Cartilha de Normas - formato livro.pmd - FUNEDI – UEMG
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CARTILHA DE NORMAS TÉCNICAS<br />
E ELABORAÇÃO DE<br />
TRABALHOS ACADÊMICOS
<strong>Cartilha</strong> <strong>de</strong> <strong>Normas</strong> Técnicas e Elaboração <strong>de</strong> Trabalhos Acadêmicos do<br />
Instituto Superior <strong>de</strong> Educação do Alto São Francisco (ISAF) e do Instituto<br />
Superior <strong>de</strong> Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (ISAB) <strong>–</strong> unida<strong>de</strong>s<br />
acadêmicas da Fundação Educacional <strong>de</strong> Divinópolis. 96p.<br />
Redação e revisão: professor Ari Abreu<br />
Suporte técnico: Assessoria <strong>de</strong> Comunicação da <strong>FUNEDI</strong>/<strong>UEMG</strong><br />
Projeto gráfico e diagramação: Daniela Martins Barbosa Couto<br />
Ilustração: Arnaldo Pires Bessa<br />
<strong>FUNEDI</strong>/<strong>UEMG</strong> Abaeté <strong>–</strong> Rua João Gonçalves, 197, Bairro Amazonas,<br />
Abaeté (MG) <strong>–</strong> www.divinopolis.uemg.br <strong>–</strong> (37) 3541-2172
SUMÁRIO<br />
I OBJETIVO.........................................................................................7<br />
II CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS TEXTUAIS<br />
ACADÊMICOS ...............................................................................7<br />
A Clareza............................................................................................7<br />
B Objetivida<strong>de</strong>.......................................................................................8<br />
C Impessoalida<strong>de</strong>...............................................................................9<br />
D Concisão..........................................................................................9<br />
E Correção gramatical.......................................................................10<br />
F Coesão.............................................................................................11<br />
G Coerência.........................................................................................12<br />
H Unida<strong>de</strong> temática...........................................................................14<br />
I A<strong>de</strong>quação estilística.......................................................................14<br />
J Argumento <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>..............................................................14<br />
K Apoio na consensualida<strong>de</strong>............................................................15<br />
L Comprovação pela experiência ou observação..............................15<br />
III GÊNEROS TEXTUAIS ACADÊMICOS....................................17<br />
M Resumo..........................................................................................17<br />
N Esquema..........................................................................................18<br />
O Resenha............................................................................................19<br />
P Memoriais........................................................................................20<br />
Q Relatórios técnico-científicos.......................................................20<br />
R Fichamento....................................................................................22<br />
1 Fichamento bibliográfico por autor........................................22<br />
2 Fichamento bibliográfico por assunto.....................................23<br />
3 Fichamento <strong>de</strong> transcrição ou <strong>de</strong> citação..................................24<br />
4 Fichamento <strong>de</strong> resumo/analítico.............................................24<br />
S Projeto <strong>de</strong> Pesquisa.......................................................................26
T Artigo............................................................................................30<br />
U Monografia..................................................................................34<br />
V Dissertação....................................................................................35<br />
W Tese................................................................................................... 35<br />
IV NORMAS TÉCNICAS................................................................36<br />
X Uso da pontuação..........................................................................36<br />
Y Palavras ou expressões latinas utilizadas em pesquisa..................38<br />
Z Figuras, tabelas e gráficos............................................................39<br />
AA Notas <strong>de</strong> rodapé..........................................................................43<br />
BB Referências.................................................................................44<br />
1 Um autor ...............................................................................44<br />
2 Dois autores............................................................................45<br />
3 Três autores...............................................................................46<br />
4 Mais <strong>de</strong> três autores................................................................46<br />
5 Autor <strong>de</strong>sconhecido................................................................46<br />
6 Organizador, compilador, coor<strong>de</strong>nador.....................................46<br />
7 Utilização <strong>de</strong> parte <strong>de</strong> uma publicação.......................................47<br />
a) Quando o autor da parte citada é também o autor da obra....47<br />
b) Quando o autor da parte citada não é o autor da obra.....47<br />
8 Partes isoladas (páginas)........................................................47<br />
9 Partes <strong>de</strong> enciclopédia e dicionário (verbetes).........................47<br />
10 Compact Discs (CD).............................................................48<br />
11 Publicações periódicas (fascículos)........................................48<br />
12 Artigos <strong>de</strong> Jornal com autoria..............................................48<br />
13 Artigos <strong>de</strong> Revista com autoria.............................................48<br />
14 Artigos <strong>de</strong> Jornal ou Revista sem autoria.................................48<br />
15 Traduções.............................................................................49<br />
16 Filmes e ví<strong>de</strong>os.......................................................................49<br />
17 Documentos eletrônicos..........................................................49<br />
a) CD-ROM.....................................................................50<br />
b) En<strong>de</strong>reços eletrônicos <strong>de</strong> um modo geral.......................50
c) Monografias, bases <strong>de</strong> dados e softwares....................50<br />
d) Publicações periódicas...................................................50<br />
e) Partes <strong>de</strong> publicações periódicas....................................50<br />
f) E-mail..........................................................................51<br />
CC Citações..........................................................................................51<br />
1 Citação livre...........................................................................52<br />
2 Citação textual.........................................................................53<br />
3 Citação textual curta (com até três linhas)..............................53<br />
4 Citação textual longa (mais <strong>de</strong> três linhas)............................54<br />
5 Citação <strong>de</strong> citação..................................................................55<br />
V REFERÊNCIAS............................................................................57<br />
ANEXOS.................................................................................................59<br />
Anexo A: Exemplo do processo <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> resumos..............61<br />
Anexo B: Exemplo <strong>de</strong> esquema por tópicos e explicativo..................67<br />
Anexo C: Exemplo <strong>de</strong> resenha crítica..................................................73<br />
Anexo D: Exemplo <strong>de</strong> artigo............................................................77
CARTILHA DE NORMAS TÉCNICAS<br />
E ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS<br />
I OBJETIVO<br />
Instrumentalizar os alunos na elaboração <strong>de</strong> alguns gêneros textuais acadêmicos<br />
e em relação à formatação técnica dos mesmos.<br />
II CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS TEXTUAIS ACADÊMICOS<br />
A Clareza<br />
É a qualida<strong>de</strong> daquilo que é facilmente compreendido pelo <strong>de</strong>stinatário,<br />
tanto no que se refere à organização das i<strong>de</strong>ias, quanto ao uso do material<br />
linguístico. O gran<strong>de</strong> problema em relação a este aspecto é que,<br />
muitas vezes, o escritor tem as i<strong>de</strong>ias claras em sua mente e julga que<br />
todos os leitores as terão também.<br />
Exemplo <strong>de</strong> texto sem clareza:<br />
Tendo em vista as atribuições <strong>de</strong>terminadas ao Departamento-Geral<br />
<strong>de</strong> Administração, em especial aquelas elencadas no art. 25 do Manual<br />
para a Conferência do Rio (documento em anexo), solicito a V. Sa. que<br />
promova, coor<strong>de</strong>ne e dirija, no âmbito <strong>de</strong>ste DGA, a adoção das medidas<br />
ten<strong>de</strong>ntes ao fiel <strong>de</strong>sempenho das atribuições em tela, para o que igualmente<br />
<strong>de</strong>termino às Chefias das unida<strong>de</strong>s subordinadas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, todo o<br />
apoio que se fizer necessário à obtenção do <strong>de</strong>si<strong>de</strong>rato colimado.<br />
Texto reescrito:<br />
Solicito a V. Sa. que promova, coor<strong>de</strong>ne e dirija, no âmbito <strong>de</strong>ste<br />
7
DGA, a adoção das medidas listadas no art. 25 do Manual para a Conferência<br />
do Rio, que encaminho em anexo.<br />
Nesse sentido, <strong>de</strong>termino, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, às unida<strong>de</strong>s subordinadas todo<br />
o apoio que se fizer necessário.<br />
(GOLD, 2003, p. 67-68)<br />
B Objetivida<strong>de</strong><br />
É a articulação das informações a serem apresentadas sem acrescentar<br />
elementos que distraiam o leitor daquilo que se <strong>de</strong>seja transmitir. Tratase<br />
do texto sem subterfúgios, sem excesso <strong>de</strong> palavras ou <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias.<br />
Exemplo <strong>de</strong> texto sem objetivida<strong>de</strong>:<br />
Prezados Senhores,<br />
Pedimos gentilmente, por meio <strong>de</strong>sta, a fineza <strong>de</strong> nos fornecer<br />
informações relativas à idoneida<strong>de</strong> moral e capacida<strong>de</strong> profissional do<br />
Sr. Péricles Gordinho, candidato a fazer parte do nosso quadro <strong>de</strong> funcionários<br />
e que forneceu a sua empresa como fonte <strong>de</strong> referências, por já<br />
haver sido funcionário <strong>de</strong>ssa tradicional organização.<br />
Sendo só o que se apresenta para o momento, renovamos nossos<br />
votos <strong>de</strong> estima e consi<strong>de</strong>ração.<br />
Texto reescrito:<br />
Prezados Senhores,<br />
Em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> o Sr. Péricles Gordinho nos ter fornecido a sua<br />
empresa como referência, solicitamos a gentileza <strong>de</strong> nos remeter informações<br />
quanto à idoneida<strong>de</strong> moral e capacida<strong>de</strong> profissional <strong>de</strong> seu exfuncionário.<br />
Esclarecemos ainda que, obviamente, sua informação será revestida<br />
do mais absoluto cuidado e sigilo.<br />
(GOLD, 2003, p. 38-39)<br />
8
C Impessoalida<strong>de</strong><br />
A linguagem utilizada nos trabalhos científicos <strong>de</strong>ve procurar evitar a<br />
explicitação <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> vista pessoais, não fundamentados em fatos<br />
concretos. O texto dissertativo <strong>de</strong> caráter científico <strong>de</strong>ve ser elaborado<br />
<strong>de</strong> maneira a criar um efeito <strong>de</strong> sentido <strong>de</strong> objetivida<strong>de</strong>, pois preten<strong>de</strong><br />
dar <strong>de</strong>staque ao conteúdo das afirmações feitas (a ênfase <strong>de</strong>ve ser dada<br />
ao enunciado e não à subjetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem o proferiu).<br />
Deve-se, portanto, procurar neutralizar a presença do enunciador nos<br />
enunciados. Obviamente, a neutralização do enunciador é apenas um<br />
recurso argumentativo, pois todo enunciado pressupõe alguém que o<br />
tenha produzido. Algumas expressões subjetivas, portanto, po<strong>de</strong>m comprometer<br />
o valor do trabalho, tais como: “eu penso”, “eu acho” etc. e<br />
<strong>de</strong>vem ser evitadas.<br />
Dos três enunciados abaixo, a primeira afirmação é a mais objetiva e<br />
impessoal, pois foram eliminados <strong>de</strong>la o pronome pessoal (nós, eu) e o<br />
verbo <strong>de</strong> dizer (afirmamos, afirmo):<br />
1 A inflação corrói o salário do operário.<br />
2 Nós afirmamos que a inflação corrói o salário do operário.<br />
3 Eu afirmo que a inflação corrói o salário do operário.<br />
D Concisão<br />
Forma mais enxuta e con<strong>de</strong>nsada <strong>de</strong> apresentação, em que se valoriza<br />
cada informação. Para isso é necessário maximizar a informação com<br />
um mínimo <strong>de</strong> palavras, eliminar clichês, cortar redundâncias e retirar<br />
i<strong>de</strong>ias excessivas.<br />
Exemplo <strong>de</strong> parágrafo não conciso:<br />
Em razão do questionamento da Presidência quanto à inclusão ou<br />
não <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas empenhadas e não-pagas no exercício na Conta Restos<br />
9
a Pagar, solicitamos melhores esclarecimentos sobre o assunto, consi<strong>de</strong>rando<br />
os termos do art. 38 da Lei 4.320, que <strong>de</strong>termina a reversão das<br />
<strong>de</strong>spesas anuladas à dotação orçamentária do próximo exercício.<br />
Exemplo <strong>de</strong> parágrafo conciso:<br />
Solicito a V. Sa. orientação sobre a classificação <strong>de</strong> Restos a Pagar<br />
cancelados fora do exercício <strong>de</strong> emissão.<br />
Ou<br />
Solicito a orientação <strong>de</strong> V. Sa. quanto à classificação dos Restos a<br />
Pagar cancelados <strong>de</strong>ntro do exercício que não aquele da emissão do<br />
empenho. (GOLD, 2003, p. 51)<br />
E Correção gramatical<br />
A correção gramatical envolve aspectos como: ortografia, regência, concordância,<br />
pontuação. A falta <strong>de</strong> correção gramatical contribui para o<br />
ofuscamento do brilho das i<strong>de</strong>ias, chegando, muitas vezes, a <strong>de</strong>negrir a<br />
imagem do autor do texto.<br />
Exemplo <strong>de</strong> um efeito da incorreção gramatical:<br />
Certos erros <strong>de</strong> português, sobretudo aqueles que indicam <strong>de</strong>sconhecimento<br />
da língua escrita, embora não cheguem a prejudicar a compreensão<br />
da mensagem, são arrasadores para a imagem do enunciador<br />
do texto, prejudicando totalmente o seu peso argumentativo.<br />
Leia o trecho que vem a seguir, extraído da revista Veja, <strong>de</strong> 22/01/86:<br />
Quando era ministro da Educação, Passarinho recebeu correspondência<br />
<strong>de</strong> um reitor <strong>de</strong> uma universida<strong>de</strong>, solicitando verbas ao “iminente<br />
ministro”, que não pestanejou. Colocou-a <strong>de</strong> volta no correio, dizendo<br />
ao solicitante que já havia sido nomeado...<br />
(FIORIN; SAVIOLI, 2003, p. 300)<br />
10
Observação: notem o emprego in<strong>de</strong>vido <strong>de</strong> iminente (que está a ponto<br />
<strong>de</strong> acontecer) por eminente (ilustre, sublime).<br />
F Coesão<br />
Coesão é o uso correto <strong>de</strong> termos, tais como pronomes, advérbios, conjunções,<br />
responsáveis pelo enca<strong>de</strong>amento do texto e que garantem a<br />
união entre as partes <strong>de</strong> um todo. Sem coesão, o texto fica incompreensível,<br />
com o autor partindo <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia para outra sem critério, sem<br />
ligação.<br />
Exemplo <strong>de</strong> período sem coesão:<br />
O homem que procurava exibir as roupas que ganhara no último<br />
Natal na ceia que ocorrera na casa <strong>de</strong> Celinha.<br />
Temos aí:<br />
O homem (sujeito);<br />
que procurava exibir as roupas (oração subordinada restritiva);<br />
que ganhara no último Natal na ceia (oração subordinada adjetiva restritiva);<br />
que ocorrera na casa <strong>de</strong> Celinha. (oração subordinada adjetiva restritiva).<br />
A segunda oração está subordinada àquela que seria a primeira, referindo-se<br />
ao termo homem; a terceira é subordinada à segunda; a quarta, à<br />
terceira. A primeira oração está incompleta. Falta-lhe o predicado. Quem<br />
fez o período escreveu o termo a que se refere a segunda oração, começou<br />
uma série <strong>de</strong> orações adjetivas e “esqueceu-se” <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver a<br />
primeira oração.<br />
(FIORIN; SAVIOLI, 2003, p. 383)<br />
Exemplo <strong>de</strong> mau uso dos elementos coesivos:<br />
Frequentei a faculda<strong>de</strong>, mas aprendi bastante.<br />
11
A não ser que tenha uma intenção irônica <strong>de</strong> criticar a faculda<strong>de</strong>, a conjunção<br />
“mas” foi utilizada in<strong>de</strong>vidamente, pois a i<strong>de</strong>ia estabelecida pela<br />
relação das frases não é <strong>de</strong> contradição, <strong>de</strong> adversida<strong>de</strong>. Caberiam aqui<br />
as conjunções: e, portanto, por isso etc.<br />
Exemplos <strong>de</strong> ambiguida<strong>de</strong> provocada pelo mau uso dos elementos coesivos:<br />
Havia um homem entre a multidão que dava gritos histéricos.<br />
Quem dava gritos histéricos: o homem ou a multidão?<br />
Período reescrito:<br />
Havia um homem entre a multidão, a qual (= a multidão) dava<br />
gritos histéricos.<br />
Ou:<br />
Havia um homem entre a multidão, o qual (= o homem) dava<br />
gritos histéricos.<br />
O professor falou com o diretor em sua sala.<br />
De quem era a sala: do professor ou do diretor?<br />
Período reescrito:<br />
O professor falou, em sua sala, com o diretor.<br />
Ou:<br />
O professor falou com o diretor na sala <strong>de</strong>ste.<br />
(GOLD, 2003, p. 73)<br />
G Coerência<br />
Coerência significa união estreita entre várias partes, relação entre i<strong>de</strong>ias<br />
que se harmonizam, ausência <strong>de</strong> contradição. É a coerência que distingue<br />
um texto <strong>de</strong> um amontoado <strong>de</strong> frases. Ela está para o sentido<br />
12
textual assim como a coesão está para os elementos linguísticos que<br />
buscam tal sentido.<br />
Exemplos <strong>de</strong> incoerência:<br />
Lá <strong>de</strong>ntro havia uma fumaça espessa que não <strong>de</strong>ixava que víssemos<br />
ninguém.<br />
Meu colega foi à cozinha, <strong>de</strong>ixando-me sozinho. Fiquei encostado<br />
