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NOME DO ACADÊMICO - Unesc

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UNIVERSIDADE <strong>DO</strong> EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESCCURSO DE PSICOLOGIAHÁLISSON ZANARDIA APLICAÇÃO <strong>DO</strong> ACONSELHAMENTO PSICOLOGICO DAABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA NA PRÁTICA <strong>DO</strong>ACONSELHAMENTO PASTORAL CRISTÃOCRICIUMA, JUNHO DE 2010


2HÁLISSON ZANARDIAPLICAÇÃO <strong>DO</strong> ACONSELHAMENTO PSICOLOGICO DA ABORDAGEMCENTRADA NA PESSOA NA PRÁTICA <strong>DO</strong> ACONSELHAMENTO PASTORALCRISTÃOTrabalho de Conclusão de Curso aprovado pelaBanca Examinadora para obtenção do Grau dePsicólogo, no Curso de Psicologia daUniversidade do Extremo Sul Catarinense,UNESC, com Linha de Pesquisa emAconselhamentoCriciúma, 28 de Junho de 2010BANCA EXAMINA<strong>DO</strong>RA___________________________________________________________________Schirley dos Santos Garcia - Mestre em Ciências da Saude - UNESC - Orientadora___________________________________________________________________Alessandra de Oliveira - Mestre em Educação___________________________________________________________________Adriana Fernandes - Pós-graduada em Alfabetização


4AGRADECIMENTOSDedico este trabalho primeiramente a Deus, pois sem Ele, nada seriapossível e eu não estaria aqui apresentando este trabalho, desfrutando, destemomento tão importante.Aos meus pais Anildo e Marisa; pelo esforço, dedicação ecompreensão, em todos os momentos desta e de outras caminhadas, e minhairmã Elizama pela amizade.Bem como pela orientação deste trabalho pela professora Shirley, e atodos que te alguma forma me ajudaram, dando incentivo e apoio.Direi do Senhor: Ele é o meu refúgio e aminha fortaleza, o meu Deus, em quemconfio.


5RESUMODemonstra-se neste trabalho de conclusão de curso a aplicação do Aconselhamentoda Abordagem Centrada na Pessoa junto com seu funcionamento na prática doAconselhamento Pastoral Cristão. Buscando-se conceituar e delimitar estes métodosde aconselhamento e discutindo sua aplicabilidade nesta relação de ajuda. Justificaseneste trabalho de pesquisa bibliográfica a busca pelo conhecimento vinculandoestes dois métodos de Aconselhamento, que podem ser distintos em alguns pontos,porem possuem finalidades em comum. O Aconselhamento Centrado no Clientecom seus conceitos e formas de atuar nos dão o respaldo necessário para quepossamos trabalhar em conjunto com outras formas de aconselhar, que neste casovem a ser o Aconselhamento Pastoral Cristão que destaca-se com o método deAconselhar de Gary Collins. Este é um método Cristão que ambiciona através doAconselhamento uma aproximação amigável da psicologia aos princípios cristãos, epor meio desta relação de ajuda incentiva o aconselhado a promover uma mudançaem sua vida tanto psicologicamente como socialmente, cabendo ao aconselhadoatuar da melhor forma possível para que esta melhora possa estar ocorrendo.Palavras-chave: Aconselhamento Psicológico – Aconselhamento Pastoral Cristão –Abordagem Centrada na Pessoa


6SUMÁRIO1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 72 ACONSELHAMENTO PSICOLOGICO.................................................................. 102.1 Conceito e História ............................................................................................ 102.2 A Relação de Ajuda pelo Aconselhamento Não Diretivo da AbordagemCentrada na Pessoa ............................................................................................... 123 ACONSELHAMENTO PASTORAL ....................................................................... 203.1 Conceito e História ............................................................................................ 203.2 Aplicação do Aconselhamento Pastoral ......................................................... 263.3 O Método de Aconselhamento pelo Discipulado ou o AconselhamentoCristão ..................................................................................................................... 274. O ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO DA ACP NO ACONSELHAMENTOCRISTÃO ................................................................................................................. 314.1 Buscando uma relação ..................................................................................... 314.2 O Aconselhamento Cristão Fundamentado na ACP servindo como Relaçãode Ajuda .................................................................................................................. 335 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 45REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 48


71 INTRODUÇÃOO Aconselhamento Pastoral é uma forma de ajuda característico do meiocristão, porém possui aconselhados do meio cristão como também do meio nãocristão.Rogers (1975) afirma que as relações de ajuda são relações nas quaispelo menos uma das partes procura promover na outra pessoa o crescimento, odesenvolvimento, a maturidade, um melhor funcionamento e uma maior capacidadede enfrentar a vidaRogers relata ainda que existe um princípio, lógico, de que eu só possodesenvolver uma relação de ajuda comigo mesmo se eu puder estar afetivamenteconsciente dos meus próprios sentimentos e aceitá-los, desta forma é ampla apossibilidade de poder vir a formar uma relação de ajuda com outra pessoa.Um ministro religioso quando faz aconselhamento no âmbito do seucampo religioso, desenvolve um tipo de trabalho e abordagem marcados por algunspressupostos, estabelecendo ligações desde o início com a pessoa que procuraajuda ou aconselhamento.O tipo de relação com o indivíduo, por parte do ministro religioso, temhaver em parte com a posição de poder do conselheiro no meio religioso que apessoa está, pois o ministro religioso pode ser também um líder naquelacomunidade, gerando uma submissão por parte dos participantes desta comunidadeao ministro.No caso em que o conselheiro é também o líder da congregação em queo aconselhado participa, o aconselhado tende a colocar-se automaticamente em umpatamar de submissão, e às vezes ficando intimidado, por isso, passa a possuir emna grande maioria das vezes uma tendência a ficar intimidado, e por consequência anão se abrir com o aconselhando, se resguardando mais do que faria com umtécnico anônimo, ou alguém que não represente qualquer espécie de poder paraaquela pessoa.Por isso não é um papel fácil de gerir, sendo difícil, para quem dispõe deuma espécie de poder sobre o aconselhando, resistir a não se direcionar,esquecendo que deve ser o aconselhado a encontrar o seu próprio percurso e assoluções para os problemas que são essencialmente seus. Isto é, por vezes há


8dificuldades para que o conselheiro estabeleça a compreensão empática com oaconselhando, ou demonstre perante ele uma aceitação incondicional positiva, o quefaz parte do estabelecimento da relação impregnada pelas seis condiçõesnecessárias e suficientes para a mudança psicológica, que Carl Rogers teorizou.O aconselhamento que Rogers nomeia, é centrado na pessoa. Masvemos que o meio pastoral é mais propenso à diretividade, devido à prática, quer porparte daqueles que a ele recorrem, e que o fazem, por via de regra, chegam com aexpectativa de obter uma orientação clara e uma direção objetiva para todas ougrande parte das dúvidas e angústias que vivenciam no momento, querendo entãouma resolução de pronto das suas dificuldades.Consiste, pois, uma tarefa essencial, investigar até que ponto osfundamentos da Abordagem Centrada na Pessoa podem ou não compatibilizar comos desígnios gerais da fé cristã, de modo a permitir um tipo de aconselhamentopastoral baseado na atitude ou forma de abordagem caracteristicamente rogeriana.Possuindo como objetivo, tentar mostrar se a Abordagem Centrada naPessoa possui alguma vocação para se mover no chão característico doaconselhamento pastoral, podendo então funcionar como uma sugestão aceitável eproveitosa como relação de ajuda, ou talvez se trata de uma resposta adequada,recomendável, eficaz, e se de fato funciona se levada à prática.Diante disso delimitou-se como objetivo geral investigar a possibilidade daaplicação do Aconselhamento Psicológico Centrado no Cliente com oAconselhamento Pastoral Cristão, sendo que de maneira específica ainda busca-se:conceituar o Aconselhamento Centrado no Cliente e o Aconselhamento Pastoral; assuas aplicabilidades, e seus métodos, discutindo os seus modos de serem aplicadosnuma relação de ajuda e a possibilidade do Aconselhamento Pastoral trabalhar comos conceitos do Aconselhamento Centrado no Cliente.A escolha do tema a Aplicação do Aconselhamento Psicológico daAbordagem Centrada na Pessoa na Prática do Aconselhamento Pastoral Cristão eas propostas de pesquisa,têm como justificativa o interesse de se aprofundar nosconhecimentos na Abordagem Centrada na Pessoa, linha de atuação escolhida paracumprir seu estágio curricular em Psicologia Clínica.Justifica-se o presente estudo na tentativa de entender melhor o cenáriodo Aconselhamento Pastoral Cristão, e buscar subsídios para contribuir melhor


9profissionalmente neste meio, compreendendo os fatos emocionais e sociais queenvolvem esta atividade.Por fim, destaca-se que metodologicamente esta pesquisa se caracterizacomo sendo bibliográfica, de caráter exploratório e qualitativa com compreensão dofenômeno em estudo.Realizou-se um levantamento bibliográfico através de base de dadosnacionais e internacional (pubMed, Scielo, Google acadêmico), como passoinicial, (considerando os descritores: aconselhamento psicológico, abordagemcentrada na pessoa, aconselhamento cristão e aconselhamento pastoral)também foram consultados livros e textos que estavam disponíveis nabiblioteca universitária da UNESC e livros da biblioteca do próprio autor. Nestabusca encontraram-se autores como: Scheefer (1986), Rogers (1985, 1993,1997, 2001), Nunes (1999), Taveira (2003), que englobam o tema deAconselhamento da Abordagem Centrada na Pessoa, e Hurding (1995), Becker(2003), Clinebell (1987), Collins (2004), Brisos Lino (2000) e Pupo (2007), quenos trazem o tema do Aconselhamento Cristão.A pesquisa exploratória, de acordo com Gil (1996), tem como objetivoproporcionar maior familiaridade com o problema e torná-lo mais explícito ou aconstruir hipóteses. Seu principal objetivo é o aprimoramento de ideias ou adescoberta de intuições. Seu planejamento é bastante flexível, possibilitando aconsideração dos mais variados aspectos do fato estudado. Embora o planejamentoda pesquisa exploratória seja flexível, em muitos casos ela assume a forma depesquisa bibliográfica ou de estudo de caso.Este tipo de pesquisa, para Leopardi (2001), permite que o pesquisadoraumente sua experiência em torno de um determinado problema. Portanto, consisteem explorar a primeira aproximação de um tema e visa criar maior familiaridade emrelação a um fato ou fenômeno.


