15.04.2013 Views

Cartilha de Normas - formato livro.pmd - FUNEDI – UEMG

Cartilha de Normas - formato livro.pmd - FUNEDI – UEMG

Cartilha de Normas - formato livro.pmd - FUNEDI – UEMG

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

CARTILHA DE NORMAS TÉCNICAS<br />

E ELABORAÇÃO DE<br />

TRABALHOS ACADÊMICOS


<strong>Cartilha</strong> <strong>de</strong> <strong>Normas</strong> Técnicas e Elaboração <strong>de</strong> Trabalhos Acadêmicos do<br />

Instituto Superior <strong>de</strong> Educação do Alto São Francisco (ISAF) e do Instituto<br />

Superior <strong>de</strong> Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (ISAB) <strong>–</strong> unida<strong>de</strong>s<br />

acadêmicas da Fundação Educacional <strong>de</strong> Divinópolis. 96p.<br />

Redação e revisão: professor Ari Abreu<br />

Suporte técnico: Assessoria <strong>de</strong> Comunicação da <strong>FUNEDI</strong>/<strong>UEMG</strong><br />

Projeto gráfico e diagramação: Daniela Martins Barbosa Couto<br />

Ilustração: Arnaldo Pires Bessa<br />

<strong>FUNEDI</strong>/<strong>UEMG</strong> Abaeté <strong>–</strong> Rua João Gonçalves, 197, Bairro Amazonas,<br />

Abaeté (MG) <strong>–</strong> www.divinopolis.uemg.br <strong>–</strong> (37) 3541-2172


SUMÁRIO<br />

I OBJETIVO.........................................................................................7<br />

II CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS TEXTUAIS<br />

ACADÊMICOS ...............................................................................7<br />

A Clareza............................................................................................7<br />

B Objetivida<strong>de</strong>.......................................................................................8<br />

C Impessoalida<strong>de</strong>...............................................................................9<br />

D Concisão..........................................................................................9<br />

E Correção gramatical.......................................................................10<br />

F Coesão.............................................................................................11<br />

G Coerência.........................................................................................12<br />

H Unida<strong>de</strong> temática...........................................................................14<br />

I A<strong>de</strong>quação estilística.......................................................................14<br />

J Argumento <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>..............................................................14<br />

K Apoio na consensualida<strong>de</strong>............................................................15<br />

L Comprovação pela experiência ou observação..............................15<br />

III GÊNEROS TEXTUAIS ACADÊMICOS....................................17<br />

M Resumo..........................................................................................17<br />

N Esquema..........................................................................................18<br />

O Resenha............................................................................................19<br />

P Memoriais........................................................................................20<br />

Q Relatórios técnico-científicos.......................................................20<br />

R Fichamento....................................................................................22<br />

1 Fichamento bibliográfico por autor........................................22<br />

2 Fichamento bibliográfico por assunto.....................................23<br />

3 Fichamento <strong>de</strong> transcrição ou <strong>de</strong> citação..................................24<br />

4 Fichamento <strong>de</strong> resumo/analítico.............................................24<br />

S Projeto <strong>de</strong> Pesquisa.......................................................................26


T Artigo............................................................................................30<br />

U Monografia..................................................................................34<br />

V Dissertação....................................................................................35<br />

W Tese................................................................................................... 35<br />

IV NORMAS TÉCNICAS................................................................36<br />

X Uso da pontuação..........................................................................36<br />

Y Palavras ou expressões latinas utilizadas em pesquisa..................38<br />

Z Figuras, tabelas e gráficos............................................................39<br />

AA Notas <strong>de</strong> rodapé..........................................................................43<br />

BB Referências.................................................................................44<br />

1 Um autor ...............................................................................44<br />

2 Dois autores............................................................................45<br />

3 Três autores...............................................................................46<br />

4 Mais <strong>de</strong> três autores................................................................46<br />

5 Autor <strong>de</strong>sconhecido................................................................46<br />

6 Organizador, compilador, coor<strong>de</strong>nador.....................................46<br />

7 Utilização <strong>de</strong> parte <strong>de</strong> uma publicação.......................................47<br />

a) Quando o autor da parte citada é também o autor da obra....47<br />

b) Quando o autor da parte citada não é o autor da obra.....47<br />

8 Partes isoladas (páginas)........................................................47<br />

9 Partes <strong>de</strong> enciclopédia e dicionário (verbetes).........................47<br />

10 Compact Discs (CD).............................................................48<br />

11 Publicações periódicas (fascículos)........................................48<br />

12 Artigos <strong>de</strong> Jornal com autoria..............................................48<br />

13 Artigos <strong>de</strong> Revista com autoria.............................................48<br />

14 Artigos <strong>de</strong> Jornal ou Revista sem autoria.................................48<br />

15 Traduções.............................................................................49<br />

16 Filmes e ví<strong>de</strong>os.......................................................................49<br />

17 Documentos eletrônicos..........................................................49<br />

a) CD-ROM.....................................................................50<br />

b) En<strong>de</strong>reços eletrônicos <strong>de</strong> um modo geral.......................50


c) Monografias, bases <strong>de</strong> dados e softwares....................50<br />

d) Publicações periódicas...................................................50<br />

e) Partes <strong>de</strong> publicações periódicas....................................50<br />

f) E-mail..........................................................................51<br />

CC Citações..........................................................................................51<br />

1 Citação livre...........................................................................52<br />

2 Citação textual.........................................................................53<br />

3 Citação textual curta (com até três linhas)..............................53<br />

4 Citação textual longa (mais <strong>de</strong> três linhas)............................54<br />

5 Citação <strong>de</strong> citação..................................................................55<br />

V REFERÊNCIAS............................................................................57<br />

ANEXOS.................................................................................................59<br />

Anexo A: Exemplo do processo <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> resumos..............61<br />

Anexo B: Exemplo <strong>de</strong> esquema por tópicos e explicativo..................67<br />

Anexo C: Exemplo <strong>de</strong> resenha crítica..................................................73<br />

Anexo D: Exemplo <strong>de</strong> artigo............................................................77


CARTILHA DE NORMAS TÉCNICAS<br />

E ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS<br />

I OBJETIVO<br />

Instrumentalizar os alunos na elaboração <strong>de</strong> alguns gêneros textuais acadêmicos<br />

e em relação à formatação técnica dos mesmos.<br />

II CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS TEXTUAIS ACADÊMICOS<br />

A Clareza<br />

É a qualida<strong>de</strong> daquilo que é facilmente compreendido pelo <strong>de</strong>stinatário,<br />

tanto no que se refere à organização das i<strong>de</strong>ias, quanto ao uso do material<br />

linguístico. O gran<strong>de</strong> problema em relação a este aspecto é que,<br />

muitas vezes, o escritor tem as i<strong>de</strong>ias claras em sua mente e julga que<br />

todos os leitores as terão também.<br />

Exemplo <strong>de</strong> texto sem clareza:<br />

Tendo em vista as atribuições <strong>de</strong>terminadas ao Departamento-Geral<br />

<strong>de</strong> Administração, em especial aquelas elencadas no art. 25 do Manual<br />

para a Conferência do Rio (documento em anexo), solicito a V. Sa. que<br />

promova, coor<strong>de</strong>ne e dirija, no âmbito <strong>de</strong>ste DGA, a adoção das medidas<br />

ten<strong>de</strong>ntes ao fiel <strong>de</strong>sempenho das atribuições em tela, para o que igualmente<br />

<strong>de</strong>termino às Chefias das unida<strong>de</strong>s subordinadas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, todo o<br />

apoio que se fizer necessário à obtenção do <strong>de</strong>si<strong>de</strong>rato colimado.<br />

Texto reescrito:<br />

Solicito a V. Sa. que promova, coor<strong>de</strong>ne e dirija, no âmbito <strong>de</strong>ste<br />

7


DGA, a adoção das medidas listadas no art. 25 do Manual para a Conferência<br />

do Rio, que encaminho em anexo.<br />

Nesse sentido, <strong>de</strong>termino, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, às unida<strong>de</strong>s subordinadas todo<br />

o apoio que se fizer necessário.<br />

(GOLD, 2003, p. 67-68)<br />

B Objetivida<strong>de</strong><br />

É a articulação das informações a serem apresentadas sem acrescentar<br />

elementos que distraiam o leitor daquilo que se <strong>de</strong>seja transmitir. Tratase<br />

do texto sem subterfúgios, sem excesso <strong>de</strong> palavras ou <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias.<br />

Exemplo <strong>de</strong> texto sem objetivida<strong>de</strong>:<br />

Prezados Senhores,<br />

Pedimos gentilmente, por meio <strong>de</strong>sta, a fineza <strong>de</strong> nos fornecer<br />

informações relativas à idoneida<strong>de</strong> moral e capacida<strong>de</strong> profissional do<br />

Sr. Péricles Gordinho, candidato a fazer parte do nosso quadro <strong>de</strong> funcionários<br />

e que forneceu a sua empresa como fonte <strong>de</strong> referências, por já<br />

haver sido funcionário <strong>de</strong>ssa tradicional organização.<br />

Sendo só o que se apresenta para o momento, renovamos nossos<br />

votos <strong>de</strong> estima e consi<strong>de</strong>ração.<br />

Texto reescrito:<br />

Prezados Senhores,<br />

Em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> o Sr. Péricles Gordinho nos ter fornecido a sua<br />

empresa como referência, solicitamos a gentileza <strong>de</strong> nos remeter informações<br />

quanto à idoneida<strong>de</strong> moral e capacida<strong>de</strong> profissional <strong>de</strong> seu exfuncionário.<br />

Esclarecemos ainda que, obviamente, sua informação será revestida<br />

do mais absoluto cuidado e sigilo.<br />

(GOLD, 2003, p. 38-39)<br />

8


C Impessoalida<strong>de</strong><br />

A linguagem utilizada nos trabalhos científicos <strong>de</strong>ve procurar evitar a<br />

explicitação <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> vista pessoais, não fundamentados em fatos<br />

concretos. O texto dissertativo <strong>de</strong> caráter científico <strong>de</strong>ve ser elaborado<br />

<strong>de</strong> maneira a criar um efeito <strong>de</strong> sentido <strong>de</strong> objetivida<strong>de</strong>, pois preten<strong>de</strong><br />

dar <strong>de</strong>staque ao conteúdo das afirmações feitas (a ênfase <strong>de</strong>ve ser dada<br />

ao enunciado e não à subjetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem o proferiu).<br />

Deve-se, portanto, procurar neutralizar a presença do enunciador nos<br />

enunciados. Obviamente, a neutralização do enunciador é apenas um<br />

recurso argumentativo, pois todo enunciado pressupõe alguém que o<br />

tenha produzido. Algumas expressões subjetivas, portanto, po<strong>de</strong>m comprometer<br />

o valor do trabalho, tais como: “eu penso”, “eu acho” etc. e<br />

<strong>de</strong>vem ser evitadas.<br />

Dos três enunciados abaixo, a primeira afirmação é a mais objetiva e<br />

impessoal, pois foram eliminados <strong>de</strong>la o pronome pessoal (nós, eu) e o<br />

verbo <strong>de</strong> dizer (afirmamos, afirmo):<br />

1 A inflação corrói o salário do operário.<br />

2 Nós afirmamos que a inflação corrói o salário do operário.<br />

3 Eu afirmo que a inflação corrói o salário do operário.<br />

D Concisão<br />

Forma mais enxuta e con<strong>de</strong>nsada <strong>de</strong> apresentação, em que se valoriza<br />

cada informação. Para isso é necessário maximizar a informação com<br />

um mínimo <strong>de</strong> palavras, eliminar clichês, cortar redundâncias e retirar<br />

i<strong>de</strong>ias excessivas.<br />

Exemplo <strong>de</strong> parágrafo não conciso:<br />

Em razão do questionamento da Presidência quanto à inclusão ou<br />

não <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas empenhadas e não-pagas no exercício na Conta Restos<br />

9


a Pagar, solicitamos melhores esclarecimentos sobre o assunto, consi<strong>de</strong>rando<br />

os termos do art. 38 da Lei 4.320, que <strong>de</strong>termina a reversão das<br />

<strong>de</strong>spesas anuladas à dotação orçamentária do próximo exercício.<br />

Exemplo <strong>de</strong> parágrafo conciso:<br />

Solicito a V. Sa. orientação sobre a classificação <strong>de</strong> Restos a Pagar<br />

cancelados fora do exercício <strong>de</strong> emissão.<br />

Ou<br />

Solicito a orientação <strong>de</strong> V. Sa. quanto à classificação dos Restos a<br />

Pagar cancelados <strong>de</strong>ntro do exercício que não aquele da emissão do<br />

empenho. (GOLD, 2003, p. 51)<br />

E Correção gramatical<br />

A correção gramatical envolve aspectos como: ortografia, regência, concordância,<br />

pontuação. A falta <strong>de</strong> correção gramatical contribui para o<br />

ofuscamento do brilho das i<strong>de</strong>ias, chegando, muitas vezes, a <strong>de</strong>negrir a<br />

imagem do autor do texto.<br />

Exemplo <strong>de</strong> um efeito da incorreção gramatical:<br />

Certos erros <strong>de</strong> português, sobretudo aqueles que indicam <strong>de</strong>sconhecimento<br />

da língua escrita, embora não cheguem a prejudicar a compreensão<br />

da mensagem, são arrasadores para a imagem do enunciador<br />

do texto, prejudicando totalmente o seu peso argumentativo.<br />

Leia o trecho que vem a seguir, extraído da revista Veja, <strong>de</strong> 22/01/86:<br />

Quando era ministro da Educação, Passarinho recebeu correspondência<br />

<strong>de</strong> um reitor <strong>de</strong> uma universida<strong>de</strong>, solicitando verbas ao “iminente<br />

ministro”, que não pestanejou. Colocou-a <strong>de</strong> volta no correio, dizendo<br />

ao solicitante que já havia sido nomeado...<br />

(FIORIN; SAVIOLI, 2003, p. 300)<br />

10


Observação: notem o emprego in<strong>de</strong>vido <strong>de</strong> iminente (que está a ponto<br />

<strong>de</strong> acontecer) por eminente (ilustre, sublime).<br />

F Coesão<br />

Coesão é o uso correto <strong>de</strong> termos, tais como pronomes, advérbios, conjunções,<br />

responsáveis pelo enca<strong>de</strong>amento do texto e que garantem a<br />

união entre as partes <strong>de</strong> um todo. Sem coesão, o texto fica incompreensível,<br />

com o autor partindo <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia para outra sem critério, sem<br />

ligação.<br />

Exemplo <strong>de</strong> período sem coesão:<br />

O homem que procurava exibir as roupas que ganhara no último<br />

Natal na ceia que ocorrera na casa <strong>de</strong> Celinha.<br />

Temos aí:<br />

O homem (sujeito);<br />

que procurava exibir as roupas (oração subordinada restritiva);<br />

que ganhara no último Natal na ceia (oração subordinada adjetiva restritiva);<br />

que ocorrera na casa <strong>de</strong> Celinha. (oração subordinada adjetiva restritiva).<br />

A segunda oração está subordinada àquela que seria a primeira, referindo-se<br />

ao termo homem; a terceira é subordinada à segunda; a quarta, à<br />

terceira. A primeira oração está incompleta. Falta-lhe o predicado. Quem<br />

fez o período escreveu o termo a que se refere a segunda oração, começou<br />

uma série <strong>de</strong> orações adjetivas e “esqueceu-se” <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver a<br />

primeira oração.<br />

(FIORIN; SAVIOLI, 2003, p. 383)<br />

Exemplo <strong>de</strong> mau uso dos elementos coesivos:<br />

Frequentei a faculda<strong>de</strong>, mas aprendi bastante.<br />

11


A não ser que tenha uma intenção irônica <strong>de</strong> criticar a faculda<strong>de</strong>, a conjunção<br />

“mas” foi utilizada in<strong>de</strong>vidamente, pois a i<strong>de</strong>ia estabelecida pela<br />

relação das frases não é <strong>de</strong> contradição, <strong>de</strong> adversida<strong>de</strong>. Caberiam aqui<br />

as conjunções: e, portanto, por isso etc.<br />

Exemplos <strong>de</strong> ambiguida<strong>de</strong> provocada pelo mau uso dos elementos coesivos:<br />

Havia um homem entre a multidão que dava gritos histéricos.<br />

Quem dava gritos histéricos: o homem ou a multidão?<br />

Período reescrito:<br />

Havia um homem entre a multidão, a qual (= a multidão) dava<br />

gritos histéricos.<br />

Ou:<br />

Havia um homem entre a multidão, o qual (= o homem) dava<br />

gritos histéricos.<br />

O professor falou com o diretor em sua sala.<br />

De quem era a sala: do professor ou do diretor?<br />

Período reescrito:<br />

O professor falou, em sua sala, com o diretor.<br />

Ou:<br />

O professor falou com o diretor na sala <strong>de</strong>ste.<br />

(GOLD, 2003, p. 73)<br />

G Coerência<br />

Coerência significa união estreita entre várias partes, relação entre i<strong>de</strong>ias<br />

que se harmonizam, ausência <strong>de</strong> contradição. É a coerência que distingue<br />

um texto <strong>de</strong> um amontoado <strong>de</strong> frases. Ela está para o sentido<br />

12


textual assim como a coesão está para os elementos linguísticos que<br />

buscam tal sentido.<br />

Exemplos <strong>de</strong> incoerência:<br />

Lá <strong>de</strong>ntro havia uma fumaça espessa que não <strong>de</strong>ixava que víssemos<br />

ninguém.<br />

Meu colega foi à cozinha, <strong>de</strong>ixando-me sozinho. Fiquei encostado<br />

na pare<strong>de</strong> da sala, observando as pessoas que lá estavam. Na festa,<br />

havia pessoas <strong>de</strong> todos os tipos: ruivas, brancas, pretas, amarelas, altas,<br />

baixas etc. (nesse caso, há uma incoerência, pois a personagem não podia<br />

ver e viu).<br />

(FIORIN; SAVIOLI, 2000, p. 262)<br />

O quarto espelha as características <strong>de</strong> seu dono: um esportista,<br />

que adorava a vida ao ar livre e não tinha o menor gosto pelas ativida<strong>de</strong>s<br />

intelectuais. Por toda a parte, havia sinais disso: raquetes <strong>de</strong> tênis, prancha<br />

<strong>de</strong> surf, equipamento <strong>de</strong> alpinismo, skate, um tabuleiro <strong>de</strong> xadrez<br />

com as peças arrumadas sobre uma mesinha, as obras completas <strong>de</strong><br />

Shakespeare. (Se o dono do quarto “não tinha o menor gosto pelas ativida<strong>de</strong>s<br />

intelectuais”, como se justificam o “tabuleiro <strong>de</strong> xadrez com as<br />

peças arrumadas sobre uma mesinha” e “as obras completas <strong>de</strong> Shakespeare”?).<br />

(FIORIN; SAVIOLI, 2000, p. 268)<br />

Outro exemplo <strong>de</strong> incoerência: “se alguém diz que os seres humanos<br />

<strong>de</strong>vem ser tratados com respeito, não po<strong>de</strong>ndo sofrer nenhum castigo<br />

físico e que, portanto, os pais <strong>de</strong>vem bater nos filhos, violou a lógica<br />

dos enunciados, dado que uma criança é um ser humano e, por conseguinte,<br />

a primeira i<strong>de</strong>ia não permitiria a conclusão <strong>de</strong> que os pais <strong>de</strong>vem<br />

bater nos filhos”.<br />

(FIORIN; SAVIOLI, 2003, p. 400-401)<br />

13


H Unida<strong>de</strong> temática<br />

O texto <strong>de</strong>ve tratar <strong>de</strong> um só assunto, pois um texto dispersivo, cheio <strong>de</strong><br />

informações <strong>de</strong>sencontradas não é entendido por ninguém: fica-se sem<br />

saber qual é seu objeto central, ou seja, o texto que fala <strong>de</strong> tudo acaba<br />

não falando <strong>de</strong> nada. Ele <strong>de</strong>ve, portanto, ter varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que essa<br />

varieda<strong>de</strong> explore uma mesma matéria, isto é, comece, continue e acabe<br />

