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SEMANA DE ORAÇÃO DE JOVENS ADVENTISTAS 2009<br />

PORQUÊ?<br />

Assunto geral da Semana de Oração de Jovens 2009<br />

Título: RECUPERAR!<br />

O Departamento de Jovens da Conferência Geral acredita<br />

firmemente na necessidade de enfrentar o desafio de procurar e<br />

reclamar os perdidos. Desde sempre que estamos atentos e nos<br />

preocupamos com os jovens que nascem em famílias que<br />

frequentam a Igreja; mas eles estão a abandonar a Igreja como<br />

água que nos escorre por entre os dedos. O evangelho de Lucas, no<br />

capítulo 15, mostra- -nos como Cristo, o Bom Pastor, procura a<br />

Sua ovelha perdida até a encontrar, deixando as restantes 99 num<br />

local seguro. Como pastores de jovens, devemos imitar este<br />

exemplo.<br />

Durante o ano de 2009, o ano de brilhar, deveria colocar-se uma<br />

ênfase particular na regeneração da nossa juventude.<br />

Ênfase 1<br />

Criar uma lista extensiva de todos os jovens inscritos no<br />

Departamento de Jovens local a fim de saber quem frequenta a<br />

Igreja e quem não o faz. Se não for possível obter uma lista<br />

completa, use aquela de que dispõe e peça aos restantes jovens da<br />

sua igreja os nomes e as moradas dos seus amigos, aqueles que<br />

costumavam ir à igreja e que agora já não vão. Encarregue alguém<br />

de continuar a visitar os membros afastados quando estes forem<br />

contactados.<br />

Ênfase 2<br />

Realize um Programa Anual de Reencontro, durante três meses, que<br />

culmine, num Sábado, com uma festa de Boas-vindas. Inicie um<br />

plano de oração por cada um dos jovens inactivos.<br />

Ênfase 3<br />

Convide estes jovens a participarem em actividades sociais. Dê-lhes<br />

tempo para decidirem. Se os tiver convidado uma, duas ou até três<br />

vezes sem obter uma resposta da parte deles, não desanime e tente<br />

novamente.<br />

Ênfase 4<br />

Inicie visitas de grupo. Se possível, realize estes encontros nas casas<br />

dos jovens dispersos. Tanto o pastor como os seus amigos<br />

desempenham um papel muito importante na tarefa de os trazer de<br />

UNIÃO PORTUGUESA DOS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA


novo para a igreja. Convide alguns amigos para o acompanhar<br />

nestas visitas.<br />

Ênfase 5<br />

Reserve um Sábado de Boas-vindas a nível da Conferência<br />

Geral/Divisão, em que todo o programa seja especificamente<br />

direccionado para os jovens que regressam à igreja. Todas as<br />

igrejas deverão realizar este programa na mesma data.<br />

Ênfase 6<br />

Organize um programa de aconselhamento juvenil. Cada jovem<br />

regressado deverá estar ao cuidado de um conselheiro crente que o<br />

possa encorajar. Prepare um Manual de Aconselhamento.<br />

Ênfase 7<br />

Ensine os membros da igreja a serem amáveis e agradáveis para<br />

com os jovens que agora voltam para a igreja. Permita que estes<br />

jovens cresçam dentro da igreja e desenvolvam a sua experiência<br />

cristã.<br />

Ênfase 8<br />

Ajude estes jovens a envolverem-se na vida da igreja. E, se possível,<br />

integre-os em pequenos grupos de jovens.<br />

SOBRE O AUTOR<br />

O Pastor Steyn Venter é responsável por duas igrejas em<br />

Bloemfontein, na África do Sul. Está actualmente a preparar o seu<br />

mestrado em Teologia Pastoral, sendo, neste aspecto, um dos<br />

estudantes pioneiros da Universidade <strong>Adventista</strong> Africana, uma<br />

nova iniciativa da Conferência Geral. Steyn é casado com Sherryl<br />

Venter e tem três filhos.<br />

Título: LEIA ISTO PRIMEIRO<br />

Retirar destas meditações tudo aquilo que elas têm para nos dizer, irá<br />

requerer muita oração, muito planeamento e trabalho de equipa.<br />

Mas isto é possível de ser realizado. Aqui ficam algumas dicas<br />

para o auxiliar no seu planeamento.<br />

Planeie com tempo. Comece já o seu plano.<br />

Sabemos que, por vezes, os líderes dos departamentos mudam no<br />

fim do ano, mas, por favor, mesmo que não seja o líder do<br />

Departamento de Jovens no próximo ano, não permita que isto o<br />

impeça de planear esta semana especial. Faça o seu plano,<br />

desenvolva os seus objectivos, e junte a sua equipa, assegurando-se<br />

de que o pastor da igreja também faz parte dela.<br />

Use o hino tema.<br />

Envolva o coro juvenil. Se a sua igreja não tem um coro, este é o<br />

momento indicado para o formar. A música pode marcar a<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

2


diferença e ajudar a dar um tom mais solene aos serviços<br />

realizados na igreja.<br />

Forme uma equipa de desenvolvimento/revisão da semana de<br />

oração.<br />

Dependendo do número de membros da sua igreja, este grupo deve<br />

ser integrado por quatro a oito pessoas que o deverão acompanhar<br />

na programação de todas as leituras. Inclua nesta equipa somente<br />

jovens adultos que se mostrem interessados e que se comprometam<br />

e os Departamentais dos ministérios jovens (Escola sabatina,<br />

Desbravadores, pastor, etc.). Isto é importante uma vez que assim<br />

permite-se que todo o grupo lidere, e não apenas o responsável<br />

pelos jovens e o seu assistente. Peça ao grupo que se comprometa a<br />

reunir-se durante pelo menos cinco semanas – uma semana para<br />

cada duas meditações e uma semana extra para rever os conteúdos.<br />

Certifique-se, preferencialmente na primeira reunião, de que se<br />

identifica o objectivo e a direcção a seguir e se escolhe um jovem<br />

para falar cada dia.<br />

Faça um inquérito.<br />

Procure saber quem são os jovens pelos quais é responsável.<br />

Escolha, de entre todos os jovens da sua igreja, um grupo central,<br />

mesmo que não estejam a frequentar as reuniões. Partilhe com eles<br />

os seus planos e objectivos para a Semana de Oração. Comece<br />

lentamente, comece aos poucos, mas comece cedo.<br />

Organize um Programa de Reencontro.<br />

Use o último Sábado para lançar o desafio de um Programa Anual de<br />

Reencontro, com a duração de três meses, que culmine, num<br />

Sábado, com uma festa de Boas-vindas. Inicie um plano de oração<br />

por cada um dos jovens inactivos.<br />

Obtenha uma cópia do livro “Unleash the Dream”, editado por<br />

Andy nash. Contacte-nos para obter uma cópia gratuita. Faça o seu<br />

pedido através do e-mail: DunchieM@gc.adventist.org<br />

Título para a Semana de Oração 2009:<br />

PORQUÊ?<br />

“Vem e vê”<br />

Tese: Desafiar os jovens a viver uma vida como a de Cristo; um tipo<br />

de vida que leve as pessoas a perguntarem-se: “Porquê?”, abrindo,<br />

desta forma, as portas para o evangelismo, através dos seus<br />

testemunhos vivos.<br />

Primeiro Sábado: O QUE VÊS?<br />

Texto Bíblico: Actos 8:4-8 e 9:36<br />

Ênfase: Procurando exemplos vivos.<br />

Domingo: TOMA O PARTIDO DE DEUS<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

3


Texto Bíblico: Tiago 3:13<br />

Ênfase: Acções e palavras.<br />

Segunda-feira: CONSEGUES VER?<br />

Texto Bíblico: Mateus 25:31-46<br />

Ênfase: Vendo as oportunidades.<br />

Terça-feira: O GRITO SILENCIOSO<br />

Texto Bíblico: Mateus 5:16, I Pedro 2:12<br />

Ênfase: Agindo, não falando.<br />

Quarta-feira: ISTO É IMPORTANTE?<br />

Texto Bíblico: Mateus 25:14-30<br />

Ênfase: Grande ou pequeno: faz a diferença.<br />

Quinta-feira: ESTÃO ELES A VER?<br />

Texto Bíblico: Apocalipse 2:2-3<br />

Ênfase: Fazendo com ou sem aviso prévio.<br />

Sexta-feira: SIMPLES E VERDADEIRO<br />

Texto Bíblico: I Coríntios 2:1-4<br />

Ênfase: Como partilhares a tua fé.<br />

Segundo Sábado: CONTINUA ASSIM<br />

Texto Bíblico: I Coríntios 9:24-27<br />

Ênfase: Uma vida de acção.<br />

1º Sábado: O QUE VÊS?<br />

Texto Bíblico: Actos 8:4-8; 9:36<br />

Em João 1:46 encontramos uma citação com a qual estamos todos<br />

familiarizados: “Vem, e vê.”<br />

Os olhos são, provavelmente, o órgão mais activo do corpo humano,<br />

mas são também o mais perigoso. Porquê? Porque aquilo que<br />

vemos influencia o nosso pensamento, o nosso carácter, todo o<br />

nosso ser. E, mais importante do que tudo, a forma como vemos<br />

influencia a nossa relação com Cristo. Como está escrito em<br />

Provérbios 23:7, “Porque como imaginou na sua alma, assim é...”.<br />

Depois de se ter tornado um discípulo de Cristo, Filipe faz um apelo<br />

a Natanael com a mensagem que aparece em João 1:45 e 46:<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

4


“Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os<br />

profetas: Jesus de Nazaré, filho de José.” Nós achámo-l'O!<br />

Contudo, o preconceito de Natanael levou-o a exclamar: “Pode vir<br />

alguma coisa boa de Nazaré?”<br />

Filipe não quis discutir mas lançou-lhe um convite maravilhoso:<br />

“Vem, e vê.”<br />

COMO É QUE VEMOS?<br />

Estamos nós a observar um véu de lágrimas provocadas pelo<br />

desgosto?<br />

Não conseguimos ver mais do que uma noite verdadeiramente negra<br />

de opressão?<br />

Estamos a olhar contra uma montanha de preconceito?<br />

Estamos a olhar para a nossa própria justiça?<br />

Estamos a julgar-nos a nós mesmos?<br />

Estamos a olhar contra o orgulho denominacional?<br />

Olhamos nós para o Jesus histórico mas recusamos ver o Cristo que<br />

vive?<br />

Quando somos convidados a vir e ver, deveríamos vir despidos de<br />

preconceitos, despojados de justiça própria, libertos do próprio eu.<br />

Ellen White escreveu: “Se Natanael tivesse confiado na direcção dos<br />

rabis, nunca teria encontrado Jesus. Foi vendo e julgando por si<br />

mesmo, que se tornou discípulo. Também acontece assim no caso<br />

de muitos hoje em dia, a quem o preconceito impede de aceitar o<br />

bem. Quão diferente seria o resultado, se viessem e vissem.” (O<br />

Desejado de Todas as Nações, Publicadora SerVir, Pág. 108)<br />

Não podemos enviar os outros para irem e verem. Não podemos fiarnos<br />

na experiência de uma outra pessoa. Precisamos de ir e ver<br />

por nós mesmos. Quão diferente seria se tu, tal como Natanael,<br />

estudasses a Palavra de Deus por ti próprio e suplicasses a<br />

iluminação do Espírito Santo para que Ele, que viu Natanael<br />

debaixo da figueira, te veja a ti também.<br />

“Não olhem para si mesmos, mas para Cristo. (...) Quando olhamos<br />

para além de nós mesmos, experimenta-se um constante<br />

sentimento da fraqueza da humanidade” e nós aproximamo-nos<br />

mais e mais e Jesus Cristo. (O Desejado de Todas as Nações,<br />

Publicadora SerVir, Págs. 363, 419)<br />

Em Mateus 2 é-nos dito que os Reis Magos olharam e viram uma<br />

estrela – a Sua estrela. E porque olharam, eles estavam entre as<br />

primeiras pessoas que deram as boas-vindas ao Salvador. As<br />

palavras dirigidas por Herodes aos Reis Magos veiculam uma<br />

grande mensagem para nós hoje: “Ide e perguntai diligentemente<br />

pelo menino...” (Mateus 2:8)<br />

Procuraste-O?<br />

Encontraste-O?<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

5


Em Mateus 8, o leproso ouviu as boas-novas: “Nenhum dos que<br />

procuravam o Seu auxílio tinha sido repelido.” (O Desejado de<br />

Todas as Nações, Publicadora SerVir, Pág. 212) Ele quis ir e ver.<br />

Ele estava determinado a encontrar o Salvador. Embora fosse<br />

impedido de entrar nas cidades, o leproso acreditava que iria<br />

cruzar-se com Jesus ao longo de algum trilho na montanha. Esta<br />

era a sua única esperança!<br />

E a sua oportunidade chegou. Ele ouviu dizer que Jesus se<br />

encontrava nas margens do lago. Estava muita gente à volta d'Ele.<br />

À distância, o leproso não ouvia senão algumas palavras de Jesus.<br />

Ele viu como Ele impunha as Suas mãos sobre os doentes - e<br />

como os aleijados, os cegos, os paralíticos se iam embora curados.<br />

A fé do leproso cresceu. Ele ousou chegar-se cada vez mais perto da<br />

multidão. As restrições colocadas sobre ele, a segurança das<br />

pessoas, o medo com que era olhado por todos, foram esquecidos.<br />

O seu único pensamento era a esperança de ser curado.<br />

Ele era um espectáculo repugnante. A doença tinha-lhe mutilado o<br />

corpo. Ao vê-lo, a multidão recuou apavorada. As pessoas<br />

empurravam-se umas às outras na pressa de se afastarem dele.<br />

Algumas tentaram impedir que se aproximasse de Jesus, mas em<br />

vão. Ele não as via nem as ouvia. Ele não se apercebeu das suas<br />

expressões de repugnância. Ele viu unicamente o Filho de Deus.<br />

Apenas ouviu a voz que chama os mortos para a vida. Avançou<br />

para Jesus, atirou-se aos Seus pés e gritou: “Senhor, se quiseres,<br />

podes tornar-me limpo.”<br />

Jesus replicou: “Quero, sê limpo.”<br />

Quão facilmente somos desencorajados pelas reacções das pessoas.<br />

Mas esqueçamos as pessoas! Fixa os teus olhos em Jesus. Lança-te<br />

aos Seus pés e Ele te responderá: “Quero, sê limpo.” Uma<br />

mudança ocorrerá em ti, porque, ao contemplarmos, somos<br />

transformados.<br />

NA SUA PRESENÇA<br />

Tal como o leproso, também o paralítico de Marcos 2 tinha perdido<br />

toda a esperança de recuperação.<br />

A sua doença era o resultado de uma vida de pecado e o seu<br />

sofrimento era intensificado pelo remorso e pela amargura. Ele<br />

estava completamente desprovido de ajuda. Não havia nenhuma<br />

perspectiva de auxílio de qualquer lado e ele caiu no desespero.<br />

Foi então que ouviu falar das maravilhosas obras de Jesus. Ele<br />

soube que outros tão pecadores e desamparados como ele tinham<br />

sido curados. Até mesmo leprosos tinham sido curados.<br />

Os seus amigos incentivaram-no a ir também ter com Jesus. Eles<br />

carregá-lo-iam até Jesus. Mas a sua esperança desvaneceu-se ao<br />

lembrar-se de como e porquê tinha ficado doente. Ele temeu que o<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