102 ACONSELHAMENTO PSICOLOGICO2.1 Conceito e HistóriaDe acordo com Scheeffer (1986), o aconselhamento se desenvolveuprimeiramente nos Estados Unidos no inicio do século XX, tendo o objetivo dereduzir desigualdades, e injustiças ligadas à industrialização massiva. Entre adécada de 20 e a de 50, o aconselhamento foi dominando esta prática de ajuda,sendo mais focalizada e objetiva, com uma atitude mais situacional, educativa epreventiva, apoiando-se na construção de uma atmosfera e uma relação voltadapara o apoio psicológico, objetivando-se na solução dos problemas específicos epara a tomada de decisão do indivíduo. Esta prática foi se desenvolvendo e, emmuitos países, definiu-se, como uma carreira e atividade específica a parte dapsicoterapia e da psicologia clínica e de outras profissões de ajuda, como amedicina, assistência social, enfermagem e psiquiatria.O termo aconselhamento foi empregado para vincular várias situações,como, elogiar, dar conselhos, repreender, apresentar sugestões e interpretar aocliente ou uma pessoa qualquer o significado do seu comportamento. Oaconselhamento foi aplicado na sua evolução para abalizar atividades que mudavamde punição e repressão à relação permissiva, que objetivava a liberação emocionaldo indivíduo e facilitava o seu desenvolvimento. (SHEEFEER, 1986)O aconselhamento conforme Schmidt (1987, apud ROSENBERG, 1987),vem de consiliun, que tem o significado de com/unidade, com/reunião. Partindo dissopoderíamos dizer que aconselhar seria uma ação que reúne duas ou mais pessoasque consideram algum assunto.O método de auxiliar pelo conselho, aconselhamento, simpatia,orientação, encorajamento, como de maneira informal (de amigo para amigo),quanto profissionalmente (doutor para paciente, pastor para fiel, professor paraaluno), existe há muitos anos, e tem como fundamento, o ato de ajudar maiseficiente, tendo como base a formação do caráter humano, bem como suaconstrução, destruição e reconstrução, de um modo que possa ser auxiliado. (MAY,1976)


11A United Kigdon Council for Psychotherapy, uma instituição em quecongrega, treina e normatiza as funções do aconselhador na Inglaterra, afirma quenão existe instituição similar aqui no Brasil, pois a profissão de “aconselhador” aindanão é reconhecida, e define através de Clarkson (1994, apud BECKER 2003, p. 41)o aconselhamento dizendo que:A habilidade e principalmente o uso do relacionamento para facilitar oautoconhecimento, a aceitação emocional e o crescimento, e otimizar odesenvolvimento e os recursos pessoais. A ajuda total é provida de umaoportunidade de trabalho através de uma vivência mais satisfatória. Orelacionamento do aconselhamento variará de acordo com a necessidade,mas pode ser concebido com o desenvolvimento, direcionamento eresolução de problemas específicos, tomada de decisões, desenvolvimentoda criatividade e conhecimento pessoal, trabalhando através dossentimentos o conflito interno ou melhorando os relacionamentos com osoutros.Com o passar dos anos, Scheeffer (1983) comenta que, esta relação deajuda se especializou cada vez mais, se desenvolvendo com técnicas, metodologias,princípios e abordagens fundamentadas em formas distintas de ver o ser humano,vindo a ser uma relação de ajuda e do desenvolvimento do ser como um todo.Para Clarkson (1994, apud BECKER 2003) o aconselhamento possuialgumas características, como que os aconselhadores trabalham por menos tempo,geralmente com pessoas que possuem distúrbios leves, e com áreas de adequaçãoda vida, podem também acompanhar pacientes em estado terminal, oferecendosuporte nas crises, ajudando em orientação e nas soluções de problemas etrabalhando com pessoas imaturas.Aludindo o aconselhamento como uma relação pessoal entre duaspessoas, Tolberg (1959, apud SCHEFFER, 1969) comenta que o conselheiro,mediante a relação formada e a sua capacidade especial, dimensiona um estado deaprendizagem, na qual o indivíduo, sendo uma pessoa normal, é auxiliado aconhecer a si próprio e as suas possibilidades e prospecções vindouras, afim de fazer o uso apropriado de suas potencialidades e características, de umaforma aceitável para si próprio e benéfica para a sociedade, podendo aprendercomo resolver seus futuros problemas e atender as suas necessidades.Podemos destacar aqui que o aconselhamento é visto como uma situação deaprendizagem sendo válido na aplicação a indivíduos normais.


12Usando como base alguns destes conceitos, Scheeffer (1986) afirma queo aconselhamento é como uma relação face a face de dois indivíduos, onde umadelas é auxiliada a resolver problemas de ordem educativo, profissional, pessoal,entre outros, fundamentando-se em usar melhor os seus recursos individuais. Noentanto com esta definição, não se deseja ver o individuo como em partes, mas simem sua totalidade no processo do aconselhamento, não deixando nada de lado, massim trabalhando tudo em conjunto.2.2 A Relação de Ajuda pelo Aconselhamento Não Diretivo da AbordagemCentrada na PessoaA definição dos conceitos de relação de ajuda segundo Rogers (1985)seria uma relação, onde se busca no outro a promoção o crescimento, odesenvolvimento, a maturidade, um melhor funcionamento e uma maior capacidadede enfrentar a vida ou ainda uma circunstância em que um dos partícipes buscapromover numa ou noutra parte, ou em ambas, uma maior apreciação, uma maiorexpressão e uma utilização mais funcional dos recursos internos latentes doindivíduo.Conforme Nunes (1999), quando se estabelece uma relação de ajuda,significa que o profissional está criando condições relacionais que deixam a pessoaque solicita ajuda, a encontrar uma solução melhor, ou um caminho melhor para elemesmo, sendo no sentido de transpor as suas dificuldades ou problemas.Este procedimento de autodescoberta da pessoa com os seus própriosrecursos e potencialidades, irá permitir que ele adquira uma maior confiança em sipróprio, e logicamente um aumento da autonomia, com maior empenho eresponsabilidade pelas suas decisões. Permitindo também segundo Nunes (1999),que ela descubra as suas capacidades e ou fraquezas dando maior consciência desi como pessoa, e preparando ela para encarar circunstâncias difíceis no futuro.Nesta relação a noção de não diretividade, tem a finalidade doprofissional não gerir ou dirigir o indivíduo que vem pedir ajuda, nem do que otécnico acha ser o melhor para ele, mas antes, deve ajudá-lo a encontrar dentro desi, a resposta ou a solução que naquele momento é a mais coerente e melhor para


13si. Estabelecendo esta relação de ajuda, com o outro alude a atitude de empatia ecompreensão do outro, ou seja, uma escuta atenta, que permita a cada uma daspessoas presentes na relação, a ter o sentimento de estar sendo ouvida erespeitada segundo os seus pontos de vista. Falando de outra maneira é importantepara o técnico, saber escutar e observar, no sentido em que deve entender asituação como ela é vivida pelo outro, de acordo com o significado exato que ela tempara ele. (Nunes, 1999)Esta relação com a pessoa estabelece um clima de aceitação calorosa,que permite ao indivíduo uma melhor compreensão de si mesmo. O cliente passa aser segundo Rogers & Kinget (1977) como alguém que é capaz de perceber e agirsobre a sua própria situação, ele possui em potencial a competência necessária paraà solução dos seus problemas. O enfoque nesta relação está na pessoa e não noproblema, havendo uma confiança autêntica nas suas habilidades. Deste modo, apessoa experiencia um clima de aceitação autêntica e de importância por si comopessoa, permitindo abstrair-se das suas defesas e assumindo-se como ele é narealidade. Neste caráter de respeito pela pessoa o profissional evita recomendar,dirigir, interpretar ou fazer julgamentos sobre a pessoa, procurando criar um clima deconfiança, que não seja ameaçador, permitindo uma total liberdade que expresse ossentimentos e vivências pessoais.No aconselhamento não diretivo, elaborado por Rogers, se dá maisimportância a obtenção gradativa de “insight”, por parte do cliente, sobre ele mesmoe sobre sua situação. Tendo o aconselhador para Scheeffer (1986) a função de criaruma atmosfera permissiva não autoritária e de não diretividade, pois assim passa aocliente uma sensação de liberdade para colocar o seu próprio andamento e direçãono aconselhamento.Rogers destaca também que necessita haver uma maior independência eintegração do aconselhado, em vez de esperar que tais resultados sejamalcançados pela ajuda do aconselhador na resolução do problema que foi colocadoem foco. E objetiva-se principalmente segundo Scheeffer (1969), não resolver umproblema em particular, mas ajudar o indivíduo a desenvolver-se para poderenfrentar o problema presente, e os futuros de uma maneira mais perfeitamenteintegrada. Há uma confiança muito mais profunda no indivíduo em poder orientar-separa a maturidade, para a saúde e para a adaptação, existindo uma ênfase nosentido de que o psicólogo deve estimular a livre expressão dos sentimentos em


14relação ao problema. Essa liberdade é provocada pela atitude amigável, interessadae receptiva do aconselhador aceitando, reconhecendo e esclarecendo ossentimentos negativos, esforçando-se através do que diz e do que faz, para criaruma atmosfera em que o cliente possa chegar a reconhecer que tem essessentimentos negativos, e que é capaz de aceitá-los, como uma parte de si mesmo,em vez de projetar nos outros ou de ocultá-los por detrás de mecanismos de defesa,o aconselhador aceita e reconhece os sentimentos positivos que se exprimem, damesma maneira que aceitava e reconhecia os sentimentos negativos.Por não ser intervencionista, o aconselhador ajuda o aconselhando aliberar suas defesas. Nas respostas o aconselhador trabalha para complementar osobjetivos, sendo de modo clarificador e de aceitação, atuando como agente dedesenvolvimento, tendo como objetivo segundo Sheffer (1986), desencadear o“insight” e as ações positivas do aconselhando. É pela primeira vez, que Rogersenfatiza a relação terapêutica como uma experiência de crescimento para o cliente,afirmando que este tipo de terapia não seria uma preparação para a mudança, ela éa própria mudança.A orientação não diretiva representa para Rogers (1980), uma reaçãocontra a centralização nos problemas e diagnósticos, pois se baseia no princípioque, no aconselhamento, o orientado deve ser visto como uma pessoa e não comoum problema. Ainda segundo Rogers esse novo modo de orientar possui umafinalidade em especial com a relação de ajuda, pois argumenta que o indivíduo enão a dificuldade é focalizada, tendo como objetivo não a resolução de umdeterminado problema, mas sim auxiliar o indivíduo a obter uma integração,independência e amadurecimento, que lhe permitam resolver outros problemas queapareçam no futuro.Apoiando-se no princípio básico de que as pessoas humanas possuem acompetência de resolverem elas próprias suas dificuldades, desde que lhes sejaproporcionada uma oportunidade, e atmosfera adequada, Rogers (1975), cita queessa atmosfera adequada seria a orientação não diretiva ou não dirigida, no campodo aconselhamento.Nesta atmosfera o aconselhamento incide numa relação estruturada epermissiva, que propicia ao indivíduo um pouco de autocompreensão, resultando emnovas atividades mais positivas. O orientador age como catalisador através da


