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<strong>Cálculo</strong> <strong>do</strong> <strong>VaR</strong> <strong>para</strong> <strong>Títulos</strong> <strong>de</strong> <strong>Renda</strong> <strong>Fixa</strong> In<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s<br />
Mostramos um procedimento inédito na literatura <strong>para</strong> calculo <strong>do</strong> <strong>VaR</strong> <strong>de</strong> títulos in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s. Esse é<br />
um problema particularmente importante no merca<strong>do</strong> financeiro brasileiro que tem a maior parte <strong>do</strong>s<br />
títulos com rentabilida<strong>de</strong> vinculada a algum índice. Também compatibilizamos esse procedimento com o<br />
mo<strong>de</strong>lo padrão a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pelo Banco Central <strong>do</strong> Brasil <strong>para</strong> títulos prefixa<strong>do</strong>s.<br />
This article <strong>de</strong>veloped a new procedure to calculate Value at Risk of in<strong>de</strong>x bonds. This is an<br />
important issue for Brazilian financial markets where the majority of financial instruments are<br />
in<strong>de</strong>x bonds. We also ma<strong>de</strong> this mo<strong>de</strong>l compatible with the current Brazilian Central Bank’s<br />
standard mo<strong>de</strong>l for fixed income instruments.<br />
Gyorgy Varga<br />
Varga@fgvsp.br
A gerência <strong>de</strong> risco vem ocupan<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> espaço entre os praticantes <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> financeiro<br />
especialmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> as <strong>de</strong>mandas das autorida<strong>de</strong>s financeiras. Des<strong>de</strong> 1993, vários problemas no<br />
merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivativos geraram preocupação entre as autorida<strong>de</strong>s monetárias norte-americanas. Houve<br />
pressão <strong>para</strong> uma regulamentação mais rigorosa sobre os <strong>de</strong>rivativos, mas o próprio merca<strong>do</strong> respon<strong>de</strong>u<br />
com a liberação gratuita <strong>do</strong> sistema riskmetrics <strong>do</strong> banco JPMorgan. Daí também o surgimento <strong>de</strong>ntro das<br />
instituições financeiras, da área <strong>de</strong> gerência <strong>de</strong> riscos, conheci<strong>do</strong> entre praticantes como middle office,<br />
que cuida <strong>de</strong> avaliar o risco da variação <strong>de</strong> valor <strong>do</strong>s investimentos financeiros.<br />
O risco costuma ser se<strong>para</strong><strong>do</strong> em risco <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>, <strong>de</strong> crédito, operacional e <strong>de</strong> liqui<strong>de</strong>z. E uma<br />
medida <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> que ficou muito popular entre os gestores <strong>de</strong> risco é o Valor ao Risco- <strong>VaR</strong>.<br />
Mostramos nesse trabalho um mo<strong>de</strong>lo geral <strong>para</strong> o cálculo <strong>do</strong> <strong>VaR</strong> <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> renda fixa<br />
prefixa<strong>do</strong>s e in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s.<br />
1 Calculo <strong>do</strong> <strong>VaR</strong><br />
O <strong>VaR</strong> tenta resumir em um único número a perda esperada máxima <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> certo prazo e com<br />
certo grau <strong>de</strong> confiança estatística. Ele avalia a variação esperada <strong>do</strong> PL (Profit & Loss ou lucro/prejuízo<br />
em português) sen<strong>do</strong> função da distribuição <strong>do</strong> PL. Torna-se um número <strong>de</strong> fácil leitura e entendimento<br />
que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> prazo e <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>. Por ser um instrumento quantitativo, o <strong>VaR</strong><br />
permite que se avalie sem preconceito todas as possibilida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> o valor <strong>de</strong> uma carteira, pois mesmo<br />
certos cenários consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s quase impossíveis eventualmente acontecem.<br />
Além <strong>de</strong> uma medida <strong>de</strong> risco, o <strong>VaR</strong> po<strong>de</strong> ser um instrumento <strong>para</strong> limitar o risco <strong>de</strong> investimentos<br />
e traz várias vantagens em relação a simples limitação <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> ativo que certo tra<strong>de</strong>r po<strong>de</strong> adquirir. Por<br />
exemplo, é muito comum a proibição <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivativos <strong>para</strong> impedir a assunção <strong>de</strong> riscos maiores<br />
com a alavancagem proporcionada por esses ativos, mas isso impe<strong>de</strong> que eventualmente se diminua o<br />
risco <strong>de</strong> uma carteira através <strong>de</strong> uma operação hedge. O <strong>VaR</strong> permite que se avalie imediatamente se o<br />
<strong>de</strong>rivativo esta aumentan<strong>do</strong> ou diminuin<strong>do</strong> o risco da carteira, logo, com a limitação <strong>do</strong> risco por <strong>VaR</strong><br />
po<strong>de</strong> ser dar liberda<strong>de</strong> <strong>para</strong> o gestor <strong>de</strong> investimento usar <strong>de</strong>rivativos sem o risco <strong>de</strong>le tomar posições<br />
com risco além <strong>do</strong> limite estabeleci<strong>do</strong>.<br />
<strong>VaR</strong> <strong>para</strong>métrico<br />
O <strong>VaR</strong> <strong>para</strong>métrico parte <strong>de</strong> uma distribuição <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> suposta válida <strong>para</strong> o retorno da<br />
carteira <strong>de</strong> investimento em análise. Uma vez <strong>de</strong>finida a distribuição correta, estimamos seus parâmetros<br />
(no caso da normal apenas a média e o <strong>de</strong>svio-padrão), <strong>de</strong>finimos o horizonte <strong>de</strong> investimento e o nível<br />