na pare<strong>de</strong> da sala, observando as pessoas que lá estavam. Na festa,<br />
havia pessoas <strong>de</strong> todos os tipos: ruivas, brancas, pretas, amarelas, altas,<br />
baixas etc. (nesse caso, há uma incoerência, pois a personagem não podia<br />
ver e viu).<br />
(FIORIN; SAVIOLI, 2000, p. 262)<br />
O quarto espelha as características <strong>de</strong> seu dono: um esportista,<br />
que adorava a vida ao ar livre e não tinha o menor gosto pelas ativida<strong>de</strong>s<br />
intelectuais. Por toda a parte, havia sinais disso: raquetes <strong>de</strong> tênis, prancha<br />
<strong>de</strong> surf, equipamento <strong>de</strong> alpinismo, skate, um tabuleiro <strong>de</strong> xadrez<br />
com as peças arrumadas sobre uma mesinha, as obras completas <strong>de</strong><br />
Shakespeare. (Se o dono do quarto “não tinha o menor gosto pelas ativida<strong>de</strong>s<br />
intelectuais”, como se justificam o “tabuleiro <strong>de</strong> xadrez com as<br />
peças arrumadas sobre uma mesinha” e “as obras completas <strong>de</strong> Shakespeare”?).<br />
(FIORIN; SAVIOLI, 2000, p. 268)<br />
Outro exemplo <strong>de</strong> incoerência: “se alguém diz que os seres humanos<br />
<strong>de</strong>vem ser tratados com respeito, não po<strong>de</strong>ndo sofrer nenhum castigo<br />
físico e que, portanto, os pais <strong>de</strong>vem bater nos filhos, violou a lógica<br />
dos enunciados, dado que uma criança é um ser humano e, por conseguinte,<br />
a primeira i<strong>de</strong>ia não permitiria a conclusão <strong>de</strong> que os pais <strong>de</strong>vem<br />
bater nos filhos”.<br />
(FIORIN; SAVIOLI, 2003, p. 400-401)<br />
13
H Unida<strong>de</strong> temática<br />
O texto <strong>de</strong>ve tratar <strong>de</strong> um só assunto, pois um texto dispersivo, cheio <strong>de</strong><br />
informações <strong>de</strong>sencontradas não é entendido por ninguém: fica-se sem<br />
saber qual é seu objeto central, ou seja, o texto que fala <strong>de</strong> tudo acaba<br />
não falando <strong>de</strong> nada. Ele <strong>de</strong>ve, portanto, ter varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que essa<br />
varieda<strong>de</strong> explore uma mesma matéria, isto é, comece, continue e acabe<br />
<strong>de</strong>ntro do mesmo tema central.<br />
I A<strong>de</strong>quação estilística<br />
O estilo <strong>de</strong> um texto varia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a escolha do tipo <strong>de</strong> letra, do <strong>formato</strong><br />
da impressão, da seleção vocabular, do gênero textual, do suporte, da<br />
forma <strong>de</strong> circulação etc. O estilo empregado na composição <strong>de</strong> um texto,<br />
portanto, precisa estar coerente com vários aspectos, inclusive as<br />
intenções do autor. Para buscar tal coerência é necessário observar elementos,<br />
tais como: público leitor, conteúdo, objetivos, contexto, intenção<br />
etc.<br />
J Argumento <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong><br />
É a citação <strong>de</strong> autores renomados, autorida<strong>de</strong>s num certo domínio do<br />
saber, para corroborar uma tese, um ponto <strong>de</strong> vista. O uso <strong>de</strong> citações<br />
cria a imagem <strong>de</strong> que o escritor conhece bem o assunto, porque já leu o<br />
que sobre ele pensaram outros autores. Neste sentido, torna os autores<br />
citados fiadores da veracida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um dado ponto <strong>de</strong> vista. As citações,<br />
portanto, são importantes e enriquecem o trabalho. Entretanto, <strong>de</strong>vem<br />
ser dosadas para que o trabalho não fique fragmentado e nem perca a<br />
autoria.<br />
Exemplo <strong>de</strong> uso do argumento <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>:<br />
Conforme afirma Bertrand Russel, não é a posse <strong>de</strong> bens materiais<br />
o que mais seduz os homens, mas o prestígio <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong>la.<br />
14
Segundo o mesmo autor, na China e no Japão, o saber é mais<br />
valorizado que a riqueza exatamente porque, nessas socieda<strong>de</strong>s, confere<br />
mais prestígio a quem o possui.<br />
(FIORIN; SAVIOLI, 2000, p. 311)<br />
K Apoio na consensualida<strong>de</strong><br />
Uso <strong>de</strong> proposições evi<strong>de</strong>ntes por si ou universalmente aceitas para efeito<br />
<strong>de</strong> argumentação. São enunciados que não exigem comprovação porque<br />
seu conteúdo é aceito por consenso como verda<strong>de</strong>iro, válido, pelo menos<br />
<strong>de</strong>ntro dos limites <strong>de</strong> certo espaço sociocultural.<br />
Por exemplo:<br />
A educação é a base do <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Os investimentos em pesquisa são indispensáveis, para que um<br />
país supere sua condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência.<br />
Não se <strong>de</strong>ve, no entanto, confundir argumento baseado no consenso<br />
com lugares-comuns carentes <strong>de</strong> base científica, <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> discutível.<br />
É preciso muito cuidado para distinguir o que é uma i<strong>de</strong>ia que<br />
não mais necessita <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração e a enunciação <strong>de</strong> preconceitos do tipo:<br />
o brasileiro é indolente, a Aids é castigo <strong>de</strong> Deus, só o amor constrói.<br />
(FIORIN; SAVIOLI, 2003, p. 286)<br />
L Comprovação pela experiência ou observação<br />
Fundamentação do conteúdo <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> um enunciado por meio da<br />
documentação com dados que comprovem ou confirmem sua valida<strong>de</strong>.<br />
As opiniões pessoais expressam apreciações, pontos <strong>de</strong> vista, julgamentos,<br />
que exprimem aprovação ou <strong>de</strong>saprovação. No entanto, elas terão<br />
pouco valor se não vierem apoiadas em fatos, ou seja, os argumentos<br />
terão muito mais peso se a opinião estiver embasada em dados compro-<br />
15
atórios pertinentes, suficientes, a<strong>de</strong>quados, fi<strong>de</strong>dignos. Tais provas<br />
concretas po<strong>de</strong>m ser cifras e estatísticas, dados históricos, fatos da experiência<br />
cotidiana etc.<br />
Esse tipo <strong>de</strong> argumento, quando bem feito, cria a sensação <strong>de</strong> que o<br />
texto trata <strong>de</strong> coisas verda<strong>de</strong>iras e não apresenta opiniões gratuitas.<br />
Exemplo <strong>de</strong> argumentos baseados em provas concretas:<br />
O acaso po<strong>de</strong> dar origem a gran<strong>de</strong>s e importantes <strong>de</strong>scobertas científicas,<br />
o que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>monstrado pela <strong>de</strong>scoberta da penicilina por<br />
Alexan<strong>de</strong>r Flemming, que cultivava bactérias quando, por acaso, percebeu<br />
que os fungos surgidos no frasco matavam as bactérias que ali estavam.<br />
Da pesquisa com esses fungos, ele chegou à penicilina.<br />
16<br />
***<br />
(FIORIN; SAVIOLI, 2000, p. 312)
M Resumo<br />
III GÊNEROS TEXTUAIS ACADÊMICOS<br />
O resumo (confira exemplos no Anexo A) é a con<strong>de</strong>nsação fiel das i<strong>de</strong>ias<br />
ou dos fatos contidos em um texto. Resumir um texto significa, portanto,<br />
reduzi-lo ao seu esqueleto essencial sem per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista três elementos:<br />
1) Cada uma das partes essenciais do texto;<br />
2) A progressão em que elas se suce<strong>de</strong>m;<br />
3) O enca<strong>de</strong>amento entre as partes.<br />
Quem resume <strong>de</strong>ve exprimir, em estilo objetivo, os elementos essenciais<br />
do texto. Por isso não cabem, no resumo, comentários, julgamentos,<br />
críticas ao que está sendo con<strong>de</strong>nsado.<br />
Resumir não é reproduzir frases ou partes <strong>de</strong> frases do texto original<br />
(“colagem”) e sim apresentar, com as próprias palavras, os pontos relevantes<br />
do texto original.<br />
Para elaborar um bom resumo, é necessário compreen<strong>de</strong>r antes o conteúdo<br />
global do texto. Não é possível ir resumindo à medida que se vai<br />
fazendo a primeira leitura.<br />
O grau <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> para resumir um texto <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> basicamente <strong>de</strong><br />
dois fatores: da complexida<strong>de</strong> do próprio texto e/ou da competência do<br />
leitor, mas o uso <strong>de</strong> um procedimento apropriado po<strong>de</strong> diminuir as dificulda<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> sua elaboração. Para isso, <strong>de</strong>ve-se seguir as seguintes etapas:<br />
1) Ler uma vez o texto ininterruptamente com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r<br />
à seguinte pergunta: do que trata o texto?<br />
2) Fazer uma segunda leitura, para compreen<strong>de</strong>r melhor os significados<br />
das palavras difíceis, captar o sentido das frases complexas e dos conectores.<br />
17
3) Fazer uma segmentação do texto em blocos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias que tenham<br />
alguma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> significação (muitas vezes funciona o critério <strong>de</strong><br />
divisão por parágrafos). Em seguida, resumi-se a i<strong>de</strong>ia ou i<strong>de</strong>ias centrais<br />
<strong>de</strong> cada fragmento.<br />
4) Elaborar a redação final com suas palavras, procurando con<strong>de</strong>nsar os<br />
segmentos, enca<strong>de</strong>á-los na progressão em que se suce<strong>de</strong>m no texto e<br />
estabelecer as relações entre eles.<br />
N Esquema<br />
Po<strong>de</strong>mos falar <strong>de</strong> dois tipos básicos <strong>de</strong> esquema: por tópicos e explicativo<br />
(confira exemplos no Anexo B). O esquema por tópicos, como o<br />
próprio nome indica, é feito por palavras, expressões ou frases que revelam<br />
a estrutura do texto e suas i<strong>de</strong>ias principais. Ele funciona muito<br />
bem como roteiro para uma apresentação.<br />
O esquema explicativo diferencia do primeiro por acrescentar um resumo<br />
a cada tópico (po<strong>de</strong>mos usar aqui a técnica <strong>de</strong> resumo estudada anteriormente).<br />
Ele é aconselhável na revisão <strong>de</strong> conteúdos e, também, em<br />
apresentações em que se <strong>de</strong>seja oferecer aos participantes um material<br />
explicativo para consulta posterior.<br />
Muitas vezes, po<strong>de</strong>-se usar, na elaboração do esquema, os títulos e subtítulos<br />
dos textos a serem esquematizados (no caso <strong>de</strong> <strong>livro</strong>, vale a pena<br />
18<br />
1 Título 1<br />
1.1 Título 2<br />
1.1.1 Título 3<br />
1.1.1.1 Título 4<br />
1.1.1.1.1 Título 5<br />
I. Título 1<br />
A. Título 2<br />
A. Título 2 + Centralizado<br />
1. Título 3<br />
a) Título 4<br />
(1) Título 5<br />
(a) Título 6<br />
(j) Título 7<br />
(a) Título 8
uma consulta ao sumário). A numeração no esquema po<strong>de</strong> ser feita <strong>de</strong><br />
duas formas: através <strong>de</strong> algarismos arábicos ou através <strong>de</strong> um sistema<br />
misto que mistura algarismos e letras.<br />
O Resenha<br />
Resenhar significa fazer uma relação das proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um objeto,<br />
enumerar cuidadosamente seus aspectos relevantes, <strong>de</strong>screver as circunstâncias<br />
que o envolvem. O objeto resenhado po<strong>de</strong> ser um jogo <strong>de</strong><br />
futebol, uma feira <strong>de</strong> <strong>livro</strong>s, um romance, uma peça teatral, um filme etc.<br />
Como uma resenha jamais po<strong>de</strong>rá dar conta <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>talhes do<br />
objeto resenhado, o resenhador <strong>de</strong>ve proce<strong>de</strong>r seletivamente, filtrando<br />
apenas os aspectos pertinentes do objeto, isto é, apenas aquilo que é<br />
funcional em vista <strong>de</strong> uma intenção previamente <strong>de</strong>finida (a importância<br />
do que se vai relatar <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da finalida<strong>de</strong> a que a resenha se presta).<br />
A resenha (confira exemplo no Anexo C) não se confun<strong>de</strong> com um simples<br />
resumo, pois este é apenas um elemento da sua estrutura. Ela po<strong>de</strong><br />
ser <strong>de</strong>scritiva, isto é, sem nenhum julgamento ou apreciação do resenhador,<br />
ou crítica, pontuada <strong>de</strong> apreciações, notas, juízos <strong>de</strong> valor <strong>de</strong><br />
quem a elaborou.<br />
Elementos <strong>de</strong> uma resenha <strong>de</strong>scritiva:<br />
1)Uma parte em que se dão informações sobre o texto:<br />
<strong>–</strong> Nome do autor (ou autores);<br />
<strong>–</strong> Título completo e exato da obra (ou artigo);<br />
<strong>–</strong> Nome da editora e, se for o caso, da coleção <strong>de</strong> que faz parte a obra;<br />
<strong>–</strong> Lugar e data da publicação;<br />
<strong>–</strong> Número <strong>de</strong> volumes e páginas.<br />
2)Uma segunda parte com o resumo do conteúdo da obra (po<strong>de</strong>mos usar<br />
aqui a técnica <strong>de</strong> resumo estudada anteriormente):<br />
19
<strong>–</strong> Indicação sucinta do assunto global da obra e do ponto <strong>de</strong> vista<br />
adotado pelo autor;<br />
<strong>–</strong> Resumo que apresenta os pontos essenciais do texto.<br />
Na resenha crítica, além dos elementos da resenha <strong>de</strong>scritiva citados<br />
anteriormente, entram também comentários e julgamentos do resenhador<br />
sobre as i<strong>de</strong>ias do autor, o valor da obra etc.<br />
A resenha acadêmica, por sua vez, exige um melhor <strong>de</strong>talhamento do<br />
conteúdo da obra e uma crítica bem fundamentada. Por fim, é necessário<br />
dar um título à resenha. É comum o autor da resenha atribuir-lhe o<br />
mesmo título do objeto resenhado, mas isso não convém, pois trata-se<br />
<strong>de</strong> objetos diferentes, elaborados por autores diferentes. Por exemplo,<br />
uma coisa é o <strong>livro</strong> lido, outra coisa é a resenha que se faz <strong>de</strong>le.<br />
P Memoriais<br />
São relatórios sobre aspectos da vida pessoal e profissional <strong>de</strong> um indivíduo.<br />
Têm caráter histórico e priorizam dados relativos à formação<br />
acadêmica e profissional do autor. Servem para obtenção <strong>de</strong> progressão<br />
vertical na carreira ou simplesmente como relato <strong>de</strong> experiências.<br />
“Alguns memoriais vão muito além da simples apresentação das habilida<strong>de</strong>s<br />
pessoais e profissionais do candidato, com textos tão ricamente<br />
elaborados que os transformam em verda<strong>de</strong>iras obras literárias.”<br />
(FRANÇA, 2007, p. 44).<br />
Q Relatórios técnico-científicos<br />
É o registro escrito <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvida. No caso particular<br />
<strong>de</strong> uma pesquisa, visa relatar esta ativida<strong>de</strong> em toda sua dimensão, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o planejamento até as conclusões, <strong>de</strong> maneira concisa.<br />
O relatório <strong>de</strong> pesquisa encontra-se entre os meios <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong><br />
20
maior circulação nas Universida<strong>de</strong>s, Congressos, Associações diversas,<br />
além <strong>de</strong> outros. Em caso <strong>de</strong> relatórios internos, algumas organizações<br />
adotam regras específicas.<br />
De um modo geral, po<strong>de</strong>mos dizer que os relatórios são escritos com o<br />
objetivo <strong>de</strong>:<br />
1) Divulgar os dados técnicos obtidos e analisados;<br />
2) Registrá-los em caráter permanente.<br />
Principais tipos <strong>de</strong> relatórios: técnico-científicos, <strong>de</strong> viagem, <strong>de</strong> estágio,<br />
<strong>de</strong> visita técnica, administrativos e com fins especiais.<br />
Relatórios técnico-científicos: são documentos originais pelos quais se<br />
faz a difusão da informação corrente, sendo ainda o registro permanente<br />
das informações obtidas. São elaborados principalmente para <strong>de</strong>screver<br />
experiências, investigações, processos, métodos e análises.<br />
Relatórios <strong>de</strong> viagem: <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>screver <strong>de</strong>talhes acerca <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>senvolvidas em viagens e/ou eventos temáticos relacionados a estudos<br />
em <strong>de</strong>senvolvimento. Neles especificam-se data, local e participantes<br />
do evento.<br />
Relatórios <strong>de</strong> estágio: <strong>de</strong>vem conter, principalmente, o registro <strong>de</strong> experiências<br />
vivenciadas na área <strong>de</strong> atuação futura do formando. Além dos<br />
elementos básicos <strong>de</strong> um relatório, neles <strong>de</strong>vem constar o período <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento do estágio, o local e o registro <strong>de</strong> duração do mesmo<br />
(em horas).<br />
Relatórios <strong>de</strong> visita técnica: <strong>de</strong>stinam-se à apresentação <strong>de</strong> informações<br />
técnicas <strong>de</strong> visitas a locais relacionados a alguma área <strong>de</strong> estudo em<br />
<strong>de</strong>senvolvimento. Além dos elementos básicos <strong>de</strong> um relatório, neles<br />
<strong>de</strong>vem constar o local e a data da visita.<br />
Relatórios administrativos: são relatos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada atuação admi-<br />
21
nistrativa <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma organização. Este tipo <strong>de</strong> relatório po<strong>de</strong> ser<br />
elaborado individualmente ou em grupo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que especificado o período<br />
que está sendo relatado.<br />
Relatórios com fins especiais: seguem um padrão específico <strong>de</strong> acordo<br />
com sua finalida<strong>de</strong> e orientações da instituição à qual pertence.<br />
R Fichamento<br />
Fazer um fichamento significa traçar o esqueleto da obra, organizar o<br />
texto com lógica, colocando em <strong>de</strong>staque a inter-relação das i<strong>de</strong>ias. O<br />
fichamento ajuda o pesquisador a assimilar a matéria e levantar as i<strong>de</strong>ias<br />
do texto (análise), or<strong>de</strong>nando-as (síntese).<br />
Ele, na verda<strong>de</strong>, é uma forma ativa <strong>de</strong> se tomar contato com o assunto,<br />
obrigando o estudioso a retirar as i<strong>de</strong>ias principais do texto. Permite,<br />
ainda, um fácil acesso aos dados fundamentais para a conclusão do trabalho.<br />
Existem quatro tipos <strong>de</strong> fichamento:<br />
1 Fichamento bibliográfico por autor<br />
Nesta ficha ficarão anotados o nome do autor (na chamada), o título da<br />
obra, edição, local <strong>de</strong> publicação, editora, ano, número <strong>de</strong> volume (se<br />
houver mais <strong>de</strong> um) e número <strong>de</strong> páginas.<br />
Exemplo <strong>de</strong> fichamento bibliográfico por autor:<br />
22<br />
001<br />
SCARPIO, Mônica Sartori. Fertilização assistida: questão aberta:<br />
aspectos científicos e legais. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Forense Universitária,<br />
1991. 189 p.<br />
Vertentes científicas: aspectos históricos, aspectos psicológicos.
