concepções de leitura e de escrita - Associação de Leitura do Brasil
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âmbito <strong>de</strong> práticas <strong>do</strong> letramento acadêmico, notadamente nas ativida<strong>de</strong>s<br />
relacionadas ao estágio supervisiona<strong>do</strong>.<br />
O corpus, um recorte <strong>do</strong> relatório <strong>do</strong> PIBIC/CNPq 2008, intitula<strong>do</strong><br />
“Letramento(s) na prática <strong>do</strong>cente <strong>de</strong> estagiários <strong>de</strong> Pedagogia e <strong>de</strong> Letras”, é<br />
composto pelas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> e <strong>de</strong> <strong>escrita</strong> <strong>de</strong>senvolvidas na disciplina<br />
mencionada. Trata-se <strong>de</strong> uma pesquisa <strong>de</strong>scritivo-interpretativa, apoiada nos<br />
fundamentos teóricos da Linguística Aplicada sobre <strong>concepções</strong> <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> e <strong>de</strong><br />
<strong>escrita</strong> e <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores.<br />
O presente artigo está organiza<strong>do</strong> em quatro partes. Na primeira,<br />
apresentamos a presente introdução. Na segunda, apresentamos as contribuições<br />
teóricas sobre <strong>concepções</strong> <strong>de</strong> <strong>leitura</strong> e <strong>de</strong> <strong>escrita</strong> e as respectivas análises. Na<br />
terceira, são apresentadas as consi<strong>de</strong>rações finais e, na última, as referências.<br />
CONCEPÇÃO DE ESCRITA – Texto como processo<br />
A abordagem <strong>do</strong> texto como processo surgiu na década <strong>de</strong> 1990 com os<br />
estu<strong>do</strong>s da Psicoliguística. Esses estu<strong>do</strong>s tentaram explicar o processo que uma<br />
pessoa passa durante a produção textual. De acor<strong>do</strong> com essa perspectiva, os<br />
fatores sociais e os fatores cognitivos agem ao mesmo tempo durante o ato <strong>de</strong><br />
escrever textos.<br />
Meurer (1997: 14) apresenta um esboço <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />
textos que preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>screver operações gerais e regulares que ocorrem na<br />
produção <strong>de</strong> textos escritos. Esse mo<strong>de</strong>lo consiste em cinco módulos: (1)<br />
fatos/realida<strong>de</strong>; (2) história discursiva, discursos institucionais e práticas sociais;<br />
(3) parâmetros <strong>de</strong> textualização; (4) monitor; (5) representação mental <strong>de</strong><br />
fatos/realida<strong>de</strong> por parte <strong>do</strong> escritor. Segun<strong>do</strong> esse mesmo autor, a produção <strong>de</strong><br />
um texto acontece a partir <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada motivação – espontânea ou<br />
imposta – forman<strong>do</strong> uma representação mental <strong>do</strong>(s) aspecto(s) <strong>do</strong>s<br />
fatos/realida<strong>de</strong> sobre o qual o escritor quer se referir. Essa representação mental é<br />
‘controlada’ por um monitor, que é uma força mental complexa, a qual funciona,<br />
em parte, consciente e, em parte, inconsciente. O funcionamento <strong>do</strong> monitor<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, entre outros fatores, <strong>do</strong>s conhecimentos que o escritor tenha <strong>de</strong><br />
fatos/realida<strong>de</strong> e <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong> textualização, que são: motivação, objetivo <strong>do</strong><br />
texto, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>do</strong> escritor e da audiência, tipo ou gênero textual e suas<br />
implicações, o contrato <strong>de</strong> cooperação, relações oracionais e organização coesiva <strong>do</strong><br />
texto como um to<strong>do</strong>, coerência, consciência <strong>do</strong> que implica o ato <strong>de</strong> ler. (MEURER,