<strong>de</strong>ntro do mesmo tema central.<br />

I A<strong>de</strong>quação estilística<br />

O estilo <strong>de</strong> um texto varia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a escolha do tipo <strong>de</strong> letra, do <strong>formato</strong><br />

da impressão, da seleção vocabular, do gênero textual, do suporte, da<br />

forma <strong>de</strong> circulação etc. O estilo empregado na composição <strong>de</strong> um texto,<br />

portanto, precisa estar coerente com vários aspectos, inclusive as<br />

intenções do autor. Para buscar tal coerência é necessário observar elementos,<br />

tais como: público leitor, conteúdo, objetivos, contexto, intenção<br />

etc.<br />

J Argumento <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong><br />

É a citação <strong>de</strong> autores renomados, autorida<strong>de</strong>s num certo domínio do<br />

saber, para corroborar uma tese, um ponto <strong>de</strong> vista. O uso <strong>de</strong> citações<br />

cria a imagem <strong>de</strong> que o escritor conhece bem o assunto, porque já leu o<br />

que sobre ele pensaram outros autores. Neste sentido, torna os autores<br />

citados fiadores da veracida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um dado ponto <strong>de</strong> vista. As citações,<br />

portanto, são importantes e enriquecem o trabalho. Entretanto, <strong>de</strong>vem<br />

ser dosadas para que o trabalho não fique fragmentado e nem perca a<br />

autoria.<br />

Exemplo <strong>de</strong> uso do argumento <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>:<br />

Conforme afirma Bertrand Russel, não é a posse <strong>de</strong> bens materiais<br />

o que mais seduz os homens, mas o prestígio <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong>la.<br />

14


Segundo o mesmo autor, na China e no Japão, o saber é mais<br />

valorizado que a riqueza exatamente porque, nessas socieda<strong>de</strong>s, confere<br />

mais prestígio a quem o possui.<br />

(FIORIN; SAVIOLI, 2000, p. 311)<br />

K Apoio na consensualida<strong>de</strong><br />

Uso <strong>de</strong> proposições evi<strong>de</strong>ntes por si ou universalmente aceitas para efeito<br />

<strong>de</strong> argumentação. São enunciados que não exigem comprovação porque<br />

seu conteúdo é aceito por consenso como verda<strong>de</strong>iro, válido, pelo menos<br />

<strong>de</strong>ntro dos limites <strong>de</strong> certo espaço sociocultural.<br />

Por exemplo:<br />

A educação é a base do <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Os investimentos em pesquisa são indispensáveis, para que um<br />

país supere sua condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência.<br />

Não se <strong>de</strong>ve, no entanto, confundir argumento baseado no consenso<br />

com lugares-comuns carentes <strong>de</strong> base científica, <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> discutível.<br />

É preciso muito cuidado para distinguir o que é uma i<strong>de</strong>ia que<br />

não mais necessita <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração e a enunciação <strong>de</strong> preconceitos do tipo:<br />

o brasileiro é indolente, a Aids é castigo <strong>de</strong> Deus, só o amor constrói.<br />

(FIORIN; SAVIOLI, 2003, p. 286)<br />

L Comprovação pela experiência ou observação<br />

Fundamentação do conteúdo <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> um enunciado por meio da<br />

documentação com dados que comprovem ou confirmem sua valida<strong>de</strong>.<br />

As opiniões pessoais expressam apreciações, pontos <strong>de</strong> vista, julgamentos,<br />

que exprimem aprovação ou <strong>de</strong>saprovação. No entanto, elas terão<br />

pouco valor se não vierem apoiadas em fatos, ou seja, os argumentos<br />

terão muito mais peso se a opinião estiver embasada em dados compro-<br />

15


atórios pertinentes, suficientes, a<strong>de</strong>quados, fi<strong>de</strong>dignos. Tais provas<br />

concretas po<strong>de</strong>m ser cifras e estatísticas, dados históricos, fatos da experiência<br />

cotidiana etc.<br />

Esse tipo <strong>de</strong> argumento, quando bem feito, cria a sensação <strong>de</strong> que o<br />

texto trata <strong>de</strong> coisas verda<strong>de</strong>iras e não apresenta opiniões gratuitas.<br />

Exemplo <strong>de</strong> argumentos baseados em provas concretas:<br />

O acaso po<strong>de</strong> dar origem a gran<strong>de</strong>s e importantes <strong>de</strong>scobertas científicas,<br />

o que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>monstrado pela <strong>de</strong>scoberta da penicilina por<br />

Alexan<strong>de</strong>r Flemming, que cultivava bactérias quando, por acaso, percebeu<br />

que os fungos surgidos no frasco matavam as bactérias que ali estavam.<br />

Da pesquisa com esses fungos, ele chegou à penicilina.<br />

16<br />

***<br />

(FIORIN; SAVIOLI, 2000, p. 312)


M Resumo<br />

III GÊNEROS TEXTUAIS ACADÊMICOS<br />

O resumo (confira exemplos no Anexo A) é a con<strong>de</strong>nsação fiel das i<strong>de</strong>ias<br />

ou dos fatos contidos em um texto. Resumir um texto significa, portanto,<br />

reduzi-lo ao seu esqueleto essencial sem per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista três elementos:<br />

1) Cada uma das partes essenciais do texto;<br />

2) A progressão em que elas se suce<strong>de</strong>m;<br />

3) O enca<strong>de</strong>amento entre as partes.<br />

Quem resume <strong>de</strong>ve exprimir, em estilo objetivo, os elementos essenciais<br />

do texto. Por isso não cabem, no resumo, comentários, julgamentos,<br />

críticas ao que está sendo con<strong>de</strong>nsado.<br />

Resumir não é reproduzir frases ou partes <strong>de</strong> frases do texto original<br />

(“colagem”) e sim apresentar, com as próprias palavras, os pontos relevantes<br />

do texto original.<br />

Para elaborar um bom resumo, é necessário compreen<strong>de</strong>r antes o conteúdo<br />

global do texto. Não é possível ir resumindo à medida que se vai<br />

fazendo a primeira leitura.<br />

O grau <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> para resumir um texto <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> basicamente <strong>de</strong><br />

dois fatores: da complexida<strong>de</strong> do próprio texto e/ou da competência do<br />

leitor, mas o uso <strong>de</strong> um procedimento apropriado po<strong>de</strong> diminuir as dificulda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> sua elaboração. Para isso, <strong>de</strong>ve-se seguir as seguintes etapas:<br />

1) Ler uma vez o texto ininterruptamente com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r<br />

à seguinte pergunta: do que trata o texto?<br />

2) Fazer uma segunda leitura, para compreen<strong>de</strong>r melhor os significados<br />

das palavras difíceis, captar o sentido das frases complexas e dos conectores.<br />

17


3) Fazer uma segmentação do texto em blocos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias que tenham<br />

alguma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> significação (muitas vezes funciona o critério <strong>de</strong><br />

divisão por parágrafos). Em seguida, resumi-se a i<strong>de</strong>ia ou i<strong>de</strong>ias centrais<br />

<strong>de</strong> cada fragmento.<br />

4) Elaborar a redação final com suas palavras, procurando con<strong>de</strong>nsar os<br />

segmentos, enca<strong>de</strong>á-los na progressão em que se suce<strong>de</strong>m no texto e<br />

estabelecer as relações entre eles.<br />

N Esquema<br />

Po<strong>de</strong>mos falar <strong>de</strong> dois tipos básicos <strong>de</strong> esquema: por tópicos e explicativo<br />

(confira exemplos no Anexo B). O esquema por tópicos, como o<br />

próprio nome indica, é feito por palavras, expressões ou frases que revelam<br />

a estrutura do texto e suas i<strong>de</strong>ias principais. Ele funciona muito<br />

bem como roteiro para uma apresentação.<br />

O esquema explicativo diferencia do primeiro por acrescentar um resumo<br />

a cada tópico (po<strong>de</strong>mos usar aqui a técnica <strong>de</strong> resumo estudada anteriormente).<br />

Ele é aconselhável na revisão <strong>de</strong> conteúdos e, também, em<br />

apresentações em que se <strong>de</strong>seja oferecer aos participantes um material<br />

explicativo para consulta posterior.<br />

Muitas vezes, po<strong>de</strong>-se usar, na elaboração do esquema, os títulos e subtítulos<br />

dos textos a serem esquematizados (no caso <strong>de</strong> <strong>livro</strong>, vale a pena<br />

18<br />

1 Título 1<br />

1.1 Título 2<br />

1.1.1 Título 3<br />

1.1.1.1 Título 4<br />

1.1.1.1.1 Título 5<br />

I. Título 1<br />

A. Título 2<br />

A. Título 2 + Centralizado<br />

1. Título 3<br />

a) Título 4<br />

(1) Título 5<br />

(a) Título 6<br />

(j) Título 7<br />

(a) Título 8


uma consulta ao sumário). A numeração no esquema po<strong>de</strong> ser feita <strong>de</strong><br />

duas formas: através <strong>de</strong> algarismos arábicos ou através <strong>de</strong> um sistema<br />

misto que mistura algarismos e letras.<br />

O Resenha<br />

Resenhar significa fazer uma relação das proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um objeto,<br />

enumerar cuidadosamente seus aspectos relevantes, <strong>de</strong>screver as circunstâncias<br />

que o envolvem. O objeto resenhado po<strong>de</strong> ser um jogo <strong>de</strong><br />

futebol, uma feira <strong>de</strong> <strong>livro</strong>s, um romance, uma peça teatral, um filme etc.<br />

Como uma resenha jamais po<strong>de</strong>rá dar conta <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>talhes do<br />

objeto resenhado, o resenhador <strong>de</strong>ve proce<strong>de</strong>r seletivamente, filtrando<br />

apenas os aspectos pertinentes do objeto, isto é, apenas aquilo que é<br />

funcional em vista <strong>de</strong> uma intenção previamente <strong>de</strong>finida (a importância<br />

do que se vai relatar <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da finalida<strong>de</strong> a que a resenha se presta).<br />

A resenha (confira exemplo no Anexo C) não se confun<strong>de</strong> com um simples<br />

resumo, pois este é apenas um elemento da sua estrutura. Ela po<strong>de</strong><br />

ser <strong>de</strong>scritiva, isto é, sem nenhum julgamento ou apreciação do resenhador,<br />

ou crítica, pontuada <strong>de</strong> apreciações, notas, juízos <strong>de</strong> valor <strong>de</strong><br />

quem a elaborou.<br />

Elementos <strong>de</strong> uma resenha <strong>de</strong>scritiva:<br />

1)Uma parte em que se dão informações sobre o texto:<br />

<strong>–</strong> Nome do autor (ou autores);<br />

<strong>–</strong> Título completo e exato da obra (ou artigo);<br />

<strong>–</strong> Nome da editora e, se for o caso, da coleção <strong>de</strong> que faz parte a obra;<br />

<strong>–</strong> Lugar e data da publicação;<br />

<strong>–</strong> Número <strong>de</strong> volumes e páginas.<br />

2)Uma segunda parte com o resumo do conteúdo da obra (po<strong>de</strong>mos usar<br />

aqui a técnica <strong>de</strong> resumo estudada anteriormente):<br />

19


<strong>–</strong> Indicação sucinta do assunto global da obra e do ponto <strong>de</strong> vista<br />

adotado pelo autor;<br />

<strong>–</strong> Resumo que apresenta os pontos essenciais do texto.<br />

Na resenha crítica, além dos elementos da resenha <strong>de</strong>scritiva citados<br />

anteriormente, entram também comentários e julgamentos do resenhador<br />

sobre as i<strong>de</strong>ias do autor, o valor da obra etc.<br />

A resenha acadêmica, por sua vez, exige um melhor <strong>de</strong>talhamento do<br />

conteúdo da obra e uma crítica bem fundamentada. Por fim, é necessário<br />

dar um título à resenha. É comum o autor da resenha atribuir-lhe o<br />

mesmo título do objeto resenhado, mas isso não convém, pois trata-se<br />

<strong>de</strong> objetos diferentes, elaborados por autores diferentes. Por exemplo,<br />

uma coisa é o <strong>livro</strong> lido, outra coisa é a resenha que se faz <strong>de</strong>le.<br />

P Memoriais<br />

São relatórios sobre aspectos da vida pessoal e profissional <strong>de</strong> um indivíduo.<br />

Têm caráter histórico e priorizam dados relativos à formação<br />

acadêmica e profissional do autor. Servem para obtenção <strong>de</strong> progressão<br />

vertical na carreira ou simplesmente como relato <strong>de</strong> experiências.<br />

“Alguns memoriais vão muito além da simples apresentação das habilida<strong>de</strong>s<br />

pessoais e profissionais do candidato, com textos tão ricamente<br />

elaborados que os transformam em verda<strong>de</strong>iras obras literárias.”<br />

(FRANÇA, 2007, p. 44).<br />

Q Relatórios técnico-científicos<br />

É o registro escrito <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvida. No caso particular<br />

<strong>de</strong> uma pesquisa, visa relatar esta ativida<strong>de</strong> em toda sua dimensão, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o planejamento até as conclusões, <strong>de</strong> maneira concisa.<br />

O relatório <strong>de</strong> pesquisa encontra-se entre os meios <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong><br />

20


maior circulação nas Universida<strong>de</strong>s, Congressos, Associações diversas,<br />

além <strong>de</strong> outros. Em caso <strong>de</strong> relatórios internos, algumas organizações<br />

adotam regras específicas.<br />

De um modo geral, po<strong>de</strong>mos dizer que os relatórios são escritos com o<br />

objetivo <strong>de</strong>:<br />

1) Divulgar os dados técnicos obtidos e analisados;<br />

2) Registrá-los em caráter permanente.<br />

Principais tipos <strong>de</strong> relatórios: técnico-científicos, <strong>de</strong> viagem, <strong>de</strong> estágio,<br />

<strong>de</strong> visita técnica, administrativos e com fins especiais.<br />

Relatórios técnico-científicos: são documentos originais pelos quais se<br />

faz a difusão da informação corrente, sendo ainda o registro permanente<br />

das informações obtidas. São elaborados principalmente para <strong>de</strong>screver<br />

experiências, investigações, processos, métodos e análises.<br />

Relatórios <strong>de</strong> viagem: <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>screver <strong>de</strong>talhes acerca <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>senvolvidas em viagens e/ou eventos temáticos relacionados a estudos<br />

em <strong>de</strong>senvolvimento. Neles especificam-se data, local e participantes<br />

do evento.<br />

Relatórios <strong>de</strong> estágio: <strong>de</strong>vem conter, principalmente, o registro <strong>de</strong> experiências<br />

vivenciadas na área <strong>de</strong> atuação futura do formando. Além dos<br />

elementos básicos <strong>de</strong> um relatório, neles <strong>de</strong>vem constar o período <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento do estágio, o local e o registro <strong>de</strong> duração do mesmo<br />

(em horas).<br />

Relatórios <strong>de</strong> visita técnica: <strong>de</strong>stinam-se à apresentação <strong>de</strong> informações<br />

técnicas <strong>de</strong> visitas a locais relacionados a alguma área <strong>de</strong> estudo em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento. Além dos elementos básicos <strong>de</strong> um relatório, neles<br />

<strong>de</strong>vem constar o local e a data da visita.<br />

Relatórios administrativos: são relatos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada atuação admi-<br />

21


nistrativa <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma organização. Este tipo <strong>de</strong> relatório po<strong>de</strong> ser<br />

elaborado individualmente ou em grupo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que especificado o período<br />

que está sendo relatado.<br />

Relatórios com fins especiais: seguem um padrão específico <strong>de</strong> acordo<br />

com sua finalida<strong>de</strong> e orientações da instituição à qual pertence.<br />

R Fichamento<br />

Fazer um fichamento significa traçar o esqueleto da obra, organizar o<br />

texto com lógica, colocando em <strong>de</strong>staque a inter-relação das i<strong>de</strong>ias. O<br />

fichamento ajuda o pesquisador a assimilar a matéria e levantar as i<strong>de</strong>ias<br />

do texto (análise), or<strong>de</strong>nando-as (síntese).<br />

Ele, na verda<strong>de</strong>, é uma forma ativa <strong>de</strong> se tomar contato com o assunto,<br />

obrigando o estudioso a retirar as i<strong>de</strong>ias principais do texto. Permite,<br />

ainda, um fácil acesso aos dados fundamentais para a conclusão do trabalho.<br />

Existem quatro tipos <strong>de</strong> fichamento:<br />

1 Fichamento bibliográfico por autor<br />

Nesta ficha ficarão anotados o nome do autor (na chamada), o título da<br />

obra, edição, local <strong>de</strong> publicação, editora, ano, número <strong>de</strong> volume (se<br />

houver mais <strong>de</strong> um) e número <strong>de</strong> páginas.<br />

Exemplo <strong>de</strong> fichamento bibliográfico por autor:<br />

22<br />

001<br />

SCARPIO, Mônica Sartori. Fertilização assistida: questão aberta:<br />

aspectos científicos e legais. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Forense Universitária,<br />

1991. 189 p.<br />

Vertentes científicas: aspectos históricos, aspectos psicológicos.


Questões jurídicas: questionamentos acerca do embrião humano;<br />

o tema no direito brasileiro; estudos e projetos; o tema no direito<br />

internacional.<br />

Legislação e jurisprudência internacional: legislação portuguesa;<br />

lei espanhola; Recomendação 1.100 do Conselho da Europa, o<br />

caso do Bebê M.<br />

Referências bibliográficas.<br />

2 Fichamento bibliográfico por assunto<br />

Este tipo <strong>de</strong> fichamento é mais fácil <strong>de</strong> trabalhar. As instruções indicadas<br />

no item anterior repetem-se aqui, sendo que <strong>de</strong>sta vez o assunto<br />

<strong>de</strong>ve estar encabeçando a ficha (na chamada).<br />

Exemplo <strong>de</strong> fichamento bibliográfico por assunto:<br />

001<br />

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL. SCARPIO, Mônica Sartori. Fertilização<br />

assistida: questão aberta: aspectos científicos e legais.<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro: Forense Universitária, 1991. 189 p.<br />

Vertentes científicas: aspectos históricos, aspectos psicológicos.<br />

Questões jurídicas: questionamentos acerca do embrião humano;<br />

o tema no direito brasileiro; estudos e projetos; o tema no direito<br />

internacional.<br />

Legislação e jurisprudência internacional: legislação portuguesa;<br />

lei espanhola; Recomendação 1.100 do Conselho da Europa, o<br />

caso do Bebê M.<br />

Referências bibliográficas.<br />

23


3 Fichamento <strong>de</strong> transcrição ou <strong>de</strong> citação<br />

Serve para que o pesquisador selecione as passagens que achar mais<br />

interessantes na obra lida. É necessário que seja reproduzido fielmente<br />

o texto do autor.<br />

Se o texto for citado entre aspas duplas (“”), e no seu curso houver uma<br />

palavra ou expressão aspeada, estas aspas <strong>de</strong>verão aparecer sob forma<br />

<strong>de</strong> aspas simples (‘’). É o fichamento mais utilizado na elaboração <strong>de</strong><br />

um trabalho acadêmico (artigo, monografia, dissertação e tese).<br />

Exemplo <strong>de</strong> fichamento <strong>de</strong> transcrição ou <strong>de</strong> citação:<br />

SCARPIO, Mônica Sartori. Fertilização assistida: questão aberta:<br />

aspectos científicos e legais. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Forense Universitária,<br />

1991. 189 p.<br />

Eis posicionamento importante, citado pela autora, sobre o início da<br />

vida e sua proteção jurídica: “A personalida<strong>de</strong> começa com o nascimento<br />

com vida, que se verifica quando o feto se separa completamente<br />

do corpo materno. Neste momento é que po<strong>de</strong> ser objeto <strong>de</strong> uma<br />

proteção jurídica in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da que concerne à mãe”. (p. 40-41)<br />

4 Fichamento <strong>de</strong> resumo/analítico<br />

Consiste numa síntese <strong>de</strong> um <strong>livro</strong>, capítulo, trecho ou vários <strong>livro</strong>s com<br />

a intenção <strong>de</strong> elaborar um trabalho or<strong>de</strong>nado <strong>de</strong> conclusões pessoais ou<br />

mesmo <strong>de</strong> um grupo.<br />

Para fazer uma ficha resumo/analítica é necessário: verificar a indicação<br />

bibliográfica, fazer um esquema, e elaborar o resumo propriamente<br />

dito. Juntamente com o mo<strong>de</strong>lo anterior, é o mais usado na elaboração<br />