15atitude de respeito, aceitação e confiança na capacidade de autocompreensão eautodeterminação do orientando.Rogers (1997), comenta que o aconselhador deve ouvir quem fala de umaforma paciente e amigável, mas habilmente crítica, não devendo demonstrarautoridade, bem como não fazer advertências ou dar conselhos de modo moral, nãodiscutir com o aconselhado e não falar ou fazer perguntas.O aconselhador pode se posicionar somente quando for auxiliar aexpressão do cliente, como no alivio de receios e da ansiedade, apoiando-o aexpressar de forma adequada suas ideias e sentimentos. O aconselhador podetambém conduzir a discussão para um ponto que tivesse sido omitido ou desprezadoe avaliando as informações implícitas, se for aconselhável.Alguns princípios que devem permear a entrevista não diretiva são citadospor Mucchielli (1994, apud TAVEIRA, 2003), como a atitude de interesse aberto, istoé, disponibilidade integral, de maneira de ser e de fazer que constitua umencorajamento contínuo à expressão espontânea do cliente, o não julgamento quepermita receber tudo, acolher tudo, sem crítica e sem culpabilização. A nãodiretividade, o que significa que não há nada pressuposto, para ser procurado ouverificado, e que o cliente tem inteira iniciativa na apresentação do seu problema eno caminho que queira seguir. Intenção autêntica de compreender o outro em suaprópria língua, de pensar em seus termos, de descobrir seu universo subjetivo, istoé, de aprender as significações que a situação tem para o cliente, num esforçocontínuo para manter-se objetivo e para controlar o que se passa durante todo odecorrer da entrevista. Este ideal exige algo mais do que boa vontade, exigeformação e método.Complementando, Rogers, Mucchielli (1994, apud TAVEIRA, 2003),comenta sobre alguns modos indispensáveis da forma correta do entrevistador nãodiretivo, como se colocar como sendo um ser acolhedor buscando deixar oaconselhado à vontade; sem tomar nenhuma iniciativa que leve à obrigação deresponder às perguntas ou de reagir ao que foi proposto pelo aconselhador, estandocentrado no vivido pelo aconselhado e não nos fatos que ele conta, dando atençãopara o que ocorre no período do aconselhamento e como a pessoa vive e senteaquilo. Deixa-se em segundo plano os fatos objetivos que estão sendo trazidos pelocliente, interessando-se pela pessoa do sujeito, não pelo problema que elaapresenta, que é vivenciado por alguém e quem tem sentido, vendo dessa forma o


platform. For Android users, the same holds true, with 85% ofthem owning an Android smartphone.Whereas the smartphone reach among Apple andAndroid users is already high, there are more cross-sellingopportunities in the tablet and PC categories. Out of all Appleusers, 34% own a Mac, and 53% own an iPad. For Androidusers, the respective number for tablets is 38%. The list oflaptops and notebooks running Google’s Chrome OS is stillvery short, but if that market begins to gain traction withdevice vendors and consumers, possibilities for cross-sellingwould be especially valuable for the ecosystem once Androidapps can be run on the operating system.When comparing Apple and Android ownership betweenage groups, a similar pattern can be observed: in both cases,younger people own more devices. What is interesting,however, is that the same patterns analyzed by householdincome are very different; while multi-device ownership ofApple devices increases with income, the same does nothold true for Android. Instead, shares of one-Android-deviceowners and two-Android-device owners remain stable acrossApple’s higher share of the installed base among people inhigher income classes.Key Points:Figure 17 - Multi-device ownership of Apple andAndroid devices 3Owns 1 type ofApple device23%Owns 1 type ofAndroid device31%Owns 2 typesof Appledevices13%Does not own anApple device60%Does not own anAndroid device60%Owns 3 types ofApple devices5%Owns 2 types ofAndroid devices9%Source: Verto Device Watch data, 18+ US internet users, Q4 / 2014Apple users are very loyal to their platform; Android users to a lesser extent.Opportunities still exist in in the PC, smartphone, and tablet markets to cross-sell to current platform users.Multi-device ownership of Apple devices increases with income, but the same does not hold true for Android.3 Apple device types include Macs (laptop or desktop), iPhones, and iPads. Android device types include Android smartphones and Android tablets.18 Device Ecosystems 2014 | Publication 2015


18dificuldades e situações, que dá a ele determinados significados e valorações, sendopor inteiro, acessada e atingida na abordagem dos mesmos.Sugerindo também o quanto é preciso abrir mão de um direcionamentoprévio e preciso, centrado no profissional, Rogers (1997), diz que se queremosconstruir uma relação que seja de ajuda para o outro, isto é, se realmente queremosacessar todos os elementos que são significativos, para este outro, somente esteoutro pode dar acesso aos próprios significados, vivências, representações einterpretações relacionadas à sua específica realidade, a forma como percebe evivencia as situações da vida e a relação que faz dessas situações específicas, comoutras áreas de sua vida, contribuindo assim, para uma maior delimitação e clarezados diferentes elementos envolvidos em sua situação de vida, e auxiliando naelaboração de escolhas e posicionamentos mais conscientes, satisfatórios eseguros.O aconselhamento enquanto uma relação de ajuda deixa, portanto, de se fixar emobjetivos fechados e pré-concebidos, para se concentrar na criação de condiçõesfavoráveis para que o próprio indivíduo analise e compreenda sua realidade,estabeleça seus objetivos em relação a seu momento de vida e mobilize recursospara atingi-los. (ROGERS 2001, apud PUPO, 2007 p. 268)O posicionamento não diretivo conforme Scheefer (1986), baseia-se naconvicção de que o cliente tem o direito de escolher seus próprios fins na vida,mesmo que esses sejam divergentes daqueles que o profissional teria escolhidopara ele. Crê-se na capacidade do indivíduo de fazer escolhas positivas e deestabelecer posicionamentos mais adequados à sua realidade, se conseguirdelimitar os diversos componentes e as diversas forças que interagem paraconformá-la. Além disso, admite-se a impossibilidade, a inutilidade, a ineficiência, aarbitrariedade e a prepotência de se tentar gerir e conduzir diferentes aspectos davida de outrem, ainda que seja com o consentimento dele mesmo.Os principais resultados alcançados pelos indivíduos que participaram detais processos de ajuda foram descritos por Rogers (1975), como uma maiorabertura à própria experiência, ou seja, maior disponibilidade e capacidade deacessar, enxergar, aceitar e compreender os diferentes elementos objetivos esubjetivos presentes em uma dada situação, obtendo com isso uma visão maisrealista de si e de sua realidade, com menor rigidez e maior flexibilidade paraenxergar e manejar com a realidade, e maior abertura a mudanças de atitudes e a


19transformações em sua própria vida, objetivando uma maior autodireção, autonomiae responsabilidade por si mesmo, tendo uma visão e expectativas mais realistas daspessoas à sua volta.Tendo Rogers nos deixado estes ensinamentos teóricos, cabe a nóspromove-las, para o bom uso nos variados campos de trabalho possíveis e cabíveisde serem colocados em prática, visando o bem estar da população que nos procuracom a finalidade de os estarmos ajudando a aliviar os seus problemas.


203 ACONSELHAMENTO PASTORAL3.1 Conceito e HistoriaDe acordo com Weber (1983), o papel do líder espiritual ou ministroreligioso passou por muitas mudanças ao decorrer do tempo. Pode-se ver isso naeducação e na saúde, pois começaram a se desenvolver entre as instituiçõesreligiosas, principalmente pelo meio da igreja católica, pois detinha um grande podere privilégio. O poder político estava intimamente ligado ao poder religioso, o Papacolocava e derrubava reis na Europa, então através disso que os ministros religiososacabavam sempre por alcançar grande protagonismo na vida social e comunitáriadas populações.Foi neste cotexto que houve a reforma protestante movimento que começouno século XVI, inspirado pela obra “Elogio da Loucura” de Erasmo de Roterdã, queapós de uma série de tentativas de reformar a Igreja Católica Romana, levousubsequentemente ao estabelecimento do Protestantismo. Segundo Amaral (1993),iniciou-se com Martinho Lutero após haver apregoado suas 95 teses na porta daigreja de Wittenberg, em 31 de outubro de 1517. O que Lutero propôs no seio daIgreja Católica foi considerado desafiador pelo conselho católico, pois protestavasobre assuntos que somente o papado tinha poder de discutir.Outro reformador importante de acordo com Amaral (1993), foi João Calvino,que era teólogo cristão francês, e inicialmente humanista. Após o seu afastamentoda igreja católica, ele começou a ser visto, gradativamente, como a fala domovimento protestante. E completando a lista dos principais reformadores PhilippMelanchthon, que era amigo de Lutero, e foi o principal líder do luteranismo após amorte de Lutero, sendo mais moderado que Lutero e de uma vertente maisconciliadora. Não devemos deixar de lado a importância da reforma para o períodohistórico, Lutero foi o responsável por um grande passo para a modernidade.Com a chegada da Revolução Francesa em 1789 e da sua filosofiapolítica de Liberdade-Igualdade-Fraternidade, e com a queda das monarquiasabsolutistas na Europa, a igreja começa a perder autoridade sobre as populações. Epara Weber (1983), a educação e a saúde começaram a passar gradativamente,


21para a mão dos Estados, que foram assumindo o caráter de serviço público, e entãoo conceito de sociedades laicas começou a tomar forma até aos dias de hoje, aponto das constituições políticas dos países europeus aprovarem, a separação entreas igrejas e o estado. Após o breve período da chamada 1ª República, em que oanticlericalismo veio violentamente, como resposta social e política a certapromiscuidade entre os poderes político e religioso, que fora conferido durante oregime monárquico no período denominado Estado Novo a igreja voltou a contrairuma posição privilegiada pela Concordata de 1940, celebrada entre o governoPortuguês e a Santa Sé.Ao longo deste processo, a disposição geral em toda a Europa foi nosentido dos ministros religiosos se virem perdendo a influência que tinham, diantedas populações.Diante desses fatos históricos ocorridos, houve um grande avanço docristianismo, e diante disso atividades de aconselhamento pastoral foram sedesenvolvendo, como podemos citar Antón Boisen que foi o pioneiro doaconselhamento pastoral nos Estados Unidos, nascido em 1876, e como Freudpartiu de uma teoria conflitiva com a gênese da experiência religiosa, ele chegou aconclusões diferentes, e após ter padecido uma doença mental e ter se recuperado,Boisen encontrou na sua experiência como doente mental sua vocação comocapelão de tempo integral em um hospital psiquiátrico. Conforme Thouless (1977,apud BECKER, 2003) partindo de suas próprias vivências como doente, e do estudode outros casos, chegou à formulação de sua hipótese da existência de uma relaçãosignificativa entre a doença mental e a conversão religiosa. Boisen acreditou terdescoberto elementos comuns entre a psicose e a conversão, afirmando que ambassurgem de conflitos interiores e desarmonias acompanhadas por uma claracompreensão da tensão entre verdades últimas e as possibilidades inalcançadas.Em oposição a Freud, a religião oferece uma possibilidade de cura do conflito.Boisen segundo Thouless diz que, trabalhando no meio da crise, a religião podeconduzir a responsabilidades éticas que produzam maiores verdades.Na Europa um dos principais precursores do aconselhamento pastoral foiOskar Pfister. Em um artigo publicado no Manual de Psicologia Robert Thouless(1977, apud BECKER, 2003), comenta que Oskar Pfister foi a primeira pessoa quemesclou a Psicoterapia com o intuito religioso relacionado a alma do ser humano,demonstrando um sentido mais profundo que o espiritual. A teologia (no sentido


