que apresentou um equipamento que tem como<br />

fonte de energia o vapor. O preço deste equipamento é U$ 1.000.000,00 que<br />

convertido em reais equivale a R$ 2.883.000,00 (EconoFinance, 2004). A conversão<br />

para a moeda nacional, em reais (R$), é feita com base na cotação do dia anterior à<br />

data de pagamento.<br />

5.4.2 Características Técnicas dos Equipamentos<br />

Do ponto de vista técnico foram avaliadas as condições de operação do<br />

equipamento WSC 126 fabricado pela empresa Mcquay ® Air Conditioning e o<br />

modelo CVHF 1280 fabricado pela empresa TRANE ® Ar Condicionado. Cada<br />

equipamento foi avaliado de acordo com as suas características técnicas.<br />

As características técnicas necessárias ao projeto, a capacidade de<br />

refrigeração do equipamento, as temperaturas de entrada e saída do evaporador, a<br />

potência e o IPLV (Valor de Carga Parcial Integrada) fornecido pelo equipamento<br />

foram avaliados.<br />

O IPLV é um índice utilizado como padrão pelos fabricantes e segundo<br />

(McQuay ® ,2000) é padronizado pela norma ARI 550/590 através da equação (54).<br />

1<br />

IPLV =<br />

0,<br />

01 0,<br />

42 0,<br />

45 0,<br />

12<br />

+ + +<br />

A B C D<br />

65<br />

(54)


onde A, B, C e D representam a razão entre a potência e a capacidade de<br />

refrigeração com o equipamento trabalhando a 100%, 75%, 50% e 25% da sua<br />

capacidade.<br />

A norma estima que os equipamentos operam durante o ano com 1% do<br />

tempo da capacidade total, 42% do tempo a três quartos da capacidade total, 45%<br />

com metade da capacidade e 12% com um quarto da capacidade total.<br />

Quanto menor o índice IPLV do equipamento menor será o consumo de<br />

energia anual.<br />

As tabelas 2 e 3 fornecem os dados técnicos, as temperaturas de entrada<br />

(Tec) e saída (Tsc) do condensador e as temperaturas de entrada (Tee) e saída<br />

(Tse) do evaporador dos equipamentos analisados.<br />

TABELA 2 – DADOS TÉCNICOS DO EQUIPAMENTO WSC 126<br />

Capacidade<br />

(TR)<br />

Potência<br />

(kW)<br />

COP<br />

IPLV<br />

(kW/TR)<br />

Tec<br />

(°C)<br />

Tsc<br />

(°C)<br />

Tee<br />

(°C)<br />

Tse<br />

(°C)<br />

1000 736,5 4,777 0,650 29,4 34,8 6,89 1,00<br />

Fonte: Mcquay ® Proposta Comercial Qt-8659 de 12 de Março de 2004.<br />

TABELA 3 – DADOS TÉCNICOS DO EQUIPAMENTO CVHF 1280<br />

Capacidade<br />

(TR)<br />

Potência<br />

(kW)<br />

COP<br />

IPLV<br />

(kW/TR)<br />

Tec<br />

(°C)<br />

Tsc<br />

(°C)<br />

Tee<br />

(°C)<br />

Tse<br />

(°C)<br />

1000 705,3 4,987 0,605 29,5 35,0 6,00 1,00<br />

Fonte: TRANE ® Proposta Comercial 22504-1 de 01 de Abril de 2004.<br />

Outro aspecto importante analisado foi o tipo do fluido refrigerante utilizado<br />

no sistema. O modelo WSC 126 opera com o fluido R134-a, o qual possui os índices<br />

ODP e GWP presentes na tabela 1 (ver pág. 17) e tem um efeito nocivo ao meio<br />

ambiente menor se comparado ao fluido HCFC 123 utilizado no modelo CVHF 1280.<br />

Em termos de dimensões os equipamentos são similares, conforme mostram<br />

as tabelas 4 e 5.<br />

66


TABELA 4 – DIMENSÕES DO EQUIPAMENTO MO<strong>DE</strong>LO WSC 126<br />

Altura (m) Comprimento (m) Largura (m) Área (m 2 )<br />

2,591 4,318 3,048 13,1612<br />

TABELA 5 – DIMENSÕES DO EQUIPAMENTO MO<strong>DE</strong>LO CVHF 1280<br />

Altura (m) Comprimento (m) Largura (m) Área (m 2 )<br />

3,077 5,426 2,845 15,4370<br />

5.4.3 Análise da Proposta Comercial<br />

Analisando as propostas do ponto de vista comercial, ou seja, condições de<br />

pagamento, prazos de entrega e condições de garantia também é possível encontrar<br />

diferenças significativas.<br />

O fabricante do modelo WSC 126 oferece duas formas de pagamento:<br />

a) à vista;<br />

b) 25% de sinal, 50% após 4 semanas e 25% no aviso de embarque.<br />

O prazo de embarque do equipamento é de 8 a 10 semanas após<br />

confirmação do pedido de compra e será entregue no Porto de Paranaguá, não<br />

sendo responsabilidade do fabricante o transporte do equipamento entre o porto e<br />

a refinaria. As condições de garantia cobrem as partes mecânicas do equipamento<br />

por um período de 12 meses após a partida inicial ou 18 meses após o embarque do<br />

equipamento, ficando o período de garantia condicionado ao que ocorrer primeiro.<br />

