Pesquisa e organização: Prof. Coord. Elizabete Herling ... - forpedi
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de estratégias eficazes e seguras.<br />
Uns achavam que deveriam matar o tal gato; outros diziam que era impossível: "Como matar uma fera<br />
daquelas?"<br />
Horácio estava quase convencido de que a sina de seu povo era morrer entre os dentes do gato. Com<br />
lágrimas nos olhos, já ia descendo da caixa de fósforos quando Frederico, um ratinho muito tímido que<br />
nunca falava, resolveu dar sua opinião:<br />
- Como vocês sabem, eu não gosto muito de falar, por isso serei rápido, mas antes vocês vão responder a<br />
uma pergunta: Por que esse gato é tão perigoso para nós, se somos tão ágeis e espertos?<br />
E Horácio respondeu:<br />
- Ora, Frederico, esse gato é silencioso, não faz nenhum barulho. Como é que vamos saber quando ele se<br />
aproxima?<br />
- Exatamente como eu pensei. Me perdoem a modéstia, mas acho que a idéia que tive é a melhor de todas as<br />
que ouvi aqui. Vejam só, é simples: Vamos arrumar um guizo, pode ser até aquele que pegamos da roupa do<br />
bobo da corte. Lembram? Aquele que achamos bonitinho e que faz um barulho enorme.<br />
Os ratos não estavam entendendo nada, para que serviria um guizo?<br />
Frederico tratou de explicar:<br />
- A gente pega o guizo e coloca no pescoço do gato. Quando ele se aproximar, vamos ouvir o barulho e<br />
fugir. Não é simples?<br />
Todos adoraram a idéia. Era só colocar o guizo que todos ouviriam o gato se aproximar.<br />
Todos os ratos foram abraçar Frederico e estavam na maior euforia quando, de repente, um ratinho, que não<br />
parava de roer um apetitoso pedaço de queijo, resolveu perguntar:<br />
- Mas quem é que vai colocar o guizo no pescoço do gato?<br />
Todos saíram cabisbaixos. Como não haviam pensado naquilo antes?<br />
Era o fim da euforia dos ratinhos. Para Esopo, a moral da história era a seguinte: "Não adianta ter boas<br />
idéias se não temos quem as coloque em prática". Ou ainda: "Inventar é uma coisa, colocar em prática é<br />
outra".<br />
Fábula de Esopo recontada por Georgina Martins, ilustrada por Evandro Luiz<br />
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