22literal significa o estudo sobre Deus) não pode dar respostas suficientes àsperguntas e anseios mais profundos, porque não se ocupa da fé viva, mas somentede seus fundamentos teóricos dos dogmas e opiniões religiosas, em lugar deocupar-se das necessidades da personalidade vivente. Descobriu a resposta quebuscava na psicanálise, mesmo que não podia aceitar seu fundo ideológico.Comentando sobre alguns métodos de aconselhamento pesquisadosdestacam-se entre eles o método de aconselhamento noutético 1 de Jay Adams, quesegundo Hurding (1995), este tem ênfase no nível bíblico, que usa umapressuposição baseada em especial por reconhecer duas abordagens, a cristã e anão cristã. É um tanto radical por ter uma opinião que a vida pecaminosa era ocentro do aconselhamento, e que só existia a doença mental ou a perturbaçãopsicológica devido aos pecados, que o ser humano cometia, e que somente oEspírito Santo poderia mudar a vida do aconselhado.Outro método de aconselhamento com nome de Espiritual, que foielaborado pelo psicopedagogo Martin Bobgans, afirmava segundo Hurding (1995),que somente existia um caminho psicológico e um caminho espiritual para a saúdemental-emocional, posicionando-se diante de distintas escolas de aconselhamento,partindo do pressuposto de que todas as confusões mentais e emocionais denatureza não orgânica têm uma saída cujo centro é Cristo, em vez de uma respostapsicológica, cujo centro é o eu.Porém incidem na mesma falha de Adams, conforme Hurding (1995),comenta que Bobgans ao se amparar em que os conselheiros espirituais estão emmelhores condições sem a contaminação potencial do contato com as teorias etécnicas psicoterapêuticas, pois esses recursos podem condicionar negativamente orelacionamento conselheiro cliente, ao criar expectativas não bíblicas.Citando que o teólogo Craddock demarca o aconselhamento peloMinistério Scope, como consistindo em um procedimento do aconselhamentofundamentado na Palavra de Deus guiada e inerrante (literal e fundamentalmente),Hurding (1995) comenta que ele emprega a Bíblia como tema de partida nodesenvolvimento da sua teologia, sua filosofia, suas terapias, técnicas, instrumentose materiais.1 Objetivo é proporcionar orientação para uma vida correta diante de Deus.


23Chamando a atenção para o fato de que, tal como acontece com Adams eBobgans, Hurding (1995), comenta que Craddock é cauteloso com a chamadaverdade psicológica, afirmando que ela deve ser vista pela lente das Escrituras,como padrão absoluto de verdade, e por isso que, nesse contexto, o conselheirobíblico procura incentivar os hábitos de mudança de vida nos pensamentos e nocomportamento, de acordo com os princípios bíblicos, socorrendo-se de técnicas docognitivismo e do comportamentalismo.Abreviando a forma como o psicólogo mais conhecido como Dr. LarryCrabb unifica as perspectivas psicológicas com a verdade bíblica Hurding (1985),cita duas premissas do Aconselhamento de Lawrence Crabb: Uma que as pessoasprecisam desesperadamente tanto de sentido quanto de amor (valor e segurança); ea outra que essas duas necessidades podem ser completamente satisfeitas pelotodo-poderoso Senhor Jesus Cristo.Acrescentando ainda o pensamento de Hurding (1985), ele comenta queexistem três barreiras maiores na vida da pessoa, sendo que cada uma delas tendea conduzir o indivíduo a uma forma específica de frustração: Os alvos não atingidos,quando a impossibilidade de alcançar o ambicionado cede espaço a sentimentos deculpa; circunstâncias externas, em que o alvo parece atingível, mas pessoas, coisase acontecimentos bloqueiam o caminho, o resultado é o ressentimento; medo defracassar, quando o alvo é razoável, mas um medo paralisante gera ansiedade.O teólogo Hughes é possivelmente o mais popular personagem britânicodo aconselhamento bíblico, e segundo Hurding (1985), evoluiu de uma posiçãoantecedente em que analisava as necessidades humanas exclusivamente à luz dopecado ou da doença, para uma terceira área da sensibilidade humana com a qualconotava a fraqueza ou a fragilidade. Conforme o seu interesse cresceu em tornodos pontos emocionais e psicológicos, Hughes foi desenvolvendo também contatoscom alguns dos mais conhecidos especialistas em Aconselhamento Pastoral. Aprocura de recursos passa por um trabalho que é feito no sentido inverso, de dentropara fora por meio das camadas, buscando constituir estilos apropriados de pensar,convicções, decisões e a consideração e controle das emoções. Afirmando que oaconselhamento pastoral é na sua maior parte diretivo, pois usa-se intencionalmentea Bíblia.Apresentando um novo conceito no Aconselhamento Pastoral Collins(1984, apud BECKER 2003), proporciona um método que ambiciona garantir uma


24aproximação entre os princípios da Teologia e os da Psicologia. Para ele, estaaproximação é saudável e relevante. Por isso, ele visa propor um diálogo e não umaseparação, falando que o Aconselhamento Pastoral deve levar com importância osconflitos pessoais dos aconselhados, procurando instigar o desenvolvimento dapersonalidade, e enfrentar eficazmente os problemas da vida, procurando oconselheiro cristão levar o indivíduo a uma relação pessoal com Jesus Cristo.Já Clinebell (1987), no seu livro por título Aconselhamento Pastoral,Modelo Centrado em Libertação e Crescimento, designa que no aconselhamento oalvo a ser alcançado é o crescimento do ser humano como um todo, em uma visãoholística, globalizante e integradora do indivíduo como ele mesmo, com Deus e coma sociedade. Há uma ampla dificuldade na sociedade atual que pode ser trabalhadaem Aconselhamento Pastoral integrando à noção da poimênica, dizendo que essase estabelece em um ministério amplo e abrangente de cura dentro de umacomunidade, e o aconselhamento pastoral vem a ser uma dimensão da poimênica,que é a variedade de métodos de cura (terapêuticos), para auxiliar as pessoas apassar com seus problemas e crises de uma forma mais categórica ao crescimento,experimentando a cura de seu quebrantamento.O Aconselhamento Pastoral tem uma visão que representa um estilo derelação de ajuda muito particular e específica. O termo “Aconselhamento Pastoral”, ébastante usado pelas igrejas protestantes brasileiras, sendo a tradução de PastoralCounselling, expressão usada nos Estados Unidos a partir do século XX. OAconselhamento Pastoral segundo Schneider-Harpprecht (1998, apud KRAUSE2006), nasce como uma divisão da Teologia Pastoral, que relata o pensamentoteológico, com a efetivação prática desta teologia ela oferece elementos para oafazer do pastor, dos quais o Aconselhamento Pastoral faz parte destavivência.O aconselhamento pastoral é um relacionamento de indivíduo paraindivíduo ou de um pequeno grupo que visa possibilitar a potencialização decura e de crescimento nos indivíduos e nos seus relacionamentos. Oaconselhamento pastoral para Clinebell (1987), em igrejas protestantes é feitageralmente no gabinete pastoral, em visitas domiciliares, escolas, cadeias,hospitais visando rápidas conversas bem como até encontros de maiorduração.


25Para definir o que é Aconselhamento Pastoral o autor Sathler-Rosa (1996,apud BECKER 2003 p. 44), utiliza estes conceitos para defini-lo:O Aconselhamento Pastoral é um processo no qual as pessoas se encontrampara repartir lutas e esperanças. Este processo é animado e iluminado pelaesperança do Reino de Deus, que estabelece a dignidade humana. Utiliza comoinstrumentais necessários para a compreensão da psique humana e de suasinterações sociais os recursos das ciências que estudam e servem à promoçãoda pessoa em sua integridade de todas as pessoas e da família humana.Para Clinebell (1987), o aconselhamento pastoral tem como objetivolibertar, potencializar e sustentar a integralidade centrado no espírito. Tendo aatribuição de “facilitar ao máximo o desenvolvimento de uma pessoa, em cadaestágio da vida” afim de que esta também contribua para o crescimento das pessoasque a cercam. Visando contribuir para que o/a aconselhando/a se liberte de seusbloqueios e medos, encontrando a si mesmo a fim de que possa viver uma vidaíntegra de sentido e satisfação e investir as suas energias na modificação do mundo,conforme na citação abaixo:O aconselhamento pastoral procura ajudar as pessoas a desfrutar umrelacionamento aberto e crescente com Deus, capacitando-as a viver de umaforma promotora de crescimento em meio às perdas, aos conflitos e às tragédiasda vida no mundo. Ele procura ajudá-las a tornar-se conscientes doempolgante fato de que foram criadas para ser parceiras ativas – co-criadoras –do Espírito do universo na transformação do mundo. O aconselhamentopastoral procura ajudar as pessoas a renovar seu sentimento de confiança básicaestando em contato com o Espírito de amor presente neste momento, aencontrar cura para os aspectos de seu quebrantamento que só podem sercurados no relacionamento com essa realidade. O aconselhamento pastoral visaajudar as pessoas a achar a sua vocação (sua causa), na qual possaminvestir suas vidas com propósito, compromisso e alegria. (CLINEBELL, 1987p.108)Visando libertar as pessoas de maneiras “impróprias” e distorções depercepção quanto à realidade, bem como dos medos, culpas e das iras inadequadaso aconselhamento pastoral segundo Clinebell (1987), utiliza os recursos da Palavrade Deus, somando aos recursos que o conselheiro poderá obter da pedagogia,psicologia e filosofia. Para tal finalidade, os recursos bíblicos continuam básicos epreponderantes, como diretrizes, e os recursos das outras ciências afinspermanecem como complementares e auxílios instrumentais do aconselhamentopastoral.


263.2 Aplicação do Aconselhamento PastoralO Aconselhamento Pastoral é feito tradicionalmente por um ministro daigreja, quando indivíduos do ambiente da igreja ou não, têm a consciência de estarpassando por dificuldades e problemas, e por esse motivo procuram o pastor, padre,ou outra pessoa responsável por essa atividade para uma orientação ou conselhoespiritual. De acordo com Hoff (2002) por ser uma tarefa complexa, demanda umgrande preparo do conselheiro, principalmente a capacidade de saber ouvir, e ahabilidade de mostrar ao outro a sua disponibilidade e respeito pela pessoaorientada. Porém nem todos os conselheiros se encontram preparados para taltarefa, e em alguns casos não têm consciência das suas limitações ouincapacidades de aconselhar.Os ministros não dispõem de treinamento que possibilite aprender deum modo geral sobre a profundidade e a amplitude das dinâmicas humanas.Conforme Clinebell (1987), que fez esse discurso: um ministro pode darconselho espiritual? Com certeza! Mas um ministro, que nunca padeceu de abusossexuais, pode saber aconselhar alguém que passou por isso, sem primeirocompreender a dificuldade através de alguma espécie de preparação? É impossívelsaber tudo. Além do mais, determinados assuntos demandam um tipo deconhecimento muito específico. E o treinamento de um pastor deve abranger,entre muitas outras coisas, as outras disciplinas como a pregação, estudo da Bíbliae visita dos enfermos.O contato com circunstâncias dramáticas conforme Faria (1984, apudBRISSOS LINO 2000), fazem parte do ofício pastoral situações que envolvem aperda, o luto, a desilusão e a dor, que podem fazer com que leve ele a adquiriruma capa de apatia com a finalidade dele poder cruzar ileso esse terrenoingrato e ameaçador, o que o torna uma espécie de “burocrata da dor”, comopode correr o risco inverso, isto é: envolver-se tanto com a dor e a tragédiado outro e não conseguir executar a necessária separação entre as suas própriasdificuldades e as do outro, com todas as sequelas evidentes.No Aconselhamento Pastoral Faria (1984, apud BRISSOS LINO 2000)enfatiza a necessidade da existência de certo grau de estabilidade emocional ao


