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Vamos à luta! Vamos à luta! - ascpderj

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JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES DO PRODERJ Fevereiro/2009 7<br />

Saúde Pública<br />

IASERJ: 30 anos de <strong>luta</strong> para sobreviver<br />

O<br />

Com emergência reestruturada, hospital pode ser utilizado pelos servidores públicos<br />

FOTOS: VANOR CORREIA<br />

Mariléia uma corajosa defensora do IASERJ<br />

IASERJ – Instituto de Assistência<br />

dos Servidores do Estado<br />

do Rio de Janeiro – surge por<br />

decreto lei em 1931 para prestar<br />

assistência médica e social aos empregados<br />

do município. Na época se chamava<br />

Sociedade Hospitalar dos Empregados<br />

da Prefeitura Distrito Federal, quando<br />

o Rio de Janeiro ainda era capital.<br />

Além disso, funcionam as Unidades<br />

de Ambulatórios Periféricos nos bairros<br />

de Madureira, Penha, Gávea, Maracanã,<br />

Campo Grande, onde está localizado o<br />

Hospital Geriátrico Eduardo Rabelo e<br />

unidades nos municípios de Niterói e<br />

Nova Iguaçu, que foi fechado. O IASERJ<br />

é um patrimônio público construído com<br />

recursos do governo do estado e, principalmente,<br />

de seus servidores.<br />

Até o ano de 1982 o dinheiro descontado<br />

do contracheque dos servidores<br />

era destinado para investimento e manutenção<br />

do IASERJ. Foi nessa época,<br />

no governo de Leonel Brizola que surge<br />

o Caixa Único, gerando a partir de então,<br />

o sucateamento da Autarquia. Mas<br />

a situação se agrava mesmo no governo<br />

de Anthony Garotinho, quando este<br />

cria o Rioprevidência e transfere a contribuição<br />

de 2% do IASERJ para a área<br />

de Previdência do estado, que já tinha<br />

a contribuição de 9% destinada ao então<br />

IPERJ (Instituto de Previdência do<br />

Estado do Rio de Janeiro), desmantelando<br />

a seguridade social estadual.<br />

Porém, foi no atual governo de Sérgio<br />

Cabral que o IASERJ quase chega a ser<br />

Em reportagem exclusiva do jornal Divulgando, a presidente da<br />

Associação dos Funcionários do IASERJ (Afiaserj), Mariléia<br />

Ormond, e a diretora Marli Silva Rocha, denunciam o<br />

sucateamento do IASERJ, e que se agravou com a tentativa<br />

de extinção do hospital pelo atual governador Sérgio Cabral.<br />

Também relatam a <strong>luta</strong> incansável dos trabalhadores para<br />

manter o pleno funcionamento do Instituto.<br />

Equipamentos novos na emergência<br />

extinto. Com os recursos do Instituto<br />

desviados para o Rioprevidência o Hospital<br />

entra em colapso. Em 2007 são<br />

suspensas as internações de pacientes<br />

cirúrgicos, obstétricos, como, também,<br />

de atendimento semi-intensivo ou<br />

intensivo. No ano seguinte intensificamse<br />

a política para destruir o Instituto,<br />

com a desativação do Centro Cirúrgico<br />

(coração do hospital), serviços de emergência,<br />

UTI Neonatal, Pediatria, e diversas<br />

clínicas especializadas nas suas<br />

variadas patologias. Por último o governador<br />

Sérgio Cabral, através do seu Secretário<br />

de Saúde Sérgio Côrtes assina<br />

um termo de Cessão de uso dos imóveis<br />

do IASERJ gratuitamente e por prazo<br />

indeterminado em favor do Instituto<br />

Nacional do Câncer (INCA).<br />

A <strong>luta</strong> pela manutenção<br />

Desde 1982 os servidores começaram<br />

a denunciar o sucateamento do Instituto.<br />

A dedicação da presidente da Afiaserj,<br />

Mariléia Ormond, juntamente com o corpo<br />

funcional da Autarquia, que em mo-<br />

Parte do IASERJ ainda está abandonada<br />

mento algum esmoreceu, mesmo quando<br />

