Obra Completa

e povoações ao norle dos campos , as pontes
destruídas e algumas -ainda em uso , qne alu
existem , incalcão a conveniência , de restabelecer
esta vala, e a queda das estagnações
do Mondego , e da —Vage grande — notifica
para vindouro leito d>» rio essa mesma vala
do meio paia baixo , e as suas aguas reúnem
á ponte do Montemor com o Mondego ,
involvendo-se com as da maré, que alli chega
, e notámos por parecer circunstancias atleudiveis
para obras de canalisar , que se
possão projectar.
Au sul do Mondego desde a Villa de Pereira
até o Almegne lãobem a saúde e a agricultura
pedem , e bem merecem muitas obras,
mas para depois das do — Pedrado — e suas
va«es , e das da vala real , que sáo de muito
superior utilidade patente á inspecção occular
, e por que cm quanto o rio for por esse
nefando encanamento, hade continuara pauta
nisar os campos do sul, nem peimitte, que
se lhe dê cscoante , sendo as obras , que parecem
possíveis d'idtea-los e reconcentrar as
aguas em grandes valas, muito despendiosas
sem proveito correspondente.
Falla-se dum prqjeclo pendente na Camara
electiva , impondo aos camponezes toda
a despeza, e sendo sò para Director e
Subalternos acima de quatro contos de reis
aniinalmente !
Não podem , nem-por tal preço lhes conviria
o remoto e incerto melhoramento : não
aconteça repelir-se sacrifícios , como das
grandes despezas no encanamento do Mondego
com o resultado existente , má navegarão,
arrastada por areias no verão, oá?campos
perdidos, e a epedemia grassanteí
Bas obras da barra da Figueira o porto
muito peorado , e o imposto a continuar!
Dos 12 contos de reis da citada Lei de 1848
os camponezes devedores sobre a ruína das
valas e da saúde , em que continuão !
Coimbra 12 de Junho de
N. B.
• A Memoria foi aceite pela Junta Geral
d» Districto, na sessão ordinaria , em que se
acha ; do projecto, a que alude tem dito
impugnando o — Observador— na folha de
2 ile Março ; c parecendo ao A., que a matéria
da "memoria merece a illucidaçã® da
imprensa , e pela reconsideração ite projecto
contendo determinação d'obras, grande
abatimento era despeza d'empregados , e toda
pelo Estado, tem a honra de apresentar
ao Sr. Redactor da Liberal do Mondego, o
presente idêntico da Memoria , e tem'como
certo que o projecto , se for convertiffo em
Lei poderá consumar a ruína dos camponezes,
sustentando empregados imiteis por longos
annos, mas náo alcançar melhoramento,
com que só pôde o braço coininum da Nação.
Coimbra 16 de Junho de «852.
José Maria Poeira Forjaz de Sampaio.
CO Rn ESPOADEISCIA.
Sr. Redactor do Liberal.
Havendo quem de proposito espalhe em
Braga , qne eu protejo a todo o panno o estudante
Julio Celestino , o qual acaba de fazer
exame, no lyceu nacional, para o magistério
particular de « gramniatica latina » ,
— cumpre-me declarar , que nenhuma parte
tomo, nem tomarei nessa escandalosa
protecção , de que falia, (talvez com demasiada
razão), a maioria da cidade.
Assisti-lhe ao seu exame, com o R. m0
Abbade da Sé , um dos melhores grammaticos
desta cidade, sem offensa dos de mais |
— e magoei me dever, que a nada qtiasi
respondia o candidato, apesar de ser interrogado
geralmente sobre os conhecimentos
mais fundanientaes.—Magoei-me ainda mais
tias péssimas traducções, que elle fizera , de
Cezar, Tito Lívio e Horácio. — E tanto
mais me magoei, quanto a opinião dos intendedorcs
reputava até por insolência , que
tal candidato se proposesse a tão elevada mis-
4 O LIBERAL DO MONDEGO.
sáo , sem os preparatórios mais fundamentaes.
A' vijta pois d'um exame , que Joi talvez
menos que mediocrc, eu não podia , nem devia
proteger tal candidato , embora tivesse
elle sido meu discípulo em mathematica,
(onde íiobem não passou dVlumno jueio re
guiar). — E aecrescendo a esia circumstan
cia o facto que li, no Ecco Popular, de elle
se haver querido apresentar no Poiío , « com
certidão falsa deidade », para entrar no concurso
da substituição da 1/ e 2.* cadeira do
Lyceu d'esta cidade , (donde me alfirináo retirara
os seus documentos , conhecida a sua
fraude); — o maior patrocínio , que eu dc
certo33Bemposso dar , é esquecer-me que esse
estudante, Julio Celestino , fora meu alu
mno.
