Curso Wellington – Redação - HiltonFranco
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<strong>Curso</strong> <strong>Wellington</strong> <strong>–</strong> <strong>Redação</strong> <strong>–</strong> Prof Hilton Franco<br />
1. (Fuvest 2011) Observe esta imagem e leia com atenção os textos abaixo.<br />
Texto 1<br />
Um grandioso e raro espetáculo da natureza está em cena no Rio de Janeiro. Trata-se<br />
da floração de palmeiras Corypha umbraculifera, ou palma talipot, no Aterro do Flamengo.<br />
Trazidas do Sri Lanka pelo paisagista Roberto Burle Marx, elas florescem uma única<br />
vez na vida, cerca de cinquenta anos depois de plantadas. Em seguida, iniciam um longo<br />
processo de morte, período em que produzem cerca de uma tonelada de sementes.<br />
http://veja.abril.com.br, 09/12/2009. Adaptado.<br />
Texto 2<br />
Quando Roberto Burle Marx plantou a palma talipot, um visitante teria comentado:<br />
“Como elas levam tanto tempo para florir, o senhor não estará mais aqui para ver”. O<br />
paisagista, então com mais de 50 anos, teria dito:<br />
“Assim como alguém plantou para que eu pudesse ver, estou plantando para que<br />
outros também possam contemplar”.<br />
http://www.abap.org.br. Paisagem Escrita. nº 131, 10/11/2009. Adaptado.<br />
Texto 3<br />
Onde não há pensamento a longo prazo, dificilmente pode haver um senso de destino<br />
compartilhado, um sentimento de irmandade, um impulso de cerrar fileiras, ficar ombro a ombro<br />
ou marchar no mesmo passo. A solidariedade tem pouca chance de brotar e fincar raízes. Os<br />
relacionamentos destacam-se sobretudo pela fragilidade e pela superficialidade.<br />
Z. Bauman. Vidas desperdiçadas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. Adaptado.<br />
Texto 4<br />
A cultura do sacrifício está morta. Deixamos de nos reconhecer na obrigação de viver<br />
em nome de qualquer coisa que não nós mesmos.<br />
G. Lipovetsky, cit. por Z. Bauman, em A arte da vida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.<br />
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Como mostram os textos 1 e 2, a imagem de abnegação fornecida pela palma talipot, que, de<br />
certo modo, “sacrifica” a própria vida para criar novas vidas, é reforçada pelo altruísmo* de<br />
Roberto Burle Marx, que a plantou, não para seu próprio proveito, mas para o dos outros. Em<br />
contraposição, o mundo atual teria escolhido o caminho oposto.<br />
Com base nas ideias e sugestões presentes na imagem e nos textos aqui reunidos, redija uma<br />
dissertação argumentativa, em prosa, sobre o seguinte tema:<br />
O altruísmo e o pensamento a longo prazo ainda têm lugar no mundo contemporâneo?<br />
*Altruísmo = s.m. Tendência ou inclinação de natureza instintiva que incita o ser humano à<br />
preocupação com o outro. Dicionário Houaiss da língua portuguesa, 2009.<br />
2. (Uesc 2011) Leia, com atenção, os dois temas propostos. Em seguida, escolha um deles e<br />
elabore sua redação.<br />
Tema I<br />
A favela não é um problema, nem uma solução. A favela é uma das mais contundentes<br />
expressões das desigualdades que marcam a vida em sociedade em nosso país, em especial<br />
nas grandes e médias cidades brasileiras. É nesse plano, portanto, que as favelas devem ser<br />
tratadas, pois são territórios que colocam em questão o sentido mesmo da sociedade em que<br />
vivemos. O significado da apropriação e uso do espaço urbano deve estar na primeira página<br />
de uma agenda política de superação das más condições de vivência no nosso mundo.<br />
Estamos diante de um desafio, e não mais diante de um “problema dos outros”.<br />
(SOUZA e SILVA, Jailson; BARBOSA, Jorge Luiz. Favela: alegria e dor na cidade. Rio de<br />
Janeiro: Senac Rio, 2005. p. 91).<br />
Produza um texto dissertativo-argumentativo em que você desenvolva as ideias contidas no<br />
fragmento em destaque e que tenha como título a frase:<br />
“Estamos diante de um desafio, e não mais diante de um problema dos outros”.<br />
Observações:<br />
1) Enfoque a favela num sentido mais amplo da realidade urbana.<br />
2) Discuta causas e consequências da existência do fenômeno social dentro das cidades<br />
brasileiras.<br />
Tema II<br />
“Televisão é um meio de entretenimento que permite a milhões de pessoas assistirem à<br />
mesma coisa ao mesmo tempo — e ainda assim continuarem solitárias.”<br />
T. S. Eliot<br />
(SCLIAR, Moacyr. A língua de três pontas: crônicas e citações sobre a arte de falar mal. Porto<br />
Alegre: Artes e Ofícios, 2001. p. 113).<br />
Com base no pensamento de T. S. Eliot e em sua experiência como telespectador, produza um<br />
texto argumentativo sobre o tema:<br />
A TV isola o homem de seu ambiente, e aí começa o processo de separação e solidão.<br />
Observações:<br />
1) Trabalhe seu texto respeitando o recorte temático.<br />
2) Analise a relação: TV, veículo de comunicação de massa x solidão humana.<br />
3. (Ufpel 2011) Os textos utilizados na coletânea para a redação originam-se de inúmeras<br />
fontes e mostram fatos, dados, opiniões e argumentos relacionados com o tema. Eles não<br />
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simbolizam o posicionamento da banca examinadora. São textos que você encontra<br />
diariamente em revistas, jornais ou livros, e que deve saber ler e comentar. Consulte a<br />
coletânea e utilize-a. Não a copie. O texto que você redigirá deverá ser elaborado em forma de<br />
dissertação.<br />
Viajar ou não viajar, eis a questão.<br />
Texto 1<br />
A arte de viajar<br />
Se nossa vida fosse dominada por uma busca da felicidade, talvez poucas atividades<br />
fossem tão reveladoras da dinâmica dessa demanda - em todo o seu ardor e seus paradoxos -<br />
como nossas viagens. Elas expressam - por mais que não falem - uma compreensão de como<br />
poderia ser a vida, fora das restrições do trabalho e da luta pela sobrevivência. No entanto, é<br />
raro que se considere que apresentem problemas filosóficos - ou seja, questões que exijam<br />
reflexão além do nível prático. Somos inundados de conselhos sobre os lugares aonde<br />
devemos ir, mas ouvimos pouquíssimo sobre por que e como deveríamos ir - se bem que a<br />
arte de viajar pareça sustentar naturalmente uma série de perguntas nem tão simples nem tão<br />
triviais, e cujo estudo poderia contribuir modestamente para uma compreensão do que os<br />
filósofos gregos denominaram pelo belo termo eudaimonia ou desabrochar humano.<br />
DE BOTTON, Alain. A Arte de Viajar. Editora Rocco Ltda. Rio de Janeiro, RJ. 2000. P.17.<br />
Texto 2<br />
Doce nada<br />
Uns viajam em busca de paisagens indescritíveis, outros querem lugares bacanas para<br />
fotografar, terceiros caçam templos de compras, e há os que vão à estrada para fazer amigos.<br />
Eu viajava para encontrar o nada, o “doce nada de não ter um mísero nada”, como cantou Lou<br />
Reed em “Oh! Sweet nuthin”. Mas meu destino não seria uma barraca imunda em Trindade<br />
(RJ) nem um ashram indiano. A ideia era reencontrar a quintessencial ideia de praia. Um<br />
ambiente que, me segredaram, aceita poucos turistas, não tem luz elétrica nem badalação<br />
noturna, onde a vegetação é escassa e as sombras, durante o dia, são raras.<br />
Duas praias observadas por um farol. Lobos-marinhos, cavalos, gaivotas. Seres<br />
humanos silenciosos. Quilômetros de dunas. Resolvi não pesquisar muito para me surpreender<br />
ao vivo - e assim fui com a namorada passar uma semana em Cabo Polônio, Uruguai.<br />
Revista Vida Simples, edição 91, abril de 2010.<br />
Texto 3<br />
Querer a viagem<br />
No começo, bem antes de todo gesto, de toda iniciativa e de toda vontade deliberada<br />
de viajar, o corpo trabalha, à maneira dos metais, sob a ação do sol.<br />
Na evidência dos elementos, ele se mexe, se dilata, se estende, se distende e modifica<br />
seus volumes. Toda genealogia se perde nas águas tépidas de um líquido amniótico, esse<br />
banho estelar primitivo onde cintilam as estrelas com as quais, mais tarde, se fabricam mapas<br />
do céu, depois topografias luminosas nas quais desponta e se aponta a Estrela do pastor - que<br />
meu pai foi o primeiro a me ensinar - entre as constelações diversas. O desejo de viagem tem<br />
sua confusa origem nessa água lustral, tépida, ele se alimenta estranhamente dessa superfície<br />
metafísica e dessa ontologia germinativa. Ninguém se torna nômade impenitente a não ser<br />
instruído, na carne, pelas horas do ventre materno, arredondado como um globo, um mapamúndi.<br />
O resto é pergaminho já escrito.<br />
ONFRAY, Michel. Teoria da viagem. L&PM editores. Porto Alegre, RS. 2007.<br />
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Texto 4<br />
Viajar<br />
Papas da Língua<br />
Composição: Serginho Moah<br />
Eu quero lhe dizer<br />
Vou contar pra você<br />
A minha alegria<br />
Você vai perceber<br />
Que se quiser vai ver<br />
Tudo o que eu vi um dia<br />
Fui pro lado de lá<br />
Fui para desvendar<br />
A minha fantasia<br />
Tudo o que aprendi<br />
Tudo o que conheci<br />
Valeu a pena descobrir<br />
Quero lhe falar<br />
É bom viajar<br />
Tocar pelo mundo a fora<br />
Nova York é bom<br />
Paris é demais<br />
Algo que não vou esquecer jamais<br />
Não vou não (jamais)<br />
Fui pro lado de lá<br />
Então eu percebi<br />
Que o sonho se realiza<br />
É só você ter fé<br />
E sempre acreditar que tudo pode conquistar<br />
Quero lhe falar<br />
É bom viajar<br />
Tocar pelo mundo a fora<br />
Nova York é bom<br />
Paris é demais<br />
Algo que eu não vou esquecer jamais<br />
Não vou não (jamais)<br />
<strong>Curso</strong> <strong>Wellington</strong> <strong>–</strong> <strong>Redação</strong> <strong>–</strong> Prof Hilton Franco<br />
Disponível em . Acesso em: 26.08.2010.<br />
4. (Ifsp 2011) Leia o texto a seguir que servirá de base para a sua redação.<br />
Jovens são treinados para serem empresários<br />
Eric Nogari Chaves já pensa em abrir seu próprio negócio. Como nunca, está de olho<br />
no mercado, conversa com empresários e imagina produtos. Tudo isso aos 16 anos.<br />
Chaves descobriu seu perfil empreendedor ao participar de projetos da organização<br />
norte-americana Junior Achievement, que investe em adolescentes para que se tornem<br />
empresários conscientes e éticos.<br />
Entre os objetivos da Junior Achievement, aponta a superintendente da organização,<br />
Wilma Santos, estão proporcionar uma visão clara do mundo dos negócios e despertar o<br />
espírito empreendedor dos jovens ainda na escola.<br />
Para isso, são oferecidos diversos programas, como o Miniempresa, em que o<br />
estudante simula a abertura de sua companhia e lida com cálculos de fisco e com a elaboração<br />
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de produtos. Já no Empresário Sombra, ele segue durante um dia inteiro um executivo de<br />
sucesso.<br />
“Queremos que eles sejam empreendedores com responsabilidade socioambiental,<br />
conscientes de que a sustentabilidade pode ser encarada não com pessimismo, mas com<br />
senso de urgência”, diz Santos.<br />
(Diogo Bercito, Folha de S. Paulo, 05.02.2008. Adaptado)<br />
Proposta<br />
Pensando no mundo do trabalho, escreva uma dissertação sobre o tema:<br />
Na formação do futuro empreendedor, a escola desempenha um papel<br />
significativo ou o que importa é apenas a inserção no mercado de trabalho em busca de<br />
experiência profissional?<br />
5. (G1 - utfpr 2011) Seu computador é um lixo? Você não está só<br />
Quantidade de resíduos de aparelhos eletrônicos cresce a uma taxa três vezes maior do que<br />
os outros tipos de rejeito. Ambientalistas já tratam o tema como um dos grandes problemas<br />
globais.<br />
São Paulo - O acúmulo de peças de aparelhos eletrônicos descartados já soma 5% de todo o<br />
lixo sólido produzido no mundo, de acordo com o Greenpeace. Este número é praticamente<br />
igual à quantidade de plástico despejada no meio ambiente. O agravante é que o lixo eletrônico<br />
cresce cerca de 5% ao ano. Ou seja: até três vezes mais que a média de todo o lixo produzido.<br />
O tema será discutido na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas que acontece no<br />
mês que vem em Copenhague, na Dinamarca. E não é só o destino final dos aparelhos<br />
eletrônicos que ocupa a pauta da reunião: o rastro de carbono deixado pela fabricação e<br />
utilização desses eletrônicos também preocupa. (...)<br />
O Greenpeace mantém um ranking das empresas que menos agridem o meio ambiente e são<br />
premiadas por isso, enquanto grandes empresas (...) são pressionadas a oferecer maior<br />
transparência sobre suas políticas ecológicas.<br />
(Texto publicado em 16/11/2009, adaptado e disponível no seguinte endereço eletrônico:<br />
http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/tecnologia)<br />
Com base nas informações da matéria acima, produza um texto dissertativo-argumentativo<br />
sobre: “O que fazer com o lixo eletrônico? Como conter esse problema?”<br />
6. (Ufba 2011) Os textos apresentados a seguir devem servir para uma reflexão sobre os<br />
sonhos.<br />
I.<br />
SONHO. 1. ato ou efeito de sonhar. 2. conjunto de imagens, de pensamentos ou de<br />
fantasias que se apresentam à mente durante o sono. 3. (p.ext.). Sequência de ideias soltas e<br />
incoerentes às quais o espírito se entrega; devaneio, fantasia, (entrega-se aos sonhos para<br />
fugir da realidade). 4. [...] 5. (fig.) desejo vivo, intenso e constante; anseio (o sonho dele é<br />
enriquecer o mais rápido possível). 6. [...] 7. ideia ou ideal dominante que alguém ou um grupo<br />
busca com interesse ou paixão; (o sonho da liberdade). [...]<br />
In: HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.<br />
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 2608.<br />
II.<br />
SOBRE O “SONHO BRASILEIRO”<br />
Foi James Truslow Adams (1879-1949) quem cunhou, em The Epic of America (1931),<br />