<strong>de</strong> confiança (x%). Com esses da<strong>do</strong>s calculamos com x% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> qual o pior retorno que essa<br />
carteira po<strong>de</strong> gerar. Esse pior retorno <strong>para</strong> o valor da carteira é o Valor ao Risco - <strong>VaR</strong>.<br />
É conveniente (e comum) usar a distribuição normal <strong>para</strong> <strong>de</strong>screver a distribuição <strong>do</strong> retorno,<br />
<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a facilida<strong>de</strong> operacional e teórica em se obter seus parâmetros e manipular essa distribuíção.<br />
Apesar disso, em alguns casos, como em carteiras que contém opções, a suposição <strong>de</strong> distribuição normal<br />
po<strong>de</strong> gerar uma enorme distorção no calculo <strong>de</strong> <strong>VaR</strong>, sen<strong>do</strong> necessário o uso <strong>de</strong> outra distribuição <strong>de</strong><br />
probabilida<strong>de</strong>.<br />
O PL <strong>de</strong> uma carteira nada mais é <strong>do</strong> que a variação <strong>do</strong> seu valor da carteira (∆C). Supon<strong>do</strong> que<br />
essa variação é normalmente distribuída, po<strong>de</strong>mos simplesmente tomar a aproximação <strong>de</strong> uma normal<br />
pela normal padrão <strong>para</strong> calcular o valor <strong>de</strong> corte com (1-x%) <strong>de</strong> área à esquerda.<br />
<strong>VaR</strong> ∆<br />
1 − x%<br />
= −α<br />
x%<br />
σ ∆C<br />
+ µ C<br />
(1)<br />
on<strong>de</strong>:<br />
αx% é o valor <strong>de</strong> corte numa distribuição normal-padrão com (1-x%) <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> à esquerda,<br />
σ∆C é volatilida<strong>de</strong> da variação <strong>do</strong> valor carteira e,<br />
µ ∆C é a média da variação <strong>do</strong> valor da carteira.<br />
Por simplicida<strong>de</strong> é comum fazer µ∆C igual a zero.<br />
<strong>VaR</strong> <strong>para</strong> títulos in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s 2
No caso <strong>de</strong> títulos <strong>de</strong> renda fixa, aproximamos a distribuição da variação <strong>do</strong> valor da carteira pela<br />
distribuição da variação das taxas <strong>de</strong> juros e da duração da carteira. Isso irá facilitar enormemente todas<br />
as contas a serem feitas.<br />
Também <strong>para</strong> facilitar as contas, usaremos taxas <strong>de</strong> juros contínuas ao invés <strong>de</strong> taxas discretas na<br />
mo<strong>de</strong>lagem financeira. O próprio BCB utilizou esse formato <strong>de</strong> taxa na criação <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo padrão <strong>de</strong><br />
risco <strong>de</strong> juros prefixa<strong>do</strong> publica<strong>do</strong> na circular 2972. Com esse procedimento a aproximação da<br />
volatilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> preço pela volatilida<strong>de</strong> da taxa fica mais simples. Nesse caso o preço <strong>de</strong> um título<br />
prefixa<strong>do</strong> com valor final 1, é da<strong>do</strong> por<br />
on<strong>de</strong> r é a taxa <strong>de</strong> juros no formato contínuo.<br />
<strong>VaR</strong> <strong>para</strong> títulos in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s 3<br />
−rt<br />
A volatilida<strong>de</strong> da variação <strong>do</strong> preço po<strong>de</strong> ser aproximada i por<br />
P = e<br />
(2)<br />
dP = t P dr ⇒ σ = t Pσ<br />
(3)<br />
Ten<strong>do</strong> a volatilida<strong>de</strong> da variação das taxas contínuas, po<strong>de</strong>-se por (3) obter a volatilida<strong>de</strong> corrente<br />
<strong>do</strong> preço multiplican<strong>do</strong>-se esta pelo seu prazo. Como a volatilida<strong>de</strong> é relativamente estável com o prazo<br />
<strong>do</strong>s títulos, o trabalho <strong>de</strong> avaliação da volatilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma carteira po<strong>de</strong> ser reduzi<strong>do</strong> à preocupação com<br />
a volatilida<strong>de</strong> da taxa (on<strong>de</strong> basta uma) e não a volatilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> retorno <strong>de</strong> cada título.<br />
Para se aplicar (1) e calcular o <strong>VaR</strong> <strong>de</strong> um título <strong>de</strong> renda fixa, basta calcularmos a volatilida<strong>de</strong> da<br />
taxa <strong>de</strong> juros contínua e a duração <strong>do</strong> título. Para se estimar a volatilida<strong>de</strong> vários méto<strong>do</strong>s estão<br />
disponíveis na literatura. Méto<strong>do</strong>s estatísticos tais como máxima verossimilhança, suavização<br />
exponencial ou X-GARCH, que se baseiam no retorno passa<strong>do</strong> ou méto<strong>do</strong>s basea<strong>do</strong>s na volatilida<strong>de</strong><br />
implícita em opções. Um ótimo resumo com aplicação <strong>para</strong> o merca<strong>do</strong> brasileiro esta em Duarte (1996).<br />
Uma questão prática importante no trato da volatilida<strong>de</strong>, é a transformação <strong>do</strong> seu prazo. Supon<strong>do</strong><br />
que os retornos (no nosso caso é a variação da taxa <strong>de</strong> juros contínua) são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e i<strong>de</strong>nticamente<br />
distribuí<strong>do</strong>s (iid), po<strong>de</strong>-se passar da volatilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um prazo maior <strong>para</strong> prazo menor dividin<strong>do</strong>-se pelo<br />
número perío<strong>do</strong>s menores conti<strong>do</strong>s no perío<strong>do</strong> maior (np).<br />
σ =<br />
prazo _ menor<br />
σ<br />
prazo _ maior<br />
np<br />
Por exemplo, <strong>para</strong> transformar uma volatilida<strong>de</strong> anual em diária basta fazer a seguinte conta:<br />
σ<br />
dia<br />
=<br />
σ ano<br />
252<br />
<strong>VaR</strong> <strong>de</strong> uma carteira <strong>de</strong> renda fixa<br />
Vimos acima o calculo <strong>do</strong> <strong>VaR</strong> <strong>de</strong> um título <strong>de</strong> renda fixa e agora esten<strong>de</strong>mos esse resulta<strong>do</strong> <strong>para</strong><br />