Questões jurídicas: questionamentos acerca do embrião humano;<br />
o tema no direito brasileiro; estudos e projetos; o tema no direito<br />
internacional.<br />
Legislação e jurisprudência internacional: legislação portuguesa;<br />
lei espanhola; Recomendação 1.100 do Conselho da Europa, o<br />
caso do Bebê M.<br />
Referências bibliográficas.<br />
2 Fichamento bibliográfico por assunto<br />
Este tipo <strong>de</strong> fichamento é mais fácil <strong>de</strong> trabalhar. As instruções indicadas<br />
no item anterior repetem-se aqui, sendo que <strong>de</strong>sta vez o assunto<br />
<strong>de</strong>ve estar encabeçando a ficha (na chamada).<br />
Exemplo <strong>de</strong> fichamento bibliográfico por assunto:<br />
001<br />
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL. SCARPIO, Mônica Sartori. Fertilização<br />
assistida: questão aberta: aspectos científicos e legais.<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro: Forense Universitária, 1991. 189 p.<br />
Vertentes científicas: aspectos históricos, aspectos psicológicos.<br />
Questões jurídicas: questionamentos acerca do embrião humano;<br />
o tema no direito brasileiro; estudos e projetos; o tema no direito<br />
internacional.<br />
Legislação e jurisprudência internacional: legislação portuguesa;<br />
lei espanhola; Recomendação 1.100 do Conselho da Europa, o<br />
caso do Bebê M.<br />
Referências bibliográficas.<br />
23
3 Fichamento <strong>de</strong> transcrição ou <strong>de</strong> citação<br />
Serve para que o pesquisador selecione as passagens que achar mais<br />
interessantes na obra lida. É necessário que seja reproduzido fielmente<br />
o texto do autor.<br />
Se o texto for citado entre aspas duplas (“”), e no seu curso houver uma<br />
palavra ou expressão aspeada, estas aspas <strong>de</strong>verão aparecer sob forma<br />
<strong>de</strong> aspas simples (‘’). É o fichamento mais utilizado na elaboração <strong>de</strong><br />
um trabalho acadêmico (artigo, monografia, dissertação e tese).<br />
Exemplo <strong>de</strong> fichamento <strong>de</strong> transcrição ou <strong>de</strong> citação:<br />
SCARPIO, Mônica Sartori. Fertilização assistida: questão aberta:<br />
aspectos científicos e legais. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Forense Universitária,<br />
1991. 189 p.<br />
Eis posicionamento importante, citado pela autora, sobre o início da<br />
vida e sua proteção jurídica: “A personalida<strong>de</strong> começa com o nascimento<br />
com vida, que se verifica quando o feto se separa completamente<br />
do corpo materno. Neste momento é que po<strong>de</strong> ser objeto <strong>de</strong> uma<br />
proteção jurídica in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da que concerne à mãe”. (p. 40-41)<br />
4 Fichamento <strong>de</strong> resumo/analítico<br />
Consiste numa síntese <strong>de</strong> um <strong>livro</strong>, capítulo, trecho ou vários <strong>livro</strong>s com<br />
a intenção <strong>de</strong> elaborar um trabalho or<strong>de</strong>nado <strong>de</strong> conclusões pessoais ou<br />
mesmo <strong>de</strong> um grupo.<br />
Para fazer uma ficha resumo/analítica é necessário: verificar a indicação<br />
bibliográfica, fazer um esquema, e elaborar o resumo propriamente<br />
dito. Juntamente com o mo<strong>de</strong>lo anterior, é o mais usado na elaboração<br />
<strong>de</strong> um trabalho acadêmico (artigo, monografia, dissertação e tese).<br />
24
Exemplo <strong>de</strong> fichamento <strong>de</strong> resumo/analítico:<br />
SCARPIO, Mônica Sartori. Fertilização assistida: questão aberta:<br />
aspectos científicos e legais. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Forense Universitária,<br />
1991. 189 p.<br />
Discutindo os diversos aspectos biomédicos, psicológicos, bioéticos,<br />
religiosos e jurídicos que constituem questões fundamentais<br />
na abordagem das novas práticas conceptivas, este lançamento<br />
da Editora Forense Universitária é obra pioneira no Brasil. Como<br />
o próprio título sugere, a fertilização assistida, termo preferível a<br />
artificial ainda é uma questão aberta, suscitando <strong>de</strong>talhes e polêmicas<br />
nos vários países em que é praticada. Devido à atualida<strong>de</strong><br />
do tema e ao significado dos valores éticos e morais implicados<br />
no processo, torna-se cada vez mais necessária a normalização<br />
jurídica da matéria, o que só se verificará a partir <strong>de</strong> uma ampla<br />
discussão entre os especialistas e a difusão <strong>de</strong> esclarecimentos e<br />
informações à opinião pública, <strong>de</strong>bate para o qual a autora preten<strong>de</strong><br />
contribuir. O assunto é tão polêmico que a própria autora salienta:<br />
“a a<strong>de</strong>quada abordagem dos aspectos relacionados à fecundação<br />
artificial pressupõe um enfoque interdisciplinar que dê cobertura<br />
à multiplicida<strong>de</strong> das variáveis e que conduza à convergência<br />
para um horizonte amplo a ser abrangido pelo conhecimento<br />
jurídico.” (p. 2)<br />
IDEAÇÃO: Após a leitura da obra em referência chega-se ao posicionamento<br />
<strong>de</strong> que se faz necessária, no Brasil como em outras<br />
partes do mundo, a criação <strong>de</strong> leis que venham a dirimir os possíveis<br />
conflitos advindos das novas técnicas <strong>de</strong> reprodução assistida.<br />
OBSERVAÇÃO: Em apêndice a obra contém a proteção nacional:<br />
Resolução n. 1 do Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong><br />
junho <strong>de</strong> 1988, sobre as <strong>Normas</strong> <strong>de</strong> Pesquisa em Saú<strong>de</strong>; o tema da<br />
Constituinte; Projetos <strong>de</strong> lei nacionais. Além disso, traz legisla-<br />
25
ção e jurisprudência internacional: legislação portuguesa, lei espanhola,<br />
Recomendação 1.100 do Conselho da Europa, o caso do<br />
Bebê M, estudo do direito comparado.<br />
S Projeto <strong>de</strong> Pesquisa<br />
26<br />
(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 91-94)<br />
Todo trabalho científico <strong>de</strong>ve ser construído a partir da elaboração <strong>de</strong><br />
um projeto <strong>de</strong> pesquisa. Ele vai possibilitar o <strong>de</strong>lineamento das i<strong>de</strong>ias<br />
iniciais sobre o problema e sobre a metodologia que será usada no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do estudo.<br />
“Em geral, os projetos reúnem um conjunto <strong>de</strong> elementos para estruturar<br />
um plano <strong>de</strong> execução e operacionalizar a aplicação <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong><br />
qualquer natureza, para produção <strong>de</strong> bens e serviços.” (FRANÇA, 2007,<br />
p. 78). Evi<strong>de</strong>ntemente, o projeto <strong>de</strong> pesquisa po<strong>de</strong> ser modificado, adaptando-se<br />
às novas contingências.<br />
No projeto <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong>ve estar muito claro o caminho a ser percorrido,<br />
as etapas a serem vencidas, os instrumentos e estratégias a serem<br />
utilizados. Consequentemente, o pesquisador caminhará <strong>de</strong> forma mais<br />
segura em todas as etapas <strong>de</strong> elaboração do trabalho científico, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
do nível <strong>de</strong> aprofundamento da pesquisa.<br />
A elaboração <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> pesquisa envolve três momentos:<br />
1) Momento <strong>de</strong>cisório: escolha <strong>de</strong> um tema, elegendo uma parcela <strong>de</strong>limitada<br />
<strong>de</strong> um assunto, estabelecendo limites ou restrições para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da pesquisa pretendida. Você <strong>de</strong>ve respon<strong>de</strong>r à seguinte pergunta:<br />
“O que pretendo abordar?” ou “O que será explorado?”. 2) Momento<br />
<strong>de</strong> elaboração: trata-se da busca ou coleta <strong>de</strong> dados, que começou<br />
com o projeto inicial e passou a ser sistematizado a partir do projeto<br />
<strong>de</strong>finitivo. Esta seleção é mais superficial, po<strong>de</strong>ndo haver mudanças,
eliminações, acréscimos no material selecionado <strong>de</strong> acordo com o andamento<br />
do trabalho.<br />
3) Momento <strong>de</strong> redação final do trabalho: pressupõe que a parte exploratória<br />
esteja pelo menos parcialmente concluída. É o momento <strong>de</strong> você<br />
realmente escrever <strong>de</strong>finitivamente o seu trabalho.<br />
Os métodos e as técnicas <strong>de</strong> pesquisa po<strong>de</strong>m envolver: pesquisa bibliográfica<br />
e/ou pesquisa <strong>de</strong> campo. Na pesquisa bibliográfica, o trabalho<br />
será formulado a partir da consulta a um referencial teórico, assim como<br />
informações obtidas na Internet. Já na pesquisa <strong>de</strong> campo, o trabalho<br />
será formulado a partir <strong>de</strong> métodos e técnicas a serem utilizados na coleta<br />
<strong>de</strong> dados, caracterização da população ou da amostra, explicitação<br />
dos instrumentos a serem utilizados na coleta <strong>de</strong> dados, explicitação dos<br />
aspectos relacionados à coleta <strong>de</strong> dados, tais como: Quando? On<strong>de</strong>?<br />
Quem? Como?, <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> como o autor do trabalho preten<strong>de</strong> fazer o<br />
tratamento e a análise dos dados coletados.<br />
A pesquisa <strong>de</strong> campo pressupõe, também, o uso da pesquisa bibliográfica,<br />
pois é inconcebível partir para um trabalho <strong>de</strong> campo sem um referencial<br />
teórico como suporte.<br />
Os elementos essenciais <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> pesquisa são:<br />
<strong>–</strong> Folha <strong>de</strong> rosto: Toda folha <strong>de</strong> rosto <strong>de</strong>ve incluir os elementos i<strong>de</strong>ntificadores<br />
do projeto <strong>de</strong> pesquisa. São eles: nome do autor do projeto <strong>de</strong><br />
pesquisa, título (ainda que provisório), nota <strong>de</strong>scritiva (finalida<strong>de</strong> do<br />
projeto), local e data. O título <strong>de</strong>verá primar pela originalida<strong>de</strong> e expressar,<br />
sucintamente, a i<strong>de</strong>ia central do projeto.<br />
<strong>–</strong> Sumário: Facilita a consulta e a visualização do projeto e, portanto,<br />
<strong>de</strong>ve indicar todos os elementos estruturais do mesmo (partes, capítulos,<br />
subcapítulos), na mesma or<strong>de</strong>m e grafia em que aparecem no texto.<br />
Os dados e o número da página <strong>de</strong>vem vir dispostos da margem esquer-<br />
27
da à direita da folha, com exceção da palavra “sumário”, que vem centralizada.<br />
<strong>–</strong> Introdução: A palavra que o autor do projeto <strong>de</strong>ve associar à introdução<br />
é a contextualização. Neste item, a critério do autor, po<strong>de</strong> ser incluído<br />
um breve histórico <strong>de</strong> forma a apresentar o tema ou objeto <strong>de</strong> estudo.<br />
Ao selecionar um tema, tenha certeza <strong>de</strong> que o mesmo se encontra <strong>de</strong><br />
acordo com as inclinações, possibilida<strong>de</strong>s e tendências <strong>de</strong> quem se propõe<br />
a elaborar um trabalho científico. Selecionar um tema é encontrar<br />
um objeto <strong>de</strong> estudo que mereça ser investigado cientificamente e tenha<br />
condições <strong>de</strong> ser formulado e <strong>de</strong>limitado em função da pesquisa.<br />
Na introdução <strong>de</strong>vem constar alguns itens, tais como:<br />
1) Objetivos: <strong>de</strong>verá expressar com clareza o objetivo central da pesquisa<br />
(o que se preten<strong>de</strong> conseguir com a realização do trabalho).<br />
2) Justificativa: <strong>de</strong>verá constituir-se num texto que explicite a relevância<br />
e a abrangência do tema, bem como explicitar sua relação com o<br />
processo <strong>de</strong> formação do(a) autor(a) e a contribuição da pesquisa para a<br />
área a que pertence. Deverá constar, ainda, da justificativa:<br />
<strong>–</strong> Problema <strong>de</strong> pesquisa: <strong>de</strong>verá apresentar um leque <strong>de</strong> questões,<br />
<strong>de</strong>vidamente fundamentadas, sobre o tema. Deverá constituir-se num<br />
<strong>de</strong>safio que instigue o(a) pesquisador(a) a encontrar respostas para as<br />
questões colocadas.<br />
<strong>–</strong> Hipótese: <strong>de</strong>verá constituir-se numa antecipação do resultado<br />
da pesquisa. De certa forma, o(a) pesquisador(a), ao levantar suas hipóteses,<br />
apresentará as respostas às questões-problema. Essas respostas<br />
orientarão a coleta e a análise dos dados, <strong>de</strong>vendo ser retomada ao final<br />
do trabalho.<br />
<strong>–</strong> Base teórica conceitual: <strong>de</strong>verá constituir-se num texto que apresente<br />
uma reflexão sobre o tema do projeto <strong>de</strong> pesquisa a partir dos<br />
referenciais teóricos indicados pelo eixo temático com o qual será <strong>de</strong>-<br />
28
senvolvido o trabalho. A partir <strong>de</strong> quê? Quem já escreveu e o que já foi<br />
publicado sobre o assunto? Que aspectos já foram abordados e quais as<br />
lacunas existentes na literatura?<br />
3) Metodologia: <strong>de</strong>verá explicitar o processo <strong>de</strong> pesquisa que se preten<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolver (bibliográfica e/ou <strong>de</strong> campo): o universo com o qual se<br />
trabalhará, os instrumentos que serão utilizados para a coleta <strong>de</strong> dados,<br />
o que se espera alcançar com os instrumentos <strong>de</strong> coleta e análise <strong>de</strong><br />
dados etc.<br />
Em suma um projeto <strong>de</strong>ve apresentar em sua etapa mais importante:<br />
1. Delimitação do tema (o que será investigado);<br />
2. Gênese do problema (como o tema surgiu para o pesquisador);<br />
3. Justificativa (por que será investigado);<br />
4. Objetivos (para que será investigado);<br />
5. I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> estudos já realizados.<br />
Cronograma : <strong>de</strong>verá constituir-se num planejamento para a realização<br />
da pesquisa bibliográfica, coleta e análise <strong>de</strong> dados e elaboração do trabalho.<br />
PERÍODO<br />
OUTUBRO<br />
2009/2010<br />
NOVEMBRO DEZEMBRO<br />
JANEIRO<br />
ATIVIDADES<br />
Conversa com o<br />
Orientador<br />
Elaboração do Projeto<br />
<strong>de</strong> Monografia<br />
Revisão do Projeto<br />
pelo Orientador<br />
Entrega do Projeto<br />
<strong>de</strong> Monografia<br />
Análise do Material<br />
Obtido<br />
Elaboração da<br />
Monografia<br />
Revisão da Monografia<br />
pelo Orientador<br />
Entrega da Monografia<br />
1ª Quinzena 2ª Quinzena 1ª Quinzena 2ª Quinzena 1ª Quinzena 2ª Quinzena 1ª Quinzena 2ª Quinzena<br />
29
Referências: <strong>de</strong>verá se constituir numa relação (em or<strong>de</strong>m alfabética)<br />
dos <strong>livro</strong>s e artigos que serão utilizados pelo(a) pesquisador(a). Neste<br />
momento ela é provisória, já que se trata ainda <strong>de</strong> um projeto. Durante o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento do trabalho previsto pelo projeto, po<strong>de</strong>rá ser modificada<br />
e/ou ampliada (para maiores esclarecimentos consultar as páginas<br />
44, 45, 46, 47, 48, 49, 50 e 51 <strong>de</strong>ste manual).<br />
T Artigo<br />
O artigo científico (confira exemplo no Anexo D) <strong>de</strong>ve conter abordagens<br />
atuais, novas, diferentes. Ao submeter um artigo a uma revista, se<br />
informe sobre as normas editoriais da mesma.<br />
No nosso caso, as normas técnicas para elaboração do artigo são basicamente<br />
as mesmas utilizadas para a redação <strong>de</strong> outros trabalhos acadêmicos.<br />
A estrutura <strong>de</strong> um artigo <strong>de</strong> publicação periódica é composta por<br />
elementos pré-textuais (título, autor e filiação, resumo e palavras-chave),<br />
textuais (introdução, <strong>de</strong>senvolvimento e conclusão) e pós-textuais<br />
(<strong>de</strong>dicatória, agra<strong>de</strong>cimento, referências e anexos). Os itens em itálico<br />
são obrigatórios.<br />
Capa: no alto (a partir da primeira linha), coloca-se o nome da instituição<br />
(<strong>UEMG</strong>, <strong>FUNEDI</strong>, Instituto), do curso, da disciplina (se necessário)<br />
e do professor(a)-orientador(a) do trabalho (quando houver). No<br />
centro, o título do artigo. Abaixo (na última linha), local e data da realização<br />
do trabalho. Centralizado, entre o título e a indicação do local e<br />
data, coloca-se o nome do(a) autor(a). Todas as informações <strong>de</strong>vem ser<br />
apresentadas em maiúsculas e centralizadas, fonte Times New Roman e<br />
tamanho 12.<br />
Folha <strong>de</strong> rosto: no alto (a partir da primeira linha), coloca-se o nome<br />
do(a) autor(a). No centro, o título do trabalho. Abaixo (na última linha),<br />
local e data da realização do mesmo. Centralizado, entre o título e a<br />
indicação do local e data, recuado à direita (4 cm), explicita-se o tipo <strong>de</strong><br />
30
trabalho realizado, bem como sua motivação (aqui somente a primeira<br />
letra é maiúscula, espaçamento simples, fonte Times New Roman, tamanho<br />
12, sem <strong>de</strong>staque). Todas as informações, com exceção da última<br />
(Cf. formatação indicada nas linhas anteriores), <strong>de</strong>vem ser apresentadas<br />
em maiúsculas e centralizadas, fonte Times New Roman e tamanho<br />
12.<br />
Sumário: indicação do conteúdo do trabalho, refletindo suas divisões e/<br />
ou seções, na mesma or<strong>de</strong>m em que aparecem no texto, bem como a<br />
página em que se inicia cada título ou subtítulo. Deve constar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
resumo até o último item do trabalho. Devem ser utilizados algarismos<br />
arábicos na indicação das páginas. Os dados e o número da página <strong>de</strong>vem<br />
vir dispostos da margem esquerda à direita da folha, com exceção<br />
da palavra “sumário”, que vem centralizada.<br />
Observação: para a numeração <strong>de</strong> páginas, conta-se a partir da folha <strong>de</strong><br />
rosto, ou seja, não se consi<strong>de</strong>ra a capa, e numera-se a partir da página<br />
que segue a do sumário.<br />
Título: <strong>de</strong>screve <strong>de</strong> forma lógica, breve e gramaticalmente correta a essência<br />
do artigo. Por vezes, opta-se por títulos com duas partes, ou seja,<br />
título e subtítulo. Deve vir com todas as letras maiúsculas, no alto da<br />
folha, centralizado. Não se utiliza ponto final, travessão, dois-pontos,<br />
após títulos ou subtítulos.<br />
Autor e filiação: o artigo <strong>de</strong>ve indicar o(s) nome(s) do(s) autor(es) e da<br />
instituição a que pertence(m). Deve-se colocar o nome(s) completo(s)<br />
do(s) autor(es) do texto e na linha abaixo a indicação do cargo e instituição<br />
a que ele(s) pertence(m). Tudo isso <strong>de</strong>ve vir alinhado à direita.<br />
Resumo: Não <strong>de</strong>ve exce<strong>de</strong>r 250 (duzentas e cinquenta) palavras, <strong>de</strong>ve<br />
ser discursivo e especificar <strong>de</strong> forma sucinta: o que o autor fez; como o<br />
fez (se for relevante); principais resultados e a importância e alcance<br />
dos resultados. Não se <strong>de</strong>ve confundir o resumo com a introdução. Nele<br />
não <strong>de</strong>ve conter citações. Deve ser constituído <strong>de</strong> uma sequência <strong>de</strong><br />
31
frases concisas e não <strong>de</strong> uma simples enumeração <strong>de</strong> tópicos. O verbo<br />
<strong>de</strong>ve estar na voz ativa e na terceira pessoa do singular. Deve-se entrar<br />
na essência do resumo logo na primeira frase, sem ro<strong>de</strong>ios introdutórios<br />