a expressão “the American Dream”: “O Sonho Americano”, disse ele, “é o sonho de uma terra<br />
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onde a vida é melhor, mais rica e mais completa para todos, com oportunidade para cada um<br />
de acordo com a capacidade ou desempenho.<br />
“Não é apenas um sonho de altos salários, mas um sonho de ordem social em que<br />
cada homem e cada mulher sejam reconhecidos por outros pelo que eles são, sem levar em<br />
conta as circunstâncias fortuitas de berço ou posição.”<br />
Essas ideias deitam raízes na Declaration of Independence (1776), que afirma (início do<br />
segundo parágrafo): “Nós defendemos como verdades evidentes que todos os homens foram<br />
criados iguais; que eles são dotados por seu Criador de certos Direitos inalienáveis; que entre<br />
estes estão a Vida, a Liberdade e a busca da Felicidade.”<br />
[...]<br />
[...] O Sonho Americano — tal como se espera venha a ser um possível “Sonho<br />
Brasileiro” — é farol a guiar destinos, a motivar projetos coletivos e individuais. [...]<br />
[...]<br />
O Brasil vai beneficiar-se se vier a ter uma visão socialmente compartilhada e<br />
politicamente relevante de seu futuro. Principalmente se, como proposto, o Sonho Brasileiro<br />
expressar-se no lema “Desenvolvimento com Inclusão”.<br />
ALBUQUERQUE, Roberto Cavalcanti de. Sobre o “Sonho Brasileiro”. In: Fórum Nacional<br />
Especial 2009. Rio de Janeiro, 17 e 18 set. 2009. INAE. Disponível em:<br />
. Acesso: 31 jul. 2010.<br />
III.<br />
SONHO IMPOSSÍVEL<br />
Sonhar<br />
Mais um sonho impossível<br />
Lutar<br />
Quando é fácil ceder<br />
Vencer<br />
O inimigo invencível<br />
Negar<br />
Quando a regra é vender<br />
Sofrer<br />
A tortura implacável<br />
Romper<br />
A incabível prisão<br />
Voar<br />
Num limite improvável<br />
Tocar<br />
O inacessível chão<br />
É minha lei, é minha questão<br />
Virar esse mundo<br />
Cravar esse chão<br />
Não me importa saber<br />
Se é terrível demais<br />
Quantas guerras terei que vencer<br />
Por um pouco de paz<br />
E amanhã, se esse chão que eu beijei<br />
For meu leito e perdão<br />
Vou saber que valeu delirar<br />
E morrer de paixão<br />
E assim, seja lá como for<br />
Vai ter fim a infinita aflição<br />
E o mundo vai ver uma flor<br />
Brotar do impossível chão<br />
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DARION, Joe; LEIGH, Mitch. Sonho impossível. Versão em português de Chico Buarque.<br />
Disponível em: . Acesso<br />
em: 31 jul. 2010.<br />
IV.<br />
DEVER DE SONHAR<br />
Eu tenho uma espécie de dever<br />
de dever de sonhar,<br />
de sonhar sempre,<br />
pois, sendo mais do que um espectador de mim mesmo<br />
eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.<br />
E assim me construo a ouro e sedas,<br />
em salas supostas,<br />
invento palcos, cenário para viver o meu sonho<br />
entre luzes brandas e músicas invisíveis.<br />
PESSOA, Fernando. Dever de sonhar. Disponível em:<br />
. Acesso em: 31 jul. 2010.<br />
V.<br />
PRELÚDIO<br />
Sonho que se sonha só<br />
É só um sonho que se sonha só<br />
Mas sonho que se sonha junto é realidade<br />
[...]<br />
SEIXAS, Raul. Prelúdio. Disponível em: .<br />
Acesso em: 31 jul. 2010.<br />
VI.<br />
“O futuro não é um presente, é uma conquista.”<br />
Harry Lauder<br />
In: SHINYASHIKI, Roberto T. Os donos do futuro. São Paulo: Infinito, 2000. p. 173.<br />
A partir da leitura dos textos apresentados, das ideias neles contidas e da sua forma de<br />
enxergar o mundo, produza um texto dissertativo/argumentativo sobre o tema:<br />
A importância dos sonhos na vida do ser humano.<br />
RECOMENDAÇÕES:<br />
• Use a forma de prosa que julgar conveniente.<br />
• Discuta a questão do “sonho” como algo vital para o ser humano, sendo ponto de partida para<br />
as grandes transformações do indivíduo e até da humanidade.<br />
• Apresente exemplos de transformações da atualidade que, no passado, foram apenas sonhos<br />
de determinados homens.<br />
• Proponha formas essenciais para que os sonhos individuais ou coletivos se concretizem.<br />
7. (Ufpr 2011) Observe esta sequência de quadrinhos do cartunista argentino Quino:<br />
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Em um texto de 10 a 12 linhas, apresente as críticas que o autor faz à sociedade atual. Procure<br />
integrá-las em uma análise unificada, evitando a descrição quadro a quadro.<br />
8. (G1 - ccampos 2011) PROPOSTA DE REDAÇÃO<br />
Tema 1<br />
No mundo contemporâneo, cada vez mais a temática da “intolerância” tem assumido<br />
notoriedade. Frequentemente, somos abordados por notícias envolvendo alguma prática de<br />
intolerância, manifestada sob formas inclusive violentas. Agressões contra minorias sexuais,<br />
étnicas ou religiosas, por exemplo, não são raras e nos levam a questionar que rumos a<br />
humanidade tem tomado, quando se fala tanto sobre a necessidade de um maior respeito às<br />
diferenças individuais e sociais.<br />
Leia, atentamente, os textos a seguir. Trata-se de matérias jornalísticas que retratam bem<br />
como a intolerância tem se tornado um agravante no nosso cotidiano.<br />
Texto I<br />
Polícia investiga ação de skinheads contra gays no Rio de Janeiro<br />
Italo Nogueira<br />
Cartazes em defesa do “orgulho hétero” e cartilhas contra o projeto que criminaliza a homofobia<br />
foram espalhados pela periferia do Rio por grupos de skinheads. Para a polícia do Rio, essas<br />
gangues são responsáveis por uma série de ataques a homossexuais da zona sul do Rio, em<br />
Nova Iguaçu, São Gonçalo e Niterói. A polícia diz não saber quantos gays foram vítimas dos<br />
skinheads, que se organizam pela web. Mas apura se Alexandre Ivo, 14, torturado e morto há<br />
duas semanas em São Gonçalo, foi vítima de ataque homofóbico.<br />
Ele e amigos participavam de uma festa quando começou uma discussão com outro grupo.<br />
Após a briga, com agressões verbais e físicas, os amigos de Alexandre foram à delegacia<br />
registrar queixa e voltaram para a festa. Por volta de 1h30, o menino foi embora sozinho. Não<br />
foi mais visto. No dia seguinte, seu corpo foi achado em um terreno baldio. Havia sido asfixiado<br />
e tinha lesões no crânio, possivelmente causadas por pedradas e agressões com barras de<br />
ferro.<br />
A polícia chegou aos suspeitos pelo Disque-Denúncia e apura se o crime foi motivado por<br />
homofobia ou pela briga. Para a mãe de Ivo, Angélica Vidal Ivo, 40, ele “sofreu a agressão por<br />
conviver com homossexuais”. Os três envolvidos, Allan Siqueira de Freitas, 22, André Luiz<br />
Maçole, 23, Eric DeBruim, 22, presos preventivamente, negam o crime e ligação com<br />
skinheads. A Secretaria Estadual de Direitos Humanos do Rio acompanha as investigações e<br />
ONGs organizaram passeata contra o crime. Amigos de Ivo dizem, porém, que foram<br />
ameaçados. “Uma pessoa me ligou e disse que ia me matar se eu viesse”, disse um rapaz. A<br />
Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática diz fazer rondas sistemáticas para tirar do<br />
ar sites que defendam a homofobia. “Conseguimos tirar quando há defesa clara a agressões ou<br />
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assassinatos, por ser incitação ao crime. Mas uma lei contra a homofobia, como existe contra o<br />
racismo, facilitaria nossa ação”, diz a delegada Helen Sardenberg.<br />
Folha de São Paulo Online. 6 de julho de 2010. Disponível em:<br />
http://criasnoticias.wordpress.com/2010/07/07/<br />
policia-investiga-acao-de-skinheads-contra-gays-no-rio-de-janeiro/<br />
Texto II<br />
Missão de investigação sobre casos de intolerância religiosa em escolas do Rio de<br />
Janeiro<br />
Relatoria do Direito Humano à Educação deu início ontem (4/5) à missão de investigação<br />
sobre casos de intolerância religiosa em escolas do Rio de Janeiro.<br />
Centro de Integração da Cultura Afro-Brasileira<br />
A viagem integra a missão nacional “Educação e Racismo no Brasil”, a ser realizada em 2010<br />
em vários estados. Além da problemática da intolerância religiosa contra estudantes, famílias e<br />
profissionais de educação vinculados ao candomblé, à umbanda e a outras religiões de matriz<br />
africana, a missão nacional 2010 abordará outros casos de racismo no cotidiano das unidades<br />
educacionais (das creches a universidades) e a situação da educação em áreas<br />
remanescentes de quilombos.<br />
A missão sobre intolerância religiosa no Rio de Janeiro ocorre até amanhã (6/5) e ouvirá<br />
lideranças religiosas, estudantes e familiares, pesquisadores(as) e autoridades do Ministério<br />
Público e da Segurança Pública. Ontem, a equipe da Relatoria foi recebida em audiência pela<br />
Secretária Estadual de Educação, Teresa Porto, e por sua equipe e visitou terreiros de<br />
candomblé na região metropolitana. A missão conta com o apoio da Comissão de Combate à<br />
Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro.<br />
"Submetida a um pacto de silêncio, a discriminação e violência históricas contra pessoas<br />
adeptas de religiões de matriz africana sofre de profunda invisibilidade no debate educacional.<br />
As denúncias apontam que ela vem aumentando em decorrência do crescimento de<br />
determinados grupos neopentecostais nas periferias das cidades e de seu poder midiático; da<br />
ambiguidade das políticas educacionais com relação à defesa explícita da laicidade do Estado<br />
e do insuficiente investimento na implementação da lei 10.639/2003 que tornou obrigatório o<br />
ensino da história e da cultura africana e afro-brasileira em toda a educação básica", afirma<br />
Denise Carreira, Relatora Nacional de Educação.<br />
Entre as denúncias que chegaram à Relatoria de diversas regiões do país encontram-se casos<br />
de violência física (socos e até apedrejamento) contra estudantes; demissão ou afastamento de<br />
profissionais de educação adeptos de religiões de matriz africana ou que abordaram conteúdos<br />
dessas religiões em classe; proibição de uso de livros e do ensino da capoeira em espaço<br />
escolar; desigualdade no acesso a dependências escolares por parte de lideranças religiosas,<br />
em prejuízo das vinculadas à matriz africana; omissão diante da discriminação ou abuso de<br />
atribuições por parte de professores e diretores etc. Essas situações, muitas vezes, levam<br />
estudantes à repetência, evasão ou solicitação de transferência para outras unidades<br />
educacionais, comprometem a autoestima e contribuem para o baixo desempenho escolar.<br />
As informações da missão ao Rio de Janeiro e de outros estados farão parte do relatório<br />
nacional, que será apresentado pela Relatoria ao Congresso Nacional, ao Conselho Nacional<br />
de Educação, ao Ministério Público Federal, às autoridades educacionais, aos organismos das<br />
Nações Unidas e às instâncias internacionais de direitos humanos.<br />
Publicado em 5 de maio de 2010. Disponível em: http://portalciafro.org.br/index.php?<br />
option=com content&task=view&id=432&Itemid=39<br />
Lidos os dois textos, escreva um texto dissertativo-argumentativo em que você exponha as<br />
suas reflexões acerca do seguinte tema:<br />
AS VÁRIAS FACES DA INTOLERÂNCIA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO<br />
9. (Ufpr 2011) Leia as notícias abaixo:<br />
Notícia 1:<br />
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Escola secundária nos EUA vai ter biblioteca digital<br />
<strong>Curso</strong> <strong>Wellington</strong> <strong>–</strong> <strong>Redação</strong> <strong>–</strong> Prof Hilton Franco<br />
A Cushing Academy, uma escola secundária privada do Massachusetts, EUA, decidiu<br />
que os livros são uma tecnologia ultrapassada e vai trocá-los por versões digitais.<br />
O novo centro de aprendizagem de 500 mil dólares irá oferecer dezoito leitores de ebook<br />
Amazon Kindle e Sony, televisores planos, uma cafeteria e cubículos de estudo onde os<br />
alunos poderão usar os computadores portáteis.<br />
James Tracy, diretor da escola, disse: “Quando olhos para os livros, vejo uma<br />
tecnologia ultrapassada, tal como os pergaminhos foram ultrapassados pelos livros”. Tracy<br />
acrescentou que “não se trata de recriar Fahrenheit 451*. Não estamos desencorajando os<br />
alunos a ler.Vemos isto como uma forma natural de lidar com tendências emergentes e otimizar<br />
a tecnologia”.<br />
O diretor espera que os 20 mil livros da biblioteca transitem para uma versão virtual,<br />
juntando-se a um catálogo muito maior a que os alunos terão acesso. Devido às limitações de<br />
espaço, a escola está doando os antigos livros a escolas locais e bibliotecas.<br />
* Fahrenheit 451: romance de ficção científica (Ray Bradbury, 1953), que cria um futuro no qual<br />
todos os livros são proibidos.<br />
(Revista Exame Informática (Portugal), 07 set. 2009. Adaptado de<br />
.<br />
Acesso em 21 set. 2010.)<br />
Notícia 2:<br />
Lei exige que escola tenha biblioteca<br />
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei que determina a instalação de<br />
bibliotecas em todas as instituições de ensino do País em um prazo de dez anos. Atualmente,<br />
quase 100 mil colégios de ensino fundamental público e particular não contam com esses<br />
espaços.<br />
Segundo o texto, publicado nesta terça-feira no Diário Oficial da União, cada biblioteca<br />
deve ter, no mínimo, um título para cada aluno matriculado.<br />
Segundo o Censo Escolar de 2009, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas<br />
Educacionais, só 34,8% das escolas de ensino fundamental do País tinham bibliotecas até o<br />
ano passado. Eram 99.986 colégios sem coleções disponíveis para consulta dos alunos.<br />
(Estadão.com. 26 mai 2010. .<br />
Acesso em 22 set. 2010.)<br />
A polêmica decisão da escola americana foi comentada pelos jornais e revistas do mundo todo.<br />