27alegar que, se esta não está presente, o conselheiro pode com facilidade serenredado no seu relacionamento com o aconselhando. Mencionando que:A aceitação e elaboração da própria sexualidade é um elemento fundamental paraaquele que se dedica ao aconselhamento. Caso contrário corre o risco de tratarinadequadamente os problemas que lhe são trazidos, bem como pode erotizarsubstitutivamente as suas relações de aconselhamento, para atender às suas própriascarências. (FARIA, 1984, apud BRISSOS LINO, 2000 p.36)Se acontecer desta forma, em vez de ajudar o aconselhando, é oconselheiro que se utiliza dele numa tentativa distorcida de resolver os seus própriosproblemas.Conforme Collins (1984) comenta que existem três formas deaconselhamento pastoral sendo chamadas de: terapêutica, preventiva e educativa: oaconselhamento terapêutico abrange o auxílio à pessoa, com a finalidade de que elediscuta as dificuldades presentes na sua vida. A área preventiva busca evitar que asdificuldades se agravem ou evitar por completo o seu acontecimento, e por último aárea educativa que compreende a iniciativa do conselheiro, no modo de instruirprincípios de saúde mental a grupos maiores.Pode-se afirmar que para aconselhar é necessário ter um preparo que vaidesde a escuta até a estabilidade emocional. E que existe também alguns métodosque podem auxiliar no aconselhamento.3.3 O Método de Aconselhamento pelo Discipulado ou o AconselhamentoCristãoEste tipo de aconselhamento é praticado por conselheiros como o PhD.em Psicologia Clinica Gary Collins e o Doutor em Aconselhamento na EducaçãoGary Sweeten, e conforme Hurding (1995), se amparam em um aspecto de relaçãoperante a teologia e a psicologia, declarando Sweeten segundo Hurding que estemodelo de aconselhamento não está somente firmemente alicerçado na teologiabíblica e prática, mas também é coerente com os estudos mais recentes sobre oaconselhamento, como a educação do conselheiro, a psicologia pastoral e apsicologia comunitária.


28Neste tipo de aconselhamento, o primeiro alvo é treinar pastores e outroslíderes para que estes, por sua vez, sejam capazes de discipular e aconselhar o seurebanho, com o objetivo de aconselhar os cristãos e não cristãos, Hurding (1995),comenta que o modelo do aconselhamento pelo discipulado possui umembasamento teórico que se volta para a verdade de Deus na revelação especial enatural.A próxima etapa do programa é o desenvolvimento de habilidades derelacionamento interpessoal, onde estão as condições fundamentais como aempatia, o respeito, receptividade com distanciamento, a capacidade de partilhar assuas próprias experiências, a autenticidade, a habilidade de confrontar, a arte de serespecífico e a honestidade quanto ao relacionamento de aconselhamento. Econforme Hurding (1995), o último nível de treinamento diz respeito à “capacidadede mudar” e às consequências que ocorrerão devido a essa mudança.Após haver passado pelo treinamento de Collins o aconselhador estaráapto para aconselhar no campo cristão. No Aconselhamento pelo discipulado ouAconselhamento Pastoral Cristão, o aconselhador tem como objetivo levar oaconselhando a ter uma vida melhor, neste caso vincula-se o aconselhamento naatmosfera cristã ao principio cristão de ser.Observando, por exemplo, que muitos cristãos, não vivem uma vidaabundante em alguns aspectos segundo Collins (2004), por que lhes falta identificaro que está gerando negatividade em sua vida. E é neste âmbito, que o conselheiroatuará, a orientá-las a mudar de atitude e a decidirem por padrões decomportamento que as leve a uma vida melhor. No caso, do não cristão, além desseaspecto de auxílio, o aconselhamento atua como uma forma de passar opensamento cristão a essa pessoa.Para que o aconselhamento alcance os seus objetivos, Collins (2004)apresenta algumas metas específicas para que sua tarefa seja eficaz:a) Autoconhecimento – o conselheiro deve ajudar o aconselhado aentender a si mesmo, a fim de que este perceba o que ocorre dentro de si;b) Comunicação – às vezes os aconselhados interpretam mal o que osoutros dizem a respeito de si, pois há problemas de comunicação. Neste caso oconselheiro deve ajudá-lo a interpretar corretamente as mensagens transmitidaspelos outros;


29c) Aprendizado e mudança de comportamento – o conselheiro deveajudar o aconselhado a desaprender comportamentos nocivos e mudar de atitudesubstituindo essas práticas equivocadas por atitudes construtivas;d) Auto-realização – no caso do aconselhamento cristão, pode-se usar apalavra cristo-realização, pois o conselheiro irá ajudar o aconselhado a atingir omáximo do seu potencial e mantê-lo, através da orientação bíblica e busca de vivercheio do Espírito Santo;e) Apoio – em alguns casos situacionais, as pessoas não conseguemrealizar e desempenhar suas funções satisfatoriamente. Neste tipo de caso oconselheiro deve apoiar, motivar e encorajar o aconselhando a suportar essa faseda vida, porém dando continuidade as suas tarefas;f) Integridade Espiritual – muitas pessoas custam admitir que osproblemas têm dimensão espiritual. É neste ponto que o conselheiro cristão segundoCollins deve aproveitar para envolver o modo cristão de aconselhamento.Quanto ao relacionamento entre o conselheiro e o aconselhado, Collins(2004), afirma que muitas pessoas têm dificuldade de admitir que necessitam deauxílio. Porém, o bom conselheiro por conhecer essas atitudes, por parte doaconselhado, procura ajudá-lo a relaxar, dando-lhe segurança. O aconselhamentopode ocorrer no próprio gabinete do conselheiro ou em um centro terapêutico. Nestecaso, o local é o que menos importa, o que é fundamental para que a terapia decerto modo é o bom relacionamento entre conselheiro e aconselhado.O autor também enfatiza sobre alguns atributos por parte do conselheiroque contribuem para o sucesso do seu relacionamento com aconselhado. São eles:calor humano, sinceridade, empatia. Além destes, é importante que o conselheiroseja capaz de lidar com seus próprios problemas, que seja compassivo, confiável,sociável, afetuoso, maduro e íntegro. Ademais, todas essas qualidades que oconselheiro deve possuir, e estar pautadas na demonstração do fruto do EspíritoSanto em sua vida, o qual é gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,mansidão, domínio próprio e o mais importante de todos: o amor.Algumas técnicas de aconselhamento apresentadas no livro podem serresumidas em alguns tópicos básicos, na qual o conselheiro precisa saber: daratenção ao aconselhado; saber ouvi-lo; responder as indagações e dialogar,conduzindo o tratamento, comentando os discursos do aconselhado, indagando-o,confrontando-o, informando-o a cerca de suas percepções equivocadas;


30interpretando seu discurso sabiamente, apoiando e encorajando-o a tomar decisõescentradas em Deus; Saber ajuda-lo a andar ensiná-lo na verdade; filtrar na terapiaas questões que realmente precisam ser tratadas.Em relação ao processo de aconselhamento, a terapia não segue umarotina, pois o autor observa que para cada indivíduo há um método a serempregado, pois as pessoas diferem tanto em suas questões, quanto em suasreações quanto ao tratamento.Entretanto, para haver toda relação de aconselhamento se faz necessáriocitar algumas etapas, sendo que algumas destas podem se repetir à medida que osproblemas vão sendo tratados. As etapas, apresentadas são as seguintes: Conexãoque ocorre quando o início do tratamento se consolida, a exploração quando hánecessidade do aconselhado expor detalhes do seu caso específico, planejamentoquando o conselheiro já tem uma visão para solucionar o problema do aconselhado,pois irá expor os passos a serem seguidos a fim de sanar os conflitos doaconselhado, desenvolvimento quando o conselheiro motiva o aconselhado acolocar em prática o que foi tratado no aconselhamento e encerramento quando oconselheiro observa que os conflitos já foram sanados e que o aconselhado já podecaminhar sozinho e deixa “as portas abertas” para um possível novo tratamento,caso o aconselhado venha necessitar.Citando sobre as diversas teorias existentes, Collins (2004), não elege ummétodo específico para que seja aplicado ao aconselhamento. Ele relata que opróprio Jesus foi bastante eclético, usando vários métodos com as pessoas,dependendo da necessidade daquele a quem ele interpretava. O autor tambémreconhece a utilidade de se compreender essas teorias, mas ressalta que devemosesperar que o Espírito Santo através do conselheiro opere durante o tratamento nasvidas necessitadas.Como podemos perceber o aconselhamento pastoral passa por diversosprocessos que inclui não somente o contexto social como o psicológico. E assimambos estão inteiramente relacionados.


314 O ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO DA ACP NO ACONSELHAMENTOCRISTÃO4.1 Buscando uma relaçãoA não diretividade que foi desenvolvida por Carl Rogers, é conhecida naAbordagem Centrada no Cliente, destacando no aconselhamento a comunicação,como uma forma de agir do conselheiro no atendimento. Procurando semprecentrar-se no cliente e não na dificuldade que ela esta passando, visando o motivoque a pessoa apresenta no aconselhamento e a sua finalidade, onde o aconselhadordeixa a pessoa indicar o seu próprio caminho e a vontade de conquista-lo. Mas paraque isto ocorra deve haver condições psicológicas necessárias e suficientes, quesejam as melhores e apropriadas as suas necessidades. Isso ocorre pela aptidãoque o ser humano possui seja ela latente ou manifesta de se autocompreender e decriar soluções para as suas dificuldades, oferecendo uma satisfação e eficácianecessária para o seu funcionamento adequado.Afirmando que a não diretividade é uma atitude em face do cliente Pagès(1976, apud BRISSOS LINO, 2000) comenta que o aconselhador se abdica dodirecionamento e não influencia no pensamento, confia na capacidade deautodireção do seu cliente.O posicionamento não diretivo baseia-se na convicção de que ocliente tem o direito de escolher seus próprios fins na vida, mesmoque esses sejam divergentes daqueles que o profissional teriaescolhido para ele. Crê-se na capacidade do indivíduo de fazerescolhas positivas e de estabelecer posicionamentos maisadequados à sua realidade, se conseguir delimitar os diversoscomponentes e as diversas forças que interagem para conformá-la.Além disso, admite-se a impossibilidade, a inutilidade, a ineficiência, aarbitrariedade e a prepotência de se tentar gerir e conduzir diferentesaspectos da vida de outrem, ainda que seja com o consentimentodele mesmo. (PUPO 2007, p. 169)Pode-se dizer que a não diretividade leva o conselheiro a colocar adisposição do aconselhado todas as condições necessárias para o bom andamentodo aconselhamento. Que passa a ter uma atitude de ajuda do aconselhador, quecompreende o aconselhado colocando-se no lugar dele, acompanhando o seu


