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O poder local (2005).preview.pdf - Universidade de Coimbra

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- além do do voto <strong>de</strong> tempo a tempos - resistem porquê? Deixaram morrer ou<br />

quase, o sentimento <strong>de</strong> pertença a uma Pátria. Muitos <strong>de</strong>les, em especial os mais<br />

jovens, já raciocinam e agem como cidadãos do Mundo. Já há milénios Sócrates dizia<br />

que o era. Apesar disso continuam a sufragar a irracionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um Mundo que<br />

cada vez é mais um só, e no entanto permanece dividido em quintas pretensamente<br />

soberanas, e organizado em centros <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão nacionais que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m cada vez<br />

menos limitam a assistir cada vez mais ao livre jogo da competição universal.<br />

Será que tudo isto faz algum sentido?<br />

5. Que reflexos da globalização sobre o <strong>po<strong>de</strong>r</strong> <strong>local</strong>?<br />

Já disse o bastante para que se conclua que, em meu enten<strong>de</strong>r, é inelutável que o<br />

fenómeno da globalização <strong>de</strong>svaloriza progressivamente o Estado-Nacional em ins­<br />

tâncias <strong>de</strong> esvaziamento.<br />

Se bem ajuízo, a Nação vai resistir melhor e durante mais tempo do que o próprio<br />

Estado. Isto porque ela po<strong>de</strong> subsistir no quadro <strong>de</strong> uma Nova Or<strong>de</strong>m Mundial<br />

globalizada, enquanto subsistir a sua essência i<strong>de</strong>ntitária sobretudo se incluir uma<br />

língua própria.<br />

Mas não in<strong>de</strong>finidamente. O fenómeno da <strong>de</strong>si<strong>de</strong>ntitarização está já também aí.<br />

É próprio do impulso globalizador nivelar hábitos, comportamentos, gostos e valo­<br />

res . (Ou a falta <strong>de</strong>les). E a recebermos todos à mesma hora - homens e países - as<br />

mesmas notícias <strong>de</strong> todo o Mundo; a vermos os mesmos espectáculos culturais, artís­<br />

ticos e <strong>de</strong>sportivos; a afinarmos pelos mesmos padrões <strong>de</strong> gosto; a digitalizarmos as<br />

mesmas invenções tecnológicas; a comunicarmos instantânea e indiferentemente<br />

com o vizinho e o antípoda; a papaguearmos o mesmo inglês como segunda língua<br />

universal; a circularmos como turistas por todos os azimutes; e a absorvemos o mes­<br />

mo niilismo ético, por quanto tempo resistiremos, nós também, a ir ficando<br />

<strong>de</strong>sconsoladora mente iguais?<br />

A clonagem física ainda provoca resistência . Reconheçamos que a clonagem psi­<br />

cológica, não tanto! O ser humano está também a globalizar-se. E não temos já no<br />

290 torno a segunda cidadania europeia?<br />

quê?<br />

O apagamento do Estado-nacional é uma questão <strong>de</strong> tempo. Vai sobrar <strong>de</strong>le o<br />

Um território, ainda que cada vez menos balizado por fronteiras impeditivas das<br />

liberda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> circulação? Duvido. A esse respeito, a pré-globalização a nível <strong>de</strong> um<br />

Continente que a União Europeia é, é precursora do fim das fronteiras nacionais.<br />

Um exército? Uma nova or<strong>de</strong>m militar ten<strong>de</strong>ncialmente globalizada, exigirá um<br />

novo conceito estratégico militar, um novo conceito <strong>de</strong> inimigo, uma nova or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>fensiva mais ligada à <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> direitos fundamentais do que <strong>de</strong> clássicas sobera­<br />

nias.<br />

Obra protegida por direitos <strong>de</strong> autor

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