Qual é seu ponto de vista sobre a decisão da Cushing Academy? Escreva um texto<br />
posicionando-se frente ao fato noticiado. Seu texto deve:<br />
· apresentar sua opinião e os argumentos que a sustentam;<br />
· relacionar o fato com a situação das escolas brasileiras, a partir da notícia publicada no<br />
Estadão.com;<br />
· ter de 10 a 12 linhas.<br />
10. (G1 - ccampos 2011) PROPOSTA DE REDAÇÃO<br />
Tema 2<br />
A seguir, você lerá dois textos. O primeiro é uma bem humorada letra de canção intitulada “Eu<br />
bebo sim”. O segundo corresponde a um fragmento de uma matéria da Revista Veja tratando<br />
sobre os riscos do consumo de álcool entre jovens.<br />
Texto I<br />
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Eu bebo sim<br />
Eu bebo sim!<br />
Eu tô vivendo<br />
Tem gente que não bebe<br />
E tá morrendo<br />
Eu bebo sim!<br />
Eu tô vivendo<br />
Tem gente que não bebe<br />
E tá morrendo<br />
Tem gente que já tá com o pé na cova<br />
Não bebeu e isso prova<br />
Que a bebida não faz mal<br />
Uma pro santo, bota o choro, a saidera<br />
Desce toda a prateleira<br />
Diz que a vida tá legal<br />
Eu bebo sim!<br />
Eu bebo sim<br />
Eu tô vivendo<br />
Tem gente que não bebe<br />
E tá morrendo<br />
Eu bebo sim!<br />
Eu tô vivendo<br />
Tem gente que não bebe<br />
E tá morrendo<br />
Tem gente que detesta um pileque<br />
Diz que é coisa de moleque<br />
Cafajeste ou coisa assim<br />
Mas essa gente<br />
quando tá com a cara cheia<br />
Vira chave de cadeia<br />
Esvazia o botequim<br />
Eu bebo sim!<br />
Eu bebo sim, eu tô vivendo<br />
Tem gente que não bebe<br />
E tá morrendo<br />
Eu bebo sim!<br />
Eu tô vivendo<br />
Tem gente que não bebe<br />
E tá morrendo<br />
Bebida!<br />
Não faz mal a ninguém<br />
Água faz mal à saúde<br />
<strong>Curso</strong> <strong>Wellington</strong> <strong>–</strong> <strong>Redação</strong> <strong>–</strong> Prof Hilton Franco<br />
Luis Antônio / João do Violão. Gravado por Elizeth Cardoso. Compacto: Copacabana, 1973<br />
Texto II<br />
Doces e perigosas<br />
Adriana Dias Lopes e Naiara Magalhães<br />
A iniciação ao álcool é cada vez mais precoce. A atual geração de adolescentes começa a<br />
beber regularmente aos 14 anos <strong>–</strong> quase três anos antes da média exibida pelos jovens há<br />
cinco anos. Os dados são do I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de<br />
Álcool na População Brasileira, de 2007, realizado pela Secretaria Nacional Antidrogas. A<br />
mudança preocupa porque, quanto mais cedo uma pessoa começa a beber, maior é a<br />
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<strong>Curso</strong> <strong>Wellington</strong> <strong>–</strong> <strong>Redação</strong> <strong>–</strong> Prof Hilton Franco<br />
probabilidade de ela vir a ter problemas com o álcool: 9% dos adultos que deram os primeiros<br />
goles aos 14 anos passaram depois à categoria de dependentes. Entre os que começaram a<br />
beber após os 21 anos, esse índice é de apenas 1%, segundo a publicação Uso e Abuso de<br />
Álcool, lançada pela Universidade Harvard em 2008.<br />
As meninas é que causam mais preocupação. As adolescentes de hoje compõem a primeira<br />
geração de mulheres que se igualam aos homens nos índices de alcoolismo. E essa não é uma<br />
tendência exclusivamente brasileira. “No mundo todo, as moças estão alcançando os rapazes<br />
no que se refere aos problemas relacionados ao álcool”, disse à VEJA o epidemiologista<br />
americano James Anthony, professor da Universidade Estadual de Michigan. Entre outros<br />
motivos, elas se sentem estimuladas a competir com os garotos, como se a bebida fosse<br />
também uma área em que devesse prevalecer equidade entre os sexos. “Como se um sinal de<br />
mulher bem-sucedida fosse beber feito um homem”, acrescenta o psicoterapeuta Celso<br />
Azevedo Augusto.<br />
Começar a beber exige persistência dos adolescentes, por causa do gosto forte e amargo do<br />
álcool. Mas esse obstáculo foi superado por uma invenção que deveria virar caso de saúde<br />
pública: os ices. As misturas docinhas de vodca com suco de fruta ou refrigerante fazem a<br />
alegria da moçada. São o combustível das baladas e festinhas caseiras, que invariavelmente<br />
terminam em muito vômito. “Os ices não apenas introduzem os jovens no consumo de álcool<br />
como os ajudam a ingerir doses cada vez maiores”, diz o neurocirurgião Arthur Cukiert, do<br />
Hospital Brigadeiro, em São Paulo. Vendidos em todo lugar e vistos pelos pais como “menos<br />
ofensivos”, podem ser mais devastadores do que outras bebidas. “Apesar de terem teor<br />
alcoólico semelhante ao das cervejas, são consumidos como limonada”, diz a psicóloga Ilana<br />
Pinsky, professora da Unifesp. Um perigo. Mais um.<br />
“Tinha de beber para me sentir normal”<br />
“Eu comecei a beber aos 12 anos, com meus amigos. Depois da aula, nós íamos para o centro<br />
da cidade e bebíamos vinho, cerveja, vodca... No fim da tarde, voltava para casa, tomava um<br />
banho e já saía para beber de novo. Quando estava sóbrio, eu me sentia estranho; tinha de<br />
beber para me sentir normal. Aos 15 anos, meus pais me internaram pela primeira vez. Mas,<br />
naquela fase, eu não queria me tratar. Só agora tenho vontade de voltar a estudar, começar a<br />
trabalhar, melhorar a relação com minha família. Eu já magoei demais minha mãe. Ela ficava<br />
desesperada de me ver bebendo tanto. A lembrança do sofrimento de minha mãe é que me dá<br />
forças para tentar largar o álcool. Não quero mais fazê-la sofrer.”<br />
NEWITON DE MOURA SILVA, 20 anos<br />
Revista VEJA. 9 de setembro, 2009<br />
Analise de forma crítica, clara e coerente a temática proposta pelos textos acima.<br />
Posteriormente, produza um texto dissertativo-argumentativo sobre a seguinte proposta:<br />
ALCOOLISMO ENTRE JOVENS: QUANDO A DIVERSÃO PODE TORNAR-SE UM CASO DE<br />
SAÚDE PÚBLICA<br />
11. (Upe 2011) PROPOSTA DE TEMAS PARA REDAÇÃO<br />
Texto 1<br />
"Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a<br />
oportunidade perdida."<br />
(Provérbio Chinês)<br />
Tema 1<br />
A vida é uma aventura que não tem ensaio.<br />
Texto 2<br />
“Uma parte de mim<br />
é todo mundo:<br />
outra parte é ninguém:<br />
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fundo sem fundo.<br />
Uma parte de mim<br />
é multidão:<br />
outra parte estranheza<br />
e solidão.<br />
Uma parte de mim<br />
pesa, pondera:<br />
outra parte<br />
delira”.<br />
(Ferreira Gullar)<br />
Tema 2<br />
O ser humano é um ou uma na multidão?<br />
<strong>Curso</strong> <strong>Wellington</strong> <strong>–</strong> <strong>Redação</strong> <strong>–</strong> Prof Hilton Franco<br />
12. (Ufu 2011) Você encontrará três situações para fazer sua redação. Leia as situações<br />
propostas até o fim e escolha aquela com que você tenha maior afinidade ou a que trata de<br />
assunto sobre o qual você tenha maior conhecimento.<br />
Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da<br />
situação escolhida que você pretende abordar. Se a estrutura do gênero selecionado exigir<br />
assinatura, escreva, no lugar da assinatura: JOSÉ OU JOSEFA. Em hipótese alguma<br />
escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc.<br />
Utilize trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e parafraseie-os.<br />
Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.<br />
SITUAÇÃO A<br />
Leia as informações a seguir.<br />
Objetivo 7 de desenvolvimento do milênio<br />
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<strong>Curso</strong> <strong>Wellington</strong> <strong>–</strong> <strong>Redação</strong> <strong>–</strong> Prof Hilton Franco<br />
O país reduziu o índice de desmatamento, o consumo de gases que provocam o<br />
buraco na camada de ozônio e aumentou sua eficiência energética com o maior uso de fontes<br />
renováveis de energia. Acesso à água potável deve ser universalizado, mas a meta de<br />
melhorar condições de moradia - saneamento básico vai depender dos investimentos<br />
realizados.<br />
Disponível em: .<br />
Com base nas informações acima, redija uma NOTÍCIA.<br />
SITUAÇÃO B<br />
Leia atentamente o texto a seguir.<br />
Há cem anos, apenas 10% da população mundial vivia em cidades. Atualmente, somos<br />
mais de 50%, e até 2050, seremos mais de 75%. A cidade é o lugar onde são feitas todas as<br />
trocas, dos grandes e pequenos negócios à interação social. É onde a cultura abrange e<br />
interliga nações de todo o planeta. Mas também é o lugar onde há um crescimento desmedido<br />
das favelas e do trabalho informal: estima-se que dois em cada três habitantes viva em favelas<br />
ou “sub-habitações”. E é também o palco de transformações dramáticas que fizeram emergir as<br />
megacidades do século XXI: as cidades com mais de 10 milhões de habitantes já concentram<br />
grande parte da população mundial.<br />
Em época de imperativa preocupação com o desenvolvimento sustentável, é de se<br />
destacar que 2/3 do consumo mundial de energia se dá nas cidades e aproximadamente 75%<br />
de todos os resíduos gerados ocorrem nas cidades.<br />
Portanto, falar em mudanças climáticas, aquecimento global e sustentabilidade é falar<br />
de cidades sustentáveis.<br />
As metrópoles são o grande desafio estratégico do planeta neste momento. Se elas<br />
adoecem, o planeta fica insustentável. No entanto, a experiência internacional <strong>–</strong> de Barcelona a<br />
Portland, de Nova Iorque a Bogotá <strong>–</strong> mostra que as metrópoles se reinventam. Se refazem. Por<br />
que as metrópoles contemporâneas compactas <strong>–</strong> densas, vivas e diversificadas nas suas áreas<br />
centrais <strong>–</strong> propiciam um maior desenvolvimento sustentável, concentrando tecnologia, novas<br />
oportunidades de crescimento, gerando inovação e conhecimento em seu território?<br />
Em junho de 2008, visitei Sir Peter Hall em sua casa no subúrbio de Londres. Um dos<br />
maiores estudiosos das cidades, ele costuma dizer que “inovação urbana importa tanto quanto<br />
infraestrutura urbana”. Ao ser questionado sobre os desafios complexos das megacidades que<br />
souberam se reinventar, falávamos dos diversos projetos urbanos em curso em Londres e da<br />
falta deles nas nossas grandes cidades, como São Paulo, ele lembrou-me, sabiamente, que<br />
Roma, Londres, Paris e Nova Iorque estavam entre as três maiores cidades em seus<br />
respectivos tempos de auge, quando suas grandes inovações urbanas ocorreram. Ou seja,<br />
mesmo as grandes cidades, nossas metrópoles complexas e superpopulosas podem se<br />
reinventar e conquistar mais qualidade de vida e serem mais sustentáveis.<br />
Nas décadas recentes, tem-se observado uma emergência comum às grandes<br />
metrópoles mundiais, as cidades globais: os antigos espaços urbanos centrais estão perdendo<br />
boa parte de suas funções produtivas, tornando-se obsoletos e, assim, verdadeiros guetos de<br />
degradação urbana, social e ambiental.<br />
Do ponto de vista urbanístico, essas transformações resultaram em uma série de<br />
problemas comuns que vêm afetando nossas cidades hoje. O abandono das áreas centrais<br />
metropolitanas pelo setor industrial e a consequente degradação urbana de espaços com<br />
potenciais tão evidentes de desenvolvimento, embora dotados de preciosa infraestrutura e<br />
localização privilegiada, expõe a urbanização ilegal, porém, real e incontrolável de nossas<br />
periferias.<br />
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<strong>Curso</strong> <strong>Wellington</strong> <strong>–</strong> <strong>Redação</strong> <strong>–</strong> Prof Hilton Franco<br />
Esse espraiamento urbano tem consequências dramáticas em termos de total<br />
insustentabilidade ambiental, social, econômica e urbana, pois gera uma ocupação de baixa<br />
densidade, distanciamento improdutivo e, no caso das grandes cidades brasileiras, se dá sobre<br />
áreas de proteção ambiental. Ou seja, a dispersão urbana é o oposto de uma cidade<br />
sustentável.<br />
Em diversas metrópoles mundiais que têm conseguido reverter essa situação, as áreas<br />
industriais obsoletas se tornam alvo de atuação dos grandes projetos urbanos. É a reconversão<br />
industrial. Vazios urbanos se tornam palco da implantação desses projetos aliados ao<br />
surgimento de políticas urbanas de desregulamentação urbanística e parcerias entre o poder<br />
público e iniciativa privada.<br />
As metrópoles são o locus da diversidade <strong>–</strong> da economia à ideologia, passando pela<br />
religião e cultura. E esta gera inovação. As maiores cidades do hemisfério norte descobriram<br />
isso já há alguns anos e têm se beneficiado enormemente <strong>–</strong> inclusive em termos da atração de<br />
novos investimentos <strong>–</strong> desse diferencial, dessas externalidades espaciais. E têm promovido<br />
seus projetos de regeneração urbana através de políticas de inovação urbana. Centros urbanos<br />
diversificados, em termos de população e usos, com empresas ligadas à nova economia, têm<br />
se configurado nas novas oportunidades de inovação urbana em áreas anteriormente<br />
abandonadas.<br />
Assim, parece-nos evidente o papel único das metrópoles na nova rede de fluxos<br />
mundial e nos processos inovadores. O potencial do território central regenerado e<br />
reestruturado produtivamente é imenso na nova economia, desde que planejado<br />
estrategicamente. Sob o prisma do desenvolvimento urbano sustentado, voltar a crescer para<br />
dentro da metrópole e não mais expandi-la é altamente relevante: reciclar o território é mais<br />
inteligente do que substituí-lo. Reestruturá-lo produtivamente é possível e desejável no<br />
planejamento estratégico metropolitano. Ou seja, regenerar produtivamente territórios<br />
metropolitanos existentes deve ser face da mesma moeda dos novos processos de inovação<br />
