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GUIA GUIA DE DE ESTUDOS<br />

ESTUDOS<br />

Química Estrutural: conhecendo os<br />

caminhos que levaram ao seu<br />

desenvolvimento<br />

Flávio Silva Rezende<br />

Prof ª. Dr ª. Salete Linhares Queiroz<br />

São carlos<br />

2005<br />

99


arlsruhe, 3 de setembro de 1860. Um<br />

importante evento, o primeiro<br />

congresso internacional de Química,<br />

iniciava-se na pitoresca cidade alemã.<br />

O seu idealizador, Friedrich August<br />

Kekulé, justificou a necessidade de sua realização<br />

nos seguintes termos: “o grande desenvolvimento<br />

que tem ocorrido na Química nos últimos anos, e<br />

as diferenças no que diz respeito às opiniões<br />

teóricas que têm surgido, tornam o Congresso<br />

oportuno e útil”. Esta justificativa, somada a uma<br />

lista contendo o nome de 45 renomados<br />

cientistas 1 , que expressavam o apoio ao evento,<br />

encontrava-se exposta no convite endereçado à<br />

comunidade de químicos da época (ver Apêndice<br />

1). Cerca de 140 membros desta comunidade<br />

atenderam ao chamado (ver Apêndice 2) e<br />

participaram de importantes discussões que<br />

permitiram o desenvolvimento da “Teoria<br />

Química Estrutural”. Certamente, alguns dos<br />

cursos nos quais você está matriculado neste<br />

semestre, possuem os seus fundamentos<br />

ancorados nas conclusões advindas dos debates<br />

travados entre eminentes cientistas durante os três<br />

dias do Congresso. Apresentar as principais<br />

questões debatidas e estabelecer as conexões<br />

entre elas e o estado do conhecimento químico da<br />

época é o intuito deste minicurso. (Q.1, Q.2,<br />

Q.3, Q.4)<br />

o início do século XIX, a química<br />

enveredou por um caminho que a<br />

conduziu para um estado caótico. O<br />

significado de palavras como<br />

“átomo”, “molécula” e “equivalente”<br />

era obscuro, sendo este período denominado por<br />

alguns historiadores como a “Era da Confusão”<br />

ou a “Era Negra da Química Orgânica”. A<br />

inexistência de consenso sobre um sistema único<br />

de pesos atômicos fazia com que as fórmulas<br />

químicas variassem de laboratório para<br />

1 Babo*, Blalard, Beketoff, Boussingault*, Brodie, Bünsen*, Bussy,<br />

Cahours, Cannizzaro*, H. Deville, Dumas*, Engelhardt, O. L.<br />

Erdmann*, Fehling*, Frankland, Fremy, Fritzsche, Hlasiwetz*,<br />

Hofmann, Kekulé*, Kopp*, Liebig, Malaguti, Marignac*<br />

Mitscherlich, Odling*, Pasteur, Payen, Pebal*, Peligot, Pelouse, Piria,<br />

Regnault, Roscoe*, Shötter, Socoloff, Staedeler, Stas* Strecker*,<br />

Weltzein, Will*, Williamson, Wöhler, Wurtz* e Zinin*. Os asteriscos<br />

indicam os cientistas que compareceram ao Congresso.<br />

laboratório. O peso atômico do oxigênio, por<br />

exemplo, para alguns possuía valor 8, enquanto o<br />

valor 16 era aceito por outros. Berzelius, cientista<br />

da época, expressava o seu sentimento com<br />

relação ao estado da química afirmando o<br />

seguinte: “o demônio deve escrever livros de<br />

Química, porque em poucos anos todas as coisas<br />

mudam”. Provavelmente, você mostrar-se-ia<br />

solidário com Berzelius, se vivesse em uma época<br />

em que eram encontradas na literatura dezenove<br />

diferentes fórmulas para o ácido acético. Algumas<br />

destas fórmulas encontram-se ilustradas na Figura<br />

1 e foram listadas por Kekulé em 1861.<br />

C 4H 3O 2.O + H O T eoria do R adica l<br />

}<br />

C 2(C 2H 3)O 2 O W u rtz<br />

2<br />

H<br />

C 4H 3O 2<br />

H<br />

}O 2<br />

C 2H 3(C 2O 2) } H<br />

O 2<br />

T eoria dos T ipos (G erh ardt)<br />

M endiu s<br />

Figura 1 – Lista de algumas fórmulas para o ácido<br />

acético, encontrada no trabalho de Kekulé “Lehrbuch<br />

der organischen Chemie”. (Q.5, Q.6)<br />

Alguns dos dilemas que pairavam no<br />

ar por volta de 1860, ano do Congresso de<br />

Karlsruhe, haviam sido instaurados cerca de meio<br />

século antes, com a publicação, por Dalton, da<br />

Teoria Atômica, da tabela de pesos atômicos<br />

relativos e de pesos moleculares. (Q.7, Q.8)<br />

Com relação à Teoria Atômica, Dalton<br />

afirmava que os átomos eram indivisíveis e se<br />

combinavam em proporções numericamente<br />

simples. Para estabelecer os valores dos pesos<br />

atômicos, ele usou um sistema comparativo,<br />

tendo o hidrogênio como elemento padrão para<br />

este sistema, e seu valor igual 1. O processo para<br />

determinação de um peso atômico consistia em<br />

combinar o elemento, cujo peso atômico se queria<br />

determinar, com o elemento padrão (no caso da<br />

tabela publicada por Dalton, em 1803, o<br />

hidrogênio). Então, analisando o composto e<br />

considerando válida a Lei das Proporções<br />

Definidas de Proust, podia-se determinar a<br />