uma carteira <strong>de</strong> títulos prefixa<strong>do</strong>s. Novamente a dificulda<strong>de</strong> esta no cálculo da volatilida<strong>de</strong> da carteira,<br />
supera<strong>do</strong> isso o <strong>VaR</strong> é obti<strong>do</strong> pela simples aplicação <strong>de</strong> (1).<br />
Representamos abaixo uma carteira com m títulos <strong>de</strong> diferentes vencimentos:<br />
P n P n C + + + = L<br />
1<br />
1<br />
2<br />
2<br />
m m P n<br />
dP<br />
dr
Cada componente niPi dá o valor presente investi<strong>do</strong> no título com prazo ti. Supon<strong>do</strong> que to<strong>do</strong>s os<br />
títulos são <strong>do</strong> tipo zero cupom e usan<strong>do</strong> taxa <strong>de</strong> juros no formato contínuo, diferenciamos essa equação e<br />
obtemos<br />
dC = − n t P dr − n t P dr L − n<br />
1 1<br />
1<br />
1<br />
2<br />
2<br />
2<br />
2<br />
<strong>VaR</strong> <strong>para</strong> títulos in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s 4<br />
m<br />
t<br />
m<br />
A variação <strong>do</strong> valor da carteira é uma função da soma <strong>de</strong> várias variáveis aleatórias dri. <strong>Fixa</strong>n<strong>do</strong> o<br />
preço Pi <strong>de</strong> cada título e permitin<strong>do</strong> apenas a variação da taxa <strong>de</strong> juros calculamos uma aproximação <strong>para</strong><br />
a variância da variação <strong>do</strong> valor da carteira. De um teorema <strong>de</strong> estatística temos que a variância da soma<br />
<strong>de</strong> variáveis aleatórias é<br />
on<strong>de</strong>:<br />
T =<br />
dr<br />
Cov<br />
( − n1t1P1<br />
− n2t<br />
2P2<br />
L − nmt<br />
mPm<br />
)<br />
= ( dr dr L dr )<br />
( dr )<br />
1<br />
2<br />
2 ⎡σ<br />
1<br />
⎢<br />
⎢ρ<br />
2,<br />
1 σ 2σ<br />
1<br />
= ⎢<br />
⎢<br />
M<br />
⎢<br />
⎣ρ<br />
m,<br />
1σ<br />
mσ<br />
1<br />
m<br />
ρ<br />
ρ<br />
P<br />
m<br />
dr<br />
m<br />
( dC)<br />
T Cov(<br />
dr)T<br />
.<br />
Variancia = '<br />
(4)<br />
1,<br />
2<br />
σ<br />
2<br />
2<br />
m,<br />
2<br />
σ σ<br />
1<br />
σ<br />
m<br />
2<br />
σ<br />
2<br />
L<br />
L<br />
L<br />
ρ<br />
ρ<br />
1,<br />
m<br />
2,<br />
m<br />
σ ⎤ 1σ<br />
m<br />
⎥<br />
σ 2σ<br />
m ⎥<br />
⎥<br />
⎥<br />
2<br />
σ ⎥<br />
m ⎦<br />
on<strong>de</strong> σ i é a volatilida<strong>de</strong> da i-ésima taxa (a volatilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ter a mesma periodicida<strong>de</strong> <strong>do</strong> prazo<br />
<strong>do</strong>s títulos)<br />
Feito isso, tem-se a volatilida<strong>de</strong> da variação <strong>do</strong> valor da carteira (dC) e aplican<strong>do</strong> (1) chega-se ao<br />
seu <strong>VaR</strong> por<br />
= −α<br />
σ = −α<br />
T'Cov( dr)T<br />
. (5)<br />
<strong>VaR</strong> x%<br />
dC x%<br />
Esse é o procedimento conheci<strong>do</strong> como portfolio <strong>VaR</strong> porque leva em conta a correlação corrente<br />
entre os diferentes títulos. Um procedimento mais simples conheci<strong>do</strong> como duration <strong>VaR</strong>, supõe que a<br />
correlação entre a variação das taxas é igual a 1 e a volatilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas as taxas é a mesma. Essa<br />
simplificação se justifica se os movimentos da Estrutura a Termo (ET) das taxas <strong>de</strong> juros forem<br />
<strong>para</strong>lelos ii . Nesse caso a variância <strong>do</strong> valor da carteira é igual a<br />
( ) ( ) 2<br />
2<br />
dC = t n P + t n P + L + t n P<br />
variancia 1 1 1 2 2 2<br />
m m m<br />
σ .<br />
E a volatilida<strong>de</strong> da carteira é igual a soma da volatilida<strong>de</strong> da taxa <strong>de</strong> cada título que compõe a<br />
carteira, pon<strong>de</strong>rada pela respectiva duração.<br />
σ<br />
dC<br />
( t n P + t n P + + t n P )<br />
= σ<br />
L<br />
1<br />
1<br />
1<br />
2<br />
2<br />
2<br />
Aplican<strong>do</strong> a fórmula (1) chegamos ao <strong>VaR</strong> <strong>de</strong>ssa carteira:<br />
m<br />
m<br />
m<br />
C<br />
<strong>VaR</strong> = −α<br />
x%<br />
σ ( t1n1P<br />
1 + t2n<br />
2 P2<br />
+ L + tmn<br />
m Pm<br />
) = −α<br />
x%<br />
σ D C (6)<br />
C<br />
n1P1<br />
on<strong>de</strong> D é duração da carteira D = t1<br />
+ t2<br />
C<br />
n2<br />
P2<br />
C<br />
nm<br />
Pm<br />
+ L + tm<br />
C<br />
.
O cálculo <strong>do</strong> <strong>VaR</strong> <strong>de</strong> título com vários pagamentos intermediários equivale ao <strong>de</strong> uma carteira <strong>de</strong><br />
títulos tipo zero cupom. Assim sen<strong>do</strong>, é muito prático aplicar o duration <strong>VaR</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com (6)<br />
2. Mo<strong>de</strong>lo Padrão <strong>de</strong> Brasileiro <strong>para</strong> <strong>Títulos</strong> Prefixa<strong>do</strong>s - Circular 2972<br />
O Banco Central <strong>do</strong> Brasil (BCB) colocou em prática em 23/3/2000 através da circular 2972 um<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> <strong>para</strong> taxas <strong>de</strong> juros prefixadas <strong>para</strong> fins <strong>de</strong> calculo da exigência <strong>de</strong><br />
capital das instituições financeiras. O mo<strong>de</strong>lo tem sua origem nos <strong>de</strong>senvolvimentos <strong>do</strong> comitê da<br />
Basiléia, riskmetrics e <strong>do</strong>s <strong>de</strong>senvolvimentos da Câmara <strong>de</strong> Assuntos <strong>de</strong> Administração <strong>de</strong> Risco -<br />
CAAR iii , <strong>de</strong>talhes sobre sua aplicação po<strong>de</strong>m ser vistos na Nota Técnica <strong>do</strong> BCB e sobre seu<br />
<strong>de</strong>senvolvimento veja Arcover<strong>de</strong> (2000).<br />
Esse mo<strong>de</strong>lo estabelece que a exigência <strong>de</strong> capital é função <strong>do</strong> <strong>VaR</strong> da carteira <strong>de</strong> renda fixa<br />
prefixada calcula<strong>do</strong> como se segue. Primeiramente, os diversos títulos da carteira têm seus fluxos<br />
mapea<strong>do</strong>s linearmente por um conjunto <strong>de</strong> sete vértices <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s por prazos <strong>de</strong> investimento (21, 42, 63,<br />