econômica e tecnológica.<br />
Nesse sentido, desenvolver com sustentabilidade pressupõe crença no progresso<br />
humano, significa não cair na armadilha psicanalítica do imobilismo ou regresso bucólicosaudosista<br />
propiciados pelos discursos catastrofistas deterministas ou “eco-chatos”. Ou seja:<br />
acreditamos na evolução do conhecimento, das técnicas e das tecnologias humanas. Uma<br />
postura estrategicamente proativa impõe a adoção de medidas e parâmetros “verdes” em<br />
praticamente tudo que fazemos atualmente, mas impõe, sobretudo, a busca e adoção das<br />
técnicas e tecnologias avançadas na racionalização da gestão dos projetos e da operação das<br />
cidades. Como exemplo: medidas mitigadoras que visam uma melhor “pegada” ecológica<br />
urbana, como o menor consumo de energia, adoção de matriz de energias renováveis,<br />
reciclagem de lixo urbano, aumento do gradiente verde das cidades e reuso de águas devem<br />
ser buscadas sempre.<br />
O resultado ambiental efetivo é amplamente maior se adotada a reinvenção urbana<br />
real. A cidade compacta fará a diferença real no uso mais racional e sustentável dos recursos.<br />
Disponível em: http://www.comciencia.br/comciencia/handler.php?<br />
section=8&edicao=56&id=707>.<br />
Considerando o texto da situação B, produza um RESUMO.<br />
SITUAÇÃO C<br />
Leia os textos a seguir.<br />
O número de domicílios do país com acesso a rede de esgoto passou de 33,55 em<br />
2000 para 45,7% em 2008. Os dados estão na Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do<br />
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada ontem.<br />
Quando a análise é feita por municípios, a pesquisa revela que um quinto das cidades<br />
despeja seu esgoto de forma inadequada, em fossas sem tratamento, na água ou a céu aberto.<br />
Outras 27% lançam os dejetos em fossas sépticas (dispositivo do tipo câmara que é isolado do<br />
solo e faz a filtragem do dejeto).<br />
A existência de rede não significa que haja tratamento. Em apenas 29% dos<br />
municípios, o esgoto coletado é tratado, percentual que aumenta para 48% no Sudeste.<br />
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<strong>Curso</strong> <strong>Wellington</strong> <strong>–</strong> <strong>Redação</strong> <strong>–</strong> Prof Hilton Franco<br />
As cidades com tratamento, no entanto, são justamente as de maior porte, que<br />
concentram mais população. O IBGE constatou também a falta de rede pública de água em<br />
20% das moradias, onde o abastecimento é feito por poços, caminhões-pipas ou “gatos”. A<br />
necessidade de racionar água existe em 25% dos municípios do Norte e 40% do Nordeste.<br />
Outro tema da pesquisa é o lixo. Metade das cidades usa lixões a céu aberto, prática<br />
que é crime ambiental.<br />
Embora os percentuais negativos sejam altos, Luciano Bastos, pesquisador da<br />
Cope/UFRJ, afirma que os dados devem ser relativizados. “Os municípios não produzem<br />
quantidades iguais de lixo. Só 1% dos lixões estão em municípios com mais de 100 mil<br />
habitantes”, diz.<br />
A mesma ponderação é feita por Antonio Tadeu de Oliveira, gerente de pesquisa do<br />
IBGE, a respeito da rede de esgoto. Ele cita municípios da região Sul, em que a população se<br />
dedica à agricultura familiar. “Não há escala para o serviço. Algumas prefeituras, então,<br />
fornecem a fossa séptica para as famílias.”<br />
Mas há cidades de médio porte com o problema. Teresópolis (RJ), com 160 mil<br />
habitantes, não tem rede de esgoto. Nos bairros pobres, os dejetos são lançados diretamente<br />
no rio.<br />
Folha de S. Paulo, 21 de agosto de 2010. (Caderno Cotidiano 2)<br />
Décadas de falta de investimento público resultaram em cobertura tão precária da rede<br />
de esgoto nas cidades brasileiras que mesmo avanços significativos se mostram ineficientes<br />
para alterar essa realidade insalubre.<br />
Houve, de fato, melhorias como mostra a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico,<br />
divulgada anteontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Entre 2000 e<br />
2008, a parcela de domicílios com acesso à rede de esgoto, passou de 33,5% para 45,7%.<br />
Apesar do salto, mais da metade das residências brasileiras não dispõe desse serviço<br />
essencial. Ainda que uma parcela dessa população possa contar com outras modalidades de<br />
esgotamento sanitário adequado <strong>–</strong> com fossas, em locais de baixa densidade populacional - , é<br />
escandaloso que o país chegue à segunda década do século 21 sem ter resolvido uma questão<br />
tão elementar.<br />
Mais saneamento básico diminui a mortalidade infantil e a incidência de doenças<br />
infecciosas e parasitárias. De acordo com especialistas, o peso do tratamento adequado do<br />
esgoto nas condições de saúde é superior ao da renda das famílias. A meta para os próximos<br />
mandatários tem que ser a universalização desses serviços. Para isso, é preciso que o país<br />
deixe de patinar na insuficiência de investimento e nas dificuldades de execução de obras de<br />
infraestrutura.<br />
Em 2007, um novo marco regulatório foi criado para o setor, com a Lei do Saneamento.<br />
O poder público buscava induzir aportes privados e ampliar sua própria participação nesses<br />
serviços. Os resultados, no entanto, ainda são sofríveis.<br />
Folha de S. Paulo, 22 de agosto de 2010.<br />
Com base nas ideias apresentadas nos textos da situação C e em seus conhecimentos sobre o<br />
assunto, redija um TEXTO DE OPINIÃO.<br />
13. (G1 - ccampos 2011) PROPOSTA DE REDAÇÃO<br />
Tema 3<br />
O advento das tecnologias virtuais proporciona uma aceleração no trânsito de mensagens<br />
entre as pessoas e a sensação de que tudo é possível nesse fantástico universo cyber.<br />
Entretanto, nem sempre as pessoas param para refletir sobre os efeitos por vezes nefastos dos<br />
usos impróprios da comunicação via internet e/ou telefones celulares. Casos de cyberbullying<br />
(o assédio moral envolvendo o uso de tecnologias da informação) são muito frequentes<br />
atualmente e têm gerado problemas de ordem social e psicológica em suas vítimas.<br />
Constrangimentos e ofensas divulgados ora pelas redes sociais da web ora por mensagens de<br />
texto sms têm afetado a auto-estima de muitos jovens, que chegam, inclusive, a abandonar<br />
suas escolas ou mesmo a cometer suicídio.<br />
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<strong>Curso</strong> <strong>Wellington</strong> <strong>–</strong> <strong>Redação</strong> <strong>–</strong> Prof Hilton Franco<br />
Reflita sobre essa temática, amparando-se na leitura dos textos que se seguem:<br />
Texto I<br />
Texto II<br />
Cyberbullying: a violência virtual<br />
Beatriz Santomauro<br />
Todo mundo que convive com crianças e jovens sabe como eles são capazes de praticar<br />
pequenas e grandes perversões. Debocham uns dos outros, criam os apelidos mais estranhos,<br />
reparam nas mínimas “imperfeições” <strong>–</strong> e não perdoam nada. Na escola, isso é bastante<br />
comum. Implicância, discriminação e agressões verbais e físicas são muito mais frequentes do<br />
que o desejado. Esse comportamento não é novo, mas a maneira como os pesquisadores,<br />
médicos e professores o encaram vem mudando. Há cerca de 15 anos, essas provocações<br />
passaram a ser vistas como forma de violência e ganharam nome: bullying (palavra do inglês<br />
que pode ser traduzida como “intimidar” ou “amedrontar”). Sua principal característica é que a<br />
agressão (física, moral ou material) é sempre intencional e repetida várias vezes sem uma<br />
motivação específica. Mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema. E-mails<br />
ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamento e torpedos com fotos e textos<br />
constrangedores para a vítima foram batizados de cyberbullying. Aqui, no Brasil, vem<br />
aumentando rapidamente o número de casos de violência desse tipo. (...)<br />
Mesmo quando a agressão é virtual, o estrago é real<br />
O cyberbullying é um problema crescente justamente porque os jovens usam cada vez mais a<br />
tecnologia <strong>–</strong> até para conceder entrevistas, como fez Ana [nome fictício], 13 anos, que contou<br />
sua história para esta reportagem via MSN (programa de troca de mensagens instantâneas).<br />
Ela já era perseguida na escola <strong>–</strong> e passou a ser acuada, prisioneira de seus agressores via<br />
internet. Hoje, vive com medo e deixou de adicionar “amigos” em seu perfil no Orkut. Além<br />
disso, restringiu o acesso ao MSN. Mesmo assim, o tormento continua. As meninas de sua sala<br />
enviam mensagens depreciativas, com apelidos maldosos e recados humilhantes, para amigos<br />
comuns. Os qualificativos mais leves são “nojenta, nerd e lésbica”. Outros textos dizem: “Você<br />
deveria parar de falar com aquela piranha” e “A emo já mudou sua cabeça, hein? Vá pro<br />
inferno”. Ana, é claro, fica arrasada. “Uso preto, ouço rock e pinto o cabelo. Curto coisas<br />
diferentes e falo de outros assuntos. Por isso, não me aceitam.” A escola e a família da garota<br />
têm se reunido com alunos e pais para tentar resolver a situação <strong>–</strong> por enquanto, sem sucesso.<br />
Pesquisa da Fundação Telefônica no estado de São Paulo em 2008 apontou que 68% dos<br />
adolescentes ficam online pelo menos uma hora por dia durante a semana. Outro<br />
levantamento, feito pela ComScore este ano, revela que os jovens com mais de 15 anos<br />
acessam os blogs e as redes sociais 46,7 vezes ao mês (a média mundial é de 27 vezes por<br />
semana). Marcelo Coutinho, especialista no tema e professor da Fundação Getúlio Vargas<br />
(FGV), diz que esses estudantes não percebem as armadilhas dos relacionamentos digitais.<br />
“Para eles, é tudo real, como se fosse do jeito tradicional, tanto para fazer amigos como para<br />
comprar, aprender ou combinar um passeio.”<br />
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<strong>Curso</strong> <strong>Wellington</strong> <strong>–</strong> <strong>Redação</strong> <strong>–</strong> Prof Hilton Franco<br />
No cinema, essa overdose de tecnologia foi retratada em As melhores Coisas do Mundo, de<br />
Laís Bodanzky. A fita conta a história de dois irmãos que passam por mudanças no<br />
relacionamento com os pais e colegas. Boa parte da trama ocorre num colégio particular em<br />
que os dois adolescentes estudam. O cyberbullying é mostrado de duas formas: uma das<br />
personagens mantém um blog com fofocas e há ainda a troca de mensagens<br />
comprometedoras pelo celular. A foto de uma aluna numa pose sensual começa a circular sem<br />
sua autorização.<br />
Na vida real, Antonio [nome fictício], 12 anos, também foi vítima de agressões pelo celular. Há<br />
dois meses, ele recebe mensagens de meninas, como “Ou você fica comigo ou espalho pra<br />
todo mundo que você gosta de homem”. Os amigos o pressionam para ceder ao assédio e,<br />
como diz a coordenadora pedagógica, além de lidar com as provocações das meninas, ele tem<br />
de se justificar com os outros garotos.<br />
Revista NOVA ESCOLA. Junho/julho, 2010<br />
Redija, agora, um texto dissertativo-argumentativo que reflita criticamente sobre o seguinte<br />
tema:<br />
CYBERBULLYING E JUVENTUDE: MERA BRINCADEIRA OU PERVERSIDADE VIRTUAL?<br />
14. (Ufrj 2011) Considerando a pergunta “O que há de errado com a felicidade?”, bem como<br />
os fragmentos e o poema a seguir, redija um texto dissertativo-argumentativo em que você<br />
problematize os parâmetros de felicidade no cenário contemporâneo e defenda suas<br />
reflexões.<br />
Texto 1:<br />
“(...) Dispomos de um número incessantemente aumentado de objetos e de lazeres: não se vê<br />
a sociedade mais radiante por isso. Consome-se três vezes mais energia que nos anos 1960: a<br />
quem faremos crer que somos três vezes mais felizes? A ideia é justa: o Produto Interno Bruto<br />
não é a Felicidade Nacional Bruta, a vida boa não pode ser confundida com o avanço<br />
consumista. (...)”<br />
(LIPOVETSKY, Gilles. Trad. Maria Lucia Machado. A felicidade paradoxal: ensaio sobre a<br />
sociedade de hiperconsumo. São Paulo: Cia. das Letras. 2009.)<br />
Texto 2:<br />
Minha alegria<br />
Minha alegria permanece eternidades soterrada<br />
e só sobe para a superfície<br />
através dos tubos de filtros alquímicos<br />
e não da causalidade natural.<br />
Ela é filha bastarda do desvio e da desgraça,<br />
minha alegria:<br />
um diamante gerado pela combustão,<br />
como rescaldo final de incêndio.<br />
(SALOMÃO, Waly. In: FERRAZ, Eucanaã. (org.) Veneno antimonotonia. Os melhores poemas<br />
e canções contra o tédio. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.)<br />
Texto 3:<br />
Certificação Riso 9000<br />
“Toda empresa de sucesso e visão conhece a importância de garantir a qualidade de<br />
seus processos, produtos e serviços. Também já percebeu que é preciso cuidar bastante de<br />
quem faz tudo isso acontecer <strong>–</strong> é fundamental que o funcionário funcione sempre bem!<br />
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<strong>Curso</strong> <strong>Wellington</strong> <strong>–</strong> <strong>Redação</strong> <strong>–</strong> Prof Hilton Franco<br />
(...) atendendo a pedidos, os Doutores da Alegria criaram uma certificação inovadora: a<br />
Riso 9000, que atesta níveis saudáveis de alegria no local de trabalho. A alegria nas relações <strong>–</strong><br />
com o trabalho, os colegas e até com as adversidades que vez ou outra insistem em acontecer<br />
<strong>–</strong> mantém a criatividade e a energia em alta, e de lambuja transforma o ambiente com a quebra<br />
positiva da rotina. (...)”<br />
(http://www.doutoresdaalegria.org.br/nufo/criacoes_i_certifi cado.asp)<br />
Texto 4:<br />
“(...) o desequilíbrio leva a mudanças que levam ao surgimento de formas complexas<br />