relação ponderal entre os seus componentes e a<br />

partir daí, por simples cálculos, o valor do peso<br />

atômico desejado (com relação ao peso padrão).<br />

1


Para calcular, por<br />

exemplo, o peso atômico do<br />

oxigênio, Dalton levou em<br />

consideração as análises de<br />

Lavoisier, que formulava a<br />

água como HO e indicavam<br />

85% de oxigênio e 15% de<br />

hidrogênio e determinou o seu<br />

peso atômico como sendo 5,5<br />

(posteriormente, quando<br />

análises mais precisas sobre a<br />

água foram feitas, ele alterou<br />

este peso para 7). Este tipo de<br />

raciocínio é razoável caso se<br />

conheça o número de átomos<br />

de hidrogênio e oxigênio na<br />

água, porém naquela época, não se tinha esta<br />

informação exata.<br />

Para vencer esta dificuldade, Dalton<br />

estabeleceu arbitrariamente a Regra da Máxima<br />

Simplicidade. Considerou que as moléculas eram<br />

tão simples, que combinações atômicas<br />

obedecendo a razão de 1 para 1 sempre deveriam<br />

existir.<br />

Com base nesta regra e considerando<br />

que na época conhecia-se apenas um composto de<br />

hidrogênio e oxigênio, Dalton assumiu que a<br />

composição da água era HO. De forma similar, a<br />

composição da amônia era NH. (Q.9)<br />

Esta base arbitrária, aliada<br />

a valores analíticos incorretos<br />

apresentados por Dalton, dificultou a<br />

aceitação de suas propostas pela<br />

comunidade científica da época. Em<br />

particular, a Tabela de Pesos Atômicos<br />

de Dalton, que foi veementemente<br />

contestada pelos químicos da época,<br />

entre eles, Wollaston (1766-1828),<br />

químico inglês, que sugeria, ao invés<br />

do uso dos pesos atômicos, o uso dos<br />

pesos equivalentes (ou pesos de<br />

combinação), valores empíricos obtidos<br />

relacionando-se os valores percentuais de<br />

numerosas análises sempre a um mesmo valor,<br />

arbitrariamente fixado, de um elemento padrão,<br />

por exemplo, H = 1, ou O = 1 ou = 100. (Q.10,<br />

Q.11)<br />

Ainda no início do século XIX, o<br />

químico francês Gay-Lussac, realizando<br />

experimentos quantitativos nos quais media<br />

o volume dos gases, concluiu em analogia<br />

à imaginação de Dalton, sobre o que<br />

acontecia com os átomos:<br />

“Os gases se combinam sempre na<br />

relação mais simples quando interagem<br />

entre si, sendo estas relações de 1:1, 1:2 e<br />

1:3”. \<br />

Estes resultados experimentais jamais<br />

foram aceitos por Dalton, que chegou a<br />

constituir hipótese da existência de erros<br />

nos valores obtidos pelo colega.<br />

A sua contrariedade pode ser entendida, em<br />

parte, se considerarmos que Gay-Lussac<br />

também demonstrou que a água era constituída<br />

por exatamente dois volumes de gás hidrogênio<br />

para cada volume de gás oxigênio, contradizendo<br />

o que foi dito por Dalton em sua regra arbitrária.<br />

Embora a crença de Dalton na composição da<br />

água como OH tenha persistido, o trabalho de<br />

Gay-Lussac serviu de fundamento para estudos e<br />

descobertas relevantes realizadas por Avogadro e<br />

Berzelius.<br />

Apesar de trazer novas idéias ao cenário da<br />

Química, a Lei da Combinação de Volumes dos<br />

Gases, enunciada por Gay-Lussac, também gerou<br />

polêmicas e descrédito. Uma<br />

das polêmicas dizia respeito<br />

do monóxido de carbono<br />

que, formado por um átomo<br />

de oxigênio e por um átomo<br />

de carbono, deveria ser mais<br />

denso que o oxigênio e, no<br />

entanto, era menos denso.<br />

Outro argumento contrário a<br />

Gay-Lussac está no fato de<br />

que um volume de nitrogênio<br />

combinado com um volume<br />

de oxigênio levava à<br />

produção de dois volumes de<br />

óxido nítrico, ao invés de um único volume,<br />

contradizendo fortemente a Teoria Atômica: os<br />

átomos de nitrogênio e oxigênio precisariam ser<br />

divididos para justificar o resultado observado.<br />

Uma possibilidade de reconciliação entre as<br />

propostas de Dalton e Gay-Lussac foi<br />

vislumbrada por Amadeo Avogadro, em 1811.<br />

Ele assumiu que um gás como hidrogênio,<br />

2


consistia não apenas em um átomo de hidrogênio,<br />

mas de dois átomos quimicamente ligados. O par<br />

de átomos foi denominado de molécula de<br />

hidrogênio. Ou seja, o hidrogênio gasoso não era<br />

apenas H, mas HH ou H2. A hipótese enunciada<br />

por Avogadro, de que “iguais volumes de todos<br />

os gases, sob as mesmas condições de<br />

temperatura e pressão, contêm os mesmos<br />

números de moléculas”, não foi testada em<br />

laboratório e nem podia ser verificada (nenhuma<br />

balança era sensível o suficiente para pesar<br />

moléculas). No entanto, possuía a chave para<br />

resolver as “incoerências” apontadas na época,<br />

