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"Veritas" - nº2 - Novembro 2011 - Paróquia de Carcavelos

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IGREJA NO MUNDO<br />

Car<strong>de</strong>al-Patriarca diz que<br />

actual crise po<strong>de</strong> «pôr<br />

em questão» nível <strong>de</strong> vida<br />

O Car<strong>de</strong>al-Patriarca <strong>de</strong> Lisboa e Presi<strong>de</strong>nte<br />

da Conferência Episcopal Portuguesa<br />

(CEP) afirmou há dias em Fátima<br />

que a actual crise económica no país<br />

“po<strong>de</strong> pôr em questão níveis <strong>de</strong> vida conseguidos”<br />

e agravar “a exigência da austerida<strong>de</strong>”.<br />

Na abertura dos trabalhos da 178ª Assembleia<br />

Plenária do Episcopado católico,<br />

D. José Policarpo admitiu que “este<br />

agravamento po<strong>de</strong>, porventura, ser o resultado<br />

das medidas adoptadas para<br />

vencer a presente crise”.<br />

Este responsável apelou ainda à “equida<strong>de</strong>,<br />

nos sacrifícios que se pe<strong>de</strong>m, nos<br />

contributos que se esperam <strong>de</strong> cada pessoa<br />

ou <strong>de</strong> cada grupo social”.<br />

“Po<strong>de</strong> acontecer que se peçam sacrifícios<br />

que acabem por prejudicar o bem<br />

colectivo”, advertiu.<br />

O Patriarca <strong>de</strong> Lisboa disse que a socieda<strong>de</strong><br />

portuguesa está a “atravessar um<br />

período difícil” que traz exigências “para<br />

todos” e po<strong>de</strong> agravar “a situação dos<br />

mais <strong>de</strong>sfavorecidos”.<br />

“A todos os portugueses, <strong>de</strong> modo particular<br />

aos nossos irmãos para quem este<br />

período vai ser mais duro e exigente, dirigimos<br />

uma palavra <strong>de</strong> muito amor. Os<br />

mais pobres e os que sofrem serão sempre<br />

os nossos aliados privilegiados”, referiu,<br />

em nome dos bispos.<br />

“A Igreja fará por vós e convosco, tudo o<br />

que pu<strong>de</strong>r. Queremos ser, para todos,<br />

porta <strong>de</strong> acolhimento e lugar da partilha”,<br />

acrescentou D. José Policarpo.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da CEP disse que não compete<br />

ao episcopado católico “apresentar<br />

soluções ou criticar as soluções apresentadas<br />

por quem tem a missão <strong>de</strong>mocrática<br />

<strong>de</strong> o fazer”, mas “proclamar<br />

valores fundamentais”.<br />

Entre estes, o Car<strong>de</strong>al-Patriarca apelou<br />

em particular à “verda<strong>de</strong>”, “no concreto<br />

das situações”.<br />

“Que ninguém atraiçoe a verda<strong>de</strong>, que<br />

ninguém se sirva do sofrimento colectivo<br />

para impor as suas verda<strong>de</strong>s”, alertou.<br />

Mais à frente, D. José Policarpo pediu<br />

“solidarieda<strong>de</strong>”, consi<strong>de</strong>rando que “esta<br />

exige que cada um dê priorida<strong>de</strong> aos outros,<br />

aceite que faz parte da solução colectiva”.<br />

26<br />

Veritas<br />

“A solidarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>nuncia todas as atitu<strong>de</strong>s<br />