<strong>de</strong> um trabalho acadêmico (artigo, monografia, dissertação e tese).<br />

24


Exemplo <strong>de</strong> fichamento <strong>de</strong> resumo/analítico:<br />

SCARPIO, Mônica Sartori. Fertilização assistida: questão aberta:<br />

aspectos científicos e legais. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Forense Universitária,<br />

1991. 189 p.<br />

Discutindo os diversos aspectos biomédicos, psicológicos, bioéticos,<br />

religiosos e jurídicos que constituem questões fundamentais<br />

na abordagem das novas práticas conceptivas, este lançamento<br />

da Editora Forense Universitária é obra pioneira no Brasil. Como<br />

o próprio título sugere, a fertilização assistida, termo preferível a<br />

artificial ainda é uma questão aberta, suscitando <strong>de</strong>talhes e polêmicas<br />

nos vários países em que é praticada. Devido à atualida<strong>de</strong><br />

do tema e ao significado dos valores éticos e morais implicados<br />

no processo, torna-se cada vez mais necessária a normalização<br />

jurídica da matéria, o que só se verificará a partir <strong>de</strong> uma ampla<br />

discussão entre os especialistas e a difusão <strong>de</strong> esclarecimentos e<br />

informações à opinião pública, <strong>de</strong>bate para o qual a autora preten<strong>de</strong><br />

contribuir. O assunto é tão polêmico que a própria autora salienta:<br />

“a a<strong>de</strong>quada abordagem dos aspectos relacionados à fecundação<br />

artificial pressupõe um enfoque interdisciplinar que dê cobertura<br />

à multiplicida<strong>de</strong> das variáveis e que conduza à convergência<br />

para um horizonte amplo a ser abrangido pelo conhecimento<br />

jurídico.” (p. 2)<br />

IDEAÇÃO: Após a leitura da obra em referência chega-se ao posicionamento<br />

<strong>de</strong> que se faz necessária, no Brasil como em outras<br />

partes do mundo, a criação <strong>de</strong> leis que venham a dirimir os possíveis<br />

conflitos advindos das novas técnicas <strong>de</strong> reprodução assistida.<br />

OBSERVAÇÃO: Em apêndice a obra contém a proteção nacional:<br />

Resolução n. 1 do Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong><br />

junho <strong>de</strong> 1988, sobre as <strong>Normas</strong> <strong>de</strong> Pesquisa em Saú<strong>de</strong>; o tema da<br />

Constituinte; Projetos <strong>de</strong> lei nacionais. Além disso, traz legisla-<br />

25


ção e jurisprudência internacional: legislação portuguesa, lei espanhola,<br />

Recomendação 1.100 do Conselho da Europa, o caso do<br />

Bebê M, estudo do direito comparado.<br />

S Projeto <strong>de</strong> Pesquisa<br />

26<br />

(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 91-94)<br />

Todo trabalho científico <strong>de</strong>ve ser construído a partir da elaboração <strong>de</strong><br />

um projeto <strong>de</strong> pesquisa. Ele vai possibilitar o <strong>de</strong>lineamento das i<strong>de</strong>ias<br />

iniciais sobre o problema e sobre a metodologia que será usada no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do estudo.<br />

“Em geral, os projetos reúnem um conjunto <strong>de</strong> elementos para estruturar<br />

um plano <strong>de</strong> execução e operacionalizar a aplicação <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong><br />

qualquer natureza, para produção <strong>de</strong> bens e serviços.” (FRANÇA, 2007,<br />

p. 78). Evi<strong>de</strong>ntemente, o projeto <strong>de</strong> pesquisa po<strong>de</strong> ser modificado, adaptando-se<br />

às novas contingências.<br />

No projeto <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong>ve estar muito claro o caminho a ser percorrido,<br />

as etapas a serem vencidas, os instrumentos e estratégias a serem<br />

utilizados. Consequentemente, o pesquisador caminhará <strong>de</strong> forma mais<br />

segura em todas as etapas <strong>de</strong> elaboração do trabalho científico, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

do nível <strong>de</strong> aprofundamento da pesquisa.<br />

A elaboração <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> pesquisa envolve três momentos:<br />

1) Momento <strong>de</strong>cisório: escolha <strong>de</strong> um tema, elegendo uma parcela <strong>de</strong>limitada<br />

<strong>de</strong> um assunto, estabelecendo limites ou restrições para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da pesquisa pretendida. Você <strong>de</strong>ve respon<strong>de</strong>r à seguinte pergunta:<br />

“O que pretendo abordar?” ou “O que será explorado?”. 2) Momento<br />

<strong>de</strong> elaboração: trata-se da busca ou coleta <strong>de</strong> dados, que começou<br />

com o projeto inicial e passou a ser sistematizado a partir do projeto<br />

<strong>de</strong>finitivo. Esta seleção é mais superficial, po<strong>de</strong>ndo haver mudanças,


eliminações, acréscimos no material selecionado <strong>de</strong> acordo com o andamento<br />

do trabalho.<br />

3) Momento <strong>de</strong> redação final do trabalho: pressupõe que a parte exploratória<br />

esteja pelo menos parcialmente concluída. É o momento <strong>de</strong> você<br />

realmente escrever <strong>de</strong>finitivamente o seu trabalho.<br />

Os métodos e as técnicas <strong>de</strong> pesquisa po<strong>de</strong>m envolver: pesquisa bibliográfica<br />

e/ou pesquisa <strong>de</strong> campo. Na pesquisa bibliográfica, o trabalho<br />

será formulado a partir da consulta a um referencial teórico, assim como<br />

informações obtidas na Internet. Já na pesquisa <strong>de</strong> campo, o trabalho<br />

será formulado a partir <strong>de</strong> métodos e técnicas a serem utilizados na coleta<br />

<strong>de</strong> dados, caracterização da população ou da amostra, explicitação<br />

dos instrumentos a serem utilizados na coleta <strong>de</strong> dados, explicitação dos<br />

aspectos relacionados à coleta <strong>de</strong> dados, tais como: Quando? On<strong>de</strong>?<br />

Quem? Como?, <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> como o autor do trabalho preten<strong>de</strong> fazer o<br />

tratamento e a análise dos dados coletados.<br />

A pesquisa <strong>de</strong> campo pressupõe, também, o uso da pesquisa bibliográfica,<br />

pois é inconcebível partir para um trabalho <strong>de</strong> campo sem um referencial<br />

teórico como suporte.<br />

Os elementos essenciais <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> pesquisa são:<br />

<strong>–</strong> Folha <strong>de</strong> rosto: Toda folha <strong>de</strong> rosto <strong>de</strong>ve incluir os elementos i<strong>de</strong>ntificadores<br />

do projeto <strong>de</strong> pesquisa. São eles: nome do autor do projeto <strong>de</strong><br />

pesquisa, título (ainda que provisório), nota <strong>de</strong>scritiva (finalida<strong>de</strong> do<br />

projeto), local e data. O título <strong>de</strong>verá primar pela originalida<strong>de</strong> e expressar,<br />

sucintamente, a i<strong>de</strong>ia central do projeto.<br />

<strong>–</strong> Sumário: Facilita a consulta e a visualização do projeto e, portanto,<br />

<strong>de</strong>ve indicar todos os elementos estruturais do mesmo (partes, capítulos,<br />

subcapítulos), na mesma or<strong>de</strong>m e grafia em que aparecem no texto.<br />

Os dados e o número da página <strong>de</strong>vem vir dispostos da margem esquer-<br />

27


da à direita da folha, com exceção da palavra “sumário”, que vem centralizada.<br />

<strong>–</strong> Introdução: A palavra que o autor do projeto <strong>de</strong>ve associar à introdução<br />

é a contextualização. Neste item, a critério do autor, po<strong>de</strong> ser incluído<br />

um breve histórico <strong>de</strong> forma a apresentar o tema ou objeto <strong>de</strong> estudo.<br />

Ao selecionar um tema, tenha certeza <strong>de</strong> que o mesmo se encontra <strong>de</strong><br />

acordo com as inclinações, possibilida<strong>de</strong>s e tendências <strong>de</strong> quem se propõe<br />

a elaborar um trabalho científico. Selecionar um tema é encontrar<br />

um objeto <strong>de</strong> estudo que mereça ser investigado cientificamente e tenha<br />

condições <strong>de</strong> ser formulado e <strong>de</strong>limitado em função da pesquisa.<br />

Na introdução <strong>de</strong>vem constar alguns itens, tais como:<br />

1) Objetivos: <strong>de</strong>verá expressar com clareza o objetivo central da pesquisa<br />

(o que se preten<strong>de</strong> conseguir com a realização do trabalho).<br />

2) Justificativa: <strong>de</strong>verá constituir-se num texto que explicite a relevância<br />

e a abrangência do tema, bem como explicitar sua relação com o<br />

processo <strong>de</strong> formação do(a) autor(a) e a contribuição da pesquisa para a<br />

área a que pertence. Deverá constar, ainda, da justificativa:<br />

<strong>–</strong> Problema <strong>de</strong> pesquisa: <strong>de</strong>verá apresentar um leque <strong>de</strong> questões,<br />

<strong>de</strong>vidamente fundamentadas, sobre o tema. Deverá constituir-se num<br />

<strong>de</strong>safio que instigue o(a) pesquisador(a) a encontrar respostas para as<br />

questões colocadas.<br />

<strong>–</strong> Hipótese: <strong>de</strong>verá constituir-se numa antecipação do resultado<br />

da pesquisa. De certa forma, o(a) pesquisador(a), ao levantar suas hipóteses,<br />

apresentará as respostas às questões-problema. Essas respostas<br />

orientarão a coleta e a análise dos dados, <strong>de</strong>vendo ser retomada ao final<br />

do trabalho.<br />

<strong>–</strong> Base teórica conceitual: <strong>de</strong>verá constituir-se num texto que apresente<br />

uma reflexão sobre o tema do projeto <strong>de</strong> pesquisa a partir dos<br />

referenciais teóricos indicados pelo eixo temático com o qual será <strong>de</strong>-<br />

28


senvolvido o trabalho. A partir <strong>de</strong> quê? Quem já escreveu e o que já foi<br />

publicado sobre o assunto? Que aspectos já foram abordados e quais as<br />

lacunas existentes na literatura?<br />

3) Metodologia: <strong>de</strong>verá explicitar o processo <strong>de</strong> pesquisa que se preten<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolver (bibliográfica e/ou <strong>de</strong> campo): o universo com o qual se<br />

trabalhará, os instrumentos que serão utilizados para a coleta <strong>de</strong> dados,<br />

o que se espera alcançar com os instrumentos <strong>de</strong> coleta e análise <strong>de</strong><br />

dados etc.<br />

Em suma um projeto <strong>de</strong>ve apresentar em sua etapa mais importante:<br />

1. Delimitação do tema (o que será investigado);<br />

2. Gênese do problema (como o tema surgiu para o pesquisador);<br />

3. Justificativa (por que será investigado);<br />

4. Objetivos (para que será investigado);<br />

5. I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> estudos já realizados.<br />

Cronograma : <strong>de</strong>verá constituir-se num planejamento para a realização<br />

da pesquisa bibliográfica, coleta e análise <strong>de</strong> dados e elaboração do trabalho.<br />

PERÍODO<br />

OUTUBRO<br />

2009/2010<br />

NOVEMBRO DEZEMBRO<br />

JANEIRO<br />

ATIVIDADES<br />

Conversa com o<br />

Orientador<br />

Elaboração do Projeto<br />

<strong>de</strong> Monografia<br />

Revisão do Projeto<br />

pelo Orientador<br />

Entrega do Projeto<br />

<strong>de</strong> Monografia<br />

Análise do Material<br />

Obtido<br />

Elaboração da<br />

Monografia<br />

Revisão da Monografia<br />

pelo Orientador<br />

Entrega da Monografia<br />

1ª Quinzena 2ª Quinzena 1ª Quinzena 2ª Quinzena 1ª Quinzena 2ª Quinzena 1ª Quinzena 2ª Quinzena<br />

29


Referências: <strong>de</strong>verá se constituir numa relação (em or<strong>de</strong>m alfabética)<br />

dos <strong>livro</strong>s e artigos que serão utilizados pelo(a) pesquisador(a). Neste<br />

momento ela é provisória, já que se trata ainda <strong>de</strong> um projeto. Durante o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do trabalho previsto pelo projeto, po<strong>de</strong>rá ser modificada<br />

e/ou ampliada (para maiores esclarecimentos consultar as páginas<br />

44, 45, 46, 47, 48, 49, 50 e 51 <strong>de</strong>ste manual).<br />

T Artigo<br />

O artigo científico (confira exemplo no Anexo D) <strong>de</strong>ve conter abordagens<br />

atuais, novas, diferentes. Ao submeter um artigo a uma revista, se<br />

informe sobre as normas editoriais da mesma.<br />

No nosso caso, as normas técnicas para elaboração do artigo são basicamente<br />

as mesmas utilizadas para a redação <strong>de</strong> outros trabalhos acadêmicos.<br />

A estrutura <strong>de</strong> um artigo <strong>de</strong> publicação periódica é composta por<br />

elementos pré-textuais (título, autor e filiação, resumo e palavras-chave),<br />

textuais (introdução, <strong>de</strong>senvolvimento e conclusão) e pós-textuais<br />

(<strong>de</strong>dicatória, agra<strong>de</strong>cimento, referências e anexos). Os itens em itálico<br />

são obrigatórios.<br />

Capa: no alto (a partir da primeira linha), coloca-se o nome da instituição<br />

(<strong>UEMG</strong>, <strong>FUNEDI</strong>, Instituto), do curso, da disciplina (se necessário)<br />

e do professor(a)-orientador(a) do trabalho (quando houver). No<br />

centro, o título do artigo. Abaixo (na última linha), local e data da realização<br />

do trabalho. Centralizado, entre o título e a indicação do local e<br />

data, coloca-se o nome do(a) autor(a). Todas as informações <strong>de</strong>vem ser<br />

apresentadas em maiúsculas e centralizadas, fonte Times New Roman e<br />

tamanho 12.<br />

Folha <strong>de</strong> rosto: no alto (a partir da primeira linha), coloca-se o nome<br />

do(a) autor(a). No centro, o título do trabalho. Abaixo (na última linha),<br />

local e data da realização do mesmo. Centralizado, entre o título e a<br />

indicação do local e data, recuado à direita (4 cm), explicita-se o tipo <strong>de</strong><br />

30


trabalho realizado, bem como sua motivação (aqui somente a primeira<br />

letra é maiúscula, espaçamento simples, fonte Times New Roman, tamanho<br />

12, sem <strong>de</strong>staque). Todas as informações, com exceção da última<br />

(Cf. formatação indicada nas linhas anteriores), <strong>de</strong>vem ser apresentadas<br />

em maiúsculas e centralizadas, fonte Times New Roman e tamanho<br />

12.<br />

Sumário: indicação do conteúdo do trabalho, refletindo suas divisões e/<br />

ou seções, na mesma or<strong>de</strong>m em que aparecem no texto, bem como a<br />

página em que se inicia cada título ou subtítulo. Deve constar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

resumo até o último item do trabalho. Devem ser utilizados algarismos<br />

arábicos na indicação das páginas. Os dados e o número da página <strong>de</strong>vem<br />

vir dispostos da margem esquerda à direita da folha, com exceção<br />

da palavra “sumário”, que vem centralizada.<br />

Observação: para a numeração <strong>de</strong> páginas, conta-se a partir da folha <strong>de</strong><br />

rosto, ou seja, não se consi<strong>de</strong>ra a capa, e numera-se a partir da página<br />

que segue a do sumário.<br />

Título: <strong>de</strong>screve <strong>de</strong> forma lógica, breve e gramaticalmente correta a essência<br />

do artigo. Por vezes, opta-se por títulos com duas partes, ou seja,<br />

título e subtítulo. Deve vir com todas as letras maiúsculas, no alto da<br />

folha, centralizado. Não se utiliza ponto final, travessão, dois-pontos,<br />

após títulos ou subtítulos.<br />

Autor e filiação: o artigo <strong>de</strong>ve indicar o(s) nome(s) do(s) autor(es) e da<br />

instituição a que pertence(m). Deve-se colocar o nome(s) completo(s)<br />

do(s) autor(es) do texto e na linha abaixo a indicação do cargo e instituição<br />

a que ele(s) pertence(m). Tudo isso <strong>de</strong>ve vir alinhado à direita.<br />

Resumo: Não <strong>de</strong>ve exce<strong>de</strong>r 250 (duzentas e cinquenta) palavras, <strong>de</strong>ve<br />

ser discursivo e especificar <strong>de</strong> forma sucinta: o que o autor fez; como o<br />

fez (se for relevante); principais resultados e a importância e alcance<br />

dos resultados. Não se <strong>de</strong>ve confundir o resumo com a introdução. Nele<br />

não <strong>de</strong>ve conter citações. Deve ser constituído <strong>de</strong> uma sequência <strong>de</strong><br />

31


frases concisas e não <strong>de</strong> uma simples enumeração <strong>de</strong> tópicos. O verbo<br />

<strong>de</strong>ve estar na voz ativa e na terceira pessoa do singular. Deve-se entrar<br />

na essência do resumo logo na primeira frase, sem ro<strong>de</strong>ios introdutórios<br />

nem recorrendo à fórmula estafada “Neste artigo...”. Localiza-se na primeira<br />

página do texto, abaixo do autor e filiação, recuado à direita (4<br />

cm). Escreve-se a palavra “resumo” e logo após os dois pontos, na mesma<br />

linha, inicia-se o texto.<br />

Observação: na prática, o resumo, as palavras-chave, a introdução e a<br />

conclusão são os últimos a serem produzidos, e o título sofre muitas<br />

vezes alterações radicais <strong>de</strong> última hora.<br />

Palavras-chave: geralmente é pedido que um artigo seja acompanhado<br />

por um conjunto <strong>de</strong> palavras-chave (ou expressões) que caracterizem o<br />

domínio ou domínios em que ele se inscreve. Essas palavras são normalmente<br />

utilizadas para permitir que o artigo seja posteriormente encontrado<br />

em sistemas eletrônicos <strong>de</strong> pesquisa. Portanto elas <strong>de</strong>vem ser<br />

tão gerais e comuns quanto possível. Deve-se usar <strong>de</strong> 3 a 6 palavras no<br />

máximo, separadas por vírgulas, abaixo do resumo, seguindo as mesmas<br />

normas técnicas <strong>de</strong>sse item do trabalho. O <strong>de</strong>staque da letra utilizado<br />

para a palavra “resumo”, “palavras-chave”, “introdução”, “subtítulos”,<br />

“conclusão” e “referências” <strong>de</strong>ve ser o mesmo, ou seja, negrito.<br />

Introdução: <strong>de</strong>ve conter o(s) objetivo(s) do autor, a finalida<strong>de</strong> do artigo<br />

e a justificativa da escolha do tema, bem como o plano adotado para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da pesquisa ou estudo. Deve, também, expor, preliminarmente,<br />

o tema, apresentando-o <strong>de</strong> maneira geral e relacionando a<br />

literatura consultada com o assunto do artigo. Coloca-se a palavra “introdução”<br />

com alinhamento “justificado” e na linha abaixo escreve-se o<br />

texto.<br />

Desenvolvimento: constitui a <strong>de</strong>scrição, através <strong>de</strong> vários parágrafos,<br />

<strong>de</strong> todos os pontos relevantes do trabalho realizado. Deve-se atentar<br />

para o cumprimento dos objetivos propostos na introdução. A palavra<br />

32


“<strong>de</strong>senvolvimento” não <strong>de</strong>ve aparecer, utilizam-se aqui os subtítulos do<br />

trabalho (e não o título). Do ponto <strong>de</strong> vista das normas técnicas, proce<strong>de</strong>-se<br />

aqui como na introdução.<br />

Conclusão: <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>stacar os resultados obtidos na pesquisa ou estudo,<br />

principalmente os dados correspon<strong>de</strong>ntes aos objetivos e hipóteses inicialmente<br />

apresentados na introdução e que correspon<strong>de</strong>m à questão-problema<br />

da pesquisa. O texto <strong>de</strong>ve ser breve. Do ponto <strong>de</strong> vista das normas<br />

técnicas, proce<strong>de</strong>-se aqui como na introdução e no <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Dedicatória (opcional): texto on<strong>de</strong> o aluno presta homenagem ou <strong>de</strong>dica<br />

seu trabalho, localiza-se abaixo da conclusão e prece<strong>de</strong> as referências<br />