A proposta comercial do fabricante do modelo CVHF 1280 oferece como<br />

condição de pagamento um sinal de 10% quando da confirmação do pedido e 90%<br />

para liberação do equipamento no Porto de Paranaguá. O prazo de entrega é de 90<br />

dias após o recebimento do pedido, aprovação de crédito e confirmação do<br />

pagamento do sinal.<br />

A garantia oferecida cobre somente as peças de reposição por um período<br />

de 03 meses a partir da data da emissão da nota fiscal de venda. O período de<br />

garantia poderá ser estendido para 18 meses a partir da data de emissão da nota<br />

fiscal ou 12 meses após a partida do equipamento, desde que a instalação seja<br />

67


ealizada por empresa credenciada pelo fabricante e que seja efetuado um contrato<br />

de manutenção preventiva entre as partes.<br />

5.5 ANÁLISE DA VIABILIDA<strong>DE</strong> ECONÔMICA<br />

Considerando a indisponibilidade de informações de custos de manutenção<br />

e operação, somente o custo anual relacionado ao consumo de energia elétrica e ao<br />

consumo de vapor será avaliado como custo operacional.<br />

Estudos relacionados à instalação e manutenção do equipamento dependem<br />

de outros fatores e da especificação de outros equipamentos que farão parte do<br />

sistema de condensação do vapor, ainda não especificados nesta etapa do trabalho.<br />

5.5.1 Consumo de Energia e Custo Anual<br />

Analisando o sistema tarifário segundo SHOEPS e ROUSSO<br />

(1993, p.13-17), a REPAR enquadra-se no sistema tarifário Azul que “é aplicada às<br />

unidades consumidoras ligadas em tensão de fornecimento igual ou superior a 69 kV<br />

e ligadas em tensão inferior, sempre que for contratada demanda igual ou superior a<br />

500 kW.”<br />

A determinação quanto aos períodos seco e úmido e aos horários de ponta e<br />

fora de ponta também são determinados pela companhia de energia elétrica<br />

(COPEL, 2004) e são apresentados na tabela 6.<br />

TABELA 6 – DIVISÃO DOS PERÍODOS E HORÁRIOS<br />

Período Horário Normal Horário de Verão<br />

Úmido Seco Ponta Fora Ponta Ponta Fora Ponta<br />

Dezembro a<br />

Abril<br />

Maio a<br />

Novembro<br />

Fonte:COPEL,13/03/04.<br />

18:00 às<br />

21:00<br />

Demais horas do<br />

dia, finais de<br />

semana e feriado<br />

19:00 às<br />

22:00<br />

68<br />

Demais horas do<br />

dia, finais de<br />

semana e feriado


O custo da tarifa é determinado pela companhia de energia (COPEL, 2004)<br />

sendo que há uma variação de acordo com o período e o horário de utilização da<br />

energia elétrica, como pode ser visto na tabela 7.<br />

TABELA 7 – CUSTO DA TARIFA AZUL <strong>DE</strong> ENERGIA ELÉTRICA<br />

Subgrupo<br />

Consumo (R$/MWh) Demanda (R$/kW)<br />

Ponta Fora Ponta Ponta<br />

Seca Úmida Seca Úmida<br />

Fora<br />

Ponta<br />

69<br />

Ultrapassagem na<br />

Demanda (R$/kW)<br />

Ponta<br />

Seca/<br />

Úmida<br />

Fora<br />

Ponta<br />

Seca/<br />

Úmida<br />

A3 (69kV) 79,88 70,83 55,02 47,51 16,83 4,59 62,49 17,08<br />

Fonte: COPEL, 13/03/04.<br />

O processo de condensação de vapor, no qual o equipamento especificado<br />

estará inserido, exige a máxima capacidade de refrigeração para garantir a eficácia<br />

do processo. Desta maneira o custo de energia é calculado por:<br />

Custo = Potência × Tarifa × horas<br />

(55)<br />

Utilizando-se a equação (55) para cada período e horário apresentados na<br />

tabela 6 e aplicados sobre as tarifas apresentadas na tabela 7, obtém-se os custos<br />

para o período úmido dentro e fora de ponta de R$23.631,33 e R$110.956,83<br />

respectivamente e para o período seco dentro e fora de ponta de R$ 37.769,90 e<br />

R$182.106,90 respectivamente. A soma totaliza um valor de R$354.464,96 para o<br />

modelo WSC 126.<br />

Efetuando-se o mesmo cálculo para o modelo CVHF 1280, obtém-se um<br />

custo anual de energia de R$339.448,93.<br />

Os resultados referem-se a compra de energia direta da Copel. Utilizando o<br />

custo de geração de energia da REPAR que é de R$17,73/MWh, obtém-se um custo<br />

anual de energia de R$114.389,35 para o modelo WSC 126 e de R$ 109.543,53<br />

para o modelo CVHF 1280.<br />

Para obter o custo anual de energia do equipamento que opera com vapor<br />

como fonte de energia foi utilizada a seguinte equação:


Custo = Vazão de Vapor × Tarifa × horas<br />

(56)<br />

A vazão de vapor especificada pelo fabricante e necessária para operar o<br />

equipamento é de 4950 kg/h, sendo que a REPAR possui vapor disponível a um<br />

custo de R$7,39/ton que resulta em um custo anual de R$ 320.445,18.<br />

5.5.2 Análise do Investimento<br />

Uma análise foi realizada entre os equipamentos, considerando a vida útil<br />

estimada para 20 anos de operação, e a energia gasta por estes a uma taxa de juros<br />

de 12% ao ano (EconoFinance,2004).<br />

Esta análise foi calculada pela equação (STOECKER, 1989):<br />

n<br />

(1 + i)<br />

−1<br />

F = Custo⋅<br />

(57)<br />

i<br />

onde F é o valor futuro referente após n anos de operação, Custo é o custo anual da<br />