126, 252, 504 e 756 dias úteis).<br />
O calculo <strong>do</strong> <strong>VaR</strong> <strong>de</strong> cada dia é da<strong>do</strong> por:<br />
padrão<br />
<strong>VaR</strong> = <strong>VaR</strong>' ρ <strong>VaR</strong><br />
(7)<br />
A matriz <strong>de</strong> correlação das taxas é fixada <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com<br />
⎛ Pi<br />
⎞<br />
⎜ ( ) P<br />
⎟<br />
1−<br />
ρ ⎝ j ⎠ se Pi<br />
> Pj<br />
<strong>VaR</strong> <strong>para</strong> títulos in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s 5<br />
K<br />
t<br />
t<br />
ρi<br />
, j = ρ +<br />
(8)<br />
on<strong>de</strong> o ρ e k padrão po<strong>de</strong>m ser divulga<strong>do</strong>s no último dia útil <strong>de</strong> cada mês ou a qualquer momento, a<br />
critério <strong>do</strong> BCB.<br />
O <strong>VaR</strong>t é o <strong>VaR</strong> associa<strong>do</strong> a cada vértice, e é da<strong>do</strong> por:<br />
Pi<br />
= 2,<br />
33 Sig t VMTM i D<br />
(9)<br />
252<br />
<strong>VaR</strong>i , t<br />
, t<br />
on<strong>de</strong> Pi é o prazo em dias úteis <strong>do</strong> vértice i,<br />
Sigt é a volatilida<strong>de</strong>-padrão divulgada diariamente pelo BCB,<br />
VMTMi,t é a soma <strong>do</strong> valor <strong>de</strong> presente <strong>do</strong>s fluxos <strong>de</strong> pagamento aloca<strong>do</strong>s no vértice i,<br />
D=10 (dias úteis necessários <strong>para</strong> liquidação da posição).<br />
O VMTM é o valor presente <strong>do</strong>s fluxos <strong>de</strong> pagamento em cada vértice. Para se obter esse valor<br />
presente a instituição financeira precisa <strong>de</strong> uma estrutura a termo com taxas <strong>de</strong>finidas <strong>para</strong> to<strong>do</strong>s os<br />
prazos. Segun<strong>do</strong> a 2972, as taxas utilizadas são <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> da instituição financeira e <strong>de</strong>vem ser<br />
"estabelecidas com base em critérios consistentes e passíveis <strong>de</strong> verificação que levem em consi<strong>de</strong>ração a<br />
in<strong>de</strong>pendência na coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s em relação às taxas praticadas em suas mesas <strong>de</strong> operação". Assim,<br />
cada instituição <strong>de</strong>ve calcular sua própria curva <strong>de</strong> juros po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>para</strong> este fim escolher qualquer méto<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> interpolação iv pratica<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong>, mas com taxas vindas <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e não taxas praticadas<br />
exclusivamente pela instituição.<br />
O mo<strong>de</strong>lo da 2972 po<strong>de</strong> ser resumi<strong>do</strong> na mesma fórmula simples <strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> <strong>VaR</strong> dada pela<br />
fórmula (1). De (7) temos<br />
<strong>VaR</strong><br />
padrão<br />
t<br />
=<br />
[ <strong>VaR</strong> L<strong>VaR</strong><br />
]<br />
1,<br />
t<br />
n,<br />
t<br />
⎡ρ11<br />
L ρ1n<br />
⎤ ⎡<strong>VaR</strong>1,<br />
t ⎤<br />
⎢ ⎥ ⎢ ⎥<br />
⎢M<br />
⎥ ⎢M<br />
⎥<br />
⎢ ⎥ ⎢ ⎥<br />
⎣<br />
ρ n1<br />
L ρ nn ⎦ ⎣<strong>VaR</strong>n,<br />
t ⎦
Combinan<strong>do</strong> com (9), com mais algumas transformações e, por simplicida<strong>de</strong>, retiran<strong>do</strong> o subscrito<br />
<strong>de</strong> tempo t, temos:<br />
⎡<br />
⎡ ⎤<br />
⎢VMTM<br />
⎡SigL0<br />
⎤ ρ11<br />
L ρ1n<br />
⎡SigL0<br />
⎤<br />
padrão<br />
⎡ P<br />
⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢<br />
1<br />
Pn<br />
⎤ ⎢<br />
<strong>VaR</strong> = 2,<br />
33 10 ⎢VMTM<br />
1 LVMTM<br />
n ⎥ ⎢M<br />
⎥ ⎢M<br />
⎥ ⎢M<br />
⎥ ⎢M<br />
⎣ 252 252⎦<br />
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢<br />
⎣0<br />
LSig⎦<br />
⎣<br />
ρ n1<br />
Lρ<br />
nn ⎦ ⎣0<br />
LSig⎦<br />
⎢VMTM<br />
⎣<br />
Reescremos a equação acima como:<br />
⎡<br />
⎡<br />
⎤ ⎡ ⎤ ⎡<br />
⎤ ⎢VMTM<br />
⎡<br />
⎤ 10 Sig L0<br />
ρ11<br />
L ρ1n<br />
10 Sig L0<br />
⎢<br />
⎥ ⎢ ⎥ ⎢<br />
⎥<br />
padrão ⎢ P<br />
⎢<br />
1<br />
Pn<br />
⎥<br />
<strong>VaR</strong> = 2,<br />
33<br />
⎢<br />
VMTM1<br />
LVMTM<br />
n ⎥ ⎢M<br />
⎥ ⎢M<br />
⎥ ⎢M<br />
⎥ ⎢M<br />
252 252<br />
⎢1444442444443⎥⎢⎥⎢<br />
⎥ ⎢<br />
⎥ ⎢<br />
⎣<br />
'<br />
⎦ ⎢⎣<br />
0 L 10 Sig⎥⎦<br />
⎣<br />
ρn1<br />
L ρ<br />
T<br />
nn ⎦ ⎢⎣<br />
0 L 10 Sig⎥<br />
14444444442444444444<br />
4 3⎦⎢VMTM<br />
⎣<br />
Cov(<br />
dr)<br />
Com um pouco mais <strong>de</strong> álgebra, simplificamos a equação acima e voltamos à fórmula <strong>para</strong> cálculo<br />
<strong>de</strong> risco (1) agora <strong>para</strong> um <strong>VaR</strong>(99%, 10 dias úteis):<br />
<strong>VaR</strong> padrão<br />
t<br />
= 2<br />
{<br />
, 33 T' Cov(<br />
dr)T<br />
α ( 1%<br />
)<br />
−<br />
O <strong>VaR</strong> da 2972 é calcula<strong>do</strong> levan<strong>do</strong>-se em conta a correlação (em geral, menor <strong>do</strong> que um) entre<br />
seus vértices, portanto, trata-se <strong>de</strong> um quase portfólio <strong>VaR</strong>. Se os fluxos <strong>de</strong> pagamentos coincidirem com<br />
os vértices usa<strong>do</strong>s no mapeamento, esse mo<strong>de</strong>lo fica igual ao portfólio <strong>VaR</strong> <strong>de</strong>scrito na seção 1.<br />
3. <strong>VaR</strong> <strong>de</strong> <strong>Títulos</strong> In<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s<br />
Seguin<strong>do</strong> o mesmo arcabouço anterior vamos tratar uma carteira <strong>de</strong> títulos in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s e calcular seu<br />
<strong>VaR</strong>. Na agregação <strong>de</strong> uma carteira <strong>de</strong> ativos com in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>res diferentes, po<strong>de</strong>-se tratar cada in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>r<br />
como se fosse uma outra moeda, e em seguida obter a matriz <strong>de</strong> covariância <strong>de</strong>ssas diferentes moedas e<br />