que levam ao equilíbrio. Essa é a essência do ciclo de criação da Natureza: qualquer<br />
transformação é induzida por alguma imperfeição. (...)”<br />
(GLEISER, Marcelo. Criação imperfeita. Cosmo, Vida e o Código Oculto da Natureza. Rio de<br />
Janeiro: Record, 2010).<br />
15. (G1 - ifce 2011) A Agência Estado, órgão de imprensa do Distrito Federal, publicou o<br />
trecho abaixo.<br />
“O aluno brasileiro não compreende o que lê. Entre 32 países submetidos ao teste do<br />
Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), o Brasil ficou em último lugar”.<br />
Num texto dissertativo, revele o que você pensa sobre o fato de os alunos brasileiros rejeitarem<br />
a atividade de leitura.<br />
16. (Uel 2011) PROPOSTA DE REDAÇÃO<br />
TEMA 1<br />
SER INTELIGENTE SAIU DE MODA<br />
“Nada mais brega do que bancar o inteligente”, afirmam, sem nenhuma vergonha,<br />
muitos estudantes ingleses a seus boquiabertos professores. Diante do fato, alguns dos mais<br />
brilhantes catedráticos decidiram se reunir na tentativa de explicar o fenômeno. Resultado? Se<br />
ainda não foi banido pelos professores, o adjetivo clever (inteligente) está muito perto disso.<br />
Decidiu-se inclusive que, daqui por diante, será preciso tomar cuidado antes de chamar de<br />
inteligentes os melhores alunos. Porque, segundo uma pesquisa, são exatamente os melhores<br />
da turma os que mais correm risco de cair na prática do bullying (assédio físico ou psicológico<br />
aos colegas) para tentar se livrar da pecha de chatos. Os professores estão convencidos de<br />
que os estudantes, após serem definidos como “inteligentes”, se sentem de algum modo<br />
marcados. E por isso reagem adversamente. Provas disso? Em numerosos casos, muitos<br />
deles se recusam inclusive a retirar os prêmios escolares que ganharam por medo de serem<br />
ridicularizados pelos colegas.<br />
Existe, no entanto, um outro aspecto mais sociológico, ligado ao desenvolvimento de<br />
uma sociedade tipicamente consumista que se agarra aos “mitos” do espetáculo e das<br />
celebridades do momento. Ou seja, não mais os grandes escritores e compositores, os<br />
cientistas e filósofos, não mais os grandes empreendedores constituem os padrões de sucesso<br />
e de afirmação social a serem perseguidos. A culpa deve ser atribuída, sobretudo, aos atuais<br />
modelos e cânones de celebridade que contribuem para bloquear os jovens, afastando-os do<br />
sucesso acadêmico. Cita-se, por exemplo, um self-made-man como Alan Sugar, popularmente<br />
conhecido como “Barão Sugar”, empresário britânico, conhecidíssimo personagem da mídia e<br />
consultor político. Nascido de família humilde, ele é hoje dono de uma fortuna estimada em<br />
US$ 1,2 bilhão. A exemplo de outros homens e mulheres de sucesso contemporâneos, Sugar<br />
não costuma ler livros e gosta de se vangloriar das notas baixas que alcançou na escola. Não<br />
menos deprimente foi o panorama desenhado por Ann Nuckley, administradora escolar em<br />
Southwark, bairro no sul de Londres. Segundo ela, os estudantes preferem adotar como<br />
modelo as celebridades do momento que transitam pelas revistas de fofoca social ou as que<br />
analisam nos mínimos detalhes a gloriosa existência do último garotão que, da noite para o dia,<br />
saiu do anonimato para a luz do estrelato graças a um papel na novela da televisão.<br />
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<strong>Curso</strong> <strong>Wellington</strong> <strong>–</strong> <strong>Redação</strong> <strong>–</strong> Prof Hilton Franco<br />
(Adaptado de: PELLEGRINI, L. “Ser inteligente saiu de moda”. Revista Planeta, ed. 47, p. 34-<br />
35, out. 2010.)<br />
Com base na reportagem, redija um texto dissertativo-argumentativo, indicando as razões<br />
dessa perigosa inversão de valores que caracteriza nosso momento histórico, no qual os<br />
grandes são esquecidos e desprezados e os medíocres são elevados ao olimpo dos deuses de<br />
curta duração.<br />
17. (Uerj 2011) Em entrevista dada ao Diário Digital, o escritor português José Saramago<br />
critica o meio de comunicação virtual conhecido como Twitter*.<br />
Diário Digital: O senhor acompanha o fenômeno do Twitter? Acredita que a concisão de se<br />
expressar em 140 caracteres tem algum valor? Já pensou em abrir uma conta no site?<br />
José Saramago: Nem sequer é para mim uma tentação de neófito. Os tais 140 caracteres<br />
refletem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de<br />
comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido.<br />
*Twitter (pronuncia-se “tuíter”): rede social virtual, criada em 2006 por Jack Dorsey, que permite<br />
aos usuários enviar e receber textos com o máximo de 140 caracteres, conhecidos como<br />
tweets.<br />
http://oglobo.globo.com<br />
A partir da leitura dos textos e de suas reflexões pessoais, redija um texto argumentativo em<br />
que desenvolva sua opinião acerca da ocorrência, ou não, de um empobrecimento das formas<br />
atuais de comunicação entre as pessoas.<br />
Utilize o registro padrão da língua e atribua um título ao seu texto.<br />
18. (G1 - ifce 2011) “Doar uma vida é fazer valer muitas vidas.”<br />
Com essa mensagem, o Governo Federal quer que cada brasileiro seja um doador de órgãos.<br />
Construa um texto argumentativo-dissertativo, definindo sua posição a respeito do assunto.<br />
19. (Cesgranrio 2011) Meus Tempos de Criança<br />
Eu daria tudo que eu tivesse<br />
Pra voltar aos dias de criança<br />
Eu não sei pra que que a gente cresce<br />
Se não sai da gente essa lembrança<br />
Aos domingos, missa na matriz<br />
Da cidadezinha onde eu nasci<br />
Ai, meu Deus, eu era tão feliz<br />
No meu pequenino Miraí<br />
Que saudade da professorinha<br />
Que me ensinou o beabá<br />
Onde andará Mariazinha<br />
Meu primeiro amor, onde andará?<br />
Eu igual a toda meninada<br />
Quanta travessura que eu fazia<br />
Jogo de botões sobre a calçada<br />
Eu era feliz e não sabia<br />
ALVES, Ataulfo.<br />
Disponível em: http://letras.terra.com.br/ataulfo-alves/84080/<br />
Acesso em: 30 ago. 2010.<br />
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<strong>Curso</strong> <strong>Wellington</strong> <strong>–</strong> <strong>Redação</strong> <strong>–</strong> Prof Hilton Franco<br />
Com base no texto acima, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre um fato feliz<br />
ocorrido em sua infância. Relate a contribuição que esse fato trouxe para a sua vida atual. Dê<br />
um título a sua redação<br />
20. (Ufsc 2011) Proposta 1<br />
Escreva uma carta (com no mínimo 20 linhas) para a Câmara dos Deputados com base no<br />
Projeto de Lei e no texto de Graciliano Ramos, transcritos abaixo.<br />
Inicie sua carta com “Senhores Deputados” e termine assinando apenas “Cidadã(o)<br />
Brasileira(o)”.<br />
PROJETO DE LEI<br />
O congresso nacional decreta:<br />
Art. 1º - A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, passa a vigorar acrescida dos seguintes<br />
artigos: Art. 17-A. A criança e o adolescente têm o direito de serem educados e cuidados pelos<br />
pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis ou por qualquer pessoa<br />
encarregada de cuidar, tratar, educar ou vigiar, sem o uso de castigo corporal ou de tratamento<br />
cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação, ou qualquer outro<br />
pretexto.<br />
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se:<br />
I. castigo corporal: ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que<br />
resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente.<br />
II. tratamento cruel ou degradante: conduta que humilhe, ameace gravemente ou ridicularize a<br />
criança ou o adolescente.<br />
[...]<br />
Disponível em: <br />
Acesso em: 20 out. 2010.<br />
“[...] Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao<br />
cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam<br />
atrás.<br />
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Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar,<br />
sentou-se no chão.<br />
<strong>–</strong> Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai. Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha<br />
da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os<br />
olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto<br />
não acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo.<br />
[...]<br />
Pelo espírito atribulado do sertanejo passou a ideia de abandonar o filho naquele descampado.<br />
Pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja, irresoluto, examinou os<br />
arredores. Sinha Vitória estirou o beiço indicando vagamente uma direção e afirmou com<br />
alguns sons guturais que estavam perto. Fabiano meteu a faca na bainha, guardou-a no<br />
cinturão, acocorou-se, pegou no pulso do menino, que se encolhia, os joelhos encostados no<br />
estômago, frio como um defunto. Aí a cólera desapareceu e Fabiano teve pena. Impossível<br />
abandonar o anjinho aos bichos do mato. [...]”<br />
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 58. ed. Rio/São<br />
Paulo: Record, 1986. p. 9-10.<br />
PROPOSTA 2<br />
Com base nos mesmos excertos apresentados para a proposta 1, escreva um texto (conto ou<br />
crônica) a partir de uma experiência pessoal.<br />
PROPOSTA 3<br />
Você deve ter percebido que a “água” é tema comum a três dentre as obras listadas para o<br />
Concurso Vestibular-UFSC/2011. Em O guarda-roupa alemão, da catarinense Lausimar Laus,<br />
encontramos páginas retratando cenas que se referem a enchentes pelo excesso de chuvas.<br />
Já nas obras Vidas secas, do alagoano Graciliano Ramos, e Morte e vida severina, do<br />
pernambucano João Cabral de Mello Neto, a quase absoluta falta de água persegue a vida de<br />
seus personagens.<br />
Redija uma dissertação, expondo e analisando o comportamento de personagem(ns) das obras<br />
citadas diante das adversidades provocadas, seja pela enchente, seja pela seca (ou por<br />
ambas).<br />
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Gabarito:<br />
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Resposta da questão 1:<br />
Em uma sociedade que valoriza o individualismo, o sucesso pessoal, a competição e o<br />
imediatismo, as relações humanas tornam-se mais egoístas e superficiais. Preza-se o “eu”,<br />
deve-se vencer “o outro” para ser bem sucedido. Dessa forma, o ato de fazer algo em prol de<br />
outros, de forma desinteressada, o altruísmo, parece não ter lugar.<br />
Trata-se de um tema bastante atual e relevante, tanto para o indivíduo quanto para a<br />
sociedade. Uma cultura baseada no egoísmo é capaz de se sustentar a longo prazo?<br />
Essas, e outras, são questões despertadas pelo tema de redação da Fuvest. Os dois primeiros<br />
excertos revelam atitudes altruístas e sua recompensa. Os últimos discorrem sobre o egoísmo<br />
e suas consequências.<br />
O candidato deve elaborar a sua dissertação argumentando se o altruísmo e o pensamento a<br />
longo prazo ainda existem, se ainda há espaço para eles ou se são valores passíveis de serem<br />
recuperados. É importante destacar que se deve discorrer sobre os dois assuntos, o altruísmo<br />
e o pensamento a longo prazo, relacionando-os. Atenção: falar apenas sobre o altruísmo pode<br />
causar anulação.<br />
Resposta da questão 2:<br />
Tema I<br />
Sugestão<br />
Muitos dos assentamentos informais designados por favelas são encontrados principalmente<br />
no mundo subdesenvolvido e em desenvolvimento e são consideradas como uma<br />
consequência da má distribuição de renda e do deficit habitacional no país. No Brasil, a falta de<br />
financiamento para moradia e o baixo de investimento em transporte de massa contribuem,<br />
entre outros, para a proliferação de espaços degradados onde os moradores não têm acesso a<br />
uma sobrevivência digna.<br />
A migração da população rural para o espaço urbano em busca de trabalho, o salário<br />
insuficiente para a satisfação das suas necessidades básicas e a fraca capacidade do poder<br />
público em criar políticas habitacionais adequadas são fatores que têm levado ao crescimento<br />
dos domicílios em favelas. Como esses assentamentos precários não têm direitos de<br />
propriedade, não são reconhecidos pelo Estado que muitas vezes resolve o problema com<br />
despejos e deslocamento para outras áreas com melhor infraestrutura, mas onde nem sempre<br />
os novos moradores são bem-vindos. Desta forma, as políticas do estado, centradas sobretudo<br />
na remoção dessas comunidades e consequente assentamento em outras áreas da cidade,<br />
apenas redistribuem a pobreza para regiões de menor valor imobiliário, comprometendo a<br />
coesão social e não resolvendo o problema.<br />
Há um crescente movimento para vetar os programas de remoção de favelas e outras formas<br />
de expulsões em massa. Com o reconhecimento de que, apesar de todas as dificuldades do<br />
cotidiano, esses espaços albergam comunidades com sólidas relações de sociabilidade,<br />
trabalhadores que geram renda e produções culturais, as favelas afirmam seus direitos de<br />
permanência no espaço urbano metropolitano e exigem políticas democráticas que levem em<br />
conta os seus interesses.<br />
Assim, nenhuma solução que não promova a auscultação dos problemas e inquietações dos<br />
moradores, ou que não tenha o seu respaldo, terá sucesso. Torna-se necessário desencadear<br />
uma ação inovadora que pense os pobres como cidadãos em uma sociedade democrática e<br />
não apenas como seres destituídos de direitos ou objetos de projetos sociais.<br />
Tema II<br />
Sugestão<br />
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A sociedade moderna criou um mundo sem distâncias em que acontece o paradoxo: muitos<br />
dos caminhos conduzem a uma dolorosa solidão. Neste sentido, a televisão tem sido usada<br />
