15.04.2013 Views

Haiti - O Estado de MS

Haiti - O Estado de MS

Haiti - O Estado de MS

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

o <strong>Estado</strong><br />

MATO GROSSO DO SUL<br />

Lucia Morel<br />

Mais que um slogan, a<br />

frase ao lado faz parte<br />

do dia a dia dos brasileiros<br />

que estão no <strong>Haiti</strong>. Homens<br />

e mulheres <strong>de</strong> vários <strong>Estado</strong>s<br />

brasileiros que <strong>de</strong>dicaram<br />

seis meses <strong>de</strong> suas vidas para<br />

prestar um serviço <strong>de</strong> segurança,<br />

mas também humanitário<br />

a uma nação que sobrevive no<br />

caos. O comandante do BRA-<br />

BATT 2 (2º Batalhão Brasileiro<br />

<strong>de</strong> Infantaria <strong>de</strong> Força <strong>de</strong> Paz),<br />

coronel Altair José Polsin, enfatiza<br />

em várias <strong>de</strong> suas falas<br />

aos militares e também aos visitantes<br />

do batalhão, que “essa<br />

missão está sendo encarada<br />

como o mais importante que nós<br />

temos pra fazer hoje”.<br />

No comando <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 850<br />

militares, Polsin, natural <strong>de</strong> Santa<br />

Catarina, atua com firmeza para<br />

manter a or<strong>de</strong>m e a boa atuação<br />

dos militares nas patrulhas diárias<br />

feitas em vários bairros <strong>de</strong><br />

Porto Príncipe. Dois <strong>de</strong>sses locais,<br />

Citè Soleil e Bel Air são consi<strong>de</strong>radas<br />

áreas vermelhas, ou seja,<br />

<strong>de</strong> risco. “Essas regiões são as<br />

mais violentas <strong>de</strong> Porto Príncipe<br />

e, em anos anteriores, foram foco<br />

da atuação <strong>de</strong> gangues”, contou<br />

o comandante, em visita a esses<br />

locais.<br />

O Brasil atua hoje, além<br />

<strong>de</strong>ssas áreas, em outras localida<strong>de</strong>s<br />

da capital haitiana,<br />

Porto Príncipe, mas conforme o<br />

comandante, não são consi<strong>de</strong>radas<br />

áreas <strong>de</strong> risco e são classificadas<br />

com as cores amarela<br />

e ver<strong>de</strong>.<br />

Quando as tropas da MI-<br />

NUSTAH (Missão das Nações<br />

Unidas para Estabilização do<br />

<strong>Haiti</strong>) chegaram ao país, em<br />

2004, a atuação <strong>de</strong> gangues<br />

era forte e havia confrontos<br />

armados entre os grupos e as<br />

tropas da ONU (Organização<br />

das Nações Unidas).<br />

Conforme Polsin, que chegou<br />

ao país no mês <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong>ste<br />

ano, as tropas brasileiras, que<br />

sempre foram mais numerosas<br />

que as dos outros países que<br />

atuam na Missão <strong>de</strong> Paz, ajudaram<br />

na estabilização das regiões<br />

mais violentas <strong>de</strong> Porto<br />

Príncipe e hoje, não há mais<br />

conflitos entre as tropas e as<br />

gangues.<br />

“Há manifestações, como a<br />

<strong>Haiti</strong><br />

CADERNO ESPECIAL - GUERREIROS PELA VIDA<br />

D3<br />

Sábado, 4 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2010<br />

‘Esta é a missão<br />

<strong>de</strong> nossas vidas’<br />

Homens e mulheres do todo o Brasil <strong>de</strong>dicam seis meses <strong>de</strong> suas vidas a auxiliar nos trabalhos da missão <strong>de</strong> paz no território haitiano; missão já dura seis anos<br />

que acompanhamos no dia 18<br />

<strong>de</strong> novembro, mas sempre mantivemos<br />

uma postura pacífica<br />

e sem confronto. Mantivemos<br />

nossas patrulhas na área <strong>de</strong><br />

operações, acompanhando os<br />

movimentos, mas nós não confrontamos”,<br />

afirmou o comandante.<br />

Conforme ele, a manifestação<br />

do dia 18 é um pouco “tradicional”,<br />

já que marca a in<strong>de</strong>pendência<br />

do <strong>Haiti</strong> enquanto<br />

colônia francesa, em 1804, ao<br />

final da Revolução <strong>Haiti</strong>ana, que<br />

começou em 1791.<br />

Gangues não têm mais o po<strong>de</strong>r que<br />

tinham antes da chegada do Exército<br />

Após seis anos das tropas<br />

da MINUSTAH no país mais<br />

pobre das Américas, os grupos<br />

armados e violentos per<strong>de</strong>ram<br />

a força. O coronel Eduardo Tavares<br />

Martins, que faz parte do<br />

comando na Força <strong>de</strong> Paz no<br />

país, afirma que a atuação das<br />

tropas foi feita em todo o país e<br />

“hoje, esses grupos não possuem<br />

mais o po<strong>de</strong>r que possuíam”.<br />

O militar diz que muitos dos<br />

membros <strong>de</strong>ssas gangues foram<br />

presos e ainda tiveram as armas<br />

que usavam apreendidas. Alguns<br />

<strong>de</strong>sses armamentos eram<br />

<strong>de</strong> grosso calibre e utilizados<br />

apenas pelo Exército.<br />

Martins explica que a presença<br />

maciça <strong>de</strong>sses grupos<br />

acontecia principalmente pela<br />

falta da presença do <strong>Estado</strong>.<br />

“Nesses casos, o po<strong>de</strong>r local e<br />

<strong>de</strong> pequenos grupos aparece”,<br />

acredita.<br />

Após o terremoto <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong><br />

janeiro, que alcançou 7 graus<br />

na escala Richter, muitos órgãos<br />

públicos e instituições haitianas<br />

Lucia Morel<br />

foram <strong>de</strong>struídos. Entre elas, a<br />

Penitenciária Nacional, <strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

4 mil presos fugiram. Conforme o<br />

coronel do Comando da Força <strong>de</strong><br />

Paz, essa situação não agravou<br />

a violência no país porque as<br />

tropas permaneceram nas ruas<br />

e muitos <strong>de</strong>les foram novamente<br />

capturados. “A fuga aconteceu,<br />

mas esses grupos já estavam<br />

fragilizados”, sustenta.<br />

Ao todo, 8.940 militares <strong>de</strong><br />

18 países estão no <strong>Haiti</strong> para<br />

garantir a paz e, também, ajudar<br />

na tentativa <strong>de</strong> fortalecer as instituições<br />

públicas do país.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!