(ou agra<strong>de</strong>cimentos, quando houver).<br />

Agra<strong>de</strong>cimentos (opcional): texto alusivo às pessoas e instituições que<br />

contribuíram, <strong>de</strong> uma forma ou outra, para o <strong>de</strong>senvolvimento e qualida<strong>de</strong><br />

da pesquisa e consequente publicação do artigo, localiza-se abaixo<br />

da conclusão (ou <strong>de</strong>dicatória, quando houver) e prece<strong>de</strong> as referências.<br />

Referências: <strong>de</strong>vem vir na sequência do artigo, ou seja, não é necessário<br />

vir em uma folha à parte. Aqui temos a relação <strong>de</strong> textos/<strong>livro</strong>s/documentos<br />

utilizados para a redação do artigo. As referências <strong>de</strong>vem vir em<br />

or<strong>de</strong>m alfabética pelo último sobrenome do autor (para maiores esclarecimentos<br />

consultar as páginas 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50 e 51 <strong>de</strong>ste manual).<br />

Anexos (opcional): constituem-se <strong>de</strong> textos ou documentos não elaborados<br />

pelo autor, que servem <strong>de</strong> fundamentação, comprovação e ilustração.<br />

São indicados somente pela primeira letra maiúscula e <strong>de</strong> forma<br />

consecutiva, como por exemplo: Anexo A, Anexo B. Devem vir após as<br />

referências, em páginas à parte.<br />

Exemplos <strong>de</strong> referências bibliográficas:<br />

CRUZ, Carla; RIBEIRO, Uirá. Metodologia científica: teoria e práti-<br />

33


ca. 2. ed. rev. e amp. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Axcel Books, 2004. 324 p.<br />

FRANÇA, Júnia Lessa. Manual para normalização <strong>de</strong> publicações<br />

técnico-científicas. 5. ed. rev. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2007. 255 p.<br />

Outros elementos: o trabalho <strong>de</strong>ve ser impresso em fonte Times New Roman,<br />

tamanho 12, com espaçamento 1,5 entre linhas. Quando as citações<br />

textuais são inferiores a três linhas, <strong>de</strong>vem vir no corpo do texto entre aspas.<br />

As citações textuais longas (mais <strong>de</strong> três linhas), <strong>de</strong>vem ser apresentadas<br />

em parágrafos à parte, recuados à direita (4 cm), com espaçamento<br />

simples entre linhas, tamanho 10 e sem aspas. Os elementos da capa, folha<br />

<strong>de</strong> rosto e sumário <strong>de</strong>vem ser impressos também em fonte Times New Roman,<br />

tamanho 12. A numeração <strong>de</strong> página <strong>de</strong>ve vir embaixo, à direita.<br />

U Monografia<br />

Etimologicamente, o termo “monografia” vem do grego mónos (um só)<br />

e graphein (escrever). A palavra “monografia” significa, portanto, um estudo<br />

por escrito <strong>de</strong> um só tema, bem <strong>de</strong>limitado, estudado exaustivamente.<br />

De modo geral, a monografia <strong>de</strong>ve apresentar como característica a originalida<strong>de</strong>,<br />

no sentido <strong>de</strong> tratar um tema atual ou relevante que mereça<br />

ser investigado cientificamente.<br />

Outra característica que <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada é a reflexão. Sem reflexão<br />

o trabalho monográfico se transforma em simples compilação <strong>de</strong> obras<br />

<strong>de</strong> autores sobre o tema estudado.<br />

A monografia <strong>de</strong>ve apresentar simplicida<strong>de</strong>, clareza e objetivida<strong>de</strong>, evitando-se<br />

floreios literários, <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong>snecessárias. Deve-se manter<br />

a coerência e a consistência no que se refere ao tema estudado.<br />

34


V Dissertação<br />

Uma dissertação, condição exigida para obtenção do grau <strong>de</strong> “mestre”,<br />

<strong>de</strong> acordo com o CFE, possui uma originalida<strong>de</strong> e um aprofundamento<br />

maiores em se tratando das questões abordadas no trabalho científico,<br />

quando comparada com a monografia.<br />

Características tais como consistência lógica, simplicida<strong>de</strong>, relevância,<br />

apoio teórico, especificida<strong>de</strong>, clareza (possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entendimento<br />

do que se propõe) e originalida<strong>de</strong> (uma hipótese não <strong>de</strong>ve ser formulada<br />

sobre as já existentes) <strong>de</strong>vem nortear uma dissertação.<br />

Constitui, portanto, “o produto <strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong>senvolvidas em cursos<br />

no nível <strong>de</strong> pós-graduação” (mestrado). Aborda “um tema único, exigindo<br />

investigações próprias à área <strong>de</strong> especialização e métodos específicos”.<br />

(FRANÇA, 2007, p. 35)<br />

W Tese<br />

A tese refere-se ao estudo <strong>de</strong> uma hipótese formulada com originalida<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong> real contribuição para a comunida<strong>de</strong> científica. Ela apresenta todas<br />

as características presentes em uma monografia e em uma dissertação.<br />

No entanto, <strong>de</strong>staca-se quanto ao aspecto profundida<strong>de</strong>. Ou seja, o tema<br />

é investigado e <strong>de</strong>limitado com hipóteses mais específicas e, consequentemente,<br />

mais fortes e mais informativas.<br />

“A diferença entre tese e dissertação refere-se ao grau <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> e<br />

originalida<strong>de</strong> exigido na tese, <strong>de</strong>fendida na conclusão <strong>de</strong> curso <strong>de</strong> doutoramento.<br />

Não obstante, a maioria das universida<strong>de</strong>s brasileiras consi<strong>de</strong>ra<br />

como tese os trabalhos <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> pós-graduação in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

do seu nível (mestrado e doutorado).” (FRANÇA, 2007, p. 36)<br />

35


IV NORMAS TÉCNICAS<br />

É preciso notar que, por questão <strong>de</strong> praticida<strong>de</strong>, nem todos os aspectos<br />

relativos às normalizações <strong>de</strong> publicações técnico-científicas serão abordados<br />

neste trabalho. Aquele que <strong>de</strong>seja aprofundar seus conhecimentos<br />

nesta área <strong>de</strong>verá consultar os manuais <strong>de</strong> referência, no nosso caso,<br />

sobretudo, o Manual para normalização <strong>de</strong> publicações técnico-científicas,<br />

<strong>de</strong> Júnia Lessa França (FRANÇA, 2007).<br />

É necessário observar, também, que muitas instituições, embora seguindo<br />

o padrão da ABNT, têm suas próprias normas técnicas. Por isso,<br />

sempre que for apresentar um trabalho científico para publicação em<br />

alguma revista ou órgão <strong>de</strong> divulgação esteja atento para as normas específicas<br />

<strong>de</strong> tais instituições.<br />

Os trabalhos realizados no ISAF/ISAB, no <strong>de</strong>correr dos cursos, <strong>de</strong>vem<br />

ter no mínimo três páginas <strong>de</strong> texto, ou o que <strong>de</strong>terminarem os professores<br />

que o solicitarem, e os parágrafos <strong>de</strong>vem ser indicados pelo espaçamento<br />

<strong>de</strong> entrada (para isso é só dar um toque na tecla TAB).<br />

X Uso da pontuação<br />

As referências po<strong>de</strong>m apresentar os seguintes elementos <strong>de</strong> pontuação:<br />

36<br />

Pontuação Uso<br />

Usa-se ponto após o nome do autor/auto-<br />

Ponto (.)<br />

res, após o título, edição e no final da<br />

referência;<br />

Vírgula (,)<br />

Tabela 1: Uso da pontuação<br />

A vírgula é usada após o sobrenome dos<br />

autores, após a editora, entre volume e o<br />

número, páginas da revista e após o título<br />

da revista;


Ponto-e-vírgula (;)<br />

Dois-pontos (:)<br />

Barra transversal (/)<br />

Reticências (...)<br />

Hífen (-)<br />

Colchetes [ ]<br />

Parênteses ( )<br />

Ponto-e-vírgula seguido <strong>de</strong> espaço é usado<br />

para separar os autores;<br />

Dois-pontos são usados antes do subtítulo,<br />

antes da editora e <strong>de</strong>pois do termo “In”;<br />

A barra transversal é usada entre números<br />

e datas <strong>de</strong> fascículos não sequenciais<br />

(ex: 3/4, 1988/1992);<br />

As reticências são usadas para indicar supressão<br />

<strong>de</strong> títulos (ex: Anais...) e <strong>de</strong> trechos<br />

<strong>de</strong> textos nas citações;<br />

O hífen é utilizado entre páginas (ex: 75-<br />

103), e entre datas <strong>de</strong> fascículos sequenciais<br />

(ex: 2000-2001);<br />

São usados para indicar os elementos <strong>de</strong><br />

referência, que não aparecem na obra<br />

referenciada, porém são conhecidos (ex:<br />

[1976]);<br />

Parênteses são usados para indicar série,<br />

grau (nas monografias <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong><br />

curso e especialização, teses e dissertações)<br />

e para o título que caracteriza a função<br />

e/ou responsabilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma abreviada.<br />

(coord., org., comp., trad.).<br />

A NRB-6023 recomenda não <strong>de</strong>ixar nenhuma referência sem data e,<br />

portanto, quando a data não constar na obra, <strong>de</strong>ve-se registrar a data<br />

37


aproximada entre colchetes. Mas se for impossível i<strong>de</strong>ntificar a data<br />

mesmo que aproximadamente, utiliza-se a expressão “s/d” (sem data).<br />

Exemplos:<br />

[1981 ou 1982] um ano ou outro;<br />

[1976?] data provável;<br />

[1981] data certa não indicada na obra;<br />

[entre 1993 e 1999] use intervalos menores <strong>de</strong> 20 anos;<br />

[ca. 1970] data aproximada;<br />

[198-] década certa;<br />

[199?] década provável;<br />

[19—] para século certo;<br />

[19—?] para século provável.<br />

(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 145-146)<br />

Y Palavras ou expressões latinas utilizadas em pesquisa<br />

apud: significa “citado por”. Nas citações é utilizada para informar que<br />

o que foi transcrito <strong>de</strong> uma obra <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado autor na verda<strong>de</strong><br />

pertence a um outro.<br />

Exemplo:<br />

(Napoleão apud Loi), ou seja, Napoleão “citado por” Loi.<br />

et al. (et alli): significa “e outros”. Utilizado quando a obra foi executada<br />

por muitos autores.<br />

Exemplo: numa obra escrita por Helena Schirm, Maria Cecília Rubinger<br />

<strong>de</strong> Ottoni, Rosana Velloso Montanari e Joaquim Maltinez, escrevese:<br />

SCHIRM, Helena et al.<br />

ibid ou ibi<strong>de</strong>m: significa “na mesma obra”.<br />

38


i<strong>de</strong>m ou id: significa “igual a anterior”.<br />

In: significa “em”.<br />

ipsis litteris: significa “pelas mesmas letras”, “literalmente”. Utiliza-se<br />

para expressar que o texto foi transcrito com fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, mesmo que<br />

possa parecer estranho ou esteja reconhecidamente escrito com erros <strong>de</strong><br />

linguagem.<br />

ipsis verbis: significa, também, “pelas mesmas palavras”, “textualmente”.<br />

Utiliza-se da mesma forma que ipsis litteris ou sic.<br />

opus citatum ou op. cit.: significa “obra citada”.<br />

passim: significa “aqui e ali”. É utilizada quando a citação se repete em<br />

mais <strong>de</strong> um trecho da obra.<br />

sic: significa “assim”. Utiliza-se da mesma forma que ipsis litteris ou<br />

ipsis verbis.<br />

supra: significa “acima”, referindo-se à nota imediatamente anterior.<br />

(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 131-132)<br />

Z Figuras, tabelas e gráficos<br />

As figuras, tabelas e gráficos constituem unida<strong>de</strong>s autônomas e explicam<br />

ou complementam visualmente a pesquisa. Devem ser inseridas no<br />

texto o mais próximo possível do trecho a que se referem. Devem-se dar<br />

espaço duplo do parágrafo para a tabela (ou figura e gráfico) e <strong>de</strong>sta<br />

para o reinício do parágrafo. Quando muito numerosas <strong>de</strong>vem vir em<br />

anexo, para não sobrecarregarem o texto.<br />

As figuras compreen<strong>de</strong>m: <strong>de</strong>senhos, fotografias, organogramas, mapas<br />

e ilustrações em geral.<br />

39


Quando as figuras são inseridas no texto, <strong>de</strong>ve-se procurar não exce<strong>de</strong>r<br />

as margens estabelecidas para ele, reduzindo-as <strong>de</strong> modo a caberem em<br />

uma única página.<br />

A numeração e a i<strong>de</strong>ntificação das figuras <strong>de</strong>vem estar localizadas na<br />

parte inferior da ilustração. Escreve-se a palavra FIGURA, seguida <strong>de</strong><br />

seu número <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> ocorrência (numeração consecutiva), em algarismos<br />

arábicos; em seguida coloca-se o respectivo título e/ou legenda,<br />

para então, se necessário, citar a fonte <strong>de</strong> dados.<br />

(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 134-135)<br />

FIGURA 1 <strong>–</strong> Esse é o título<br />

Fonte <strong>–</strong> Retirada <strong>de</strong>...<br />

As tabelas (e quadros) constituem uma categoria específica <strong>de</strong> ilustração.<br />

O título da tabela, ao contrário do que ocorre com as figuras, <strong>de</strong>ve<br />

figurar na parte superior da mesma, precedida da palavra TABELA e da<br />

numeração em algarismo arábico. O título <strong>de</strong>ve ser auto-explicativo indicando<br />

on<strong>de</strong> e quando o fato foi estudado.<br />

Já a fonte dos dados é indicada no rodapé da tabela. Quando apresenta-<br />

40


da pelo próprio autor da pesquisa, torna-se <strong>de</strong>snecessária a apresentação<br />

da fonte <strong>de</strong> dados.<br />

Po<strong>de</strong>-se fazer uso <strong>de</strong> Notas <strong>de</strong> Rodapé, quando o conteúdo apresentado<br />

na tabela exigir esclarecimentos <strong>de</strong> natureza geral. Também as “chamadas”<br />

são aceitas quando se <strong>de</strong>seja dar uma informação <strong>de</strong> natureza específica<br />

sobre <strong>de</strong>terminada parte da tabela, <strong>de</strong>stinada a conceituar ou esclarecer<br />

os dados.<br />

As “chamadas” são indicadas no corpo da tabela, em algarismos arábicos,<br />

entre parênteses, à esquerda nas casas e à direita, nas colunas e<br />

cabeçalho. A enumeração das “chamadas”, na tabela, será sucessiva <strong>de</strong><br />

cima para baixo e/ou da esquerda para a direita. A distribuição das “chamadas”,<br />

no rodapé da tabela, obe<strong>de</strong>cerá à or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> sua sucessão na<br />

tabela, separando-se uma das outras por ponto.<br />

No corpo da tabela nenhuma casa <strong>de</strong>ve ficar vazia, a ausência <strong>de</strong> dados<br />

numéricos <strong>de</strong>vendo ser representada por símbolos, <strong>de</strong> acordo com a convenção<br />

internacional:<br />

Tabela 2: Símbolos que <strong>de</strong>vem ser utilizados em tabelas<br />

Símbolos Descrição<br />

-<br />

...<br />

Z<br />

X<br />

Usa-se o hífen quando o fenômeno não ocorre;<br />

(três pontos) quando o dado é <strong>de</strong>sconhecido, não implicando<br />

se o fenômeno existe ou não;<br />

(zero) quando o fenômeno existe, porém sua expressão<br />

é tão pequena que não atinge a unida<strong>de</strong> adotada;<br />

Quando o dado for omitido para evitar a individualização<br />

da informação;<br />

41


0; 0,0 ou 0;00<br />

Exemplo <strong>de</strong> quadro e tabela:<br />

QUADRO 01 <strong>–</strong> Nome/título do quadro<br />

Teste 1<br />

Conteúdo 1.1<br />

Conteúdo 1.2<br />

Fonte: Xxxxxxx<br />

Quando a aplicação dos critérios <strong>de</strong> arredondamento<br />

não permitir alcançar, respectivamente, os valores<br />

1; 0,1; 0,01 e assim por diante.<br />

TABELA 01 <strong>–</strong> Nome/título da tabela<br />

Coluna 1<br />

Coluna 2<br />

Coluna 3<br />

35<br />

45 25<br />

35<br />

Fonte: Zzzzzzz<br />

40<br />

20<br />

(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 135-138)<br />

Os gráficos são <strong>de</strong>senhos constituídos <strong>de</strong> traços e pontos, numerados<br />

com algarismos arábicos. Seu título é precedido da palavra GRÁFICO<br />

em letras maiúsculas. A citação no texto será feita pela indicação GRAF.,<br />

acompanhada do número <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m a que se refere. As orientações relativas<br />

às figuras também se aplicam a eles.<br />

Exemplos <strong>de</strong> gráficos:<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

1 2 3<br />

GRÁFICO 1 <strong>–</strong> Gráfico 2 D (Uso preferencial)<br />

Fonte: Xxxxxx<br />

42<br />

Teste 1<br />

Conteúdo 2.1<br />

Conteúdo 2.1<br />

xx<br />

zz<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

Teste 1<br />

Conteúdo 3.1<br />

Conteúdo 3.1<br />

1 2 3<br />

GRÁFICO 1 <strong>–</strong> Gráfico 3 D<br />

Fonte: Xxxxxx<br />

Teste 1<br />

Conteúdo 4.1<br />

Conteúdo 4.1<br />

Coluna 4<br />

55<br />

50<br />

xx<br />

zz


AA Notas <strong>de</strong> rodapé<br />

As notas <strong>de</strong> rodapé são utilizadas para complementar alguma informação<br />

do texto (explicações pessoais do autor, por exemplo), para indicar<br />

fontes bibliográficas e ainda po<strong>de</strong>m ser adotadas para <strong>de</strong>finir conceitos<br />

e expressões, cujas inclusões no próprio texto interromperiam a sequência<br />

lógica da leitura.<br />

As notas <strong>de</strong> rodapé <strong>de</strong>vem aparecer na margem inferior da página em<br />

que foram mencionadas, separadas do texto por uma linha contínua horizontal<br />

<strong>de</strong> 4 cm, a qual é feita a partir da margem esquerda (o Word já<br />

traz automaticamente este recurso). Devem ser digitadas em espaço simples<br />

e em letras menor que a do texto (fonte no. 10). Já entre duas notas<br />

<strong>de</strong> rodapé, <strong>de</strong>ixa-se um espaço duplo. A nota <strong>de</strong> rodapé é sempre indicada<br />

por número sobrescrito que <strong>de</strong>verá ser repetido no rodapé da página.<br />

Elas não <strong>de</strong>vem ocupar mais <strong>de</strong> 50% do espaço total da página.<br />

Exemplo:<br />

No texto:<br />

Num primeiro momento, reafirma a versão oficial <strong>de</strong> que o exército<br />

naquela ocasião, como <strong>de</strong> costume, apenas patrulhou a cida<strong>de</strong>. Sem<br />

qualquer amparo documental¹, vê-se vencida...<br />

No rodapé:<br />

___________________<br />

¹ A sua única fonte comprobatória é a seguinte: “Várias pessoas que moravam em<br />

Francisco Beltrão, na época, afirmaram isso, inclusive Walter Pecoits e Luis Prolo,<br />

que eram da comissão.” (GOMES, 1986, p. 104)<br />

(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 138-140)<br />

43


BB Referências<br />

“A NBR 6023 (ABNT, 2002a) adota o termo Referência <strong>de</strong> forma genérica,<br />

já que há na atualida<strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> informação,<br />

bibliográficas e não bibliográficas.” (FRANÇA, 2007, p. 151)<br />

As referências <strong>de</strong>vem constar ao final do trabalho, antes dos anexos.<br />

