Parte 1 - A PLATÉIA On-line
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A <strong>PLATÉIA</strong> - Variedades<br />
COMPORTAMENT NT NTO NT<br />
Sant’Ana do Livramento, 11 e 12 de novembro de 2007<br />
22<br />
22<br />
Álcool e direção: combinação letal<br />
Se no Brasil o alto índice de mortes de<br />
jovens no trânsito é um problema alarmante,<br />
a situação não é diferente em outras partes<br />
do planeta. A cada minuto e meio, um<br />
jovem perde a vida em um acidente de<br />
trânsito no mundo - é a maior causa de<br />
morte entre indivíduos de 15 a 19 anos.<br />
Na América Latina, o Brasil só se encontra<br />
em melhor situação que El Salvador e Bolívia,<br />
únicos com taxas de morte no trânsito<br />
superiores à brasileira. A seguir, você confere<br />
sete medidas práticas que já se mostraram<br />
efetivas em outros países e que também<br />
poderiam ser implantadas por aqui.<br />
Como diz o slogan adotado pela Organização<br />
Mundial de Saúde, "segurança no trânsito<br />
não é acidente".<br />
1. Aumentar a fiscalização<br />
A legislação brasileira não deixa a desejar em relação à de países desenvolvidos:<br />
nosso limite legal de álcool no sangue, de 0,06 mg/l, é até mais rigoroso que o 0,08<br />
mg/l permitido nos Estados Unidos. Porém, enquanto cerca de 1,4 milhão de motoristas<br />
norte-americanos são presos por ano por dirigirem alcoolizados, no Brasil<br />
sequer existem dados a respeito. Na Austrália, a realização de exames aleatórios do<br />
bafômetro nos últimos anos reduziu em até 42% as mortes ligadas ao álcool.<br />
2.Estabelecer restrições para motoristas<br />
recém-habilitados<br />
Austrália, Canadá e Estados Unidos há algum tempo impuseram restrições à motoristas<br />
recém-habilitados. <strong>Parte</strong> dos estados norte-americanos e australianos adotaram<br />
tolerância zero ao álcool para portadores de carteiras provisórias. Em Connecticut, nos<br />
Estados Unidos, novatos só podem dirigir na companhia de pais ou responsáveis, até<br />
a obtenção da carteira definitiva. Em <strong>On</strong>tário, no Canadá, recém-habilitados não podem<br />
dirigir entre meia-noite e 5 da manhã ou em rodovias com limites acima de 80<br />
km/h. As restrições reduziram até 60% dos acidentes.<br />
3.Diminuir o consumo de bebidas entre os<br />
jovens<br />
Uma medida que já se mostrou eficiente em outros países é a restrição de horários e locais<br />
de compra de bebidas alcoólicas. Nos Estados Unidos, o aumento da idade legal para beber<br />
em quase todos os estados para 21 anos é apontado como um dos trunfos para a redução<br />
das mortes no trânsito. A Suécia, com a entrada na União Européia, em 1995, se viu obrigada<br />
a reduzir sua outrora rígida política de restrições à venda de álcool. O resultado foi uma<br />
retomada das mortes no trânsito de 18% em 1997 para 28% em 2002.<br />
4.Incentivar o uso do cinto de segurança<br />
Uma pesquisa feita entre universitários pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia<br />
revelou que 74% dos jovens não fazem uso do cinto de segurança quando<br />
estão no banco traseiro. É fundamental difundir entre os jovens o hábito do uso do<br />
cinto, para motoristas e passageiros. É preciso que esse seja um hábito quase mecânico.<br />
Se o jovem sai sem cinto às 10 da noite, não é na volta da balada que ele irá usar.<br />
5.Mudar o foco das campanhas de educação<br />
A mensagem de beber com moderação é um grande equívoco. No trânsito não<br />
há quantidade segura de álcool. Por isso, é preciso repensar a forma e o conteúdo<br />
das campanhas, para que elas se aproximem mais do universo do jovem. É<br />
preciso encontrar uma fórmula mais eficaz de falar com esse público. Campanhas<br />
que usam imagens de acidentes, por exemplo, acabam distanciando-se do<br />
universo do jovem. Ele não relaciona as cervejinhas que bebe na balada com<br />
situações tão trágicas.<br />
6.Investir em vias e automóveis mais seguros<br />
Mais de 90% das mortes e ferimentos em acidentes de trânsito ocorrem em países<br />
em desenvolvimento. A redução das mortes por acidente em países desenvolvidos nas<br />
últimas décadas deve-se, em parte, à melhoria da segurança de carros e vias. No Brasil,<br />
itens como freios ABS e airbags ainda são tratados com importância secundária por<br />
montadoras e consumidores. As más condições de ruas e estradas e a falta de planejamento<br />
adequado em sua concepção também são responsáveis por promover uma<br />
perigosa disputa de espaço entre carros, motocicletas, ciclistas e pedestres.<br />
7. Usar a tecnologia a favor da segurança<br />
Países como Estados Unidos e Japão investem em tecnologia para segurança no<br />
trânsito. A grande aposta são os interlock devices, dispositivos que imobilizam o veículo<br />
caso o motorista esteja embriagado. Para dar a partida, é preciso primeiro realizar o<br />
teste do bafômetro; se o resultado for positivo, o carro não sai do lugar. Atualmente,<br />
19 estados norte-americanos obrigam infratores reincidentes a dirigir veículos que tenham<br />
o aparelho - e a arcar com os custos da instalação. A tecnologia já está disponível<br />
no Brasil, mas a instalação custa cerca de 20.000 reais. Outra inovação é o Intelligent<br />
Speed Adaptation, que pode ser adotado pela União Européia. O dispositivo<br />
identifica o limite máximo permitido e restringe a velocidade do carro, impedindo<br />
excessos por parte do motorista.<br />
Se for beber, não dirija, se for dirigir não beba!