6


puro Médico não o tolerasse na Sua presença. No entanto, não era<br />

tanto a cura física que ele desejava mas sim o alívio da culpa do<br />

pecado.<br />

Se pudesse ver Jesus, se tão somente O visse, se pudesse receber o<br />

perdão, o paralítico ficaria satisfeito por viver ou morrer, de acordo<br />

com a vontade de Deus.<br />

Oh! Se eu pudesse ir à Sua presença!<br />

Não havia tempo a perder; a sua carne já mostrava indícios de<br />

decomposição. Ele pediu aos seus amigos que o levassem na sua<br />

cama até Jesus. Mas a multidão que se tinha aglomerado dentro e à<br />

volta da casa era tão densa que eles não conseguiram alcançar<br />

Jesus.<br />

Uma vez após outra eles tentaram atravessar a multidão, mas em<br />

vão. Tomado por uma inexprimível angústia, ele olha em ao redor.<br />

Como é que ele podia renunciar à esperança logo agora que Jesus<br />

estava tão perto?<br />

Os seus amigos elevaram-no até ao telhado da casa, abriram um<br />

buraco, e fizeram-no descer até aos pés de Jesus. Jesus olhou para<br />

os olhos suplicantes e compreendeu.<br />

“E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, tem bom<br />

ânimo, perdoados te são os teus pecados.” Mateus 9:2<br />

Curado! Perdoado! Quão maravilhoso é o amor de Deus, que se<br />

prostra para curar o pecador.<br />

Quem pode duvidar da mensagem da salvação? Quem é capaz de<br />

rejeitar a Sua misericórdia?<br />

Sim, o paralítico foi para ver – nenhuma barreira o pôde impedir – e,<br />

na presença de Deus, ele foi transformado. Tem coragem: se fores<br />

e vires, os teus pecados serão perdoados.<br />

SENHOR, SALVA-ME!<br />

Mateus foi para ver, e este publicano menosprezado tornou-se,<br />

depois, um dos mais consagrados evangelistas. Pedro ansiou de tal<br />

forma ir ao encontro do seu Mestre quando Ele caminhou sobre o<br />

mar em direcção aos discípulos que, com os seus olhos fixos em<br />

Jesus, caminhou seguramente sobre as águas. Mas quando desviou<br />

os seus olhos de Jesus e tomou consciência do que se passava à sua<br />

volta – o sibilar do vento, as altas ondas que rolavam contra ele,<br />

teve medo. Olhou novamente para Jesus, mas uma onda interpôsse<br />

entre ele e o Mestre. A sua fé abandonou-o, a sua fé<br />

estremeceu... e ele afundou-se.<br />

“Senhor, salva-me!” (Mateus 14:30)<br />

Jesus estava ali para o agarrar.<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

7


Pedro desviou o olhar! Ele desviou o olhar de Jesus e sentiu<br />

dificuldades. Esta não é a altura indicada para algum de nós estar<br />

com problemas.<br />

“Homem de pouca fé, porque duvidaste?” (Mateus 14:31)<br />

O convite está feito – Vem e vê!<br />

Mas certas coisas impossibilitam-nos de ver.<br />

“Todo o pensamento impuro contamina a alma, enfraquece a noção<br />

de moral e tende a apagar as impressões do Espírito Santo.<br />

Diminui a visão espiritual, de modo que os homens não podem ver<br />

a Deus.” (O Desejado de Todas as Nações, Publicadora SerVir,<br />

Pág. 249) A irmã Ellen White diz ainda: “O egoísmo impede-nos<br />

de ver Deus. (...) Egoísmo é morte.” (O Desejado de Todas as<br />

Nações, Publicadora SerVir, Págs. 249, 353)<br />

Os problemas impedem-nos de ver Deus. Nós esquecêmo-nos!<br />

Quando os tornados da tentação se amontoam e os violentos<br />

relâmpagos e as ondas se abatem sobre nós, lutamos sozinhos –<br />

esquecemo-nos de que existe Alguém que pode ajudar-nos.<br />

Também o orgulho denominacional pode impossibilitar-nos de ver<br />

Deus. Os Fariseus olhavam mas não queriam ver.<br />

QUANDO JESUS VEM PARA VER<br />

Até aqui temos vindo a discutir o que poderia acontecer, e o que<br />

deveria acontecer, se fôssemos e víssemos. Mas, o que é que<br />

acontece quando Jesus olha?<br />

Consideremos os seguintes exemplos: Lázaro está morto. Maria<br />

Madalena está ajoelhada aos pés de Jesus e Ele pergunta-lhe:<br />

“Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem, e vê.” (João 11:34)<br />

Em João 11:39, deparamo-nos com a relutância de Marta em que o<br />

corpo decomposto seja mostrado. Mas as impossiblidades naturais<br />

não conseguem impedir o trabalho de Deus. Jesus levantou os Seus<br />

olhos para o Céu e a morte desapareceu. Na presença do Deus<br />

Todo Poderoso nenhum mal pode subsistir.<br />

Jesus não deixa que nada se intrometa entre Si e os Seus filhos. Jesus<br />

falou da Sua morte aos discípulos e Pedro não foi capaz de ficar<br />

calado – “Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te<br />

acontecerá isso.” (Mateus 16:22)<br />

Jesus foi compelido a pronunciar uma das mais severas repreensões<br />

que alguma vez foram proferidas pelos Seus lábios – “Para trás de<br />

mim, Satanás!”<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

8


“Satanás interpusera-se entre Pedro e o seu Mestre, para que o<br />

coração do discípulo não fosse tocado ante a visão da humilhação<br />

de Cristo por ele. As palavras de Cristo foram dirigidas, não a<br />

Pedro, mas àquele que o estava a separar do seu Redentor. “Para<br />

trás de mim, Satanás.” Não te continues a interpor entre Mim e o<br />

Meu errado servo. Deixa-Me estar face a face com Pedro, para que<br />

lhe possa revelar o mistério do Meu amor.” (O Desejado de Todas<br />

as Nações, Publicadora SerVir, Pág. 352)<br />

Em Apocalipse é dito que “todo o olho o verá”. (Apocalipse 1:7) O<br />

olho que se recusar a ver não será digno de olhar para Ele. Serão os<br />

teus olhos usados para O ver? O Mestre está presente e chama-te.<br />

Ele convida-te – Vem e vê!<br />

BOA NOITE<br />

Certa vez, o Dr. Landale, de Nova Iorque, contou a história de um<br />

homem de negócios cristão. Ele teve um acidente e foi levado de<br />

urgência para o hospital. Feitos os exames, os médicos<br />

aperceberam-se de que ele dispunha de apenas algumas horas de<br />

vida. Ele estava ainda consciente e chamou a família para junto da<br />

sua cama.<br />

Primeiro, ele falou com a sua esposa: “Minha querida, és a melhor<br />

mulher do mundo. Estiveste ao meu lado ao longo de todos estes<br />

anos. Foste, muitas vezes, a minha fonte de inspiração. Vi o<br />

espírito de Deus brilhar na tua face. Amo-te mais do que no dia em<br />

que te tornaste a minha noiva. Mas preciso de te dizer boa noite.<br />

Ver-te-ei novamente pela manhã.”<br />

De seguida, Mary, a filha mais velha, sentiu as mãos do pai a tocar<br />

as suas: Mary, tu foste a nossa primogénita. Que alegria que foi<br />

para mim. Estou tão feliz por seres cristã. Nunca te esqueças do<br />

quanto eu te amo, mas, boa noite. Mary, boa noite.”<br />

Pedro, o filho mais velho, foi a seguir. “Estou tão orgulhoso de ti,<br />

meu filho. És tão viril. Persiste no bom caminho da graça e da<br />

virtude. Boa noite, meu filho, boa noite.”<br />

Carl era o seguinte mas ele tinha-se deixado levar por más<br />

influências. O seu pai e a sua mãe estavam muito desiludidos. Por<br />

momentos, ele foi deixado de lado, enquanto o moribundo pai se<br />

dirigia a Hettie: “Minha filhinha, a tua chegada a nossa casa foi<br />

como o iniciar de um novo dia. Tu encheste o nosso coração com<br />

música. No dia em que entregaste o teu coração ao Senhor, o nosso<br />

coração satisfez-se de alegria. Boa noite, minha menina. Ver-te-ei<br />

novamente pela manhã.”<br />

Depois, ele chamou Carl para junto da sua cama e, com lágrimas nos<br />

olhos, disse: “Carl, tu eras um jovem promissor. Acreditávamos<br />

que serias um homem de valor. Demos-te as mesmas<br />

oportunidades que aos teus irmãos, quem sabe ainda mais. Mas,<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

9


filho, tu desapontaste-nos. Seguiste o caminho mais indigno.<br />

Rejeitaste as advertências do Senhor. Ó meu filho, o quanto eu<br />

ainda te amo! Mas, adeus, Carl, adeus.”<br />

Carl agarrou a mão do seu pai e gritou: “Pai, porque é que disseste<br />

boa noite aos outros e a mim dizes adeus?<br />

“Filho, pela simples razão que todos nós conhecemos e amamos o<br />

Senhor que virá outra vez e nos reunirá como uma família, mas tu<br />

– tu escolheste o teu próprio caminho. Adeus, Carl, adeus.”<br />

Junto à cama do pai, Carl ajoelhou-se e rogou ao Senhor que lhe<br />

perdoasse os seus pecados. Ele queria a esperança de voltar a ver o<br />

seu pai.<br />

“Se o disseste de coração, filho, então Deus ouviu-te e vai aceitar-te.<br />

Graças a Deus que posso dizer: boa noite, meu filho, boa noite.”<br />

Carl tornou-se um ministro do Evangelho.<br />

Se a sombra da morte se atravessar no nosso caminho e tivermos que<br />

dizer adeus aos nossos queridos, será adeus ou apenas boa noite?<br />

O Mestre está presente e chama-te.<br />

O convite é feito hoje – vem e vê!<br />

PERGUNTAS PARA DEBATE:<br />

1. O que é que está a manter os teus olhos ocupados?<br />

2. São as coisas que dispendes tempo a fazer e ver aquelas que vão trazer honra e<br />

glória a Deus? Se não, estás preparado para as depositar aos pés de Jesus,<br />

pedindo-Lhe que te ajude a abandoná-las, e a manter os teus olhos postos n'Ele?<br />

3. Tal como o leproso, todos precisamos de manter os nossos olhos em Jesus – Ele é<br />

o nosso exemplo vivo. Colocou Ele na tua vida pessoas nas quais possas procurar<br />

ajuda e a direcção a seguir?<br />

4. Consegues ver o cuidado de Deus e o Seu amor por ti?<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

10


Domingo: TOMA O PARTIDO DE DEUS<br />

Texto Bíblico: Tiago 3:13; Números 14:18-24<br />

No domingo, 18 de Maio de 1980, e depois de dois meses de<br />

incessantes avisos na forma de frequentes tremores de terra,<br />

géiseres e cinzas recorrentes com nuvens de fumo que saíam do<br />

topo da dilatada cratera, o famoso Monte de Santa Helena, no<br />

estado de Washington, explodiu.<br />

As estatísticas publicadas e referentes a esta erupção foram<br />

perturbadoras. A explosão teve o impacto de 50 milhões de<br />

toneladas de trinitrotolueno e foi tão destrutiva quanto uma bomba<br />

de 50 megatoneladas de hidrogénio. Ela excedeu, em 2500 vezes, a<br />

explosão que arrasou Hiroshima. Transformou 260 km 2 de floresta<br />

selvagem numa paisagem tão desolada quanto a da Lua. Destruiu<br />

madeira que seria suficiente para construir 200 000 casas de<br />

madeira, de cinco assoalhadas cada. Matou 22 pessoas, deixou<br />

outras 60 desaparecidas e, de acordo com um repórter de televisão,<br />

atirou para o ar o equivalente a uma tonelada de cinzas vulcânicas<br />

por cada homem, mulher e criança que habita agora a face da<br />

Terra.<br />

Ficamos estupefactos perante a estupidez da raça humana. Pensamos<br />

que as coisas más só acontecem aos outros. Muitos excursionistas<br />

e viajantes afluíram à montanha. Ignoraram os avisos. O Monte de<br />

Santa Helena expelia vapor, fumo, cinzas e estremecia com<br />

dezenas de abalos e tremores de terra. Harry Truman, de 84 anos<br />

de idade, dono da Hospedaria do Monte de Santa Helena, recusouse<br />

a abandonar a montanha. Estas eram as suas palavras: “Não há<br />

nada que aquela montanha possa fazer para me assustar.”<br />

Actualmente, Harry e a sua famosa Hospedaria estão soterrados<br />

sob dezenas de quilos de lama vulcânica. Ele, juntamente com<br />

outras 80 pessoas, desafiaram a sua vida contra a montanha – e<br />

perderam.<br />

Milhões de pessoas são atingidas por um interesse frenético pela<br />

astrologia, pelas predições psíquicas, percepções extra-sensoriais,<br />

feitiçaria, cartomancia, falsas religiões e muitas outras artimanhas<br />

satânicas. Também elas recusam deixar o perigo para trás.<br />

A Humanidade está a curvar-se perante Satanás. Enquanto multidões<br />

se curvam perante ídolos, enquanto toda a gente à tua volta se<br />

submete a Satanás, o Senhor pede-te que te mantenhas firme – que<br />

te mantenhas firme.<br />

Dez espiões entusiasmados foram enviados para explorar a Terra<br />

Prometida. Eles palmilharam a terra de Canaã durante 40 dias – a<br />

terra que Deus queria dar ao Seu povo. Depois de 40 dias, eles<br />

regressaram, tropeçando por causa dos ombros inclinados, e com<br />

os olhos ofuscados. O povo olhou espantado para o enorme cacho<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

11


de uvas e outras frutas que os espiões trouxeram consigo, e<br />

pensou: “Esta é a terra que mana leite e mel. Não é Deus<br />

maravilhoso? Do que é que estamos à espera? Vamos invadir a<br />

terra.”<br />

“Não, não podemos” - disseram os espiões. “As pessoas são fortes.<br />

São enormes. Existem lá gigantes. Existem lá gigantes!” E o povo<br />

de Deus esmoreceu. Baixou os seus ombros e, com um caminhar<br />

arrastado, afastou-se, chorando.<br />

“Esperem!” Dois homens, Josué e Caleb, ergueram-se com fogo nos<br />

olhos. “O Senhor está connosco. Não temam – nós servimos o<br />

Deus vivo. Ponham-se do lado de Deus!”<br />

“Não! Não! Há lá gigantes.”<br />

Dois homens colocaram-se ao lado de Deus.<br />

Põ-te ao lado de Deus. Existem gigantes, amigos, empregos, hábitos<br />

familiares – gigantes que podem amedrontar-te. Mas o Senhor está<br />

contigo – o Deus do Universo! Fica do lado de Deus!<br />

O TESTE<br />

O povo de Deus foi arrastado, ao longo de milhares de quilómetros,<br />

pelo deserto, para casa dos que o tinham capturado, na Babilónia –<br />

o povo tinha-se esquecido de quem era o seu Deus.<br />

Nabucodonosor erigiu a sua estátua de ouro. Ela tinha 30 metros de<br />

altura. As pessoas aglomeraram-se junto a ela. A ordem foi dada:<br />

“prostrem-se e adorem a imagem.” E o povo curvou- -se. O povo<br />

de Deus também fez o mesmo – o rei de Israel, os sacerdotes. O<br />

povo de Deus ajoelhou-se perante um ídolo. Mas três jovens não se<br />

esqueceram do seu Deus. Eles mantiveram-se de pé. Três jovens<br />

recusaram-se a ajoelhar-se perante uma estátua. Três jovens<br />

mantiveram-se do lado de Deus.<br />

Os jovens foram convocados a ir perante Nabucodonosor.<br />

“Ajoelhem-se ou morrem!” – era esta a ordem.<br />

Mas quando estamos ao lado de Deus, não temos medo. “Nós nem<br />

sequer te vamos responder, não nos curvaremos diante do teu<br />

deus.”<br />

Com grande raiva, eles foram atirados para dentro da fornalha<br />

ardente. Rapazes que tinham toda uma vida à sua frente foram<br />

condenados à morte. Eles preferiam morrer do que ajoelhar-se<br />

perante um ídolo. Nabucodonosor empalideceu ao olhar para<br />

dentro da fornalha. O Deus Vivo estava na fornalha ardente. Os<br />

três jovens foram mandados sair. E a estátua foi esquecida – na<br />

presença do Deus Vivo todos os ídolos são colocados de lado.<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