energia e i é a taxa de juros.<br />

Uma outra análise foi realizada em relação a depreciação do equipamento. A<br />

depreciação real é calculada pela seguinte equação (STOECKER, 1989):<br />

⎛ VRE ⎞ 1<br />

DR = ⎜1− ⎟⋅<br />

(58)<br />

⎝ Pr eço ⎠ VU<br />

onde VRE é o valor residual estimado, Preço é o valor de aquisição do equipamento<br />

e VU é a vida útil do equipamento. Sendo que VRE, informado pelos fornecedores,<br />

equivale a 5% do preço do equipamento.<br />

O valor real do equipamento após n anos de operação é calculado pela<br />

equação:<br />

( )<br />

VRn = Pr eço 1−n⋅<br />

DR<br />

(59)<br />

Efetuando-se um comparativo entre o custo de operação, utilizando como<br />

fonte a energia elétrica com base na tarifa informada pela REPAR, e o valor de<br />

depreciação do equipamento, obtemos para os modelos WSC 126 e CVHF 1280 o<br />

resultado apresentado no gráfico 1.<br />

70


Custo (em milhares de Reais)<br />

9.000<br />

8.000<br />

7.000<br />

6.000<br />

5.000<br />

4.000<br />

3.000<br />

2.000<br />

1.000<br />

-<br />

1 5 10 15 20<br />

Anos<br />

Gráfico 1 – Comparativo com base no processo da REPAR.<br />

Com base nos resultados obtidos conclui-se que o equipamento CVFH 1280<br />

apresenta ao longo da vida útil a melhor relação custo-benifício. A partir desta<br />

conclusão os demais comparativos serão realizados para o equipamento acima.<br />

A análise agora, efetuada com base no processo no qual o equipamento<br />

estará inserido, mostra na tabela 8 que a energia fornecida pela COPEL apresenta<br />

um custo, para 5, 10, 15 e 20 anos, de:<br />

TABELA 8 – CUSTO DA ENERGIA COPEL X TEMPO <strong>DE</strong> OPERAÇÃO<br />

TEMPO (ANOS) CUSTO (R$)<br />

5 2.156.467,24<br />

10 5.956.899,34<br />

15 12.654.559,25<br />

20 24.458.124,49<br />

CVHF 1280<br />

WSC 126<br />

Já para a energia gerada pela própria REPAR os custos são apresentados<br />

na tabela 9<br />

71


TABELA 9 – CUSTO DA ENERGIA REPAR X TEMPO <strong>DE</strong> OPERAÇÃO<br />

TEMPO (ANOS) CUSTO (R$)<br />

5 695.913,33<br />

10 1.922.350,39<br />

15 4.083.751,54<br />

20 7.892.878,89<br />

Este comparativo está apresentado no gráfico 2.<br />

Custo (em milhares de Reais)<br />

25000<br />

22500<br />

20000<br />

17500<br />

15000<br />

12500<br />

10000<br />

7500<br />

5000<br />

2500<br />

0<br />

1 5 10<br />

Anos<br />

15 20<br />

Gráfico 2 – Energia gerada x Energia comprada<br />

REPAR<br />

COPEL<br />

Os custos de energia para 5, 10, 15 e 20 anos analisados sob o ponto de<br />

vista de utilização do equipamento com fonte de energia a vapor são apresentados<br />

na tabela 10. O resultado comparando com os novos custos, obtidos com base nas<br />

tarifas da COPEL, é apresentado no gráfico 3.<br />

TABELA 10 – FONTE ALTERNATIVA <strong>DE</strong> ENERGIA X TEMPO <strong>DE</strong> OPERAÇÃO<br />

TEMPO (ANOS) CUSTO (R$)<br />

5 2.035.739,32<br />

10 5.623.407,57<br />

15 11.946.104,87<br />

20 23.088.857,89<br />

72


Custo (em milhares de Reais)<br />

25000<br />

22500<br />

20000<br />

17500<br />

15000<br />

12500<br />

10000<br />

7500<br />

5000<br />

2500<br />

0<br />

1 5 10<br />

Anos<br />

15 20<br />

VAPOR<br />

COPEL<br />

Gráfico 3 – Fonte alternativa de energia x Energia comprada<br />

Como último comparativo, analisou-se o modelo de referência e o<br />

equipamento que opera a vapor tendo por base o processo de condensação de<br />

vapor que necessita que o equipamento opere o tempo todo fornecendo a máxima<br />

capacidade de refrigeração.<br />

Custo (em milhares de Reais)<br />

22500<br />

20000<br />

17500<br />

15000<br />

12500<br />

10000<br />

7500<br />

5000<br />

2500<br />

0<br />

1 5 10<br />

Anos<br />

15 20<br />

CVHF 1280<br />

VAPOR<br />

Gráfico 4 – Energia gerada pela REPAR x Fonte de energia alternativa<br />

73


5.6 DIMENSIONAMENTO DO TROCADOR <strong>DE</strong> CALOR<br />

A seleção do equipamento de refrigeração, que fornecerá água gelada,<br />

permite que o trocador de calor seja dimensionado. O trocador de calor será<br />

dimensionado em função do local onde o mesmo será instalado. Neste caso,<br />

instalar-se-á o trocador de calor no interior da torre de destilação a vácuo, a uma<br />

altura de 46,8 m.<br />

A equação (34) permitirá dimensionar o trocador de calor, mas antes é<br />

necessário encontrar os coeficientes relacionados à esta equação.<br />

5.6.1 Coeficiente Global e a Efetividade<br />

Primeiramente, encontra-se o fator UA , que posteriormente permitirá<br />

dimensionar o trocador de calor encontrando a sua área. Para encontrar este fator, é<br />

necessário conhecer a temperatura de condensação do vapor, que a uma pressão<br />

de 8 mmHg, é 8°C, e as temperaturas da água na entrada e saída do trocador de<br />

calor. Para o equipamento de refrigeração especificado, estas temperaturas valem<br />