como elemento de substituição social, pois as pessoas podem valer-se da tecnologia para<br />
preencher a necessidade de vazio e solidão típicos dos dias de hoje. No entanto, esse hábito<br />
equivale a uma troca pobre de uma experiência humana real. Substituir família e amigos pelo<br />
consolo da televisão pode não ser positivo, pois é o contato social que nos humaniza e<br />
minimiza a sensação de solidão que toda a pessoa carrega.<br />
O sistema econômico estimula a busca desenfreada de forma individual, e, por não acreditar<br />
mais na força do coletivo, resta a tentação pelas fáceis e rápidas respostas do mundo moderno<br />
onde a tecnologia está à disposição de quem a quiser ou puder comprar. As possibilidades<br />
oferecidas pela tv são atraentes: informação e entretenimento em um só meio que reúne voz,<br />
cor, imagem e ação. Também o preço tornou-se acessível a grande parte da população. O<br />
costume de assistir a esse veículo está ligado à solidão e, portanto, a tv age como<br />
companheira dos indivíduos cada vez mais sozinhos e que a utilizam como anestesia para a<br />
suportar.<br />
No entanto, o ser humano é um ser predominantemente social e só cresce espiritualmente<br />
interagindo com os seus semelhantes. O homem tem a necessidade de integrar-se socialmente<br />
para evitar o vazio da individualidade e a solidão é meramente o sentimento de estar fora<br />
desse processo. O indivíduo, em seu convívio social, expõe suas ideias e normalmente inicia<br />
um conflito, pois é comum que elas sejam contrapostas ao pensamento do próximo. E superar<br />
esse conflito, significa trabalhá-lo de forma a unir as ideias em um pensamento conjunto,<br />
racional e correto, a fim de um entendimento mútuo.<br />
Assim, a televisão pode apenas anestesiar momentaneamente a sensação de solidão ou tédio<br />
em uma sociedade alienada em que cada um carece de si mesmo, onde a capacidade de<br />
transformação do indivíduo à imagem e semelhança do mundo e do outro está comprometida.<br />
Resposta da questão 3:<br />
O tema “Viajar ou não, eis a questão” exige uma reflexão e um posicionamento sobre a<br />
necessidade de conhecer lugares e pessoas novas, com as mais diversas finalidades. Se para<br />
alguns, uma viagem representa apenas a quebra da rotina entediante ou a ruptura com o<br />
trabalho excessivo, na busca de lazer ou oportunidade de compra lucrativa de objetos de<br />
consumo, para outros, pode assumir caráter mais introspectivo: autoconhecimento ou<br />
realização pessoal. Por outro lado, existem exemplos de pessoas para quem necessidade de<br />
viajar não é premente nem necessária, pois acreditam que o conhecimento de mundo se pode<br />
efetuar através da observação do que está próximo, como se pode observar nas leituras das<br />
obras da 2ª fase de Machado de Assis, através do microrrealismo psicológico, que busca o<br />
mínimo e o escondido através da observação dos gestos, expressões, olhares dissimulados e<br />
intenções secretas dos seus personagens. O desenvolvimento deve apresentar argumentos<br />
convincentes e verdadeiros e exemplos que transmitam confiabilidade e persuasão. A<br />
conclusão deve ser sucinta, conter apenas um parágrafo e retomar a ideia principal<br />
desenvolvida no texto de forma coerente.<br />
Resposta da questão 4:<br />
O tema exige uma reflexão sobre a importância da escola para um bom desempenho do futuro<br />
profissional. Na medida em que seria contraditória a defesa da tese que excluiria a escola<br />
como base da gestão do conhecimento ao longo da vida, profissional ou não, sugere-se a<br />
enunciação das vantagens que a frequência escolar oferece, apresentando argumentos sólidos<br />
no desenvolvimento e final conclusão corente. Relativamente aos argumentos poderia ser<br />
citado o fato de que em uma era de profundas mudanças como a atual, em que ocorre a<br />
transformação de uma economia baseada em indústrias para outra baseada em informações, o<br />
conhecimento se expande no desenvolvimento de competências e habilidades a fim de<br />
atender as necessidades de reengenharia de empresas. A sociedade do conhecimento, bem<br />
como as tendências econômicas e da sociedade em geral, como a globalização, a evolução<br />
das estruturas familiares, a evolução demográfica e o impacto da tecnologia digital, oferecem<br />
vantagens, mas colocam vários desafios. Além da cultura humanística que amplia o<br />
conhecimento de si mesmo no universo de outras culturas, a formação científica ministrada na<br />
escola torna-se fator de suma importância para o desenvolvimento cognitivo e emocional do<br />
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futuro profissional, promovendo condutas e métodos que garantam pleno desenvolvimento,<br />
humanístico e profissional, no processo produtivo que o aguarda.<br />
Resposta da questão 5:<br />
SUGESTÃO<br />
O lixo eletrônico, conjunto de resíduos resultantes da rápida obsolescência de equipamentos<br />
eletrônicos, que inclui televisores, celulares, computadores, geladeiras e outros dispositivos,<br />
constitui um sério risco para o meio ambiente, além de causar doenças graves em catadores<br />
que sobrevivem da venda de materiais coletados em lixões. Embora seja fulcral o investimento<br />
do estado na fiscalização do tráfego de lixo eletrônico no mundo e na criação de postos de<br />
reciclagem, a redução desses resíduos tem que passar também por uma revisão no<br />
comportamento de consumo.<br />
A Convenção de Basileia firmou um tratado internacional que tem como objetivo fiscalizar o<br />
tráfego de lixo eletrônico no mundo, pois o envio para países em desenvolvimento de peças<br />
que não podiam mais ser utilizadas alcançou níveis preocupantes. No Brasil, a Universidade de<br />
São Paulo lançou neste ano o primeiro centro de reciclagem focado apenas no lixo eletrônico.<br />
Também existem várias empresas que lidam com a reciclagem destes materiais e cresce o<br />
número de pessoas que fazem doações para organizações que trabalham com a inclusão<br />
digital. Por isso, devolver baterias de celulares para as revendedoras, doar eletrodomésticos e<br />
celulares obsoletos para reutilização de peças são atitudes individuais que produzem efeito<br />
importante.<br />
Mas a redução do lixo eletrônico tem que passar também por uma revisão no comportamento<br />
de consumo, já que muitas vezes produtos em perfeito estado são descartados. A<br />
obsolescência programada acelera o desperdício e muitas vezes as pessoas não usam um<br />
aparelho até ao seu desgaste final. Assim, é importante questionar a necessidade da compra<br />
de um novo se se pode consertar o antigo, ou mesmo pedir um emprestado se a sua utilização<br />
for fortuita ou ocasional.<br />
O primeiro passo para a melhoria do atual quadro é a ampla divulgação deste problema, que<br />
leve à conscientização individual e à busca de meios para o amenizar, seja pelo controle no<br />
consumo destes equipamentos, seja pelo correto encaminhamento destes quando não são<br />
mais necessários.<br />
Resposta da questão 6:<br />
O tema exige uma reflexão sobre a importância do sonho na construção de projetos coletivos<br />
ou individuais, adquirindo assim a conotação de um ideal que alguém ou um grupo busca com<br />
interesse ou paixão e que acaba por ser desencadeador de transformação. Assim, na<br />
elaboração da tese, há que mencionar os pontos principais que serão explorados no<br />
desenvolvimento, para posterior conclusão, a qual, segundo as instruções, deve apresentar<br />
uma solução.<br />
Sugestão<br />
Se para uma grande parcela da população mundial o sonho pode ser associado à satisfação<br />
imediata de sua necessidade de comida, para outros, pode ser a luta pela paz, a<br />
autorrealização profissional ou a conclusão de um projeto científico. A subnutrição crónica ou<br />
grave atinge sobretudo mulheres e crianças dos países em vias de desenvolvimento. A África<br />
devastada por secas e cheias, e, sobretudo, por conflitos civis provocados por grandes<br />
períodos de guerras coloniais, a América Latina, onde as crises económicas fizeram regredir<br />
vastas regiões e alastraram a fome. No Brasil, estratégias foram recentemente criadas pelo<br />
governo federal para assegurar o direito humano à alimentação e fornecer às pessoas com<br />
dificuldades de acesso aos alimentos a possibilidade de concretizar esse sonho. O programa<br />
Fome Zero insere-se na promoção da segurança alimentar e nutricional, buscando a inclusão<br />
social e a conquista da cidadania da população mais vulnerável à fome. Na luta pelo sonho da<br />
liberdade e emancipação, Gandhi foi o idealizador e fundador do moderno Estado indiano e o<br />
maior defensor do princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto como um meio de<br />
revolução. A Ciência busca a resposta à eterna pergunta “De onde viemos e para onde<br />
vamos?” no sonho que persegue a Humanidade. Se a Astronomia e Matemática, as mais<br />
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antigas das ciências, foram fundamentais na formação e no desenvolvimento das civilizações,<br />
o Telescópio Espacial "Hubble" está revolucionando a Astronomia, representando nos dias de<br />
hoje aquilo que a luneta de Galileo representou no século XVII. Cada um de nossos desejos,<br />
aspirações, buscas e insatisfações são, na verdade, sintomas dessa exigência inata no homem<br />
de alcançar a autorrealização. É na relação com a realidade que o homem descobre suas<br />
potencialidades, necessidades e as possibilidades de nela intervir; é no encontro com o real<br />
que pode reconhecer a singularidade e unicidade de seu ser.<br />
Resposta da questão 7:<br />
Vive-se um momento histórico em que a velocidade e a superficialidade têm dominado as<br />
relações. O desenvolvimento científico, o avanço tecnológico e industrial têm sido os<br />
parâmetros que, segundo várias ideologias, levariam o Homem ao domínio do mundo e à<br />
superação das contradições sociais. No entanto, discute-se mais o futuro do planeta, do que as<br />
condições de vida de quem está do próprio lado. Investe-se mais numa economia de mercado<br />
do que no bem-estar da população. O processo educativo, quer pela sua natureza, quer pela<br />
sua prática e extensão, tem visado apenas o desenvolvimento cognitivo, ignorando as outras<br />
dimensões e capacidades humanas. Assim, predomina o sentimento de impotência, de<br />
inutilidade e de insegurança relativamente aos valores tradicionais: religiosos, culturais,<br />
políticos, econômicos e sociais.<br />
Resposta da questão 8:<br />
Após a leitura dos textos que servem de apoio para a elaboração de uma dissertação<br />
argumentativa e valendo-se de informações amplamente noticiadas pela mídia, poderiam<br />
ser ressaltados alguns fatos reveladores das inúmeras facetas que a intolerância<br />
apresenta no mundo contemporâneo, possíveis causas e consequências.<br />
A questão da intolerância- econômica, política, religiosa, sexual, linguística- é<br />
fundamentalmente cultural e intensificou-se nos últimos tempos. Os processos da globalização<br />
desencadeados pelas novas tecnologias exigem um entrecruzamento de várias culturas que<br />
não se restringe apenas ao fluxo global de informações entre pessoas, mas também entre<br />
sistemas econômicos, onde a lógica do mercado de capitais se impõe. O abismo da<br />
desigualdade social se amplia e o preconceito e a intolerância, aberto ou dissimulado, tende<br />
também a perdurar.<br />
Em nome da segurança, o homem aceita racionalmente a intolerância do Estado contra outros<br />
povos e culturas que ameaçam a ordem interna ou prejudicam seus interesses econômicos.<br />
Conflitos bélicos, invasões de territórios, embargos econômicos são justificados através da<br />
visão maniqueísta do mundo, em que uns são disseminadores do Mal e outros os paladinos do<br />
Bem. Os atentados de 11 de setembro em Nova Iorque foram logo associados à ideia de que<br />
quem se opõe aos interesses geopolíticos ou religiosos do mundo dito “civilizado” constitui<br />
adversário que deve ser destruído.<br />
Se na Idade Média, a intolerância religiosa se intensificou contra os judeus e os heréticos em<br />
geral, na atualidade, ações como a de Anders Behring Breivik, norueguês que cometeu o<br />
atentado terrorista na ilha de Utoeya, revelam convicções que atribuem superioridade a alguns<br />
de acordo com a matriz racial.<br />
No Brasil, a pobreza, herança ainda não apagada do passado da escravidão, é indesejável e<br />
ações antimendigo proliferam nas cidades onde pobre é sinônimo de lixo. Em muitas delas,<br />
bancos com braçadeiras especiais e vasos nas calçadas afastam os sem-teto e cercas de<br />
vedação de lagos e chafarizes impedem-nos de tomar banho. O preconceito linguístico valoriza<br />
a língua culta, acessível apenas a uma faixa restrita da sociedade, e é vista como ponte para a<br />
ascensão social onde quem não a domina é marginalizado ou ridicularizado.<br />
A Constituição de 1988 tornou a prática do racismo crime sujeito à pena de prisão, mas<br />
estatísticas revelam que crimes motivados por homofobia cresceram absurdamente no Brasil.<br />
A intolerância propaga-se de maneira intensa pelo mundo digital. Milhares de sites<br />
e comunidades virtuais escapam da fiscalização, disseminam o ódio e estimulam atitudes<br />
agressivas ou repressoras para com as diferenças de outrem relativamente à etnia, opinião ou<br />
modo de vida. Mesmo quando alguns são punidos e encerrados, reaparecem em outros<br />
provedores com total impunidade.<br />
Se a cultura foi criada pelo homem para a sobrevivência da espécie, não pode haver espaço<br />
para atitudes que contribuam para a sua destruição. Portanto, quando alguém se apropria de<br />