32percurso a fim de lhe permitir descobrir por si mesmo, os seus próprios caminhos,bem como a forma de superar os bloqueios que o impedem de caminhar em direçãoa uma vida melhor.O Aconselhamento Pastoral tradicional possui uma dificuldade no seufuncionamento e de acordo com Brissos Lino (2000), possui certa tendência adiretividade, visto que em sua grande maioria as técnicas se fundamentam conformeas Escrituras narram, ou no problema que o aconselhando apresenta no momento, enão no individuo aconselhando. Porém se ficarmos preocupados por possuir osfundamentos da Escritura, pelo conselheiro pastoral tradicional na relação com oaconselhado, podemos deixar de lado a atitude de aceitação positiva incondicional,e se deixar isso de lado iremos evitar que o aconselhado trilhe o seu caminhopróprio em direção a maturidade.A diretividade segundo a própria definição de Rogers (1997), é aquelemétodo em que “o psicólogo descobre, diagnostica e trata os problemas do clientedesde que o cliente preste sua colaboração ativa ao processo” (p. 114). Em suaopinião, uma das principais características deste tipo de abordagem é que: “este tipode consulta psicológica baseia-se largamente nos poderes de persuasão dopsicólogo (aconselhador)” (p. 118).Diante a escrita dos autores pode-se afirmar que o AconselhamentoPastoral que tem como fundamento o método diretivo (segundo a Bíblia) deaconselhar apoia-se em sugestões, argumentações, orientações e esclarecimentoscolocados pelo aconselhador, podendo retirar a autonomia do cliente e transformá-lonuma pessoa dependente do aconselhador.Tendo como base uma fala de Rogers (1979, apud BRISSOS LINO, 2000,p. 100) em que ele comenta que a seu ver não existe grandes dificuldades entrereligião ou podemos dizer o modo de Aconselhar Cristão e a Psicologia, pelo menosem tese, “Alegra-me ter passado dois anos no Union Theological Seminary. Foi amelhor formação teológica que poderia ter recebido”. Ele comenta isso emdecorrência de haver alguns estudantes de teologia que trabalhavam comoconselheiros em seu centro de aconselhamento em Chicago, e segundo Rogers(1979, apud BRISSOS LINO 2000), eles descobriram, no relacionamentointerpessoal, a importância em ver bem o significado da compreensão ou daaceitação, embora a usassem teologicamente, de uma forma distinta do que erausado tradicionalmente pelos aconselhadores.


33A habilidade e o princípio de utilizar o relacionamento e o vínculointerpessoal como ferramentas para promover o crescimento pessoal, o autoconhecimento, a auto percepção, e a superação de dificuldades; pode serconcebido como uma estratégia para ajudar na solução de problemasespecíficos, na tomada de decisões importantes, no fortalecimento doindivíduo em tempos de crise, no manejo de sentimentos e conflitosinteriores, na avaliação e reflexão sobre estratégias para alterar e melhorarseu contexto de vida, ou como forma de aprimorar o relacionamento comoutras pessoas. (PUPO, 2007, p. 57)Destaca-se a importância do relacionamento interpessoal noaconselhamento, pois o conselheiro ajuda o indivíduo a ajustar-se consigo e com omeio em que vive, auxiliando-o a resolver seus conflitos. Para isso o conselheirodeve conhecer a psicologia para entender melhor o comportamento humano e poderdirecionar melhor o aconselhamento. Entretanto, para ser um bom conselheiro épreciso ainda ser uma pessoa saudável, equilibrada, envolvente e saber tratar ooutro com amor, tendo cuidado para não estar dirigindo a pessoa por qual caminhoque ela deve andar, mas sim deixando a ela escolher o seu modo de viver.Percebe-se que tanto o aconselhamento pastoral e o aconselhamentonão diretivo de Rogers, mesmo com focos diferentes trabalham com o indivíduo numcontexto de compreensão aceitação enquanto pessoas.4.2 O Aconselhamento Cristão Fundamentado na ACP servindo como Relaçãode AjudaO Aconselhamento Pastoral pode e deve ser encarado conforme Clinebell(1987), como uma forma de relação de ajuda particular e específica, no qual umministro religioso, ou mesmo um leigo com competências devidamentedesenvolvidas para essa tarefa e credenciado para o efeito, pode estabelecer umarelação de ajuda com os fiéis de um determinado local que procuram essa ajuda.É atribuído ao aconselhamento pastoral de acordo com Clinebell (1987,apud KRAUSE 2006), facilitar ao máximo o desenvolvimento de uma pessoa, emcada estágio da vida afim de que ela também contribua para o crescimento daspessoas que a cercam. Tendo em vista contribuir para que o aconselhado se libertede bloqueios e medos, encontrando a si mesmo a fim de que possa viver uma vida


34plena de sentido e satisfação e investir as suas energias na transformação domundo.A relação de ajuda pode ser definida como uma situação na qual umdos participantes procura promover numa ou noutra parte, ou emambas, uma maior apreciação, uma maior expressão, uma maiorcompreensão e uma utilização mais funcional dos recursos internoslatentes no indivíduo, e uma maior capacidade de identificação e usode recursos do ambiente. (ROGERS, 2001, p. 46).Um dos elementos mais relevantes e que servem de fundamento para suavisão de psicoterapia e relação de ajuda, é de que se pode e deve-se confiar noindivíduo como um ser capaz de com autodeterminação, e autocompreensão, deautodirecionamento. Dessa forma, Rogers (2001), questiona a idéia de que oindivíduo principalmente aquele que está emocionalmente perturbado, ou vivendosituações complexas não tem condições para guiar-se sozinho e para seu própriobem, precisa ser tutelado e direcionado por outra pessoa em condições melhores.Dessa forma, Rogers segundo Pupo (2007), considerava comofundamental, em uma relação de ajuda, contribuir para que o indivíduo consiganovamente valorizar, abrir-se e explorar as diferentes dimensões e significados desua experiência pessoal, cooperando assim para a construção de um processo devaloração mais diferenciado, flexível, fluido e contextualizado, ou seja, menosuniversal, fixo e baseado em princípios gerais. Sendo assim, o lócus de avaliaçãodeveria novamente ser estabelecido dentro da própria pessoa, o que não significariaque ela não poderia buscar provas e informações de outras fontes exteriores paraalém de si mesma.O aconselhamento enquanto uma relação de ajuda, não é uma atividadecom procedimentos determinados ou um “modo de fazer” genérico, repetitivo eprescritivo. Não é uma técnica ou uma estratégia previamente direcionada e fechadaem seus horizontes de atuação, nem mesmo um espaço para fornecimento deorientações, sugestões e conselhos antecipadamente estruturados e estabelecidos.O aconselhamento é uma relação interpessoal e intersubjetiva pautadafundamentalmente em valores humanos específicos, que sustentam, amparam elegitimam atitudes e posicionamentos determinados entre os indivíduos implicadosnela.


35Através da ajuda ao indivíduo o aconselhamento pastoral conforme Frisen(2000, apud KRAUSE, 2006 p. 18), ajuda a “tratar das tensões interiores e dosdiferentes complexos que interferem na qualidade de vida”, libertando as pessoas de“atitudes inadequadas e distorções de percepção quanto à realidade”, bem como“dos medos, culpas e das iras inadequadas”. Para tal, o Aconselhamento Pastoralutiliza “os recursos das Escrituras, somando aos recursos que o conselheiro poderáobter da pedagogia, psicologia e filosofia”, sendo que os recursos bíblicospermanecem mais preponderantes, pois se trata de um aconselhamento cristão, e ocristianismo possui fundamentos da Escritura, e os recursos das outras ciênciasafins permanecem como “complementares e auxílios instrumentais doaconselhamento pastoral”.Para Schneider-Harpprecht (1998, apud KRAUSE 2006, p. 19) oaconselhamento pastoral busca ajudar as pessoas em situações de conflito, crise esofrimento para que possam viver uma relação, consigo mesma e com o próximo deuma maneira consciente e adulta, capacitando elas a “assumirem a suaresponsabilidade como cidadãs que se engajam em prol da melhora das condiçõesde vida numa sociedade livre, democrática e justa”.Incentivou-se, portanto, nesse período o estudo, desenvolvimento e empregode procedimentos que contribuíssem para uma maior tranqüilidade eadaptação mental, emocional e social do homem moderno à sociedade emmudança. A psicoterapia e outras práticas de ajuda, como o aconselhamento,propunham-se a proporcionar uma adaptação pessoal mais satisfatória, umamelhora na qualidade das relações interpessoais e sociais, e a ajudar osindivíduos a desenvolverem uma maior capacidade para manejar e enfrentaros problemas, pressões e conflitos existentes neste ambiente emtransformação. (ROGERS, 1981, apud PUPO 2007, p. 93).Para Rogers (1983), que passou por muitos anos trabalhando eestudando o ser humano, comenta que somos capazes de libertar o ser humano desuas defesas e ajudando-o em suas situações conflituosas.Se o ser humano se abrir à vasta variedade de experiências ambientais esociais que ele pode obter, podemos confiar que suas reações serão positivas. Nãoprecisamos perguntar quem o socializará a estas experiências, pois uma de suasaspirações mais profundas é a de associar-se e de comunicar-se com os outros,quando ele é plenamente próprio não pode deixar de ser realisticamente socializado.O conselheiro pastoral, a partida, deverá estar sempre disponível paraescutar a pessoa que necessita de ajuda, e dispor-se a iniciar um processo de


36aconselhamento, muito embora nunca saiba exatamente com que tipo de situaçõesirá depara-ser, sendo sempre uma incógnita. A compreensão bíblico-teológica deque o ser humano segundo Brissos Lino (1998 p.17) foi “criado à imagem esemelhança de Deus” deixa entender que como Rogers falava, “estão em nós todasàs potencialidades para o crescimento, visto sermos „um organismo digno deconfiança‟, desde que estejam presentes as condições facilitadoras”.A postura da escuta envolve uma condição considerada comoabsolutamente central e indispensável a uma relação de ajuda que pretende sercentrada no cliente é a postura de escuta e compreensão empática. “Ser empáticoenvolve uma escolha, por parte do profissional, quanto aquilo a que dará atenção, emais precisamente ao mundo interno do cliente, do modo como este o percebeindividualmente” (ROGERS, 2001. p 12).Sendo assim conforme Pupo (2007), a compreensão empática é emprimeiro lugar, uma atitude de aproximação deliberada do marco de referênciainterno do cliente, (valores, tradições, crenças, suposições, regras e normas sociais),de forma a entender melhor as diferentes facetas existentes no campo perceptual docliente (significados e valores atribuídos), tal como ele o comunica.O estado de empatia ou ser empático, consiste em aperceber-se com a maiorprecisão possível do quadro de referências interno da outra pessoa,juntamente com seus componentes emocionais e os significados a elepertencentes, como se fossemos a outra pessoa, sem perder jamais a condiçãode “como se”. (ROGERS, 2005. p 72).A atitude de compreensão empática envolve segundo Lupo (2007)devolver e comunicar para o cliente, tudo o que foi percebido e compreendido peloprofissional em sua atitude de examinar e explorar os significados pessoais dados àssituações específicas da vida, de forma a ampliar e clarificar a percepção do cliente,a respeito de si mesmo, isto é, ajudá-lo observar como ele parece estar vivendo,interpretando em relação a determinado problema ou fato da vida. De certa forma, oprofissional se converte em um “outro eu para o cliente”, que se vê de novo e maisclaramente, a partir da síntese e re-exposição que o profissional faz de sua vivênciae experiência relata.Deve-se checar e avaliar segundo Lupo (2007), com o cliente a precisão ea exatidão da leitura que o profissional fez das vivências do mesmo, semprereformulando e se certificando da validade e legitimidade de tais interpretações a