nem recorrendo à fórmula estafada “Neste artigo...”. Localiza-se na primeira<br />
página do texto, abaixo do autor e filiação, recuado à direita (4<br />
cm). Escreve-se a palavra “resumo” e logo após os dois pontos, na mesma<br />
linha, inicia-se o texto.<br />
Observação: na prática, o resumo, as palavras-chave, a introdução e a<br />
conclusão são os últimos a serem produzidos, e o título sofre muitas<br />
vezes alterações radicais <strong>de</strong> última hora.<br />
Palavras-chave: geralmente é pedido que um artigo seja acompanhado<br />
por um conjunto <strong>de</strong> palavras-chave (ou expressões) que caracterizem o<br />
domínio ou domínios em que ele se inscreve. Essas palavras são normalmente<br />
utilizadas para permitir que o artigo seja posteriormente encontrado<br />
em sistemas eletrônicos <strong>de</strong> pesquisa. Portanto elas <strong>de</strong>vem ser<br />
tão gerais e comuns quanto possível. Deve-se usar <strong>de</strong> 3 a 6 palavras no<br />
máximo, separadas por vírgulas, abaixo do resumo, seguindo as mesmas<br />
normas técnicas <strong>de</strong>sse item do trabalho. O <strong>de</strong>staque da letra utilizado<br />
para a palavra “resumo”, “palavras-chave”, “introdução”, “subtítulos”,<br />
“conclusão” e “referências” <strong>de</strong>ve ser o mesmo, ou seja, negrito.<br />
Introdução: <strong>de</strong>ve conter o(s) objetivo(s) do autor, a finalida<strong>de</strong> do artigo<br />
e a justificativa da escolha do tema, bem como o plano adotado para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento da pesquisa ou estudo. Deve, também, expor, preliminarmente,<br />
o tema, apresentando-o <strong>de</strong> maneira geral e relacionando a<br />
literatura consultada com o assunto do artigo. Coloca-se a palavra “introdução”<br />
com alinhamento “justificado” e na linha abaixo escreve-se o<br />
texto.<br />
Desenvolvimento: constitui a <strong>de</strong>scrição, através <strong>de</strong> vários parágrafos,<br />
<strong>de</strong> todos os pontos relevantes do trabalho realizado. Deve-se atentar<br />
para o cumprimento dos objetivos propostos na introdução. A palavra<br />
32
“<strong>de</strong>senvolvimento” não <strong>de</strong>ve aparecer, utilizam-se aqui os subtítulos do<br />
trabalho (e não o título). Do ponto <strong>de</strong> vista das normas técnicas, proce<strong>de</strong>-se<br />
aqui como na introdução.<br />
Conclusão: <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>stacar os resultados obtidos na pesquisa ou estudo,<br />
principalmente os dados correspon<strong>de</strong>ntes aos objetivos e hipóteses inicialmente<br />
apresentados na introdução e que correspon<strong>de</strong>m à questão-problema<br />
da pesquisa. O texto <strong>de</strong>ve ser breve. Do ponto <strong>de</strong> vista das normas<br />
técnicas, proce<strong>de</strong>-se aqui como na introdução e no <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Dedicatória (opcional): texto on<strong>de</strong> o aluno presta homenagem ou <strong>de</strong>dica<br />
seu trabalho, localiza-se abaixo da conclusão e prece<strong>de</strong> as referências<br />
(ou agra<strong>de</strong>cimentos, quando houver).<br />
Agra<strong>de</strong>cimentos (opcional): texto alusivo às pessoas e instituições que<br />
contribuíram, <strong>de</strong> uma forma ou outra, para o <strong>de</strong>senvolvimento e qualida<strong>de</strong><br />
da pesquisa e consequente publicação do artigo, localiza-se abaixo<br />
da conclusão (ou <strong>de</strong>dicatória, quando houver) e prece<strong>de</strong> as referências.<br />
Referências: <strong>de</strong>vem vir na sequência do artigo, ou seja, não é necessário<br />
vir em uma folha à parte. Aqui temos a relação <strong>de</strong> textos/<strong>livro</strong>s/documentos<br />
utilizados para a redação do artigo. As referências <strong>de</strong>vem vir em<br />
or<strong>de</strong>m alfabética pelo último sobrenome do autor (para maiores esclarecimentos<br />
consultar as páginas 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50 e 51 <strong>de</strong>ste manual).<br />
Anexos (opcional): constituem-se <strong>de</strong> textos ou documentos não elaborados<br />
pelo autor, que servem <strong>de</strong> fundamentação, comprovação e ilustração.<br />
São indicados somente pela primeira letra maiúscula e <strong>de</strong> forma<br />
consecutiva, como por exemplo: Anexo A, Anexo B. Devem vir após as<br />
referências, em páginas à parte.<br />
Exemplos <strong>de</strong> referências bibliográficas:<br />
CRUZ, Carla; RIBEIRO, Uirá. Metodologia científica: teoria e práti-<br />
33
ca. 2. ed. rev. e amp. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Axcel Books, 2004. 324 p.<br />
FRANÇA, Júnia Lessa. Manual para normalização <strong>de</strong> publicações<br />
técnico-científicas. 5. ed. rev. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2007. 255 p.<br />
Outros elementos: o trabalho <strong>de</strong>ve ser impresso em fonte Times New Roman,<br />
tamanho 12, com espaçamento 1,5 entre linhas. Quando as citações<br />
textuais são inferiores a três linhas, <strong>de</strong>vem vir no corpo do texto entre aspas.<br />
As citações textuais longas (mais <strong>de</strong> três linhas), <strong>de</strong>vem ser apresentadas<br />
em parágrafos à parte, recuados à direita (4 cm), com espaçamento<br />
simples entre linhas, tamanho 10 e sem aspas. Os elementos da capa, folha<br />
<strong>de</strong> rosto e sumário <strong>de</strong>vem ser impressos também em fonte Times New Roman,<br />
tamanho 12. A numeração <strong>de</strong> página <strong>de</strong>ve vir embaixo, à direita.<br />
U Monografia<br />
Etimologicamente, o termo “monografia” vem do grego mónos (um só)<br />
e graphein (escrever). A palavra “monografia” significa, portanto, um estudo<br />
por escrito <strong>de</strong> um só tema, bem <strong>de</strong>limitado, estudado exaustivamente.<br />
De modo geral, a monografia <strong>de</strong>ve apresentar como característica a originalida<strong>de</strong>,<br />
no sentido <strong>de</strong> tratar um tema atual ou relevante que mereça<br />
ser investigado cientificamente.<br />
Outra característica que <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada é a reflexão. Sem reflexão<br />
o trabalho monográfico se transforma em simples compilação <strong>de</strong> obras<br />
<strong>de</strong> autores sobre o tema estudado.<br />
A monografia <strong>de</strong>ve apresentar simplicida<strong>de</strong>, clareza e objetivida<strong>de</strong>, evitando-se<br />
floreios literários, <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong>snecessárias. Deve-se manter<br />
a coerência e a consistência no que se refere ao tema estudado.<br />
34
V Dissertação<br />
Uma dissertação, condição exigida para obtenção do grau <strong>de</strong> “mestre”,<br />
<strong>de</strong> acordo com o CFE, possui uma originalida<strong>de</strong> e um aprofundamento<br />
maiores em se tratando das questões abordadas no trabalho científico,<br />
quando comparada com a monografia.<br />
Características tais como consistência lógica, simplicida<strong>de</strong>, relevância,<br />
apoio teórico, especificida<strong>de</strong>, clareza (possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entendimento<br />
do que se propõe) e originalida<strong>de</strong> (uma hipótese não <strong>de</strong>ve ser formulada<br />
sobre as já existentes) <strong>de</strong>vem nortear uma dissertação.<br />
Constitui, portanto, “o produto <strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong>senvolvidas em cursos<br />
no nível <strong>de</strong> pós-graduação” (mestrado). Aborda “um tema único, exigindo<br />
investigações próprias à área <strong>de</strong> especialização e métodos específicos”.<br />
(FRANÇA, 2007, p. 35)<br />
W Tese<br />
A tese refere-se ao estudo <strong>de</strong> uma hipótese formulada com originalida<strong>de</strong><br />
e <strong>de</strong> real contribuição para a comunida<strong>de</strong> científica. Ela apresenta todas<br />
as características presentes em uma monografia e em uma dissertação.<br />
No entanto, <strong>de</strong>staca-se quanto ao aspecto profundida<strong>de</strong>. Ou seja, o tema<br />
é investigado e <strong>de</strong>limitado com hipóteses mais específicas e, consequentemente,<br />
mais fortes e mais informativas.<br />
“A diferença entre tese e dissertação refere-se ao grau <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> e<br />
originalida<strong>de</strong> exigido na tese, <strong>de</strong>fendida na conclusão <strong>de</strong> curso <strong>de</strong> doutoramento.<br />
Não obstante, a maioria das universida<strong>de</strong>s brasileiras consi<strong>de</strong>ra<br />
como tese os trabalhos <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> pós-graduação in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
do seu nível (mestrado e doutorado).” (FRANÇA, 2007, p. 36)<br />
35
IV NORMAS TÉCNICAS<br />
É preciso notar que, por questão <strong>de</strong> praticida<strong>de</strong>, nem todos os aspectos<br />
relativos às normalizações <strong>de</strong> publicações técnico-científicas serão abordados<br />
neste trabalho. Aquele que <strong>de</strong>seja aprofundar seus conhecimentos<br />
nesta área <strong>de</strong>verá consultar os manuais <strong>de</strong> referência, no nosso caso,<br />
sobretudo, o Manual para normalização <strong>de</strong> publicações técnico-científicas,<br />
<strong>de</strong> Júnia Lessa França (FRANÇA, 2007).<br />
É necessário observar, também, que muitas instituições, embora seguindo<br />
o padrão da ABNT, têm suas próprias normas técnicas. Por isso,<br />
sempre que for apresentar um trabalho científico para publicação em<br />
alguma revista ou órgão <strong>de</strong> divulgação esteja atento para as normas específicas<br />
<strong>de</strong> tais instituições.<br />
Os trabalhos realizados no ISAF/ISAB, no <strong>de</strong>correr dos cursos, <strong>de</strong>vem<br />
ter no mínimo três páginas <strong>de</strong> texto, ou o que <strong>de</strong>terminarem os professores<br />
que o solicitarem, e os parágrafos <strong>de</strong>vem ser indicados pelo espaçamento<br />
<strong>de</strong> entrada (para isso é só dar um toque na tecla TAB).<br />
X Uso da pontuação<br />
As referências po<strong>de</strong>m apresentar os seguintes elementos <strong>de</strong> pontuação:<br />
36<br />
Pontuação Uso<br />
Usa-se ponto após o nome do autor/auto-<br />
Ponto (.)<br />
res, após o título, edição e no final da<br />
referência;<br />
Vírgula (,)<br />
Tabela 1: Uso da pontuação<br />
A vírgula é usada após o sobrenome dos<br />
autores, após a editora, entre volume e o<br />
número, páginas da revista e após o título<br />
da revista;
Ponto-e-vírgula (;)<br />
Dois-pontos (:)<br />
Barra transversal (/)<br />
Reticências (...)<br />
Hífen (-)<br />
Colchetes [ ]<br />
Parênteses ( )<br />
Ponto-e-vírgula seguido <strong>de</strong> espaço é usado<br />
para separar os autores;<br />
Dois-pontos são usados antes do subtítulo,<br />
antes da editora e <strong>de</strong>pois do termo “In”;<br />
A barra transversal é usada entre números<br />
e datas <strong>de</strong> fascículos não sequenciais<br />
(ex: 3/4, 1988/1992);<br />
As reticências são usadas para indicar supressão<br />
<strong>de</strong> títulos (ex: Anais...) e <strong>de</strong> trechos<br />
<strong>de</strong> textos nas citações;<br />
O hífen é utilizado entre páginas (ex: 75-<br />
103), e entre datas <strong>de</strong> fascículos sequenciais<br />
(ex: 2000-2001);<br />
São usados para indicar os elementos <strong>de</strong><br />
referência, que não aparecem na obra<br />
referenciada, porém são conhecidos (ex:<br />
[1976]);<br />
Parênteses são usados para indicar série,<br />
grau (nas monografias <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong><br />
curso e especialização, teses e dissertações)<br />
e para o título que caracteriza a função<br />
e/ou responsabilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma abreviada.<br />
(coord., org., comp., trad.).<br />
A NRB-6023 recomenda não <strong>de</strong>ixar nenhuma referência sem data e,<br />
portanto, quando a data não constar na obra, <strong>de</strong>ve-se registrar a data<br />
37
aproximada entre colchetes. Mas se for impossível i<strong>de</strong>ntificar a data<br />
mesmo que aproximadamente, utiliza-se a expressão “s/d” (sem data).<br />
Exemplos:<br />
[1981 ou 1982] um ano ou outro;<br />
[1976?] data provável;<br />
[1981] data certa não indicada na obra;<br />
[entre 1993 e 1999] use intervalos menores <strong>de</strong> 20 anos;<br />
[ca. 1970] data aproximada;<br />
[198-] década certa;<br />
[199?] década provável;<br />
[19—] para século certo;<br />
[19—?] para século provável.<br />
(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 145-146)<br />
Y Palavras ou expressões latinas utilizadas em pesquisa<br />
apud: significa “citado por”. Nas citações é utilizada para informar que<br />
o que foi transcrito <strong>de</strong> uma obra <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado autor na verda<strong>de</strong><br />
pertence a um outro.<br />
Exemplo:<br />
(Napoleão apud Loi), ou seja, Napoleão “citado por” Loi.<br />
et al. (et alli): significa “e outros”. Utilizado quando a obra foi executada<br />
por muitos autores.<br />
Exemplo: numa obra escrita por Helena Schirm, Maria Cecília Rubinger<br />
<strong>de</strong> Ottoni, Rosana Velloso Montanari e Joaquim Maltinez, escrevese:<br />
SCHIRM, Helena et al.<br />
ibid ou ibi<strong>de</strong>m: significa “na mesma obra”.<br />
38
i<strong>de</strong>m ou id: significa “igual a anterior”.<br />
In: significa “em”.<br />
ipsis litteris: significa “pelas mesmas letras”, “literalmente”. Utiliza-se<br />
para expressar que o texto foi transcrito com fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, mesmo que<br />
possa parecer estranho ou esteja reconhecidamente escrito com erros <strong>de</strong><br />
linguagem.<br />
ipsis verbis: significa, também, “pelas mesmas palavras”, “textualmente”.<br />
Utiliza-se da mesma forma que ipsis litteris ou sic.<br />
opus citatum ou op. cit.: significa “obra citada”.<br />
passim: significa “aqui e ali”. É utilizada quando a citação se repete em<br />
mais <strong>de</strong> um trecho da obra.<br />
sic: significa “assim”. Utiliza-se da mesma forma que ipsis litteris ou<br />
ipsis verbis.<br />
supra: significa “acima”, referindo-se à nota imediatamente anterior.<br />
(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 131-132)<br />
Z Figuras, tabelas e gráficos<br />
As figuras, tabelas e gráficos constituem unida<strong>de</strong>s autônomas e explicam<br />
ou complementam visualmente a pesquisa. Devem ser inseridas no<br />
texto o mais próximo possível do trecho a que se referem. Devem-se dar<br />
espaço duplo do parágrafo para a tabela (ou figura e gráfico) e <strong>de</strong>sta<br />
para o reinício do parágrafo. Quando muito numerosas <strong>de</strong>vem vir em<br />
anexo, para não sobrecarregarem o texto.<br />
As figuras compreen<strong>de</strong>m: <strong>de</strong>senhos, fotografias, organogramas, mapas<br />
e ilustrações em geral.<br />
39
Quando as figuras são inseridas no texto, <strong>de</strong>ve-se procurar não exce<strong>de</strong>r<br />
as margens estabelecidas para ele, reduzindo-as <strong>de</strong> modo a caberem em<br />
uma única página.<br />
A numeração e a i<strong>de</strong>ntificação das figuras <strong>de</strong>vem estar localizadas na<br />
parte inferior da ilustração. Escreve-se a palavra FIGURA, seguida <strong>de</strong><br />
seu número <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> ocorrência (numeração consecutiva), em algarismos<br />
arábicos; em seguida coloca-se o respectivo título e/ou legenda,<br />
para então, se necessário, citar a fonte <strong>de</strong> dados.<br />
(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 134-135)<br />
FIGURA 1 <strong>–</strong> Esse é o título<br />
Fonte <strong>–</strong> Retirada <strong>de</strong>...<br />
As tabelas (e quadros) constituem uma categoria específica <strong>de</strong> ilustração.<br />
O título da tabela, ao contrário do que ocorre com as figuras, <strong>de</strong>ve<br />
figurar na parte superior da mesma, precedida da palavra TABELA e da<br />
numeração em algarismo arábico. O título <strong>de</strong>ve ser auto-explicativo indicando<br />
on<strong>de</strong> e quando o fato foi estudado.<br />
Já a fonte dos dados é indicada no rodapé da tabela. Quando apresenta-<br />
40
da pelo próprio autor da pesquisa, torna-se <strong>de</strong>snecessária a apresentação<br />
da fonte <strong>de</strong> dados.<br />
Po<strong>de</strong>-se fazer uso <strong>de</strong> Notas <strong>de</strong> Rodapé, quando o conteúdo apresentado<br />
na tabela exigir esclarecimentos <strong>de</strong> natureza geral. Também as “chamadas”<br />
são aceitas quando se <strong>de</strong>seja dar uma informação <strong>de</strong> natureza específica<br />
sobre <strong>de</strong>terminada parte da tabela, <strong>de</strong>stinada a conceituar ou esclarecer<br />
os dados.<br />
As “chamadas” são indicadas no corpo da tabela, em algarismos arábicos,<br />
entre parênteses, à esquerda nas casas e à direita, nas colunas e<br />
cabeçalho. A enumeração das “chamadas”, na tabela, será sucessiva <strong>de</strong><br />
cima para baixo e/ou da esquerda para a direita. A distribuição das “chamadas”,<br />
no rodapé da tabela, obe<strong>de</strong>cerá à or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> sua sucessão na<br />
tabela, separando-se uma das outras por ponto.<br />
No corpo da tabela nenhuma casa <strong>de</strong>ve ficar vazia, a ausência <strong>de</strong> dados<br />
numéricos <strong>de</strong>vendo ser representada por símbolos, <strong>de</strong> acordo com a convenção<br />
internacional:<br />
Tabela 2: Símbolos que <strong>de</strong>vem ser utilizados em tabelas<br />
Símbolos Descrição<br />
-<br />
...<br />
Z<br />
X<br />
Usa-se o hífen quando o fenômeno não ocorre;<br />
(três pontos) quando o dado é <strong>de</strong>sconhecido, não implicando<br />
se o fenômeno existe ou não;<br />
(zero) quando o fenômeno existe, porém sua expressão<br />
é tão pequena que não atinge a unida<strong>de</strong> adotada;<br />
Quando o dado for omitido para evitar a individualização<br />
da informação;<br />
41
0; 0,0 ou 0;00<br />
Exemplo <strong>de</strong> quadro e tabela:<br />
QUADRO 01 <strong>–</strong> Nome/título do quadro<br />
Teste 1<br />
Conteúdo 1.1<br />
Conteúdo 1.2<br />
Fonte: Xxxxxxx<br />
Quando a aplicação dos critérios <strong>de</strong> arredondamento<br />
não permitir alcançar, respectivamente, os valores<br />
1; 0,1; 0,01 e assim por diante.<br />
TABELA 01 <strong>–</strong> Nome/título da tabela<br />
Coluna 1<br />
Coluna 2<br />
Coluna 3<br />
35<br />
45 25<br />
35<br />
Fonte: Zzzzzzz<br />
40<br />
20<br />
(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 135-138)<br />
Os gráficos são <strong>de</strong>senhos constituídos <strong>de</strong> traços e pontos, numerados<br />
com algarismos arábicos. Seu título é precedido da palavra GRÁFICO<br />
em letras maiúsculas. A citação no texto será feita pela indicação GRAF.,<br />
acompanhada do número <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m a que se refere. As orientações relativas<br />
às figuras também se aplicam a eles.<br />
Exemplos <strong>de</strong> gráficos:<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
1 2 3<br />
GRÁFICO 1 <strong>–</strong> Gráfico 2 D (Uso preferencial)<br />
Fonte: Xxxxxx<br />
42<br />
Teste 1<br />
Conteúdo 2.1<br />
Conteúdo 2.1<br />
xx<br />
zz<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
Teste 1<br />
Conteúdo 3.1<br />
Conteúdo 3.1<br />
1 2 3<br />
GRÁFICO 1 <strong>–</strong> Gráfico 3 D<br />
Fonte: Xxxxxx<br />
Teste 1<br />
Conteúdo 4.1<br />
Conteúdo 4.1<br />
Coluna 4<br />