São colocadas sequencialmente e organizadas alfabeticamente pelo sobrenome<br />

do autor (com todas as letras maiúsculas) e título da obra (em<br />

itálico, mas se houver subtítulo, este virá sem nenhum <strong>de</strong>staque). Segundo<br />

a NBR 6023 (ABNT, 2002a, p. 3), “as referências são alinhadas<br />

somente à margem esquerda do texto e <strong>de</strong> forma a se i<strong>de</strong>ntificar individualmente<br />

cada documento, em espaço simples e separadas entre si por<br />

espaço duplo.”.<br />

Seguem algumas normas mais comuns utilizadas nas referências:<br />

1 Um autor<br />

LIMA, Adriana Flávia Santos <strong>de</strong> Oliveira. Pré-escola e alfabetização:<br />

uma proposta baseada em Paulo Freire e Jean Piaget. 2. ed. Petrópolis:<br />

Vozes, 1986.<br />

OLIVEIRA, Djalma <strong>de</strong> Pinho Rebouças <strong>de</strong>. Sistemas <strong>de</strong> informações<br />

gerenciais: estratégias, táticas, operacionais. 5. ed. São Paulo: Atlas,<br />

1998.<br />

Observações:<br />

1) Quando um autor for citado mais <strong>de</strong> uma vez, substitui-se seu nome<br />

por seis traços e ponto.<br />

ANDRADE, M. M. <strong>de</strong>. Introdução à metodologia do trabalho científico.<br />

São Paulo: Atlas, 1996.<br />

44


______. Como preparar trabalhos para cursos <strong>de</strong> pós-graduação.<br />

São Paulo: Atlas, 1996.<br />

2)Não se colocam como sobrenome final, ao começar a indicação <strong>de</strong><br />

autor, os indicativos <strong>–</strong> Júnior, Sobrinho, Filho, Neto e similares.<br />

BARBOSA FILHO, M. Introdução à pesquisa: métodos, técnicas e<br />

instrumentos. Rio <strong>de</strong> Janeiro: LCT, 1980.<br />

3) Nomes compostos:<br />

D’ONÓFRIO, S. Metodologia do trabalho intelectual. São Paulo:<br />

Atlas, 1999.<br />

4) Pseudônimo: nestes casos, o pseudônimo <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado para<br />

entrada. Quando o verda<strong>de</strong>iro nome do autor for conhecido, <strong>de</strong>ve-se<br />

indicá-lo entre colchetes após o pseudônimo.<br />

ATHAYDE, Tristão <strong>de</strong> [Alceu Amoroso Lima]. Debates pedagógicos.<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro: Schmidt, 1931.<br />

5)Muitas vezes, os autores fazem constar na referência bibliográfica o<br />

número total <strong>de</strong> páginas da obra.<br />

LIMA, Adriana Flávia Santos <strong>de</strong> Oliveira. Pré-escola e alfabetização:<br />

uma proposta baseada em Paulo Freire e Jean Piaget. 2. ed. Petrópolis:<br />

Vozes, 1986. 228 p.<br />

2 Dois autores<br />

SÓDESRTEN, Bo; GEOFREY, Reed. International economics. 3. ed.<br />

London: MacMillan, 1994.<br />

45


3 Três autores<br />

COSTA, Maria Aída B.; JACCOUD, Vera; COSTA, Beatriz. MEB:<br />

uma história <strong>de</strong> muitos. Petrópolis: Vozes, 1986.<br />

4 Mais <strong>de</strong> três autores<br />

Quando há mais <strong>de</strong> três autores, indica-se apenas o primeiro, seguido da<br />

expressão “et al.”.<br />

LUCKESI, Cipriano Carlos et al. Fazer universida<strong>de</strong>: uma proposta<br />

metodológica. São Paulo: Cortez, 1989.<br />

5 Autor <strong>de</strong>sconhecido<br />

Em caso <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong>sconhecida a entrada é feita pelo título. O termo<br />

anônimo não <strong>de</strong>ve ser usado em substituição ao nome do autor <strong>de</strong>sconhecido.<br />

O PENSAMENTO VIVO DE NIETZSCHE. São Paulo: Martin<br />

Claret, 1991. Autor <strong>de</strong>sconhecido.<br />

6 Organizador, compilador, coor<strong>de</strong>nador<br />

Quando não há autor, e sim um responsável intelectual, editor, organizador<br />

ou coor<strong>de</strong>nador, a entrada é feita pelo sobrenome <strong>de</strong>ste responsável<br />

acompanhado entre parênteses pela abreviatura da função editorial.<br />

KUNSCH, Margarida Maria Krohling (Org.). Obtendo resultados com<br />

ralações públicas. São Paulo: Pioneira, 1997.<br />

FERREIRA, Naura Syria C.; AGUIAR, Márcia Ângela da S. (Org.).<br />

Gestão da educação. São Paulo: Cortez, 2000.<br />

46


7 Utilização <strong>de</strong> parte <strong>de</strong> uma publicação<br />

Ocorre quando apenas alguma parte da publicação consultada, tal como<br />

capítulo, volume etc. é utilizada na elaboração do trabalho. Tal situação<br />

é muito frequente nos casos <strong>de</strong> <strong>livro</strong>s, por exemplo, que possuem um<br />

organizador ou coor<strong>de</strong>nador e diversos autores escrevem os capítulos.<br />

a) Quando o autor da parte citada é também o autor da obra<br />

COSTA, Marisa Vorraber. Discutindo a escola básica em tempos <strong>de</strong><br />

neoliberalismo: uma conversa introdutória. In: ______. Escola básica<br />

na virada do século: cultura, política e currículo. 3. ed. São Paulo:<br />

Cortez, 2002. p. 13-24.<br />

<strong>–</strong> O <strong>de</strong>staque em itálico vai para o título da obra e não para o título do<br />

texto ou capítulo.<br />

B) Quando o autor da parte citada não é o autor da obra<br />

APPLE, Michael W. Construindo o outro: branquida<strong>de</strong>, educação e<br />

batatas fritas baratas. In: COSTA, Marisa Vorraber (Org.). Escola<br />

básica na virada do século: cultura, política e currículo. 3. ed. São<br />

Paulo: Cortez, 2002. p. 25-43.<br />

8 Partes isoladas (páginas)<br />

BIER, O. Bacteriologia e imunologia. 15. ed. São Paulo: Melhoramentos,<br />

1970. p. 806-807, 816, 831.<br />

9 Partes <strong>de</strong> enciclopédia e dicionário (verbetes)<br />

LASTRO. In: FERREIRA, Aurélio Buarque <strong>de</strong> Holanda. Dicionário<br />

Aurélio básico da língua portuguesa. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Nova Fronteira,<br />

1988. p. 387.<br />

47


<strong>–</strong> Faz a entrada com o nome da palavra consultada com todas as letras<br />

maiúsculas. Os outros passos são iguais aos já estudados.<br />

10 Compact Discs (CD)<br />

KHANDHU (compositor), Bigorna. Belo Horizonte: Studio Polifonia,<br />

2002. 1CD.<br />

OLDFIELD, Mike. Tubular bells. EUA: Virgin Records, 1991. 1CD.<br />

11 Publicações periódicas (fascículos)<br />

REVISTA DE ESTUDOS DA LINGUAGEM. Belo Horizonte:<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Letras da UFMG, v. 8, n. 1. jan./jun. 1999. 244 p.<br />

12 Artigos <strong>de</strong> Jornal com autoria<br />

NOGUEIRA, Salvador. Brasileiro cria analisador médico portátil.<br />

Jornal Folha <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, 30 jan. 2002. Ca<strong>de</strong>rno Ciência,<br />

p. 12.<br />

RIBEIRO, Uirá Endy. O computador como caminho para educação.<br />

Gazeta Mercantil, São Paulo, 30 jul. <strong>de</strong> 2002. Ca<strong>de</strong>rno Minas Gerais,<br />

p. 2.<br />

13 Artigos <strong>de</strong> Revista com autoria<br />

MATOS, Francis Valdivia. Mitos do trabalho em equipe. Revista<br />

T&D, São Paulo, v. 45, n. 107, p. 25-26. nov. 2001.<br />

14 Artigos <strong>de</strong> Jornal ou Revista sem autoria<br />

ÍNDIOS ganham universida<strong>de</strong>. Revista Pátio. Porto Alegre: Artmed,<br />

n. 19, nov./jan. 2002. p. 8.<br />

48


DESIGUALDADE não mudou, diz estudo. Jornal Folha <strong>de</strong> São<br />

Paulo, São Paulo, 30 jan. 2002, p. C5. Ca<strong>de</strong>rno Cotidiano.<br />

15 Traduções<br />

LANGER, Susanne K. Ensaios Filosóficos. Tradução <strong>de</strong> Jamir Martins.<br />

São Paulo: Cultrix, 1971. Título original: Philosophical sketches.<br />

Ou sem o nome original da obra:<br />

LANGER, Susanne K. Ensaios Filosóficos. Tradução <strong>de</strong> Jamir Martins.<br />

São Paulo: Cultrix, 1971.<br />

16 Filmes e ví<strong>de</strong>os<br />

NOME da rosa. Produção <strong>de</strong> Jean-Jaques Annaud. São Paulo: TW<br />

Ví<strong>de</strong>o Distribuidora, 1986. 1 Vi<strong>de</strong>ocassete (130 min.): VHS, NTSC,<br />

son., color., legendado. Port.<br />

AMADEUS. Direção: Milos Forman. Produção: Saul Zaentz. Roteiro:<br />

Peter Shaffer. Música: Neville Marriner. [S. 1.]: Warner Home Ví<strong>de</strong>o<br />

<strong>–</strong> Brasil c1998. 1 DVD (160 min.), win<strong>de</strong>screen, color., legendado.<br />

À ESPERA <strong>de</strong> um milagre. Direção: Frank Darabont. Produção:<br />

David Val<strong>de</strong>s. Roteiro: Stephen. Música: Thomas Newman. [S. a.]:<br />

Waner Home Ví<strong>de</strong>o <strong>–</strong> Brasil c1998. 1 DVD (188 min.), wi<strong>de</strong>screen,<br />

color., legendado.<br />

17 Documentos eletrônicos<br />

Po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar como documento eletrônico toda informação armazenada<br />

em um dispositivo eletrônico (disco rígido, disquete, CD-<br />

ROM, fita magnética) ou transmitida através <strong>de</strong> um método eletrônico.<br />

Exemplos <strong>de</strong> documentos eletrônicos são os softwares, os bancos <strong>de</strong><br />

49


dados, os arquivos <strong>de</strong> som, texto ou imagem disponíveis em CDs, discos<br />

ou fitas magnéticas, assim como as informações acessadas on-line <strong>–</strong><br />

via Internet, o que inclui as mensagens eletrônicas pessoais (e-mails), fóruns<br />

<strong>de</strong> discussão, arquivos <strong>de</strong> hipertexto (http, em vias <strong>de</strong> www), ou arquivos<br />

da Internet <strong>de</strong> <strong>formato</strong>s especiais, como FTP, Gopher, Telnet, entre<br />

outros, situados em seus respectivos sites. Seguem exemplos <strong>de</strong> alguns:<br />

a) CD-ROM<br />

AUTOR. Título. Local: gravadora, data. Tipo <strong>de</strong> suporte.<br />

MORAES, Anna Claudia S.; NUNES, Andréa; CARUSI, Tosca. Faça<br />

dar certo. São Paulo: [s. c. p.], <strong>de</strong>z. 2001. CD-ROM.<br />

b) En<strong>de</strong>reços eletrônicos <strong>de</strong> um modo geral<br />

. Acesso em: 6 abr. 2009.<br />

. Acesso em: 30 maio 2009.<br />

c) Monografias, bases <strong>de</strong> dados e softwares<br />

COELHO, Fernanda. Psicomotricida<strong>de</strong> na pré-escola. São Paulo: 1999.<br />

Disponível em: .<br />

Acesso em: 23 fev. 2000.<br />

d) Publicações periódicas<br />

NA ERA DA INFORMÁTICA. São Paulo: v. 23. no. 4, 1993. Disponível<br />

em: . Acesso em: 30 nov. 2000.<br />

e) Partes <strong>de</strong> publicações periódicas<br />

FERNANDES, Joel. Clonagem <strong>de</strong> animais. Ciência da Informação, Rio<br />

50


<strong>de</strong> Janeiro, v. 26, no. 3, 2002. Disponível em: . Acesso em: 30 jan. 2003.<br />

TAVES, Rodrigo França. Ministério corta pagamento <strong>de</strong> 46,5 mil professores.<br />

O Globo, Rio <strong>de</strong> Janeiro, 19 maio 1998. Disponível em: . Acesso em: 30 maio 1998.<br />

f) E-mail<br />

MARINHO, Gustavo. Formação do sumário. [mensagem pessoal].<br />

Mensagem recebida por marinhoguto@hotmail.edu em 12 <strong>de</strong>z. 2001.<br />

<strong>–</strong> Observação: para maiores informações, consultar o Manual para normalização<br />

<strong>de</strong> publicações técnico-científicas (FRANÇA, 2007), capítulo<br />

16.<br />

CC Citações<br />

“As citações esclarecem, ilustram o assunto em discussão ou, ainda,<br />

po<strong>de</strong>m sustentar o que se afirma. Portanto, elas têm a função <strong>de</strong> oferecer<br />

ao leitor condições <strong>de</strong> comprovar a fonte das quais foram extraídas as<br />

i<strong>de</strong>ias, frases ou conclusões, possibilitando-lhe ainda aprofundar o tema<br />

em discussão. Têm ainda como função acrescentar indicações bibliográficas<br />

<strong>de</strong> reforço ao texto.” (CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 173).<br />

Observações:<br />

1)Citações <strong>de</strong> dois ou mais documentos <strong>de</strong> um mesmo autor, e publicados<br />

em um mesmo ano, são diferenciadas pelo acréscimo <strong>de</strong> letras minúsculas<br />

do alfabeto após a data:<br />

(SEIXAS, 1996a)<br />

(SEIXAS, 1996b)<br />

51


2) Havendo dois autores com o mesmo sobrenome e mesma data, acrescentam-se<br />

as iniciais <strong>de</strong> seus prenomes:<br />

(SILVA, M. A., 1996)<br />

(SILVA, J. E., 1996)<br />

3) Omissão em citação: as omissões <strong>de</strong> palavras ou frases nas citações<br />

são indicadas pelo uso <strong>de</strong> elipses [...] entre colchetes.<br />

4) Acréscimo em citação: acréscimos e/ou comentários, quando necessários<br />

à compreensão <strong>de</strong> algo <strong>de</strong>ntro da citação, aparecem entre colchetes<br />

[ ].<br />

5) Destaque em citação: para se <strong>de</strong>stacar palavras ou frases em uma<br />

citação usa-se o grifo ou negrito ou itálico seguido da expressão “grifo<br />

meu” ou “grifo nosso” entre colchetes, após a chamada da citação.<br />

6)Tradução em citação: quando a citação incluir texto traduzido pelo<br />

autor do texto, <strong>de</strong>ve-se incluir a expressão “tradução nossa” entre parênteses,<br />

logo após a chamada da citação.<br />

(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 174-175)<br />

1 Citação livre<br />

“Ocorrem quando se reproduzem i<strong>de</strong>ias e informações do documento,<br />

sem transcrever as próprias palavras do autor” (CRUZ; RIBEIRO, 2004,<br />

p. 107). Neste caso, há a apropriação das i<strong>de</strong>ias alheias, mas com as<br />

próprias palavras <strong>de</strong> quem está se apropriando <strong>de</strong>las.<br />

Exemplos:<br />

Como lembra Martins (1984), o futuro <strong>de</strong>senvolvimento da informação<br />

está cada dia mais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> um plano unificado <strong>de</strong> normalização.<br />

52


Soltys & Spratling (1957) <strong>de</strong>screveram pela primeira vez, em porca<br />

com cistite e pielonefrite, a presença <strong>de</strong> Corynebacterium suis.<br />

No Brasil, Oliveira et al. (1983) isolaram Corynebacterium suis<br />

do divertículo prepucial <strong>de</strong> machos, em ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abate.<br />

Após esse primeiro isolamento, na Inglaterra, vários casos têm<br />

sido <strong>de</strong>scritos em países como Canadá, Noruega, Holanda, Dinamarca e<br />

Finlândia (BANGE; DUCROT, 1984; GLAZERBROOK et al., 1973;<br />

JONES, 1981).<br />

(FRANÇA, 2007, 132-133)<br />

2 Citação textual<br />

“Uma citação é textual, quando há a transcrição literal do texto <strong>de</strong> um<br />

autor ou parte <strong>de</strong>le, conservando-se a grafia, a pontuação, o idioma e até<br />

eventuais incoerências, erros <strong>de</strong> ortografia e/ou concordância.” (CRUZ;<br />

RIBEIRO, 2004, p. 176).<br />

Quando o texto transcrito parecer estranho ou estiver reconhecidamente<br />

escrito com erros <strong>de</strong> linguagem, po<strong>de</strong>-se utilizar a expressão [sic], significando:<br />

“estava assim mesmo no original”.<br />

3 Citação textual curta (com até três linhas)<br />

“A citação curta é transcrita entre aspas, com o mesmo estilo e tamanho<br />

da letra utilizados no parágrafo do texto no qual será inserida. O uso <strong>de</strong><br />

aspas [...] <strong>de</strong>limita a citação textual e, ao final da transcrição, faz-se a<br />

citação.” (CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 176).<br />

Exemplos:<br />

O <strong>livro</strong> <strong>de</strong> Simonsen vem, pois, preencher diversas lacunas, políticas<br />

e acadêmicas. O <strong>livro</strong> <strong>de</strong>stacará, segundo seu autor, a era colonial,<br />

53


por “[...] ter sido na era colonial que se formou a trama social assegurada<br />

da estrutura unitária do país e que continuam a atuar na mo<strong>de</strong>lagem<br />

da nossa formação econômica.” (SIMONSEN, 1978, p. 10).<br />

É neste cenário que “a AIDS nos mostra a extensão que uma doença<br />

po<strong>de</strong> tomar no espaço público. Ela coloca em evidência <strong>de</strong> maneira brilhante<br />

a articulação do biólogo, do político e do social” (HERZLICH;<br />

PIERRET, 1992, p. 7).<br />

Segundo Paulo Freire, “transformar ciência em conhecimento<br />

usado apresenta implicações epistemológicas porque permite meios mais<br />

ricos <strong>de</strong> pensar sobre o conhecimento...” (1994, p. 161).<br />

Observações:<br />

1)Entradas pelo sobrenome do autor, pela instituição responsável ou<br />

pelo título incluídos na sentença <strong>de</strong>vem ser em minúsculo. Já as entradas<br />

pelo sobrenome do autor, pela instituição responsável e pelo título,<br />

quando estiverem entre parênteses, <strong>de</strong>vem ser em letras maiúsculas,<br />

como po<strong>de</strong> ser observado nos exemplos anteriores.<br />

(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 176-177)<br />

2) Quando o trecho citado apresenta palavras ou expressões entre aspas<br />

duplas (“”), elas se transformam em aspas simples (‘’).<br />

4 Citação textual longa (mais <strong>de</strong> três linhas)<br />

As citações textuais longas <strong>de</strong>vem ser apresentadas em parágrafos à parte,<br />

recuados à direita (4 cm), com espaçamento simples entre linhas e espaço<br />

duplo em relação ao texto corrente, fonte Times New Roman, tamanho 10.<br />

Não se usa aspas, pois são <strong>de</strong>stacadas apenas tipograficamente.<br />