individualistas, quer <strong>de</strong> indivíduos,<br />

quer <strong>de</strong> grupos ou classes. A socieda<strong>de</strong><br />

é um todo, <strong>de</strong>ve ser comunida<strong>de</strong> e buscar<br />

o bem comum, não apenas o bem individual<br />

e particular”, precisou.<br />

Neste contexto, o presi<strong>de</strong>nte da CEP observou<br />

que “ninguém, pessoas, grupos e<br />

instituições, está isento <strong>de</strong> procurar perceber<br />

qual é o seu contributo para a solução<br />

das dificulda<strong>de</strong>s”, criticando os que<br />

“teimam em pedir tudo ao Estado”.<br />

O Car<strong>de</strong>al-Patriarca dirigiu-se explicitamente<br />

a “políticos, governantes, empresários,<br />

dirigentes das associações <strong>de</strong><br />

trabalhadores”, referindo que “só os que<br />

servem merecem as honras da glória e<br />

do triunfo”.<br />

D. José Policarpo aludiu ainda às questões<br />

que vão ocupar os bispos durante<br />

os próximos dias, como “encontrar caminhos<br />

<strong>de</strong> pastoral para a renovação da<br />

Igreja em Portugal” e a re<strong>de</strong>finição das<br />

Comissões Episcopais.<br />

Individualismo ameaça<br />

catolicismo português,<br />

diz Bispo do Porto<br />

O “individualismo”, “imediatismo” e “tolerantismo”<br />

constituem “gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios” ao catolicismo<br />

em Portugal, afirmou o Bispo do<br />

Porto numa conferência realizada na Fundação<br />

Inês <strong>de</strong> Castro, em Coimbra.<br />

As “instituições sobrevivem com dificulda<strong>de</strong>s,<br />

dada a gran<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> dos itinerários<br />

individuais, tanto físicos como<br />

mentais” e “o cristianismo não é totalmente<br />

alheio a este movimento”, apontou D. Manuel<br />

Clemente no discurso publicado no site<br />

da diocese portuense.<br />

O historiador referiu que “a realização comunitária<br />

da religião mantém-se mal num<br />

mundo tão disperso e os ritmos comunitários<br />

<strong>de</strong> iniciação e prática ce<strong>de</strong>ram face a<br />

outros ritmos <strong>de</strong> socialização e encontro,<br />

mais particulares e variáveis”.<br />

No âmbito da cultura, “a revisão constante<br />

<strong>de</strong> certezas adquiridas, a <strong>de</strong>sconfiança pósmo<strong>de</strong>rna<br />

em relação às pré e metanarrativas”<br />

e a “comercialização geral e publicitária<br />

dos gostos e comportamentos” contribuem<br />

para que o catolicismo sofra “uma erosão<br />

permanente”.<br />

“Estes e outros factores dificultam pon<strong>de</strong>rações<br />

comunitárias ou mesmo individuais,<br />

retraem para a sensibilida<strong>de</strong> ocasional, ‘cultivam’<br />

pouco ou nada as opções, reagem<br />

instintivamente às normas recebidas, <strong>de</strong>sconfiam<br />

geralmente das instituições que as<br />

transportam”, indicou.<br />

Na intervenção intitulada “O catolicismo português<br />

<strong>de</strong> ontem para amanhã”, o Prémio<br />

Pessoa 2009 assinalou que “as afirmações<br />

<strong>de</strong>finidas dalgum crente são facilmente tomadas<br />

como fanatismo ou <strong>de</strong>spropósito” e<br />

“a proposta que faça a terceiros dum caminho<br />

religioso” é qualificada <strong>de</strong> “intromissão<br />

abusiva”.<br />

“Não sendo esse o seu sentido original e <strong>de</strong><br />

algum modo esquecendo o papel histórico<br />

que realmente <strong>de</strong>sempenhou, a “tolerância”<br />

po<strong>de</strong> significar hoje, pura e simplesmente,<br />

“abandono <strong>de</strong> campo”, <strong>de</strong>caindo em tolerantismo”,<br />

acrescentou.<br />

O prelado consi<strong>de</strong>ra que seria “complexo”<br />

para o catolicismo e outras confissões religiosas<br />

a repercussão daquele “estado <strong>de</strong><br />

espírito em políticas públicas que extravasassem<br />

o (legítimo) aconfessionalismo estatal<br />

no (incorrecto) aconfessionalismo da<br />

socieda<strong>de</strong>”, que se mantém “religiosa em<br />

gran<strong>de</strong> parte”.<br />

“Como instituição quase global e mais antiga<br />

na socieda<strong>de</strong> portuguesa”, o catolicismo<br />

“tenta re<strong>de</strong>finir-se e relançar-se, com<br />

algumas linhas maiores <strong>de</strong> pensamento e<br />

acção”, como “dar visibilida<strong>de</strong> ao testemunho<br />

cristão, fazer da carida<strong>de</strong> a priorida<strong>de</strong><br />

dos programas pastorais” e conce<strong>de</strong>r “precedência<br />

à intimida<strong>de</strong> com Deus”.<br />

<strong>Novembro</strong> - <strong>2011</strong> - Nº 02

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