55<br />
50<br />
xx<br />
zz
AA Notas <strong>de</strong> rodapé<br />
As notas <strong>de</strong> rodapé são utilizadas para complementar alguma informação<br />
do texto (explicações pessoais do autor, por exemplo), para indicar<br />
fontes bibliográficas e ainda po<strong>de</strong>m ser adotadas para <strong>de</strong>finir conceitos<br />
e expressões, cujas inclusões no próprio texto interromperiam a sequência<br />
lógica da leitura.<br />
As notas <strong>de</strong> rodapé <strong>de</strong>vem aparecer na margem inferior da página em<br />
que foram mencionadas, separadas do texto por uma linha contínua horizontal<br />
<strong>de</strong> 4 cm, a qual é feita a partir da margem esquerda (o Word já<br />
traz automaticamente este recurso). Devem ser digitadas em espaço simples<br />
e em letras menor que a do texto (fonte no. 10). Já entre duas notas<br />
<strong>de</strong> rodapé, <strong>de</strong>ixa-se um espaço duplo. A nota <strong>de</strong> rodapé é sempre indicada<br />
por número sobrescrito que <strong>de</strong>verá ser repetido no rodapé da página.<br />
Elas não <strong>de</strong>vem ocupar mais <strong>de</strong> 50% do espaço total da página.<br />
Exemplo:<br />
No texto:<br />
Num primeiro momento, reafirma a versão oficial <strong>de</strong> que o exército<br />
naquela ocasião, como <strong>de</strong> costume, apenas patrulhou a cida<strong>de</strong>. Sem<br />
qualquer amparo documental¹, vê-se vencida...<br />
No rodapé:<br />
___________________<br />
¹ A sua única fonte comprobatória é a seguinte: “Várias pessoas que moravam em<br />
Francisco Beltrão, na época, afirmaram isso, inclusive Walter Pecoits e Luis Prolo,<br />
que eram da comissão.” (GOMES, 1986, p. 104)<br />
(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 138-140)<br />
43
BB Referências<br />
“A NBR 6023 (ABNT, 2002a) adota o termo Referência <strong>de</strong> forma genérica,<br />
já que há na atualida<strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> informação,<br />
bibliográficas e não bibliográficas.” (FRANÇA, 2007, p. 151)<br />
As referências <strong>de</strong>vem constar ao final do trabalho, antes dos anexos.<br />
São colocadas sequencialmente e organizadas alfabeticamente pelo sobrenome<br />
do autor (com todas as letras maiúsculas) e título da obra (em<br />
itálico, mas se houver subtítulo, este virá sem nenhum <strong>de</strong>staque). Segundo<br />
a NBR 6023 (ABNT, 2002a, p. 3), “as referências são alinhadas<br />
somente à margem esquerda do texto e <strong>de</strong> forma a se i<strong>de</strong>ntificar individualmente<br />
cada documento, em espaço simples e separadas entre si por<br />
espaço duplo.”.<br />
Seguem algumas normas mais comuns utilizadas nas referências:<br />
1 Um autor<br />
LIMA, Adriana Flávia Santos <strong>de</strong> Oliveira. Pré-escola e alfabetização:<br />
uma proposta baseada em Paulo Freire e Jean Piaget. 2. ed. Petrópolis:<br />
Vozes, 1986.<br />
OLIVEIRA, Djalma <strong>de</strong> Pinho Rebouças <strong>de</strong>. Sistemas <strong>de</strong> informações<br />
gerenciais: estratégias, táticas, operacionais. 5. ed. São Paulo: Atlas,<br />
1998.<br />
Observações:<br />
1) Quando um autor for citado mais <strong>de</strong> uma vez, substitui-se seu nome<br />
por seis traços e ponto.<br />
ANDRADE, M. M. <strong>de</strong>. Introdução à metodologia do trabalho científico.<br />
São Paulo: Atlas, 1996.<br />
44
______. Como preparar trabalhos para cursos <strong>de</strong> pós-graduação.<br />
São Paulo: Atlas, 1996.<br />
2)Não se colocam como sobrenome final, ao começar a indicação <strong>de</strong><br />
autor, os indicativos <strong>–</strong> Júnior, Sobrinho, Filho, Neto e similares.<br />
BARBOSA FILHO, M. Introdução à pesquisa: métodos, técnicas e<br />
instrumentos. Rio <strong>de</strong> Janeiro: LCT, 1980.<br />
3) Nomes compostos:<br />
D’ONÓFRIO, S. Metodologia do trabalho intelectual. São Paulo:<br />
Atlas, 1999.<br />
4) Pseudônimo: nestes casos, o pseudônimo <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado para<br />
entrada. Quando o verda<strong>de</strong>iro nome do autor for conhecido, <strong>de</strong>ve-se<br />
indicá-lo entre colchetes após o pseudônimo.<br />
ATHAYDE, Tristão <strong>de</strong> [Alceu Amoroso Lima]. Debates pedagógicos.<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro: Schmidt, 1931.<br />
5)Muitas vezes, os autores fazem constar na referência bibliográfica o<br />
número total <strong>de</strong> páginas da obra.<br />
LIMA, Adriana Flávia Santos <strong>de</strong> Oliveira. Pré-escola e alfabetização:<br />
uma proposta baseada em Paulo Freire e Jean Piaget. 2. ed. Petrópolis:<br />
Vozes, 1986. 228 p.<br />
2 Dois autores<br />
SÓDESRTEN, Bo; GEOFREY, Reed. International economics. 3. ed.<br />
London: MacMillan, 1994.<br />
45
3 Três autores<br />
COSTA, Maria Aída B.; JACCOUD, Vera; COSTA, Beatriz. MEB:<br />
uma história <strong>de</strong> muitos. Petrópolis: Vozes, 1986.<br />
4 Mais <strong>de</strong> três autores<br />
Quando há mais <strong>de</strong> três autores, indica-se apenas o primeiro, seguido da<br />
expressão “et al.”.<br />
LUCKESI, Cipriano Carlos et al. Fazer universida<strong>de</strong>: uma proposta<br />
metodológica. São Paulo: Cortez, 1989.<br />
5 Autor <strong>de</strong>sconhecido<br />
Em caso <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong>sconhecida a entrada é feita pelo título. O termo<br />
anônimo não <strong>de</strong>ve ser usado em substituição ao nome do autor <strong>de</strong>sconhecido.<br />
O PENSAMENTO VIVO DE NIETZSCHE. São Paulo: Martin<br />
Claret, 1991. Autor <strong>de</strong>sconhecido.<br />
6 Organizador, compilador, coor<strong>de</strong>nador<br />
Quando não há autor, e sim um responsável intelectual, editor, organizador<br />
ou coor<strong>de</strong>nador, a entrada é feita pelo sobrenome <strong>de</strong>ste responsável<br />
acompanhado entre parênteses pela abreviatura da função editorial.<br />
KUNSCH, Margarida Maria Krohling (Org.). Obtendo resultados com<br />
ralações públicas. São Paulo: Pioneira, 1997.<br />
FERREIRA, Naura Syria C.; AGUIAR, Márcia Ângela da S. (Org.).<br />
Gestão da educação. São Paulo: Cortez, 2000.<br />
46
7 Utilização <strong>de</strong> parte <strong>de</strong> uma publicação<br />
Ocorre quando apenas alguma parte da publicação consultada, tal como<br />
capítulo, volume etc. é utilizada na elaboração do trabalho. Tal situação<br />
é muito frequente nos casos <strong>de</strong> <strong>livro</strong>s, por exemplo, que possuem um<br />
organizador ou coor<strong>de</strong>nador e diversos autores escrevem os capítulos.<br />
a) Quando o autor da parte citada é também o autor da obra<br />
COSTA, Marisa Vorraber. Discutindo a escola básica em tempos <strong>de</strong><br />
neoliberalismo: uma conversa introdutória. In: ______. Escola básica<br />
na virada do século: cultura, política e currículo. 3. ed. São Paulo:<br />
Cortez, 2002. p. 13-24.<br />
<strong>–</strong> O <strong>de</strong>staque em itálico vai para o título da obra e não para o título do<br />
texto ou capítulo.<br />
B) Quando o autor da parte citada não é o autor da obra<br />
APPLE, Michael W. Construindo o outro: branquida<strong>de</strong>, educação e<br />
batatas fritas baratas. In: COSTA, Marisa Vorraber (Org.). Escola<br />
básica na virada do século: cultura, política e currículo. 3. ed. São<br />
Paulo: Cortez, 2002. p. 25-43.<br />
8 Partes isoladas (páginas)<br />
BIER, O. Bacteriologia e imunologia. 15. ed. São Paulo: Melhoramentos,<br />
1970. p. 806-807, 816, 831.<br />
9 Partes <strong>de</strong> enciclopédia e dicionário (verbetes)<br />
LASTRO. In: FERREIRA, Aurélio Buarque <strong>de</strong> Holanda. Dicionário<br />
Aurélio básico da língua portuguesa. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Nova Fronteira,<br />
1988. p. 387.<br />
47
<strong>–</strong> Faz a entrada com o nome da palavra consultada com todas as letras<br />
maiúsculas. Os outros passos são iguais aos já estudados.<br />
10 Compact Discs (CD)<br />
KHANDHU (compositor), Bigorna. Belo Horizonte: Studio Polifonia,<br />
2002. 1CD.<br />
OLDFIELD, Mike. Tubular bells. EUA: Virgin Records, 1991. 1CD.<br />
11 Publicações periódicas (fascículos)<br />
REVISTA DE ESTUDOS DA LINGUAGEM. Belo Horizonte:<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Letras da UFMG, v. 8, n. 1. jan./jun. 1999. 244 p.<br />
12 Artigos <strong>de</strong> Jornal com autoria<br />
NOGUEIRA, Salvador. Brasileiro cria analisador médico portátil.<br />
Jornal Folha <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, 30 jan. 2002. Ca<strong>de</strong>rno Ciência,<br />
p. 12.<br />
RIBEIRO, Uirá Endy. O computador como caminho para educação.<br />
Gazeta Mercantil, São Paulo, 30 jul. <strong>de</strong> 2002. Ca<strong>de</strong>rno Minas Gerais,<br />
p. 2.<br />
13 Artigos <strong>de</strong> Revista com autoria<br />
MATOS, Francis Valdivia. Mitos do trabalho em equipe. Revista<br />
T&D, São Paulo, v. 45, n. 107, p. 25-26. nov. 2001.<br />
14 Artigos <strong>de</strong> Jornal ou Revista sem autoria<br />
ÍNDIOS ganham universida<strong>de</strong>. Revista Pátio. Porto Alegre: Artmed,<br />
n. 19, nov./jan. 2002. p. 8.<br />
48
DESIGUALDADE não mudou, diz estudo. Jornal Folha <strong>de</strong> São<br />
Paulo, São Paulo, 30 jan. 2002, p. C5. Ca<strong>de</strong>rno Cotidiano.<br />
15 Traduções<br />
LANGER, Susanne K. Ensaios Filosóficos. Tradução <strong>de</strong> Jamir Martins.<br />
São Paulo: Cultrix, 1971. Título original: Philosophical sketches.<br />
Ou sem o nome original da obra:<br />
LANGER, Susanne K. Ensaios Filosóficos. Tradução <strong>de</strong> Jamir Martins.<br />
São Paulo: Cultrix, 1971.<br />
16 Filmes e ví<strong>de</strong>os<br />
NOME da rosa. Produção <strong>de</strong> Jean-Jaques Annaud. São Paulo: TW<br />
Ví<strong>de</strong>o Distribuidora, 1986. 1 Vi<strong>de</strong>ocassete (130 min.): VHS, NTSC,<br />
son., color., legendado. Port.<br />
AMADEUS. Direção: Milos Forman. Produção: Saul Zaentz. Roteiro:<br />
Peter Shaffer. Música: Neville Marriner. [S. 1.]: Warner Home Ví<strong>de</strong>o<br />
<strong>–</strong> Brasil c1998. 1 DVD (160 min.), win<strong>de</strong>screen, color., legendado.<br />
À ESPERA <strong>de</strong> um milagre. Direção: Frank Darabont. Produção:<br />
David Val<strong>de</strong>s. Roteiro: Stephen. Música: Thomas Newman. [S. a.]:<br />
Waner Home Ví<strong>de</strong>o <strong>–</strong> Brasil c1998. 1 DVD (188 min.), wi<strong>de</strong>screen,<br />
color., legendado.<br />
17 Documentos eletrônicos<br />
Po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar como documento eletrônico toda informação armazenada<br />
em um dispositivo eletrônico (disco rígido, disquete, CD-<br />
ROM, fita magnética) ou transmitida através <strong>de</strong> um método eletrônico.<br />
Exemplos <strong>de</strong> documentos eletrônicos são os softwares, os bancos <strong>de</strong><br />
49
dados, os arquivos <strong>de</strong> som, texto ou imagem disponíveis em CDs, discos<br />
ou fitas magnéticas, assim como as informações acessadas on-line <strong>–</strong><br />
via Internet, o que inclui as mensagens eletrônicas pessoais (e-mails), fóruns<br />
<strong>de</strong> discussão, arquivos <strong>de</strong> hipertexto (http, em vias <strong>de</strong> www), ou arquivos<br />
da Internet <strong>de</strong> <strong>formato</strong>s especiais, como FTP, Gopher, Telnet, entre<br />
outros, situados em seus respectivos sites. Seguem exemplos <strong>de</strong> alguns:<br />
a) CD-ROM<br />
AUTOR. Título. Local: gravadora, data. Tipo <strong>de</strong> suporte.<br />
MORAES, Anna Claudia S.; NUNES, Andréa; CARUSI, Tosca. Faça<br />
dar certo. São Paulo: [s. c. p.], <strong>de</strong>z. 2001. CD-ROM.<br />
b) En<strong>de</strong>reços eletrônicos <strong>de</strong> um modo geral<br />
. Acesso em: 6 abr. 2009.<br />
. Acesso em: 30 maio 2009.<br />
c) Monografias, bases <strong>de</strong> dados e softwares<br />
COELHO, Fernanda. Psicomotricida<strong>de</strong> na pré-escola. São Paulo: 1999.<br />
Disponível em: .<br />
Acesso em: 23 fev. 2000.<br />
d) Publicações periódicas<br />
NA ERA DA INFORMÁTICA. São Paulo: v. 23. no. 4, 1993. Disponível<br />
em: . Acesso em: 30 nov. 2000.<br />
e) Partes <strong>de</strong> publicações periódicas<br />
FERNANDES, Joel. Clonagem <strong>de</strong> animais. Ciência da Informação, Rio<br />
50
<strong>de</strong> Janeiro, v. 26, no. 3, 2002. Disponível em: . Acesso em: 30 jan. 2003.<br />
TAVES, Rodrigo França. Ministério corta pagamento <strong>de</strong> 46,5 mil professores.<br />
O Globo, Rio <strong>de</strong> Janeiro, 19 maio 1998. Disponível em: . Acesso em: 30 maio 1998.<br />
f) E-mail<br />
MARINHO, Gustavo. Formação do sumário. [mensagem pessoal].<br />
Mensagem recebida por marinhoguto@hotmail.edu em 12 <strong>de</strong>z. 2001.<br />
<strong>–</strong> Observação: para maiores informações, consultar o Manual para normalização<br />
<strong>de</strong> publicações técnico-científicas (FRANÇA, 2007), capítulo<br />
16.<br />
CC Citações<br />
“As citações esclarecem, ilustram o assunto em discussão ou, ainda,<br />
po<strong>de</strong>m sustentar o que se afirma. Portanto, elas têm a função <strong>de</strong> oferecer<br />
ao leitor condições <strong>de</strong> comprovar a fonte das quais foram extraídas as<br />
i<strong>de</strong>ias, frases ou conclusões, possibilitando-lhe ainda aprofundar o tema<br />
em discussão. Têm ainda como função acrescentar indicações bibliográficas<br />
<strong>de</strong> reforço ao texto.” (CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 173).<br />
Observações:<br />
1)Citações <strong>de</strong> dois ou mais documentos <strong>de</strong> um mesmo autor, e publicados<br />
em um mesmo ano, são diferenciadas pelo acréscimo <strong>de</strong> letras minúsculas<br />
do alfabeto após a data:<br />
(SEIXAS, 1996a)<br />
(SEIXAS, 1996b)<br />
51
2) Havendo dois autores com o mesmo sobrenome e mesma data, acrescentam-se<br />
as iniciais <strong>de</strong> seus prenomes:<br />
(SILVA, M. A., 1996)<br />
(SILVA, J. E., 1996)<br />
3) Omissão em citação: as omissões <strong>de</strong> palavras ou frases nas citações<br />
são indicadas pelo uso <strong>de</strong> elipses [...] entre colchetes.<br />
4) Acréscimo em citação: acréscimos e/ou comentários, quando necessários<br />
à compreensão <strong>de</strong> algo <strong>de</strong>ntro da citação, aparecem entre colchetes<br />
[ ].<br />
5) Destaque em citação: para se <strong>de</strong>stacar palavras ou frases em uma<br />
citação usa-se o grifo ou negrito ou itálico seguido da expressão “grifo<br />
meu” ou “grifo nosso” entre colchetes, após a chamada da citação.<br />
6)Tradução em citação: quando a citação incluir texto traduzido pelo<br />
autor do texto, <strong>de</strong>ve-se incluir a expressão “tradução nossa” entre parênteses,<br />
logo após a chamada da citação.<br />
(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 174-175)<br />
1 Citação livre<br />
“Ocorrem quando se reproduzem i<strong>de</strong>ias e informações do documento,<br />
sem transcrever as próprias palavras do autor” (CRUZ; RIBEIRO, 2004,<br />
p. 107). Neste caso, há a apropriação das i<strong>de</strong>ias alheias, mas com as<br />
próprias palavras <strong>de</strong> quem está se apropriando <strong>de</strong>las.<br />
Exemplos:<br />
Como lembra Martins (1984), o futuro <strong>de</strong>senvolvimento da informação<br />
está cada dia mais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> um plano unificado <strong>de</strong> normalização.<br />
52
Soltys & Spratling (1957) <strong>de</strong>screveram pela primeira vez, em porca<br />
com cistite e pielonefrite, a presença <strong>de</strong> Corynebacterium suis.<br />
No Brasil, Oliveira et al. (1983) isolaram Corynebacterium suis<br />
do divertículo prepucial <strong>de</strong> machos, em ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abate.<br />
Após esse primeiro isolamento, na Inglaterra, vários casos têm<br />
sido <strong>de</strong>scritos em países como Canadá, Noruega, Holanda, Dinamarca e<br />
Finlândia (BANGE; DUCROT, 1984; GLAZERBROOK et al., 1973;<br />
JONES, 1981).<br />
(FRANÇA, 2007, 132-133)<br />
2 Citação textual<br />
“Uma citação é textual, quando há a transcrição literal do texto <strong>de</strong> um<br />
autor ou parte <strong>de</strong>le, conservando-se a grafia, a pontuação, o idioma e até<br />
eventuais incoerências, erros <strong>de</strong> ortografia e/ou concordância.” (CRUZ;<br />
RIBEIRO, 2004, p. 176).<br />
Quando o texto transcrito parecer estranho ou estiver reconhecidamente<br />
escrito com erros <strong>de</strong> linguagem, po<strong>de</strong>-se utilizar a expressão [sic], significando:<br />
“estava assim mesmo no original”.<br />
3 Citação textual curta (com até três linhas)<br />
“A citação curta é transcrita entre aspas, com o mesmo estilo e tamanho<br />
da letra utilizados no parágrafo do texto no qual será inserida. O uso <strong>de</strong><br />
aspas [...] <strong>de</strong>limita a citação textual e, ao final da transcrição, faz-se a<br />
citação.” (CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 176).<br />
Exemplos:<br />
O <strong>livro</strong> <strong>de</strong> Simonsen vem, pois, preencher diversas lacunas, políticas<br />
e acadêmicas. O <strong>livro</strong> <strong>de</strong>stacará, segundo seu autor, a era colonial,<br />
53
por “[...] ter sido na era colonial que se formou a trama social assegurada<br />
da estrutura unitária do país e que continuam a atuar na mo<strong>de</strong>lagem<br />
da nossa formação econômica.” (SIMONSEN, 1978, p. 10).<br />
É neste cenário que “a AIDS nos mostra a extensão que uma doença<br />
po<strong>de</strong> tomar no espaço público. Ela coloca em evidência <strong>de</strong> maneira brilhante<br />
a articulação do biólogo, do político e do social” (HERZLICH;<br />
PIERRET, 1992, p. 7).<br />
Segundo Paulo Freire, “transformar ciência em conhecimento<br />
usado apresenta implicações epistemológicas porque permite meios mais<br />
ricos <strong>de</strong> pensar sobre o conhecimento...” (1994, p. 161).<br />
Observações:<br />
1)Entradas pelo sobrenome do autor, pela instituição responsável ou<br />
pelo título incluídos na sentença <strong>de</strong>vem ser em minúsculo. Já as entradas<br />
pelo sobrenome do autor, pela instituição responsável e pelo título,<br />
quando estiverem entre parênteses, <strong>de</strong>vem ser em letras maiúsculas,<br />
como po<strong>de</strong> ser observado nos exemplos anteriores.<br />
(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 176-177)<br />
2) Quando o trecho citado apresenta palavras ou expressões entre aspas<br />
duplas (“”), elas se transformam em aspas simples (‘’).<br />
4 Citação textual longa (mais <strong>de</strong> três linhas)<br />
As citações textuais longas <strong>de</strong>vem ser apresentadas em parágrafos à parte,<br />
recuados à direita (4 cm), com espaçamento simples entre linhas e espaço<br />
duplo em relação ao texto corrente, fonte Times New Roman, tamanho 10.<br />
Não se usa aspas, pois são <strong>de</strong>stacadas apenas tipograficamente.<br />
Exemplo:<br />
54<br />
A maior dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação da lei <strong>de</strong> 1827
esidiu no provimento das ca<strong>de</strong>iras das escolas femininas.<br />
Não obstante sobressaírem as mulheres<br />
no ensino das prendas domésticas, as poucas que<br />
se apresentavam para reger uma classe dominavam<br />
tão mal aquilo que <strong>de</strong>veriam ensinar que não logravam<br />
êxito em transmitir seus exíguos conhecimentos.<br />
Se os próprios homens, aos quais o acesso<br />
à instrução era muito mais fácil, se revelavam incapazes<br />
<strong>de</strong> ministrar o ensino <strong>de</strong> primeiras letras,<br />
lastimável era o nível do ensino nas escolas femininas,<br />
cujas mestras estiveram sempre mais ou menos<br />
marginalizadas do saber” (SAFFIOTI, 1976, p. 193).<br />