Exemplo:<br />

54<br />

A maior dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação da lei <strong>de</strong> 1827


esidiu no provimento das ca<strong>de</strong>iras das escolas femininas.<br />

Não obstante sobressaírem as mulheres<br />

no ensino das prendas domésticas, as poucas que<br />

se apresentavam para reger uma classe dominavam<br />

tão mal aquilo que <strong>de</strong>veriam ensinar que não logravam<br />

êxito em transmitir seus exíguos conhecimentos.<br />

Se os próprios homens, aos quais o acesso<br />

à instrução era muito mais fácil, se revelavam incapazes<br />

<strong>de</strong> ministrar o ensino <strong>de</strong> primeiras letras,<br />

lastimável era o nível do ensino nas escolas femininas,<br />

cujas mestras estiveram sempre mais ou menos<br />

marginalizadas do saber” (SAFFIOTI, 1976, p. 193).<br />

(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 177-178)<br />

5 Citação <strong>de</strong> citação<br />

“A citação <strong>de</strong> citação é a menção a um documento ao qual não se teve<br />

acesso, mas do qual se tomou conhecimento apenas por citação em outro<br />

trabalho. Só <strong>de</strong>ve ser utilizada na total impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso ao<br />

documento original. No texto, a citação <strong>de</strong> citação obe<strong>de</strong>ce a seguinte<br />

or<strong>de</strong>m: autor do documento não consultado seguido da expressão latina<br />

“apud” (conforme, citado por) e autor da obra consultada”.<br />

Exemplo:<br />

(BENFEY apud SOLOMONS, 1982)<br />

A referência bibliográfica, neste caso, inicia-se pelo nome do autor do<br />

documento não consultado.<br />

Exemplo:<br />

BENFEY, O. T. The names and structures of organic compounds. New<br />

York: Wiley, 1996 apud SOLOMONS, T. W. G. Química orgânica. Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro: LCT, 1982. V. 1.<br />

(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 179)<br />

55


V REFERÊNCIAS<br />

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS <strong>–</strong> ABNT.<br />

NBR 6023. Informação e documentação: referências: elaboração. Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro, 2002a.<br />

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS <strong>–</strong> ABNT.<br />

NBR 10520. Informação e documentação: citações em documentos:<br />

apresentação. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2002b.<br />

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS <strong>–</strong> ABNT.<br />

NBR 14724. Informação e documentação: trabalhos acadêmicos:<br />

apresentação. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2005.<br />

COLOMER, Teresa. O ensino e a aprendizagem da compreensão<br />

leitora. In: PEREZ, Francisco Carvajal e GARCIA, Joaquim Ramos<br />

(Org.). Ensinar ou apren<strong>de</strong>r a ler e escrever?: Aspectos teóricos do<br />

processo <strong>de</strong> construção significativa, funcional e compartilhada <strong>de</strong><br />

código escrito. Tradução Cláudia Schilling. Porto Alegre, RS: Artmed<br />

Editora, 2001. p. 123-136.<br />

CRUZ, Carla; RIBEIRO, Uirá. Metodologia científica: teoria e prática.<br />

2. ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Axcel Books, 2004. 324 p.<br />

FERREIRA, José Heleno. Formação <strong>de</strong> professores. Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong><br />

Estudos Acadêmicos do Curso Normal Superior. Divinópolis, n. 1, p.<br />

7-12, mar. 2005.<br />

FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Lições <strong>de</strong> texto:<br />

leitura e redação. 4. ed. São Paulo: Ática, 2003.<br />

______. Para enten<strong>de</strong>r o texto: leitura e redação. 7. ed. São Paulo:<br />

Ática, 2000.<br />

57


FRANÇA, Júnia Lessa. Manual para normalização <strong>de</strong> publicações<br />

técnico-científicas. 8. ed. rev. e amp. Belo Horizonte: Ed. UFMG,<br />

2007. 255 p.<br />

GOLD, Miriam. Redação empresarial: escrevendo com sucesso na<br />

era da globalização. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 2003.<br />

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico.<br />

21. ed. São Paulo: Cortez, 2000.<br />

58<br />

***


ANEXOS


ANEXO A<br />

EXEMPLO DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DE RESUMOS<br />

Exemplo <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> resumo, baseado em texto <strong>de</strong><br />

Roberto da Matta, retirado do <strong>livro</strong> A casa e a rua: espaço, cidadania,<br />

mulher e morte no Brasil:<br />

Nós, antropólogos sociais, que sistematicamente estudamos socieda<strong>de</strong>s<br />

diferentes, fazemos isso quando viajamos. Em contato com sistemas<br />

sociais diferentes, tomamos consciência <strong>de</strong> modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação<br />

espacial diversas que surgem aos nossos sentidos <strong>de</strong> modo insólito,<br />

apresentando problemas sérios <strong>de</strong> orientação (...). E foi curioso e<br />

intrigante <strong>de</strong>scobrir em Tóquio que as casas têm um sistema <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reço<br />

pessoalizado e não impessoal como o nosso. Tudo muito parecido<br />

com as cida<strong>de</strong>s brasileiras do interior on<strong>de</strong>, não obstante cada casa ter<br />

um número e dada rua um nome, as pessoas informam ao estrangeiro a<br />

posição das moradias <strong>de</strong> modo pessoalizado e até mesmo íntimo: “A<br />

casa do Seu Chico fica ali em cima... do lado da mangueira... é uma<br />

casa com ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> lona na varanda... tem janelas ver<strong>de</strong>s e telhado<br />

bem velho... fica logo <strong>de</strong>pois do armazém do Seu Ribeiro...” Aqui, como<br />

vemos, o espaço se confun<strong>de</strong> com a própria or<strong>de</strong>m social <strong>de</strong> modo que,<br />

sem enten<strong>de</strong>r a socieda<strong>de</strong> com suas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relações sociais e valores,<br />

não se po<strong>de</strong> interpretar como o espaço é concebido. Aliás, nesses sistemas,<br />

po<strong>de</strong>-se dizer que o espaço não existe como uma dimensão social<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e individualizada, estando sempre misturado, interligado<br />

ou “embebido” <strong>–</strong> como diria Karl Polanyi <strong>–</strong> em outros valores que servem<br />

para orientação geral. No exemplo, sublinhei a expressão “em<br />

cima” para revelar precisamente esse aspecto, dado que a sinalização<br />

tão banalizada no universo social brasileiro do “em cima” e do “embaixo”<br />

nada tem a ver com altitu<strong>de</strong>s topograficamente assinaladas, mas<br />

exprimem regiões sociais convencionais e locais. Às vezes querem indicar<br />

Antiguida<strong>de</strong> (a parte mais velha da cida<strong>de</strong> fica mais “em cima”),<br />

61


noutros casos preten<strong>de</strong>m sugerir segmentação social e econômica: quem<br />

mora ou trabalha “embaixo” é mais pobre e tem menos prestígio social<br />

e recursos econômicos. Tal era o caso da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Salvador no período<br />

colonial, quando a chamada “cida<strong>de</strong> baixa”, no dizer <strong>de</strong> um historiador<br />

do período, “era dominada pelo comércio e não pela religião”<br />

(dominante, junto com os serviços públicos mais importantes, na “cida<strong>de</strong><br />

alta”). “No cais <strong>–</strong> continua ele dando razão aos nossos argumentos<br />

<strong>–</strong> marinheiros, escravos e estivadores exerciam controle e a área<br />

muito provavelmente fervilhava com a mesma bulha que lá se encontra<br />

hoje em dia” (Cf. Schwartz, 1979, p. 85). Do mesmo modo e pela mesma<br />

sorte <strong>de</strong> lógica social, são muitas as cida<strong>de</strong>s brasileiras que possuem<br />

a sua “rua Direita” mas que jamais terão, penso eu, uma “rua Esquerda”!<br />

Foi assim no caso do Rio <strong>de</strong> Janeiro, que além <strong>de</strong> ter a sua<br />

certíssima rua Direita, realmente localizada à direita do largo do Paço,<br />

possuía também as suas ruas dos Pescadores, Alfân<strong>de</strong>ga, Quitanda (on<strong>de</strong><br />

havia comércio <strong>de</strong> fazenda), Ourives <strong>–</strong> dominada por joalheiros e artífices<br />

<strong>de</strong> metais raros <strong>–</strong> e muitas outras, que <strong>de</strong>nunciavam com seus<br />

nomes as ativida<strong>de</strong>s que nelas se <strong>de</strong>senrolavam. Daniel P. Kid<strong>de</strong>r, missionário<br />

norte-americano que aqui residiu entre 1837 e 1840, escreveu<br />

uma viva e sensível <strong>de</strong>scrição das ruas do Rio <strong>de</strong> Janeiro e do seu “movimento”,<br />

não <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> ressaltar no seu relato alguma surpresa pelos<br />

seus estranhos nomes e sua notável, diria eu, metonímia ou unida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> continente e conteúdo.<br />

Ora, tudo isso contrasta claramente com o modo <strong>de</strong> assinalar<br />

posições das cida<strong>de</strong>s norte-americanas, on<strong>de</strong> as coor<strong>de</strong>nadas <strong>de</strong> indicação<br />

são positivamente geométricas, <strong>de</strong>cididamente topográficas e,<br />

por causa disso mesmo, preten<strong>de</strong>m-se estar classificadas por um código<br />

muito mais universal e racional. Assim, as cida<strong>de</strong>s dos Estados Unidos<br />

se orientam muito mais em termos <strong>de</strong> pontos car<strong>de</strong>ais <strong>–</strong> Norte/Sul,<br />

Leste/Oeste <strong>–</strong> e <strong>de</strong> um sistema numeral para ruas e avenidas, do que<br />

por qualquer aci<strong>de</strong>nte geográfico, ou qualquer episódio histórico, ou <strong>–</strong><br />

ainda <strong>–</strong> alguma característica social e/ou política. Nova Iorque, conforme<br />

todos sabemos, é o exemplo mais bem-acabado disso que é, porém,<br />

comum a todos os Estados Unidos. Se lá então é mais difícil para<br />

62


um brasileiro navegar socialmente nas cida<strong>de</strong>s e estradas, é simplesmente<br />

porque ele (ou ela) não está habituado a uma forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>notar o<br />

espaço on<strong>de</strong> a forma <strong>de</strong> notação surge <strong>de</strong> modo muito mais individualizado,<br />

quantificado e impessoalizado.<br />

Depois <strong>de</strong> ler o texto do começo ao fim, vemos que ele trata do modo<br />

distinto como cada sistema social organiza o espaço.<br />

Depois percebemos o movimento do texto: afirmação <strong>de</strong> que existem<br />

diferentes maneiras <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação espacial e, em seguida, ilustração <strong>de</strong>ssa<br />

i<strong>de</strong>ia, comparando a maneira <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nar e <strong>de</strong>nominar o espaço nas cida<strong>de</strong>s<br />

brasileiras e a <strong>de</strong> fazer a mesma operação nas cida<strong>de</strong>s norte-americanas.<br />

O texto divi<strong>de</strong>-se em duas gran<strong>de</strong>s partes: proposição e ilustração. A<br />

segunda parte divi<strong>de</strong>-se segundo o critério <strong>de</strong> oposição espacial: Brasil<br />

X Estados Unidos (Tóquio não é levada em conta, porque a observação<br />

a respeito dos en<strong>de</strong>reços no Japão serve apenas para introduzir o problema<br />

da indicação dos en<strong>de</strong>reços no Brasil). Para facilitar, po<strong>de</strong>mos segmentar<br />

o texto em três partes:<br />

1) “Nós, antropólogos sociais” até “problemas sérios <strong>de</strong> orientação”;<br />

2) “E foi curioso e intrigante” até “unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> continente e <strong>de</strong> conteúdo”;<br />

3) “Ora, tudo isso contrasta” até o fim.<br />

As partes resumem-se da seguinte maneira:<br />

1) Existência <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>nação espacial peculiar a cada sistema social;<br />

2) Brasil <strong>–</strong> or<strong>de</strong>nação e <strong>de</strong>nominação do espaço a partir <strong>de</strong> critérios<br />

pessoais, sociais;<br />

3) Estados Unidos <strong>–</strong> or<strong>de</strong>nação e <strong>de</strong>nominação do espaço a partir <strong>de</strong><br />

critérios impessoais.<br />

A redação final do resumo po<strong>de</strong> ser:<br />

Cada sistema social concebe a or<strong>de</strong>nação do espaço <strong>de</strong> uma ma-<br />

63


neira típica. No Brasil, o espaço não é concebido como um elemento<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dos valores sociais, mas está embebido neles. Expressões<br />

como “em cima” e “embaixo”, por exemplo, não exprimem propriamente<br />

a noção <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>s mas indicam regiões sociais. As avenidas e<br />

ruas recebem nomes indicativos <strong>de</strong> episódios históricos, <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes<br />

geográficos ou <strong>de</strong> alguma característica social ou política. Nas cida<strong>de</strong>s<br />

norte-americanas, a orientação espacial é feita pelos pontos car<strong>de</strong>ais e<br />

as ruas e avenidas recebem um número e não um nome. Concebe-se,<br />

então, o espaço como um elemento dotado <strong>de</strong> impessoalida<strong>de</strong>, sem qualquer<br />

relação com os valores sociais.<br />

(FIORIN; SAVIOLI, 2000, p. 420-424)<br />

Exemplo <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> resumo, baseado em texto <strong>de</strong><br />

Bertrand Russell, retirado do <strong>livro</strong> Ensaios céticos:<br />

Na verda<strong>de</strong>, por que <strong>de</strong>sejamos, quase todos nós, aumentar nossa<br />

renda? À primeira vista, po<strong>de</strong> parecer que <strong>de</strong>sejamos bens materiais.<br />

Mas, na verda<strong>de</strong>, os <strong>de</strong>sejamos principalmente para impressionar o próximo.<br />

Quando um homem muda-se para uma casa maior num bairro<br />

melhor, reflete que gente “<strong>de</strong> mais classe” visitará sua esposa, e que<br />

alguns pobretões <strong>de</strong>ixarão <strong>de</strong> frequentar seu lar. Quando manda o filho<br />

a um bom colégio ou a uma universida<strong>de</strong> cara, consola-se das pesadas<br />

mensalida<strong>de</strong>s e taxas pensando nas distinções sociais que tais escolas<br />

conferem a pais e filhos. Em toda cida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>, seja na América ou na<br />

Europa, casas iguaizinhas a outras são mais caras num bairro que noutro,<br />

simplesmente porque o bairro é mais chique. Uma das nossas paixões<br />

mais potentes é o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ser admirado e respeitado. No pé em<br />

que estão as coisas, a admiração e o respeito são conferidos aos que<br />

parecem ricos. Esta é a razão principal <strong>de</strong> as pessoas quererem ser<br />

ricas. Efetivamente, os bens adquiridos pelo dinheiro <strong>de</strong>sempenham<br />

papel secundário. Vejamos, por exemplo, um milionário, que não consegue<br />

distinguir um quadro <strong>de</strong> outro, mas adquiriu uma galeria <strong>de</strong> antigos<br />

mestres com auxílio <strong>de</strong> peritos. O único prazer que lhe dão os<br />

64


quadros é pensar que se sabe quanto pagou por eles; pessoalmente, ele<br />

gozaria mais, pelo sentimento, se comprasse cromos <strong>de</strong> Natal, dos mais<br />

piegas, que, porém, não lhe satisfazem tanto a vaida<strong>de</strong>.<br />

Tudo isso po<strong>de</strong> ser diferente, e o tem sido em muitas socieda<strong>de</strong>s.<br />

Em épocas aristocráticas, os homens eram admirados pelo nascimento.<br />

Em alguns círculos <strong>de</strong> Paris, os homens são admirados pelo seu talento<br />

artístico ou literário, por estranho que pareça. Numa universida<strong>de</strong> teuta<br />

é possível que um homem seja admirado pelo seu saber. Na índia, os<br />

santos são admirados; na China, os sábios. O estudo <strong>de</strong>ssas socieda<strong>de</strong>s<br />

divergentes <strong>de</strong>monstra a correção <strong>de</strong> nossa análise, pois em todas encontramos<br />

gran<strong>de</strong> percentagem <strong>de</strong> homens indiferentes ao dinheiro, contando<br />

que tenham o suficiente para se sustentar; mas que <strong>de</strong>sejam ar<strong>de</strong>ntemente<br />

a posse dos méritos pelos quais, no seu meio, se conquista o<br />

mérito.<br />

1) Idéia geral do texto<br />

Busca da admiração e do respeito, uma das fortes paixões do homem.<br />

2) Segmentação do texto<br />

Critério: tipo <strong>de</strong> objeto a ser adquirido<br />

1º. parágrafo: aquisição dos bens materiais;<br />

2º. parágrafo: aquisição daquilo que é valorizado em cada época ou em<br />

cada socieda<strong>de</strong>.<br />

3) Resumo das idéias <strong>de</strong> cada parte<br />

Busca <strong>de</strong> riqueza em nossa socieda<strong>de</strong> é busca do respeito e da admiração<br />

dos outros, porque isso é conferido a quem parece rico;<br />

Busca do que cada socieda<strong>de</strong> valoriza é busca da admiração e do respeito<br />

dos outros.<br />

4) A redação final do resumo po<strong>de</strong> ser:<br />

O homem cobiça a riqueza não para usufruir dos bens materiais<br />

que ela possibilita, mas para granjear admiração e prestígio, uma das<br />

65


mais fortes paixões do homem.<br />

Assim como nossa socieda<strong>de</strong> persegue a riqueza porque ela confere<br />

prestígio, outras perseguem outros indicadores <strong>de</strong> prestígio: o nascimento,<br />

o talento artístico, o saber, a santida<strong>de</strong>.<br />

Observação:<br />

(FIORIN; SAVIOLI, 2000, p. 424-425)<br />

Notem que neste caso funcionou o critério <strong>de</strong> segmentação do texto por<br />

parágrafos.<br />

66


ANEXO B<br />

EXEMPLO DE ESQUEMA POR TÓPICOS E EXPLICATIVO<br />

Exemplo <strong>de</strong> esquema por tópicos, elaborado a partir do texto O ensino e<br />

a aprendizagem da compreensão leitora, <strong>de</strong> Teresa Colomer (PEREZ;<br />

GARCIA, 2001, p. 123-136):<br />

O ENSINO E A APRENDIZAGEM DA COMPREENSÃO LEITORA<br />

(TERESA COLOMER)<br />

I. Introdução<br />

II. Ler em nossa socieda<strong>de</strong><br />

III. As mudanças no planejamento da leitura<br />

A. Apren<strong>de</strong>r ao longo do tempo<br />

B. Apren<strong>de</strong>r no curso das matérias<br />

C. Usar, analisar e exercitar<br />

IV. O ensino da compreensão leitora<br />

V. O texto e o leitor<br />

A. Conhecer previamente... sem divagar<br />

B. Decodificar: uma renovação perplexa<br />

C. Enten<strong>de</strong>r: o gran<strong>de</strong> passo à frente<br />

D. Interpretar: um mundo incontrolável<br />

67


Exemplo <strong>de</strong> esquema explicativo a partir do texto citado acima:<br />

O ENSINO E A APRENDIZAGEM DA COMPREENSÃO LEITORA<br />

(TERESA COLOMER)<br />

I. Introdução<br />

A leitura e a sua aprendizagem não se restringem somente ao<br />

ambiente escolar, esten<strong>de</strong>m-se por toda a vida social do indivíduo. Atualmente,<br />

vários investimentos estão sendo feitos nessa área, tais como:<br />

programa <strong>de</strong> cooperação entre famílias e escola, novos profissionais e<br />

programas <strong>de</strong> aprendizagem, locais alternativos <strong>de</strong> locação <strong>de</strong> <strong>livro</strong>s,<br />

políticas públicas em relação ao tema etc. As pesquisas, também, têm se<br />

intensificado e proporcionado a inter-relação entre várias disciplinas,<br />

como exemplo a psicolinguística, a sociolinguística, entre outras.<br />

II. Ler em nossa socieda<strong>de</strong><br />

A evolução rápida dos meios <strong>de</strong> comunicação faz com que cada<br />

vez mais os cidadãos adquiram o domínio <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> leitura e<br />

escrita, utilizando-se do código oral, escrito e visual. Mesmo com o<br />

surgimento <strong>de</strong> novos códigos e gêneros textuais, a linguagem escrita<br />

continua em evidência, pois possibilita a constituição <strong>de</strong> uma memória<br />

coletiva e uma maior comunicação graças ao rompimento <strong>de</strong> barreiras<br />

espaciais e temporais.<br />

III. As mudanças no planejamento da leitura<br />

68<br />

A. Apren<strong>de</strong>r ao longo do tempo<br />

O processo <strong>de</strong> leitura é um continuum que começa antes da escolarização<br />

e vai para além <strong>de</strong>la.<br />

B. Apren<strong>de</strong>r no curso das matérias<br />

O ensino da leitura <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> dos professores