com relação aos resultados experimentais de Gay-<br />

Lussac, sem ferir a Teoria Atômica.<br />

(Q.12)<br />

Infelizmente, a hipótese de Avogadro foi<br />

rejeitada. Dalton nunca a aceitou, uma vez que<br />

repudiava fortemente a lei de Gay-Lussac, com a<br />

qual Avogadro se identificava. No entanto, uma<br />

das principais razões que justificava o descaso<br />

com que esta hipótese foi recebida, reside no fato<br />

dela não estar relacionada com a Teoria<br />

Dualística de Berzelius, amplamente aceita na<br />

época.<br />

Antes de introduzirmos esta teoria, vamos ver a<br />

contribuição dada, também pelo trabalho de Gay-<br />

Lussac a Berzelius, com<br />

relação à determinação<br />

dos pesos atômicos e<br />

moleculares. Baseandose<br />

inicialmente na lei<br />

volumétrica dos gases<br />

de Gay-Lussac,<br />

Berzelius admitia que a<br />

fórmula da água como<br />

H2O e, do amoníaco,<br />

H3N (1813). No ano<br />

seguinte, Berzelius<br />

constitui sua primeira<br />

tabela de pesos<br />

atômicos contendo 43<br />

elementos. O elemento<br />

padrão era o oxigênio, cujo peso atômico ele<br />

fixou em 100.<br />

O desenvolvimento de técnicas e aparelhagens<br />

permitiu a Berzelius publicar, em 1826, uma nova<br />

Tabela de Pesos Atômicos. Os seus números não<br />

foram imediatamente aceitos e a Associação<br />

Britânica Para o Avanço da Ciência mostrou-se<br />

cética. Mais tarde, Jean Stas, químico belga,<br />

descobriu um erro no valor do peso atômico do<br />

carbono. Toda a lista de pesos atômicos de<br />

Berzelius passou a ser questionada. Experimentos<br />

foram elaborados em muitos laboratórios da<br />

Europa na busca por novos erros. Porém, os<br />

resultados apenas respaldaram a exatidão dos seus<br />

valores. Você pode chegar às suas próprias<br />

conclusões sobre esta polêmica analisando a<br />

Tabela 1, que ilustra os pesos atômicos propostos<br />

por Dalton, Berzelius e os atualmente utilizados<br />

no curso de química.<br />

Tabela 1 – Pesos Atômicos propostos por Dalton, por<br />

Berzelius e os atualmente recomendados pela IUPAC.<br />

3


Teoria Dualística Eletroquímica<br />

buscava explicar a combinação<br />

química com base em fenômenos<br />

elétricos. Berzelius realizou<br />

experimentos nos quais observava a<br />

formação de um ácido e uma base durante a<br />

eletrólise de vários sais. Com base nos resultados<br />

desses experimentos, ele concluiu que a<br />

combinação química deveria ser de natureza<br />

elétrica. Para Berzelius, os átomos de diversos<br />

elementos eram considerados como dipolos<br />

elétricos com carga predominantemente positiva<br />

ou negativa, deste modo sua teoria estabelecia<br />

que a atração entre essas cargas mantinha os<br />

compostos unidos. (Q.13, Q.14)<br />

O texto a seguir ilustra as idéias de<br />

Berzelius, segundo suas próprias palavras:<br />

“Se estas idéias eletroquímicas são<br />

corretas, resulta que toda combinação<br />

química depende unicamente de duas<br />

forças opostas, positiva e negativa, e que<br />

cada combinação deve ser composta de<br />

duas partes unidas pelo efeito de sua<br />

reação eletroquímica, fazendo com que<br />

não exista uma terceira força. Como<br />

conseqüência, cada substância composta,<br />

independentemente do número dos seus<br />

principais constituintes, pode ser dividida<br />

em duas partes, sendo uma eletricamente<br />

positiva e a outra negativa. Assim, por<br />

exemplo, sulfato de soda não é composto<br />

de enxofre, oxigênio e sódio, mas por<br />

ácido sulfúrico (SO3) e soda (NaO) sendo<br />

que ambos podem ser divididos em dois<br />

elementos, um positivo e outro negativo”.<br />

Assim, segundo a teoria, era<br />

impossível a formação de moléculas pela ligação<br />

de átomos de um mesmo elemento, como<br />

declarava Avogadro. Uma vez que, os átomos,<br />

sendo igualmente carregados, seriam repelidos e<br />

não formariam uma espécie diatômica.<br />

A Teoria Dualísitica de Berzelius<br />

mostrou-se viável e produtiva para o estudo de<br />

compostos inorgânicos. O surgimento de um<br />

número elevado de compostos orgânicos e a<br />

necessidade de sistematizá-los levou Berzelius a<br />

estender o sistema dualístico eletroquímico para<br />

tais compostos, ponderando que:<br />

“Tentando-se formar uma idéia sobre<br />

as composições orgânicas, temos até hoje<br />

somente um caminho inegavelmente certo<br />

e constatado por inúmeros fatos:<br />

precisamos partir de comparações com<br />

compostos inorgânicos. Na química<br />

inorgânica concordou-se em considerar<br />

todos os compostos binários, consistindo<br />

de um componente positivo e um<br />

negativo”. (Q.15)<br />

A interpretação das combinações<br />

químicas com base no sistema dualístico, veio<br />