37partir das respostas (confirmações ou discordâncias) obtidas com o cliente, pois oobjetivo é acercar-se de sua própria percepção.Essa postura implica em deixar de lado, momentaneamente, os própriospontos de vista e valores pessoais (do profissional), para acessar os valores esignificados atribuídos pelo outro, ou seja, significa abster-se de construir intuitiva(sem checar), recortes muito particulares e pré-direcionados, ou genéricos sobre ooutro. Pressupõe estar disposto a “ampliar a visão” que se têm sobre o cliente,abstendo-se da necessidade de julgar, explicar e classificar o outro. A compreensãoe o reconhecimento do outro enquanto ser separado é mais importante que do quequaisquer julgamentos, interpretações ou explicações apressados. (PUPO 2007)O terapeuta deve deixar de lado sua tendência a fazer avaliações e julgamentosprofissionais, deve abandonar suas intenções de formular um prognóstico exato,deve renunciar à tentação de guiar sutilmente o indivíduo e concentrar-se nacompreensão e reconhecimento das atitudes assumidas conscientemente pelo clientenesse momento de vida, com relação aos assuntos relevantes para omesmo”.(ROGERS, 1981, p. 41).A importância da escuta empática está relacionada também, ao fato deque ela possibilita ao cliente a experiência, de não apenas de sentir que a suaversão e percepção da situação são respeitados e considerados relevantes para oprofissional, e, portanto conforme Pupo (2007), podem ter lugar nessa relação, comoa também liberação das suas próprias defesas em relação à situação em que vive, ereforça sua participação e corresponsabilização no enfrentamento da circunstânciaem questão.Os profissionais devem tentar colocar-se no lugar do outro[..]. Embora osprofissionais devam ter empatia também devem ter controle sobre suas emoções.Devem encontrar um equilíbrio entre separação e proximidade de forma a promovera autonomia do cliente (WHO, 1995 apud PUPO, 2007, p. 195)Esta atitude de escuta e compreensão empática nos remete de maneirainevitável a uma mudança de ponto de vista do profissional que, mesmo emsituações aparentemente fechadas e bem delimitadas poderia se interessar e secomprometer não apenas em explicar as técnicas e modo de agir de acordo com asituação nem se concentrar somente em identificar características da chegada dopaciente ao serviço ou de seu perfil sócio comportamental mas poderia se ocupar


38também e principalmente, dos significados e pesos dados pelo cliente àquelasituação específica.Não se restringindo apenas aos integrantes de uma comunidade eclesial,o aconselhamento pastoral, assim como todo “serviço comunitário” segundo Krause(2006, p.26) está destinado tanto para dentro quanto para fora do âmbito dacomunidade eclesial e social, também a sociedade toda é destinatária doaconselhamento pastoral. Como afirma o serviço comunitário é o ministério queultrapassa as fronteiras da congregação para servir às necessidades das pessoasque vivem na comunidade.Tendo apresentado o aconselhamento pastoral e o seu modo de ajudaras pessoas temos então um vínculo entre este método de ajudar as pessoas e ométodo da ACP o Aconselhamento não diretivo. Ambos os métodos desenvolvemuma relação de mudança na pessoa que possuem por sua vez pontos em comumpara alcançar este aspecto, tendo como base disto dispomos do que Rogers diz dosseis aspectos da mudança “terapêutica”.Em artigo publicado no Journal of Consulting Psychology (1957), na obraAbordagem Centrada na Pessoa Rogers (1994, apud BRISSOS LINO 2000, p. 69-70), Rogers defendeu que para que ocorra uma mudança construtiva, éimprescindível estas condições existam e persistam por um bom tempo.1 - Que duas pessoas fiquem em contacto psicológico;2 - Que a primeira, a quem iremos chamar de aconselhado, esteja numestado de incongruência, estando vulnerável ou ansiosa;3 - Que a segunda pessoa, a quem chamaremos aconselhador, estejacongruente ou integrado na relação;4 - Que o aconselhador experiencie a consideração positiva incondicionalpelo aconselhado;5 - Que o aconselhador experiencie uma compreensão empática do modode referência interno do aconselhado, se esforçando para comunicar estaexperiência ao aconselhado;6 - Que a comunicação ao aconselhado da compreensão empática doaconselhador e da consideração positiva incondicional seja efetivada, pelo menosnum grau mínimo.Se estas seis condições existem e persistem por um período de temposuficiente, o processo de mudança construtiva da personalidade acabaria sempre


39por ocorrer, sendo então nenhuma outra condição necessária. As terceira, quarta equinta condições dependem apenas do aconselhador. A primeira e a sextadependem de ambos, e a segunda depende exclusivamente do cliente.Acreditando que o cliente tem em si a aptidão e a potencialidade paraacontecer à mudança terapêutica, Rogers segundo Brissos Lino (2000), diz quemediante estas seis condições, citadas, descreve que isso é necessário e suficientepara que ocorra a mudança. O aconselhador deixa ao aconselhado decidir o sentidoque deve tomar e seguir, abstendo-se então ajuda-lo nas escolhas.Rogers defendia a existência de uma tendência geral do universo parauma maior complexificação, ordem e inter-relação. Segundo Becker (2003), elechamou isto de Tendência Formativa. As potencialidades de mudança da pessoafazem parte e são constituintes da sua natureza. A Tendência Formativa, quandoaplicada ao desenvolvimento humano, recebeu então a designação de Tendênciaatualizante.Rogers (1994) defende que: a natureza básica do ser humano, quandofuncionando livremente, é construtiva e confiável, e as potencialidades de mudançada pessoa fazem parte e são constituintes da sua natureza.Quando somos capazes de libertar o indivíduo da tendência a defender-se, detal forma que ele esteja aberto à ampla gama das suas próprias necessidades,assim como à ampla extensão das solicitações ambientais e sociais, as suasreações podem ser avaliadas como positivas, progressistas, construtivas.(ROGERS, 1994 p. 86)Segundo Roger & Kinget (1977), a noção chave desta concepção é acapacidade que o ser humano tem de compreender-se a si mesmo e de resolverseus problemas de modo suficiente para alcançar a satisfação e eficácia necessáriasao funcionamento adequado. É importante ter em mente a idéia de que o serhumano tem uma tendência a exercer esta capacidade, sendo enquanto potenciais einerentes a todo homem. No entanto, esta capacidade pode não se manifestar se oindivíduo apresentar lesões ou conflitos estruturais impossibilitando odesenvolvimento desta tendência natural.De acordo com Rogers a tendência atualizante se manifesta por meio decomportamentos que tem como intuito manter e nutrir o organismo em direção aoseu crescimento e desenvolvimento:


40Pouco importa que o estímulo venha de dentro ou de fora, pouco importa queo ambiente seja favorável ou desfavorável. Em qualquer uma dessascondições, os comportamentos de um organismo estarão voltados para suamanutenção, seu crescimento e sua reprodução” (ROGERS, 1983, p.40)A presença de reflexão torna possível a auto-avaliação e a auto-correção,fatores essenciais para a realização da capacidade em questão.É evidente que esta capacidade de reflexão, compreensão, não necessitaser uma capacidade completa, mas deve haver grau de compreensão mínimo, quepode ser imperfeito, mas que possibilite o processo, caminhando para ocrescimento, para a maturidade. Então, o sujeito não necessita de uma capacidadede reflexão perfeita, mas necessita ter a possibilidade de despertar seu“funcionamento adequado”, construtivo.Afirmando que “o método não diretivo se aplica a uma imensa maioria declientes que têm capacidade para conseguir soluções razoavelmente adaptadaspara os seus problemas” Rogers (1997, apud BRISSOS LINO, 2000, p. 72) fala quea natureza da relação deste modo: “na consulta psicológica não diretiva o pacientevem falar dos seus problemas”.Outro importante valor sobre a natureza humana, defendido por Rogers, éo fato dela ser merecedora de confiança e plena de valor e dignidade em si mesma.Conforme Pupo (2007), Um dos elementos mais relevantes e que servem defundamento para sua visão de psicoterapia e relação de ajuda, é de que pode-se edeve-se confiar no indivíduo como um ser capaz de auto determinar-se, de autocompreender-se, de auto direcionar-se e de alterar seu comportamento de formaconstrutiva. Dessa forma, Rogers questiona a idéia de que o individuo(principalmente aquele que está emocionalmente perturbado, ou vivendo situaçõescomplexas) não tem condições para guiar-se sozinho e para seu próprio bem,precisa ser tutelado e direcionado por outra pessoa em condições melhores.Vai diretamente contra a ideia de que a natureza humana éessencialmente incontrolável, má e destrutiva, e considera, a partir de analise desuas experiências terapêuticas, que as atitudes destrutivas humanas são resultadode posicionamentos defensivos do indivíduo com relação à realidade. Rogers nos dáuma idéia de que se a natureza humana fosse tão pouco confiável assim, então nãohaveria um homem sequer que pudesse ajudar um ao outro, porque não se poderiaconfiar nos conselhos e sugestões de nenhuma pessoa.


41No Aconselhamento Cristão o aconselhador possui um papel chave paraque ocorra com sucesso a mudança no aconselhado, pois segundo Collins (2004), omodo como o aconselhador se apresenta no ato do aconselhamento como nademonstração da empatia, calor humano no saber ouvir e também no seuenvolvimento sincero com Espírito Santo ajuda ao aconselhador colocar-se comouma pessoa que possa ajudar ao outro, criando assim uma relação de confiançaentre ambos, que é essencial para o desenvolvimento da mudança.Conforme Nunes (1999), a relação de ajuda, cria-se automaticamentecondições para que a pessoa, (que é o foco principal) encontre a melhor soluçãopara estar passando por suas defesas, desenvolvendo uma confiança e umapreparação para passar por situações que antes eram difíceis, demonstrando assimque houve uma mudança no seu modo de viver, e assim desenvolvido por elemesmo de uma forma autentica mas com a ajuda não direta do aconselhador.Para que ocorram os objetivos do aconselhamento cristão conformeCollins (2004) deve haver um autoconhecimento e uma autorrealização por parte doaconselhado de si mesmo, que passa a ter a percepção der dentro de si mesmo, oque irá desenvolver o seu potencial positivo.Já Rogers (1975), no aconselhamento não diretivo, cita aautocompreensão do aconselhador e o seu estilo catalisador de ser que ajuda aoaconselhado desenvolver mais as atividades positivas, deixando o que interfere nelede forma negativa de lado, de um modo esquecido, através de uma atitude deprofundo respeito, aceitação e confiança e autodeterminação do aconselhado.Para adotar tal postura, o profissional precisa estar disposto a abrir mãode um posicionamento mais distante e defensivo, precisa estar disposto a enxergarsee mostrar-se como figura humana diante do outro, abrindo mão de uma certaonipotência e onisciência Precisa estar aberto não apenas a modificar, mas tambéma ser modificado nesse encontro intersubjetivo, e precisa estar disponível a um maiorautoconhecimento, pois, quanto maior autoconsciência se tem de suas própriasvivências e características pessoais mais se pode diferenciar e distinguir o quanto,do que se vive na entrevista, é propriamente seu ou relativo ao ambiente em que seencontra (condições do serviço), e o quanto, é evocado pelo outro e pela situação doatendimento.O aconselhamento por sua vez deve ser conforme Mucchielli (1994),demonstrado pelo aconselhador como uma atitude de interesse aberto, o que