12


Serve o Deus Vivo. Toma o partido de Deus. Estamos a testemunhar<br />

os avisos de Deus; os sinais estão por toda a parte. Enquanto o<br />

mundo se curva diante de Satanás, mantenhamo-nos firmes a Deus.<br />

Durante um baptismo, há cerca de dois meses, fiz um apelo.<br />

Enquanto os adultos que eu esperava que respondessem<br />

permaneceram nos seus lugares, três meninas levantaram-se.<br />

Quando os adultos tiveram demasiado receio, três crianças<br />

levantaram-se.<br />

Existem gigantes – mas não temas. Existem ídolos – mas não te<br />

ajoelhes. Não te inclines perante Satanás. Mantém-te ao lado de<br />

Deus.<br />

És tu um Josué ou um Caleb? És tu um Sadraque, um Mesaque ou<br />

um Abednego?<br />

Toma o partido de Deus!<br />

PERGUNTAS PARA DEBATE:<br />

1. Por que motivo as acções falam mais alto do que as palavras?<br />

2. Que personagens mencionadas hoje poderiam servir de exemplo para ti? Porquê?<br />

3. Desejas tomar um partido? As tuas acções mostram de que lado é que estás?<br />

Segunda-feira: CONSEGUES VER?<br />

Texto Bíblico: Mateus 25:31-46; Apocalipse 3:15-18<br />

A história de Bartimeu, o cego de Jericó, é, aparentemente, uma<br />

história trágica com um final maravilhoso. É uma história de<br />

extrema importância para nós, uma vez que indica quais os passos<br />

que devemos seguir para nos aproximar-mos de Cristo.<br />

Em Marcos 10:46 é dito: “Depois, foram para Jericó. E, saindo ele<br />

de Jericó, com os Seus discípulos e uma grande multidão,<br />

Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava sentado junto do<br />

caminho, mendigando.”<br />

O homem cego tinha um problema enorme. Por causa da sua<br />

cegueira, não podia trabalhar para se sustentar. Então, tinha de<br />

mendigar para sobreviver. E ele estava dolorosamente consciente<br />

do defeito que lhe causava essa impossibilidade. Ele estava<br />

necessitado e sabia disso. Este acontecimento teve lugar alguns<br />

dias antes da Páscoa e muitas pessoas deviam estar a passar por<br />

aquele caminho em direcção a Jerusalém. Muitas pessoas<br />

representavam muito dinheiro, pelo que Bartimeu decidiu<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

13


posicionar-se estrategicamente a fim de não deixar escapar esta<br />

oportunidade de arranjar dinheiro. O melhor lugar situava-se junto<br />

à estrada, perto da entrada para Jerusalém.<br />

Bartimeu não nasceu cego. Ele tinha nascido com um enorme<br />

potencial, mas agora estava cego. Cada um de nós é detentor de<br />

um potencial enorme – mas agora somos cegos. Houve uma altura<br />

na tua vida em que conseguias ver – mas agora estás cego. Ou<br />

talvez tenhas sido sempre cego.<br />

A não ser que reconheçamos as nossas falhas e carências, é<br />

necessário que nos posicionemos estrategicamente. Talvez<br />

precisemos de nos colocar junto à estrada onde as pessoas passam<br />

a caminho de servir Deus. E talvez o próprio Jesus passe por lá<br />

também.<br />

É-nos dito em Marcos 10:47: “E, ouvindo que era Jesus de Nazaré,<br />

começou a clamar, e a dizer: Jesus, filho de David, tem<br />

misericórdia de mim.”<br />

Bartimeu conhecia as suas limitações. Ele estava incapacitado e não<br />

sabia onde procurar ajuda. Circulavam rumores e o nome de Jesus<br />

acendeu nele uma chama de esperança. Quando ele ouviu que<br />

Jesus estava a passar por ali, algo ocorreu dentro de si e, cheio de<br />

fé, gritou: “Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim.”<br />

(Marcos 10:47)<br />

Inacreditável! Ali estava um homem cego, limitado nos seus<br />

movimentos devido à sua condição física. Ele nunca tinha ouvido<br />

Jesus falar, e não o conseguia ver, mas os rumores que tinha<br />

ouvido eram suficientes. Com um ímpeto de fé, ele chamou pelo<br />

“Filho de David”, a designação para o Messias!<br />

Jesus estava constantemente rodeado de muitas pessoas sem<br />

qualquer incapacidade e que podiam vê-l'O e ouvi-l'O. Mas, para<br />

elas, Ele não passava de alguém que realizava milagres – alguém<br />

que as podia alimentar com pão e peixe, alguém que as podia curar<br />

de uma constipação, alguém com quem era interessante passar<br />

tempo – e nunca o reconheceram como o Messias.<br />

O facto de seres cego pode representar a tua salvação. Se tivesses<br />

visto, provavelmente só terias comido pão e peixe – e não terias<br />

encontrado o Filho de Deus. É importante que nos apercebamos<br />

das nossas necessidades.<br />

CONSEGUES VER?<br />

Apocalipse 3: 17 diz: “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e<br />

de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e<br />

miserável, e pobre, e cego, e nu.” Que dramático estar numa<br />

situação assim – uma situação em que te encontras porque não tens<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

14


consciência das tuas necessidades e não reconheces as tuas<br />

limitações e incapacidades.<br />

Pensas que consegues ver e julgas que és rico mas andas por aí nu,<br />

porque, na verdade, és tão pobre que não podes comprar roupas, e<br />

estás tão cego que nem consegues ver que estás despido.<br />

Estás tão alheado da situação em que te encontras que não te<br />

apercebes de que precisas de Deus.<br />

Em João 9:41 é dito: “Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas,<br />

como agora dizeis: Vemos; por isso o vosso pecado permanece.”<br />

Bartimeu ouviu o suficiente para acreditar que estava a falar com o<br />

Messias, o Filho de Deus. Ele focou-se n'Aquele que podia<br />

satisfazer as suas necessidades e pede a Jesus: “Tem Misericórdia<br />

de mim.”<br />

TEM MISERICÓRDIA DE MIM!<br />

Quando o inimigo te atira para um buraco escuro de desespero e<br />

desânimo, e a tua fé vacila e sentes que Deus não é capaz de te<br />

ajudar, clama: “Jesus, tem misericórdia de mim!”<br />

“Deus mora em toda a habitação; ouve cada palavra proferida, escuta<br />

cada oração erguida ao Céu, experimenta as dores e as decepções<br />

de cada alma, e considera o tratamento dispensado a pai e mãe,<br />

irmã, amigo e semelhante. Ele cuida das nossas necessidades, e o<br />

Seu amor, a Sua misericórdia e graça estão continuamente a fluir<br />

para satisfazer as nossas necessidades... No Seu cuidado podemos<br />

repousar tranquilos.” (Filhos e Filhas de Deus, CPB, Pág. 16,<br />

Parág. 3)<br />

O nosso Deus é capaz!<br />

Em Marcos 10:48 diz-se: “E muitos o repreendiam, para que se<br />

calasse; mas ele clamava cada vez mais: Filho de David, tem<br />

misericórdia de mim!”<br />

Cala-te! Não vês que estamos a caminhar com Jesus? Estás a<br />

perturbar a paz. Não sabes comportar-te no meio de pessoas<br />

decentes? Estamos a seguir Jesus e tu estás a atrapalhar-nos.<br />

Cala-te!<br />

As pessoas caminhavam lado a lado com Jesus mas tentavam, por si<br />

próprias, controlar as situações imprevistas. Elas caminhavam com<br />

Jesus e não toleravam o que quer que as incomodasse.<br />

Elas queriam manter o seu estatuto. Muito embora andassem ao lado<br />

de Jesus, elas tinham perdido de vista as suas prioridades, em<br />

detrimento de todas as suas boas intenções. E por causa de outras<br />

vozes que bradavam, muitos filhos de Deus esqueceram-se da sua<br />

posição estratégica – mas Bartimeu não! Ele manteve-se focado<br />

em Jesus e clamou ainda mais alto.<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

15


Não permitas que nada desvie a tua atenção. O enganador serve-se<br />

de muitas coisas, até de algumas coisas boas, para prender a nossa<br />

atenção – coisas sem importância que ele faz rebentar como um<br />

balão de ar quente e que se interpõem entre nós e Jesus. Olhamos<br />

fascinados para o balão de ar quente, com as suas lindas cores, e<br />

que sopra tão alto que nos esquecemos de Jesus. Esquecêmo- -nos<br />

do que realmente se trata. Um dia, este balão de ar quente irá<br />

explodir e então, compreenderemos, chocados, que não<br />

deveríamos permitir que nada nem ninguém, mesmo que venham<br />

em nome de Jesus, façam alguma coisa que se torne mais<br />

importante do que o próprio Cristo.<br />

É dito em Marcos 10:49: “E Jesus, parando, disse que o chamassem;<br />

e chamaram o cego, dizendo-<br />

-lhe: Tem bom ânimo: levanta-te, que ele te chama.”<br />

Jesus ouve o chamado do aflito. Ele nunca está tão ocupado ou<br />

apressado que não tenha tempo para ti.<br />

Jesus ordenou às pessoas que o rodeavam que chamassem Bartimeu.<br />

Repara em como a mensagem das pessoas se modifica na presença<br />

de Jesus. O povo, que tentou tomar conta da situação, que quis<br />

proclamar a sua própria mensagem, gritou a Bartimeu: “Cala-te!<br />

Estás a fazer barulho e perturbas- -nos!” Mas quando essas<br />

mesmas pessoas, enviadas por Jesus, chegam junto de Bartimeu<br />

com a mensagem de Deus, dizem: “Tem bom ânimo: levanta-te,<br />

que ele te chama.”<br />

Que diferença se faz quando somos enviados por Deus para<br />

proclamar a Sua mensagem!<br />

Que mensagem estás tu a proclamar? Estarás a proclamar a tua<br />

própria mensagem? Estarás a proclamar aquilo que é importante<br />

para ti? Quando sais para espalhar a tua própria mensagem e aquilo<br />

que é importante para ti pessoalmente, afastas as pessoas de Deus<br />

e coloca-las nas trevas. Mas quando és enviado por Deus para<br />

transmitir a Sua mensagem, encorajas os outros a erguerem- -se e<br />

a aproximarem-se de Deus.<br />

A REACÇÃO<br />

“Tem bom ânimo: levanta-te, que ele te chama.”<br />

A história continua em Marcos 10:50: “E ele, lançando de si a sua<br />

capa, levantou-se, e foi ter com Jesus.”<br />

A mensagem de Deus exige uma reacção. O homem cego atirou fora<br />

a sua capa, levantou-se e correu para Jesus. Era fundamental para<br />

ele ter uma relação baseada na experiência com Jesus. Não é<br />

suficiente apenas conhecer acerca de Jesus. Jesus deve ser a<br />

motivação para tudo aquilo que fazemos.<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

16


Em Marcos 10:51 diz-se: “E Jesus, falando, disse-lhe: Que queres<br />

que te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista.” Aqui<br />

estava a oportunidade de toda uma vida. “Que queres que te faça?”<br />

Pede tudo o que quiseres. Bartimeu sabia exactamente aquilo que<br />

pretendia. Ele sabia exactamente aquilo de que mais precisava. E,<br />

sem pensar duas vezes, respondeu: “Mestre, que eu tenha vista.”<br />

“Os cegos estão a tactear nas trevas. Comunicai-lhes a luz... alçai a vossa mente à<br />

grandeza da obra. Os vossos planos estreitos, as ideias limitadas, não devem ter<br />

lugar nos vossos métodos de trabalho.” (Evangelismo, CPB, Página 553)<br />

Se tão somente eu pudesse ver! Imediatamente a seguir a este acontecimento, lemos<br />

em Lucas 19 acerca de um outro homem que queria ver – Zaqueu. No verso três é<br />

dito: “E procurava ver quem era Jesus.”<br />

E tal como na experiência de Bartimeu, também nesta situação existiam outras<br />

pessoas entre Zaqueu e Jesus pelo que ele não conseguia vê-l'O. Encontras-te tu no<br />

meio do caminho de alguém que está a tentar chegar a Jesus? És tu um obstáculo à<br />

relação entre alguém e Jesus? Se és, afasta-te.<br />

Quando estás concentrado em Jesus, não podes permitir-te não ver Jesus. A<br />

determinação de Zaqueu em ver Jesus fê-lo desembaraçar-se e esquecer-se da sua<br />

própria dignidade.<br />

O versículo 4 continua a contar a história de Zaqueu: “E, correndo adiante, subiu a<br />

uma figueira brava, para o ver; porque havia de passar por ali.”<br />

Nada deve impedir-te de ver Jesus. Zaqueu tinha de ver Jesus. Este pequeno mas<br />

importante e rico homem, com o seu fato Armani trepou à árvore. Ele não se<br />

importou que o seu caro fato ficasse manchado por causa da casca da árvore. Ele<br />

precisava de ver Jesus!<br />

Sentes este desejo de ver Jesus? Desejas ver Jesus? É a tua vontade tão forte que já<br />

não importa que a tua brilhante e polida dignidade fique manchada?<br />

Voltemos à história do homem cego. Em Marcos 10:52 lê-se: “E Jesus lhe disse: Vai,<br />

a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho.”<br />

Vivemos em tempos de crise e cada um de nós é um “desgraçado, e miserável, e<br />

pobre, e cego, e nu”. (Apocalipse 3:17)<br />

Em Apocalipse 3, versículo 18, Jesus faz-nos um convite: “Aconselho-te que de mim<br />

compres ouro, provado no fogo, para que te enriqueças, e vestidos brancos, para que<br />

te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez, e que unjas os teus olhos com<br />

colírio, para que vejas.”<br />

Muitos de nós ficámos insensíveis ao evangelho. Perdemos o nosso entusiasmo – mas<br />

Jesus vai voltar em breve! Se não pedires a Jesus que abra os teus olhos para que<br />

possas ver, não estarás preparado para O ver quando Ele aparecer nas nuvens.<br />