usar o <strong>VaR</strong> segun<strong>do</strong> (1). Não se <strong>de</strong>ve esquecer <strong>de</strong> tratar se<strong>para</strong>damente os juros sobre cada uma <strong>de</strong>ssas<br />
moedas.<br />
Outra possibilida<strong>de</strong> é converter to<strong>do</strong>s os títulos in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s em papéis prefixa<strong>do</strong>s e tratar toda a<br />
carteira como se fosse prefixada. Esse é um procedimento que permite um hedge imediato, mas tem o<br />
inconveniente <strong>de</strong> precisar <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> conversão entre os diferentes ativos que dificilmente estarão<br />
disponíveis.<br />
Devi<strong>do</strong> a escassez <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, a primeira alternativa é a mais indicada, e precisamos apenas da taxa <strong>de</strong><br />
conversão <strong>de</strong> cada moeda <strong>para</strong> a moeda local e da estrutura a termo da taxa <strong>de</strong> juros das diferentes<br />
moedas, ambas informações disponíveis no merca<strong>do</strong>.<br />
O preço em moeda local (no caso <strong>do</strong> Brasil é o real) <strong>de</strong> um título negocia<strong>do</strong> em uma moeda<br />
qualquer é<br />
−rd<br />
t<br />
P = S e<br />
on<strong>de</strong> S é a taxa <strong>de</strong> câmbio da outra moeda e rd e a taxa <strong>de</strong> juros <strong>de</strong>ssa outra moeda.<br />
Decompon<strong>do</strong> a variação <strong>do</strong> preço <strong>de</strong>sse título temos uma aproximação <strong>para</strong> a variação <strong>do</strong> seu preço<br />
em moeda local calculada por<br />
<strong>VaR</strong> <strong>para</strong> títulos in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s 6<br />
1<br />
n<br />
P1<br />
⎤<br />
252 ⎥<br />
⎥<br />
⎥<br />
P ⎥<br />
n<br />
⎥<br />
252⎦<br />
1<br />
n<br />
P1<br />
⎤<br />
252<br />
⎥<br />
⎥<br />
⎥<br />
P ⎥<br />
n ⎥<br />
252⎦
dP = e<br />
−rd<br />
t ( − t)<br />
S e drd<br />
= P + ( t)<br />
P drd<br />
−rd<br />
t<br />
dS +<br />
−<br />
A variação <strong>do</strong> preço <strong>do</strong> título em moeda local <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> duas componentes: a variação contínua da<br />
taxa <strong>de</strong> câmbio e a taxa <strong>de</strong> juros sobre a moeda (não local). Novamente usan<strong>do</strong> o teorema <strong>de</strong> soma <strong>de</strong><br />
variáveis aleatórias e supon<strong>do</strong> P constante, temos a volatilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse título em moeda local:<br />
variancia<br />
volatilida <strong>de</strong> =<br />
⎛ dS ⎞<br />
2<br />
2<br />
2<br />
( dP ) = P variancia⎜<br />
⎟ + ( − tP)<br />
variancia(<br />
drd<br />
) + 2(<br />
− t)<br />
P Cov⎜<br />
, drd<br />
⎟<br />
⎝ S ⎠<br />
⎝ S ⎠<br />
( dP) variancia ( dP)<br />
<strong>VaR</strong> <strong>para</strong> títulos in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s 7<br />
dS<br />
S<br />
No caso <strong>de</strong> uma carteira com títulos <strong>de</strong> k diferentes moedas, seu valor é<br />
C = n P + n P + L +<br />
1<br />
1<br />
2<br />
2<br />
nk<br />
Pk<br />
Diferencian<strong>do</strong> essa equação temos:<br />
dC = n dP + n dP + L +<br />
1<br />
1<br />
2<br />
2<br />
nk<br />
dPk<br />
(10)<br />
⎛ dS<br />
Substituin<strong>do</strong> (10) na equação acima, temos uma aproximação <strong>para</strong> a variação <strong>do</strong> valor da carteira<br />
com k diferentes moedas:<br />
⎛ dS1<br />
⎞<br />
dC n ⎜ P1<br />
+ 1 1 1 ⎟ L<br />
⎝ S1<br />
⎠<br />
⎛<br />
⎜<br />
⎝<br />
( ) ( ) ⎟ k<br />
− t P dr ⎟ + + n ⎜ P + − t P dr<br />
= 1 k k<br />
k k k<br />
(11)<br />
S k<br />
Essa equação dá a variação <strong>do</strong> valor da carteira como função da taxa contínua <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> cada<br />
moeda e da variação da taxa contínua <strong>de</strong> juros sobre essas moedas. Se existir em carteira mais <strong>de</strong> um<br />
título da primeira moeda, por exemplo, com m prazos diferentes, então temos<br />
dC =<br />
1<br />
( n P + L + n P ) + ( n P ( − t ) dr + L + n P ( − t ) dr )<br />
1,<br />
1 1,<br />
1<br />
1,<br />
m 1,<br />
m<br />
dS<br />
S<br />
⎛ dS 2<br />
+ n P ⎜ 2 2<br />
⎝ S 2<br />
1<br />
+<br />
1,<br />
1 1,<br />
1<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
dS<br />
⎛ dS<br />
⎜<br />
⎝ S k<br />
( ) ( ) ⎟ k<br />
− t dr ⎟ + L + n P ⎜ + − t dr<br />
2<br />
2<br />
1,<br />
1<br />
1,<br />
1<br />
k<br />
k<br />
1,<br />
m 1,<br />
m<br />
Para calcular a variância da variação <strong>do</strong> valor <strong>de</strong>ssa carteira, tomamos como fixo o valor investi<strong>do</strong><br />
em cada título e como aleatório a taxa <strong>de</strong> câmbio e a taxa <strong>de</strong> juros <strong>de</strong> cada moeda. Temos então a<br />
variação <strong>do</strong> valor da carteira como função da soma das variáveis aleatórias Si e ri. Da soma <strong>de</strong> variáveis<br />
aleatórias chegamos a<br />
( dC)<br />
V Cov(<br />
F)V<br />
1,<br />
m<br />
k<br />
⎞<br />
⎠<br />
1,<br />
m<br />
k<br />
⎞<br />
⎠<br />
+<br />
(12)<br />
Variancia = '<br />
(13)<br />
on<strong>de</strong>:<br />
( )<br />
( )<br />
( ) ⎟ ⎛ 1,<br />
1 1,<br />
1<br />
V ⎜<br />
1+<br />
m+<br />
k x1<br />
=<br />
⎜<br />
⎝L<br />
nk<br />
Pk<br />
1,<br />
m 1,<br />
m<br />
− tk<br />
nk<br />
Pk<br />
1,<br />
1 1,<br />
1 1,<br />
1<br />
1,<br />
m 1,<br />
m<br />
⎛ dS1<br />
F = ⎜<br />
1+<br />
m+<br />
k x1<br />
⎝ S1<br />
dr1<br />
L drm<br />
dS 2<br />
S 2<br />
dr2<br />
L<br />
dS k<br />
S k<br />
drk<br />
⎞<br />
⎠<br />
( n P + L + n P ) ( −t<br />
) n P L ( −t<br />
) n P n P ( − t )<br />
1,<br />
m<br />
2<br />
2<br />
2<br />
n2P2<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
Feito isso, tem-se a volatilida<strong>de</strong> da carteira e aplican<strong>do</strong> (1) chega-se ao portfolio <strong>VaR</strong> que leva em<br />
conta a correlação corrente entre as diferentes moedas e suas taxas <strong>de</strong> juros.<br />
⎞
Da<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento da seção 2 fica fácil construir um mo<strong>de</strong>lo padrão semelhante, mas que trata<br />