1°C e 6°C, respectivamente.<br />

Também é preciso conhecer a vazão mássica ( m& a ) e o calor específico ( cp )<br />

do fluido frio, neste caso a água. A vazão é fornecida pelo equipamento de<br />

refrigeração especificado e vale 168,7 l/s (0,1687 m 3 /s). O calor específico é retirado<br />

da tabela de propriedades da água (Anexo A), sendo igual a 4,19 kJ/kg.K.<br />

Aplicando-se a equação (25) encontra-se o valor de 885,68 kW/K para o<br />

fator UA . Conhecido este fator encontra-se, através da equação (26), a efetividade<br />

(ε ) do trocador de calor. Para o presente projeto, a efetividade calculada é de 0,714.<br />

5.6.2 Coeficiente de Transferência de Calor Interno<br />

Para calcular o coeficiente interno de transferência de calor por convecção<br />

( h i ), através da equação (38), define-se primeiramente o número de tubos ( N t ) do<br />

trocador de calor. Para este projeto foram adotados 50 tubos. Definido o número de<br />

tubos, e conhecendo a vazão de 168,7 l/s (0,1687 m 3 /s) e a velocidade da água de<br />

74


3,26 m/s, fornecidas pelo evaporador do equipamento de refrigeração especificado,<br />

é possível calcular o diâmetro interno ( d i ) dos tubos. Note que foi considerado que a<br />

velocidade da água é a mesma tanto no tubo de transporte quanto nos tubos do<br />

trocador.<br />

Utilizando-se a equação (37) determina-se que o diâmetro interno dos tubos<br />

do trocador de calor é de 36 mm.<br />

O diâmetro comercial mais próximo a 36 mm é mostrado na tabela 11<br />

(CAPORAL, 2004).<br />

TABELA 11 – ESPECIFICAÇÃO DO TUBO DO TROCADOR <strong>DE</strong> CALOR<br />

Diâmetro<br />

Externo (mm)<br />

Espessura<br />

(mm)<br />

Diâmetro<br />

Interno (mm)<br />

38,10 2,00 34,10 1,807<br />

Fonte: CAPORAL, 31/08/04.<br />

Peso (kg/m) Material<br />

Aço Inoxidável<br />

sem costura<br />

A escolha do aço inoxidável, como material dos tubos do trocador de calor,<br />

deve-se ao fato de possuir melhor resistência a corrosão e tornar mais longa a vida<br />

útil da tubulação quando comparado aos outros materiais.<br />

Conhecendo-se a vazão do evaporador, o número de tubos do trocador de<br />

calor e o diâmetro interno do tubo, é possível determinar o número de Reynolds ( Re )<br />

através da equação (36). A viscosidade dinâmica ( µ l ) é obtida da tabela de vapor<br />

d`água (Anexo A) com base na temperatura média, entre a entrada e a saída do<br />

trocador de calor, que é aproximadamente 4°C. Sendo assim, encontra-se o valor de<br />

1553 x 10 -6 Pa.s para µ l . Definidos todas as variáveis da equação (36), obtém-se o<br />

valor de 81120 para o número de Reynolds. Este valor define o escoamento como<br />

sendo turbulento.<br />

Antes de determinar o valor do coeficiente interno de transferência de calor<br />

por convecção, é preciso encontrar outros dois números adimensionais. O número<br />

de Prandtl ( Pr ) é obtido da tabela de vapor d`água (Anexo A) para uma temperatura<br />

média de 4°C. Este valor é igual a 11,24.<br />

Em função dos números de Reynolds e Prandtl, obtém-se o número de<br />

Nusselt ( Nu ) pela equação (39). O resultado desta equação fornece o valor de 512.<br />

75


Com a condutividade térmica da água igual a 577 x 10 -3 W/m.K, é possível<br />

retornar a equação (38) e encontrar o valor de 8665 W/m 2 .K para o coeficiente<br />

interno de transferência de calor por convecção.<br />

5.6.3 O Coeficiente de Transferência de Calor Externo<br />

Como o objetivo é condensar o vapor, o coeficiente externo de transferência<br />

de calor por convecção ( h e ) é determinado pela equação (40).<br />

Antes de aplicar esta equação deve-se estimar as seguintes variáveis:<br />

a) a aceleração da gravidade igual a 9,81 m 2 /s;<br />

b) a temperatura de saturação do vapor igual a 8°C e a temperatura<br />

superficial do tubo igual a 6°C. Sendo que a temperatura média para<br />

determinação das propriedades termodinâmicas é igual a 7°C;<br />

c) para a temperatura de saturação, a massa específica do vapor e a<br />

entalpia de mudança de fase valem 7,669x10 -3 kg/m 3 e 2482,6 kJ/kg,<br />

respectivamente;<br />

d) as demais propriedades termodinâmicas são com base na temperatura<br />

média. A massa específica da água é igual a 1000 kg/m 3 , a<br />

condutividade térmica da água é de 582x10 -3 W/m.K, a viscosidade<br />

dinâmica é de 1422x10 -6 Pa.s e o calor específico vale 4,19 kJ/kg.K.<br />

Antes de determinar o coeficiente externo de transferência de calor é preciso<br />

encontrar o número adimensional de Jakob ( Ja ) através da equação (42).<br />

Posteriormente calcula-se o valor da entalpia de mudança de fase modificada ( h' fg ).<br />

