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Ação de Guarda - Defensoria Pública do estado do Pará

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ESTADO DO PARÁ<br />

DEFENSORIA PÚBLICA<br />

EXMO(A). SR(A). JUIZ(A) DE DIREITO DA ..... ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ......................<br />

........................................................, brasileira, solteira, ven<strong>de</strong><strong>do</strong>ra, resi<strong>de</strong>nte e<br />

<strong>do</strong>miciliada na .............................................................................................., através da <strong>Defensoria</strong> <strong>Pública</strong> <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Pará</strong>, representada pela Defensora <strong>Pública</strong>, usan<strong>do</strong> das prerrogativas que lhe confere o art. 128 da<br />

Lei complementar n° 80/84 e lei Estadual n° 054/2006, com habitual acatamento, vem à presença <strong>de</strong> Vossa<br />

Excelência, com suporte no art. 1.583 e seguintes <strong>do</strong> CC, art. 2°, inciso III, da Lei n° 9.278/96, e art. 23,<br />

inciso III, última parte, da Lei n° 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), propor:<br />

AÇÃO DE GUARDA C/C ALIMENTOS<br />

Da menor, ...........................................................nascida em ..........<strong>de</strong> maio <strong>de</strong> ............<br />

(certidão anexa), pelos fatos e fundamentos que passa a expor:<br />

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA<br />

Inicialmente, afirma não possuir condições <strong>de</strong> arcar com custas processuais e<br />

honorários advocatícios sem prejuízo <strong>do</strong> sustento próprio, bem como o <strong>de</strong> sua família, razão pela qual faz jus<br />

o REQUERENTE ao benefício da gratuida<strong>de</strong> da justiça, nos termos <strong>do</strong> artigo 4° da Lei 1.060/50, com<br />

redação introduzida pela Lei 7.510/86.<br />

DOS FATOS<br />

1. A menor ............................................... é filha <strong>de</strong> ....................................................,<br />

Vítima <strong>de</strong> violência <strong>do</strong>méstica e familiar e ............................................................................, agente agressor.<br />

2. Em virtu<strong>de</strong> da insuportabilida<strong>de</strong> da vida em comum em razão da violência que<br />

vem sofren<strong>do</strong>, a genitora da menor temen<strong>do</strong> por sua morte, foi obrigada a aban<strong>do</strong>nar o companheiro, que se<br />

recusava a entregar a filha aos cuida<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sta, razão pela qual, vem a esse <strong>do</strong>uto juízo suplicar que lhe seja<br />

<strong>de</strong>ferida a guarda <strong>de</strong> sua filha;<br />

3. Como dito alhures, o pai da menor é extremamente violento e totalmente<br />

<strong>de</strong>sequilibra<strong>do</strong>, emocionalmente conforme faz prova os Boletins <strong>de</strong> Ocorrências Policiais em anexo,<br />

registra<strong>do</strong> por terceiras pessoas contra o mesmo, o que claramente <strong>de</strong>nota a conduta <strong>do</strong> requeri<strong>do</strong>, voltada<br />

para o crime, constatan<strong>do</strong>-se com isso, que o mesmo não possui condições favoráveis para ficar com a<br />

guarda da filha, <strong>de</strong> tão tenra ida<strong>de</strong>;<br />

4. Estan<strong>do</strong> a mãe da menor <strong>de</strong>sempregada por culpa <strong>do</strong> requeri<strong>do</strong>, que a persegue em<br />

seu local <strong>de</strong> trabalho e, por conta disso, acaba por ser <strong>de</strong>spedida, e não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> correspon<strong>de</strong>r às<br />

necessida<strong>de</strong>s materiais da criança, hoje com ............ anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, requer a colaboração <strong>do</strong> requeri<strong>do</strong> no<br />

sustento da infante;<br />

DO DIREITO<br />

Nas <strong>de</strong>cisões sobre a guarda <strong>de</strong> menores, <strong>de</strong>ve ser preserva<strong>do</strong> o interesse da criança,<br />

e sua manutenção em ambiente capaz <strong>de</strong> assegurar seu bem estar, físico e moral, sob a guarda <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s<br />

pais, <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is, ou até mesmo <strong>de</strong> terceiros <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que tenha afinida<strong>de</strong> e/ou afetivida<strong>de</strong> com a criança e reúna<br />

melhores condições <strong>de</strong> educá-la e criá-la. Foi com esse escopo, que a Lei Maria da Penha atribuiu o po<strong>de</strong>r<strong>de</strong>ver<br />

ao juiz no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong>, não obstante o afastamento da vítima <strong>do</strong> lar, garantir a guarda <strong>do</strong>s filhos em seu<br />