(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 177-178)<br />
5 Citação <strong>de</strong> citação<br />
“A citação <strong>de</strong> citação é a menção a um documento ao qual não se teve<br />
acesso, mas do qual se tomou conhecimento apenas por citação em outro<br />
trabalho. Só <strong>de</strong>ve ser utilizada na total impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso ao<br />
documento original. No texto, a citação <strong>de</strong> citação obe<strong>de</strong>ce a seguinte<br />
or<strong>de</strong>m: autor do documento não consultado seguido da expressão latina<br />
“apud” (conforme, citado por) e autor da obra consultada”.<br />
Exemplo:<br />
(BENFEY apud SOLOMONS, 1982)<br />
A referência bibliográfica, neste caso, inicia-se pelo nome do autor do<br />
documento não consultado.<br />
Exemplo:<br />
BENFEY, O. T. The names and structures of organic compounds. New<br />
York: Wiley, 1996 apud SOLOMONS, T. W. G. Química orgânica. Rio<br />
<strong>de</strong> Janeiro: LCT, 1982. V. 1.<br />
(CRUZ; RIBEIRO, 2004, p. 179)<br />
55
V REFERÊNCIAS<br />
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS <strong>–</strong> ABNT.<br />
NBR 6023. Informação e documentação: referências: elaboração. Rio<br />
<strong>de</strong> Janeiro, 2002a.<br />
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS <strong>–</strong> ABNT.<br />
NBR 10520. Informação e documentação: citações em documentos:<br />
apresentação. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2002b.<br />
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS <strong>–</strong> ABNT.<br />
NBR 14724. Informação e documentação: trabalhos acadêmicos:<br />
apresentação. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2005.<br />
COLOMER, Teresa. O ensino e a aprendizagem da compreensão<br />
leitora. In: PEREZ, Francisco Carvajal e GARCIA, Joaquim Ramos<br />
(Org.). Ensinar ou apren<strong>de</strong>r a ler e escrever?: Aspectos teóricos do<br />
processo <strong>de</strong> construção significativa, funcional e compartilhada <strong>de</strong><br />
código escrito. Tradução Cláudia Schilling. Porto Alegre, RS: Artmed<br />
Editora, 2001. p. 123-136.<br />
CRUZ, Carla; RIBEIRO, Uirá. Metodologia científica: teoria e prática.<br />
2. ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Axcel Books, 2004. 324 p.<br />
FERREIRA, José Heleno. Formação <strong>de</strong> professores. Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong><br />
Estudos Acadêmicos do Curso Normal Superior. Divinópolis, n. 1, p.<br />
7-12, mar. 2005.<br />
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Lições <strong>de</strong> texto:<br />
leitura e redação. 4. ed. São Paulo: Ática, 2003.<br />
______. Para enten<strong>de</strong>r o texto: leitura e redação. 7. ed. São Paulo:<br />
Ática, 2000.<br />
57
FRANÇA, Júnia Lessa. Manual para normalização <strong>de</strong> publicações<br />
técnico-científicas. 8. ed. rev. e amp. Belo Horizonte: Ed. UFMG,<br />
2007. 255 p.<br />
GOLD, Miriam. Redação empresarial: escrevendo com sucesso na<br />
era da globalização. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 2003.<br />
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico.<br />
21. ed. São Paulo: Cortez, 2000.<br />
58<br />
***
ANEXOS
ANEXO A<br />
EXEMPLO DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DE RESUMOS<br />
Exemplo <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> resumo, baseado em texto <strong>de</strong><br />
Roberto da Matta, retirado do <strong>livro</strong> A casa e a rua: espaço, cidadania,<br />
mulher e morte no Brasil:<br />
Nós, antropólogos sociais, que sistematicamente estudamos socieda<strong>de</strong>s<br />
diferentes, fazemos isso quando viajamos. Em contato com sistemas<br />
sociais diferentes, tomamos consciência <strong>de</strong> modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação<br />
espacial diversas que surgem aos nossos sentidos <strong>de</strong> modo insólito,<br />
apresentando problemas sérios <strong>de</strong> orientação (...). E foi curioso e<br />
intrigante <strong>de</strong>scobrir em Tóquio que as casas têm um sistema <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reço<br />
pessoalizado e não impessoal como o nosso. Tudo muito parecido<br />
com as cida<strong>de</strong>s brasileiras do interior on<strong>de</strong>, não obstante cada casa ter<br />
um número e dada rua um nome, as pessoas informam ao estrangeiro a<br />
posição das moradias <strong>de</strong> modo pessoalizado e até mesmo íntimo: “A<br />
casa do Seu Chico fica ali em cima... do lado da mangueira... é uma<br />
casa com ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> lona na varanda... tem janelas ver<strong>de</strong>s e telhado<br />
bem velho... fica logo <strong>de</strong>pois do armazém do Seu Ribeiro...” Aqui, como<br />
vemos, o espaço se confun<strong>de</strong> com a própria or<strong>de</strong>m social <strong>de</strong> modo que,<br />
sem enten<strong>de</strong>r a socieda<strong>de</strong> com suas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relações sociais e valores,<br />
não se po<strong>de</strong> interpretar como o espaço é concebido. Aliás, nesses sistemas,<br />
po<strong>de</strong>-se dizer que o espaço não existe como uma dimensão social<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e individualizada, estando sempre misturado, interligado<br />
ou “embebido” <strong>–</strong> como diria Karl Polanyi <strong>–</strong> em outros valores que servem<br />
para orientação geral. No exemplo, sublinhei a expressão “em<br />
cima” para revelar precisamente esse aspecto, dado que a sinalização<br />
tão banalizada no universo social brasileiro do “em cima” e do “embaixo”<br />
nada tem a ver com altitu<strong>de</strong>s topograficamente assinaladas, mas<br />
exprimem regiões sociais convencionais e locais. Às vezes querem indicar<br />
Antiguida<strong>de</strong> (a parte mais velha da cida<strong>de</strong> fica mais “em cima”),<br />
61
noutros casos preten<strong>de</strong>m sugerir segmentação social e econômica: quem<br />
mora ou trabalha “embaixo” é mais pobre e tem menos prestígio social<br />
e recursos econômicos. Tal era o caso da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Salvador no período<br />
colonial, quando a chamada “cida<strong>de</strong> baixa”, no dizer <strong>de</strong> um historiador<br />
do período, “era dominada pelo comércio e não pela religião”<br />
(dominante, junto com os serviços públicos mais importantes, na “cida<strong>de</strong><br />
alta”). “No cais <strong>–</strong> continua ele dando razão aos nossos argumentos<br />
<strong>–</strong> marinheiros, escravos e estivadores exerciam controle e a área<br />
muito provavelmente fervilhava com a mesma bulha que lá se encontra<br />
hoje em dia” (Cf. Schwartz, 1979, p. 85). Do mesmo modo e pela mesma<br />
sorte <strong>de</strong> lógica social, são muitas as cida<strong>de</strong>s brasileiras que possuem<br />
a sua “rua Direita” mas que jamais terão, penso eu, uma “rua Esquerda”!<br />
Foi assim no caso do Rio <strong>de</strong> Janeiro, que além <strong>de</strong> ter a sua<br />
certíssima rua Direita, realmente localizada à direita do largo do Paço,<br />
possuía também as suas ruas dos Pescadores, Alfân<strong>de</strong>ga, Quitanda (on<strong>de</strong><br />
havia comércio <strong>de</strong> fazenda), Ourives <strong>–</strong> dominada por joalheiros e artífices<br />
<strong>de</strong> metais raros <strong>–</strong> e muitas outras, que <strong>de</strong>nunciavam com seus<br />
nomes as ativida<strong>de</strong>s que nelas se <strong>de</strong>senrolavam. Daniel P. Kid<strong>de</strong>r, missionário<br />
norte-americano que aqui residiu entre 1837 e 1840, escreveu<br />
uma viva e sensível <strong>de</strong>scrição das ruas do Rio <strong>de</strong> Janeiro e do seu “movimento”,<br />
não <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> ressaltar no seu relato alguma surpresa pelos<br />
seus estranhos nomes e sua notável, diria eu, metonímia ou unida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> continente e conteúdo.<br />
Ora, tudo isso contrasta claramente com o modo <strong>de</strong> assinalar<br />
posições das cida<strong>de</strong>s norte-americanas, on<strong>de</strong> as coor<strong>de</strong>nadas <strong>de</strong> indicação<br />
são positivamente geométricas, <strong>de</strong>cididamente topográficas e,<br />
por causa disso mesmo, preten<strong>de</strong>m-se estar classificadas por um código<br />
muito mais universal e racional. Assim, as cida<strong>de</strong>s dos Estados Unidos<br />
se orientam muito mais em termos <strong>de</strong> pontos car<strong>de</strong>ais <strong>–</strong> Norte/Sul,<br />
Leste/Oeste <strong>–</strong> e <strong>de</strong> um sistema numeral para ruas e avenidas, do que<br />
por qualquer aci<strong>de</strong>nte geográfico, ou qualquer episódio histórico, ou <strong>–</strong><br />
ainda <strong>–</strong> alguma característica social e/ou política. Nova Iorque, conforme<br />
todos sabemos, é o exemplo mais bem-acabado disso que é, porém,<br />
comum a todos os Estados Unidos. Se lá então é mais difícil para<br />
62
um brasileiro navegar socialmente nas cida<strong>de</strong>s e estradas, é simplesmente<br />
porque ele (ou ela) não está habituado a uma forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>notar o<br />
espaço on<strong>de</strong> a forma <strong>de</strong> notação surge <strong>de</strong> modo muito mais individualizado,<br />
quantificado e impessoalizado.<br />
Depois <strong>de</strong> ler o texto do começo ao fim, vemos que ele trata do modo<br />
distinto como cada sistema social organiza o espaço.<br />
Depois percebemos o movimento do texto: afirmação <strong>de</strong> que existem<br />
diferentes maneiras <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação espacial e, em seguida, ilustração <strong>de</strong>ssa<br />
i<strong>de</strong>ia, comparando a maneira <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nar e <strong>de</strong>nominar o espaço nas cida<strong>de</strong>s<br />
brasileiras e a <strong>de</strong> fazer a mesma operação nas cida<strong>de</strong>s norte-americanas.<br />
O texto divi<strong>de</strong>-se em duas gran<strong>de</strong>s partes: proposição e ilustração. A<br />
segunda parte divi<strong>de</strong>-se segundo o critério <strong>de</strong> oposição espacial: Brasil<br />
X Estados Unidos (Tóquio não é levada em conta, porque a observação<br />
a respeito dos en<strong>de</strong>reços no Japão serve apenas para introduzir o problema<br />
da indicação dos en<strong>de</strong>reços no Brasil). Para facilitar, po<strong>de</strong>mos segmentar<br />
o texto em três partes:<br />
1) “Nós, antropólogos sociais” até “problemas sérios <strong>de</strong> orientação”;<br />
2) “E foi curioso e intrigante” até “unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> continente e <strong>de</strong> conteúdo”;<br />
3) “Ora, tudo isso contrasta” até o fim.<br />
As partes resumem-se da seguinte maneira:<br />
1) Existência <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>nação espacial peculiar a cada sistema social;<br />
2) Brasil <strong>–</strong> or<strong>de</strong>nação e <strong>de</strong>nominação do espaço a partir <strong>de</strong> critérios<br />
pessoais, sociais;<br />
3) Estados Unidos <strong>–</strong> or<strong>de</strong>nação e <strong>de</strong>nominação do espaço a partir <strong>de</strong><br />
critérios impessoais.<br />
A redação final do resumo po<strong>de</strong> ser:<br />
Cada sistema social concebe a or<strong>de</strong>nação do espaço <strong>de</strong> uma ma-<br />
63
neira típica. No Brasil, o espaço não é concebido como um elemento<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dos valores sociais, mas está embebido neles. Expressões<br />
como “em cima” e “embaixo”, por exemplo, não exprimem propriamente<br />
a noção <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>s mas indicam regiões sociais. As avenidas e<br />
ruas recebem nomes indicativos <strong>de</strong> episódios históricos, <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes<br />
geográficos ou <strong>de</strong> alguma característica social ou política. Nas cida<strong>de</strong>s<br />
norte-americanas, a orientação espacial é feita pelos pontos car<strong>de</strong>ais e<br />
as ruas e avenidas recebem um número e não um nome. Concebe-se,<br />
então, o espaço como um elemento dotado <strong>de</strong> impessoalida<strong>de</strong>, sem qualquer<br />
relação com os valores sociais.<br />
(FIORIN; SAVIOLI, 2000, p. 420-424)<br />
Exemplo <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> resumo, baseado em texto <strong>de</strong><br />
Bertrand Russell, retirado do <strong>livro</strong> Ensaios céticos:<br />
Na verda<strong>de</strong>, por que <strong>de</strong>sejamos, quase todos nós, aumentar nossa<br />
renda? À primeira vista, po<strong>de</strong> parecer que <strong>de</strong>sejamos bens materiais.<br />
Mas, na verda<strong>de</strong>, os <strong>de</strong>sejamos principalmente para impressionar o próximo.<br />
Quando um homem muda-se para uma casa maior num bairro<br />
melhor, reflete que gente “<strong>de</strong> mais classe” visitará sua esposa, e que<br />
alguns pobretões <strong>de</strong>ixarão <strong>de</strong> frequentar seu lar. Quando manda o filho<br />
a um bom colégio ou a uma universida<strong>de</strong> cara, consola-se das pesadas<br />
mensalida<strong>de</strong>s e taxas pensando nas distinções sociais que tais escolas<br />
conferem a pais e filhos. Em toda cida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>, seja na América ou na<br />
Europa, casas iguaizinhas a outras são mais caras num bairro que noutro,<br />
simplesmente porque o bairro é mais chique. Uma das nossas paixões<br />
mais potentes é o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ser admirado e respeitado. No pé em<br />
que estão as coisas, a admiração e o respeito são conferidos aos que<br />
parecem ricos. Esta é a razão principal <strong>de</strong> as pessoas quererem ser<br />
ricas. Efetivamente, os bens adquiridos pelo dinheiro <strong>de</strong>sempenham<br />
papel secundário. Vejamos, por exemplo, um milionário, que não consegue<br />
distinguir um quadro <strong>de</strong> outro, mas adquiriu uma galeria <strong>de</strong> antigos<br />
mestres com auxílio <strong>de</strong> peritos. O único prazer que lhe dão os<br />
64
quadros é pensar que se sabe quanto pagou por eles; pessoalmente, ele<br />
gozaria mais, pelo sentimento, se comprasse cromos <strong>de</strong> Natal, dos mais<br />
piegas, que, porém, não lhe satisfazem tanto a vaida<strong>de</strong>.<br />
Tudo isso po<strong>de</strong> ser diferente, e o tem sido em muitas socieda<strong>de</strong>s.<br />
Em épocas aristocráticas, os homens eram admirados pelo nascimento.<br />
Em alguns círculos <strong>de</strong> Paris, os homens são admirados pelo seu talento<br />
artístico ou literário, por estranho que pareça. Numa universida<strong>de</strong> teuta<br />
é possível que um homem seja admirado pelo seu saber. Na índia, os<br />
santos são admirados; na China, os sábios. O estudo <strong>de</strong>ssas socieda<strong>de</strong>s<br />
divergentes <strong>de</strong>monstra a correção <strong>de</strong> nossa análise, pois em todas encontramos<br />
gran<strong>de</strong> percentagem <strong>de</strong> homens indiferentes ao dinheiro, contando<br />
que tenham o suficiente para se sustentar; mas que <strong>de</strong>sejam ar<strong>de</strong>ntemente<br />
a posse dos méritos pelos quais, no seu meio, se conquista o<br />
mérito.<br />
1) Idéia geral do texto<br />
Busca da admiração e do respeito, uma das fortes paixões do homem.<br />
2) Segmentação do texto<br />
Critério: tipo <strong>de</strong> objeto a ser adquirido<br />
1º. parágrafo: aquisição dos bens materiais;<br />
2º. parágrafo: aquisição daquilo que é valorizado em cada época ou em<br />
cada socieda<strong>de</strong>.<br />
3) Resumo das idéias <strong>de</strong> cada parte<br />
Busca <strong>de</strong> riqueza em nossa socieda<strong>de</strong> é busca do respeito e da admiração<br />
dos outros, porque isso é conferido a quem parece rico;<br />
Busca do que cada socieda<strong>de</strong> valoriza é busca da admiração e do respeito<br />
dos outros.<br />
4) A redação final do resumo po<strong>de</strong> ser:<br />
O homem cobiça a riqueza não para usufruir dos bens materiais<br />
que ela possibilita, mas para granjear admiração e prestígio, uma das<br />
65
mais fortes paixões do homem.<br />
Assim como nossa socieda<strong>de</strong> persegue a riqueza porque ela confere<br />
prestígio, outras perseguem outros indicadores <strong>de</strong> prestígio: o nascimento,<br />
o talento artístico, o saber, a santida<strong>de</strong>.<br />
Observação:<br />
(FIORIN; SAVIOLI, 2000, p. 424-425)<br />
Notem que neste caso funcionou o critério <strong>de</strong> segmentação do texto por<br />
parágrafos.<br />
66
ANEXO B<br />
EXEMPLO DE ESQUEMA POR TÓPICOS E EXPLICATIVO<br />
Exemplo <strong>de</strong> esquema por tópicos, elaborado a partir do texto O ensino e<br />
a aprendizagem da compreensão leitora, <strong>de</strong> Teresa Colomer (PEREZ;<br />
GARCIA, 2001, p. 123-136):<br />
O ENSINO E A APRENDIZAGEM DA COMPREENSÃO LEITORA<br />
(TERESA COLOMER)<br />
I. Introdução<br />
II. Ler em nossa socieda<strong>de</strong><br />
III. As mudanças no planejamento da leitura<br />
A. Apren<strong>de</strong>r ao longo do tempo<br />
B. Apren<strong>de</strong>r no curso das matérias<br />
C. Usar, analisar e exercitar<br />
IV. O ensino da compreensão leitora<br />
V. O texto e o leitor<br />
A. Conhecer previamente... sem divagar<br />
B. Decodificar: uma renovação perplexa<br />
C. Enten<strong>de</strong>r: o gran<strong>de</strong> passo à frente<br />
D. Interpretar: um mundo incontrolável<br />
67
Exemplo <strong>de</strong> esquema explicativo a partir do texto citado acima:<br />
O ENSINO E A APRENDIZAGEM DA COMPREENSÃO LEITORA<br />
(TERESA COLOMER)<br />
I. Introdução<br />
A leitura e a sua aprendizagem não se restringem somente ao<br />
ambiente escolar, esten<strong>de</strong>m-se por toda a vida social do indivíduo. Atualmente,<br />
vários investimentos estão sendo feitos nessa área, tais como:<br />
programa <strong>de</strong> cooperação entre famílias e escola, novos profissionais e<br />
programas <strong>de</strong> aprendizagem, locais alternativos <strong>de</strong> locação <strong>de</strong> <strong>livro</strong>s,<br />
políticas públicas em relação ao tema etc. As pesquisas, também, têm se<br />
intensificado e proporcionado a inter-relação entre várias disciplinas,<br />
como exemplo a psicolinguística, a sociolinguística, entre outras.<br />
II. Ler em nossa socieda<strong>de</strong><br />
A evolução rápida dos meios <strong>de</strong> comunicação faz com que cada<br />
vez mais os cidadãos adquiram o domínio <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> leitura e<br />
escrita, utilizando-se do código oral, escrito e visual. Mesmo com o<br />
surgimento <strong>de</strong> novos códigos e gêneros textuais, a linguagem escrita<br />
continua em evidência, pois possibilita a constituição <strong>de</strong> uma memória<br />
coletiva e uma maior comunicação graças ao rompimento <strong>de</strong> barreiras<br />
espaciais e temporais.<br />
III. As mudanças no planejamento da leitura<br />
68<br />
A. Apren<strong>de</strong>r ao longo do tempo<br />
O processo <strong>de</strong> leitura é um continuum que começa antes da escolarização<br />
e vai para além <strong>de</strong>la.<br />
B. Apren<strong>de</strong>r no curso das matérias<br />
O ensino da leitura <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> dos professores
<strong>de</strong> todas as disciplinas, pois é através <strong>de</strong>la que se ensina os conteúdos<br />
das diversas áreas do conhecimento.<br />
C. Usar, analisar e exercitar<br />