Após determinados todas as variáveis da equação (40) encontra-se o valor de 3980<br />

W/m 2 .K para o coeficiente externo de transferência de calor por convecção.<br />

5.6.4 Comprimento dos Tubos do Trocador de Calor<br />

Como a ordem de grandeza dos coeficientes de transferência de calor<br />

interno e externo é a mesma, será adotada uma configuração sem aletas para os<br />

tubos do trocador de calor. Considerando que a resistência térmica da parede e o<br />

fator de incrustação dos tubos são desprezíveis, aplica-se a equação (34) para obter<br />

76


o comprimento dos tubos. Note que o comprimento dos tubos deve ser tal que a<br />

soma das resistências térmicas interna (1/ hA) i i e externa (1/ hA) e e se iguala à<br />

resistência térmica global (1/UA ).<br />

A área interna ( A i ) e a externa ( A e ) são determinadas pela equação (35),<br />

resultando em um comprimento ( l ) para os tubos de 56,27 m.<br />

O número de passes será dado pelo comprimento total dos tubos dividido<br />

pelo comprimento do trocador de calor. No local onde será instalado o trocador de<br />

calor, a torre de destilação tem um diâmetro interno de 4,7 m. Desta maneira, as<br />

dimensões do trocador de calor adotadas são apresentadas na tabela 12.<br />

TABELA 12 – DIMENSÕES DO TROCADOR <strong>DE</strong> CALOR<br />

Altura (m) Comprimento (m) Largura (m) Área (m 2 )<br />

1,20 3,20 3,20 10,24<br />

Desta forma, o número de passes para cada tubo será igual a 18.<br />

A figura 30 ilustra a configuração dos tubos do trocador de calor.<br />

Figura 30 – Representação dos tubos do trocador de calor.<br />

77


5.6.5 Perda de Carga no Trocador de Calor<br />

Note que haverá tanto perda de carga na parte externa do trocador de calo<br />

quanto na interna. A perda de carga externa irá alterar o nível de vácuo na torre de<br />

destilação e a perda de carga interna é importante para dimensionamento da bomba<br />

de circulação de água gelada.<br />

5.6.5.1 Perda de carga entre feixes de tubos<br />

Primeiramente, foi idealizado o arranjo dos tubos no trocador de calor. Para<br />

isto considerou-se a largura do trocador e o número de tubos para então encontrar a<br />

distância transversal entre os centros dos tubos. A distância longitudinal foi definida<br />

a partir da altura do trocador e o número de fileiras. Sendo assim, as distâncias entre<br />

os centros dos tubos correspondem à 63,5 mm na direção transversal e 65,0 mm,<br />

na longitudinal.<br />

Para encontrar a perda de carga utiliza-se a equação (43) que depende da<br />

velocidade máxima do escoamento. Com base na equação (45) verificou-se que a<br />

velocidade máxima ocorre no plano transversal como mostra a figura 29. Assim, a<br />

velocidade máxima, encontrada através da equação (47), é igual a 20,85 m/s.<br />

Utilizando-se as propriedades termodinâmicas do vapor, a velocidade<br />

máxima encontrada anteriormente e o diâmetro externo dos tubos, o número de<br />

Reynolds encontrado, através da equação (48), é de 732. Os fatores de atrito ( f ) e<br />

o de correção ( χ ) são obtidos através do Anexo D em função do número de<br />

Reynolds. Sendo assim a perda de carga equivale a 14,41 Pa.<br />

5.6.5.2 Perda de carga no interior dos tubos<br />

Utilizando-se as propriedades termodinâmicas da água, a velocidade<br />

fornecida pelo equipamento de refrigeração e o diâmetro interno do tubo, o número<br />

de Reynolds encontrado, através da equação (48), é de 71577, classificando o<br />

escoamento como turbulento.<br />

78


A perda de carga ao longo da tubulação é encontrada através da equação<br />

50. Para tanto é necessário encontrar, através do diagrama de Moody (Anexo F), o<br />

fator de atrito ( f ) em função da relação rugosidade relativa, ε /di<br />

(Anexo E). O valor<br />

encontrado para a perda distribuída é de 157845 Pa.<br />

A perda de carga localizada será encontrada através da equação (51) em<br />

função dos coeficientes de perda (Anexo G). A relação entre o comprimento total dos<br />

tubos e o número de passes leva a um número de 17 dobras de 180°. Sendo assim,<br />

a perda localizada é de 18052 Pa.<br />

Estes resultados permitem que encontre-se, utilizando a equação (49), o<br />

valor de 175897 Pa para a perda de carga no interior dos tubos do trocador de calor.<br />

5.7 DIMENSIONAMENTO DO <strong>SISTEMA</strong> <strong>DE</strong> BOMBEAMENTO<br />

Devido a localização do equipamento de refrigeração que será instalado<br />

junto ao solo, torna-se necessário um sistema de bombeamento/tubulação que eleve<br />

a água até o trocador de calor instalado no topo da torre. Além da tubulação, o<br />

projeto deste sistema leva em consideração os componentes, como por exemplo,<br />

válvulas e cotovelos.<br />

O diâmetro da tubulação é obtido em função da vazão e da velocidade da<br />

água (Q = V ⋅ A)<br />

fornecida pelo evaporador do equipamento de refrigeração. Desta<br />

maneira, o diâmetro calculado é de 257 mm. Será adotado o diâmetro nominal<br />

padronizado de 254 mm, ou seja, 10” (IPIRANGA, 2004).<br />

TABELA 13 – ESPECIFICAÇÃO DO TUBO <strong>DE</strong> ALIMENTAÇÃO D’ÁGUA<br />

Diâmetro<br />

Externo (mm)<br />

Espessura<br />

(mm)<br />

Diâmetro<br />

Interno (mm)<br />

273,05 9,27 254,51 60,24<br />

Fonte: IPIRANGA, 31/08/04.<br />

Peso (kg/m) Material<br />

Aço-Carbono<br />

sem costura<br />

Entre todos os materiais industriais existentes, o aço carbono é o que<br />

apresenta a melhor relação custo/resistência mecânica e também fácil de ser<br />

encontrado no comércio. Em uma refinaria de petróleo, por exemplo, mais de 90%<br />