to<strong>do</strong>s os títulos in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s (aqui simplesmente trata<strong>do</strong>s como títulos em outra moeda) simultaneamente.<br />
Toman<strong>do</strong> (13), o grau <strong>de</strong> confiança e o prazo <strong>do</strong> <strong>VaR</strong> da circular 2972 temos<br />
( V Cov(<br />
F)<br />
V )<br />
<strong>VaR</strong> = 2,<br />
33 10 '<br />
. (14)<br />
Com um pouco <strong>de</strong> engenharia reversa e toman<strong>do</strong> apenas um prazo <strong>para</strong> cada moeda (<strong>para</strong><br />
simplificar as contas) <strong>de</strong>compomos (14) em<br />
Cov<br />
⎛<br />
P1<br />
V = ⎜VMTM<br />
1 VMTM 1 L<br />
⎝<br />
252<br />
( F)<br />
⎡Sig1<br />
⎢<br />
⎢ 0 Sig<br />
= ⎢ M<br />
⎢<br />
⎢ 0 L<br />
⎢<br />
⎢⎣<br />
0 L<br />
1,<br />
1<br />
L<br />
L<br />
Sig<br />
0<br />
m<br />
0 ⎤ ⎡1<br />
⎥ ⎢<br />
0 ⎥ ⎢ρ11,<br />
1<br />
⎥ ⎢<br />
⎥ ⎢M<br />
0 ⎥ ⎢ρmk<br />
−1<br />
⎥ ⎢<br />
Sigm,<br />
1⎥⎦<br />
⎢ρ<br />
⎣ mk,<br />
1<br />
, 1<br />
VMTM<br />
mk −1,<br />
11<br />
Pn<br />
⎞<br />
⎟<br />
252 ⎠<br />
<strong>VaR</strong> <strong>para</strong> títulos in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s 8<br />
ρ<br />
ρ<br />
ρ<br />
1,<br />
11<br />
1<br />
mk , 11<br />
L<br />
L<br />
L<br />
L<br />
m<br />
ρ<br />
ρ<br />
VMTM<br />
mk −1,<br />
1<br />
mk −1,<br />
11<br />
ρ<br />
1<br />
mk,<br />
mk −1<br />
ρ<br />
n<br />
ρ<br />
ρ<br />
mk,<br />
1<br />
mk , 11<br />
mk , mk −1<br />
1<br />
⎤ ⎡Sig1<br />
⎥ ⎢<br />
⎥ ⎢ 0 Sig<br />
⎥ ⎢<br />
⎥ M<br />
⎢<br />
⎥ ⎢ 0 L<br />
⎥ ⎢<br />
⎥<br />
⎦<br />
⎢⎣<br />
0 L<br />
1,<br />
1<br />
L<br />
L<br />
Sig<br />
0<br />
m<br />
0 ⎤<br />
⎥<br />
0 ⎥<br />
⎥<br />
⎥<br />
0 ⎥<br />
⎥<br />
Sigm,<br />
1⎥⎦<br />
P<br />
on<strong>de</strong> t i<br />
i = e VMTM i = ni<br />
P<br />
252<br />
i .<br />
ρi, j é a correlação da i-ésima ou taxa <strong>de</strong> juros nessa moeda com a j-ésima moeda ou taxa <strong>de</strong> juros<br />
<strong>de</strong>ssa moeda. Sigi,j é a volatilida<strong>de</strong> da moeda i e da taxa <strong>de</strong> juros j.<br />
Algumas simplificações po<strong>de</strong>m ser feitas <strong>para</strong> tornar (14) mais tratável <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista<br />
computacional. Por exemplo, supon<strong>do</strong> que a correlação entre as taxas <strong>de</strong> diferentes moedas é zero e entre<br />
o retorno <strong>de</strong> uma moeda e as taxas <strong>de</strong> outras moedas também é zero po<strong>de</strong>mos escrever:<br />
( m r<br />
mr Vm<br />
r ) + Vm<br />
Cov(<br />
Fm<br />
) m<br />
( F)<br />
V V ' Cov(<br />
F )<br />
V Cov = ∑ ' V<br />
(15)<br />
' ,<br />
,<br />
m<br />
O primeiro termo a direita é o <strong>VaR</strong> <strong>do</strong> risco <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> juros em cada moeda e o segun<strong>do</strong> é o <strong>VaR</strong><br />
que vem <strong>do</strong> risco entre as moedas. Esse mo<strong>de</strong>lo po<strong>de</strong> ser ajusta<strong>do</strong> <strong>para</strong> um formato semelhante ao mo<strong>de</strong>lo<br />
da circular 2972. Com a matriz <strong>de</strong> correlação das taxas <strong>de</strong> cada moeda e sua volatilida<strong>de</strong> tem-se o<br />
primeiro termo à direita. Com a volatilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada moeda tem-se o segun<strong>do</strong> termo a direita, e, assim<br />
chegamos a uma aproximação parcimoniosa <strong>do</strong> <strong>VaR</strong> <strong>para</strong> todas as moedas (ou to<strong>do</strong>s os títulos<br />
in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s).<br />
Essa simplificação torna diversas componentes da matriz <strong>de</strong> correlação iguais a zero e o efeito sobre<br />
o <strong>VaR</strong> exato da carteira varia conforme o sinal <strong>de</strong>ssas correlações e <strong>do</strong>s fluxos que constituem a carteira.<br />
Se essas correlações são positivas e a carteira tem apenas posições compradas (como um fun<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
investimento) o <strong>VaR</strong> fica menor <strong>do</strong> que no caso da matriz <strong>de</strong> correlação completa. Se a carteira tem<br />
posições compradas e vendidas o impacto <strong>de</strong>ssa simplificação é in<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>.<br />
Com esse mo<strong>de</strong>lo temos um arcabouço geral e semelhante ao da 2972 <strong>para</strong> calcular conjuntamente o<br />
<strong>VaR</strong> <strong>de</strong> títulos in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s (aqui trata<strong>do</strong>s como se fossem em outra moeda) e prefixa<strong>do</strong>s. O exemplo da<br />
seção seguinte ilustra a aplicabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo no merca<strong>do</strong> financeiro brasileiro.<br />
Conforme <strong>de</strong>staca Arcover<strong>de</strong>(2000), <strong>para</strong> que esse seja um mo<strong>de</strong>lo padrão é necessário que a<br />
<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> capital gerada por esse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> calculo <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> seja, pelo menos em um<br />
senti<strong>do</strong> probabilístico, maior <strong>do</strong> que o obti<strong>do</strong> por um mo<strong>de</strong>lo interno. Pois bem, o mo<strong>de</strong>lo acima calcula o<br />
<strong>VaR</strong> conjunto <strong>de</strong> títulos prefixa<strong>do</strong>s e in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s, e a simplificação sugerida torna esse número menos<br />
acura<strong>do</strong>, assim, é conveniente que o mo<strong>de</strong>lo padrão seja simplifica<strong>do</strong> <strong>para</strong> facilitar sua aplicação, mas que<br />
essa simplificação também aumente a exigência <strong>de</strong> capital. Desta feita, a instituição que calcular o <strong>VaR</strong><br />
sem qualquer simplificação terá o benefício <strong>de</strong> uma exigência <strong>de</strong> capital menor, o que no final das contas<br />
