A Greve - Sindicato dos Professores da Grande Lisboa
A Greve - Sindicato dos Professores da Grande Lisboa
A Greve - Sindicato dos Professores da Grande Lisboa
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
BD – Contactos<br />
Pág. 4<br />
Dossier<br />
A <strong>Greve</strong><br />
Pág. 17<br />
Placard Sindical<br />
Sau<strong>da</strong>ção aos<br />
<strong>Professores</strong><br />
Manifestações<br />
de 17 e 28 de Junho<br />
Pág.s 18-19<br />
Opinião<br />
Pág.s 20-22<br />
Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia<br />
Os 1300 horários <strong>dos</strong><br />
dirigentes sindicais<br />
Pág.s 23-24<br />
Sectores<br />
Básico; Particular e<br />
Cooperativo; Especial;<br />
Superior/Investigação<br />
Pág.s 25-29<br />
Nas Escolas<br />
Pág. 30<br />
Serviços a Sócios<br />
Pág.s 31-34<br />
Consultório Jurídico<br />
Pág. 35<br />
ficha técnica:<br />
Director: António Avelãs . Chefe de Re<strong>da</strong>cção: José<br />
António F. Pinto . Conselho de Re<strong>da</strong>cção: Teresa<br />
Chaveca, Margari<strong>da</strong> Mascarenhas, António Quitério,<br />
Luis Viana, Bráulio Martins, José António Pinto, Manuel<br />
Grilo . Re<strong>da</strong>cção: Lígia Calapez . Colaboração: Sofia<br />
Vilarigues Paginação e Grafismo: D.Petinha . Capa: Dora<br />
Petinha . Composição: I<strong>da</strong>lina Martins, Lina Roque .<br />
Revisão: Luisa Pereira . Fotos: Jorge Caria . Impressão:<br />
SOGAPAL, SA. - Av. <strong>dos</strong> Cavaleiros, 35, 2795-626 Carnaxide<br />
. Editado por: <strong>Sindicato</strong> <strong>dos</strong> <strong>Professores</strong> <strong>da</strong> <strong>Grande</strong><br />
<strong>Lisboa</strong>, Rua Fialho de Almei<strong>da</strong>, 3, 1070-128 <strong>Lisboa</strong> .<br />
Periodici<strong>da</strong>de: Mensal Tiragem: 29 000 Depósito<br />
legal: 915758 . ICS: 109893.<br />
UM EXERCÍCIO DE CIDADANIA<br />
Numa qualquer socie<strong>da</strong>de há diferentes instituições que desempenham<br />
diferentes papéis.<br />
Numa socie<strong>da</strong>de democrática os sindicatos desempenham um<br />
claríssimo papel: defender os direitos <strong>dos</strong> trabalhadores, tentar<br />
construir socie<strong>da</strong>des mais justas, mais humanas e mais solidárias.<br />
Um sindicato que não defen<strong>da</strong>, ou pelo menos não tente defender,<br />
os direitos <strong>dos</strong> trabalhadores, nega-se de forma essencial. Se a<br />
FENPROF e, portanto, o SPGL, não tivesse assumido de forma<br />
clara e combativa a defesa <strong>dos</strong> professores e educadores face a<br />
um vasto conjunto de “imposições governamentais” que ameaçam<br />
destruir boa parte <strong>dos</strong> direitos a pulso conquista<strong>dos</strong> nos últimos<br />
anos, ter-se-ia negado como sindicato, destruir-se-ia e, sobretudo,<br />
teria prejudicado seriamente a socie<strong>da</strong>de por não assumir energicamente<br />
o seu papel. A greve <strong>dos</strong> professores entre 20 e 23 de Junho,<br />
coincidente com período de exames nas escolas 2, 3 e secundárias,<br />
foi um exercício de ver<strong>da</strong>deira ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia. Defendeu não só os<br />
interesses <strong>dos</strong> docentes mas obrigou também o poder político<br />
a desmascarar-se: o exercício do direito à greve e o respeito<br />
pela legali<strong>da</strong>de democrática cederam perante aquilo que, neste<br />
momento concreto, o poder político considerou abusivamente o<br />
interesse público, geral, nacional. Uma fi losofi a “vista e revista”,<br />
devi<strong>da</strong>mente a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> aos tempos actuais.<br />
Não há socie<strong>da</strong>de democrática sem sindicatos fortes. Na Europa,<br />
pelo menos na “velha Europa”, os sindicatos mais fortes e<br />
interventivos existem nos países mais desenvolvi<strong>dos</strong>, mais ricos,<br />
com maior preocupação com os direitos sociais e laborais. Os<br />
ataques desencadea<strong>dos</strong> pelo governo de Sócrates e pelo coro<br />
<strong>da</strong> comunicação social contra os sindicatos <strong>dos</strong> docentes, e por<br />
extensão contra o movimento sindical em geral, são a confi rmação<br />
do atraso do país, <strong>da</strong> sua pobreza económica, <strong>da</strong> sua menori<strong>da</strong>de<br />
cívica. Claro que o ataque é feito com a devi<strong>da</strong> “arte”- afi rmam a<br />
defesa do sindicalismo em abstracto mas vomitam vitupérios sobre<br />
estes sindicatos em concreto; consideram muito dignos os sindicalistas<br />
em abstracto, mas estes dirigentes sindicais, em concreto,<br />
são o diabo. E Socrátes deixará escapar, em plena Assembleia<br />
<strong>da</strong> República, a suprema acusação de que estes sindicalistas em<br />
concreto são pagos pelo erário público, como se ele próprio<br />
o não fosse, como se o não fossem to<strong>dos</strong> os que asseguram o<br />
funcionamento <strong>da</strong>s instituições sociais e políticas inerentes a uma<br />
socie<strong>da</strong>de democrática. É dever do movimento sindical resistir e<br />
contribuir para que o país se desenvolva. A política de ataque<br />
aos sindicatos contribuirá para o atraso no desenvolvimento<br />
sócio-económico e, sobretudo, para a construção de um país<br />
mais desequilibrado, mais injusto, mais violador <strong>dos</strong> direitos <strong>dos</strong><br />
ci<strong>da</strong>dãos. O país de Sócrates.?<br />
O SPGL assume de corpo inteiro o seu papel social. Mobilizará<br />
to<strong>da</strong>s as suas energias em defesa <strong>dos</strong> direitos consigna<strong>dos</strong> nos<br />
Estatutos de Carreira <strong>dos</strong> docentes de to<strong>dos</strong> os graus, desencadeará<br />
campanhas que dignifi quem o papel e a imagem social <strong>dos</strong><br />
professores de to<strong>dos</strong> os graus de ensino, lutará pela construção<br />
de uma escola pública de eleva<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de a que to<strong>dos</strong> tenham<br />
acesso e onde to<strong>dos</strong> tenham direito ao sucesso. O que é o contrário<br />
do projecto privatizador que parece estar subjacente aos<br />
planos do governo de Sócrates. Eles sabem que para atingir os<br />
seus objectivos têm de destruir os sindicatos. O governo conta com<br />
a comunicação social. O SPGL conta com os professores, com os<br />
pais e com to<strong>dos</strong> os que não se rendem. Venceremos.<br />
António Avelãs<br />
Director do Escola Informação<br />
JUN./JUL. 2005 . ESCOLA INFORMAÇÃO 3