79


de toda a tubulação são de aço carbono. Emprega-se para água doce, ar<br />

comprimido, óleo, gases e outros fluidos pouco corrosivos (TELLES, 1981).<br />

5.7.1 Perda de Carga de Elevação<br />

O comprimento total da tubulação desde a descarga da bomba até a entrada<br />

no trocador de calor, é igual a 56,13 m. A partir do comprimento da tubulação a<br />

perda de carga distribuída calculada através da equação (50) equivale a 17579 Pa.<br />

Para o cálculo da perda de carga localizada é necessário conhecer o<br />

coeficiente de perda (K) dos componentes que farão parte da tubulação.Os<br />

componentes e os respectivos coeficientes K são:<br />

a) flange com canto arredondado na saída da bomba: K=0,28;<br />

b) cotovelos de 90°: K=0,3;<br />

c) válvula de fluxo único após a descarga da bomba: K=2,0.<br />

Conhecendo a configuração da tubulação que possui cinco cotovelos de 90°<br />

a perda localizada dada pela equação (51) é de 20086 Pa.<br />

Assim, pela equação 49 a perda de carga de elevação é de 37665 Pa.<br />

5.7.2 Perda de Carga de Retorno<br />

Com base no raciocínio utilizado anteriormente, o comprimento total da<br />

tubulação desde a saída do trocador de calor até a entrada no evaporador é de<br />

67,89 m. Da mesma maneira como calculado no item anterior, a perda distribuída<br />

para este comprimento é de 29766 Pa.<br />

Para o cálculo da perda localizada serão levados em consideração os<br />

coeficientes de perda (K) para sete cotovelos de 90°, ligação reentrante na entrada<br />

do evaporador. Tendo como resultado 15304 Pa.<br />

Portanto, a perda de carga de retorno é de 45070 Pa.<br />

80


5.7.3 Perda de Carga na Sucção<br />

O comprimento da tubulação entre o equipamento de refrigeração e a<br />

bomba é de 1 m. Assim a perda distribuída calculada a partir da equação (50)<br />

equivale a 313 Pa.<br />

Sabendo que será instalado uma válvula de bloqueio (K=0,05) e que o tipo<br />

de ligação na saída do equipamento de refrigeração é reentrante (K=0,78) e na<br />

entrada da bomba é do tipo flangeada com canto arredondado (K=0,28), obtém-se<br />

através da equação (51) o valor de 5886 Pa para a perda localizada.<br />

Portanto, a perda de carga na sucção será de 6199 Pa conforme a equação<br />

(49).<br />

5.7.4 Potência da Bomba<br />

Para o cálculo da potência da bomba é necessário conhecer a perda de<br />

carga total do sistema que inclui todas as perdas calculadas anteriormente mais a<br />

perda relacionada ao evaporador do equipamento de refrigeração que é igual a<br />

188690 Pa (proposta comercial TRANE ® , 2004). Desta maneira, a perda de carga<br />

total do sistema é de 453535,41 Pa.<br />

Para especificar a bomba, é necessário encontrar a altura manométrica (H).<br />

Sabendo que a velocidade na sucção e na descarga são iguais, a partir da equação<br />

(49), tem-se que:<br />

p2<br />

p1<br />

H = − = z2<br />

− z1<br />

+ hL<br />

(60)<br />

γ γ<br />

onde z2-z1 é a diferença de altura entre a sucção e a descarga da bomba.<br />

A altura manométrica do projeto em questão é de 46,5 m.<br />

Conhecendo a vazão de água, especifica-se a bomba a partir do gráfico<br />

H x Q, fornecido pelo fabricante (KSB, 2004).<br />

TABELA 14 – ESPECIFICAÇÃO DA BOMBA<br />

Modelo Altura (m) Vazão (m 3 /h) Rendimento<br />

ETA 150-40 46,5 605 72%<br />

Fonte: KSB Catálogo de Bombas Centrífugas Horizontais, de 01 de setembro de 2004.<br />

