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prometera ao paciente, e que este morreu. Esse entendimento se torna possível<br />
somente com a expressão “sou São Pedro”.<br />
Para comprovar a afirmação, pode-se, por ex<strong>em</strong>plo, trocar “sou São<br />
Pedro” por outra que faça parte do contexto de um hospital. Quando o rapaz volta da<br />
anestesia e agradece ao doutor com a enorme barba, este diz: Que doutor que<br />
nada, hom<strong>em</strong>! Eu sou o enfermeiro! Dessa forma, a piada se perde, pois não há<br />
mudança no foco e, a expectativa criada não é quebrada.<br />
Além da inferência, as piadas também trabalham com sobreposição de<br />
scripts 2 (RASKIN, 1985 apud LINS e GONÇALVES, [200?]), que, segundo Raskin,<br />
são indispensáveis <strong>em</strong> textos humorísticos, pois é na oposição dos dois scripts que<br />
o humor se constrói. Na piada citada, <strong>em</strong> princípio a barba branca pertence ao<br />
médico e a história se passa <strong>em</strong> um hospital, na oposição dos scripts, que será<br />
chamada aqui de mudança de foco, a barba passa a pertencer a São Pedro, e o<br />
cenário passa instantaneamente a ser o céu.<br />
2 Script se refere a esqu<strong>em</strong>as cognitivos acionados pelo leitor durante o processo de leitura (ROMÃO,<br />
2005).<br />
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