Nem para me abalarem d'este"proposato ,
tenho em conta alguma umas certidões de
moralidade , que o candidato diz ter obtido
do Paço Episcopal. — A cidade sabe o que
ellas são , o que valem e o como se ohlem.
E' pois uma aleivosia, que se imputa, não
sei para que , (porque o Conselho Superior faz
justiça inteira) , ao q*« é.
De V. cordial amigo.
J. J. S. Pereira Caldas.
Brasachos
dos milhos e arrendas das vinhas tem-se
atrazado consideravelmente. ,
Mercado da Coimbra em l5 de Junho
dc i852. — Trigo tremei (alqueire) 44o rs.
Dito branco 4oo is. Milho branco 280 rs. Milho
amai ello 270 rs. Cevada 200 rs. Feijão
vermelho 33o rs. Feijão branco 32o rs. Feijão
rajado 280 rs. Feijão frade 280 rs. Batatas
ião rs. Tremoços a4 o rs. Azeite 1:070.
Mercado de Monte mor o Felho em 16 de
Janho de I8d2.— Trigo 4oo a 44o rs. Milho
branco 3;o a 3oo rs. Cevada i5ors. Feijão
vermelho 36o rs. Dito branco 36o rs.
Dito rajado 320 rs. Batatas 310 a 32o rs.
Tremoços 260 rs. Azeite i5oo a i55o. rs.
Assassinato. — Lê-se na Chronista: Acaba
de ser assassinado, junto a Trancoso , a
padre Luiz, paroclio de Cótimos— os assassinos
disparárão-lhe sete tiros, m*taná«-lhe
também o 1 avalio em que montava — o «fiado
que ía na companhia do infeliz, pôde fugir
milagrosamente. Veremos se a acção da
justiça alcança os autores deste crime , on se
ficarão impunes como os de tantos outros,
tanto ou mais atrozes, que se comtnettcm
por essas previncias !
Desastre. — Lê-se no Braz Tizanai Ha
dias, utn rapaz que guardava o ^ado numa aidèa
do concelho de Bouças, deitou-se a dormir,
e uma cobra lhe entrou pela beca; elle
acordou com a aQicção, e correu a casa onde
lh'a tirárão, mas só depois delia ter mordido
o rapaz no estômago; ainda o trouxerão a esta
cidade a consultar algum medico, mas não
poderão dar-lhe remedto, e morreu na sexta
feira.
ANNUNCfOS.
AVISO.
O
Presidente da Assembleia Geral
do Monte-Pio Conimbricense,
faz publico, que no domingo 20 do
corrente pelas 10 horas da manhã,
numa das salas da Camara Municipal
desta cidade, haverá reunião da
Assembleia Geral, para se proceder
ás eleições determinadas no artigo
28 dos Estatutos, cujo decreto de
approvação será assignado por S. Magestade
a Rainha , nesta data.
Só tem voto, e podem ser votados
aquelles, que até á occasião da
reunião, tiverem principiado a pagar
as suas jóias.
Coimbra 17 de Junho de 1852.
O Presidente,
Raymundo Fenarrcio Rodrigues.
Uem quizer vender fios , ou pan-
Q nos para elles, péde dirigir-se
ao dispenseiro do Hospital desde as
6 horas da manhã até á l da tarde,
no mesmo Hospital. Tãobem compra
ás terças feiras, desde as II horas até
ao meio dia, teias de linho. ,
1-\Az-se publico que baile haver=TOUROS
^ = na praça da Figueira das manadas dos
srs. Rapozos , de Montemor o Velho ; sendo
a i. a 110 dia 23, a a. a a 27 , «a 3/ a 26 do
corrente mez dc Junho.
P EIo JUÍZO de Direito desta cidade, cartorio
do Escrivão Mascarenhas correm éditos
de trinta dias, a chamar osenteressados
dos dez costaes ou cinco cargas de Panos e
Borlinas Hespanhoes , aprehendidas por descaminho
e subsiracçáo dos direitos para filiarem
a um bhólo na 2/audiência tres dias
depois dos trinta dos éditos com a pena do
lançamento e reveliae se declara , que os
trinta dias dos editoa coméção a correr de 11
do corre nte Junho.