42demonstra um encorajamento efetivando a expressão continua do outro, que permitede uma forma sem expressar julgamentos receber todo o material do aconselhadosem criticas, de uma forma autentica de compreensão, o que remete a atitude nãodiretiva por parte do aconselhador pois existem problemas que possuem um cunhoespiritual..Collins (2004) cita a comunicação, pois muitas vezes o aconselhado podeentender de uma forma errada o que os outros possam estar falando dele, e estasmensagens transmitidas devem ser interpretadas de forma correta, o aconselhador oajuda a ter uma forma de interpretar estas comunicações, servindo como um apoioao aconselhado o encorajando a passar por esta fase de sua vida, sem deixar delado a integridade espiritual do individuo,Demonstrando o papel do aconselhador no aconselhamento Scheeffer(1969), comenta que na Abordagem Centrada na Pessoa o aconselhadordesempenha uma função importante, objetivando a independência e a integração doaconselhado que através do aconselhador no seu modo de não ver somente oproblema do aconselhado, mas o contexto todo, o ajuda a enfrentar estacircunstância que ele esta passando através da livre expressão dos seussentimentos em relação ao problema, sendo reconhecido e esclarecido peloaconselhador os pontos negativos e positivos criando um ambiente em que oaconselhado possa reconhecer estes sentimentos como parte de si.Já Collins (2004) comenta que o aconselhador visa levar o aconselhadoa ter uma vida melhor, aconselhando-o a mudar de atitude frente às dificuldades,repensando o seu comportamento frente a estas situações, fazendo-o perceber oque esta ocorrendo dentro de si, e a interpretar de uma forma correta o seu modo deestar agindo, ajudando-o a substituir estas atitudes “equivocadas” por atitudes que opossam ajudar a encontrar a saída para estas dificuldades.A orientação aos que irão aconselhar Collins (2004) e Rogers (1997, apudBECKER, 2003) citam que o aconselhador deve ouvir ao aconselhado, de umaforma paciente e respeitosa, sem demonstrar autoridade e intimidações, pois oaconselhador irá ajudar a pessoa e assim aliviar a ansiedade e o medo que podeacabar afetando a relação, tendo como finalidade o desenvolvimento da capacidadede mudança do aconselhado.Um ponto a discutir entre os dois métodos de aconselhar seria o queCollins (2004) comenta como as etapas do aconselhado as quais seriam :


43• A conexão que ocorre no inicia do tratamento;• A exploração quando o aconselhado expõe detalhes do seu caso;• O planejamento quando o aconselhador tem uma visão parasolucionar o problema do aconselhado, e expõe os passos a seremseguidos para sanar os conflitos do aconselhado;• O desenvolvimento que mediante a motivação do aconselhadopelo aconselhador ele coloca em prática o que foi passado noaconselhamento;• E por fim o encerramento que seria quando o aconselhadorobserva que as dificuldades já passaram e o aconselhado podeandar sozinho.Podemos ver que nestas etapas Collins “expõe” à existência dodirecionamento na terceira etapa, o “planejamento”, pois ele visa o seu modo doaconselhador solucionar o problema, em vez de admitir que o aconselhado procurea melhor solução para ele. Desta forma contraria o que Rogers expõe sobre oaconselhamento não diretivo, pois conforme Scheffer (1986) o aconselhado deve irobtendo de uma forma gradativa o “insight” do seu problema. Tendo o aconselhadorapenas a função de criar a atmosfera permissiva para que isto ocorra, dessa forma,a pessoa se vê como que livre da aceitação das idéias que o aconselhador coloca, esente-se livre a seguir o seu caminho e as suas escolhas.Por não ser intervencionista o aconselhador, encaminha o aconselhado aliberar suas defesas, e nas respostas o aconselhador complementa os objetivos,trabalhando de uma forma clarificadora e de aceitação, agindo como agente dedesenvolvimento.Para concluir caracterizando o aconselhamento tanto Cristão como daACP, são práticas mais voltadas para a solução de problemas e dificuldades umtanto específicas, servindo para a tomada de decisões, conforme Santos (1982), oaconselhamento de um modo geral está focado principalmente em dificuldades maisconscientes e mais facilmente reconhecíveis pelo indivíduo, em problemassituacionais ou de etapas especiais do desenvolvimento humano.Assim, é um processo, preocupado com o fornecimento de elementospara que o indivíduo possa mudar atitudes, comportamentos ou a percepção de umadada situação problemática. Segundo Scheeffer (1976) não pretende ser umtratamento, mas, está associado a uma ajuda estruturada para situações difíceis


44(que se utiliza de elementos psíquicos, sociais, interacionais e até biológicos). Dessaforma, o aconselhamento tem um caráter instrumental e situacional, pois pretendecontribuir para o desenvolvimento pessoal, facilitando a realização e a escolha maissatisfatória entre as opções que estão disponíveis no momento para o indivíduo.Apresentado a forma de aplicar de cada modo de aconselhar, cabedizer que o Aconselhador Cristão deve possuir o conhecimento que apsicologia dispõe, para ele estar desenvolvendo no aconselhamento e que apsicologia possa estar desempenhando um papel necessário nesta relação deajuda, citando-se como exemplo a forma que o aconselhado recebe oaconselhamento e como ele reagirá caso seja aplicado de uma formaprodutiva, não deixando de esquecer que o aconselhado deve ser o foco doaconselhamento, pois depende dele mesmo a resolução do seu problema.


455 CONCLUSÃOA Abordagem Centrada na Pessoa vem de certo modo alterar a atitudetradicional do ministro ou líder religioso realizar a prática do aconselhamento. Àprimeira vista pode-se dizer que ela não se adapta a moral cristã, pois vem comcerto desacordo com o modo do pastor normalmente aconselhar de uma formadiretiva, colocando como o modo que o cristão deve andar e o que deve esperar.Sabe-se que Carl Rogers cresceu na casa de seu pai em um ambiente protestante,podendo-se dizer que através desse fato ele teve uma forma um tanto distinta de sere estar no mundo. Debatendo-se com isso, Rogers entra em um contraste no fato datradição cristã ser um tanto diretiva no seu modo de ensinar e de ver a pessoa.O aconselhamento, nos dá o entendimento, de que uma pessoa buscaopinião de alguma pessoa em que ele tenha confiança e uma experiência maior emlidar com a situação que ela está precisando de ajuda. No nosso caso a pessoa iráaté um líder ou ministro religioso, pedir um conselho, porque sabe que ele tem umaorientação em que ela possa confiar, orientação essa que se baseia na práticacristã.O aconselhador conforme a Abordagem Centrada na Pessoa de CarlRogers deve desenvolver uma relação de aceitação para com o individuo e de todasas capacidades que o aconselhado possui, que constitui ao aconselhado em seralguém capaz de perceber e de agir sobre a sua própria situação e escolha,possuindo a competência necessária para a solução de problemas. O aconselhadormantendo o foco na pessoa e não no seu problema expressa confiança autenticanas suas habilidades, e por consequência ocorre a liberação das suas defesas e aoexpressar a sua realidade como pessoa, gradativamente surge o “insight”.Sendo então, existe uma posição constante e natural no ser humano,ocorrendo então um crescimento de todas as capacidades do organismo, sendo queisso deve ocorrer para a manutenção ou crescimento do organismo. Para que ocorrao aconselhamento pastoral, torna-se indispensável para quem irá aconselhar que semantenha em um estado de congruência, para que possa ocorrer o contatopsicológico com o paciente, onde se deve ter como condições facilitadoras um climade confiança por parte do conselheiro, que por sua vez aceita o cliente como de umaforma incondicional transmitindo a sua compreensão empática de forma clara.


46Desvendo-se ver o homem como uma totalidade, embora saibamos que existemfatores de caráter diversos no ser humano, como o aspecto intelectual, emocional,físico, espiritual e mental.Estas condições que foram comentadas e estão presentes nos capítulosdo trabalho são favoráveis para uma mudança psicológica, pois ambas servem comouma relação de ajuda e como Rogers (1977b) comenta em partes do seu livro, que aAbordagem Centrada na Pessoa está fundamentada em que o ser humano é umorganismo em que se pode confiar, sendo então apto a analisar a situação externa einterna, tendo uma compreensão de si mesmo na sua situação, fazendo escolhasbuscando o crescimento, nos passos da sua vida.Desta forma, Carl Rogers e sua abordagem não visam criar um ambientede não aceitação com o Aconselhamento Cristão nem com seus pressupostos, poismediante a não diretividade e sendo centrado na pessoa o aconselhado tem aescolha de qual caminho deve andar. A liberação das defesas do paciente torna-secrucial, pois deste modo ele irá ver o mundo e o seu comportamento de uma formamais aceitável, procurando a resolução das suas dificuldades ou a aceitação delaspara uma melhor forma de vida.O Aconselhamento Pastoral mediante o método Cristão deaconselhamento fundamentado no livro de Collins (2004) demonstra ter partes deum método diretivo de aconselhamento, isto devido à forma como o “mundo cristão”vê o “mundo não cristão”, direcionando os seus seguidores a andar conforme asEscrituras, porém cabe ao psicólogo cristão fundamentado na Abordagem Centradana pessoa deixar que o aconselhando siga o seu caminho de escolhas, pois é elequem decide o seu caminho não o aconselhador.No Aconselhamento Cristão estão presentes os atributos essênciasdesenvolvidos por Rogers para que ocorra um aconselhamento de sucesso, como aempatia, a compreensão empática, a congruência, a autenticidade, e o clima deaceitação. Sendo então que se colocados em prática por um aconselhador apto paratal trabalho, existem poucas chances de não ocorrer uma melhora no individuo quebuscou o aconselhamento.Então temos um desafio para o conselheiro pastoral atuante no métododa Abordagem Centrada na Pessoa, que é: auxiliar a clientela, sem acusação oucensura, e por sua vez a passar pelos bloqueios, tendo como proposta ocrescimento da pessoa como um todo, seja psicologicamente ou espiritualmente


47falando, objetivando um desenvolvimento pleno através da competência e emconformidade com os valores que ela acredita.Finalizando pode-se afirmar que o aconselhamento não diretivo pode seraplicado ao Aconselhamento Pastoral, deste que não haja diretividade por nenhumaparte no aconselhador, que visa à pessoa e não ao problema, deixando que aprópria pessoa escolha o seu caminho, mesmo que seja segundo as Escrituras ounão. Embora mesmo que não seja direcionado o aconselhador cristão deve possuirum conhecimento da cultura cristã, pois ele não poderá criar um ambiente de ajudase não tiver este conhecimento.


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