somar-se à confusão estabelecida pela utilização<br />

de pesos atômicos errôneos (e variáveis), e à<br />

controvérsia entre o uso de pesos atômicos ou<br />

pesos equivalentes, impedindo o progresso da<br />

ciência no início do século XIX. No meio deste<br />

turbilhão de dúvidas, algumas teorias foram<br />

propostas e serviram para pavimentar o caminho<br />

que levaria às discussões em Karlsruhe e,<br />

posteriormente, às bases da Química Estrutural.<br />

Entre elas estavam a Teoria dos Radicais, Teoria<br />

da Substituição, Teoria do Núcleo, Teoria dos<br />

Resíduos e Teoria dos Tipos.<br />

s polêmicas, os embates e os<br />

pronunciamentos sarcásticos por<br />

parte dos cientistas que se eram<br />

constantes e um número extenso de<br />

páginas se faria necessário para que<br />

fossem retratadas. No entanto, sendo o objetivo<br />

do minicurso apresentar de forma resumida os<br />

ânimos da época e as principais diferenças entre<br />

as teorias, começaremos por considerar a Teoria<br />

dos Radicais. Esta teoria expressa a ligação das<br />

idéias presentes na Teoria Dualística de Berzelius<br />

e no trabalho de Lavoisier sobre a sistematização<br />

de ácidos. Lavoisier, a partir deste trabalho<br />

apresentou, pela primeira vez, a noção de radicais<br />

como “grupos de elementos em um composto que,<br />

juntos, funcionam como uma unidade” e<br />

Berzelius, na extensão da Teoria Dualística a<br />

compostos orgânicos, postulou que as substâncias<br />

orgânicas eram óxidos de compostos radicais<br />

(que usualmente consistiam de um carbono e um<br />

hidrogênio, e algumas vezes nitrogênio), unidos<br />

por forças eletrostáticas.<br />

4


Nenhuma ênfase especial havia sido<br />

dada ao conceito de radical até 1828, quando<br />

Dumas e Boullay propuseram o etileno como um<br />

radical, denominado por eles de radical “etherin”,<br />

que poderia ser a base para formação de álcoois e<br />

compostos similares. Neste contexto, álcool<br />

etílico, éter etílico, acetato de etila, cloreto de<br />

etila e sulfato de etila eram produtos da adição de<br />

uma ou mais moléculas ao etileno. Por exemplo:<br />

C2H4 + H2O = C2H6O<br />

(etileno) (água) (álcool etílico)<br />

Radical Etileno e<br />

Alguns dos Seus<br />

Derivados<br />

A Teoria dos Radicais pautou a<br />

realização de várias pesquisas e permitiu a<br />

criação do conceito de radical orgânico por<br />

Dumas (grupo de elementos orgânicos que<br />

funcionavam como uma unidade). Alguns<br />

exemplos que ilustram a idéia de Radicais<br />

encontram-se na Tabela 2, apresentando o<br />

radical Etileno e Benzoil, e alguns de seus<br />

derivados.<br />

Radical Benzoil e<br />

Alguns dos Seus<br />

Derivados<br />

Radical Etileno C2H4 Radical Benzoil C14H10O2<br />

Álcool C2H4, H2O Ácido Benzóico C14H10O2 . (OH)2<br />

Éter Hidroclorídrico C2H4, HCl Cloreto de Benzoíla C14H10O2 . Cl2<br />

Éter Nítrico C2H4, HNO2 Cianeto de Benzoíla C14H10O2 . C2N2<br />

Éter Acético C2H4, C2H4O2 Benzamida C14H10O2 . N2H4<br />

Tabela 2 - Radical Etileno, Radical Benzoil e alguns dos seus derivados.<br />

A Teoria dos Radicais foi fortalecida com<br />

a apresentação do trabalho de Liebig e Wöhler sobre<br />

o óleo de amêndoas. A partir deste óleo foi obtida<br />

uma família de compostos: benzaldeído, ácido<br />

benzóico, cloreto de benzoíla,<br />

brometo de benzoíla, entre outros.<br />

Em todos os compostos,<br />

eles encontraram evidências<br />

analíticas da presença de um grupo, o<br />

C14H10O2 (atualmente C7H5O).<br />

Tal grupo foi denominado<br />

radical benzoil, e concluíram que<br />

todos os compostos obtidos eram<br />

produtos de adição ao radical benzoil.<br />

Alguns dos derivados do radical<br />

benzoil são encontrados na Tabela 2.<br />

Por volta de 1830, novos<br />

radicais orgânicos foram encontradas,<br />

entre eles o radical etil, C4H10<br />

(atualmente C2H5); o radical acetil, C4H6<br />

(atualmente C2H3O); entre outros, reinando um<br />

consenso considerável sobre a possibilidade de<br />

classificação dos compostos orgânicos como<br />

derivados de vários destes radicais.<br />

Em 1837, a descoberta por Bunsen do<br />

radical cacodil (C4H12As2), o mais<br />

complexo radical obtido até aquela<br />

data. Além de ter lhe custado a visão<br />

do olho direito perdida em uma<br />

explosão sua investigação sedimentou<br />

ainda mais as idéias vigentes sobre o<br />

assunto.<br />

Quando uma teoria entra<br />

em um estado de relativa aceitação<br />

cabe perguntar qual foi a<br />

receptividade encontrada por ela junto<br />

a autores de teorias vigentes. (Q.16)<br />

5


Assim, o que achou Berzelius, um<br />

renomado químico, sobre a Teoria dos Radicais? No<br />

que ela consolidou ou abalou a sua Teoria<br />