convicções para a negação do outro, é preciso intervenção. Para isso, é urgente o acesso geral<br />
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e irrestrito da população ao ensino público de qualidade e que, em todos os níveis escolares, o<br />
respeito aos direitos humanos seja a base formativa do futuro cidadão. Paralelamente, a<br />
criação de leis que desestimulem os infratores, maior rigor da Polícia e da Justiça e<br />
conscientização social para denunciar todo e qualquer tipo de ato discriminatório contribuirão<br />
também para uma sociedade mais justa.<br />
Resposta da questão 9:<br />
A opção de posicionamento sobre a decisão da escola americana relativamente à substituição<br />
dos livros tradicionais pelos digitais exige uma crítica positiva ou negativa sobre o tema. No<br />
entanto, em ambos os casos, será necessário aludir ao fato de que o Brasil apresenta uma<br />
realidade educacional com carências significativas que podem inviabilizar, a curto prazo, os<br />
que defendem o uso do livro digital. A favor, podem ser usados argumentos como o baixo custo<br />
com a eliminação das edições em papel e a portabilidade, uma vez que são facilmente<br />
transportados em disquetes, CD-ROMs, pen-drives e cartões de memória. A leitura dos livros<br />
eletrônicos ganha mais praticidade, melhor definição e eficiência se realizada em aparelhos<br />
desenvolvidos para essa finalidade <strong>–</strong> os chamados e-readers, alguns celulares e smartphones<br />
adaptados com a função de leitor e na própria tela do computador. No entanto, estes<br />
equipamentos têm um custo muito alto no Brasil, e a exclusão digital e o baixo acesso ao<br />
serviço de banda larga representam obstáculos para a disseminação da tecnologia. Contra a<br />
postura da escola americana e na defesa do livro tradicional poderia argumentar-se que o livro<br />
digital não é ainda suficientemente seguro, pois o texto pode ser alterado por qualquer leitor, ou<br />
ainda, não permitir o prazer de ler em papel pela ausência de impressões táteis e olfativas a<br />
que algumas pessoas são sensíveis e que, segundo elas, aumentam o prazer da leitura.<br />
Resposta da questão 10:<br />
O tema exige uma análise sobre o alcoolismo entre os adolescentes, o que, pelas amplas<br />
repercussões sociais que apresenta, se torna um problema de saúde pública. Na tese<br />
poderiam ser citadas as causas que levam os adolescentes ao consumo precoce e abusivo do<br />
álcool e suas consequências. Baseando-se nos textos de apoio e nos conhecimentos<br />
adquiridos ao longo da formação escolar, poderiam ser citados exemplos para uma<br />
argumentação adequada e coerente. O fato de o álcool ser uma droga permitida no Brasil, o<br />
incentivo de consumo através de propagandas divulgadas pela mídia e a venda em locais que<br />
não respeitam a restrição a menores de 21 anos contrapõem-se às campanhas de<br />
conscientização de riscos promovidas por órgãos públicos de saúde. Esta falta de coerência<br />
contribui para que o adolescente, indivíduo com a personalidade em formação, com uma mente<br />
ainda em desenvolvimento e sugestionável, seja facilmente cooptável para o consumo precoce<br />
de álcool. Além do mais, a necessidade de autoafirmação e o medo de rejeição em grupos de<br />
amigos e colegas já consumidores, colaboram para a experimentação inicial, muitas vezes<br />
causadora de dependência, com graves consequências: acidentes no lar, no trabalho e nas<br />
estradas, doenças e lesões cerebrais de vários tipos, distúrbios emocionais e perda de<br />
rendimento acadêmico são algumas delas. Além do que, a sensação de onipotência produzida<br />
pelo álcool leva o adolescente a desafiar regras e a acreditar que está protegido de acidentes,<br />
envolvendo-se, assim, em situações de grande risco: violência sexual, tanto para o agressor<br />
quando para a vítima , atividades sexuais sem proteção e maior exposição à gravidez.<br />
Na conclusão, o aluno poderia apresentar propostas para solucionar ou minimizar os efeitos<br />
nocivos que a doença acarreta, tanto para o consumidor, como para a sociedade: maior<br />
controle sobre a venda de álcool a menores de idade, restrição de propagandas, suporte<br />
parental, ações conjuntas de entidades e associações capazes de entender e esclarecer os<br />
jovens, entre outros. Enfim, são ações que podem impedir fatores predisponentes e contribuir<br />
para a diminuição dos índices do consumo excessivo de bebidas alcoólicas nessa faixa etária.<br />
Resposta da questão 11:<br />
Tema 1 <strong>–</strong> sugestão<br />
O tema exige uma reflexão sobre os fatores que influenciam o comportamento humano e<br />
determinam a sua trajetória de vida. Conteúdos das matérias de filosofia e literatura poderiam<br />
servir de apoio à estruturação da tese e posterior argumentação.<br />
Enquanto os defensores do Determinismo afirmam que não temos livre-arbítrio e seríamos,<br />
assim, meras peças de xadrez no tabuleiro da mãe natureza, o Existencialismo destaca a<br />
liberdade individual, a responsabilidade e a subjetividade do ser humano, o que o define como<br />
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um ser único que é mestre dos seus atos e do seu destino. É inegável que existam causas que<br />
influenciam o nosso comportamento, mas pode haver condicionantes que interferem na ação e<br />
podem depender apenas da nossa vontade.<br />
Personagens de romances da Literatura brasileira são exemplos da visão fatalista do<br />
Determinismo: Bertoleza de “O Cortiço”, Paulo Honório de “São Bernardo” e Fabiano de “Vidas<br />
Secas”. A primeira, não poderia escolher a liberdade de escrava alforriada, Paulo Honório,<br />
suprir as suas carências intelectuais e afetivas , Fabiano, alterar a sua condição de “vivente”<br />
do semiárido da caatinga. Há fatores que são determinados previamente e as ações livres<br />
sofrem limitações e condicionalismos.<br />
Em oposição à filosofia determinista, Clarice Lispector consegue, nos seus romances, transmitir<br />
ao leitor as preocupações de ordem emocional dos personagens. Em “Paixão Segundo G. H.”,<br />
uma mulher bem-sucedida profissionalmente, mas que não conhece a sua própria identidade,<br />
vai em busca do conhecimento interior. Ter livre-arbítrio é ter possibilidade de escolher entre<br />
diferentes cursos de ação, apesar das causas que atuam sobre o agente e ato livre é um ato<br />
que procede da vontade livre do agente.<br />
Portanto, a partir do momento em que somos dotados da capacidade de pensar, somos livres e<br />
temos possibilidade de escolha, mas, conscientes dos condicionalismos que nos impõem as<br />
circunstâncias, talvez devêssemos admitir que somos apenas “moderadamente” livres.<br />
Tema 2 <strong>–</strong> sugestão<br />
O tema exige uma reflexão sobre a individualidade e a consciência social, ou seja, elabor um<br />
texto que comprove ou refute a ideia de que, através da harmonia coletiva, o homem pode<br />
alcançar harmonia em si mesmo. Conteúdos das matérias de filosofia e sociologia poderiam<br />
servir de apoio à estruturação da tese e posterior argumentação.<br />
O modelo econômico predominante na sociedade em que vivemos determina o surgimento de<br />
condutas mais ou menos inconciliáveis: por um lado, o discurso da solidariedade e, por outro, a<br />
competição acirrada. São exatamente os limites entre o individual e o coletivo, o privado e o<br />
público, o eu e o outro, o compromisso com um projeto único e ao mesmo tempo compartilhado<br />
que geram incoerência interna e provocam muitas vezes sensações de solidão e de vazio em<br />
muitas pessoas.<br />
Os interesses pessoais são continuamente sobrepostos aos direitos coletivos, as necessidades<br />
individuais crescem com o egoísmo e ganham corpo com a ganância desenfreada. Por outro<br />
lado, as pessoas vivem um grande sentimento de insegurança porque têm consciência de que<br />
o individual é limitado, todos precisam do outro para a própria sobrevivência. Medo da<br />
concorrência, de um lado, e necessidade de compartilhar, de outro.<br />
A preocupação excessiva com suas histórias de vida, com seus sentimentos, seu sucesso<br />
profissional e com a busca do que denominam "verdadeiro eu", em detrimento da história<br />
coletiva, das relações de grupo, do compromisso social do cidadão, isola o ser humano . É<br />
essa busca incessante do "verdadeiro eu", o compromisso único com o prazer, com o sucesso<br />
individual, com a competência profissional, que esvazia o compromisso com o outro, com um<br />
projeto coletivo, com a competência social na solução das questões básicas e atinge a<br />
humanidade nesse final de século.<br />
Na verdade, não existimos somente como criaturas individuais, mas apenas membros de uma<br />
grande comunidade humana.<br />
Resposta da questão 12:<br />
SITUAÇÃO A<br />
Brasil ainda sofre com falta de saneamento básico<br />
Aumentou o número de domicílios com acesso a rede de esgoto e a coleta seletiva de lixo. No<br />
entanto, o percentual de municípios que não dispõem dos serviços ainda é alto e grande parte<br />
da população ainda não tem acesso a água potável. Segundo dados publicados na Pesquisa<br />
Nacional de Saneamento Básico do IBGE, apenas 28,5% das cidades brasileiras têm<br />
infraestrutura adequada para tratamento de dejetos. O Paraná é o estado em que se verifica<br />
maior número de resultados positivos, atingindo o percentual de 98%, enquanto que no<br />
Nordeste 50,67% dos municípios despejam os resíduos diretamente nos rios. Quanto à coleta<br />
seletiva de lixo, o Sul e Sudeste apresentam os melhores resultados face às outras regiões do<br />
Brasil. Apesar de ter havido progresso em reduções do índice de desmatamento e no consumo<br />
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de gases poluentes e nocivos à camada de ozônio, assim como o aumento de utilização de<br />
recursos energéticos renováveis, o país precisa de investir nas condições de moradia dos seus<br />
habitantes.<br />
SITUAÇÃO B<br />
A população urbana mundial cresceu nos últimos cem anos, tende a aumentar nas próximas<br />
décadas, formando megalópoles com uma concentração cada vez maior de favelas ou subhabitações.<br />
Como as cidades são responsáveis por 2/3 do consumo mundial de água e 75% da<br />
formação de resíduos, torna-se necessário associar preocupações ecológicas ao conceito de<br />
cidades sustentáveis. Exemplos de experiências feitas em várias metrópole, como Londres,<br />
Roma, Paris e Nova Iorque, mostram que é possível reinventar as atuais infraestruturas<br />
urbanas e oferecer maior qualidade de vida aos seus habitantes. Ultimamente, tem-se<br />
verificado uma evasão das áreas centrais metropolitanas, causadora de degradação cultural e<br />
econômica, para a periferia, com a ocupação de áreas de proteção ambiental. O desafio é<br />
inverter esta tendência através de políticas de inovação urbana que permitam um “crescimento<br />
para dentro”, adoção de técnicas para menor consumo de energia com utilização de renováveis<br />
e melhoria de condições de saneamento. A cidade compacta é sinônimo de sustentabilidade.<br />
SITUAÇÃO C<br />
O texto de opinião<br />
O texto de opinião, tal como o próprio nome indica, é uma exposição que exprime os pontos de<br />
vista pessoais de alguém sobre determinado assunto. Por essa razão, predominam as opiniões<br />
sobre os fatos. O objetivo do autor é fazer uma análise acerca do alvo/objeto da sua reflexão e<br />
demonstrar ao leitor o valor da sua opinião através da clarificação dos seus pontos de vista, da<br />
enunciação de argumentos e, por vezes, de citações de outrem. Podemos considerar alguns<br />
momentos chave no desenvolvimento de um texto de opinião: Título - muitas vezes antecipa a<br />
opinião do autor ou o assunto que está a ser considerado: Introdução - exposição do tema:<br />
Desenvolvimento - argumentação, formulação de perguntas retóricas e referência a exemplos<br />
concretos: Conclusão - reforço do ponto de vista pessoal, recurso a uma frase-súmula. No<br />
texto de opinião existem marcas de 1ª pessoa que o dotam de subjetividade.<br />
SUGESTÃO - Os textos apresentados sugerem uma análise sobre os dados apresentados pelo<br />
IBGE, através da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico. Perante essas informações,<br />
percebe-se algum avanço no setor, mas muitas mudanças terão que ser implementadas para<br />
que as desigualdades possam ser reduzidas, inclusive por parte dos municípios e da própria<br />
população.<br />
Resposta da questão 13:<br />
A figura de um jovem assediado por mensagens de um celular e encurralado por um grupo<br />
que o intimida e apavora, assim como os textos II e III, servem de apoio para a elaboração de<br />
uma dissertação argumentativa sobre o tema “Cyberbullying”, uso de tecnologia para ameaçar,<br />
humilhar ou intimidar alguém através da multiplicidade de ferramentas da nova era digital. A<br />
tese poderia apresentar explicações para a novidade no uso deste recurso que vem<br />
admoestando crianças e adolescentes em todo o mundo e para o qual é necessária uma ação<br />
conjunta de pais e escola. O anonimato do autor e a possibilidade de repetição da mensagem<br />
através do mundo virtual contribuem para a impunidade de quem o pratica e dificulta a proteção<br />
aos que se mostram mais vulneráveis a este tipo de ação: os que se diferenciam dos demais<br />
colegas de escola pela raça, cor da pele, obesidade, uso de roupas ou objetos, ou ainda, pelo<br />
status socioeconômico. Assim, redes sociais da Internet, sites de partilha de fotos, imagens de<br />
celular e gravações MP3 têm servido para desvirtuar a realidade, pondo em causa a<br />
privacidade e a reputação de jovens que ainda estão a aprender o que é a sua intimidade, em<br />