a presidente da Afiaserj teve recentemente<br />

sua casa metralhada. A <strong>luta</strong> dos<br />

servidores do Instituto conseguiu sensibilizar<br />

os deputados da Alerj, que obteve<br />

da casa legislativa o apoio de R$ 10 milhões<br />

para a reestruturação do hospital.<br />

Uma pequena reforma foi realizada no<br />

IASERJ com esse dinheiro. Hoje só o setor<br />

de emergência funciona. A outra parte<br />

onde foi realizada a reforma funciona o<br />

Hospital São Sebastião, que funcionava<br />

no bairro do Caju, Zona Portuária, e foi<br />

referência em doenças de infectologia do<br />

RJ, e que recentemente foi fechado.<br />

Para Mariléia, essa situação de sucateamento<br />

é um ato criminoso, pois “um<br />

hospital que foi referência no atendimento<br />

médico, cirúrgico e social, com a doação<br />

de óculos e aparelhos ortopédicos,<br />

onde existia uma equipe de profissionais<br />

que atendia na casa dos servidores, com<br />

toda a infra-estrutura, com ambulâncias,<br />

médicos, enfermeiras, assistentes sociais,<br />

hoje, passa por essa situação, onde<br />

os prontuários dos pacientes, assim<br />

como os móveis do Instituto, patrimônio<br />

do estado e dos servidores, estão jogados<br />

nas salas fechadas, realmente chega<br />

a ser uma absurdo”.<br />

A diretora da Afiaserj, Marli Rocha reforça<br />

as palavras de Mariléia e sintetiza o<br />

grandioso histórico do Centro Cirúrgico,<br />

que funcionava muito bem até meados<br />

dos anos de 1980. “Na década de 70<br />

havia em torno de 30 a 40 cirurgias por<br />

dia. Havia cirurgia desde a pediátrica <strong>à</strong><br />

cardíaca, até mesmo de neurocirurgia,<br />

com alta complexidade. Mesmo na época<br />

do governo Garotinho, quando o número<br />

de cirurgias havia diminuído, se<br />

mantinha as cirurgias ginecológicas, e as<br />

cirurgias gerais, como hérnia, vesícula,<br />

urologia e neurocirurgia. No início dos anos<br />

90, o hospital chegou a realizar atendimento<br />

de implante dentário, cirurgias<br />

plásticas, da estética <strong>à</strong> reparadora das<br />

mais complexas, da pálpebra <strong>à</strong> uma<br />

lipoaspiração, esse era um “plano de<br />

saúde” que não pergunta quanto você<br />

pagou para saber se você tem direito a<br />

determinado tipo de atendimento, como<br />

uma cirurgia por vídeo, como era realizada”,<br />

sentencia Marli. Até dois anos atrás<br />

essas cirurgias eram realizadas, mesmo<br />

sem recursos. Hoje esse prédio onde se<br />

realizavam as cirurgias está desativado,<br />

existe no lugar do povo andando pelas<br />

suas escadas, um enorme cadeado, impedindo<br />

o seu acesso.<br />

Voltar a utilizar o IASERJ<br />

Mariléia convoca todas as entidades<br />

do estado e os servidores a entrarem<br />

nessa <strong>luta</strong> pela defesa do seu Instituto,<br />

pela saúde física e material dos servidores<br />

do estado que não necessitam<br />

pagar plano de saúde, por terem uma<br />

rede de hospital público de qualidade,<br />

com profissionais de ponta. O IASERJ<br />

foi um hospital-escola. Os donos da<br />

rede Dor’ são profissionais oriundos do<br />

IASERJ, afirma Mariléia.<br />

“Nenhum ser humano funciona sem<br />

coração. O mesmo acontece com o hospital,<br />

que não funciona sem o Centro Cirúrgico.<br />

Por esse motivo, todos os servidores<br />

devem ocupar o IASERJ, onde voltou<br />

a funcionar o setor de emergência com<br />

os aparelhos de última geração. Mas<br />

queremos reativar o Iaserj totalmente.<br />

Para isso, precisamos da união de todos<br />

os servidores nessa <strong>luta</strong> que estamos<br />

empreendendo”, conclui Mariléia.

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