81


Após a especificação, é possível conhecer a potência efetiva da bomba,<br />

fornecida pelo fabricante. Neste caso a potência efetiva é de 106 kW.<br />

5.8 QUADRO <strong>DE</strong> RESUMO<br />

Para uma melhor visualização, a tabela 15 apresenta os resultados obtidos<br />

nos itens anteriores.<br />

TABELA 15 – RESULTADOS OBTIDOS<br />

Vazão mássica de vapor<br />

( v<br />

Resultados<br />

m&<br />

Carga Térmica<br />

Dados Fornecidos<br />

)<br />

Pressão no interior da<br />

torre<br />

1,11 kg/s<br />

1,0666 kPa<br />

Dado Calculado Carga térmica 2758 kW<br />

Valor Adotado Carga térmica 3516 kW<br />

Trocador de<br />

Calor<br />

Sistema de<br />

Bombeamento<br />

Vazão d`água (Q) 0,1687 m 3 Dados Fornecidos<br />

Velocidade (V)<br />

/s<br />

3,26 m/s<br />

Valor Adotado Número de tubos (Nt) 50<br />

Fator UA 885,68 kW/K<br />

Número de Reynolds (Re) 81120<br />

Diâmetro interno (di) 0,036 m<br />

Diâmetro externo (de) 0,038 m<br />

Número de Nusselt (Nu)<br />

Coeficiente de convecção<br />

interno (hi)<br />

512<br />

8665 W/m 2 K<br />

Coeficiente de convecção<br />

externo (he)<br />

3980 W/m 2 Dados Calculados<br />

K<br />

Comprimento dos tubos (l) 56,27 m<br />

entre os feixes de tubos<br />

do trocador de calor<br />

14,41 Pa<br />

no interior dos tubos do<br />

trocador de calor<br />

175,897 kPa<br />

Perdas de Carga na sucção da bomba<br />

de elevação<br />

6,199 kPa<br />

37,665 kPa<br />

de retorno 45,070 kPa<br />

no evaporador do<br />

equipamento<br />

188,690 kPa<br />

Total 453,535 kPa<br />

Potência da Bomba WB & 106 kW<br />

82


6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS E CONCLUSÕES<br />

A condensação do vapor d’água na saída da torre de destilação a vácuo<br />

levou a uma busca no mercado de um equipamento de refrigeração que atendesse<br />

àquela necessidade. Entre os equipamentos disponíveis e que possivelmente<br />

atenderiam ao projeto, fez-se a opção por equipamentos que operam com água<br />

gelada e que são utilizados em condicionamento de ar.<br />

A utilização destes equipamentos para uso em processos industriais não é<br />

comum, principalmente em condições de temperatura e pressão específicas e não<br />

convencionais, como é o caso deste projeto.<br />

Para garantir a condensação do vapor d’água é necessário que a água entre<br />

no evaporador do equipamento a uma temperatura de 6°C e deixe o mesmo com<br />

destino ao trocador de calor a uma temperatura de 1°C. Esta condição impediu o<br />

uso de equipamentos que operam com base no ciclo de absorção, pois os<br />

fabricantes consultados não dispõem de equipamentos comerciais que atendam tais<br />

condições. As temperaturas mínimas de operação para estes equipamentos, que<br />

operam com uma solução de LiBr, são 12°C na entrada e 7°C na saída do<br />

evaporador, impossibilitando a condensação do vapor.<br />

A alternativa ficou por conta da utilização de equipamentos que operam com<br />

base no princípio de compressão de vapor, o chamado Chiller Centrífugo. Em<br />

relação aos equipamentos comerciais, não há restrições quanto ao limite de<br />

temperatura. A adição de uma solução de etileno glicol na água gelada possibilita a<br />

obtenção de temperaturas próximas ao ponto de congelamento da água.<br />

A carga térmica calculada para condensar a massa de vapor d’água é de<br />

800 TR (2.813 kW). Por precaução especificou-se um equipamento com 1000 TR<br />

(3.516 kW) de capacidade de refrigeração.<br />

Mesmo consultando quatro fabricantes, somente duas propostas puderam<br />

ser analisadas em profundidade, uma vez que um dos fabricantes não enviou a<br />

proposta e o outro enviou uma proposta incompleta que não contemplava as<br />

condições de pagamento, os prazos de entrega e as condições de garantia.<br />

Como os custos apresentados pelos fabricantes Mcquay ® e TRANE ®<br />

estavam entre os esperados pela REPAR e variaram apenas 3,6%, esta não foi uma<br />

etapa decisiva para a seleção.<br />

83


As propostas comerciais também eram muito semelhantes, pois ofereciam<br />

prazos de entrega em torno de 3 meses e contratos de garantia que variavam entre<br />

12 e 18 meses. A diferença ficou por conta da condição de pagamento do fabricante<br />

TRANE ® que analisada economicamente pode favorecer o comprador.<br />

A diferença entre a área que cada equipamento ocupa é relevante, pois o<br />

equipamento da TRANE ® ocupa uma área 17,3% maior quando comparado ao outro<br />

fabricante.<br />

A análise da potência consumida pelo equipamento, fator que tem influência<br />

direta no consumo anual de energia, foi decisivo para a seleção do equipamento. O<br />

equipamento CVHF 1280 do fabricante TRANE ® apresenta uma potência 4,24%<br />

menor se comparado com o modelo WSC 126 do fabricante McQuay ® .<br />

Analisando a depreciação dos equipamentos, notou-se que o equipamento<br />

CVHF 1280 do fabricante TRANE ® torna-se economicamente mais viável a partir do<br />

5º ano de operação. Tomando-se como base a vida útil do equipamento ao longo de<br />

20 anos de funcionamento, o reflexo no consumo de energia, que considera a<br />

hipótese do equipamento operar 24 horas por dia durante os 365 dias do ano, ou<br />

seja, 8760 horas por ano, foi significativo e fundamental na seleção do equipamento.<br />

A economia de energia obtida com o modelo CVHF 1280 foi de 4,43% em relação<br />

ao modelo WSC 126.<br />

Analisando o equipamento que opera a vapor dentro do processo requerido<br />

pela REPAR, o mesmo apresenta um gasto com energia 5,93% inferior ao modelo<br />

CVHF 1280 quando a energia é comprada da COPEL, mas um gasto 192% superior<br />

quando a energia elétrica é gerada pela REPAR. Percebe-se que a utilização do<br />

vapor como fonte de energia alternativa é viável se a energia elétrica for comprada<br />

diretamente da Copel, caso contrário o vapor como fonte de energia torna-se inviável<br />

economicamente.<br />

Aliando-se a análise da depreciação ao estudo do consumo de energia,<br />

baseados nos fatores acima descritos, o equipamento selecionado é o modelo CVHF<br />

