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1. AS NOVAS RELAÇÕES CIDADE X CAMPO A ... - Instituto Qualific

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Cidades: A Urbanização da Humanidade<br />

O último censo realizado em 2000 pelo IBGE (<strong>Instituto</strong><br />

Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que 81,2% dos<br />

brasileiros vivem na área urbana. Portanto, é muito provável que<br />

você more em uma cidade. Se esse não for o seu caso, no mínimo<br />

você deve ter uma idéia de como são as cidades. Hoje em dia, os<br />

meios de comunicação facilitam o acesso a esse conhecimento.<br />

As cidades não são iguais em todas as partes do mundo. Elas<br />

guardam em suas fisionomias a arquitetura, a história e até mesmo<br />

modo de ser de seus habitantes. Mas todas apresentam uma<br />

característica comum: desenvolvem atividades muito diferentes das<br />

que são praticadas no campo.<br />

O que é uma cidade?<br />

Segundo o geógrafo francês Pierre George, “é quase impossível<br />

definir o que é cidade”.<br />

A ONU considera uma cidade todo aglomerado com mais<br />

de 20 mil, habitantes. Porém, em alguns países, esse número é<br />

menor, como na França (2 mil hab.) e na Espanha (10 mil hab.). No<br />

Brasil, toda sede de município é considerada cidade,<br />

independentemente da população.<br />

O local onde a cidade foi construída é o sítio urbano, que pode<br />

ser uma planície, um planalto, um vale, uma área litorânea, entre<br />

outros locais. Se o aglomerado urbano surgir naturalmente de<br />

pequenos núcleos de povoamento, vai dar origem a uma cidade<br />

espontânea. É o caso da grande maioria das cidades do Brasil e do<br />

mundo, como São Paulo, Rio de Janeiro, Nova York e Paris.<br />

Algumas vezes, porém, as cidades são planejadas, isto é, são<br />

construídas deliberadamente, seguindo projetos previamente<br />

concebidos. No Brasil, o exemplo mis conhecido é Brasília, embora<br />

Belo Horizonte, Goiânia, Teresina e Aracaju também sejam cidades<br />

planejadas. No exterior, podemos citar Washington, capital dos<br />

Estados Unidos, e Camberra, capital da Austrália.<br />

Hoje, as cidades costumam desenvolver várias atividades<br />

(comércio, bancos, escolas, mercado financeiros, etc.), mas<br />

algumas são conhecidas por uma característica principal: a função<br />

urbana.<br />

Existem cidades religiosas (Aparecida – São Paulo, Lourdes –<br />

França): industriais (Volta Redonda – Rio de Janeiro, São Bernardo<br />

do Campo – São Paulo); administrativas (Brasília e Camberra, já<br />

mencionadas anteriormente); militares (Resende – Rio de Janeiro,<br />

West Point – Estados Unidos); turistas (Porto Seguro – Bahia;<br />

Veneza – Itália).<br />

Alguns países são formados por uma única cidade e possuem<br />

100% de população urbana, como é o caso do Vaticano, de<br />

Cingapura e Mônaco, entre outros.<br />

Como desenvolvem as cidades<br />

As cidades, como fenômeno urbano, mudaram muito no<br />

decorre da historia. Na antiguidade, tinham função comercial,<br />

militar, política e religiosa.<br />

Na Antiguidade oriental (cerca de 4000 a.C. – 330 d.C),<br />

foram importantes, no continente asiático, as cidades da<br />

Mesopotâmia (Ashur, Nínive, Babilônia), da Fenícia (Biblos, Sidon<br />

e Tiron) e da Pérsia (Pasargada e Persepólis); e, no continente<br />

africano, as cidades de Tebas e Mênfis (no Egito). Na Antiguidade<br />

clássica (aproximadamente, século V a.C. – 476 d.C.), as cidades<br />

gregas (Atenas e Esparta) e Roma (centro de um grande império na<br />

época), localizadas no continente europeu, deixaram uma herança<br />

cultural riquíssima para a cultura ocidental contemporânea.<br />

Durante o feudalismo (do século V ao XV), as cidades<br />

tinham importância secundária, pois a exploração da propriedade<br />

rural determinava o seu caráter essencialmente agrário. No século<br />

XIV (Baixa Idade Média), a atividade comercial incentivou o<br />

ressurgimento da vida urbana (burgos), embora estivessem situadas<br />

em áreas pertencentes aos senhores feudais. Aos poucos, foram<br />

emancipadas (pacificamente ou por meio de lutas) e puderam<br />

administrar seu destino (milícia, impostos, organização judiciária).<br />

As cidades mais importantes dessa época foram: Florença, Genova,<br />

Veneza, Marselha, Colônia, Bruges, entre outras, todas no<br />

Continente europeu. Entre os séculos XV e XVII, no período de<br />

capitalismo comercial, a reorganização d economia atraiu o<br />

excedente de mão-de-obra do campo para as cidades, que já<br />

possuíam atividades próprias, como o artesanato e a manufatura.<br />

As cidades nos países desenvolvidos<br />

O processo de industrialização original, também chamado<br />

de Revolução Industrial, foi o grande responsável pelo inicio da<br />

urbanização nos países desenvolvidos e em escala mundial.<br />

O crescimento das cidades e a importância que elas<br />

passaram a ter na vida das sociedades praticamente se consolidam<br />

com o estabelecimento da indústria como a atividade<br />

essencialmente urbana. Houve um grande deslocamento de<br />

trabalhadores do campo para a cidade, o que fez aumentar a<br />

população urbana e surgir a classe operaria (proletariado urbano).<br />

Algumas cidades, como foi o caso de Londres, chegaram a<br />

1 milhão de habitantes, no final do século XIX. O processo de<br />

urbanização dos atuais países desenvolvidos iniciou-se, portanto,<br />

na Revolução Industrial e segue até os dias de hoje. Alguns fatores<br />

contribuíram para esse processo:<br />

A atração exercida pelas cidades (indústria, emprego,<br />

melhores salários, condições de saúde e educação);<br />

A mecanização agrícola, que expulsou trabalhadores<br />

das áreas rurais.<br />

O desenvolvimento das atividades industriais exigiu o<br />

aprimoramento e até mesmo a criação de atividades de apoio ou<br />

complementares ao setor secundário. Por isso, o setor terciário é<br />

estruturado com bancos, comércio e serviços cada vez mais<br />

sofisticados. Nos países desenvolvidos, a indústria e as atividades<br />

terciárias absorveram a mão-de-obra vindo do campo, tornando o<br />

processo de urbanização mais equilibrado e sem problemas da<br />

favelização e mendicância.<br />

A globalização, porém, mudou esse quadro, em<br />

conseqüência de uma reestruturação da economia, que levou ao<br />

desemprego (tecnológico e estrutural) e à colhida de imigrantes de<br />

países pobres.<br />

Apesar disso, essas cidades cresceram com um<br />

planejamento adequado, contando com um organizado sistema de<br />

transportes, além de saneamento básico, moradia, iluminação<br />

pública, pavimentação – condições que seus habitantes muitas<br />

vezes conseguiram por meio das lutas e reivindicações feitas ao<br />

longo de anos.<br />

Você pode verificar pela tabela 1 que os países<br />

desenvolvidos têm altas taxas de urbanização.

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