Dualísitica? Com relação a esta questão: Berzelius<br />

não demostrou entusiasmo com a proposta de Dumas<br />

e Boullay. A ausência do oxigênio no radical etileno<br />

o incomodava (recorde a forma como Berzelius<br />

estendeu a sua Teoria Dualística aos compostos<br />

orgânicos para entender a sua posição) e manifestou<br />

ser interessante a forma de representação sugerida<br />

pelos químicos franceses, porém apresentava dúvidas<br />

se os compostos realmente se formavam daquela<br />

maneira.<br />

Em contrapartida, recebeu de melhor<br />

grado a descoberta de Liebig e Wöhler do radical<br />

benzoil, que diferentemente do radical etileno,<br />

continha três elementos, incluindo o oxigênio.<br />

(Q.17, Q. 18)<br />

m baile real no Palácio de Tuileries, em<br />

Paris, e as consequências daí advindas,<br />

golpearam ainda mais fortemente a<br />

Teoria Dualística. Durante o evento,<br />

quando as velas colocadas sobre a mesa<br />

foram acesas vários convidados passaram a tossir. O<br />

organizador do baile questionou o fabricante sobre a<br />

causa do problema. Dumas, eminente químico da<br />

época, foi convocado para investigar a situação e<br />

concluiu ser o cloreto de hidrogênio o causador da<br />

irritação. O fabricante da cera utilizada na vela havia<br />

descoberto uma nova forma de branquear uma<br />

batelada particularmente amarela de que dispunha,<br />

aquecendo-a com o gás cloro. Dumas descobriu que<br />

parte do gás cloro havia se combinado com a gordura<br />

animal usada no processo e, enquanto estudava como<br />

se dava tal combinação, concluiu que em alguns<br />

compostos orgânicos o átomo de cloro podia<br />

substituir o átomo de hidrogênio.<br />

Baseado nestas investigações, Dumas<br />

enunciou a Teoria da Substituição, afirmando que:<br />

“quando uma substância contendo hidrogênio é<br />

submetida à ação do cloro, bromo, iodo, oxigênio,<br />

etc., para cada átomo de hidrogênio que é perdido,<br />

um átomo de cloro, bromo, iodo ou meio átomo de<br />

oxigênio é ganho”.<br />

Berzelius descartou as conclusões que<br />

vinham no bojo desta descoberta. Elas não<br />

respaldavam a sua Teoria Dualística, na qual um<br />

elemento eletronegativo, como o cloro, não poderia<br />

substituir um elemento eletropositivo, como o<br />

hidrogênio. Mesmo tendo protestado veementemente<br />

contra elas, jovens químicos da época deram crédito<br />

à descoberta de Dumas. Um deles, chamado Auguste<br />

Laurent, discípulo de Dumas, delineou em sua tese<br />

de doutorado uma nova teoria, a Teoria do Núcleo,<br />

utilizando a idéia de substituição introduzida por seu<br />

mentor.<br />

De acordo com sua Teoria do Núcleo,<br />

uma derivação da Teoria dos Radicais, os compostos<br />

eram formados por núcleos (radicais) nos quais<br />

podiam ocorrer substituições. Portanto, o núcleo<br />

original poderia ser modificado a um núcleo<br />

derivado, que retinha muitas das propriedades de sua<br />

forma original. A proposição de tal modificação à<br />

Teoria dos Radicais originou uma grande confusão:<br />

Liebig considerando-a como não-científica;<br />

Berzelius, tomando Dumas erroneamente como autor<br />

da mesma (uma vez que Laurent era seu aluno e<br />

assistente), disse que a idéia não era merecedora<br />

sequer de um comentário. Vendo-se criticado por<br />

grandes cientistas da época, Dumas recuou e<br />

declarou-se isento de qualquer responsabilidade<br />

quanto à Teoria do Núcleo:<br />

“Eu não sou responsável por qualquer<br />

exagero assoberbado com o qual Laurent<br />

investiu a minha teoria”<br />

A partir deste episódio Laurent<br />

antagonizou-se com Dumas para sempre, sendo o<br />

mais prejudicado, pois Dumas era o mais renomado e<br />

poderoso químico na França. Desde então, Laurent<br />

foi apoiado profissional e financeiramente por<br />

Charles Gerhardt, seu colaborador e grande amigo.<br />

Surpreendentemente, Dumas lançou posteriormente<br />

uma teoria que em muito se assemelhava à Teoria do<br />

Núcleo, a Teoria dos Tipos.<br />

A Teoria dos Tipos foi concebida com<br />

base nos experimentos de Cloração do ácido acético<br />

realizados por Dumas. Ele conseguiu preparar o<br />

ácido tricloroacético através da reação do ácido<br />

acético com cloro e demonstrou que ambos<br />

apresentavam propriedades similares. Com isto,<br />

chegou à conclusão que “nos compostos orgânicos<br />

existem certos Tipos que permanecem mesmo<br />

quando no lugar do hidrogênio eles apresentam um<br />

6


igual volume de cloro, bromo ou iodo”. Assim, os<br />

compostos orgânicos eram classificados como<br />

“Tipos Químicos” quando continham o mesmo<br />

número de equivalentes químicos, eram unidos de<br />

forma semelhante e apresentavam as mesmas<br />