Ora a Jesus e Ele restaurará a tua visão espiritual. Segue-O durante todo o caminho<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

17


e nunca mais ficarás cego.<br />

PERGUNTAS PARA DEBATE:<br />

1. Que tipo de coisas poderão existir na nossa vida que impeçam os outros de<br />

ver Jesus? Existem áreas na tua vida em que te tenhas tornado cego?<br />

2. Que oportunidades tens tido para partilhar Jesus com os outros? Estás<br />

desejoso de aceitar o desafio, agarrar a oportunidade e agir?<br />

Terça-feira: O GRITO SILENCIOSO<br />

Texto Bíblico: Mateus 5:16; I Pedro 2:12<br />

Leitura Adicional: Salmos 34:1-9, 18<br />

É de madrugada. No Monte das Oliveiras, os primeiros raios de Sol<br />

enchem de cores afogueadas as nuvens macias por cima das<br />

árvores. No crepúsculo desta manhã, um jovem abandona o Monte<br />

das Oliveiras e caminha lentamente em direcção ao templo. O<br />

chilreio dos pássaros é gradualmente abafado pelo som que vem da<br />

pequena vila até que também este se confunde com as vozes<br />

ressonantes das pessoas que se encontram à volta do templo.<br />

O jovem, Jesus Cristo, entrou e sentou-se. Ele começou a ensinar o<br />

povo. Contudo, a Sua pregação foi subitamente interrompida pelas<br />

vozes agitadas da multidão de pessoas que se dirigia para o templo.<br />

Formando uma nuvem de pó, elas pararam diante de Jesus e<br />

atiraram alguém para os Seus pés. Finalmente, o pó assentou. Aos<br />

Seus pés jaz uma jovem mulher, com as roupas rasgadas, e<br />

tremendo de medo.<br />

Em João 8:4 e 5, vemos os Fariseus a dizerem a Jesus: “Mestre, esta<br />

mulher foi apanhada, no próprio acto, adulterando. E, na lei, nos<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

18


mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que<br />

dizes?”<br />

Vagarosamente, Jesus inclinou-Se e começou a escrever na terra<br />

com o dedo. A pergunta era repetida com grande desafio: “O que<br />

dizes tu que devemos fazer com ela?”<br />

Jesus levantou-Se, segurando uma pedra na mão. A mulher<br />

aterrorizada estremece de medo. Esperando o pior, os seus olhos<br />

fecham-se com força. Jesus estendeu a Sua mão e disse: “Aquele<br />

que, de entre vós, está sem pecado, seja o primeiro que atire pedra<br />

contra ela.” (versículo 7)<br />

O Fariseu que se encontrava mais próximo da mulher rapidamente se<br />

esticou para atirar uma pedra, mas a sua mão parou a meio ao<br />

aperceber-se das implicações das palavras proferidas pelo<br />

Salvador. Ele deixou cair a mão devagar, até esta ficar levemente<br />

suspensa ao lado do corpo. Baixou a cabeça e saiu dali lentamente.<br />

Um após outro, todos os Fariseus curvaram as cabeças e afastaramse.<br />

Jesus e a jovem mulher, Maria Madalena, foram deixados<br />

sozinhos. Ninguém permaneceu ali para a julgar e Jesus também<br />

não o fez, pois Ele não veio para julgar. Ele veio para salvar.<br />

Com os olhos escuros e tristes, Maria olhou para Ele, demasiado<br />

assustada para se levantar. Então, da boca de Jesus saíram as belas<br />

palavras:<br />

“Nem eu, também, te condeno; vai-te, e não peques mais.” (João<br />

8:11) Jesus perdoou-lhe os seus pecados mas aguardava que ela<br />

alcançasse a vitória sobre eles, que vencesse o pecado na sua vida.<br />

“Vai, Maria, e não peques mais.” Maria Madalena é uma jovem<br />

mulher em cuja história de vida o Plano da Salvação pôde ser visto<br />

colocado em prática. Na sua vida, vemos a realidade das palavras<br />

que Jesus proferiu em João 8:36: “Se, pois, o Filho vos libertar,<br />

verdadeiramente sereis livres.”<br />

Na história da sua vida, vemos expressa a esperança do homem.<br />

Nela encontramos não só uma Salvação teórica, mas uma salvação<br />

que é apresentada a cada um de nós como uma realidade prática –<br />

uma realidade que também pode ter lugar na nossa vida. Graças a<br />

Deus que a Sua mensagem de Salvação não são meras palavras<br />

vãs, mas sim uma realidade maravilhosa e possível para cada um<br />

de nós.<br />

Maria Madalena era uma mulher que, de acordo com a lei dos<br />

Judeus, merecia a morte. Os seus pecados eram tantos que ela foi<br />

apanhada numa teia de aranha da qual não se conseguia libertar.<br />

Mas Jesus veio até ela com um amor imenso. Ele estendeu a Sua<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

19


mão e libertou-a da teia do pecado. Ele libertou-a e concedeu-lhe<br />

uma nova oportunidade.<br />

Meus amigos, nenhum pecado é tão grande que Jesus não o possa<br />

perdoar. Não temos de ficar presos pelo pecado. Há esperança para<br />

nós, mas essa esperança não existe em nós mesmos. A nossa<br />

esperança está em Jesus Cristo. Se ele foi capaz de expulsar os sete<br />

demónios de Maria, do mesmo modo Ele livrar-nos-á das garras de<br />

Satanás.<br />

Na Sua misericórdia, Jesus perdoou a Maria os seus pecados e o seu<br />

coração transbordou de gratidão e amor. Aqui estava Um que não<br />

só não a condenou mas que estava pronto a ajudá-la.<br />

Nas semanas que se seguiram, Jesus permaneceu frequentemente na<br />

pequena casa, em Betânia, onde Maria e a sua família viviam. Ali,<br />

Ele falou abertamente, não por parábolas. Aqui encontramos o<br />

segredo da vitória de Maria – Maria sentou-se aos pés de Jesus,<br />

absorvendo cada palavra que Ele dizia.<br />

Marta, a sua irmã, encontrava-se ocupada a cozinhar. Então, ela<br />

dirigiu-se a Jesus, queixando-se de que era ela quem tinha de<br />

realizar todo o trabalho. Há por aí muito trabalho para as Martas do<br />

nosso mundo com todo o seu zelo pelo trabalho religioso activo.<br />

No entanto, Jesus é muitas vezes esquecido neste trabalho. Muito<br />

frequentemente encontramo-nos tão envolvidos nas actividades<br />

religiosas que perdemos a Essência do Evangelho. É hora de nos<br />

preocuparmos connosco, e irmos sentar-nos aos pés de Jesus<br />

juntamente com Maria. É ali que está depositada a nossa salvação,<br />

é ali que está a nossa esperança – sentados aos pés de Jesus e<br />

ouvindo as palavras vivificantes que fluem dos Seus lábios.<br />

É-nos desvendada uma outra situação relativa à história desta jovem.<br />

Desta vez, vêmo-la afectada por uma grande e profunda tristeza. O<br />

seu irmão Lázaro está morto.<br />

Aparentemente, Jesus permaneceu longe deliberadamente e Maria e<br />

Marta são deixadas sozinhas na sua dor. Mas elas não estavam<br />

sozinhas. A graça de Jesus sustinha-as. Ele lamentou cada<br />

momento de angústia que elas tiveram de suportar.<br />

Amigos, Jesus nunca nos deixará sozinhos nos nossos momentos de<br />

aflição. Ele está sempre presente quando mais precisamos d'Ele.<br />

As nossas dores são as Suas dores e a Sua compreensão e o Seu<br />

amor sustêm-nos e confortam-nos. Nunca estamos sozinhos. Jesus<br />

também está cansado da angústia e do sofrimento deste mundo e<br />

Ele anseia voltar para nos vir buscar, mas nós ainda não estamos<br />

preparados para O receber. Quando é que vamos falar abertamente<br />

com Deus? Quanto tempo é que Ele tem ainda de esperar por nós?<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

20


Maria estava muito abatida e não sabia que Jesus tinha chegado.<br />

Mais tarde, Marta chamou-a com estas lindas palavras: “O Mestre<br />

está cá, e chama-te.” (João 11:28)<br />

Jesus está aqui hoje e Ele chama-te. Não te demores mais. Sigamos o<br />

exemplo de Maria: “Ela, ouvindo isto, levantou-se logo, e foi ter<br />

com ele.” (Versículo 29) “Tendo, pois, Maria chegado onde Jesus<br />

estava, e vendo-o, lançou-se aos Seus pés” (Versículo 32) com<br />

grande pesar.<br />

É isto que devíamos fazer com as nossas aflições: levá-las aos pés de<br />

Jesus. Ele compreende-nos e preocupa-se de facto connosco. Isto é<br />

claramente visível no bonito e comovente versículo: “Jesus<br />

chorou.” (João 11:35)<br />

Amigo, Jesus compreende. Ele sabe aquilo por que estás a passar e<br />

preocupa-se porque Ele ama-te muito. Ninguém está demasiado<br />

quebrado que não possa ser consertado pelo Carpinteiro de Nazaré.<br />

O Seu coração meigo e compassivo está constantemente preparado<br />

para simpatizar com os que sofrem. Ele chora com os que choram<br />

e alegra-se com os que se alegram. Jesus Cristo espera por ti.<br />

Talvez possas dizer que não precisas d'Ele, mas já alguma vez<br />

pensaste que Ele pode precisar de ti?<br />

Uma outra cortina é levantada e desta vez vemos Maria na festa em<br />

casa de Simão. Tendo ouvido Jesus falar acerca da Sua morte<br />

próxima, ela usou todo o dinheiro que possuía para comprar<br />

unguento a fim de ungir o corpo de Jesus.<br />

Posso imaginar Maria a pedir um unguento ao comerciante. Vendo<br />

nela nada mais do que uma pobre camponesa, ele sugere-lhe um<br />

preparado barato.<br />

“Não tem nada melhor?” – pergunta ela.<br />

“Sim, tenho um de melhor qualidade, mas vai custar-te duzentos<br />

dinheiros.”<br />

“E não tem um ainda melhor do que este?” – insiste ela .<br />

“Sim, só tenho o mais delicado e o mais caro, mas são trezentos<br />

dinheiros. Não vais conseguir comprá-lo, Maria. É só para reis!”<br />

No mais íntimo do seu ser ela exclamou: “É para um rei – o Rei da<br />

minha vida!” Movida pelo amor, ela não podia fazer mais nada.<br />

Guiada pelo amor, ela gastou tudo o que tinha para comprar este<br />

extravagante unguento.<br />

Partindo o dispendioso frasco, ela derramou o líquido sobre a cabeça<br />

e os pés de Jesus. Depois, ajoelhou-se, chorando, e enxugou-Lhe<br />

os pés com os seus longos cabelos soltos, molhados pelas suas<br />

lágrimas. Aquele unguento era um símbolo do coração de Maria.<br />

Foi a demonstração máxima de um amor alimentado por águas<br />

celestiais, até transbordar.<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

21


Não podemos nós, que não possuímos nenhum frasco de unguento<br />

para derramar sobre a Sua cabeça, pelo menos encontrar algumas<br />

lágrimas com as quais lavar estes pés trespassados por nossa<br />

causa? Se pelo menos Jesus conseguisse encontrar em nós sete<br />

demónios para expulsar, poderia ser que aprendêssemos a amá-l'O<br />

como Maria fez! Esta é a nossa única esperança nos tempos que<br />

correm.<br />

Os eventos seguintes na vida de Maria sucederam-se rapidamente.<br />

Encontramo-la novamente em grande sofrimento – um pesar<br />

indescritível. O seu Mestre está pregado na cruz – Aquele que ela<br />

tanto amava – Aquele que a libertou do pecado. O seu coração<br />

estava despedaçado e, aos pés da cruz, Maria chorou.<br />

Depois, vêmo-la junto da sepultura. Ao cair da noite, Maria<br />

Madalena deixa-se ficar junto ao local onde o seu Mestre descansa<br />

e lágrimas de tristeza rolam-lhe pela face em virtude da sorte<br />

d'Aquele que ela tanto amava. No Domingo, de manhã cedo,<br />

algumas mulheres dirigiram-se para a tumba para ungir o corpo do<br />

Salvador. Maria Madalena foi a primeira a chegar ao local e, ao<br />

ver que a pedra tinha sido removida, ela apressa-se a informar os<br />

discípulos.<br />

Maria tinha seguido João e Pedro até ao sepulcro. Mas quando eles<br />

regressaram a Jerusálem, ela deixou-se ficar. Com o coração aflito,<br />

ela olhou para dentro da tumba vazia e viu dois anjos.<br />

“E disseram-lhe eles: Mulher, porque choras?” (João 20:13)<br />

“Ela lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o<br />

puseram.” (idem)<br />

Maria virou-se e ouviu uma outra voz: “Mulher, porque choras?<br />

Quem buscas?” (João 20:15)<br />

Com a visão toldada pelas lágrimas, Maria viu a figura de um<br />

homem. Mas pensando tratar-se do hortelão, diz: “Senhor, se tu o<br />

levaste, diz-me onde o puseste, e eu o levarei.” (João 20:15)<br />

Foi então que ela ouviu a gentil voz: “Maria!” (João 20:16)<br />

Não era um estranho. Ela virou-se e viu diante de si o Cristo Vivo. E<br />

correndo para Ele, lançou-se aos Seus pés e disse: “Mestre!”<br />

Pouco tempo depois, Maria vai ao encontro dos discípulos,<br />

transmitindo-lhes esta mensagem de alegria.<br />

Quantos repetem o choro de desespero de Maria procurando saber<br />

onde está o Salvador?<br />

Para quantos poderão as palavras do Salvador: “porque choras?<br />

Quem buscas?” (João 20:15) ser proferidas?<br />

Ele está bem perto de nós, mas os nossos olhos turvos pelas lágrimas<br />

não O vêem. Ele fala connosco mas não O compreendemos. Oh!<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