favor, bem como aos alimentos.<br />

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ESTADO DO PARÁ<br />

DEFENSORIA PÚBLICA<br />

No caso, a requerente requer a guarda da filha, comprovan<strong>do</strong> que a convivência<br />

integral com o requeri<strong>do</strong> está prejudican<strong>do</strong> sobremaneira o seu <strong>de</strong>senvolvimento integral, posto que, está<br />

fazen<strong>do</strong> parte <strong>de</strong> um cenário <strong>de</strong> guerra provocada pelo requeri<strong>do</strong>, que conforme se comprova é violento,<br />

agressivo e <strong>de</strong>sequilibra<strong>do</strong> emocionalmente para proteger, educar e criar uma criança.<br />

Ressalte-se, que a criança sempre conviveu <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu nascimento com a mãe, que<br />

por sua vez mantém com ela um relacionamento <strong>de</strong> carinho, amor e <strong>de</strong>dicação e hoje está <strong>de</strong>sesperada com a<br />

separação e preocupada com o bem estar <strong>de</strong> sua filha que também precisa da atenção e carinho <strong>de</strong> sua mãe.<br />

Assim, o pedi<strong>do</strong> da guarda em favor <strong>de</strong>sta, aten<strong>de</strong> a recomendação legal <strong>de</strong> que o interesse da criança se<br />

sobrepõe ao interesse <strong>de</strong> qualquer pessoa, inclusive <strong>do</strong> pai que por sua conduta reprovável não apresenta<br />

condições para ficar com a filha.<br />

O STJ tem entendi<strong>do</strong> que a lei não exige situação irregular para <strong>de</strong>ferimento da<br />

guarda, a única exigência que se faz é que se preserve o interesse da menor, consoante se <strong>de</strong>preen<strong>de</strong> das<br />

ementas jurispru<strong>de</strong>nciais a seguir transcritas:<br />

GUARDA DE MENOR – ADMISSIBILIDADE – PREVALÊNCIA DO<br />

INTERESSE DO MENOR. NAS QUESTÕES RELATIVAS A GUARDA DE MENOR, A DECISÃO<br />

DEVE ATENDER DE MODO RELEVANTE, AO INTERESSE DO MENOR. ESTATUTO DA<br />

CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ART. 6° E 7°. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO, PARA<br />

REFORMAR A SENTENÇA DE PRIMEIRO GRAU.<br />

Votação unânime. Recurso provi<strong>do</strong>.<br />

Nas <strong>de</strong>cisões sobre a guarda <strong>de</strong> menores, <strong>de</strong>ve ser preserva<strong>do</strong> o interesse da<br />

criança, e sua manutenção em ambiente capaz <strong>de</strong> assegurar seu bem estar, físico e moral, sob a guarda<br />

<strong>do</strong>s pais ou <strong>de</strong> terceiros. Com esse entendimento, a terceira turma <strong>do</strong> Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça (STJ)<br />

conce<strong>de</strong>u, por maioria, a<br />

O.A.S.S a guarda <strong>de</strong> sua neta M.C.S.T, mesmo estan<strong>do</strong> seus pais vivos e viven<strong>do</strong><br />

juntos.<br />

Diante <strong>do</strong> exposto, e com fundamento no art. 1.583 e seguintes <strong>do</strong> Código Civil<br />

Brasileiro, art. 2°, inciso III, da Lei n° 9.278/96, art. 23 da Lei Maria da Penha, requer a V. Exa.:<br />

a) intimação <strong>do</strong> órgão <strong>do</strong> MP para que se manifeste quanto aos termos <strong>do</strong> pedi<strong>do</strong>;<br />

b) Procedência da presente ação, conferin<strong>do</strong> à requerente a GUARDA <strong>de</strong> sua filha;<br />

c) Proceda-se à oitiva das testemunhas que serão apresentadas em juízo,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> intimação, sen<strong>do</strong> enfim julgada PROCEDENTE a <strong>de</strong>manda, com a consequente<br />

expedição <strong>do</strong> alvará <strong>de</strong> guarda da criança em favor <strong>de</strong> sua mãe;<br />

Protesta por to<strong>do</strong>s os meios <strong>de</strong> prova em direito adquiridas.<br />

Dá-se à causa o valor <strong>de</strong> R$...............................................<br />

Termos em que,<br />

Pe<strong>de</strong> Deferimento.<br />

Local, .......<strong>de</strong> .........................<strong>de</strong> 20.......<br />

............................................................................<br />

Defensor Público <strong>de</strong> 1ª. entrância<br />

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