propriedades químicas fundamentais.<br />

Gerhardt, o amigo de Laurent<br />

mencionado anteriormente, também contribuiu para<br />

fomentar as discussões sobre os compostos orgânicos<br />

propondo a Teoria dos Resíduos (também conhecida<br />

como Teoria da Decomposição Dupla). A reação de<br />

certos compostos orgânicos formam compostos<br />

inorgânicos muito estáveis, água ou dióxido de<br />

carbono, como produtos. Ou seja, a partir da<br />

combinação de duas moléculas, as partes eliminadas<br />

se unem para formar uma molécula inorgânica,<br />

enquanto os resíduos das moléculas orgânicas<br />

formam novos compostos. Por exemplo:<br />

A Teoria dos Resíduos foi fortemente<br />

atacada, pois Gerhardt não considerava os resíduos<br />

como sendo positiva ou negativamente carregados,<br />

como exigia a Teoria Dualística. Ademais, ela não se<br />

mostrou muito consistente, uma vez que existem<br />

muitas reações não são de decomposição dupla e não<br />

se encaixavam na proposição de Gerhardt. No<br />

entanto, os estudos que o levaram a propor a teoria,<br />

também o conduziram a uma revisão dos valores dos<br />

pesos atômicos/moleculares e a um esquema de<br />

classificação dos compostos orgânicos, sendo de<br />

inestimável valor para o entendimento de<br />

importantes aspectos da Química de sua época.<br />

Analisando os pesos atômicos e<br />

moleculares empregados na época, Gerhardt<br />

observou que, para muitos gases, os pesos<br />

moleculares utilizados pelos químicos inorgânicos<br />

eram a metade daqueles usados pelos químicos<br />

orgânicos, e propôs a uniformização entre os dois<br />

ramos da química através da duplicação dos pesos<br />

moleculares dos compostos inorgânicos simples, ou<br />

dividindo os pesos dos compostos orgânicos. Ele<br />

sublinhava a vantagem da utilização do padrão doisvolumes,<br />

que além de ser mais simples, concordava<br />

com as idéias pouco consideradas de Avogrado-<br />

Ampére. Para o seu melhor entendimento, no jargão<br />

da época, para a molécula de água, por exemplo, o<br />

padrão dois-volumes indicava a fórmula H2O e o<br />

padrão quatro-volumes indicava a fórmula H4O2.<br />

O esquema de classificação, proposto por<br />

Gerhardt, agrupava compostos orgânicos em<br />

famílias.<br />

Estas famílias abrigavam substâncias com<br />

o mesmo número de átomos de carbono (ou seja, em<br />

séries homólogas).<br />

Controvérsias e disputas vieram<br />

novamente à tona, pois Dumas havia feito o mesmo<br />

procedimento para os ácidos graxos e exigia o<br />

reconhecimento da idéia como de sua autoria. O fato<br />

é que, não se levando em conta as origens desta<br />

classificação, ela serviu para fortalecer e generalizar<br />

a Teoria dos Tipos, e a partir de então, vários<br />

compostos orgânicos foram sistematizados. Por<br />

exemplo, a amônia, formada por um átomo central de<br />

nitrogênio rodeado por três átomos de hidrogênio, foi<br />

identificada como um Tipo, o Tipo Amônia.<br />

Compostos deste tipo eram aqueles em que ocorria a<br />

troca de um, dois ou três átomos de hidrogênio por<br />

radicais orgânicos na molécula de amônia. Em<br />

analogia, compostos do Tipo Água eram formados<br />

por um átomo de oxigênio central, nos quais ocorria<br />

a substituição de um ou dois átomos de hidrogênio<br />

por radicais orgânicos. O esquema abaixo ilustra<br />

exemplos de compostos do Tipo Amônia e Água:<br />

Em suma, as teorias e idéias apresentadas,<br />

algumas aceitas e outras refutadas, clamavam para a<br />

introdução de uma visão do composto que existisse<br />

7


como uma unidade completa, em substituição à visão<br />

dualística de Berzelius, que considerava os<br />

compostos como sendo formados por duas unidades<br />

eletricamente carregadas. A necessidade por soluções<br />

para a confusão entre peso equivalente e peso<br />

atômico e de introduzir uma distinção clara entre<br />

átomos e moléculas era evidente. Consequentemente<br />

era necessário repensar os conceitos fundamentais.<br />

Tendo agora uma percepção sobre o<br />

estado do conhecimento químico da época, podemos<br />

ir á Karlrushe e conhecer as principais idéias<br />

discutidas durante o Congresso. Porém, antes e até<br />

para não interpretar de uma forma simples o que leu<br />

até agora, tenha em mente as palavras de Heinrich<br />

Rheinboldt no seu livro História da Balança: A Vida<br />

de J.J. Berzelius, “Uma teoria, mesmo se mais tarde<br />

considerada errada e condenada a desaparecer, que<br />

estimula séries de trabalhos conduzindo a<br />

descobertas de tal importância, não pode ser julgada<br />

sem valor; ela provou realmente seu valor<br />

heurístico”.<br />

m setembro de 1860, de várias partes do<br />

mundo, eles chegaram. Da França vieram<br />