O ensino da leitura (e, também, da escrita) <strong>de</strong>ve partir do uso para<br />
a reflexão e possibilitar o treinamento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s específicas<br />
para garantir o seu sucesso na prática escolar e nas relações sociais<br />
(uso-reflexão-uso).<br />
IV. O ensino da compreensão leitora<br />
O ensino da compreensão leitora exige o aprendizado <strong>de</strong> diversas<br />
estratégias, que reconheçam a leitura como um ato interpretativo, o qual<br />
consiste na articulação da mensagem veiculada pelo texto com os conhecimentos<br />
prévios do leitor. Abaixo um esquema dos conhecimentos<br />
e processos que envolvem o ato <strong>de</strong> ler, sabendo que as estruturas são as<br />
características do leitor indiferente da leitura e os processos são as ativida<strong>de</strong>s<br />
cognitivas processadas durante a leitura:<br />
A. Estruturas cognitivas: conhecimentos sobre a língua e o mundo;<br />
B. Estruturas afetivas: atitu<strong>de</strong>s do leitor (auto-imagem, capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> arriscar, medo do fracasso etc.);<br />
C. Microprocessos: compreensão <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes do texto;<br />
D. Processos <strong>de</strong> integração: enlaçamento <strong>de</strong> partes do texto (coesão);<br />
E. Macroprocessos: compreensão global do texto;<br />
F. Processos <strong>de</strong> elaboração: levam o leitor para além do texto;<br />
G.Processos metacognitivos: levam o leitor a i<strong>de</strong>ntificação da perda<br />
<strong>de</strong> compreensão e sua reparação.<br />
69
V. O texto e o leitor<br />
A. Conhecer previamente... sem divagar<br />
Exploração dos conhecimentos prévios do aluno antes da leitura<br />
do texto propriamente dita, visando transformar a pergunta tradicional:<br />
“O que os alunos não sabem e como posso ensinar isso?”<br />
por outra mais a<strong>de</strong>quada: “O que os alunos sabem e como posso<br />
ampliar ou precisar o que eles sabem?”<br />
B. Decodificar: uma renovação perplexa<br />
Ensinar a <strong>de</strong>codificação <strong>de</strong> signos gráficos é necessário, mas é<br />
preciso ir além <strong>de</strong>la para atingir a verda<strong>de</strong>ira compreensão do texto.<br />
C. Enten<strong>de</strong>r: o gran<strong>de</strong> passo à frente<br />
As principais estratégias que se referem à compreensão são: i<strong>de</strong>ntificação<br />
das idéias principais, compreensão global do texto por<br />
meio do resumo e uso da superestrutura textual.<br />
D. Interpretar: um mundo incontrolável<br />
Embora pouco valorizadas na escola, as ativida<strong>de</strong>s interpretativas<br />
<strong>de</strong>vem levar em conta a resposta crítica do leitor, proporcionando-lhe<br />
distinguir entre dados e opiniões do autor, julgar a credibilida<strong>de</strong>,<br />
aplicar a informação <strong>de</strong> forma criativa etc.<br />
E. Controlar: uma introdução sinuosa<br />
Embora seja algo difícil, o autocontrole da compreensão pressupõe<br />
a capacida<strong>de</strong> do leitor para <strong>de</strong>cidir quando leu <strong>de</strong> forma satisfatória<br />
ou quando precisa fazer reparos em sua leitura, para isso<br />
ele tem que ter consciência dos objetivos e das intenções <strong>de</strong> sua<br />
leitura.<br />
VI. O leitor e o contexto<br />
70<br />
A. Querer ler
A condição fundamental para um bom ensino da leitura é a motivação<br />
do leitor para tal tarefa, para isso ele precisa enten<strong>de</strong>r sua<br />
aprendizagem como meio <strong>de</strong> ampliar as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicação,<br />
<strong>de</strong>sfrute e acesso ao conhecimento (favorece muito para<br />
isso a a<strong>de</strong>quada utilização da biblioteca).<br />
B. Ler, discutir e escrever<br />
Para o sucesso na aprendizagem da compreensão leitora <strong>de</strong>ve haver<br />
o relacionamento da leitura com a oralida<strong>de</strong> e a escrita, pois a<br />
discussão em grupo enriquece a compreensão do que foi lido e a<br />
produção <strong>de</strong> textos possibilita analisar e enten<strong>de</strong>r melhor os vários<br />
aspectos textuais.<br />
C. Ver ler<br />
A motivação para a leitura e o sucesso da mesma estão intimamente<br />
relacionados com os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> leitores a que os alunos<br />
são expostos. Tais mo<strong>de</strong>los não se restringem apenas aos professores,<br />
pois dizem respeito, também, aos pais, a outros adultos, e<br />
aos próprios colegas.<br />
VII. A leitura no século XXI<br />
Embora os meios <strong>de</strong> comunicação estejam evoluindo muito rapidamente,<br />
a escola não <strong>de</strong>ve se julgar incapaz <strong>de</strong> acompanhá-los. O seu<br />
objetivo continua o mesmo: ensinar o aluno a ler e escrever para inserirse<br />
cada vez mais e melhor no mundo da cultura. Para isso, as pesquisas<br />
na área da linguagem, que hoje, felizmente, são abundantes, po<strong>de</strong>m contribuir<br />
bastante. Cabe ao professor reconhecer o seu papel e buscar os<br />
recursos necessários para uma prática competente em relação ao processo<br />
<strong>de</strong> comunicação.<br />
71
ANEXO C<br />
EXEMPLO DE RESENHA CRÍTICA<br />
Exemplo <strong>de</strong> resenha elaborada por Marisa Lajolo e publicada no Jornal<br />
da Tar<strong>de</strong>, 18 jan. 1986:<br />
MEMÓRIA: RICAS LEMBRANÇAS DE UM PRECIOSO<br />
MODO DE VIDA<br />
O Diário <strong>de</strong> uma garota (Record, Maria Julieta Drummond <strong>de</strong><br />
Andra<strong>de</strong>) é um texto que comove <strong>de</strong> tão bonito. Nele o leitor encontra o<br />
registro amoroso e miúdo dos pequenos nadas que preencheram os dias<br />
<strong>de</strong> uma adolescente em férias, no verão antigo <strong>de</strong> 41 para 42.<br />
Acabados os exames, Maria Julieta começa seu diário, anotado<br />
em um ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> capa dura que ela ganha já usado até a página 49. É<br />
a partir daí que o espaço é todo da menina, que se propõe a registrar<br />
nele os principais acontecimentos <strong>de</strong>stas férias para mais tar<strong>de</strong> recordar<br />
coisas já esquecidas.<br />
O resultado final dá conta plena do recado e ultrapassa em muito<br />
a proclamada modéstia do texto que, ao ser concebido, tinha como <strong>de</strong>stinatária<br />
única a mãe da autora, a quem o ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong>veria ser entregue<br />
quando acabado.<br />
E quais foram os afazeres <strong>de</strong> Maria Julieta naquele longínquo<br />
verão? Foram muitos, pontilhados <strong>de</strong> muita comilança e <strong>de</strong> muita leitura:<br />
cinema, doce-<strong>de</strong>-leite, novena, o Tico-Tico, doce-<strong>de</strong>-banana, teatrinho,<br />
visita, picolés, missa, rosca, cinema <strong>de</strong> novo, sapatos novos <strong>de</strong><br />
camurça branca, o Cruzeiro, bem-casados, romances franceses, comunhão,<br />
recorte <strong>de</strong> gravuras, Fon-Fon, espiar casamentos, bolinho <strong>de</strong> legumes,<br />
festas <strong>de</strong> aniversário, Missa do Galo, carta para a família, dor<strong>de</strong>-barriga,<br />
<strong>de</strong>senho <strong>de</strong> aquarela, mingau, indigestão... Tudo parecia<br />
pouco para encher os dias <strong>de</strong> uma garota carioca em férias mineiras,<br />
das quais regressa sozinha, <strong>de</strong> avião.<br />
73
Tantas e tão preciosas evocações resgatam do esquecimento um<br />
modo <strong>de</strong> vida que é hoje apenas um dolorido retrato na pare<strong>de</strong>. Retrato,<br />
entretanto, que, graças à arte <strong>de</strong> Julieta, escapa da moldura, ganha<br />
movimentos, cheiros, risos e vida.<br />
O <strong>livro</strong>, no entanto, guarda ainda outras riquezas: por exemplo,<br />
o tom autêntico <strong>de</strong> sua linguagem, que, se, como prometeu sua autora,<br />
evita as pompas, guarda, não obstante, o sotaque antigo do tempo em<br />
que os adolescentes que faziam diários dominavam os pronomes cujo/<br />
a/os/as, conheciam a impessoalida<strong>de</strong> do verbo haver no sentido <strong>de</strong> existir<br />
e empregavam, sem pestanejar, o mais-que-perfeito do indicativo quando<br />
<strong>de</strong> direito...<br />
Outra e não menor riqueza do <strong>livro</strong> é o acerto <strong>de</strong> seu projeto<br />
gráfico, aos cuidados <strong>de</strong> Raquel Braga. Aproveitando para ilustração<br />
recortes que Maria Julieta pregava em seu diário e reproduzindo na<br />
capa do <strong>livro</strong> a capa marmorizada do ca<strong>de</strong>rno, com sua lombada e<br />
cantoneiras imitando couro, o resultado é um trabalho em que forma e<br />
conteúdo se casam tão bem casados que este Diário <strong>de</strong> uma garota<br />
acaba constituindo uma gran<strong>de</strong> festa para seus leitores.<br />
O texto é uma resenha crítica, pois nele a resenhadora apresenta um<br />
breve resumo da obra, mas também faz uma apreciação do seu valor<br />
(exemplo, 1º. período do 1º. parágrafo, 3º. parágrafo). Ao comentar a<br />
linguagem do <strong>livro</strong> (6º. parágrafo), emite um juízo <strong>de</strong> valor sobre ela,<br />
estabelecendo um paralelo entre os adolescentes da década <strong>de</strong> 40 e os <strong>de</strong><br />
hoje do ponto <strong>de</strong> vista da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se expressar por escrito. No<br />
último parágrafo comenta o projeto gráfico da obra e faz uma apreciação<br />
a respeito <strong>de</strong>le.<br />
No resumo da obra, a resenhadora faz uma indicação sucinta do conteúdo<br />
global da obra (“registro amoroso e miúdo dos pequenos nadas que<br />
preencheram os dias <strong>de</strong> uma adolescente em férias, no verão antigo <strong>de</strong><br />
41 para 42”), mostra o gênero utilizado pela autora (diário) e, <strong>de</strong>pois,<br />
relata os pontos essenciais do <strong>livro</strong> (um rol dos pequenos acontecimentos<br />
da vida da adolescente em férias).<br />
74
A parte <strong>de</strong>scritiva é reduzida ao mínimo indispensável. Apenas o título<br />
completo da obra, a editora e o nome da autora são indicados.<br />
Estamos diante <strong>de</strong> uma resenha muito bem-feita, pois se atém apenas<br />
aos elementos pertinentes para a finalida<strong>de</strong> a que se <strong>de</strong>stina: informar o<br />
público leitor sobre a existência e as qualificações do <strong>livro</strong>.<br />
(FIORIN; SAVIOLI, 2000, p. 426-429)<br />
Observação:<br />
Notem que a intenção da autora da resenha é divulgar um novo <strong>livro</strong><br />
através da página <strong>de</strong> um jornal, isso justifica sua brevida<strong>de</strong> e pouco<br />
aprofundamento. No caso <strong>de</strong> uma resenha acadêmica, é necessário ampliar<br />
e <strong>de</strong>talhar mais o resumo da obra e fundamentar melhor a crítica<br />
feita a ela.<br />
75
ANEXO D<br />
EXEMPLO DE ARTIGO<br />
Veja a partir da próxima página um exemplo <strong>de</strong> um artigo completo com<br />
elementos pré-textuais (capa, folha <strong>de</strong> rosto, sumário, autor e filiação,<br />
título, resumo, palavras-chave), textuais (introdução, <strong>de</strong>senvolvimento<br />
e conclusão) e pós-textuais (referências).<br />
77
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS <strong>–</strong> <strong>UEMG</strong><br />
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE DIVINÓPOLIS <strong>–</strong> <strong>FUNEDI</strong><br />
FORMAÇÃO DE PROFESSORES<br />
JOSÉ HELENO FERREIRA<br />
DIVINÓPOLIS (MG)<br />
MARÇO DE 2005
JOSÉ HELENO FERREIRA<br />
FORMAÇÃO DE PROFESSORES<br />
DIVINÓPOLIS(MG)<br />
MARÇO DE 2005<br />
Artigo apresentado para publicação<br />
nos Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Estudos Acadêmicos<br />
do Curso Normal Superior<br />
da <strong>FUNEDI</strong>/<strong>UEMG</strong>.
SUMÁRIO<br />
Resumo.................................................................................................5<br />
Palavras-chave.......................................................................................5<br />
Introdução.............................................................................................5<br />
Competência técnica e compromisso político........................................6<br />
O que o professor <strong>de</strong>ve ensinar?...........................................................8<br />
A universida<strong>de</strong> e a formação docente.......................................................11<br />
Conclusão..............................................................................................13<br />
Referências .........................................................................................14
Introdução<br />
FORMAÇÃO DE PROFESSORES<br />
José Heleno Ferreira<br />
Mestre em Mídia e Conhecimento<br />
Resumo: Uma análise dos paradigmas que têm norteado<br />
a formação docente nos últimos anos no Brasil.<br />
Os <strong>de</strong>safios que se impõem àqueles que optam por<br />
trabalhar uma formação docente que tenha como princípios<br />
a emancipação <strong>de</strong> professores/as e alunos/as.<br />
A necessida<strong>de</strong> da competência técnica, do compromisso<br />
político e do posicionamento ético no trabalho<br />
<strong>de</strong> formação docente.<br />
Palavras-chave: formação, professores, compromisso<br />
político, utopia.<br />
O amanhã da profissão docente <strong>–</strong> um amanhã que<br />
organize o hoje <strong>–</strong> não está certamente numa visão<br />
idílica do papel da escola e dos professores, cuja<br />
ilusão não é mais possível nos dias <strong>de</strong> hoje (lembre-se,<br />
no entanto, que <strong>de</strong>nunciar a ilusão não é<br />
renunciar a ter esperança). Os professores não são<br />
certamente os “salvadores do mundo”, mas também<br />
não são meros agentes <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m que os<br />
ultrapassa. Só através <strong>de</strong> uma reelaboração <strong>de</strong> uma<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> profissional, os professores po<strong>de</strong>rão <strong>de</strong>finir<br />
estratégias <strong>de</strong> ação que não po<strong>de</strong>m mudar tudo,<br />
mas que po<strong>de</strong>m mudar coisa alguma. E esta alguma<br />
coisa não é coisa pouca.<br />
António Nóvoa<br />
5
Partindo do <strong>de</strong>bate em torno do tecnicismo e das críticas a esse<br />
processo que marcou a formação <strong>de</strong> professores/as no Brasil nos anos<br />
1980, procura-se, neste texto, discutir a questão da competência técnica<br />
e do comprometimento político, bem como a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> romper<br />
com a visão maniqueísta que não percebe a interação entre esses dois<br />
vieses da formação profissional e, via <strong>de</strong> regra, advoga em nome <strong>de</strong><br />
uma pretensa neutralida<strong>de</strong> dos métodos e técnicas <strong>de</strong> ensino. Busca-se,<br />
ainda, discutir os <strong>de</strong>safios enfrentados por aqueles/as que atuam na educação<br />
básica e, partindo <strong>de</strong> Nóvoa (1995) e Afonso (2000), apresentar<br />
pistas para o enfrentamento <strong>de</strong>ssa situação.<br />
Tendo afirmado o/a professor/a que se quer formar, apresenta-se,<br />
então, a crítica às instituições <strong>de</strong> ensino superior no Brasil (CATANI,<br />
1986; PEREIRA, 2000), para, finalmente, afirmar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />
formação <strong>de</strong> professores que tenha um caráter humanístico, que promova<br />
a emancipação <strong>de</strong> alunos/as e professores/as, ainda que isso implique<br />
em assumir <strong>de</strong>safios políticos e as dificulda<strong>de</strong>s inerentes aos mesmos.<br />
Competência técnica e compromisso político<br />
A formação <strong>de</strong> professores/as no Brasil, das últimas décadas do<br />
século XX aos dias atuais, é marcada por dois diferentes paradigmas. O<br />
primeiro <strong>de</strong>les, caracterizado pelo tecnicismo; o segundo, é o paradigma<br />
aqui chamado <strong>de</strong> sócio-histórico.<br />
Até o final da década <strong>de</strong> 1970, a formação docente teve como<br />
parâmetro o treinamento do técnico em educação. Marcada por um paradigma<br />
positivista e fortemente influenciada pelo tecnicismo que imperava<br />
na educação brasileira <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o surgimento dos acordos MEC/<br />
USAID no final dos anos 1960, a formação <strong>de</strong> professores privilegiava<br />
um viés técnico, que garantisse aos/às futuros/as docentes a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> cumprir <strong>de</strong>terminadas regras (no que diz respeito aos métodos, às<br />
técnicas <strong>de</strong> ensino, aos procedimentos didáticos e mesmo aos conteúdos<br />
a serem ensinados) e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seguir uma <strong>de</strong>terminada cartilha<br />
que garantiria um ensino eficaz. Assim,<br />
6<br />
[...] o professor era concebido como um organiza-
dor dos componentes do processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem<br />
(objetivos, seleção <strong>de</strong> conteúdo, estratégias<br />
<strong>de</strong> ensino, avaliação, etc.) que <strong>de</strong>veriam ser<br />
rigorosamente planejados para garantir resultados<br />
instrucionais altamente eficazes e eficientes. Conseqüentemente,<br />
a gran<strong>de</strong> preocupação, no que se<br />
refere à formação do professor, era a instrumentalização<br />
técnica. (PEREIRA, 2000, p. 16)<br />
Uma nova perspectiva para a formação docente no país surge a<br />
partir da década <strong>de</strong> 1980. Logicamente, essa mudança não acontece aleatoriamente.<br />
Nesse mesmo período, estão acontecendo as lutas pela <strong>de</strong>mocratização<br />
do país: o ressurgimento do movimento sindical, as lutas<br />
pela anistia, pelo restabelecimento das eleições diretas em todos os níveis<br />
e por um congresso nacional constituinte. A efervescência política<br />
<strong>de</strong>sse período histórico também se faz presente no meio acadêmico e a<br />
formação <strong>de</strong> professores que se praticava nas universida<strong>de</strong>s brasileiras<br />
até então sofre violenta crítica dos/as educadores/as marxistas, principalmente<br />
<strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> a formação técnica se apresentar <strong>de</strong>svinculada<br />
dos aspectos políticos e sociais, ou seja, do contexto em que se<br />
formam e trabalham os/as professores/as. (PEREIRA, 2000)<br />
Entre os/as vários/as pesquisadores/as que se <strong>de</strong>dicam à formação<br />
docente no Brasil, como Vera Candau, Guiomar Namo <strong>de</strong> Melo,<br />
Dermeval Saviani, instaura-se o <strong>de</strong>bate acerca da competência técnica e<br />
do compromisso político. Se a formação tecnicista privilegiava a competência<br />
técnica, o paradigma sócio-histórico privilegiava a competência<br />
política.<br />
Na verda<strong>de</strong>, esse é um <strong>de</strong>bate ainda inconcluso. É comum ouvir<br />
críticas a professores/as recém formados e sem o mínimo preparo técnico<br />
para o exercício <strong>de</strong> sua função. Nos últimos anos da década <strong>de</strong> 1990,<br />
após várias reformas educacionais ocorridas nos estados <strong>–</strong> uma vez que<br />
a Lei <strong>de</strong> Diretrizes e Bases 9394/96 retirou a responsabilida<strong>de</strong> da União<br />
quanto à organização dos sistemas educacionais e a educação básica<br />
tornou-se responsabilida<strong>de</strong> dos municípios e dos estados <strong>–</strong>, afirmativas<br />
ligadas ao senso comum e que, por isso mesmo, não refletiam uma análise<br />
