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Distribuição mundial de renda - Paulo Roberto de Almeida

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linha da pobreza <strong>de</strong> US$ 1/dia era significativamente menor. As estimativas feitas para o<br />

segundo país mais populoso do planeta, a Índia, indicam um <strong>de</strong>slocamento similar <strong>de</strong><br />

pessoas para cima da linha <strong>de</strong> pobreza, <strong>de</strong> forma dramática, tendo em vista o crescimento<br />

da população total.<br />

Para os Estados Unidos, o terceiro país mais populoso (<strong>de</strong>pois do implosão da<br />

União Soviética), as estimativas <strong>de</strong> distribuição são feitas para os estratos mais altos<br />

(entre US$ 1.000 e 100.000, em lugar <strong>de</strong> US$ 100 a 10.000, como para os <strong>de</strong>mais países),<br />

mas não existem pessoas abaixo da linha <strong>de</strong> pobreza. A Indonésia foi igualmente um país<br />

que conheceu uma enorme redução da pobreza: um terço da população se situava abaixo<br />

da linha em 1970 e, mesmo com a crise financeira em 1997 e a queda na <strong>renda</strong>, os dados<br />

são eloqüentes, ao contar aquele país com apenas 0,1% <strong>de</strong> pobres em 2000.<br />

Os dados para o Brasil constam <strong>de</strong> um gráfico (II.E) e <strong>de</strong>monstram que a <strong>renda</strong><br />

dos estratos mais elevados se movimenta para cima muito mais rapidamente do que a dos<br />

estratos inferiores. Para Sala-i-Martin isso “reflete um nível crescente <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>.<br />

Este é um fenômeno que ten<strong>de</strong>mos a observar em toda a América Latina. A redução da<br />

pobreza no Brasil parece ter sido muito pequena, tendo ocorrido principalmente nos anos<br />

1970. Na verda<strong>de</strong>, os estratos mais baixos da distribuição parecem se <strong>de</strong>slocar para a<br />

esquerda entre 1980 e 1990, o que indica um crescimento da pobreza durante a ‘década<br />

perdida’ dos anos 1980. Pouco progresso foi feito no <strong>de</strong>correr dos anos 1990” (p. 364).<br />

O caso da Nigéria é, segundo Sala-i-Martin, um dos mais “interessantes”, ou<br />

talvez dramático, no sentido próprio da palavra: o PIB per capita não cresceu ou teve<br />

crescimento negativo nesse período e tanto a pobreza quanto a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> aumentaram.<br />

“As implicações dramáticas <strong>de</strong>sses dois fenômenos são que, enquanto a fração da<br />

população vivendo com menos <strong>de</strong> US$ 1/dia aumentou <strong>de</strong> 1970 a 2000, o estrato superior<br />

da distribuição moveu-se na verda<strong>de</strong> para a direita. Em outras palavras, apesar <strong>de</strong> que o<br />

cidadão médio ficou pior em 2000 do que estava em 1970, os nigerianos mais ricos<br />

estavam bem melhor. Este fator tem implicações políticas importantes porque esses ricos<br />

nigerianos formam a elite econômica e política que tem <strong>de</strong> tomar <strong>de</strong>cisões sobre as<br />

reformas possíveis. Infelizmente, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> que esse fenômeno é único entre os<br />

maiores países estudados, ele não é incomum na África” (p. 366).<br />

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