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Distribuição mundial de renda - Paulo Roberto de Almeida

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O caso da América Latina é <strong>de</strong> meios tons, ao longo das três décadas cobertas<br />

pelo estudo. Com cerca <strong>de</strong> 500 milhões <strong>de</strong> habitantes – 9% da população <strong>mundial</strong> –, as<br />

taxas <strong>de</strong> pobreza foram cortadas pela meta<strong>de</strong> em três décadas: <strong>de</strong> 10,3% em 1970 para<br />

4,2% em 2000. “Isto po<strong>de</strong>ria parecer um quadro otimista, se não fosse pelo fato <strong>de</strong> que<br />

todos os ganhos ocorreram durante a primeira década. Pouco progresso foi obtido <strong>de</strong>pois<br />

disso. De fato, a taxa <strong>de</strong> pobreza na América Latina cresceu <strong>de</strong> 3% em 1980 para 4,1%<br />

em 1990 e para 4,2% em 2000. O volume <strong>de</strong> pobres caiu em cerca <strong>de</strong> 17 milhões <strong>de</strong><br />

pessoas durante os anos 1970, mas cresceu em 10 milhões nos vinte anos seguintes. Esse<br />

<strong>de</strong>sempenho misto significou que, apesar <strong>de</strong> que a América Latina começou numa<br />

posição relativamente superior à da Ásia oriental e meridional (on<strong>de</strong> as taxas <strong>de</strong> pobreza<br />

eram superiores a 30% em 1970), vemos que as taxas <strong>de</strong> pobreza são superiores às das<br />

duas regiões em 2000. A parte dos pobres do mundo que vive na América Latina caiu <strong>de</strong><br />

4,0% do total em 1970 para 1,5% em 1980. Ela então cresceu para 3,5% em 1990 e para<br />

5,3% em 2000” (p. 380-381).<br />

Os cenários para o Oriente Médio e para os ex-países socialistas não é dos mais<br />

otimistas, mas prefiro remeter à leitura do original <strong>de</strong> Sala-i-Martin do que resumir, uma<br />

vez mais, dados que soam um pouco repetitivos em relação aos da América Latina.<br />

Talvez seja melhor a<strong>de</strong>ntrar no <strong>de</strong>bate relativo à natureza das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s e o problema<br />

da comparação entre países e situações diferentes.<br />

5. O mundo é menos <strong>de</strong>sigual: como isso ocorre, e por quais razões?<br />

Os pesquisadores sempre se preocuparam com as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s distributivas no<br />

plano <strong>mundial</strong>, pois aí se situa o coração do <strong>de</strong>bate sobre a divergência ou convergência<br />

da economia <strong>mundial</strong>. Trata-se <strong>de</strong> uma questão complexa, tanto no plano metodológico<br />

quanto empírico, que po<strong>de</strong> induzir a interpretações errôneas da realida<strong>de</strong>, como eu<br />

mesmo experimentei em meu citado capítulo do livro A Gran<strong>de</strong> Mudança. O Relatório<br />

do Desenvolvimento Humano <strong>de</strong> 2001, do PNUD, por exemplo, argumenta, segundo o<br />

texto <strong>de</strong> Sala-i-Martin, que a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> na distribuição <strong>mundial</strong> da <strong>renda</strong> aumentou<br />

com base na seguinte lógica:<br />

Suposição 1: “As <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s distributivas <strong>de</strong>ntro dos países aumentaram.”<br />

Suposição 2: “As <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s distributivas entre os países aumentaram.”<br />

Conclusão: “A <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> distributiva <strong>mundial</strong> também aumentou.” (p. 382)<br />

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