rigorosa da situação, referiam-se ao fracasso escolar <strong>de</strong>monstrado<br />
7
pelos processos <strong>de</strong> avaliação externa, dos quais o Sistema <strong>de</strong> Avaliação<br />
da Educação Básica (SAEB) é um exemplo, como consequência do fato<br />
<strong>de</strong> os/as professores/as não serem preparados/as para alfabetizar as crianças<br />
ou por não terem mais um método <strong>de</strong> ensino.<br />
Ao mesmo tempo, são muitas as críticas, muitas vezes, <strong>de</strong> cunho<br />
conservador, à politização da formação docente e ao fato <strong>de</strong> se formar<br />
um/a profissional competente para fazer uma análise conjuntural da realida<strong>de</strong>,<br />
mas incompetente para ensinar às crianças aquilo que <strong>de</strong>ve ser<br />
aprendido na escola.<br />
Buscando um equilíbrio entre essas duas vertentes, Santos (1995)<br />
afirma a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma formação técnica que envolva o conhecimento<br />
pedagógico e o compromisso político necessário à prática emancipatória<br />
que se espera da educação escolar. Outro autor que busca uma<br />
resposta para esse <strong>de</strong>bate é Saviani (1983) que, ainda no início da década<br />
<strong>de</strong> 1980, publica um artigo intencionalmente intitulado Competência<br />
política e compromisso técnico; o pomo da discórdia e o fruto proibido,<br />
assinalando o rompimento com uma visão maniqueísta que separa a<br />
competência técnica do compromisso político e a necessida<strong>de</strong> da técnica<br />
para que se possa assumir o compromisso político, ressaltando, porém,<br />
a importância <strong>de</strong> negar a neutralida<strong>de</strong> <strong>–</strong> um dos pilares do tecnicismo<br />
<strong>–</strong> dos métodos e técnicas <strong>de</strong> ensino.<br />
O que o professor <strong>de</strong>ve ensinar?<br />
O <strong>de</strong>bate quanto à formação docente faz-se presente ainda nos<br />
cursos <strong>de</strong> licenciatura e uma <strong>de</strong> suas facetas é justamente a questão do<br />
conteúdo a ser aprendido pelos/as futuros/as professores/as e a ser ensinado<br />
às crianças. Via <strong>de</strong> regra, o enfoque conteudista está ligado a posições<br />
conservadoras que afirmam ser necessário que o/a professor/a seja<br />
competente no seu campo <strong>de</strong> saber.<br />
Obviamente, não se trata <strong>de</strong> negar a necessária competência quanto<br />
àquilo que se ensina, seria inadmissível que o/a professor/a não conhecesse<br />
o que se propõe a trabalhar com as crianças e adolescentes. No<br />
entanto, é preciso reconhecer que um curso <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores/<br />
as da educação básica não po<strong>de</strong> se ater aos conteúdos que esses/as pro-<br />
8
fissionais <strong>de</strong>verão transmitir às crianças e adolescentes com os quais<br />
trabalharão. Mais do que isso: é preciso reconhecer que a tarefa prioritária<br />
do/a professor/a da educação básica não é a transmissão <strong>de</strong> informações,<br />
mas, sim, a coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> um processo que propicie a construção<br />
do conhecimento. Nesse sentido, Nóvoa (1995) ressalta a importância<br />
<strong>de</strong> que a formação docente capacite o/a futuro/a professor/a quanto a<br />
um saber <strong>de</strong> referência, que não po<strong>de</strong> ser pensado à margem da produção<br />
científica das várias disciplinas. Trata-se, portanto, <strong>de</strong> formar um/a<br />
profissional capaz <strong>de</strong> acompanhar o <strong>de</strong>senvolvimento das pesquisas da<br />
área <strong>de</strong> conhecimento à qual se <strong>de</strong>dica. Criticando o viés conteudista e<br />
técnico dos cursos <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores/as, esse autor busca o<br />
amparo <strong>de</strong> outros pesquisadores:<br />
É preciso uma educação que realce a história, o<br />
modo científico <strong>de</strong> pensamento, o uso disciplinado<br />
da linguagem, um conhecimento profundo das<br />
artes e da religião e a continuida<strong>de</strong> da empresa<br />
humana. [...] Recomendo, pois, que se ensinem todas<br />
as disciplinas como história. (POSTMAM apud<br />
NÓVOA, 1995, p. 35-36)<br />
O que me parece faltar no ensino, tanto no primário<br />
como no secundário, não é o conteúdo (que até<br />
transborda!), mas a estrutura. Não é útil apren<strong>de</strong>r o<br />
máximo <strong>de</strong> coisas possível, se não sabemos como<br />
é que elas se articulam, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a matemática a Victor<br />
Hugo. (LABORIT apud NÓVOA, 1995, p. 36)<br />
Nóvoa (1995) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>, portanto, a formação do/a professor/a pesquisador/a,<br />
embora não se furte a reconhecer as dificulda<strong>de</strong>s encontradas<br />
pelos/as docentes no seu trabalho cotidiano: o controle político a<br />
que estão submetidos os/as professores/as que atuam na educação básica;<br />
a ausência <strong>de</strong> condições para que esses/as mesmos/as professores/as<br />
possam explicitar seus saberes; o fato <strong>de</strong>, na gran<strong>de</strong> maioria das vezes,<br />
os saberes práticos construídos por aqueles/as que atuam na educação<br />
9
ásica não se fazerem presentes nos cursos superiores <strong>de</strong> formação nem<br />
serem objeto <strong>de</strong> estudo da aca<strong>de</strong>mia; a inexistência <strong>de</strong> espaços para uma<br />
reflexão partilhada, o que con<strong>de</strong>na o/a professor/a a um trabalho absolutamente<br />
solitário.<br />
Essas e outras barreiras encontradas pelos/as professores/as no<br />
seu cotidiano são responsáveis pelo processo que Arroyo (2001) classifica<br />
como <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação do/a trabalhador/a em educação. De acordo<br />
com esse autor, a ênfase na formação docente não po<strong>de</strong> estar <strong>de</strong>svinculada<br />
da luta por melhores condições <strong>de</strong> trabalho, uma vez que <strong>de</strong> nada<br />
adiantará uma boa formação inicial e continuada se a realida<strong>de</strong> (baixos<br />
salários, salas superlotadas, inexistência <strong>de</strong> recursos infraestruturais,<br />
jornadas <strong>de</strong> trabalho exaustivas, gestões autoritárias...) se encarrega <strong>de</strong><br />
fazer com que o/a professor/a perca o estímulo e <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> investir no seu<br />
próprio trabalho.<br />
Relacionar essas dificulda<strong>de</strong>s, reconhecê-las, não significa, no<br />
entanto, sucumbir diante <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>. Nesse sentido, recorre-se novamente<br />
a Nóvoa (1995) e Afonso (2002) que, através das pesquisas<br />
que vêm realizando acerca da profissão docente no Brasil e em Portugal,<br />
apontam algumas pistas que contribuam para o enfrentamento <strong>de</strong>sses<br />
problemas. A partir da leitura <strong>de</strong>sses autores, é possível comentar<br />
alguns caminhos a serem trilhados:<br />
<strong>–</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os/as professores/as adquirirem maior po<strong>de</strong>r<br />
político, buscando novas formas <strong>de</strong> associação profissional que discutam<br />
a docência e garantam um caráter profissional ao magistério;<br />
<strong>–</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os/as professores/as que atuam na educação<br />
básica conquistarem maior visibilida<strong>de</strong> social, participando <strong>de</strong> congressos,<br />
cursos e outros eventos em que possam afirmar seus saberes, marcando<br />
presença nos espaços em que se <strong>de</strong>bate a educação no Brasil, para<br />
que este não seja um território exclusivo dos docentes <strong>de</strong> nível superior;<br />
<strong>–</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se buscar uma relação equilibrada entre a aca<strong>de</strong>mia<br />
e a educação básica, promovendo a interação entre as comunida<strong>de</strong>s<br />
científicas que po<strong>de</strong>m contribuir com a reflexão acerca do fazer<br />
pedagógico nas escolas e, ao mesmo tempo, precisam reconhecer como<br />
legítimos os saberes construídos pela prática docente;<br />
10
<strong>–</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma formação continuada e <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong><br />
autoformação, que se faça, principalmente, a partir das escolas, possibilitando,<br />
ao/à professor/a assumir sua própria formação.<br />
A universida<strong>de</strong> e a formação docente<br />
Pensar o amanhã da profissão docente, utilizando aqui o termo<br />
cunhado pelo autor da epígrafe <strong>de</strong>ste texto, exige que se pense o atual<br />
processo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores/as nas universida<strong>de</strong>s e instituições<br />
<strong>de</strong> ensino superior no país. Para isso, vale tomar como referência o <strong>livro</strong><br />
Universida<strong>de</strong>, escola e formação <strong>de</strong> professores, <strong>de</strong> Catani (1986), bem<br />
como o trabalho <strong>de</strong> Pereira (2000), Formação <strong>de</strong> professores <strong>–</strong> pesquisas,<br />
representações e formação docente.<br />
Os dois autores fazem pesadas críticas à universida<strong>de</strong> brasileira,<br />
chegando a afirmar que, no interior das mesmas existiria uma hierarquia<br />
(PEREIRA, 2000), segundo a qual, tem menor valor aqueles/as<br />
que se <strong>de</strong>dicam aos cursos <strong>de</strong> licenciaturas e que formar professores/as<br />
é uma espécie <strong>de</strong> tarifa que a universida<strong>de</strong> brasileira paga (e da qual<br />
gostaria <strong>de</strong> se livrar) para po<strong>de</strong>r fazer pesquisa em paz. Catani (1986)<br />
afirma também que a universida<strong>de</strong> <strong>–</strong> e os/as professores/as universitários/as,<br />
por extensão <strong>–</strong> abandonaram a luta em <strong>de</strong>fesa da escola pública e<br />
que o distanciamento entre ensino superior e educação básica torna-se<br />
um fosso cada vez maior. Está presente também, nos <strong>livro</strong>s <strong>de</strong>sses dois<br />
autores, a <strong>de</strong>núncia quanto ao fato <strong>de</strong> os saberes construídos pelos/as<br />
docentes nas escolas <strong>de</strong> ensino fundamental e médio serem completamente<br />
<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rados pelas instituições <strong>de</strong> ensino superior.<br />
A partir dos estudos <strong>de</strong> Catani (1986) e Pereira (2000), po<strong>de</strong>-se<br />
perceber que o/a professor/a, no exercício <strong>de</strong> sua função, constrói um<br />
conhecimento sobre o ensino, reelabora saberes e conhecimentos culturais<br />
a que tem acesso e cria novos saberes e que todo esse processo é, na maioria<br />
das vezes, <strong>de</strong>sconhecido pelas instituições que formam docentes:<br />
[...] parece ser o papel do professor bem mais complexo<br />
do que a simples tarefa <strong>de</strong> transmitir o conhecimento<br />
já produzido. O professor, durante a<br />
sua formação inicial ou continuada, precisa com-<br />
11
preen<strong>de</strong>r o próprio processo <strong>de</strong> construção e produção<br />
do conhecimento escolar, enten<strong>de</strong>r as diferenças<br />
e semelhanças dos processos <strong>de</strong> produção<br />
do saber científico e do saber escolar, conhecer as<br />
características da cultura escolar, saber a história<br />
da ciência e a história do ensino da ciência com<br />
que trabalha e em que pontos elas se relacionam.<br />
Esses elementos constituem apenas uma das características<br />
do trabalho docente e, sem <strong>de</strong>sconhecer as<br />
outras dimensões, já revelam e <strong>de</strong>monstram a sua<br />
complexida<strong>de</strong>. (PEREIRA, 2000, p. 47)<br />
Assumir a tarefa <strong>de</strong> formar professores/as, na universida<strong>de</strong> brasileira, é<br />
remar contra a maré <strong>–</strong> utilizando aqui as palavras <strong>de</strong> Pereira (2000). Se<br />
a opção pela formação docente baseia-se nos princípios apontados por<br />
Nóvoa (1995) e Afonso (2002), é, mais uma vez, remar contra a maré do<br />
neoliberalismo e <strong>de</strong> uma pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> em que o individualismo assume<br />
o lugar da solidarieda<strong>de</strong> e em que a crítica é substituída pelo espetáculo.<br />
Afinal, para fazer jus ao que propõem esses autores, os cursos <strong>de</strong><br />
licenciatura precisam contemplar uma formação acadêmica que propicie<br />
aos/às futuros/as docentes competência para trabalhar com os conteúdos<br />
da educação básica, além <strong>de</strong> fomentar uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> constante<br />
pesquisa. Faz-se necessário também oferecer uma visão histórica <strong>de</strong> todos<br />
os saberes, bem como a discussão acerca da inter-relação entre os<br />
mesmos.<br />
Mas isso ainda não basta... Os cursos <strong>de</strong> licenciatura precisam<br />
também formar homens e mulheres preparados/as para o trabalho coletivo<br />
<strong>–</strong> uma vez que não é possível ser um/a bom/boa professor/a isoladamente.<br />
Homens e mulheres aptos/as a discutirem a profissão que estarão<br />
assumindo e a compreen<strong>de</strong>rem <strong>–</strong> além <strong>de</strong> se posicionarem criticamente<br />
<strong>–</strong> o contexto sócio-político-econômico que afeta o fazer docente<br />
e também as crianças e adolescentes com os quais trabalha. Faz-se necessário,<br />
então, nos cursos <strong>de</strong> formação docente, educar para a autonomia,<br />
para a emancipação <strong>–</strong> o que, <strong>de</strong>finitivamente, significa enfrentar<br />
fortes obstáculos impostos pela cultura da superficialida<strong>de</strong>, do espetáculo<br />
e da busca do sucesso individual que impera na contemporaneida<strong>de</strong>.<br />
12
Conclusão<br />
Desnecessário dizer que po<strong>de</strong>-se também formar professores/as a<br />
partir <strong>de</strong> uma outra ótica, a partir <strong>de</strong> outros pontos <strong>de</strong> vista que não os<br />
apresentados por esse texto. É possível, por exemplo, formar professores/as<br />
a partir <strong>de</strong> uma ótica mercantil, seja orientando a formação profissional<br />
a partir da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> mercado, seja, simplesmente, explorando<br />
o importante nicho <strong>de</strong> mercado que os cursos <strong>de</strong> licenciatura representam<br />
para as instituições <strong>de</strong> ensino privado, sem quaisquer preocupações<br />
com a escola pública, com as políticas educacionais ou com as<br />
discussões pedagógicas que se colocam na atualida<strong>de</strong>. Porém, não se<br />
toma esse caminho impunemente. Grosso modo, po<strong>de</strong>-se afirmar que<br />
essa opção representa um pacto com a manutenção das mazelas sociais<br />
do mundo atual.<br />
É isso que mostra Michael Apple, em seu artigo Consumindo o<br />
outro: branquida<strong>de</strong>, educação e batatas fritas baratas (2002). O autor<br />
relata a situação <strong>de</strong> um país asiático, cujo nome omite para impedir que<br />
os/as educadores daquela região não sofram uma perseguição política,<br />
em que a população camponesa foi expulsa <strong>de</strong> suas terras para que uma<br />
gran<strong>de</strong> empresa transnacional pu<strong>de</strong>sse plantar batatas a um preço baixo,<br />
às custas da isenção <strong>de</strong> impostos e do baixo custo da mão <strong>de</strong> obra. Em<br />
nome do lucro <strong>de</strong>ssa empresa, as crianças camponesas foram para as<br />
favelas urbanas. Também em nome do lucro <strong>de</strong>ssa empresa, o governo,<br />
que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> arrecadar impostos, <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> oferecer escola e saú<strong>de</strong> à<br />
população que migrou do campo para a cida<strong>de</strong>.<br />
Analisar, compreen<strong>de</strong>r e <strong>de</strong>nunciar situações como estas é tarefa<br />
da educação, como bem afirma o autor:<br />
A negação dos direitos humanos fundamentais, a<br />
<strong>de</strong>struição do ambiente, as condições abjetas sob<br />
as quais as pessoas (apenas) sobrevivem, a falta <strong>de</strong><br />
um futuro significativo para as milhares <strong>de</strong> crianças<br />
que mencionei em minha história <strong>–</strong> tudo isto<br />
não é apenas ou mesmo primariamente um “texto”<br />
para ser <strong>de</strong>cifrado nos nossos <strong>livro</strong>s acadêmicos à<br />
medida que seguimos nossos temas pós-mo<strong>de</strong>rnos.<br />
É uma realida<strong>de</strong> que milhões <strong>de</strong> pessoas experi-<br />
13
mentam nos seus próprios corpos diariamente. O<br />
trabalho educacional que não seja fortemente relacionado<br />
com a profunda compreensão <strong>de</strong>stas realida<strong>de</strong>s<br />
(e esta compreensão não po<strong>de</strong> abandonar a<br />
séria análise da economia política e das relações<br />
<strong>de</strong> classe sem per<strong>de</strong>r muito <strong>de</strong> sua força) está em<br />
perigo <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r a sua alma. As vidas <strong>de</strong> nossas<br />
crianças exigem mais do que isto. (APPLE, 2002,<br />
p. 31-32)<br />
Parafraseando Apple, conclui-se afirmando que o compromisso<br />
com a educação básica <strong>–</strong> e com a formação <strong>de</strong> professores/as <strong>–</strong> exige,<br />
pois, uma dose qualquer <strong>de</strong> utopia, sem a qual, per<strong>de</strong>r-se-á, inevitavelmente,<br />
a alma.<br />
Referências<br />
AFONSO, Almerindo Janela. Avaliação educacional: regulação e<br />
emancipação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2000.<br />
ANDRÉ, Marli. Pesquisa, formação e prática docente. In: ANDRÉ,<br />
Marli (Org.). O papel da pesquisa na formação e na prática dos<br />
professores. Campinas: Ed. Papirus, 2001. p. 55-70.<br />
APPLE, Michael W. Consumindo o outro: branquida<strong>de</strong>, educação e<br />
batatas fritas baratas. In: COSTA, Marisa Vorraber (Org.). Escola<br />
básica na virada do século: cultura, política e currículo. 3. ed. São<br />
Paulo: Cortez, 2002. p. 25-43.<br />
ARROYO, Miguel G. Ofício <strong>de</strong> mestre: imagens e auto-imagens. 4.<br />
ed. Petrópolis: Ed. Vozes, 2000.<br />
CATANI, Denise Bárbara et al. (Org.). Universida<strong>de</strong>, escola e formação<br />
<strong>de</strong> professores. São Paulo: Brasiliense, 1996.<br />
COSTA, Marisa Vorraber (Org.). Escola básica na virada do século:<br />
14
cultura, política e currículo. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2002.<br />
NÓVOA, António (Org.). Os professores e sua formação. 2. ed.<br />
Lisboa: Dom Quixote, 1995.<br />
PEREIRA, Júlio Emílio Diniz. Formação <strong>de</strong> professores: pesquisas,<br />
representações e po<strong>de</strong>r. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.<br />
SANTOS, Lucíola L. C. P. Dilemas e perspectivas na relação entre ensino<br />
e pesquisa. In: ANDRÉ, Marli (Org.). O papel da pesquisa na formação e<br />
na prática dos professores. Campinas: Ed. Papirus, 2001. p. 11-26.<br />
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 31. ed. rev. Campinas:<br />
Autores Associados, 1997.<br />
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Esta cartilha foi composta na tipologia Times New<br />
Roman, corpos 9,5/ 10,5/11,5. O miolo foi impresso<br />
em papel apergaminhado 75 g e a capa, em papel<br />
supremo 250 g. Abaeté, Minas Gerais <strong>–</strong> 2009.<br />
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