<strong>de</strong> todas as disciplinas, pois é através <strong>de</strong>la que se ensina os conteúdos<br />

das diversas áreas do conhecimento.<br />

C. Usar, analisar e exercitar<br />

O ensino da leitura (e, também, da escrita) <strong>de</strong>ve partir do uso para<br />

a reflexão e possibilitar o treinamento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s específicas<br />

para garantir o seu sucesso na prática escolar e nas relações sociais<br />

(uso-reflexão-uso).<br />

IV. O ensino da compreensão leitora<br />

O ensino da compreensão leitora exige o aprendizado <strong>de</strong> diversas<br />

estratégias, que reconheçam a leitura como um ato interpretativo, o qual<br />

consiste na articulação da mensagem veiculada pelo texto com os conhecimentos<br />

prévios do leitor. Abaixo um esquema dos conhecimentos<br />

e processos que envolvem o ato <strong>de</strong> ler, sabendo que as estruturas são as<br />

características do leitor indiferente da leitura e os processos são as ativida<strong>de</strong>s<br />

cognitivas processadas durante a leitura:<br />

A. Estruturas cognitivas: conhecimentos sobre a língua e o mundo;<br />

B. Estruturas afetivas: atitu<strong>de</strong>s do leitor (auto-imagem, capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> arriscar, medo do fracasso etc.);<br />

C. Microprocessos: compreensão <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes do texto;<br />

D. Processos <strong>de</strong> integração: enlaçamento <strong>de</strong> partes do texto (coesão);<br />

E. Macroprocessos: compreensão global do texto;<br />

F. Processos <strong>de</strong> elaboração: levam o leitor para além do texto;<br />

G.Processos metacognitivos: levam o leitor a i<strong>de</strong>ntificação da perda<br />

<strong>de</strong> compreensão e sua reparação.<br />

69


V. O texto e o leitor<br />

A. Conhecer previamente... sem divagar<br />

Exploração dos conhecimentos prévios do aluno antes da leitura<br />

do texto propriamente dita, visando transformar a pergunta tradicional:<br />

“O que os alunos não sabem e como posso ensinar isso?”<br />

por outra mais a<strong>de</strong>quada: “O que os alunos sabem e como posso<br />

ampliar ou precisar o que eles sabem?”<br />

B. Decodificar: uma renovação perplexa<br />

Ensinar a <strong>de</strong>codificação <strong>de</strong> signos gráficos é necessário, mas é<br />

preciso ir além <strong>de</strong>la para atingir a verda<strong>de</strong>ira compreensão do texto.<br />

C. Enten<strong>de</strong>r: o gran<strong>de</strong> passo à frente<br />

As principais estratégias que se referem à compreensão são: i<strong>de</strong>ntificação<br />

das idéias principais, compreensão global do texto por<br />

meio do resumo e uso da superestrutura textual.<br />

D. Interpretar: um mundo incontrolável<br />

Embora pouco valorizadas na escola, as ativida<strong>de</strong>s interpretativas<br />

<strong>de</strong>vem levar em conta a resposta crítica do leitor, proporcionando-lhe<br />

distinguir entre dados e opiniões do autor, julgar a credibilida<strong>de</strong>,<br />

aplicar a informação <strong>de</strong> forma criativa etc.<br />

E. Controlar: uma introdução sinuosa<br />

Embora seja algo difícil, o autocontrole da compreensão pressupõe<br />

a capacida<strong>de</strong> do leitor para <strong>de</strong>cidir quando leu <strong>de</strong> forma satisfatória<br />

ou quando precisa fazer reparos em sua leitura, para isso<br />

ele tem que ter consciência dos objetivos e das intenções <strong>de</strong> sua<br />

leitura.<br />

VI. O leitor e o contexto<br />

70<br />

A. Querer ler


A condição fundamental para um bom ensino da leitura é a motivação<br />

do leitor para tal tarefa, para isso ele precisa enten<strong>de</strong>r sua<br />

aprendizagem como meio <strong>de</strong> ampliar as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicação,<br />

<strong>de</strong>sfrute e acesso ao conhecimento (favorece muito para<br />

isso a a<strong>de</strong>quada utilização da biblioteca).<br />

B. Ler, discutir e escrever<br />

Para o sucesso na aprendizagem da compreensão leitora <strong>de</strong>ve haver<br />

o relacionamento da leitura com a oralida<strong>de</strong> e a escrita, pois a<br />

discussão em grupo enriquece a compreensão do que foi lido e a<br />

produção <strong>de</strong> textos possibilita analisar e enten<strong>de</strong>r melhor os vários<br />

aspectos textuais.<br />

C. Ver ler<br />

A motivação para a leitura e o sucesso da mesma estão intimamente<br />

relacionados com os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> leitores a que os alunos<br />

são expostos. Tais mo<strong>de</strong>los não se restringem apenas aos professores,<br />

pois dizem respeito, também, aos pais, a outros adultos, e<br />

aos próprios colegas.<br />

VII. A leitura no século XXI<br />

Embora os meios <strong>de</strong> comunicação estejam evoluindo muito rapidamente,<br />

a escola não <strong>de</strong>ve se julgar incapaz <strong>de</strong> acompanhá-los. O seu<br />

objetivo continua o mesmo: ensinar o aluno a ler e escrever para inserirse<br />

cada vez mais e melhor no mundo da cultura. Para isso, as pesquisas<br />

na área da linguagem, que hoje, felizmente, são abundantes, po<strong>de</strong>m contribuir<br />

bastante. Cabe ao professor reconhecer o seu papel e buscar os<br />

recursos necessários para uma prática competente em relação ao processo<br />

<strong>de</strong> comunicação.<br />

71


ANEXO C<br />

EXEMPLO DE RESENHA CRÍTICA<br />

Exemplo <strong>de</strong> resenha elaborada por Marisa Lajolo e publicada no Jornal<br />

da Tar<strong>de</strong>, 18 jan. 1986:<br />

MEMÓRIA: RICAS LEMBRANÇAS DE UM PRECIOSO<br />

MODO DE VIDA<br />

O Diário <strong>de</strong> uma garota (Record, Maria Julieta Drummond <strong>de</strong><br />

Andra<strong>de</strong>) é um texto que comove <strong>de</strong> tão bonito. Nele o leitor encontra o<br />

registro amoroso e miúdo dos pequenos nadas que preencheram os dias<br />

<strong>de</strong> uma adolescente em férias, no verão antigo <strong>de</strong> 41 para 42.<br />

Acabados os exames, Maria Julieta começa seu diário, anotado<br />

em um ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> capa dura que ela ganha já usado até a página 49. É<br />

a partir daí que o espaço é todo da menina, que se propõe a registrar<br />

nele os principais acontecimentos <strong>de</strong>stas férias para mais tar<strong>de</strong> recordar<br />

coisas já esquecidas.<br />

O resultado final dá conta plena do recado e ultrapassa em muito<br />

a proclamada modéstia do texto que, ao ser concebido, tinha como <strong>de</strong>stinatária<br />

única a mãe da autora, a quem o ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong>veria ser entregue<br />

quando acabado.<br />

E quais foram os afazeres <strong>de</strong> Maria Julieta naquele longínquo<br />

verão? Foram muitos, pontilhados <strong>de</strong> muita comilança e <strong>de</strong> muita leitura:<br />

cinema, doce-<strong>de</strong>-leite, novena, o Tico-Tico, doce-<strong>de</strong>-banana, teatrinho,<br />

visita, picolés, missa, rosca, cinema <strong>de</strong> novo, sapatos novos <strong>de</strong><br />

camurça branca, o Cruzeiro, bem-casados, romances franceses, comunhão,<br />

recorte <strong>de</strong> gravuras, Fon-Fon, espiar casamentos, bolinho <strong>de</strong> legumes,<br />

festas <strong>de</strong> aniversário, Missa do Galo, carta para a família, dor<strong>de</strong>-barriga,<br />

<strong>de</strong>senho <strong>de</strong> aquarela, mingau, indigestão... Tudo parecia<br />

pouco para encher os dias <strong>de</strong> uma garota carioca em férias mineiras,<br />

das quais regressa sozinha, <strong>de</strong> avião.<br />

73


Tantas e tão preciosas evocações resgatam do esquecimento um<br />

modo <strong>de</strong> vida que é hoje apenas um dolorido retrato na pare<strong>de</strong>. Retrato,<br />

entretanto, que, graças à arte <strong>de</strong> Julieta, escapa da moldura, ganha<br />

movimentos, cheiros, risos e vida.<br />

O <strong>livro</strong>, no entanto, guarda ainda outras riquezas: por exemplo,<br />

o tom autêntico <strong>de</strong> sua linguagem, que, se, como prometeu sua autora,<br />

evita as pompas, guarda, não obstante, o sotaque antigo do tempo em<br />

que os adolescentes que faziam diários dominavam os pronomes cujo/<br />

a/os/as, conheciam a impessoalida<strong>de</strong> do verbo haver no sentido <strong>de</strong> existir<br />

e empregavam, sem pestanejar, o mais-que-perfeito do indicativo quando<br />

<strong>de</strong> direito...<br />

Outra e não menor riqueza do <strong>livro</strong> é o acerto <strong>de</strong> seu projeto<br />

gráfico, aos cuidados <strong>de</strong> Raquel Braga. Aproveitando para ilustração<br />

recortes que Maria Julieta pregava em seu diário e reproduzindo na<br />

capa do <strong>livro</strong> a capa marmorizada do ca<strong>de</strong>rno, com sua lombada e<br />

cantoneiras imitando couro, o resultado é um trabalho em que forma e<br />

conteúdo se casam tão bem casados que este Diário <strong>de</strong> uma garota<br />

acaba constituindo uma gran<strong>de</strong> festa para seus leitores.<br />

O texto é uma resenha crítica, pois nele a resenhadora apresenta um<br />

breve resumo da obra, mas também faz uma apreciação do seu valor<br />

(exemplo, 1º. período do 1º. parágrafo, 3º. parágrafo). Ao comentar a<br />

linguagem do <strong>livro</strong> (6º. parágrafo), emite um juízo <strong>de</strong> valor sobre ela,<br />

estabelecendo um paralelo entre os adolescentes da década <strong>de</strong> 40 e os <strong>de</strong><br />

hoje do ponto <strong>de</strong> vista da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se expressar por escrito. No<br />

último parágrafo comenta o projeto gráfico da obra e faz uma apreciação<br />

a respeito <strong>de</strong>le.<br />

No resumo da obra, a resenhadora faz uma indicação sucinta do conteúdo<br />

global da obra (“registro amoroso e miúdo dos pequenos nadas que<br />

preencheram os dias <strong>de</strong> uma adolescente em férias, no verão antigo <strong>de</strong><br />

41 para 42”), mostra o gênero utilizado pela autora (diário) e, <strong>de</strong>pois,<br />

relata os pontos essenciais do <strong>livro</strong> (um rol dos pequenos acontecimentos<br />

da vida da adolescente em férias).<br />

74


A parte <strong>de</strong>scritiva é reduzida ao mínimo indispensável. Apenas o título<br />

completo da obra, a editora e o nome da autora são indicados.<br />

Estamos diante <strong>de</strong> uma resenha muito bem-feita, pois se atém apenas<br />

aos elementos pertinentes para a finalida<strong>de</strong> a que se <strong>de</strong>stina: informar o<br />

público leitor sobre a existência e as qualificações do <strong>livro</strong>.<br />

(FIORIN; SAVIOLI, 2000, p. 426-429)<br />

Observação:<br />

Notem que a intenção da autora da resenha é divulgar um novo <strong>livro</strong><br />

através da página <strong>de</strong> um jornal, isso justifica sua brevida<strong>de</strong> e pouco<br />

aprofundamento. No caso <strong>de</strong> uma resenha acadêmica, é necessário ampliar<br />

e <strong>de</strong>talhar mais o resumo da obra e fundamentar melhor a crítica<br />

feita a ela.<br />

75


ANEXO D<br />

EXEMPLO DE ARTIGO<br />

Veja a partir da próxima página um exemplo <strong>de</strong> um artigo completo com<br />

elementos pré-textuais (capa, folha <strong>de</strong> rosto, sumário, autor e filiação,<br />

título, resumo, palavras-chave), textuais (introdução, <strong>de</strong>senvolvimento<br />

e conclusão) e pós-textuais (referências).<br />

77


UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS <strong>–</strong> <strong>UEMG</strong><br />

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE DIVINÓPOLIS <strong>–</strong> <strong>FUNEDI</strong><br />

FORMAÇÃO DE PROFESSORES<br />

JOSÉ HELENO FERREIRA<br />

DIVINÓPOLIS (MG)<br />

MARÇO DE 2005


JOSÉ HELENO FERREIRA<br />

FORMAÇÃO DE PROFESSORES<br />

DIVINÓPOLIS(MG)<br />

MARÇO DE 2005<br />

Artigo apresentado para publicação<br />

nos Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Estudos Acadêmicos<br />

do Curso Normal Superior<br />

da <strong>FUNEDI</strong>/<strong>UEMG</strong>.


SUMÁRIO<br />

Resumo.................................................................................................5<br />

Palavras-chave.......................................................................................5<br />

Introdução.............................................................................................5<br />

Competência técnica e compromisso político........................................6<br />

O que o professor <strong>de</strong>ve ensinar?...........................................................8<br />

A universida<strong>de</strong> e a formação docente.......................................................11<br />

Conclusão..............................................................................................13<br />

Referências .........................................................................................14


Introdução<br />

FORMAÇÃO DE PROFESSORES<br />

José Heleno Ferreira<br />

Mestre em Mídia e Conhecimento<br />

Resumo: Uma análise dos paradigmas que têm norteado<br />

a formação docente nos últimos anos no Brasil.<br />

Os <strong>de</strong>safios que se impõem àqueles que optam por<br />

trabalhar uma formação docente que tenha como princípios<br />

a emancipação <strong>de</strong> professores/as e alunos/as.<br />

A necessida<strong>de</strong> da competência técnica, do compromisso<br />

político e do posicionamento ético no trabalho<br />

<strong>de</strong> formação docente.<br />

Palavras-chave: formação, professores, compromisso<br />

político, utopia.<br />

O amanhã da profissão docente <strong>–</strong> um amanhã que<br />

organize o hoje <strong>–</strong> não está certamente numa visão<br />

idílica do papel da escola e dos professores, cuja<br />

ilusão não é mais possível nos dias <strong>de</strong> hoje (lembre-se,<br />

no entanto, que <strong>de</strong>nunciar a ilusão não é<br />

renunciar a ter esperança). Os professores não são<br />

certamente os “salvadores do mundo”, mas também<br />

não são meros agentes <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m que os<br />

ultrapassa. Só através <strong>de</strong> uma reelaboração <strong>de</strong> uma<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> profissional, os professores po<strong>de</strong>rão <strong>de</strong>finir<br />

estratégias <strong>de</strong> ação que não po<strong>de</strong>m mudar tudo,<br />

mas que po<strong>de</strong>m mudar coisa alguma. E esta alguma<br />

coisa não é coisa pouca.<br />

António Nóvoa<br />

5


Partindo do <strong>de</strong>bate em torno do tecnicismo e das críticas a esse<br />

processo que marcou a formação <strong>de</strong> professores/as no Brasil nos anos<br />

1980, procura-se, neste texto, discutir a questão da competência técnica<br />

e do comprometimento político, bem como a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> romper<br />

com a visão maniqueísta que não percebe a interação entre esses dois<br />

vieses da formação profissional e, via <strong>de</strong> regra, advoga em nome <strong>de</strong><br />

uma pretensa neutralida<strong>de</strong> dos métodos e técnicas <strong>de</strong> ensino. Busca-se,<br />

ainda, discutir os <strong>de</strong>safios enfrentados por aqueles/as que atuam na educação<br />

básica e, partindo <strong>de</strong> Nóvoa (1995) e Afonso (2000), apresentar<br />

pistas para o enfrentamento <strong>de</strong>ssa situação.<br />

Tendo afirmado o/a professor/a que se quer formar, apresenta-se,<br />

então, a crítica às instituições <strong>de</strong> ensino superior no Brasil (CATANI,<br />

1986; PEREIRA, 2000), para, finalmente, afirmar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

formação <strong>de</strong> professores que tenha um caráter humanístico, que promova<br />

a emancipação <strong>de</strong> alunos/as e professores/as, ainda que isso implique<br />

em assumir <strong>de</strong>safios políticos e as dificulda<strong>de</strong>s inerentes aos mesmos.<br />

Competência técnica e compromisso político<br />

A formação <strong>de</strong> professores/as no Brasil, das últimas décadas do<br />

século XX aos dias atuais, é marcada por dois diferentes paradigmas. O<br />

primeiro <strong>de</strong>les, caracterizado pelo tecnicismo; o segundo, é o paradigma<br />

aqui chamado <strong>de</strong> sócio-histórico.<br />

Até o final da década <strong>de</strong> 1970, a formação docente teve como<br />

parâmetro o treinamento do técnico em educação. Marcada por um paradigma<br />

positivista e fortemente influenciada pelo tecnicismo que imperava<br />

na educação brasileira <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o surgimento dos acordos MEC/<br />

USAID no final dos anos 1960, a formação <strong>de</strong> professores privilegiava<br />

um viés técnico, que garantisse aos/às futuros/as docentes a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cumprir <strong>de</strong>terminadas regras (no que diz respeito aos métodos, às<br />

técnicas <strong>de</strong> ensino, aos procedimentos didáticos e mesmo aos conteúdos<br />

a serem ensinados) e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seguir uma <strong>de</strong>terminada cartilha<br />

que garantiria um ensino eficaz. Assim,<br />

6<br />

[...] o professor era concebido como um organiza-


dor dos componentes do processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem<br />

(objetivos, seleção <strong>de</strong> conteúdo, estratégias<br />

<strong>de</strong> ensino, avaliação, etc.) que <strong>de</strong>veriam ser<br />

rigorosamente planejados para garantir resultados<br />

instrucionais altamente eficazes e eficientes. Conseqüentemente,<br />

a gran<strong>de</strong> preocupação, no que se<br />

refere à formação do professor, era a instrumentalização<br />

técnica. (PEREIRA, 2000, p. 16)<br />

Uma nova perspectiva para a formação docente no país surge a<br />

partir da década <strong>de</strong> 1980. Logicamente, essa mudança não acontece aleatoriamente.<br />

Nesse mesmo período, estão acontecendo as lutas pela <strong>de</strong>mocratização<br />

do país: o ressurgimento do movimento sindical, as lutas<br />

pela anistia, pelo restabelecimento das eleições diretas em todos os níveis<br />

e por um congresso nacional constituinte. A efervescência política<br />

<strong>de</strong>sse período histórico também se faz presente no meio acadêmico e a<br />

formação <strong>de</strong> professores que se praticava nas universida<strong>de</strong>s brasileiras<br />

até então sofre violenta crítica dos/as educadores/as marxistas, principalmente<br />

<strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> a formação técnica se apresentar <strong>de</strong>svinculada<br />

dos aspectos políticos e sociais, ou seja, do contexto em que se<br />

formam e trabalham os/as professores/as. (PEREIRA, 2000)<br />

Entre os/as vários/as pesquisadores/as que se <strong>de</strong>dicam à formação<br />

docente no Brasil, como Vera Candau, Guiomar Namo <strong>de</strong> Melo,<br />