incentiva o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los melhores e mais precisos.<br />
4. Aplicação ao Merca<strong>do</strong> Brasileiro
Tomamos uma amostra com da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> quatro moedas: CDI, prefixa<strong>do</strong>, dólar e IGPM. No caso <strong>do</strong>s<br />
títulos vincula<strong>do</strong>s à “moeda” CDI, são poucos os negócios com juros sobre o CDI, portanto, trata-se <strong>de</strong><br />
uma moeda sem estrutura a termo <strong>de</strong> juros (ET) e uma taxa <strong>de</strong> câmbio dada pela própria taxa <strong>do</strong> CDI; a<br />
moeda das taxas prefixadas é a própria moeda local, logo, existe apenas a ET e nenhuma taxa <strong>de</strong> câmbio;<br />
o dólar tem sua taxa <strong>de</strong> câmbio <strong>para</strong> a moeda local e também uma ET; por fim, o IGPM também tem taxa<br />
<strong>de</strong> câmbio <strong>para</strong> a moeda local, além <strong>de</strong> uma ET, dada pelo próprio índice.<br />
Com da<strong>do</strong>s vin<strong>do</strong>s das taxas <strong>de</strong> SWAPs da BM&F construímos as ETs taxas <strong>de</strong> juros das moedas<br />
acima com apenas três vértices <strong>para</strong> simplificar as contas. Também construímos as séries com o retorno<br />
contínuo das taxas <strong>de</strong> câmbio <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>ssas moedas e obtivemos a seguinte matriz <strong>de</strong> correlação e<br />
volatilida<strong>de</strong>s.<br />
Prefixa<strong>do</strong> Retorno em dólar Retorno em IGPM<br />
CDI 126 252 504 Dólar 126 252 504 IGPm 126 252 504<br />
CDI 100%<br />
126 -42% 100%<br />
252 -45% 82% 100%<br />
504 -41% 73% 95% 100%<br />
Dólar -17% 38% 57% 67% 100%<br />
126 -31% 37% 36% 30% 43% 100%<br />
252 -37% 45% 49% 42% 48% 96% 100%<br />
504 -37% 52% 52% 44% 47% 87% 94% 100%<br />
IGPm 31% -9% -19% -25% -13% -9% -16% -9% 100%<br />
126 -22% 67% 52% 51% 20% 9% 16% 13% -39% 100%<br />
252 -36% 61% 65% 68% 29% 6% 17% 12% -40% 85% 100%<br />
504 -37% 59% 70% 78% 44% 12% 21% 16% -43% 75% 94% 100%<br />
Nessa tabela verifica-se uma forte correlação positiva entre as taxas <strong>de</strong> juros <strong>de</strong> uma mesma moeda<br />
(1), correlação positiva baixa entre as taxas <strong>de</strong> juros em dólar e as taxas <strong>de</strong> juros em IGPM e prefixada<br />
(2), e correlação positiva média entre as taxas prefixadas e <strong>do</strong> retorno em IGPM (3). Quanto as diferentes<br />
moedas, verifica-se uma correlação negativa entre os retornos <strong>do</strong> CDI e IGPM e as taxas <strong>de</strong> juros nas<br />
outras moedas (4), correlação positiva entre retorno <strong>do</strong> dólar e as taxas <strong>de</strong> juros nas diversas moedas (5).<br />
Entre as moedas, tem-se correlação negativa entre o retorno <strong>do</strong> dólar e das outras moedas (6) e uma baixa<br />
correlação positiva entre o retorno <strong>do</strong> CDI e <strong>do</strong> IGPM (7).<br />
A simplificação proposta em (15) consiste em tornar igual a zero os componentes (2) - (5) acima, e,<br />
nossa matriz <strong>de</strong> correlação fica igual a<br />
Prefixa<strong>do</strong> Retorno em dólar Retorno em IGPM<br />
CDI 126 252 504 Dólar 126 252 504 IGPm 126 252 504<br />
CDI 100%<br />
126 0% 100%<br />
252 0% 82% 100%<br />
504 0% 73% 95% 100%<br />
Dólar -17% 0% 0% 0% 100%<br />
126 0% 0% 0% 0% 0% 100%<br />
252 0% 0% 0% 0% 0% 96% 100%<br />
504 0% 0% 0% 0% 0% 87% 94% 100%<br />
IGPm 31% 0% 0% 0% -13% 0% 0% 0% 100%<br />
126 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 100%<br />
252 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 85% 100%<br />
504 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 75% 94% 100%<br />
A volatilida<strong>de</strong> anual <strong>do</strong>s fatores acima é <strong>de</strong><br />
CDI<br />
Volatilida<strong>de</strong> - %aa<br />
0,46%<br />
126 4,84%<br />
252 4,55%<br />
504 5,22%<br />
<strong>VaR</strong> <strong>para</strong> títulos in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s 9
Dólar 13,50%<br />
126 6,00%<br />
252 3,98%<br />
504 3,22%<br />
IGPm 2,16%<br />
126 8,82%<br />
252 5,96%<br />
504 6,33%<br />
Esses da<strong>do</strong>s sugerem que as volatilida<strong>de</strong>s das taxas <strong>de</strong> juros <strong>de</strong> uma mesma moeda são bem<br />
próximas. Isso justifica a volatilida<strong>de</strong> única que o BCB fornece <strong>para</strong> as taxas prefixadas <strong>de</strong> diferentes<br />
prazos. Aqui o mesmo po<strong>de</strong> ser feito <strong>para</strong> as taxas <strong>de</strong> diferentes moedas.<br />
Se o invés <strong>de</strong> toda a matriz <strong>de</strong> covariância quisermos usar o mo<strong>de</strong>lo simplifica<strong>do</strong> é importante<br />
investigar o impacto da simplificação sobre o <strong>VaR</strong>. Também <strong>de</strong>vemos investigar a estabilida<strong>de</strong> das<br />
correlações e volatilida<strong>de</strong>s. Os da<strong>do</strong>s acima são apenas a fotografia <strong>de</strong> um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 27 meses, <strong>de</strong><br />
novembro <strong>de</strong> 1999 a janeiro <strong>de</strong> 2002 e não tem a pretensão <strong>de</strong> explicar o comportamento <strong>de</strong> todas essas<br />
taxas.<br />
De qualquer forma, a implementação <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo simplifica<strong>do</strong> acima combina bem com o mo<strong>de</strong>lo da<br />
circular 2972, e <strong>de</strong>manda apenas um pequeno conjunto <strong>de</strong> parâmetros <strong>para</strong> ser coloca<strong>do</strong> em prática. São<br />
necessárias: matriz <strong>de</strong> correlação das taxas <strong>de</strong> juros <strong>de</strong> cada moeda, a volatilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>ssas<br />
taxas, a correlação entre as moedas e suas volatilida<strong>de</strong>. Com esses da<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>mos calcular o mo<strong>de</strong>lo<br />
simplifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> (15). Para o mo<strong>de</strong>lo completo precisamos <strong>de</strong> toda a matriz <strong>de</strong> correlação.<br />
Exemplo. Seja uma carteira que tem uma captação <strong>de</strong> R$ 3.000.000 em CDI por seis meses. E tem as<br />
seguintes aplicações: prefixa<strong>do</strong>s no valor <strong>de</strong> R$ 1.000.000 por seis meses, cambiais <strong>de</strong> R$ 1.500.000 por<br />
um ano a 12% mais variação cambial e outra aplicação em IGPM + 10% <strong>de</strong> R$ 500.000. Suas fontes <strong>de</strong><br />
risco são: taxa <strong>do</strong> CDI, taxa prefixada por seis meses, taxa <strong>de</strong> câmbio <strong>do</strong> dólar e taxa <strong>de</strong> juros em US$<br />
por 1 ano, taxa da IGPM e retorno sobre a IGPM por um ano.<br />
Como uma das moedas é a própria moeda local o vetor dr é igual a<br />
dr<br />
⎛ dS<br />
⎜<br />
⎝<br />
dr<br />
dS<br />
CDI<br />
dólar<br />
IGPM<br />
= pré 6 meses<br />
dólar1<br />
ano<br />
IGPM _1<br />
ano<br />
SCDI<br />
S dólar<br />
S IGPM<br />
e<br />
V =<br />
dr<br />
( − 3Q ( − 1 ) Q 1,<br />
5Q<br />
( −1)<br />
1,<br />
5Q<br />
0,<br />
5Q<br />
( −1)<br />
0,<br />
5Q)<br />
Q = 1.000.000<br />
A matriz <strong>de</strong> correlação completa é:<br />
2<br />
CDI<br />
Prefixa<strong>do</strong><br />
126 Dólar 252 IGPm 252<br />
CDI 100%<br />
126 -42% 100%<br />
Dólar -17% 38% 100%<br />
252 -37% 45% 48% 100%<br />
IGPm 31% -9% -13% -16% 100%<br />
252 -36% 61% 29% 17% -40% 100%<br />
A matriz <strong>de</strong> correlação simplificada é:<br />
<strong>VaR</strong> <strong>para</strong> títulos in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s 10<br />
dS<br />
dr<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠
CDI<br />
Prefixa<strong>do</strong><br />
126 Dólar 252 IGPm 252<br />
CDI 100%<br />
126 0% 100%<br />
Dólar -17% 0% 100%<br />
252 0% 0% 0% 100%<br />
IGPm 31% 0% -13% 0% 100%<br />
252 0% 0% 0% 0% 0% 100%<br />
Com base em (14) temos que a volatilida<strong>de</strong> exata é igual a 17.465 e o <strong>VaR</strong> (99%,10 d) <strong>de</strong> 128.682<br />
Se tomarmos o mo<strong>de</strong>lo simplifica<strong>do</strong> (15) a volatilida<strong>de</strong> é igual a 13.864 e o <strong>VaR</strong> (99%,10 d) <strong>de</strong> 102.148.<br />
Se eliminarmos apenas a correlação entre as diferentes taxas <strong>de</strong> juros o <strong>VaR</strong> cai <strong>para</strong> 124.433. O mo<strong>de</strong>lo<br />
simplifica<strong>do</strong> é muito conveniente <strong>para</strong> os praticantes <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> financeiro mas como contrapartida gera<br />
um número precisão menor. Para ser um mo<strong>de</strong>lo padrão é necessária uma calibragem que torne o <strong>VaR</strong><br />
resultante maior <strong>do</strong> que o <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo completo <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a criar incentivo <strong>para</strong> as instituições financeiras a<br />
<strong>de</strong>senvolverem o mo<strong>de</strong>lo completo.<br />
Referências<br />
Arcover<strong>de</strong>, G. (2000) “Alocação <strong>de</strong> Capital <strong>para</strong> Cobertura <strong>de</strong> Risco <strong>de</strong> Merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> Taxa <strong>de</strong> Juros<br />
Natureza Prefixada” Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong> apresentada na EPGE/FGV.<br />
Duarte, A., T. Heil e M. Pinheiro (1996) “Estimação da Volatilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ativos e Índices<br />
Brasileiros”, Resenha da BM&F 111.<br />
Litterman, Robert and José Scheinkman (1991) Common Factors Affecting Bond Returns, Journal<br />
of Fixed Income, vol. 1, 54-61.<br />
Nota Técnica <strong>do</strong> BCB sobre a circular 2.972 <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2000.<br />
Varga, Gyorgy (2000) " Interpolação por Cubic Spline <strong>para</strong> a Estrutura a Termo Brasileira "<br />
revista da BM&F, maio.<br />
Varga, Gyorgy e M. Valli (2001) "Movimentos da estrutura a termo da taxa <strong>de</strong> juros brasileira e<br />
imunização" Revista <strong>de</strong> Economia Aplicada da USP, vol. 5.<br />
i<br />
Supon<strong>do</strong> que a variação da taxa contínua segue um processo Browniano simples dr = µ dt + σ drdz<br />
on<strong>de</strong> dz é um processo <strong>de</strong> Wiener. Aplican<strong>do</strong> o Lema <strong>de</strong> Itô calculamos<br />
( ) ( ) ( ) 2<br />
2<br />
2<br />
2<br />
∂P<br />
1 ∂ P<br />
1<br />
dP = dr + dr = P − t dr + t P dr . Substituin<strong>do</strong> o processo dr temos<br />
2<br />
∂r<br />
2 ∂r<br />
2<br />
( )( ) ( ) 2<br />
2 1<br />
dP = P − t µ dt + σ dr dz + t P µ dt + σ dr dz . Com um pouco <strong>de</strong> conta chegamos a<br />
2<br />
2 ⎡ ⎛ t<br />
⎤<br />
2 ⎞<br />
dP = P ⎢ ⎜<br />
⎜−<br />
tµ<br />
+ σ ⎟ dr dt + − t σ dr dz . <strong>Fixa</strong>n<strong>do</strong> P temos ( dP) t P σ dr<br />
⎣ ⎝ 2 ⎠<br />
2 2<br />
variancia = .<br />
( ) ⎥ ⎦<br />
ii De fato diversos trabalhos empíricos, tais como, Litterman e Scheinkman (1991) <strong>para</strong> os EUA e Varga e<br />
Valli (2000) <strong>para</strong> o Brasil mostram que a maior parte <strong>do</strong>s movimentos da ET são <strong>para</strong>lelos.<br />
iii Um grupo <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s constituí<strong>do</strong> por especialistas <strong>de</strong> vários bancos e entida<strong>de</strong>s governamentais que<br />
<strong>de</strong>senvolveu um mo<strong>de</strong>lo geral <strong>para</strong> cálculo <strong>de</strong> <strong>VaR</strong> <strong>de</strong> uma carteira <strong>de</strong> títulos prefixa<strong>do</strong>s <strong>para</strong> o merca<strong>do</strong><br />
brasileiro, seus resulta<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m encontra<strong>do</strong>s em www.andima.com.br.<br />
iv Sobre méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> interpolação veja Varga(2000) e também o sistema FinancialTools da FCE (em<br />
www.fce.com.br) que provêm funções que interpolam as taxas.<br />
<strong>VaR</strong> <strong>para</strong> títulos in<strong>de</strong>xa<strong>do</strong>s 11