Béchamp e Wurtz. Anderson, Frankland e<br />

Roscoe representavam a Inglaterra. A<br />

Alemanha estava representada por Liebig,<br />

Wöhler, Mitscherlich, Erdmann, Erlenmeyer e<br />

Bunsen. Mendeleev viera da Rússia e a Itália enviara<br />

Cannizzaro. A Química foi esquecida no jantar de<br />

confraternização. No dia seguinte, os trabalhos<br />

tiveram lugar e entraram em pauta questões<br />

formuladas por um comitê composto por Béchamp<br />

(chairman), Canizzaro, Erdman, Fresenius, Kekulé,<br />

Schischkoff, Strecker e Wurtz.<br />

As questões abordadas versavam sobre<br />

átomos, moléculas, radicais e equivalentes e<br />

discussões foram iniciadas com as colocações de<br />

Kekulé, que enfatizou a necessidade da distinção<br />

entre moléculas e átomos. Entre os debates<br />

ocorridos, estavam também aqueles que tinham<br />

como intuito definir uma notação química. Sobre o<br />

assunto, Kekulé expôs suas idéias e acentuou que<br />

tanto uma notação atômica-molecular quanto uma<br />

em equivalentes poderiam ser empregadas. O<br />

importante era não misturar as duas notações,<br />

tornando-as menos confusas (veja na Tabela 3 cada<br />

uma das notações para algumas moléculas.<br />

Considere que az = nitrogênio).<br />

As desvantagens decorrentes de tais<br />

confusões foram enfatizadas em uma das seções.<br />

Wurtz pronunciou-se a favor da<br />

manutenção dos pesos atômicos de Berzelius, em<br />

oposição às proposições feitas posteriormente por<br />

Gerhardt, e já citadas neste texto<br />

Tabela 3: Notação de compostos na forma atômica<br />

molecular, de equivalentes e atual.<br />

Na última seção do Congresso, Canizzaro<br />

defendeu as idéias de Gerhardt, que segundo ele,<br />

tinham como fonte a Teoria de Avogrado-Ampère.<br />

Sendo um profundo conhecedor desta teoria,<br />

Canizzaro teceu argumentos a seu favor e, além de<br />

frisar as diferenças existentes entre as idéias de<br />

Berzelius e aquelas de Avogadro, Ampère e<br />

Gerhardt, rogou pela adoção de pesos atômicos<br />

baseados nos princípios desta teoria.<br />

Os debates seguiram-se, opiniões<br />

conflituosas foram emitidas, e o Congresso foi<br />

encerrado com um<br />

certo ar de<br />

Mendeleev<br />

incerteza. Deve<br />

parecer aos seus<br />

olhos que o mesmo<br />

foi um fracasso. No<br />

entanto, graças a<br />

uma atitude tomada<br />

por Angelo Pavesi,<br />

amigo de<br />

Cannizzaro, o<br />

Congresso rendeu<br />

bons frutos. Ele<br />

8


distribuiu entre os presentes, cópias de um artigo de<br />

Cannizzaro, Sunto di um Corso di Filosofia Chimica,<br />

publicado em 1858 na revista Il Nuovo Cimento, no<br />

qual era enfatizada a importância das distinções entre<br />

átomo e molécula, feitas por Avogadro, para a<br />

interpretação de fenômenos químicos.<br />

Certamente, uma boa parte das cópias foi<br />

descartada em alguma lata de lixo.<br />

No entanto, alguns dos participantes do<br />

Congresso leram com atenção o seu conteúdo, entre<br />

eles Mendeleev e Lothar Meyer. Este último utilizou<br />

as sugestões de Cannizzaro como base para o seu<br />

livro “Die Modernen Theorien der Chemie”. Outras<br />

conseqüências da defesa de Cannizzaro sobre as<br />

idéias de Avogadro se fizeram notar nos anos<br />

seguintes: Odling inclui os pesos atômicos sugeridos<br />

por Avogadro em um manual de Química e Hermann<br />

Kopp, reconhecido historiador da época, que não<br />

havia sequer escutado falar de Avogadro até então, o<br />

mencionou em uma nova edição do seu livro. Assim,<br />

não é coerente subestimar o impacto dos eventos<br />

desencadeados a partir do Congresso de Karlsruhe<br />

com a apresentação da Hipótese de Avogadro. As<br />

confusões relacionadas ao peso atômico<br />

desapareceram quase completamente nos anos<br />

seguintes e os pesos moleculares passaram a ser<br />

estabelecidos com maior certeza.<br />

Podendo contar com a possibilidade de<br />

determinação correta das fórmulas moleculares, os<br />

passos na direção do estabelecimento da Química<br />

Estrutural se deram de forma mais bem sucedida.<br />

Na Química Orgânica, os trabalhos de<br />

Kekulé, Couper e Butlerov destacaram-se entre os<br />

demais, estabelecendo as bases para a estrutura dos<br />

compostos orgânicos.<br />

Na Química Inorgânica, os trabalhos de<br />

Sophus Jorgensen e Alfred Werner levaram ao<br />

entendimento das estruturas dos Compostos de<br />

Coordenação, que você estudará futuramente no seu<br />

curso de Química.<br />

9


QUESTÕES SOBRE O CONTEÚDO DO GUIA DE ESTUDOS PARA<br />

DISCUSSÕES EM SALA DE AULA<br />

Q.1 – Observe a lista com o nome dos químicos no rodapé da folha. Você reconhece algum<br />

deles? Se sim, qual deles? Quando e como você tomou conhecimento da sua existência?<br />