1280 fornecido pela empresa TRANE ® Ar Condicionado.<br />

A seleção de um equipamento que possibilita a condensação do vapor<br />

d’água na saída da torre de destilação a vácuo nos aspectos técnico e econômico,<br />

está dentro da expectativa da REPAR. O equipamento selecionado ainda permite<br />

84


uma economia relacionada ao custo anual da energia elétrica quando comparado<br />

aos outros equipamentos, possibilitando um retorno antecipado do investimento.<br />

Quanto ao dimensionamento do trocador de calor e do sistema de<br />

bombeamento, este somente foi possível após a especificação do equipamento de<br />

refrigeração. Como não foi possível encontrar no mercado um trocador de calor que<br />

pudesse ser instalado no interior da torre de destilação a vácuo, devido ao diâmetro<br />

da mesma, foi necessário dimensioná-lo.<br />

A retirada do condensado, produto da condensação do vapor, será efetuada<br />

pela lateral da torre de destilação. O condensado é depositado em uma bandeja,<br />

logo abaixo do trocador de calor. Esta técnica de retirada é a mesma utilizada para<br />

os produtos da destilação a vácuo, ou seja, um processo já conhecido da REPAR.<br />

Da mesma forma, foi necessário especificar os componentes do sistema de<br />

bombeamento e dimensionar a tubulação, possibilitando encontrar no mercado uma<br />

bomba que tenha condições de elevar a água até o trocador de calor.<br />

A implantação deste sistema na torre de destilação a vácuo permitirá que a<br />

REPAR aumente a temperatura do resíduo atmosférico na entrada da torre,<br />

possibilitando o aumento da produção de GOP e conseqüentemente, um rendimento<br />

maior do processo de refino.<br />

É muito importante salientar a complexidade e a quantidade de variáveis e<br />

informações envolvidas em um projeto deste porte.<br />

Desde os aspectos técnicos, econômicos e de recursos humanos devem ser<br />

relacionados e levados em consideração para que a implantação do projeto e,<br />

posteriormente, durante seu funcionamento o objetivo seja alcançado.<br />

85


REFERÊNCIAS<br />

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dimensionamento, construção, ensaio e considerações econômicas. 1999. 199f.-<br />

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refino e processamento do petróleo. Disponível em: . Acesso<br />

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energia elétrica. Disponível em: . Acesso em 15 de março de<br />

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86


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estudo sobre fluidos refrigerantes e suas propriedades. Disponível<br />

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87


TELLES, P.C. da S. Tubulações Industriais: Cálculo. 8 ed. Rio de Janeiro: Livros<br />

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TOLEDO JR, I.-F. B. Estudos de Viabilidade Econômica. 3 ed. Mogi das Cruzes:<br />

Editora Itys-Fides Bueno de Toledo Júnior & CIA. LTDA, 1986.<br />

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. Acesso em 26 de janeiro de 2004.<br />

TRIGEMED. Princípio básico de uma máquina de refrigeração por absorção.<br />

Apresenta o princípio dos equipamentos de refrigeração por absorção. Disponível<br />

em: . Acesso em: 12 de abril de<br />

2004.<br />

UNIVERSIDA<strong>DE</strong> FE<strong>DE</strong>RAL DO <strong>PARA</strong>NÁ. Biblioteca Central. Normas para<br />

apresentações de trabalhos: citações e notas de rodapé. Curitiba: Editora da<br />

UFPR, 2000.<br />

UNIVERSIDA<strong>DE</strong> FE<strong>DE</strong>RAL DO <strong>PARA</strong>NÁ. Biblioteca Central. Normas para<br />

apresentações de trabalhos: redação e editoração. Curitiba: Editora da UFPR,<br />

2000. v. 8.<br />

YORK International Ltda. HAVC&R Engineering Update: New ARI rating allows<br />

more accurate chiller-energy specification. Pennsylvania: YORK International<br />

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YORK International Ltda. Apresenta Catálogos de Equipamentos. Disponível em:<br />

. Acesso em 06 de fevereiro de 2004.<br />

88


ANEXO A – PROPRIEDA<strong>DE</strong>S TERMODINÂMICAS DA ÁGUA – LÍQUIDO E<br />

VAPOR SATURADOS<br />

Fonte: INCROPERA, 1998.<br />

89


ANEXO B – GRÁFICO PRESSÃO X ENTALPIA DO FLUIDO R134A<br />

Fonte: DUPONT, 2004<br />

90


ANEXO C – GRÁFICO PRESSÃO X ENTALPIA DO FLUIDO HCFC 123<br />

Fonte: DUPONT, 2004<br />

91


ANEXO D – FATOR <strong>DE</strong> ATRITO E FATOR <strong>DE</strong> CORREÇÃO: CONFIGURAÇÃO<br />

ALTERNADA DO FEIXE TUBULAR<br />

Fonte: INCROPERA, 1998.<br />

92


ANEXO E – GRAU <strong>DE</strong> RUGOSIDA<strong>DE</strong><br />

Fonte: TELLES, 1994<br />

93


ANEXO F – FATOR <strong>DE</strong> ATRITO<br />

Fonte: TELLES, 1994<br />

94


ANEXO G – COEFICIENTE <strong>DE</strong> PERDA <strong>PARA</strong> COMPONENTES<br />

Fonte: MUNSON, 1997<br />

95


ANEXO H – <strong>DE</strong>SENHO ESQUEMÁTICO - MO<strong>DE</strong>LO CVHF 1280<br />

96

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