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a dicotomia sociedade-natureza - Observatorio Geográfico de ...

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Anais do X Encontro <strong>de</strong> Geógrafos da América Latina – 20 a 26 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2005 – Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

totalida<strong>de</strong> sem limites precisos. A diferença sutil é que o pensador holista vê<br />

conexões <strong>de</strong>le com tudo mais que exista.<br />

A geografia, a partir do momento citado anteriormente – ao que<br />

tudo indica – ao invés <strong>de</strong> adotar o estudo dicotômico entre ser e ambiente –<br />

po<strong>de</strong>ria optar pelo estudo das diferentes formas da <strong>natureza</strong>, vendo-as como<br />

uma continuação <strong>de</strong> nossos próprios corpos. Assim, o espaço não se<br />

caracterizaria mais como objetivo ou subjetivo. A relação entre <strong>socieda<strong>de</strong></strong> e<br />

<strong>natureza</strong> não mais existiria, pois não haveria um e outro, não haveria partes<br />

no todo, mas um todo (ou uma unida<strong>de</strong>) que não para <strong>de</strong> se transformar. O<br />

que é visto por nós como “parte” po<strong>de</strong>ria ser substituído pela idéia dinâmica<br />

<strong>de</strong> individualida<strong>de</strong>, que é, sutil, mas diferente. Isso não é negativo, pois o<br />

ambiente é vivo, tudo é vivo, o universo <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser visto como um gran<strong>de</strong><br />

caixote contendo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si, partes que se chocam umas contra as outras<br />

numa dinâmica conflituosa, assim como o espaço geográfico <strong>de</strong>ixaria <strong>de</strong> ser<br />

conflituoso no que diz respeito as suas relações cotidianas, para então se<br />

tornar cooperativo, como ocorre com o restante da <strong>natureza</strong>. Deixa também<br />

<strong>de</strong> ser morto e sem nexo – pelo fato <strong>de</strong> não sabermos on<strong>de</strong> começa e<br />

termina, da mesma forma que a <strong>de</strong>scrição do espaço geográfico <strong>de</strong>ixaria <strong>de</strong><br />

se <strong>de</strong>ter a <strong>de</strong>scrição minuciosa e cansativa do restante da <strong>natureza</strong> (vista<br />

como objeto – incluindo não só a geografia física como também a geografia<br />

humana), rompendo assim com esta visão do restante da <strong>natureza</strong> como<br />

sendo algo apenas recursivo. O ambiente po<strong>de</strong> ser visto numa outra ótica,<br />

sendo auto organizador (Maturana, Varela e Bateson), criativo, recriando-se<br />

em novas formas num diálogo infinito (Prigogine). Assim tudo é feito <strong>de</strong> um<br />

mesmo estofo, da mesma substância essencial, diferenciando-se apenas<br />

pela forma que ganha a partir <strong>de</strong> cada olhar individualizado. Se a<br />

cooperação existe no espaço geográfico, o restante da <strong>natureza</strong>, por<br />

intermédio da dinâmica, se encarregaria <strong>de</strong> reequilibrar a teia que<br />

<strong>de</strong>sequilibramos com a nossa noção <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m (sem consi<strong>de</strong>rarmos as<br />

flutuações). Nossa própria visão do que venha a ser o caos é equivocada<br />

(Gleick). Não <strong>de</strong>vemos também <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> salientar a importância das<br />

individualida<strong>de</strong>s no todo. Passamos a abordar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, as formas ou os<br />

padrões. As individualida<strong>de</strong>s são formas diferenciadas da <strong>natureza</strong>, mas não<br />

são partes estanques <strong>de</strong>sta, não estão separadas, mas inseridas na<br />

dinâmica transformadora do restante <strong>natureza</strong>. Isto também significa dizer<br />

que a forma não é algo em separado do restante da <strong>natureza</strong>, <strong>de</strong>sfazendo-se<br />

por este motivo, a <strong>dicotomia</strong>; e que, portanto, organiza-se e <strong>de</strong>sorganiza-se<br />

infinitas vezes. O fato <strong>de</strong> a forma ser individualizada no restante da<br />

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