22


Que a cabeça inclinada possa ser levantada! Que os olhos se abram<br />

para O verem e que os ouvidos ouçam a Sua voz!<br />

Jesus poderia ter apagado cada chama de esperança da mente de<br />

Maria. Mas não o fez. Foi Ele quem a ergeu do desespero e da<br />

ruína. Sete vezes ela O ouviu a repreender os demónios que<br />

controlavam o seu coração e a sua mente. Ela ouviu os Seus fortes<br />

apelos ao Pai em seu favor, e pela Sua força ela venceu.<br />

Foi Maria quem se sentou aos Seus pés para aprender com Ele.<br />

Foi Maria quem derramou o precioso unguento sobre a Sua cabeça e<br />

molhou os Seus pés com as suas lágrimas.<br />

Maria manteve-se ao lado da cruz e seguiu-O até ao sepulcro.<br />

Maria foi a primeira a ir à tumba depois da Sua ressurreição.<br />

Foi Maria quem primeiramente anunciou o Salvador ressuscitado.<br />

Maria Madalena pode ser vista como uma das pessoas que mais<br />

pecaram durante o ministério de Jesus, mas ela foi a que mais<br />

próxima esteve de Jesus na Sua crucificação.<br />

Jesus conhece as circunstâncias de cada alma. Podes dizer: “Eu sou<br />

pecador, muito pecador.” Até podes ser, mas quanto pior fores,<br />

mais precisas de Jesus. Ele não manda embora nenhuma alma<br />

contrita e a chorar. Ele não diz às pessoas tudo o que poderia<br />

revelar, mas incentiva cada alma temerosa a ter coragem. Ele<br />

perdoará livremente todo aquele que procurar n'Ele o perdão e a<br />

restauração.<br />

Amigos, tal como fez com Maria, Jesus está a chamar-vos hoje.<br />

Sigamos o seu exemplo, sabendo que nenhum pecado é tão grande<br />

que Jesus não o possa perdoar. Lancêmo-nos aos pés do nosso<br />

Salvador e lavêmo-los com as nossas lágrimas, entregando-Lhe<br />

todo o nosso ser. Ele deseja erguer-<br />

-nos do lodo em que nos encontramos. Ele deseja conceder-nos a<br />

Sua força a fim de vencermos o pecado na nossa vida. Peçamos a<br />

Jesus neste momento que nos tire do pecado e que nos conduza<br />

pelo Seu caminho da vitória pois Ele chega até nós hoje com este<br />

maravilhoso convite e com esta promessa.<br />

Em Isaías 1:18 é-nos dito: “Vinde, então, e argui-me, diz o Senhor:<br />

ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se<br />

tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o<br />

carmesim, se tornarão como a branca lã.”<br />

A história de Maria Madalena, provavelmente mais do que qualquer<br />

outra história na Bíblia, mostra-nos aquilo que devemos fazer. Não<br />

podemos simplesmente ficar sentados e esperar que nos<br />

aconteçam as mesmas coisas que aconteceram a Maria. A nossa<br />

história é uma história de participação activa, em que nos é exigido<br />

agir e não falar.<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

23


Frequentemente perdemos muitas horas a discutir o que deveria ser<br />

feito e levamo-nos à exaustão no planeamento de quando e como é<br />

que estas coisas devem ser feitas, e cansamo-nos tanto que, na<br />

verdade, nunca chegamos a pôr os nossos planos em acção. Este<br />

não é o momento para horas e horas de planeamento. É o momento<br />

de passar horas e horas a agir. Jesus vai voltar em breve – não<br />

desperdices todo o teu tempo a planear! A pior coisa que poderia<br />

acontecer era planearmos tanto estar no Céu e nunca chegarmos<br />

realmente a alcançá-lo.<br />

Age – e Deus tratará de preencher os espaços em branco no teu<br />

plano!<br />

PERGUNTAS PARA DEBATE:<br />

1. Maria foi instruída a ir a não pecar mais. Quando Jesus lhe deu esta ordem, Ele<br />

criou uma expectativa na qual deveria envolver-se activamente. O que estás a<br />

fazer para te envolveres, seja na tua igreja ou na comunidade em que vives?<br />

2. O que estás a fazer para mostrar aos outros que amas Jesus? Conseguem eles ver<br />

o Seu amor em ti, ou estás a escondê-lo?<br />

3. Pensa em duas coisas que possas realizar activamente por Jesus, e que não<br />

precisem de palavras mas de um compromisso, e que possam salvar vidas para a<br />

eternidade.<br />

Quarta-feira: ISTO É IMPORTANTE?<br />

Texto Bíblico: Mateus 25:14-30; Apocalipse 19:11-16<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

24


Por vezes interrogo-me se de facto compreendemos a nossa religião.<br />

Pergunto-me se compreendemos realmente o que se passa à nossa<br />

volta. Sabemos o que está a acontecer connosco? Questiono-me se<br />

verdadeiramente compreendemos Deus.<br />

Quando leio uma passagem da Bíblia como a que nos aparece em<br />

Apocalipse 19:11-19, tremo quando O vejo na minha imaginação –<br />

o Deus do Universo!<br />

Estremeço quando nós, enquanto Cristãos, O tratamos como um<br />

“personagem mole” que esperamos que se adapte aos nossos<br />

desejos, às nossas ideias, à nossa religião e aos nossos falsos<br />

ensinamentos, ao nosso desrespeito e à nossa ignorância. É assim<br />

que estamos a tratar o Deus Todo- -Poderoso!<br />

Sabemos com quem estamos a lidar? Com o Deus Vivo!<br />

Não devemos questionar quando Ele fala – não devemos hesitar mas,<br />

sim, responder com poder e convicção - “Assim diz o Senhor!”<br />

Mas ainda assim, este Deus Todo-Poderoso é o mesmo que nos<br />

nasceu como um bebé. Porquê?<br />

Há uma guerra a ser travada – uma guerra poderosa – e nós nem<br />

sequer estamos conscientes disso. Podemos ler acerca do começo<br />

desta guerra em Apocalipse 12:7-9: “E houve batalha no céu:<br />

Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhava o<br />

dragão e os seus anjos; Mas não prevaleceram, nem mais o seu<br />

lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a<br />

antiga serpente, chamada o Diabo e Satanás, que engana todo o<br />

mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados<br />

com ele.” Miguel representa o nome ou o estatuto militar de Jesus<br />

Cristo. Quando Ele parte para a guerra contra Satanás e os poderes<br />

das trevas, então Ele é Miguel – o comandante do exército<br />

celestial.<br />

Na nossa imaginação gostaríamos realmente de ver este conflito<br />

como uma guerra entre cavalheiros. Algo como: “Desculpa,<br />

Lúcifer, importar-te-ias de abandonar o Céu? Seria muito bom se o<br />

fizesses.”<br />

“Claro que sim, Miguel, já que me pediste de uma forma tão<br />

agradável.” Ou: “Desculpa, Gabriel, eu gostaria de tentar este<br />

jovem.”<br />

“Claro, Satanás, leva o tempo de que precisares; mais tarde eu<br />

tentarei trazê-lo de volta ao caminho certo.”<br />

Amigos, não foi isto o que aconteceu na realidade. Em Lucas 10:18,<br />

nós lemos: “Eu via Satanás, como raio, cair do céu.” Lúcifer foi<br />

fisicamente expulso do Céu com uma força tal que pareceu tratarse<br />

de um relâmpago.<br />

É interessante verificar que Jesus também faz uso do seu nome<br />

militar em Judas 1:9: “Mas o arcanjo Miguel, quando contendia<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

25


com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou<br />

pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te<br />

repreenda.” Porquê? Deve ter havido um motivo de força maior –<br />

de tal forma que Jesus foi ao encontro de Satanás na Sua<br />

capacidade militar. Esta grande controvérsia é uma guerra<br />

tremenda travada entre o bem e o mal.<br />

No livro Profetas e Reis, Ellen White escreve: “As batalhas entre os<br />

dois exércitos são tão reais como as travadas pelos exércitos deste<br />

mundo, e do resultado do conflito espiritual dependem destinos<br />

eternos.” (Profetas e Reis, Publicadora SerVir, Pág. 118)<br />

Este ponto é ainda mais desenvolvido quando Ellen White diz: “Não<br />

compreendemos como devemos o grande conflito que vai em<br />

andamento entre agentes invisíveis, o conflito entre os anjos fiéis e<br />

os infiéis. Bons e maus anjos contendem sobre todo o homem. Isto<br />

não é uma luta fictícia. Não é um combate simulado esse em que<br />

nos empenhamos.” (Evangelismo, CPB, Pág. 704)<br />

Em Testemunhos para a Igreja, a irmã White afirma: “Foi-me<br />

mostrado que Satanás não pode controlar a mente, a menos que ela<br />

seja submetida à sua orientação. Os que se afastam do direito<br />

acham-se agora em sério risco. Separam-se de Deus e do vigilante<br />

cuidado dos Seus anjos, e Satanás, sempre alerta para destruir<br />

vidas, começa a apresentar-lhes os seus enganos. Essas pessoas<br />

estão em extremo perigo; e se elas vêem isto e procuram resistir<br />

aos poderes das trevas e libertar- -se dos laços do inimigo, não é<br />

fácil consegui-lo. Aventuraram-se a entrar no terreno de Satanás, e<br />

ele reivindica-as . Não hesitará em empenhar todas as suas<br />

energias, e chama em seu auxílio todos os seus exércitos malignos<br />

a fim de arrebatar um único ser humano que seja, das mãos de<br />

Cristo. Os que têm tentado o diabo a tentá-los, terão de fazer<br />

desesperados esforços para se libertarem do seu poder. Quando,<br />

porém, começam a trabalhar por si mesmos, então os anjos de<br />

Deus, a quem eles ofenderam, virão em seu socorro. Satanás e os<br />

seus anjos não quererm perder a presa. Contendem e batalham com<br />

os santos anjos, e a luta é feroz. Mas, se os que erraram continuam<br />

a suplicar e, em profunda humildade, confessam os seus erros,<br />

anjos magníficos em poder prevalecerão e os arrebatarão de poder<br />

dos anjos maus.” (Testemunhos para a Igreja, Vol. I, CPB, Pág.<br />

301)<br />

Qual é o teu lugar no meio desta grande controvérsia? Tens de ser<br />

apenas um assistente ou espectador passivo? Não! De modo<br />

algum! Muitos de nós não compreendem o papel que têm de<br />

desempenhar.<br />

“Antes que te formasse no ventre, te conheci, e, antes que saísses da<br />

madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta.” (Jeremias 1:5)<br />

Deus já te conhecia mesmo antes de nasceres. Ele separou-te para<br />

realizares uma tarefa específica mesmo antes de veres as primeiras<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

26


luzes. Muitos questionam, com certa indiferença: “O que quer o<br />

Senhor que eu faça?” Pergunta-Lhe.<br />

“Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei<br />

com os meus olhos.” (Salmo 32:8)<br />

“Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me<br />

separou, e me chamou pela sua graça, Revelar Seu Filho em mim,<br />

para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o<br />

sangue.” (Gálatas 1:15, 16)<br />

Fala com Deus sobre o papel que tens a desempenhar; Ele sabe o que<br />

quer que tu faças. Como está escrito em Ester 4:14: “ e quem sabe<br />

se para tal tempo como este chegaste a este reino?”<br />

Deus escolheu-te para viveres nos tempos do fim. Há algo que só tu<br />

– e ninguém mais – podes fazer. Existe alguém que só tu<br />

conseguirás alcançar. Deus acredita em ti. Há um trabalho a<br />

realizar e Ele não o pode confiar a mais ninguém. Não perguntes<br />

quantos talentos tens ou não. Isso não importa. O que importa é<br />

que tenhas aquilo que é preciso para fazer o que Deus quer que tu<br />

faças. Ele capacitou-te para que possas realizar essa tarefa por Ele.<br />

Pergunta-lhe qual é esse trabalho e fá-lo. Não O questiones sobre<br />

como o farás – diz-Lhe simplesmente que estás desejoso de<br />

trabalhar para Ele. Tu és o soldado que Ele quer no Seu exército<br />

para lutar por e com Ele na grande batalha contra Satanás. Farás<br />

isso por Ele?<br />

O diabo tenta desencorajar-nos ou absorver-nos com coisas que<br />

neutralizam o nosso chamado.<br />

Qual é o estratagema que ele usa para nos atacar na nossa vida e na<br />

Igreja? Ele transmite-nos mensagens falsas que nos dão uma<br />

impressão errada de Deus – e fá-lo de tal forma que nós nem<br />

sequer compreendemos o Deus que servimos.<br />

Vou esclarecer-vos acerca de algumas das jogadas que o diabo faz<br />

para nos confundir a fim de não percebermos Jesus.<br />

Ele rebaixa o Deus do Universo a uma personalidade mítica que não<br />

precisa de ser respeitada. Nós vamos à Sua casa mas esquecêmonos<br />

de que o Deus do Universo está ali presente. Brincamos e<br />

falamos ruidosamente na Sua casa – e os anjos cobrem as suas<br />

faces, envergonhando-se de nós pela forma como desonramos<br />

Deus. Atrasamo-nos para o serviço especificamente designado<br />

para cantarmos hinos de louvor a Deus – e quando chegamos, a<br />

nossa desculpa atrapalhada para o que chamamos cantar é uma<br />

vergonha. O diabo ri-se pois sabe que nos esquecemos de que<br />

estamos a lidar com o Leão de Judá.<br />

O diabo está ansioso por nos sussurrar: “Não sejas Cristão. Os<br />

Cristãos são seres fracos.”<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

