Morte Celular Programada - Unesp
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<strong>Morte</strong> <strong>Celular</strong> <strong>Programada</strong><br />
Carminda da Cruz-Landim<br />
“<strong>Morte</strong> <strong>Celular</strong> <strong>Programada</strong>” é o suicídio<br />
deliberado de células indesejáveis de um<br />
organismo.<br />
A morte de células, em diversas<br />
circunstâncias. É conhecida desde há mais de<br />
150 anos, quando Vogt (1842) observou a<br />
reabsorção da notocorda durante a<br />
embriogênese de vertebrados<br />
Em 1951 Glucksman apresentou a primeira<br />
revisão e classificação<br />
Em 1965, estudando a reabsorção da<br />
glândula salivar larval de moscas, Lockshin<br />
e Williams propuseram a designação de<br />
“<strong>Morte</strong> <strong>Celular</strong> <strong>Programada</strong>”<br />
Em 1972 Kerr propos o nome de “apoptose”<br />
para a morte celular fisiológica, a qual ele<br />
antes denominara “”shrinkage necrosis”<br />
A partir daí fez-se uma distinção entre<br />
“apoptose” e “necrose”, morte celular<br />
“limpa” e “suja”.<br />
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AULA 01:<br />
HISTÓRICO (1842-2006)<br />
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A descoberta de genes, geralmente,<br />
oncogenes, controladores da morte celular<br />
fisiológica, ativadores ou inibidores,<br />
tornaram esse campo de pesquisa um dos<br />
mais “quentes”, devido à perspectiva de<br />
aplicação na Medicina.<br />
Até esse momento poucos<br />
trabalhos surgiam anualmente<br />
sobre o assunto.<br />
As pesquisas se intensificaram a<br />
partir dos anos 80, quando foi<br />
demonstrado que 131 das 1090<br />
células de Caenorhabditis elegans<br />
morriam durante seu<br />
desenvolvimento e obteve-se o<br />
primeiro mutante no qual a morte<br />
das células não ocorria<br />
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Já se sabia desde os estudos de Tata (1966) que<br />
a morte celular durante a metamorfose de girinos<br />
requeria a síntese de proteinas, porque podia ser<br />
inibida pela cyclohexamida<br />
No entanto, o primeiro marcador bioquímico da<br />
morte celular programada foi o reconhecimento<br />
de que esta geralmente vem acompanhada da<br />
ativação de endonucleases (Williams et al., 1974),<br />
gerando um padrão em escada na eletroforese do<br />
DNA de celulas em apoptose.<br />
Foi demonstrado que as proteínas<br />
envolvidas na morte celular eram enzimas,<br />
proteases cisteínicas, as caspases<br />
As caspases estão presentes nas células<br />
como zimógenos inativos. O que as ativa?<br />
Proteinas das membranas celulares que<br />
funcionam como canais iônicos podem atuar<br />
na liberação de moléculas pró-apoptóticas<br />
como o citocromo presente nas<br />
mitocondrias<br />
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Padrão em escada<br />
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A morte celular é desencadeada por estímulos que vêm do meio,<br />
geralmente falta de estímulos de sobrevivência.<br />
Nem todas as mortes celulares fisiológicas são autonômicas, isto é,<br />
suicídios; em alguns casos uma célula mata a outra, ou seja, são<br />
assassinatos. É o caso dos linfócitos T citotóxicos<br />
que matam células infectadas por virus<br />
Nem toda morte celular programada é apoptótica<br />
Bowen et al. (1980) reconhecem 4 tipos<br />
Apoptótica<br />
Não apoptótica:<br />
Vaculolar (autofágica)<br />
Atrófica (reabsorção)<br />
Diferenciação (senescência)<br />
Zakeri et al. (1995) reconhecem 2 tipos<br />
I - morte apoptótica<br />
II – morte autofágica ou lisossômica<br />
Apoptose<br />
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Autofagia<br />
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Autofagia<br />
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Hoje reconhece-se um tipo de morte<br />
fisiológica, independente da ação das<br />
caspases designada como necro-apoptose<br />
ou necrose programada<br />
Este tipo de morte celular parece ser<br />
independente das caspases e de outras<br />
enzimas relacionadas como as paracaspases<br />
e metacaspases.<br />
Outros tipos de morte celular programada estão<br />
presentes como a diferenciação terminal dos<br />
queratinócitos na epiderme (onde ocorre ação da<br />
caspase 14), catastrofe mitótica, etc.<br />
Essas modalidades são conhecidas há muito,<br />
embora tratadas em outros contextos.<br />
Resumindo: “Ciência Nova é apenas Ciência Velha<br />
acrescida de alguma coisa. Os cientistas gostam<br />
de reinventar o passado”.<br />
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