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A Greve - Sindicato dos Professores da Grande Lisboa

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6<br />

a <strong>Greve</strong><br />

ESCOLA INFORMAÇÂO<br />

nº 199 . jun./jul. 2005<br />

Impor sacrifícios<br />

com arrogância e mentiras<br />

•Anabela Delgado<br />

Dirigente do SPGL<br />

Os professores e a generali<strong>da</strong>de<br />

<strong>dos</strong> trabalhadores portugueses, com<br />

particular relevo, por enquanto,<br />

para os trabalhadores <strong>da</strong> Administração<br />

Pública, parecem ser, para<br />

o governo de Sócrates, os maiores<br />

responsáveis pela “crise”, considerando<br />

os “privilégios” de que<br />

gozam… Apesar de terem já sido<br />

alvo de sacrifícios (dois anos sem<br />

aumentos salariais) e de mesmo<br />

assim ter aumentado o défi ce, os<br />

professores não duvi<strong>da</strong>m que são<br />

necessários sacrifícios e também não<br />

ignoram que são necessárias novas<br />

políticas para combater o insucesso<br />

escolar. Exigem contudo conhecer<br />

as propostas e negociá-las através<br />

<strong>da</strong>s organizações que em democracia<br />

representam os trabalhadores:<br />

os sindicatos.<br />

De uma forma arrogante o 1º Ministro e alguns<br />

<strong>dos</strong> seus ministros, com particular relevo para<br />

a Ministra <strong>da</strong> Educação, têm construído todo<br />

o discurso em defesa <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s e <strong>da</strong>s políticas que<br />

querem implementar para, na sua opinião, resolver a<br />

crise, com ver<strong>da</strong>deiros ataques matiza<strong>dos</strong> de mentiras<br />

aos destinatários dessas medi<strong>da</strong>s – os trabalhadores e,<br />

nos últimos dias, os professores (recorde-se o debate<br />

sobre Educação do passado dia 24 de Junho). Como<br />

a estratégia está a ser visivelmente contesta<strong>da</strong> pelos<br />

atingi<strong>dos</strong>, os professores, passaram à táctica do lobo<br />

mau: uma coisa são os professores, outra os sindicatos<br />

e outra ain<strong>da</strong>, os sindicalistas, esses malandros…<br />

Citando o insuspeito António Barreto no Público de 26<br />

de Junho, a propósito de Sócrates, “(…) Antes de iniciar<br />

o que quer que seja, políticas, medi<strong>da</strong>s, reformas ou leis,<br />

“compra” uma querela: ataca alguém, defi ne o inimigo,<br />

protesta contra os adversários, anuncia que é necessário<br />

combater privilégios, identifi ca o alvo e atira logo contra<br />

pessoa ou grupo.(…) Solicitar o apoio do povo contra<br />

os “malandros”, os <strong>dos</strong> privilégios e os <strong>da</strong> preguiça, foi<br />

uma constante destes primeiros meses.”<br />

Em vez de se ganhar a população para um esforço<br />

colectivo em prol <strong>da</strong> melhoria <strong>da</strong>s condições de vi<strong>da</strong> de<br />

to<strong>dos</strong>, alimenta-se o País com um clima de intrigas de<br />

invejas mesquinhas que a curto prazo atingirá (se não<br />

atingiu já) o próprio Governo, o Presidente <strong>da</strong> República<br />

e a classe política em geral! Assiste-se de momento,<br />

como nunca se assistiu antes, a uma denúncia doentia do<br />

valor <strong>da</strong>s remunerações auferi<strong>da</strong>s por algumas fi guras<br />

públicas. Se é ver<strong>da</strong>de que existem casos escan<strong>da</strong>losos,<br />

passou a confundir-se tudo, a crítica mesquinha passou<br />

a não ter limites. Recorde-se o recente episódio <strong>da</strong> pensão<br />

de reforma do Presidente <strong>da</strong> República, obti<strong>da</strong> em<br />

função de mais de 36 anos de trabalho com descontos<br />

efectua<strong>dos</strong> de acordo com a lei!<br />

As mentiras sobre<br />

os professores e educadores<br />

De acordo com o governo, aos professores estão destina<strong>da</strong>s,<br />

entre outras, as seguintes medi<strong>da</strong>s:<br />

Congelamento <strong>da</strong>s carreiras de progressão automática<br />

– duas mentiras. 1ª mentira: não se trata de um simples<br />

congelamento <strong>da</strong>s carreiras. Trata-se de não contar para<br />

efeitos de progressão um ano e meio de tempo de serviço,<br />

tempo necessário para impor um novo regime de<br />

progressão ain<strong>da</strong> não conhecido. 2ª mentira: a carreira<br />

docente não é de progressão automática. Poder-se-á<br />

considerar o sistema de progressão mais ou menos<br />

facilitador mas não se pode afi rmar que os docentes<br />

progridem por simples passagem do tempo de serviço<br />

como afi rmou Sócrates no dia 24 na Assembleia <strong>da</strong><br />

República. Também não se pode “diminuir” o sistema de<br />

formação contínua a que estão obriga<strong>dos</strong> os docentes,<br />

como o fez a Ministra <strong>da</strong> Educação, para <strong>da</strong>í concluir

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