Dermeval Saviani, instaura-se o <strong>de</strong>bate acerca da competência técnica e<br />

do compromisso político. Se a formação tecnicista privilegiava a competência<br />

técnica, o paradigma sócio-histórico privilegiava a competência<br />

política.<br />

Na verda<strong>de</strong>, esse é um <strong>de</strong>bate ainda inconcluso. É comum ouvir<br />

críticas a professores/as recém formados e sem o mínimo preparo técnico<br />

para o exercício <strong>de</strong> sua função. Nos últimos anos da década <strong>de</strong> 1990,<br />

após várias reformas educacionais ocorridas nos estados <strong>–</strong> uma vez que<br />

a Lei <strong>de</strong> Diretrizes e Bases 9394/96 retirou a responsabilida<strong>de</strong> da União<br />

quanto à organização dos sistemas educacionais e a educação básica<br />

tornou-se responsabilida<strong>de</strong> dos municípios e dos estados <strong>–</strong>, afirmativas<br />

ligadas ao senso comum e que, por isso mesmo, não refletiam uma análise<br />

rigorosa da situação, referiam-se ao fracasso escolar <strong>de</strong>monstrado<br />

7


pelos processos <strong>de</strong> avaliação externa, dos quais o Sistema <strong>de</strong> Avaliação<br />

da Educação Básica (SAEB) é um exemplo, como consequência do fato<br />

<strong>de</strong> os/as professores/as não serem preparados/as para alfabetizar as crianças<br />

ou por não terem mais um método <strong>de</strong> ensino.<br />

Ao mesmo tempo, são muitas as críticas, muitas vezes, <strong>de</strong> cunho<br />

conservador, à politização da formação docente e ao fato <strong>de</strong> se formar<br />

um/a profissional competente para fazer uma análise conjuntural da realida<strong>de</strong>,<br />

mas incompetente para ensinar às crianças aquilo que <strong>de</strong>ve ser<br />

aprendido na escola.<br />

Buscando um equilíbrio entre essas duas vertentes, Santos (1995)<br />

afirma a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma formação técnica que envolva o conhecimento<br />

pedagógico e o compromisso político necessário à prática emancipatória<br />

que se espera da educação escolar. Outro autor que busca uma<br />

resposta para esse <strong>de</strong>bate é Saviani (1983) que, ainda no início da década<br />

<strong>de</strong> 1980, publica um artigo intencionalmente intitulado Competência<br />

política e compromisso técnico; o pomo da discórdia e o fruto proibido,<br />

assinalando o rompimento com uma visão maniqueísta que separa a<br />

competência técnica do compromisso político e a necessida<strong>de</strong> da técnica<br />

para que se possa assumir o compromisso político, ressaltando, porém,<br />

a importância <strong>de</strong> negar a neutralida<strong>de</strong> <strong>–</strong> um dos pilares do tecnicismo<br />

<strong>–</strong> dos métodos e técnicas <strong>de</strong> ensino.<br />

O que o professor <strong>de</strong>ve ensinar?<br />

O <strong>de</strong>bate quanto à formação docente faz-se presente ainda nos<br />

cursos <strong>de</strong> licenciatura e uma <strong>de</strong> suas facetas é justamente a questão do<br />

conteúdo a ser aprendido pelos/as futuros/as professores/as e a ser ensinado<br />

às crianças. Via <strong>de</strong> regra, o enfoque conteudista está ligado a posições<br />

conservadoras que afirmam ser necessário que o/a professor/a seja<br />

competente no seu campo <strong>de</strong> saber.<br />

Obviamente, não se trata <strong>de</strong> negar a necessária competência quanto<br />

àquilo que se ensina, seria inadmissível que o/a professor/a não conhecesse<br />

o que se propõe a trabalhar com as crianças e adolescentes. No<br />

entanto, é preciso reconhecer que um curso <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores/<br />

as da educação básica não po<strong>de</strong> se ater aos conteúdos que esses/as pro-<br />

8


fissionais <strong>de</strong>verão transmitir às crianças e adolescentes com os quais<br />

trabalharão. Mais do que isso: é preciso reconhecer que a tarefa prioritária<br />

do/a professor/a da educação básica não é a transmissão <strong>de</strong> informações,<br />

mas, sim, a coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> um processo que propicie a construção<br />

do conhecimento. Nesse sentido, Nóvoa (1995) ressalta a importância<br />

<strong>de</strong> que a formação docente capacite o/a futuro/a professor/a quanto a<br />

um saber <strong>de</strong> referência, que não po<strong>de</strong> ser pensado à margem da produção<br />

científica das várias disciplinas. Trata-se, portanto, <strong>de</strong> formar um/a<br />

profissional capaz <strong>de</strong> acompanhar o <strong>de</strong>senvolvimento das pesquisas da<br />

área <strong>de</strong> conhecimento à qual se <strong>de</strong>dica. Criticando o viés conteudista e<br />

técnico dos cursos <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores/as, esse autor busca o<br />

amparo <strong>de</strong> outros pesquisadores:<br />

É preciso uma educação que realce a história, o<br />

modo científico <strong>de</strong> pensamento, o uso disciplinado<br />

da linguagem, um conhecimento profundo das<br />

artes e da religião e a continuida<strong>de</strong> da empresa<br />

humana. [...] Recomendo, pois, que se ensinem todas<br />

as disciplinas como história. (POSTMAM apud<br />

NÓVOA, 1995, p. 35-36)<br />

O que me parece faltar no ensino, tanto no primário<br />

como no secundário, não é o conteúdo (que até<br />

transborda!), mas a estrutura. Não é útil apren<strong>de</strong>r o<br />

máximo <strong>de</strong> coisas possível, se não sabemos como<br />

é que elas se articulam, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a matemática a Victor<br />

Hugo. (LABORIT apud NÓVOA, 1995, p. 36)<br />

Nóvoa (1995) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>, portanto, a formação do/a professor/a pesquisador/a,<br />

embora não se furte a reconhecer as dificulda<strong>de</strong>s encontradas<br />

pelos/as docentes no seu trabalho cotidiano: o controle político a<br />

que estão submetidos os/as professores/as que atuam na educação básica;<br />

a ausência <strong>de</strong> condições para que esses/as mesmos/as professores/as<br />

possam explicitar seus saberes; o fato <strong>de</strong>, na gran<strong>de</strong> maioria das vezes,<br />

os saberes práticos construídos por aqueles/as que atuam na educação<br />

9


ásica não se fazerem presentes nos cursos superiores <strong>de</strong> formação nem<br />

serem objeto <strong>de</strong> estudo da aca<strong>de</strong>mia; a inexistência <strong>de</strong> espaços para uma<br />

reflexão partilhada, o que con<strong>de</strong>na o/a professor/a a um trabalho absolutamente<br />

solitário.<br />

Essas e outras barreiras encontradas pelos/as professores/as no<br />

seu cotidiano são responsáveis pelo processo que Arroyo (2001) classifica<br />

como <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação do/a trabalhador/a em educação. De acordo<br />

com esse autor, a ênfase na formação docente não po<strong>de</strong> estar <strong>de</strong>svinculada<br />

da luta por melhores condições <strong>de</strong> trabalho, uma vez que <strong>de</strong> nada<br />

adiantará uma boa formação inicial e continuada se a realida<strong>de</strong> (baixos<br />

salários, salas superlotadas, inexistência <strong>de</strong> recursos infraestruturais,<br />

jornadas <strong>de</strong> trabalho exaustivas, gestões autoritárias...) se encarrega <strong>de</strong><br />

fazer com que o/a professor/a perca o estímulo e <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> investir no seu<br />

próprio trabalho.<br />

Relacionar essas dificulda<strong>de</strong>s, reconhecê-las, não significa, no<br />

entanto, sucumbir diante <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>. Nesse sentido, recorre-se novamente<br />

a Nóvoa (1995) e Afonso (2002) que, através das pesquisas<br />

que vêm realizando acerca da profissão docente no Brasil e em Portugal,<br />

apontam algumas pistas que contribuam para o enfrentamento <strong>de</strong>sses<br />

problemas. A partir da leitura <strong>de</strong>sses autores, é possível comentar<br />

alguns caminhos a serem trilhados:<br />

<strong>–</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os/as professores/as adquirirem maior po<strong>de</strong>r<br />

político, buscando novas formas <strong>de</strong> associação profissional que discutam<br />

a docência e garantam um caráter profissional ao magistério;<br />

<strong>–</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os/as professores/as que atuam na educação<br />

básica conquistarem maior visibilida<strong>de</strong> social, participando <strong>de</strong> congressos,<br />

cursos e outros eventos em que possam afirmar seus saberes, marcando<br />

presença nos espaços em que se <strong>de</strong>bate a educação no Brasil, para<br />

que este não seja um território exclusivo dos docentes <strong>de</strong> nível superior;<br />

<strong>–</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se buscar uma relação equilibrada entre a aca<strong>de</strong>mia<br />

e a educação básica, promovendo a interação entre as comunida<strong>de</strong>s<br />

científicas que po<strong>de</strong>m contribuir com a reflexão acerca do fazer<br />

pedagógico nas escolas e, ao mesmo tempo, precisam reconhecer como<br />

legítimos os saberes construídos pela prática docente;<br />

10


<strong>–</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma formação continuada e <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong><br />

autoformação, que se faça, principalmente, a partir das escolas, possibilitando,<br />

ao/à professor/a assumir sua própria formação.<br />

A universida<strong>de</strong> e a formação docente<br />

Pensar o amanhã da profissão docente, utilizando aqui o termo<br />

cunhado pelo autor da epígrafe <strong>de</strong>ste texto, exige que se pense o atual<br />

processo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores/as nas universida<strong>de</strong>s e instituições<br />

<strong>de</strong> ensino superior no país. Para isso, vale tomar como referência o <strong>livro</strong><br />

Universida<strong>de</strong>, escola e formação <strong>de</strong> professores, <strong>de</strong> Catani (1986), bem<br />

como o trabalho <strong>de</strong> Pereira (2000), Formação <strong>de</strong> professores <strong>–</strong> pesquisas,<br />

representações e formação docente.<br />

Os dois autores fazem pesadas críticas à universida<strong>de</strong> brasileira,<br />

chegando a afirmar que, no interior das mesmas existiria uma hierarquia<br />

(PEREIRA, 2000), segundo a qual, tem menor valor aqueles/as<br />

que se <strong>de</strong>dicam aos cursos <strong>de</strong> licenciaturas e que formar professores/as<br />

é uma espécie <strong>de</strong> tarifa que a universida<strong>de</strong> brasileira paga (e da qual<br />

gostaria <strong>de</strong> se livrar) para po<strong>de</strong>r fazer pesquisa em paz. Catani (1986)<br />

afirma também que a universida<strong>de</strong> <strong>–</strong> e os/as professores/as universitários/as,<br />

por extensão <strong>–</strong> abandonaram a luta em <strong>de</strong>fesa da escola pública e<br />

que o distanciamento entre ensino superior e educação básica torna-se<br />

um fosso cada vez maior. Está presente também, nos <strong>livro</strong>s <strong>de</strong>sses dois<br />

autores, a <strong>de</strong>núncia quanto ao fato <strong>de</strong> os saberes construídos pelos/as<br />

docentes nas escolas <strong>de</strong> ensino fundamental e médio serem completamente<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rados pelas instituições <strong>de</strong> ensino superior.<br />

A partir dos estudos <strong>de</strong> Catani (1986) e Pereira (2000), po<strong>de</strong>-se<br />

perceber que o/a professor/a, no exercício <strong>de</strong> sua função, constrói um<br />

conhecimento sobre o ensino, reelabora saberes e conhecimentos culturais<br />

a que tem acesso e cria novos saberes e que todo esse processo é, na maioria<br />

das vezes, <strong>de</strong>sconhecido pelas instituições que formam docentes:<br />

[...] parece ser o papel do professor bem mais complexo<br />

do que a simples tarefa <strong>de</strong> transmitir o conhecimento<br />

já produzido. O professor, durante a<br />

sua formação inicial ou continuada, precisa com-<br />

11


preen<strong>de</strong>r o próprio processo <strong>de</strong> construção e produção<br />

do conhecimento escolar, enten<strong>de</strong>r as diferenças<br />

e semelhanças dos processos <strong>de</strong> produção<br />

do saber científico e do saber escolar, conhecer as<br />

características da cultura escolar, saber a história<br />

da ciência e a história do ensino da ciência com<br />

que trabalha e em que pontos elas se relacionam.<br />

Esses elementos constituem apenas uma das características<br />

do trabalho docente e, sem <strong>de</strong>sconhecer as<br />

outras dimensões, já revelam e <strong>de</strong>monstram a sua<br />

complexida<strong>de</strong>. (PEREIRA, 2000, p. 47)<br />

Assumir a tarefa <strong>de</strong> formar professores/as, na universida<strong>de</strong> brasileira, é<br />

remar contra a maré <strong>–</strong> utilizando aqui as palavras <strong>de</strong> Pereira (2000). Se<br />

a opção pela formação docente baseia-se nos princípios apontados por<br />

Nóvoa (1995) e Afonso (2002), é, mais uma vez, remar contra a maré do<br />

neoliberalismo e <strong>de</strong> uma pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> em que o individualismo assume<br />

o lugar da solidarieda<strong>de</strong> e em que a crítica é substituída pelo espetáculo.<br />

Afinal, para fazer jus ao que propõem esses autores, os cursos <strong>de</strong><br />

licenciatura precisam contemplar uma formação acadêmica que propicie<br />

aos/às futuros/as docentes competência para trabalhar com os conteúdos<br />

da educação básica, além <strong>de</strong> fomentar uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> constante<br />

pesquisa. Faz-se necessário também oferecer uma visão histórica <strong>de</strong> todos<br />

os saberes, bem como a discussão acerca da inter-relação entre os<br />

mesmos.<br />

Mas isso ainda não basta... Os cursos <strong>de</strong> licenciatura precisam<br />

também formar homens e mulheres preparados/as para o trabalho coletivo<br />

<strong>–</strong> uma vez que não é possível ser um/a bom/boa professor/a isoladamente.<br />

Homens e mulheres aptos/as a discutirem a profissão que estarão<br />

assumindo e a compreen<strong>de</strong>rem <strong>–</strong> além <strong>de</strong> se posicionarem criticamente<br />

<strong>–</strong> o contexto sócio-político-econômico que afeta o fazer docente<br />

e também as crianças e adolescentes com os quais trabalha. Faz-se necessário,<br />

então, nos cursos <strong>de</strong> formação docente, educar para a autonomia,<br />

para a emancipação <strong>–</strong> o que, <strong>de</strong>finitivamente, significa enfrentar<br />

fortes obstáculos impostos pela cultura da superficialida<strong>de</strong>, do espetáculo<br />

e da busca do sucesso individual que impera na contemporaneida<strong>de</strong>.<br />

12


Conclusão<br />

Desnecessário dizer que po<strong>de</strong>-se também formar professores/as a<br />

partir <strong>de</strong> uma outra ótica, a partir <strong>de</strong> outros pontos <strong>de</strong> vista que não os<br />

apresentados por esse texto. É possível, por exemplo, formar professores/as<br />

a partir <strong>de</strong> uma ótica mercantil, seja orientando a formação profissional<br />

a partir da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> mercado, seja, simplesmente, explorando<br />

o importante nicho <strong>de</strong> mercado que os cursos <strong>de</strong> licenciatura representam<br />

para as instituições <strong>de</strong> ensino privado, sem quaisquer preocupações<br />

com a escola pública, com as políticas educacionais ou com as<br />

discussões pedagógicas que se colocam na atualida<strong>de</strong>. Porém, não se<br />

toma esse caminho impunemente. Grosso modo, po<strong>de</strong>-se afirmar que<br />

essa opção representa um pacto com a manutenção das mazelas sociais<br />

do mundo atual.<br />

É isso que mostra Michael Apple, em seu artigo Consumindo o<br />

outro: branquida<strong>de</strong>, educação e batatas fritas baratas (2002). O autor<br />

relata a situação <strong>de</strong> um país asiático, cujo nome omite para impedir que<br />

os/as educadores daquela região não sofram uma perseguição política,<br />

em que a população camponesa foi expulsa <strong>de</strong> suas terras para que uma<br />

gran<strong>de</strong> empresa transnacional pu<strong>de</strong>sse plantar batatas a um preço baixo,<br />

às custas da isenção <strong>de</strong> impostos e do baixo custo da mão <strong>de</strong> obra. Em<br />

nome do lucro <strong>de</strong>ssa empresa, as crianças camponesas foram para as<br />

favelas urbanas. Também em nome do lucro <strong>de</strong>ssa empresa, o governo,<br />

que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> arrecadar impostos, <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> oferecer escola e saú<strong>de</strong> à<br />

população que migrou do campo para a cida<strong>de</strong>.<br />

Analisar, compreen<strong>de</strong>r e <strong>de</strong>nunciar situações como estas é tarefa<br />

da educação, como bem afirma o autor:<br />

A negação dos direitos humanos fundamentais, a<br />

<strong>de</strong>struição do ambiente, as condições abjetas sob<br />

as quais as pessoas (apenas) sobrevivem, a falta <strong>de</strong><br />

um futuro significativo para as milhares <strong>de</strong> crianças<br />

que mencionei em minha história <strong>–</strong> tudo isto<br />

não é apenas ou mesmo primariamente um “texto”<br />

para ser <strong>de</strong>cifrado nos nossos <strong>livro</strong>s acadêmicos à<br />

medida que seguimos nossos temas pós-mo<strong>de</strong>rnos.<br />

É uma realida<strong>de</strong> que milhões <strong>de</strong> pessoas experi-<br />

13


mentam nos seus próprios corpos diariamente. O<br />

trabalho educacional que não seja fortemente relacionado<br />

com a profunda compreensão <strong>de</strong>stas realida<strong>de</strong>s<br />

(e esta compreensão não po<strong>de</strong> abandonar a<br />

séria análise da economia política e das relações<br />

<strong>de</strong> classe sem per<strong>de</strong>r muito <strong>de</strong> sua força) está em<br />

perigo <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r a sua alma. As vidas <strong>de</strong> nossas<br />

crianças exigem mais do que isto. (APPLE, 2002,<br />

p. 31-32)<br />

Parafraseando Apple, conclui-se afirmando que o compromisso<br />

com a educação básica <strong>–</strong> e com a formação <strong>de</strong> professores/as <strong>–</strong> exige,<br />

pois, uma dose qualquer <strong>de</strong> utopia, sem a qual, per<strong>de</strong>r-se-á, inevitavelmente,<br />

a alma.<br />

Referências<br />

AFONSO, Almerindo Janela. Avaliação educacional: regulação e<br />

emancipação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2000.<br />

ANDRÉ, Marli. Pesquisa, formação e prática docente. In: ANDRÉ,<br />

Marli (Org.). O papel da pesquisa na formação e na prática dos<br />

professores. Campinas: Ed. Papirus, 2001. p. 55-70.<br />

APPLE, Michael W. Consumindo o outro: branquida<strong>de</strong>, educação e<br />

batatas fritas baratas. In: COSTA, Marisa Vorraber (Org.). Escola<br />

básica na virada do século: cultura, política e currículo. 3. ed. São<br />

Paulo: Cortez, 2002. p. 25-43.<br />

ARROYO, Miguel G. Ofício <strong>de</strong> mestre: imagens e auto-imagens. 4.<br />

ed. Petrópolis: Ed. Vozes, 2000.<br />

CATANI, Denise Bárbara et al. (Org.). Universida<strong>de</strong>, escola e formação<br />

<strong>de</strong> professores. São Paulo: Brasiliense, 1996.<br />

COSTA, Marisa Vorraber (Org.). Escola básica na virada do século:<br />

14


cultura, política e currículo. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2002.<br />

NÓVOA, António (Org.). Os professores e sua formação. 2. ed.<br />

Lisboa: Dom Quixote, 1995.<br />

PEREIRA, Júlio Emílio Diniz. Formação <strong>de</strong> professores: pesquisas,<br />

representações e po<strong>de</strong>r. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.<br />

SANTOS, Lucíola L. C. P. Dilemas e perspectivas na relação entre ensino<br />

e pesquisa. In: ANDRÉ, Marli (Org.). O papel da pesquisa na formação e<br />

na prática dos professores. Campinas: Ed. Papirus, 2001. p. 11-26.<br />

SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 31. ed. rev. Campinas:<br />

Autores Associados, 1997.<br />

15


***<br />

Esta cartilha foi composta na tipologia Times New<br />

Roman, corpos 9,5/ 10,5/11,5. O miolo foi impresso<br />

em papel apergaminhado 75 g e a capa, em papel<br />

supremo 250 g. Abaeté, Minas Gerais <strong>–</strong> 2009.<br />

***

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!