27


Às vezes tenho de concordar. Tens visto a aparência débil, a forma<br />

frouxa de agir e falar dos Cristãos na televisão? Apetece-me gritar:<br />

“Onde é que está o sangue nas vossas veias? Um Cristão não tem<br />

esse aspecto!” Os Cristãos que cantavam aleluias enquanto ardiam<br />

amarrados a estacas não eram seres fracotes. Os Cristãos que<br />

estiverem vivos nos fins dos tempos e vivos para verem Jesus<br />

voltar não serão seres débeis. Nenhum ser fraco entrará no Céu.<br />

Lemos em Isaías 1:18: “Vinde, então, e argui-me, diz o Senhor.”<br />

Vem a Mim. Vem falar Comigo. Vem exactamente como estás. Eu<br />

irei transformar-te.<br />

Mas então Satanás vem e diz: “Olha para ti; tens de endireitar a tua<br />

vida.” Não somos salvos pelo nosso comportamento, mas pela<br />

nossa relação com Deus. Por nós mesmos não conseguimos mudar<br />

nada, mas o passarmos tempo com Jesus transformará tudo.<br />

Satanás convence-nos de que o mundo é enorme e a religião é<br />

desinteressante. Se pensas assim, apressa-te – o teu tempo é curto.<br />

Mas se procuras uma verdadeira aventura, junta-te ao exército<br />

cristão e vive uma experiência genuinamente empolgante.<br />

Muitas vezes Satanás fala através de nós e dizemos: “Não estou<br />

treinado para falar. Não consigo falar com as outras pessoas.”<br />

Nunca me cruzei com ninguém que dissesse que achava difícil<br />

conversar. Tens uma boca, usa-a.<br />

Muito frequentemente ouço as pessoas a dizerem que estavam<br />

demasiado cansadas para preparar a sua lição da Escola Sabatina,<br />

ou os momentos musicais, ou a oração, ou até mesmo o sermão. É<br />

o diabo que te faz sentir assim tão cansado. No Getsémani, Jesus<br />

suplicou aos Seus discípulos que orassem com Ele, mas eles<br />

adormeceram – estavam tão cansados. Satanás impediu-os de<br />

orarem por Jesus. Estás tão cansado que não consegues preparar-te<br />

convenientemente? Agora já sabes quem te faz sentir cansado –<br />

luta contra ele com o auxílio do poder de Cristo.<br />

“Que nenhum de nós minimize a importância da sua missão e<br />

degrade a tarefa de levar a verdade às pessoas com um<br />

planeamento de fraca qualidade.” (Testimonies to Southern<br />

Africa, p. 10)<br />

Satanás convence-nos, com frequência, a esperarmos pelos líderes<br />

antes de realizarmos algo – muitas vezes esperamos em vão, e não<br />

se faz nada. “Aqueles que se encontram no campo de batalha<br />

devem assumir riscos. Não devem sentir, com cada passo, que<br />

têm de receber ordens dos generais.” (Testimonies to Southern<br />

Africa, p. 10) // [“Deve haver ... alguns riscos a correr por aqueles<br />

que se encontram no campo de luta. Não devem sempre achar que<br />

só podem agir sob as ordens dos dirigentes.” (Evangelismo, Pág.<br />

97)]<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

28


Muitas vezes Satanás mantém-nos demasiado ocupados com a<br />

organização da Igreja. Preocupamo- -nos excessivamente com o<br />

fazer todas as coisas correctas. Vestimos a roupa certa, usamos a<br />

linguagem adequada, damos o nosso dízimo, somos activos na<br />

Igreja – mas esquecêmo-nos do Deus da nossa religião.<br />

Esquecêmo-nos do Cristo do Cristianismo. Satanás mantém-nos<br />

entretidos a ler muitos livros religiosos, até mesmo o Espírito de<br />

Profecia, mas deixamos de ler a Bíblia. Lemos acerca da Bíblia<br />

mas esquecêmo-nos de ler a “carta de amor” que Deus escreveu<br />

para cada um de nós.<br />

Frequentemente ouço a voz de Satanás nas reuniões de conselho da<br />

Igreja: “Temos de remover o pecado do acampamento.” Dizemos<br />

que lutamos contra Satanás mas atiramos os filhos de Deus para as<br />

mãos do inimigo. Meus Amigos, lutem com tudo o que têm a fim<br />

de manterem os filhos de Deus na casa de Deus. Deus incumbiunos<br />

a responsabilidade de levarmos os Seus filhos connosco para o<br />

Céu. Não podemos abandoná-los no campo de batalha deste<br />

mundo.<br />

Satanás faz crer que Deus é um assassino. Ele mata as pessoas e<br />

leva-as para o Céu. Como é que é possível eu ir buscar conforto na<br />

pessoa que matou o meu ente querido? Jesus também chora<br />

quando alguém morre, porque aquela pessoa também era Sua filha.<br />

Cristo não mata ninguém, mas Satanás sim.<br />

Satanás tenta convencer-nos de que o nosso Deus é um Deus sério e<br />

carrancudo que não possui nenhum sentido de humor. E algumas<br />

vezes as pessoas dizem que não devemos rir nem brincar na Igreja.<br />

Quem criou os macacos? Quem fez os saltitões e brincalhões<br />

cordeirinhos? Quem criou o gatinho que corre atrás da sua cauda?<br />

Só um Deus com um sentido de humor podia ter criado estes<br />

animais.<br />

Amigo, reserva tempo para conheceres e compreenderes o teu Deus.<br />

Assim poderás ser um soldado eficaz. Ele irá armar-te para fazeres<br />

o que Ele quer que faças. Podes possuir muitos dons ou até apenas<br />

um – isso não importa. Anseia por seres usado e através do Seu<br />

poder farás grandes coisas por Ele.<br />

PERGUNTAS PARA DEBATE:<br />

1. Podes sentir que és demasiado jovem, ou demasiado idoso, para fazeres algo para<br />

Jesus. Pergunta-lhe porque é que isso não importa.<br />

2. Se acreditas que Jesus vai voltar em breve, acreditas também que Ele irá<br />

capacitar-te para trabalhares para Ele? Discute algumas das formas como Ele agiu<br />

com outros.<br />

3. Toma uma decisão hoje a fim de ficares disponível para que Criste te use, porque<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

29


acreditas que, independentemente dos grandes ou pequenos talentos, Cristo irá<br />

equipar-te com o que for necessário para que possas trabalhar para Ele.<br />

Quinta-feira: ESTÃO ELES A VER?<br />

Texto Bíblico: Apocalipse 2:1-7<br />

A primeira parte da leitura bíblica de hoje está relacionada com as<br />

obras que realizamos por Deus e que são muito importantes. No<br />

entanto, muitas pessoas pensam que basta serem activas na Igreja<br />

para serem boas cristãs. Contudo, nem sempre é assim. A questão<br />

é que, na verdade, tu podes estar a trabalhar contra Deus e a<br />

influenciar outros a afastarem-se d'Ele. O fundamental não são as<br />

tuas acções mas sim o que está dentro de ti. Certa vez, o famoso<br />

pregador Dwight L. Moddy disse: “De entre cem pessoas, apenas<br />

uma lerá a Bíblia; as restantes noventa e nove lerão o Cristão.” É o<br />

amor de Deus reflectido em ti que fará a diferença. Ainda sentes o<br />

mesmo amor que tinhas por Cristo no princípio?<br />

Em Apocalipse 2:4, 5, João declara: “Tenho, porém, contra ti, que<br />

deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e<br />

arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente<br />

a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te<br />

arrependeres.”<br />

Nos seus primórdios, a experiência da Igreja em Éfeso era<br />

caracterizada por uma simplicidade e um zelo semelhantes aos de<br />

uma criança. O povo deleitava-se em fazer a vontade de Deus –<br />

porque o Salvador fazia morada no seu coração. Eles vibravam<br />

com o desejo de levar as Boas Novas da Redenção aos vários<br />

cantos do mundo. O seu amor por Cristo era uma corrente dourada<br />

que os unia e assim iniciaram o trabalho em todas as cidades.<br />

Quão espectacular é ver o entusiasmo dos novos convertidos.<br />

Durante muito tempo eles sofreram atolados nas poças do pecado –<br />

por muito tempo andaram a deambular nas trevas em busca de<br />

felicidade, paz e descanso, mas de todas as vezes esta nova<br />

esperança foi destruída.<br />

Quantas vezes pensaram que tinham encontrado a verdadeira<br />

felicidade – mas foram rudemente despertados pela percepção de<br />

que apenas tinham encontrado um outro caminho tortuoso? Muito<br />

frequentemente, as falsas ilusões resultam em longas noites de<br />

choro quando as cicatrizes antigas se tornam uma nova realidade.<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

30


Em desespero, o converso exclama: “Eu não aguento mais. Não sei<br />

para onde ir. Ó Deus, porque Te esqueceste de mim? Porque me<br />

abandonaste?”<br />

Com uma intensidade profunda, Deus responde: “Meu filho, minha<br />

filha, Eu não te esqueci – tu é que me puseste de lado. Quantas<br />

vezes quis ajudar-te, proteger-te como a galinha guarda os seus<br />

pintainhos, e tu não permitiste?!”<br />

Surpreendido e desorientado, o recém-convertido jaz na lama. Ele<br />

vai tentar uma vez mais. Vai experimentar uma outra coisa. Pode<br />

ser que de facto resulte. Pleno de confiança, ele procura a verdade.<br />

Fielmente Jesus guia-o. Espantado, ele olha fixamente para a<br />

beleza que se depara diante dos seus olhos. Surgem milagres após<br />

milagres. O recém-convertido já não tem medo pois o seu Mestre<br />

está com ele. O passado é deixado para trás. Agora é só seguir em<br />

frente – avançar com Jesus, nunca sozinho! É então que o milagre<br />

maior começa a ter lugar e toda a lama acumulada se desvanece.<br />

Ele já não se encontra na poça lamacenta! Ele é agora uma nova<br />

pessoa em Cristo!<br />

Como uma mulher africana com um balde demasiado cheio de água<br />

à cabeça, a escorrer pelo rebordo enquanto percorre um caminho<br />

ventoso, também o novo convertido se dirige para a Igreja repleto<br />

do poder do Espírito Santo. Os seus olhos brilham com entusiasmo<br />

porque agora vai conhecer as pessoas de Deus. Cheio de<br />

expectativa, ele entra – mas pára, confuso. Não pode ser! Isto não<br />

pode ser verdade!<br />

A Igreja está morta! O fogo extinguiu-se. O recém-convertido olha à<br />

sua volta. Aqui e ali ele vê alguns olhos brilhantes sorrindo<br />

calorosamente. Outros observam-no com olhos mortos – ele<br />

estremece. Muitos atiram-se para os bancos da Igreja como uma<br />

porção de puré de batata e esperam que o pastor derrame algum<br />

molho sobre eles. De pernas paralizadas, o converso senta-se. Mas<br />

logo alguém entra, murmurando rapidamente: “Desculpe, mas está<br />

sentado no meu lugar.” Confuso, ele levanta-se e caminha em<br />

direcção à porta. É seguido pela sua igualmente desapontada<br />

namorada, mas esta é intersectada à porta por uma querida irmã<br />

que deseja ajudar o pastor na sua árdua tarefa. “Nesta Igreja, nós<br />

não usamos maquilhagem.” E tu, que assististe a tudo isto, queres<br />

gritar: “Meu Deus, o que aconteceu ao Teu povo?”<br />

A nossa doutrina até pode estar correcta. Podemos odiar as falsas<br />

doutrinas e resistir àqueles que não são leais aos princípios.<br />

Podemos caminhar com um entusiasmo implacável mas até isso é<br />

insuficiente. Uma religião fria e legalista não conseguirá trazer<br />

almas a Cristo, porque essa será uma religião sem amor, sem Deus.<br />

Muitas vezes, quando novos crentes se juntam a nós e ainda<br />

vibram por Cristo, ouvimos as pessoas dizer: “Que vergonha! Eles<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

31


ainda são novos, em breve endireitar-se- -ão!” Jesus não quer que<br />

eles se endireitem, Ele deseja que nós voltemos ao primeiro amor<br />

que perdemos.<br />

“Lembro-me de ti, da beneficência da tua mocidade e do amor dos<br />

teus desposórios, quando andavas após mim, no deserto, numa<br />

terra que se não semeava.” (Jeremias 2:2)<br />

Jesus ainda se lembra desse tempo. Ele quere-o de volta. Que cada<br />

um de nós se deixe ser convertido e realize as suas primeiras obras.<br />

Mas, por vezes, o ambiente na Igreja é tão frio. O calor do nosso<br />

primeiro amor arrefeceu. Os primeiros trabalhos da Igreja eram<br />

vistos quando a família, os amigos e os vizinhos dos crentes eram<br />

visitados com corações que transbordavam de amor por lhes dizer<br />

o quanto Jesus significava para eles.<br />

Vivemos num momento importante da história mundial. Não nos<br />

podemos sujeitar a manter padrões baixos. O que Cristo foi na Sua<br />

perfeita humanidade, também nós devemos ser, pois temos de<br />

formar caracteres para a eternidade.<br />

“Tenho, porém, contra ti, que deixaste o teu primeiro amor.”<br />

(Apocalipse 2:4)<br />

Não apagámos o objectivo das nossas mentes, mas o zelo para o<br />

alcançar perdeu-se. O primeiro amor do converso por Cristo é<br />

profundo, pleno e impetuoso. Não é necessário que este zelo<br />

diminua com o aumentar do conhecimento – quando mais e muitas<br />

luzes brilham em nós. Esse amor deveria tornar-se mais intenso à<br />

medida que vamos conhecendo melhor o nosso Senhor.<br />

“Tenho, porém, contra ti, que deixaste o teu primeiro amor. Lembrate,<br />

pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras;<br />

quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu<br />

castiçal, se não te arrependeres.” (Apocalipse 2:4, 5)<br />

Porquê? Porque ao separarmo-nos uns dos outros, separamo-nos de<br />

Cristo. Devemos manter-nos juntos. Manter-nos juntos. Não<br />

permitamos que Satanás espalhe a sua sombra diabólica entre os<br />

jovens. Há força na unidade.<br />

“... arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não,<br />

brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te<br />

arrependeres.” (Apocalipse 2:5)<br />

Compreendemos o que o Senhor nos está a dizer aqui? O que é o<br />

castiçal que nos vai ser retirado? Porque abandonámos o nosso<br />

primeiro amor, Ele irá retirar-nos da luz do evangelho.<br />

Em Apocalipse 3:5 é-nos dito: “O que vencer será vestido de vestes<br />

brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

32


vida, e confessarei o seu nome diante do meu Pai e diante dos seus<br />

anjos.”<br />

Que nome irá ser confessado? Em Mateus 10:32 e 33 lemos:<br />

“Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o<br />

confessarei diante do meu Pai que está nos céus. Mas, qualquer<br />

que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante do<br />

meu Pai que está nos céus.”<br />

Quem confessa o Seu nome diante dos povos? Aqueles que se dizem<br />

Cristãos? Não! Aqueles que representam o que o nome “Cristão”<br />

representa. Aqueles que vivenciam uma verdadeira vida cristã. O<br />

primeiro desejo do novo coração é trazer outras almas ao Salvador.<br />

Jesus, o nosso Salvador, aguarda uma resposta à Sua oferta de<br />

perdão amoroso. Respondamos-Lhe hoje!<br />

“Tenho, porém, contra ti, que deixaste o teu primeiro amor.”<br />

(Apocalipse 2:4)<br />

Talvez alguns de vocês sejam recém-casados e talvez muitos de vós<br />

se casem dentro de alguns anos. Como são as vossas relações?<br />

Conseguem os outros ver Jesus na vossa relação?<br />

Quero estabelecer um paralelo deste primeiro amor entre a<br />

humanidade e Deus e o amor nas vossas relações.<br />

Salomão dá-nos bons conselhos em Provérbios 5:15 e 17: “Bebe a<br />

água da tua cisterna, e das correntes do teu poço. (...) Sejam para ti<br />

só, e não para os estranhos contigo.”<br />

E logo de seguida surgem os belos versículos: “Seja bendito o teu<br />

manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade. Como cerva<br />

amorosa, e gazela graciosa, saciem-te os seus seios em todo o<br />

tempo: e pelo seu amor sê atraído perpetuamente.” (Provérbios<br />

5:18 e 19)<br />

Porque é que os sacos lacrimais de muitas jovens mulheres<br />

transbordam em casa à noite? Porque é que alguns caçadores caem<br />

desamparadamente enquanto uma dor enorme e profunda os<br />

queima por dentro? Porque é que as cisternas de algumas gazelas<br />

tiveram que ser poluídas por tantos caçadores que ali vieram saciar<br />

a sua sede? Porque é que as camas de alguns caçadores estão<br />

manchadas? Esquecêmo-nos completamente do amor belo que<br />

Deus quer que tenhamos?<br />

Ouvimos frequentemente: “Mas eu amo aquele homem estranho ou<br />

aquela mulher estranha, e o amor é sagrado, por isso deve ser<br />

correcto.” O amor que é construído com base na infelicidade de<br />

outra pessoa tem um fundamento instável e é um amor falso. O<br />

amor verdadeiro faz felizes ambas as partes envolvidas. Talvez<br />

seja verdade que o amas, mas será que ele te ama a ti ou ama<br />

somente o teu corpo? Uma mulher não é apenas constituída por um<br />

corpo, mas também por uma alma que anseia por reconhecimento.<br />

Os Dez Mandamentos são leis de amor. O amor permite que os<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

