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VI – A hora e a vez de Severino Assunção<br />

O julgamento aconteceu logo e foi a coisa mais triste da<br />

cidade.<br />

Ninguém sabia o que fazer com Ananias que, ao longo de<br />

sua vida, só tinha feito amigos e era querido do padre, do<br />

médico, do prefeito e também pelos lavradores mais<br />

desfavorecidos do que ele mesmo, que lhe tinham como o<br />

camarada de todas as horas.<br />

O juiz não sabia o que fazer. Não seria fácil penalizar<br />

qu<strong>em</strong> tinha resolvido o maior probl<strong>em</strong>a da cidade!<br />

Sabiamente evitou o júri, porque iriam absolver o réu e<br />

isto daria início a uma praga de assassinatos justos e injustos,<br />

transformando a cidade numa bagunça.<br />

Durou dez minutos. E a sentença foi curta:<br />

— Dois anos de prisão, a ser cumprida aqui mesmo <strong>em</strong><br />

São João.<br />

Tinha sido branda a pena, mas mesmo assim Ananias<br />

ficou arrasado:<br />

— Como é que vou cuidar da minha plantação, e minhas<br />

cabras, e minhas filhas? Ai,ai, meu Deus!<br />

Em seu lamento, quase que perde o restante da sentença:<br />

— O regime será de prisão s<strong>em</strong>i-aberta, estando o preso<br />

livre durante o dia, mas devendo, no entanto, vir dormir na<br />

prisão.<br />

Melhor não podia ser, Ananias viu logo. Não tinha jeito.<br />

Pensando do que tinha livrado as meninas, mas também nas<br />

medidas que tinham que ser tomadas, pediu:<br />

— Seu Juiz?

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