Q.2 – Existe alguma(s) qualidade(s) que você costuma associar a um cientista? Qual (is)?<br />

Q.3 – Nesta introdução você encontra Kekulé organizando um evento.<br />

● Esta é uma atividade que você costuma associar ao trabalho de um cientista? Se você tivesse<br />

que contar para alguém sobre as atividades que os cientistas desempenham, qual(is) você<br />

mencionaria?<br />

Q.4 – Falamos sobre a realização do Primeiro Congresso Internacional de Química.<br />

●Você já participou de alguma congresso/evento científico? Qual?<br />

● Se não participou, como você imagina que sejam estes eventos?<br />

● Você acha que estes eventos são importantes para o progresso da ciência? Por que?<br />

Q.5 – Falamos neste parágrafo sobre a inexistência de consenso sobre o sistema de pesos<br />

atômicos no início do século XIX.<br />

●A ciência consegue progredir sem a existência de consenso?<br />

●Quais são as etapas que costumam ser seguidas antes do estabelecimento de um consenso na<br />

comunidade científica?<br />

Q.6 – Quais problemas você consegue imaginar que poderiam ser decorrentes da falta de acordo<br />

entre os pesos atômicos dos elementos. Use a sua imaginação e o seu senso de humor !! (Se<br />

quiser, desenhe ou faça esquemas para melhor ilustrar as suas idéias).<br />

Q.7 – Você lembra o que dizia a Teoria Atômica de Dalton? Como você acha que se dá o<br />

“nascimento” de uma teoria, como a de Dalton?<br />

Q.8 – Você ainda lembra da Lei das Proporções Definidas de Proust? E a lei da Conservação das<br />

Massas? Por que elas recebem o nome de LEI e não de TEORIA? Qual a diferença entre elas?<br />

Q.9 – Você acha que a saída encontrada por Dalton, de estabelecer de uma regra, a regra da<br />

máxima simplicidade para a solução de um problema, é comum na prática dos cientistas? Por<br />

que?<br />

Q.10 – Neste parágrafo falamos sobre a dificuldade que Dalton encontrou para ter as suas<br />

propostas aceitas pela comunidade científica da época. Isto mostra que os cientistas nem sempre<br />

concordam entre si.<br />

10


● Você se recorda de outros exemplos similares ao acima citado, no passado ou no presente da<br />

Química? Qual (is)?<br />

Q.11 – Como podemos ver, os químicos da época, a exemplo de Dalton, possuíam formação em<br />

áreas diferentes. Você tinha conhecimento sobre isto? O que você acha deste tipo de formação?<br />

Q.12 – Nestes últimos parágrafos encontram-se expressas idéias diferentes sobre a composição<br />

da água, uma delas é a de Dalton (em concordância com Lavoisier) e a outra é de Gay-Lussac.<br />

De forma similar, verificamos que a hipótese de Avogadro, que parecia ser uma ponte entre as<br />

idéias de Dalton e de Gay-Lussac, não teve grande repercussão na comunidade científica.<br />

● Na sua opinião, quais fatores podem colaborar para que uma hipótese ou teoria seja descartada<br />

ou desvalorizada pela comunidade científica? Ou seja, nestas situações, como os cientistas<br />

decidem quais hipóteses/teorias devem ser aceitas e quais devem ser rejeitadas?<br />

Q.13 – Posicione-se criticamente quanto a esta idéia colocada na Teoria Dualística Eletroquímica<br />

de Berzelius. Você concorda com ela? Se não, explique a razão e, se possível, exemplifique.<br />

Q.14 – Você consegue identificar em que aspecto a Hipótese de Avogadro contrariava a Teoria<br />

Dualística?<br />

Q.15 – Você acha que existe alguma correlação entre o que Dalton fez, com relação à sugestão da<br />

regra da máxima simplicidade com o que Berzelius fez ao ampliar a sua Teoria Dualística<br />

Eletroquímica aos compostos inorgânicos? Justifique a sua resposta.<br />

Q.16 – A sua idéia sobre o conceito de “radical” é coincidente com aquela apresentada no texto?<br />

Por que?<br />

Q.17 – Escreva a sua opinião, da forma mais clara possível, sobre o que você acredita que<br />

aconteça nestas situações. Levante suas hipóteses, se for o caso.<br />

Q.18 – O que você acha que significou para Berzelius o fato da Teoria dos Radicais estar, àquela<br />

época, começando a se estabelecer e a ser reconhecida pela comunidade científica?<br />

Q.19 – O que você achou da atitude dele diante do fato acima mencionado? Era uma atitude<br />

esperada por você, ou ela o(a) surpreendeu?<br />

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Universidade de São Paulo, 1988. 293p.<br />

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