33


outros possam ter aqueles que amam. Se não deixarmos que os<br />

outros amem quem querem amar, então odiamo-los. Somos<br />

realmente um exemplo para o mundo no que respeita às nossas<br />

relações? Não me refiro àquilo que pretendemos ser, mas àquilo<br />

que somos. Não gosto de dizer isto, mas sei de muitas pessoas que<br />

são mantidas longe de Deus por causa dos nossos actos.<br />

Filipenses 3:18 diz: “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos<br />

disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de<br />

Cristo.”<br />

O facto de Paulo fazer esta afirmação, chorando, mostra-nos que ele<br />

está a falar acerca dos Cristãos. Se estas pessoas fossem inimigas<br />

declaradas da cruz, ou se negassem que Cristo morreu para nos<br />

salvar do pecado, então não seriam assim tão perigosas para a<br />

Igreja. No entanto, elas confessam ser seguidoras de Cristo mas as<br />

suas vidas revelam que estão fechadas ao poder do Evangelho.<br />

No verso 19, lemos que elas têm pensamentos terrenos e, de acordo<br />

com Tiago 4:4, a amizade do mundo é inimiga de Deus. Uma vida<br />

de imoralidade não pode ser mais do que uma inimiga da cruz,<br />

porque Cristo morreu para nos tornar santos. Somos nós<br />

semelhantes às campas brancas que pelo seu aspecto exterior são<br />

aceitáveis mas por dentro estão cheias de ossos e de toda a<br />

variedade de coisas imundas? Como vamos escapar ao julgamento<br />

do inferno?<br />

Porque nos vendemos de uma forma tão baixa ao diabo? Porque<br />

magoamos os nossos amigos íntimos? Porque envergonhamos as<br />

nossas famílias? Porque injuriamos a causa de Deus? Porque<br />

pormos em risco o passar a eternidade com o nosso amado Jesus?<br />

Ó Senhor, tem misericórdia de nós!<br />

Não deveríamos nós, que fomos vencidos pelo pecado, arrependernos<br />

e ir a Deus em busca de piedade? Que Ele possa pegar nas<br />

feridas que abrimos e curá-las o mais depressa possível.<br />

Que as tuas relações sejam puras e que todos consigam ver Jesus nas<br />

relações que estabeleces com os outros. Lembra-te, estás a ser<br />

observado. O diabo está à espreita, a observar-te e a tentar<br />

apanhar- -te. E pela forma como geres as tuas relações outros<br />

podem voltar-se para Deus. Que nas tuas relações possas<br />

experimentar um bocadinho do Céu aqui na Terra.<br />

PERGUNTAS PARA DEBATE:<br />

1. Quando as pessoas olham para ti, achas que elas vêem o Salvador reflectido em<br />

ti? Se não, existe alguma coisa que possas fazer para alterar a sua percepção?<br />

2. Vale a pena fazer certas coisas quando ninguém está a ver o que estás a fazer?<br />

Discute o que esperas receber com as boas acções – o reconhecimento dos<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

34


homens, ou o reconhecimento de Cristo?<br />

3. Se até agora tens vivido uma vida muito pouco perfeita, Jesus pode transformarte.<br />

Lembra- -te de que quando lhe pedimos todas as coisas, Ele é fiel para no-las<br />

conceder. Fala com Jesus agora mesmo, e pede-Lhe que mude a tua vida para<br />

algo bem melhor.<br />

Sexta-feira: SIMPLES E VERDADEIRO<br />

Texto Bíblico: I Coríntios 2:1, 2; Provérbios 3:1-8, 16-19<br />

Durante quarenta anos, os Filisteus torturaram e subjugaram Israel.<br />

O povo sentia-se desencorajado. Como é que eles poderiam<br />

libertar-se destes Filisteus?<br />

Eles esqueceram-se!<br />

Esqueceram-se do Deus Vivo que os podia ajudar. Manoá e a sua<br />

mulher viviam na pequena vila de Zora – perto dos Filisteus –<br />

perto do inimigo. Ainda assim, eles eram fiéis a Deus.<br />

Certo dia, chegou um homem junto da mulher de Manoá, trazendolhe<br />

notícias maravilhosas: Tu vais ter um bebé, um menino muito<br />

especial – ele salvará Israel! Para esta mulher – uma mulher estéril<br />

– estas eram as mais esplêndidas boas novas que ela alguma vez<br />

tinha ouvido. Ela ia ter um filho! Apressou-se a ir ter com o<br />

marido para lhe contar tudo. Fascinado com o que tinha acontecido<br />

e receoso de que o pudessem educar de forma errada, Manoá<br />

ajoelhou-se e orou ao Senhor.<br />

“Senhor meu, rogo-te que o homem de Deus que enviaste ainda<br />

venha para nós outra vez, e nos ensine o que devemos fazer ao<br />

menino que há-de nascer.” (Juízes 13:8)<br />

Deus tinha um trabalho especial para este menino. A sua mãe teria<br />

de implementar na sua vida os princípios de saúde indicados por<br />

Deus, e também criar esta criança de forma a que ela pudesse<br />

servir o seu propósito.<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

35


De joelhos, e em humildade, cada pai e cada mãe deve procurar a<br />

orientação do Senhor e perguntar: “Como deveremos educar esta<br />

criança que vai nascer?”<br />

Não era suficiente que o filho prometido tivesse uma boa herança da<br />

parte dos pais. Isso teria de ser seguido de uma orientação<br />

cuidadosa e da aprendizagem de bons hábitos.<br />

Desde a meninice, Sansão teria de ser ensinado a ser temperante e a<br />

auto-controlar-se. Poucas pessoas se apercebem do quanto os seus<br />

hábitos alimentares afectam a sua saúde, o seu carácter, a sua<br />

utilidade e o seu destino final.<br />

Manoá não sabia quem era o Homem que falou com eles. Ele<br />

ofereceu-lhe um cabrito e o Homem ascendeu na chama que se<br />

ergueu do altar. Os seus pensamentos evocaram imediatamente as<br />

colunas de nuvem e fogo que guiaram Israel para fora do Egipto –<br />

este era o Filho de Deus! E Manoá exclamou: “... temos visto a<br />

Deus.” (Juízes 13:22)<br />

“Temos visto a Deus!”<br />

Será que Deus já falou contigo? Terás visto Deus e não o soubeste<br />

no momento? Será que Ele está a falar contigo agora?<br />

Sansão nasceu para viver. Nasceu para viver para Deus.<br />

Manoá e a sua mulher depressa perceberam o quão forte o seu filho<br />

era. A cidade de Zora ficava tão próxima dos Filisteus que Sansão<br />

fazia amizade com eles. Estas amizades construídas na sua<br />

juventude iriam obscurecer toda a sua vida. Ele apaixonou-se por<br />

uma jovem rapariga da cidade filisteia de Timnata, e casou com<br />

ela.<br />

Mas ele nasceu para viver para Deus.<br />

Precisamente quando chegou à maturidade, no momento em que<br />

deveria ter respondido ao seu chamado celestial – exactamente<br />

quando deveria ter sido leal – Sansão escolheu unir-se ao inimigo<br />

de Israel. Ele não questionou se ao casar com esta mulher serviria<br />

melhor a Deus. E muito menos se mediante este casamento seria<br />

colocado numa melhor posição a fim de alcançar o objectivo da<br />

sua vida. Deus prometeu conceder sabedoria a todos quantos<br />

desejam honrá-l'O – mas não há nenhuma promessa para aqueles<br />

que somente querem satisfazer-se a si mesmos.<br />

Muitos de nós seguimos as pisadas de Sansão. Quantas vezes os<br />

jovens casam com alguém que não acredita em Deus, ou não O<br />

segue, sem pararem para perguntar a Deus se é isto o que deveriam<br />

estar a fazer! Satanás está constantemente a manipular e a<br />

influenciar os filhos de Deus. Ele convence-os a juntarem-se aos<br />

seus seguidores.<br />

A mulher com quem Sansão casou, porque foi infiel aos<br />

mandamentos de Deus, foi desleal para com ele mesmo antes da<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

36


festa de casamento terminar. Então, Sansão começou o seu ataque<br />

aos Filisteus. Ele amarrou tochas a arder às caudas de trezentas<br />

raposas e libertou-as nas searas de trigo da Filisteia, destruindo<br />

totalmente as colheitas. Furioso com o brutal assassinato da sua<br />

mulher, ele matou muitos Filisteus. Um forte exército filisteu saiu<br />

para o capturar. Temendo pela sua vida, os seus compatriotas<br />

amarraram-no e entregaram-no ao inimigo, mas o espírito do<br />

Senhor veio sobre ele. As cordas caíram dos seus braços e com a<br />

queixada de um burro matou mil homens. Depois Sansão disse:<br />

“Com uma queixada de jumento um montão, dois montões; com<br />

uma queixada de jumento feri mil homens.” (Juízes 15:16)<br />

Ele era tão forte! Ele era tão grandioso aos seus próprios olhos.<br />

Esqueceu-se de que foi Deus quem lhe concedeu a vitória.<br />

Imediatamente Deus o lembrou da sua própria fraqueza através de<br />

uma sede insaciável. Sansão apercebeu-se da sua dependência de<br />

Deus e clamou por Ele. O Senhor fendeu a rocha diante dele e a<br />

água jorrou.<br />

Ele nasceu para viver para Deus.<br />

Mas agora Sansão menosprezava tudo. Por causa da bebida, ele<br />

quebrou o seu juramento nazireu. E contou a Dalila qual era o seu<br />

segredo. Em Juízes 16:20, encontramos um dos mais dramáticos<br />

textos que aparecem na Bíblia: “Porque ele não sabia que já o<br />

Senhor se tinha retirado dele.”<br />

Quando Dalila lhe gritou: “Os filisteus vêm sobre ti, Sansão.” (Juízes<br />

16:9), ele acordou e tentou quebrar as cordas como fizera antes<br />

mas o seu poder tinha desaparecido – e eles queimaram-lhe os<br />

olhos.<br />

Sansão nasceu para viver para o Senhor.<br />

O homem escolhido de Deus – o homem que deveria ter sido um<br />

herói para Deus – perdeu de vista a sua sagrada tarefa. Agora, ele<br />

estava fraco, cego e o inimigo reduziu-o a um escravo seu. Mas o<br />

que é que aconteceu? Ele passou mais tempo com o inimigo do<br />

que com Deus. Ele foi conivente com o inimigo. Uma vez preso,<br />

Sansão tinha agora tempo para um sério auto-exame – para ver o<br />

quão fraco ele era na verdade – e então voltou-se para Deus.<br />

Os Filisteus atribuíram a sua vitória aos seus deuses e, motivados<br />

pelo seu entusiasmo, desafiaram o Deus de Israel. Realizaram uma<br />

festa em honra de Dagon. Uma enorme multidão de adoradores<br />

reuniu-se no templo e na galeria. Aquele era um dia para celebrar.<br />

Sansão, o símbolo do poder de Dagon, foi trazido para dentro do<br />

templo, enquanto a multidão aplaudia. Mas a batalha já não era<br />

entre Sansão e os Filisteus. Era entre o Deus Vivo e Dagon, o deus<br />

peixe. Iria Sansão submeter-se e permitir que Deus o usasse desta<br />

vez? Ele compreendeu o que estava a acontecer. Ele sabia que<br />

tinha falhado. Sansão compreendeu a dor no coração de Deus.<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

37


Ele fingiu estar cansado e perguntou se podia descansar um pouco<br />

entre as duas colunas centrais que sustentavam o tecto do templo.<br />

Numa humilhação silenciosa, Sansão orou: “Senhor JEOVÁ, peçote<br />

que te lembres de mim, e esforça-me agora, só esta vez, ó Deus,<br />

para que de uma vez me vingue dos filisteus, pelos meus dois<br />

olhos.” (Juízes 16:28)<br />

Ele rodeou as colunas com os seus braços e, sentindo uma vez mais a<br />

força de Deus a circular pelo seu corpo, gritou: “Morra eu com os<br />

filisteus.” (Juízes 16:30)<br />

Com toda a sua força, Sansão empurrou as colunas, levando o<br />

telhado a ruir, e com um poderoso embate matou a multidão ali<br />

presente – O Deus Vivo tinha triunfado.<br />

“Morra eu com os filisteus.”<br />

O homem que nasceu para viver para Deus...<br />

Jovens, vocês nasceram para viver para Deus.<br />

Talvez estejas hoje diante de Deus com os olhos queimados –<br />

mutilado pelas escolhas que fizeste. Jesus está a dizer-te que não<br />

estás demasiado destruído para viver para Ele.<br />

Tu nasceste para viver para Deus.<br />

No Seu amor imenso, Deus está a chamar-te ansiosamente. E se o<br />

teu tempo de viver para Deus já passou, então escolhe morrer para<br />

Deus.<br />

PERGUNTAS PARA DEBATE:<br />

A vida de Sansão deveria ter sido uma fiel testemunha para Deus,<br />

mas ele falhou vez após vez ao seguir a sua própria vontade. Há<br />

algum ponto da sua vida que reflicta a fé em Deus?<br />

1. É a nossa vida uma demonstração da nossa fé, ou é, como a de Sansão, uma vida<br />

sem fé? Discute como o nosso estilo de vida reflecte a nossa fé.<br />

2. Se tivesses de decidir hoje, escolherias viver ou morrer para Cristo? Discute qual<br />

destas duas escolhas pode trazer uma maior benção para ti e para aqueles que te<br />

rodeiam.<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

38


2º Sábado: CONTINUA ASSIM<br />

Texto Bíblico: I Coríntios 9:24-27<br />

Leitura Adicional: I Timóteo 4:12, 2; II Timóteo 2:1-7, 15; 3:1-8;<br />

4:1-5<br />

Todos os dias ouvimos relatos perturbadores acerca de uma<br />

juventude enfraquecida. Jovens que estão a deixar-se seduzir<br />

pelos prazeres do mundo e a ser aniquilados pelas tenazes da sua<br />

tentação.<br />

É isto verdade? Podemos aceitar que a nossa juventude se tenha<br />

tornado fraca? Eu recuso-me a aceitar isso. Eu tenho fé nos nossos<br />

jovens. Deus tem fé nos nossos jovens, pois Ele escolheu-os para<br />

realizarem uma importante tarefa nos tempos em que vivemos.<br />

Esta juventude fraca e débil constitui uma minoria entre toda a<br />

juventude mundial. E chegou o tempo da maioria que permanece<br />

em silêncio se levantar para que o mundo perceba que a juventude<br />

que se juntou a Deus não irá ruir sob os ataques dos poderes das<br />

trevas.<br />

Mas existem tantas tentações! Como é que a juventude pode<br />

continuar a manter-se firme? Olhemos para o exemplo de alguns<br />

jovens da Bíblia e para a forma como eles conseguiram<br />

permanecer firmes.<br />

José<br />

Durante a sua infância, José foi ensinado a amar e a temer a Deus.<br />

Ele soube conhecer Deus através da Natureza e com o pai<br />

aprendeu as grandes verdades. Foi-lhe inculcada a firmeza de<br />

princípios. O Novo Testamento ressalta a importância daqueles<br />

anos da sua infância: “E que, desde a tua meninice, sabes as<br />

sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé<br />

que há em Cristo Jesus.” (II Timóteo 3:15)<br />

José tinha apenas dezassete anos quando foi separado da sua família<br />

e levado por comerciantes de escravos para um país pagão. Pelo<br />

caminho, José recordou as lições que o pai lhe tinha ensinado e<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

