2007 Nº 4 - SAERJ
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Entrevista<br />
Entrevista<br />
<strong>SAERJ</strong> em Foco - Como o senhor<br />
analisa a situação da saúde<br />
no município do Rio de Janeiro,<br />
em relação à Anestesiologia?<br />
Dr. Carlos Eduardo - Desde o início<br />
do meu mandato, tenho me dedicado<br />
às causas da Saúde Pública.<br />
Em dois anos de mandato, fiz 532<br />
diligências e encontramos as piores<br />
condições para o profissional<br />
de saúde exercer e cumprir o juramento<br />
de salvar vidas, dar conforto<br />
e dignidade às pessoas que procuram<br />
os hospitais públicos.<br />
Em relação especificamente à<br />
anestesia, encontramos carrinhos<br />
anestésicos totalmente desatualizados,<br />
muitos, inclusive, enferrujados,<br />
falta de pilha para iluminar<br />
uma orofaringe para o<br />
anestesiologista intubar. Os procedimentos<br />
mais simples, como<br />
a intubação orotraqueal, são dificultados<br />
porque os laringoscópios<br />
encontram-se estraga-<br />
6 - <strong>SAERJ</strong> em Foco - out-dez <strong>2007</strong><br />
Vereador Carlos Eduardo de Mattos<br />
A união da categoria é primordial<br />
Foto: divulgação<br />
Presidente da Comissão de Saúde da Câmara dos<br />
Vereadores e líder do Partido Socialista Brasileiro<br />
(PSB), Carlos Eduardo de Mattos é cardiologista,<br />
com mestrado e doutorado. Eleito em 2004, o vereador<br />
é responsável pela apresentação de 54 projetos<br />
de lei, dos quais oito foram aprovados. Chefe do<br />
Serviço de Emergência do Hospital Municipal Miguel<br />
Couto, no período de 2001 a 2004, o Dr. Carlos<br />
Eduardo fala sobre as irregularidades do setor da<br />
Saúde Pública e a questão do aumento do ISS.<br />
dos, engatilhados e sem pilha.<br />
A situação é tão grave que encontramos<br />
centro cirúrgico com<br />
temperatura chegando a 25 graus<br />
e cirurgiões suando e despejando<br />
suor na cavidade aberta dos<br />
pacientes.<br />
<strong>SAERJ</strong> em Foco - O que o senhor<br />
acha que pode ser feito para solucionar<br />
esses problemas?<br />
Dr. Carlos Eduardo - Eu acho<br />
que a categoria, que já se mostrou<br />
unida em várias ocasiões,<br />
precisa se unir mais ainda e exigir<br />
do Poder Público condições<br />
de trabalho e de remuneração decentes.<br />
Principalmente, no que<br />
tange ao exercício profissional<br />
do anestesiologista, porque o<br />
anestesiologista é como se fosse<br />
um piloto de avião. Ele levanta<br />
o avião e tem que estacionar. Ele<br />
é o último a sair. Ele entrega o<br />
paciente no quarto. Então, ele<br />
tem uma grande responsabilida-<br />
de e não pode exercer a sua especialidade<br />
em centros cirúrgicos<br />
com calor, sujeitos à infecção.<br />
Centros cirúrgicos que usam<br />
furadeiras para abrir o crânio.<br />
Esse binômio, cirurgião e<br />
anestesia, é importante. Não é<br />
necessário só dar condições de<br />
exercer a especialidade do<br />
anestesiologista. É o centro cirúrgico<br />
como um todo. A categoria<br />
tem que se unir e brigar<br />
pelas suas reivindicações.<br />
<strong>SAERJ</strong> em Foco - Algumas das<br />
reivindicações que afetam o<br />
exercício da profissão são a má<br />
remuneração e o número insuficiente<br />
de profissionais. Como<br />
o senhor analisa isso?<br />
Dr. Carlos Eduardo - Em relação<br />
aos recursos humanos, nós já<br />
presenciamos um único anestesiologista<br />
tendo que dar conta<br />
da sala vermelha, da maternidade<br />
e do CTI. Os recursos humanos