termos de sexualidade, ideologias e valores, expondo-os a situações de tensão emocional e<br />
psicológica com as quais não sabem lidar. Na conclusão, algumas propostas para erradicação<br />
do problema poderiam ser apresentadas. O diálogo familiar é fundamental para que se instaure<br />
o clima de confiança necessário para que a vítima de cyberbullying possa procurar ajuda. Os<br />
pais devem atuar de modo firme e objetivo, acompanhando a vida dos filhos na web, juntando<br />
provas materiais, salvando e imprimindo as páginas com as ofensas, denunciando o caso às<br />
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autoridades competentes e fazer Boletim de Ocorrência para início de ação judicial. Também a<br />
escola deve capacitar professores e funcionários para identificação e encaminhamento correto,<br />
alertar famílias de vítima e agressor e promover ambiente favorável à tolerância e ao<br />
companheirismo.<br />
Resposta da questão 14:<br />
O texto dissertativo-argumentativo deve apresentar uma tese que reflita a opinião sobre os<br />
parâmetros de felicidade no cenário contemporâneo, a ser defendida na argumentação. Como<br />
sugestão, poderia colocar-se em evidência o fato de os avanços tecnológicos não terem<br />
assegurado uma vida confortável à grande maioria da população. Se, para os mais favorecidos,<br />
o consumismo desenfreado pode levar à alienação do mundo real ou à solidão existencial, para<br />
os mais carentes, a tecnologia está longe de ser estendida de forma satisfatória. Na<br />
argumentação, poderiam ser usados não só os textos da coletânea de apoio, mas também os<br />
que formam o corpo da prova e que fossem pertinentes à defesa do ponto de vista enunciado<br />
na tese. Assim, seria importante apontar exemplos demonstrativos de que os desejos,<br />
ambições e desafios de cada setor social são antagônicos e conflitantes se observados à luz<br />
da desigualdade econômica e à dos interesses das grandes corporações que se impuseram<br />
através dos organismos políticos nas últimas décadas a uma escala global. Também, a<br />
impostação de uma alegria “fácil”, induzida através dos mais diversos artifícios e incentivada<br />
pela mídia, nada mais é que uma estratégia de manipulação para manter o grupo social ativo e<br />
em perfeita consonância com o modelo consumista em que raras pessoas percebem<br />
“soterrada” a verdadeira alegria, “filha bastarda do desvio e da desgraça”. Na conclusão,<br />
poderia parafrasear-se a introdução ou resumir-se brevemente a argumentação.<br />
Resposta da questão 15:<br />
A modalidade dissertativa exige uma estrutura técnica rígida com apresentação de uma tese a<br />
ser defendida com argumentos objetivos que visam a convencer o leitor da opinião do autor e<br />
uma conclusão. Esta deve resumir esses argumentos, parafrasear brevemente a introdução ou<br />
apresentar uma solução para o problema. O tema sugerido aborda a questão do analfabetismo<br />
funcional, ou seja, da incapacidade de uma pessoa que sabe escrever seu próprio nome, assim<br />
como ler e escrever frases simples ou efetuar cálculos básicos, não conseguir interpretar o que<br />
lê e usar a leitura e a escrita em atividades cotidianas. Ausência de estímulo pela leitura na<br />
infância pode ser uma das causas que expliquem esta deficiência: professores desmotivados,<br />
falta de livros e bibliotecas na escola, carência na estrutura familiar que também não foi<br />
motivada para ler. O resultado pode ser desencadeador de desenvolvimento pessoal e<br />
profissional deficientes. A conclusão poderia apresentar uma possível solução, como<br />
investimento na qualidade da educação através de melhoria nos cursos de formação dos<br />
docentes, remuneração adequada, capacitação continuada, etc.<br />
Resposta da questão 16:<br />
TEMA 1<br />
A proposta exige uma reflexão sobre a inversão de valores nos dias atuais apoiada em<br />
argumentação coerente que justifique a tese inicial, a qual, entre outras opções, poderia<br />
apresentar suas causas e consequências. A alienação cultural e o consumismo imposto pelo<br />
capitalismo selvagem podem justificar a adesão do homem a paradigmas pré-estabelecidos<br />
pela mídia que, ilusoriamente, o transformam num ser com visibilidade social. Como<br />
consequências, a ausência de criticidade e a valorização artificial e efêmera de modelos<br />
socioculturais geram incapacidade de transformação de uma sociedade que se quer mais justa<br />
e empenhada no progresso coletivo. Na conclusão, poderiam ser citadas propostas de solução,<br />
como o reconhecimento do papel importante da educação e do academicismo e a<br />
sensibilização social a partir dos primeiros anos de vida.<br />
Importante observar o alerta no item 06 da folha de redação da prova da UEL 2011:"Em caso<br />
de opção pelos temas 1 ou 2, crie um título para a sua redação e coloque-o na linha<br />
adequada".<br />
Resposta da questão 17:<br />
O tema exige uma reflexão sobre a ocorrência, ou não, de empobrecimento nas formas atuais<br />
de comunicação entre as pessoas. O mundo contemporâneo é fruto de mudanças aceleradas<br />
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que tendem a acentuar-se nos tempos mais próximos e há opiniões contrastantes sobre os<br />
efeitos que isso pode produzir. Mudanças tecnológicas, como as introduzidas pela televisão e a<br />
informática, afetam maneiras de pensar e agir. Assim, a língua sofre interferências que alteram<br />
a sua relação com o poder, o prestígio, a estrutura e a hierarquia social até então<br />
estabelecidos. No entanto, convém ressaltar que as tecnologias são neutras, o seu uso,<br />
adequado ou não, é que interfere na articulação das formas de comunicação. Se nas atuais<br />
circunstâncias, a tecnologia e aceleração da rotina podem desencadear processos de<br />
empobrecimento da comunicação, também favorecem a propagação do conhecimento através<br />
da divulgação instantânea de fatos, opiniões ou textos de valor científico e aproximam espaços<br />
e realidades culturais que, de outra forma, seriam difíceis de atingir. Como conclusão, o resumo<br />
dos argumentos evidenciaria a tese de que a comunicação é um processo humano flexível, por<br />
isso deve admitir a diversidade e deve corresponder às necessidades e circunstâncias de quem<br />
a usa.<br />
Resposta da questão 18:<br />
O tema exige um posicionamento sobre a intenção do governo brasileiro em ampliar<br />
significativamente o número de doadores de órgãos para transplante. Na parte inicial, a tese,<br />
essa posição já deve ser clara e objetiva, enumerando-se os pontos principais que permitam<br />
uma argumentação coerente. No caso de se optar por uma posição negativa, várias razões<br />
poderiam ser mencionadas: crítica à lei dos transplantes; precariedade do sistema de saúde<br />
brasileiro; razões bioéticas, tais como receio de morte premeditada e contrabando de órgãos.<br />
Na defesa da atitude governamental, algumas justificativas (desejo de continuar a vida do<br />
outro, reaproveitamento dos órgãos, dar qualidade de vida aos que necessitam de um<br />
transplante, inutilidade do corpo após a morte) serviriam de base para posterior<br />
desenvolvimento. A conclusão deve ser coerente com o enunciado na tese e desenvolvido na<br />
argumentação.<br />
Resposta da questão 19:<br />
É consensual que em um texto dissertativo não se deve usar itens pessoais que transfiram<br />
carga subjetiva ao tema abordado. No entanto, o tema solicitado exige uma reflexão sobre a<br />
importância da memória afetiva, nomeadamente nas primeiras etapas da vida, para o<br />
desenvolvimento da personalidade e sua influência nas opções de conduta quando adulto.<br />
Assim, torna-se obrigatório o uso de referências pessoais sem esquecer que a modalidade<br />
dissertativa exige introdução, desenvolvimento e conclusão e só se deve abordar na primeira e<br />
última o que realmente estiver no desenvolvimento.<br />
Resposta da questão 20:<br />
PROPOSTA 1<br />
Costuma-se enquadrar a carta na tipologia dissertativa, uma vez que, como a dissertação<br />
tradicional, apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão. No primeiro parágrafo é<br />
exigida a apresentação da tese a ser defendida, no caso, a opinião sobre um projeto de lei que<br />
proíbe qualquer tipo de castigo físico em crianças, sem esquecer o cotidiano de grande parte<br />
das famílias brasileiras, como a que é retratada na obra de Graciliano Ramos. Se para alguns a<br />
aprovação do projeto é pertinente, afirmando que os castigos físicos devem ser proibidos<br />
porque não têm função educativa, para outros são indispensáveis na imposição de limites aos<br />
filhos, e defendem que esse tipo de procedimento, os castigos físicos moderados, fazem parte<br />
da privacidade da vida familiar e estão condicionados às circunstâncias em que vivem.<br />
No desenvolvimento, constituído por dois ou três parágrafos, há que justificar<br />
convincentemente a posição inicial e, por último, um parágrafo de conclusão que deve reforçar<br />
a tese ou apresentar propostas.<br />
PROPOSTA 2<br />
A proposta exige o relato de uma experiência pessoal que leve em conta o tema da pertinência<br />
ou não dos castigos físicos, sob a forma de conto ou crônica. É importante notar que, enquanto<br />
o conto é uma história completa, com um só conflito e uma só ação, com poucos personagens<br />
em decorrência das unidades de ação, tempo e lugar, a crônica é o relato de um flash, de um<br />
breve momento do cotidiano de uma ou mais personagens. Substancialmente, o que diferencia<br />
a crônica do conto é o tempo, a apresentação da personagem e o desfecho. Na crônica,<br />
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geralmente não há desfecho, esse fica para o leitor imaginar e, depois, tirar suas conclusões. A<br />
possível tese é sugerida, insinuada, para que o leitor reflita e chegue a ela por seus próprios<br />
meios.<br />
PROPOSTA 3<br />
A proposta exige a leitura integral das obras citadas, pois é o comportamento dos personagens<br />
que deve servir de base para o desenvolvimento do tema. Em “O guarda-roupa alemão”, o<br />
autor descreve o cenário devastado pela enchente que arrasou Blumenau em 1911 e o<br />
cotidiano das vítimas que tiveram que abandonar a casa e ir para refúgios improvisados, como<br />
o convento, onde os que estavam bem ajudavam os doentes, como os Ziegel ou Zeca,<br />
empregado do vapor Blumenau. Em “Vidas Secas”, a paisagem árida colabora para a<br />
zoomorfização e antropomorfização das criaturas, que revelam, através do discurso indireto<br />
livre, pensamentos fragmentados, cada uma com sua vida particular, acentuando-se a solidão<br />
em que vive: Fabiano, para manter a família viva, sofre humilhações; os meninos mais velho e<br />
mais novo representam a falta de individualização a que é sujeito o retirante; Sinha Vitória, que<br />
chega a lamber o sangue do preá acumulado no focinho de Baleia, reage ao instinto básico de<br />
sobrevivência; Baleia, a cachorra, humanizada em contraponto à animalização dos humanos.<br />
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Resumo das questões selecionadas nesta atividade<br />
Data de elaboração: 07/10/2011 às 00:27<br />
Nome do arquivo: <strong>Redação</strong><br />
Legenda:<br />
Q/Prova = número da questão na prova<br />
Q/DB = número da questão no banco de dados do SuperPro®<br />
<strong>Curso</strong> <strong>Wellington</strong> <strong>–</strong> <strong>Redação</strong> <strong>–</strong> Prof Hilton Franco<br />
Q/prova Q/DB Matéria Fonte Tipo<br />
1..................101879.............Português...........Fuvest/2011............................Analítica<br />
2..................105301.............Português...........Uesc/2011...............................Analítica<br />
3..................103453.............Português...........Ufpel/2011..............................Analítica<br />
4..................102089.............Português...........Ifsp/2011.................................Analítica<br />
5..................105325.............Português...........G1 - utfpr/2011........................Analítica<br />
6..................103620.............Português...........Ufba/2011...............................Analítica<br />
7..................102730.............Português...........Ufpr/2011................................Analítica<br />
8..................106375.............Português...........G1 - ccampos/2011................Analítica<br />
9..................102733.............Português...........Ufpr/2011................................Analítica<br />
10................107241.............Português...........G1 - ccampos/2011................Analítica<br />
11................104361.............Português...........Upe/2011................................Analítica<br />
12................102881.............Português...........Ufu/2011.................................Analítica<br />
13................107242.............Português...........G1 - ccampos/2011................Analítica<br />
14................100567.............Português...........Ufrj/2011.................................Analítica<br />
15................105118.............Português...........G1 - ifce/2011.........................Analítica<br />
16................102962.............Português...........Uel/2011.................................Analítica<br />
17................101318.............Português...........Uerj/2011................................Analítica<br />
18................105160.............Português...........G1 - ifce/2011.........................Analítica<br />
19................103216.............Português...........Cesgranrio/2011.....................Analítica<br />
20................103808.............Português...........Ufsc/2011................................Analítica<br />
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