39


decidiu que o Deus do seu pai iria ser também o seu Deus. Ele<br />

entregou-se completamente a Deus e orou para que o Senhor<br />

estivesse com ele. Decidiu ser leal a Deus em todas as coisas.<br />

Embora trabalhasse arduamente para receber a protecção dos<br />

Egípcios, José não ocultava os seus princípios. Ele não se<br />

envergonhava da sua religião e nunca tentou esconder a sua<br />

adoração pelo Deus Vivo. A sua lealdade a Deus era a sua âncora.<br />

Os apelos do vício e as atracções de uma religião pagã encontravamse<br />

bem perto, à sua volta – uma religião que atraía pelo encanto da<br />

riqueza e da cultura e pelo esplendor real – mas José permaneceu<br />

inabalável.<br />

Mas, certo dia, aconteceu algo terrível. A bela e desejável jovem<br />

esposa do seu amo, vivida na arte do amor, tentou aliciá-lo com a<br />

sua beleza e sedução tentadoras.<br />

De forma tão repentina, tão inesperada, tão tentadora – como iria ele<br />

resistir? Todo este acontecimento está de acordo com a descrição<br />

de Salomão tal como aparece em Provérbios 7:15-19: “Por isso saí<br />

ao teu encontro a buscar diligentemente a tua face, e te achei. Já<br />

cobri a minha cama com cobertas de tapeçaria, com obras lavradas<br />

com linho fino do Egipto; Já perfumei o meu leito com mirra,<br />

aloés, e canela. Vem, saciemo-nos de amores até pela manhã:<br />

alegremo-nos com amores, Porque o marido não está em casa: foi<br />

fazer uma jornada ao longe.”<br />

A voz suave da mulher aliciou a sua masculinidade. Ela é tão bela,<br />

tão desejável e tão meiga. Os cabelos ruivos e ondulados caem-lhe<br />

sobre os ombros. Os seus pensamentos e sentimentos rodopiam,<br />

confusos, como um grupo de cavalos selvagens – emaranhados,<br />

baralhados. Princípios, prazer, fidelidade a Deus – tudo girava em<br />

turbilhão. Os lábios dela suplicam tudo, ... menos lealdade. Os<br />

olhos dela querem apossar-se dele – mas duas escolhas,<br />

semelhantes a duas espadas incandescentes, golpeiam-no.<br />

Por um lado: intimidade, protecção, recompensa, experiências<br />

inacreditáveis.<br />

Por outro: desgraça, prisão, talvez morte.<br />

Todo o futuro de José assenta na decisão que tomar naquele<br />

momento. Os anjos observam o evento com um receio<br />

indescritível. É então que amor e princípios irrompem através da<br />

confusão. “... como, pois, faria eu este tamanho mal, e pecaria<br />

contra Deus?” (Génesis 39:9)<br />

Os anjos rejubilaram: “José! José! Leal a Deus!”<br />

Onde quer que estejamos – o que quer que façamos – estamos na<br />

presença de Deus.<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

40


José não iria trair a confiança do seu mestre terreno e as<br />

consequências não eram importantes.<br />

Até mesmo na escuridão da prisão o carácter de José brilhava. Ele<br />

não se deixou desencorajar. Não se insurgiu contra tudo, mas<br />

tentou minimizar a dor no coração dos outros prisioneiros. Logo a<br />

seguir ele foi escolhido para ser o responsável pela prisão.<br />

A mão de Deus estava pronta a abrir-lhe as portas da prisão e pouco<br />

tempo depois o Faraó exclamou, maravilhado: “Acharíamos um<br />

varão como este, em quem haja o espírito de Deus?” (Génesis<br />

41:38)<br />

José tinha trinta anos quando se tornou governador daquela que, na<br />

altura, era a mais poderosa nação sobre a face da Terra. Ele não se<br />

tinha esquecido do seu Deus. Através dele, a atenção do Faraó e de<br />

todos os grandes homens do Egipto fixou-se no Deus verdadeiro e<br />

eles aprenderam a respeitar os seus princípios.<br />

Não é necessário abandonar o mundo para se ser Cristão. Podes levar<br />

a tua religião contigo para onde quer que vás.<br />

Daniel<br />

Com dezoito anos, Daniel (Testemunhos para a Igreja, Vol. 4, CPB,<br />

Pág. 570), os seus amigos, e outros prisioneiros tiveram que<br />

caminhar muitos quilómetros até chegarem a Babilónia. Em<br />

Jerusalém, foram instruídos na Palavra de Deus e cultivaram bons<br />

hábitos. De acordo com Daniel 1:19, terminada a sua formação em<br />

Babilónia, e durante os testes realizados a par com outros<br />

candidatos para se definirem as posições de honra no reino, não<br />

existiam “outros tais como Daniel, Hananias, Misael, e Azarias”.<br />

Qual era o seu segredo? Com fé, eles oravam pedindo sabedoria e<br />

viviam as suas orações. Eles colocavam-se nos sítios onde<br />

poderiam ser abençoados por Deus. Eles andavam com Deus tal<br />

como Enoque (Profetas e Reis, Publicadora SerVir, Pág 323.)<br />

Quando o rei começou a ter sonhos, os homens sábios de Babilónia<br />

salvaram-se porque entre eles estava um homem de Deus. Quando<br />

o povo de Deus se prostou diante do ídolo juntamente com os<br />

outros, três homens mantiveram-se de pé. Quando eles,<br />

destemidamente, entraram para a fornalha ardente, Jesus entrou<br />

com eles e neutralizou o poder consumidor das chamas.<br />

Em breve Daniel foi nomeado governador do reino. Aquele que fora<br />

o grande e orgulhoso rei da Babilónia tornou-se um humilde filho<br />

de Deus mediante a influência de Daniel e dos seus três amigos.<br />

Moisés<br />

Moisés permaneceu junto dos seus pais e do seu povo durante doze<br />

anos. Durante estes doze anos, Joquebede ligou-o com o Céu.<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

41


Amor e lealdade foram semeados no seu coração. A educação<br />

egípcia de Moisés não foi suficiente para o preparar para a função<br />

que lhe estava destinada. Quarenta anos a caminhar com ovelhas e<br />

a cuidar de frágeis cordeiros prepararam-no para ser um pastor de<br />

Israel. Enquanto apascentava as ovelhas, Moisés estava a sós com<br />

Deus.<br />

Criança em Jerusalém<br />

Quando Jesus se aproximou de Jerusalém, acompanhado por uma<br />

multidão eufórica que o saudava com ramos de palmeiras e gritos<br />

de triunfo, os Fariseus, invejosos, ameaçaram o povo. Eles<br />

cessaram o regozijo quando passaram os portões de Jerusalém. No<br />

entanto, as crianças presentes no templo retomaram o júbilo.<br />

Abanavam os seus ramos de palmeiras e gritavam: “Hosanas ao<br />

Filho de David!” Não as podiam calar.<br />

Paulo<br />

Paulo era ainda jovem quando se tornou um conceituado membro do<br />

Sinédrio. Mas ele também teve de aprender a lei do amor. Depois<br />

de Deus o ter atirado do cavalo, a sua cegueira assemelhou-se a<br />

anos na sua experiência. Deus enviou-o para o Deserto Arábico<br />

onde ele estudou as escrituras e aprendeu sobre Deus.<br />

Pregadores Infantis<br />

Durante os anos de 1800, muitos pregadores de Deus foram<br />

silenciados nos países escandinavos. Então, Deus também<br />

concedeu a mensagem às crianças pois como elas ainda eram<br />

menores, o Estado não as podia impedir. Tinham permissão para<br />

pregar livremente. Alguns destes pregadores infantis tinham<br />

apenas seis anos de idade. Eram crianças, mas quando se<br />

levantavam para pregar, as suas vozes e hábitos transformavam-se<br />

e elas pregavam a mensagem de Deus de forma poderosa. As<br />

pessoas ouviam, espantadas. Elas realizaram um trabalho tão<br />

notável que até mesmo os pastores das igrejas daquele Estado<br />

foram forçados a admitir que a mão de Deus estava a dirigir este<br />

movimento.<br />

Pioneiros <strong>Adventista</strong>s do Sétimo Dia<br />

O movimento original <strong>Adventista</strong> foi em grande medida um<br />

movimento jovem. Foi liderado por pessoas como Tiago White,<br />

que começou a pregar aos vinte e um anos; Ellen White, que teve a<br />

sua primeira visão com dezassete anos; e John Loughborough, que<br />

iniciou as suas pregações aos dezassete anos. Ninguém pregava<br />

para eles – eles próprios eram os pregadores, partilhando as<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

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emocionantes verdades que descobriram na Palavra de Deus. Em<br />

1879, Luther Warren e Harry Fenner, com catorze e dezassete<br />

anos, respectivamente, ajoelharam-se debaixo de uma árvore,<br />

pedindo a orientação de Deus sobre como ganhar outros jovens<br />

para Cristo. Inspirados por esta oração, os dois adolescentes<br />

formaram a primeira banda missionária de jovens com a<br />

participação de nove rapazes.<br />

A história de todos estes jovens serve de ilustração para o que Deus<br />

pretende fazer com os jovens de hoje. Da mesma forma que Deus<br />

trabalhou por intermédio das crianças durante a primeira vinda de<br />

Cristo, assim Ele trabalhará também através delas a fim de pregar a<br />

mensagem da Sua segunda vinda. Ele está à procura de jovens que<br />

sejam verdadeiros e honestos no mais íntimo do seu ser, e que se<br />

mantenham do lado do que está correcto mesmo que caiam os<br />

céus. Quantas vezes aqueles que confiaram na Palavra de Deus<br />

resistiram ao poder do mundo inteiro! Jovens, Deus está a chamarvos<br />

para que ocupem os vossos lugares na sua linhagem real.<br />

Muitas pessoas esperam por algo grandioso enquanto diariamente<br />

deixam passar as oportunidades para darem provas da sua lealdade<br />

a Deus; e estão a desperdiçar a sua vida. A guerra entre a Luz e as<br />

Trevas é enorme – Deus necessita de ânimo e coragem.<br />

Os leões que rugiam na cova não puderam abalar a fé de Daniel em<br />

Deus. A fornalha ardente não conseguiu obrigar os três amigos de<br />

Daniel a ajoelharem-se perante uma estátua. Jovens, homens e<br />

mulheres, lutarão contra os ataques do diabo com princípios de<br />

aço. Tragam a cova dos leões, tragam a fornalhar ardente, tragam a<br />

estaca – nós somos leais a Deus! Vivemos em tempos difíceis e há<br />

trabalho para ser feito.<br />

As palavras ditas por Mardoqueu a Ester também se aplicam a nós<br />

hoje: “e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este<br />

reino?” (Ester 4:14)<br />

Foste escolhido para viver nesta altura porque tens as qualidades que<br />

são necessárias para estes últimos dias. Deus escolheu-te para<br />

viveres agora porque Ele precisa de ti. Não é tempo para teres<br />

vergonha da tua fé. Não é tempo para se ser conivente com o<br />

inimigo.<br />

Jovens, não é tempo para nos confundirmos com escumalha do<br />

mundo – ou mesmo para sermos vistos com ela. Estamos expostos<br />

diante do Universo. Todo o Universo está a assistir às cenas finais<br />

da grande batalha entre Cristo e Satanás.<br />

O que é que neste momento pode ter mais valor do que ser<br />

considerado fiel ao Deus Vivo? O que existe neste mundo que se<br />

torna mais importante logo quando nos encontramos às portas da<br />

Terra Prometida? José não escondeu a sua fidelidade a Deus.<br />

Daniel não permitiu que coisa alguma se interpusesse entre si e o<br />

seu Deus. Deus chama-te hoje para que sejas um José e um Daniel.<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

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A passividade é um defeito espiritual que deve ser erradicado. Se nos<br />

unimos ao grupo dos que gostam da vida fácil, deixando que dos<br />

nossos lábios saiam as palavras “Estou salvo”, e não observamos<br />

os mandamentos de Deus, estaremos perdidos para sempre.<br />

Se cada Sábado de manhã tens de decidir se te apetece ou não vir à<br />

igreja, és uma destas pessoas comodistas que vão perder a<br />

eternidade. Enquanto, em vão, o Deus do Céu espera por ti para<br />

cumprires o encontro que tinhas marcado com Ele, tu encontras-te<br />

deitado na tua cama confortável e quente, ou estás ocupado a<br />

entreter os teus amigos ou familiares. Permites que o Deus do Céu<br />

espere por ti! - e tu não te despachas! Que desculpa débil tens tu<br />

para dar? Não chega vires à igreja apenas quando te convém. Não<br />

vens à igreja para te entreteres. Não vens à igreja para ouvir bons<br />

pregadores. Vens à igreja para louvar a Deus. Vens à igreja porque<br />

Deus está aqui. Vens à igreja porque tens um encontro marcado<br />

com o Deus do Universo.<br />

Este não é o momento para se ser descuidado e amante dos prazeres.<br />

Cristo está prestes a voltar! Estás preparado? És a esperança da<br />

igreja e de Deus! Não podemos pactuar agora com o inimigo.<br />

Pergunto-te a ti, querido jovem, a ti, filho de Deus, a ti que confessas<br />

ser um soldado de Cristo, “Em que batalha estás a lutar? Quais são<br />

os teus estratagemas?”<br />

Uma vez que a Palavra de Deus indicou claramente qual a tua<br />

função, recusaste-a porque não era indicada para ti ou hesitaste<br />

devido a uma ou outra desculpa sem nexo? Terás sido arrancado<br />

do serviço de Deus pela sedutora voz do mundo, ou ainda agarras<br />

de forma veemente uma costura do manto do diabo e por isso não<br />

podes juntar-te a Deus completamente? Dás uma imagem errada de<br />

Cristo mediante aquilo que fazes e as tuas acções levam outros<br />

para longe de Cristo? Por vezes tentamos trazer o mundo para<br />

dentro da igreja pois não o queremos abandonar. Enquanto<br />

entusiasticamente as crianças escolhem seguir Deus, os adultos<br />

hesitam.<br />

Porque é que hesitas?<br />

Quanto tempo tem Deus de esperar por ti?<br />

Durante quanto tempo vais brincar com a tua vida eterna?<br />

Os anjos mantêm-se ansiosamente ao teu redor enquanto Deus<br />

pleiteia contigo. Durante quanto tempo mais? Quanto tempo mais<br />

terá Deus de chorar por ti?<br />

A igreja precisa de homens e mulheres que abominem toda a<br />

falsidade e todo o mal, que sejam portadores de um testemunho<br />

vigoroso, que, com uma avidez ardente, revigorem a energia do<br />

povo de Deus. São necessários homens e mulheres que resistam às<br />

ondas gigantescas das coisas mundanas e que se manifestem contra<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

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a indolência cristã; homens e mulheres que prefiram morrer do que<br />

negar Deus.<br />

Jovens, convido-vos a oferecerem o vigor e a vivacidade da vossa<br />

juventude a Deus. Convido-vos a<br />

premeditadamente se movimentarem sob o estandarte manchado<br />

pelo sangue do Príncipe Emanuel com um grito de vitória nos<br />

vossos lábios. Jesus está a chamar:<br />

“A quem enviarei, e quem há-de ir por nós?” (Isaías 6:8)<br />

Se quiseres responder do fundo do teu coração, responde com as<br />

palavras: “Estou aqui, Senhor, envia-me a mim.”<br />

Então, convido-te a vires à frente para que juntos possamos<br />

comprometer-nos com Deus e assim Ele nos ordenará: Vai, e diz a<br />

este povo. (Isaías 6:9)<br />

PERGUNTAS PARA DEBATE:<br />

1. Existem na tua vida influências que sabes que não devem lá estar? Jesus pode<br />

ajudar-te, estás disposto a aceitar o Seu auxílio?<br />

2. A todos os jovens adventistas ao redor do mundo foi dado um presente – ter<br />

Cristo ao seu lado. O que estás a fazer com esta oferta?<br />

<strong>Juventude</strong> <strong>Adventista</strong><br />

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